Discurso durante a 64ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apreensão com a situação da saúde pública no Brasil.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Apreensão com a situação da saúde pública no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 09/05/2018 - Página 49
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • APREENSÃO, SITUAÇÃO, SAUDE, MOTIVO, EXCESSO, BUROCRACIA, AQUISIÇÃO, MEDICAMENTOS.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, muito obrigado. Eu queria remeter a esses dois assuntos que foram falados aqui, primeiramente do Senador Cássio Cunha Lima, porque o que ele falou aqui é uma realidade que se espalha pelo País inteiro.

    Há poucos dias, tive a oportunidade de ouvir, em uma dessas UPAs por aí, alguém procurando remédio de alto custo, e ouvi o seguinte: o senhor não conhece algum político? E, na verdade, político também nada pode fazer. Aliás, se o Senador Cássio Cunha não fala isso aqui no geral, se ele fosse lá, mesmo que Patrick estivesse morrendo, se o Senador Cássio Cunha Lima fosse pedir especificamente pelo Patrick, correria o risco de ser acusado de advocacia administrativa.

    A burocracia tem levado muitas, mas muitas vidas. Veja bem. Todos os juristas são unânimes em dizer que a vida é um direito universal, que a vida é um direito acima de todos os outros, mas isso que o Senador Cássio Cunha Lima trouxe aqui demonstra que não é bem assim, que a vida não está acima de tudo. Acima de tudo está a burocracia, a papelada. Porque, veja bem, se nós estamos falando de remédios sem os quais as pessoas irão morrer, como é que podem estar enganchados em simples papelada, em simples burocracia? Se formos procurar e puxar o fio da meada, é possível que tenha até ações judiciais no meio. Esse é o terreno em que nós estamos vivendo.

    Eu tenho um projeto aqui, Sr. Presidente, na mesma linha, falando justamente sobre essa questão das licitações. Veja este caso, por exemplo. Este seria o caso de fazer direto, mas se fizer o gestor vai para a cadeia. Tem o caso do ex-Prefeito de Rondonópolis, da minha cidade, Adilton Sachetti, que precisava comprar remédio, mas não tinha dinheiro, e tinha dinheiro para fazer um baile, um baile que tinha vindo de emenda e tal. Ele pegou o dinheiro, não teve dúvida e comprou o remédio. Está respondendo aí a um inquérito no STF porque, segundo eles, ele fez o desvio do recurso.

    E aí os hebdomadários, que nem diz o Senador Collor, colocam em letras garrafais na manchete: Adilton Sachetti é processado no STF por desvio de dinheiro, desvio de recurso. Quem ler essa matéria vai pensar o quê? Que ele estava passando a mão nos recursos; não vai ver que estava querendo resolver um problema criado por esse sistema que nós temos hoje.

    Então, esse é um desafio imenso, Senador Cássio Cunha Lima, para que a gente possa salvar não só a vida do Patrick. Quantas vezes andou com a cadeira de rodas dele aqui? Mas e os tantos outros Patricks por este Brasil afora?

    E, fechando com o que falou o Senador Lasier Martins, é um assunto que diz respeito, principalmente, aos Estados exportadores. Nós esperamos que o Governo possa colocar uma proposta, porque ali, na comissão, ninguém está querendo fazer nada ao arrepio para depois ser vetado, mas a gente alerta também que não vamos ficar com o ônus de dizer que a Câmara se pronunciou e o Senado simplesmente não fez nada.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/05/2018 - Página 49