Discurso durante a 85ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentário sobre o recebimento de mensagens de militares da ativa e aposentados, reclamando da defasagem salarial que atinge a todos.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Comentário sobre o recebimento de mensagens de militares da ativa e aposentados, reclamando da defasagem salarial que atinge a todos.
Publicação
Publicação no DSF de 05/06/2018 - Página 43
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, CARTA, AUTORIA, POLICIAL MILITAR, APOSENTADO, ASSUNTO, RECLAMAÇÃO, DEFASAGEM, SALARIO.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Sem revisão do orador.) – Senador Reguffe, eu agradeço muito ao Senador Medeiros e sei que ele vai concordar inclusive com esse pequeno registro que faço, porque tem muito a ver com a função de origem. Você que era da Polícia Rodoviária, não é, Medeiros?

    Eu recebi, Medeiros e Reguffe, várias mensagens de militares da ativa como também de aposentados. Eles reclamam, e com razão, da defasagem salarial que atinge a todos.

    Uma dessas mensagens diz, resumidamente, Medeiros, o seguinte:

"Senador Paulo Paim, sou militar de carreira e quero chamar a sua atenção para o problema dos nossos salários [tanto da Polícia Rodoviária como do Exército, como da Marinha, como também da Aeronáutica]. Eles estão defasados há muito tempo...

Para se ter uma ideia, o nosso salário família é [veja bem o que eu vou dizer aqui] 16 centavos de reais por pessoa. Isso não paga nem o papel do contracheque...

Somos a carreira de estado mais mal remunerada, estamos 24 horas de prontidão". Fecha aspas.

    Ele é do Exército e me mandou esse documento. Eu lembrei a ele que falaria, sim. Ele, com todo o cuidado – ele falou por telefone comigo –, disse: "Senador, neste momento, você fala?". "Claro que eu falo. Você é um democrata. Eu sei que você defende a democracia e 16 centavos de auxílio-família é, de fato, um absurdo".

    Ao mesmo tempo que aqui eu falo em civil, falo em servidor público, falo em militar, falo de aposentado, falo de sem-teto, falo de sem-terra, é natural que eu fale também da situação que eles se encontram. Por isto, estou fazendo este registro, provavelmente, eles estão assistindo.

    Quero lembrar que, em 2015, a Comissão de Direitos Humanos do Senado, a meu pedido, por sugestão da Associação dos Militares da Reserva, Reformados e Pensionistas das Forças Armadas, pediu uma audiência pública. Realizamos uma audiência pública na qual já foi falado da situação dos salários das Forças Armadas, como também dos aposentados desse mesmo setor. Na ocasião, os representantes dos militares informaram que essa situação deles começou a se deteriorar progressivamente a partir da MP 2.215. Segundo eles, essa MP acabou com várias conquistas da categoria. Houve também, naquela audiência pública, a manifestação da Família Militar. Foi uma audiência, para mim, muito gostosa, muito prazerosa, porque eles defenderam lá a democracia, mas defenderam também que aqui, no Parlamento, nós temos que olhar para todos. E foi isso que nós fizemos lá. Inclusive, no dia – digo isto aqui com orgulho –, eu recebi uma placa com o título de "Amigo das Forças Armadas".

    Portanto, Sr. Presidente, creio ser justo e democrático o cenário que os militares da ativa e os aposentados estão mostrando à sociedade brasileira. Eles deixaram muito claro que são a favor da democracia, apenas estão, neste momento, reivindicando um salário justo, como esse absurdo de centavos da Bolsa Família.

    Este é o registro.

    Agradeço ao Senador Medeiros e também a V. Exª.

    O SR. PRESIDENTE (Reguffe. S/Partido - DF) – Obrigado, Senador Paulo Paim.

    Ao tempo em que convido para fazer uso da palavra o Senador José Medeiros, do Podemos, do Estado do Mato Grosso, apenas dizer, Senador Paulo Paim, que não é só isso. Os soldos hoje dos militares das Forças Armadas ele também é baixo, em comparação na série histórica. Nós temos aí os menores soldos, e isso também compartilho dessa insatisfação que há. Acho que é preciso que haja justiça. Hoje, na série histórica, inclusive comparado com outras áreas do Governo, sem dúvida nenhuma, os militares estão ganhando menos. Esse reconhecimento é preciso que se diga aqui.

    Eu sou filho de um oficial da Marinha já falecido, meu pai era oficial da Marinha, mas não apenas por isso. Trouxeram-me estudos e são dados reais. Infelizmente, hoje, os soldos são os menores na série histórica, comparados com outras áreas do governo, em valores muito inferiores ao que hoje outras áreas do Poder Executivo estão ganhando.

    É importante este registro.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Sr. Presidente, se V. Exª concordar, eu queria muito que o seu pronunciamento fosse incorporado ao meu, num único pronunciamento, já que há concordância total de nossa parte e, creio, também do Senador José Medeiros.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/06/2018 - Página 43