Discurso durante a 119ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Agradecimentos pelos votos recebidos e indicação das prioridades do próximo mandato de S. Exª.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Agradecimentos pelos votos recebidos e indicação das prioridades do próximo mandato de S. Exª.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2018 - Página 13
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • AGRADECIMENTO, VOTO, DESTINATARIO, ORADOR, ANUNCIO, PRIORIDADE, MANDATO PARLAMENTAR.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) – Senador Valadares, que preside esta sessão, hoje, eu venho à tribuna da mesma forma como fiz toda a minha campanha. Tive a preocupação de nunca atacar ninguém. Procurei, durante todo o período, mostrar o trabalho que fizemos aqui no Senado, os tantos projetos que aprovei com o apoio dos Senadores e das Senadoras. Mas, hoje, Sr. Presidente, nessa mesma linha, quero agradecer a cada brasileiro e a cada brasileira que, de uma forma ou de outra, mandava pelo Whatsapp ou telefonava – e muitos aqui do povo de Brasília também o fizeram – para o Rio Grande do Sul falando do meu trabalho e pedindo votos para os gaúchos e gaúchas.

    Agradeço, claro, de forma contundente e carinhosa, a todo o povo do Rio Grande do Sul, a todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram para que eu voltasse a esta Casa para fazer o que eu mais gosto: defender projetos, causas, elaborar leis que melhoram a vida das pessoas, de todos, seja do mais humilde, do empregado, do desempregado, seja do idoso, aposentado ou não, seja das mulheres, dos jovens, de negros, brancos, enfim, de todos.

    Meus sinceros agradecimentos a cada um dos 1.875.245 votos.

    Meu respeito aqui a todos os outros candidatos – e foram em torno de cinco que fizeram também mais de um milhão de votos, 1,2 milhão, 1,5 milhão, até 1,7 milhão – por uma campanha – eu digo –, entre aqueles que estavam efetivamente, disputando, de alto nível. Não tenho nenhuma crítica a fazer àqueles que estavam disputando, naquele momento, as duas vagas para o Senado.

    Quero lamentar, claro, por não ter conseguido o número de votos suficiente uma querida amiga minha que há oito anos também se dedicou à campanha para o Senado: Abigail Pereira.

    Não conseguiu a vaga, porém, com certeza, graças a você, Biga, e seus cerca de 1 milhão de votos, fortaleceu-se – porque era companheira de chapa – a nossa volta aqui para o Senado.

    Sabemos que a disputa lá foi acirrada. Sem o apoio e o trabalho de todos e de todas, da minha equipe e de muitos militantes anônimos – repito – do Brasil todo, mas principalmente do Rio Grande do Sul, eu não teria chegado aqui. Assim, faço aqui uma homenagem a todos que se dedicaram e acreditaram no nosso trabalho e na nossa luta em defesa não só do povo gaúcho, mas de todo o povo brasileiro.

    Agradeço aqui ao pessoal terceirizado da Casa, que, juntamente com outros servidores concursados, mandaram vídeos para que eu pudesse postar nas redes sociais e mostrar o depoimento deles sobre o trabalho realizado por nós nesta Casa.

    Deixo aqui meus sinceros agradecimentos. Sem vocês, gaúchos e gaúchas, brasileiros e brasileiras, eu não estaria, neste momento, aqui na tribuna fazendo este pronunciamento. Poderia estar fazendo outro pronunciamento. Eu sempre digo que o bom combatente é sempre preparado para a vitória e também para a derrota. Eu dizia também que fiz o bom combate – vencido ou vencedor, guardava os instrumentos de luta, mas ficava com a fé sempre em Deus.

    As eleições foram marcadas pelo voto de protesto, não tenham dúvida. A população brasileira deu um recado: não querem mais a política do dando que se recebe, não querem a política do atraso, não querem uma política arcaica e obsoleta, porque eles querem mudanças profundas. Não estou aqui falando desse ou daquele Senador ou Senadora. Eles querem mudanças nos partidos políticos. Muitos, eu tenho certeza que foram injustiçados, porque o povo se rebelou, na verdade, contra a prática da maioria dos partidos e a forma de fazer política no nosso País. O Senado renovou dois terços das suas 81 cadeiras; 32 Senadores buscaram a reeleição, só oito voltaram. Eu tenho certeza que muitos, muitos que fizeram sempre um belo trabalho não voltaram.

    Sr. Presidente, se considerarmos a Região Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, contabilizando dez Estados mais o DF, eu acabei sobrevivendo neste verdadeiro tsunami e acabei voltando. Enquanto o Norte reelegeu quatro e o Nordeste, três, é visível a divisão do País e a forma como os eleitores fizeram uma crítica dura aos partidos políticos. É preciso mudar, sim. É natural que tem que haver renovações. Reinventar e reciclar a política é fundamental para construir o que falamos há tempos: um verdadeiro projeto de Nação marcado por uma grande frente ampla pelo País.

    Minha profunda gratidão a duas mulheres que foram fundamentais nessa caminhada. Essas duas guerreiras me acompanharam dia e noite, debaixo de sol e de chuva, e mesmo com todas as dificuldades, elas estavam lá, me representando e me dando forças, porque no Estado do Rio Grande do Sul são 497 Municípios.

    Muitas vezes elas iam para um lado, de forma individual ou juntas, e eu ia para o outro lado do Estado.

    Faço aqui a homenagem à Cleonice Back, minha primeira suplente, e a Reginete Bispo, minha segunda suplente. A ambas, muito, muito obrigado!

    Uma, trabalhadora rural, pequena proprietária, Cleonice Back; e a Reginete, uma liderança do movimento social, do movimento negro da capital do Estado.

    Companheiros de caminhada, quero aqui também homenagear quem, infelizmente...

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... não chegou a se eleger, mas fez um milhão de votos. Trata-se do candidato a Governador Miguel Rossetto e de sua Vice, Ana Affonso. A ambos, muito obrigado!

    Sou muito grato, Senador Valadares, ao povo gaúcho por tudo, por tudo. Já fizemos muito. Mas digo e repito: ainda há muito por fazer. Vou continuar combatendo as injustiças, buscando dignidade às pessoas. É o horizonte a ser alcançado.

    Senhores e senhoras, lutarei, persistirei, pelos direitos do trabalhador e da trabalhadora do campo e da cidade, pela igualdade salarial entre homens e mulheres, e pelo fim da violência contra as mulheres, negros, índios, aposentados, pessoas com deficiência.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Continuarei, como sempre fiz, de forma republicana e democrática, a indicar minhas emendas, duas por cada mandato, a cada Município do Rio Grande, independentemente dos votos que recebi e da sigla partidária.

    Quero também dizer que vou manter, como sempre mantive, a minha emenda de Bancada toda para a educação, como fiz durante estes dois primeiros mandatos. Toda para a educação!

    Encaminhei cerca de R$100 milhões. Os governos liberaram R$23 milhões, mas foram R$23 milhões para a educação do Rio Grande do Sul, para a Uergs.

    Somos, Sr. Presidente, autores de centenas de projetos. Dezenas foram aprovados.

    Tenho orgulho – e falei durante toda a minha campanha – de leis como o Estatuto do Idoso...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... racial e social, do Estatuto da Juventude e do atual debate que travamos no mais alto nível com a relatoria do Estatuto da Adoção.

    Lutarei para revogar a reforma trabalhista e aprovar a nova CLT, projeto já apresentado por nós.

    Lutaremos para que a reforma da previdência seja arquivada definitivamente. Não podemos deixar que essa proposta cruel contra o nosso povo, que vai tirar o direito de se aposentar, seja aprovada.

    A Emenda nº 95 deve ser revogada. Temos de trabalhar para assegurar uma solução viável para a dívida do Rio Grande do Sul.

    Apresentei ainda em 2015 um projeto que resolve essa questão. Fizemos um empréstimo de R$9 bilhões, pagamos R$30 bilhões, devemos R$60 bilhões.

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Se você atualizar essa dívida pela inflação, você vai ver que quem deve para o Estado é a União.

    Termino dizendo, Sr. Presidente: tudo que faço vem do fundo da minha alma. Meu trabalho é a minha vida, como eu falei durante toda a campanha. Essa caminhada sempre teve um propósito: melhorar a vida das pessoas.

    Neste momento tão importante das nossas vidas, peço que reflitam e pensem quem de fato merece o voto. Acredito que Fernando Haddad é, sem dúvida, o quadro mais preparado para assumir a Presidência da República.

    Cada segmento escolherá o seu candidato. Independentemente de crenças e ideias, o mais importante é unir todo nosso povo, trazer de volta a esperança de construir...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Trazer de volta a esperança de construir um Brasil melhor para todos, com justiça, com igualdade, com liberdade. Que prevaleça o verbo esperançar – ter esperança e fazer acontecer – e que seja respeitada a decisão das urnas.

    Por isso, peço a todos: não à violência. Vamos ver os debates. Teremos agora seis debates entre os dois candidatos. Vamos assistir, ver, acompanhar e decidir. Cada um deve votar com a sua consciência. Eu aqui já disse que voto em Fernando Haddad e farei campanha para ele.

    Sr. Presidente, é esse o resumo que faço. Digo, com muito carinho, Senador Valadares, que V. Exa. foi um grande Senador, assim como a Senadora Vanessa e o Senador Capiberibe, que estão aqui.

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Se eu estivesse nos seus Estados, não tenham dúvida de que eu, como não poderia votar nos três que se encontram aqui, com certeza, daria depoimento dizendo os grandes homens públicos que vocês três são, mas que infelizmente não voltaram.

    Um abraço.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2018 - Página 13