Discurso durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Celebração dos 30 anos da Confederação dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh).

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Celebração dos 30 anos da Confederação dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh).
Publicação
Publicação no DSF de 28/11/2018 - Página 24
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • REGISTRO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CONFEDERAÇÃO, TRABALHADOR, AREA, TURISMO, LOCALIZAÇÃO, BRASILIA (DF), COMENTARIO, DISCURSO, REALIZAÇÃO, ORADOR, ASSUNTO, IMPORTANCIA, SERVIÇOS TURISTICOS, DESENVOLVIMENTO, ECONOMIA, BRASIL.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar.) – Presidente João Alberto, no dia de ontem, eu estive em Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná, participando, como convidado, de um evento que lembrou os 30 anos da Confederação dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh).

    Estive lá a convite do Presidente dessa entidade, o Sr. Moacyr Roberto Tesch. Em torno de 300 pessoas estavam presentes, autoridades de todas as áreas – Município, Estado e da União –, e pediram que eu falasse um pouco sobre a conjuntura, como está o Congresso, como está a reforma da previdência, para onde vai o mundo do trabalho, teremos ou não teremos Ministério do Trabalho, teremos Ministério do Meio Ambiente, como ficam as políticas de direitos humanos, como fica a área da educação, como ficam ou não ficam as privatizações. Enfim, Sr. Presidente, estive lá com muita alegria, porque a Contratuh é uma das confederações que muito bem representa os trabalhadores do Brasil, de uma forma combativa, corajosa, responsável, aguerrida. São 30 anos de atuação com muito respeito de toda a categoria.

    A Contratuh foi fundada em 26 de novembro de 1988. Sediada em Brasília, a entidade representa 4 milhões de trabalhadores do segmento de turismo e hospitalidade. Em seu quadro de entidades filiadas estão 30 federações, 300 sindicatos distribuídos por todo o território brasileiro.

    Quero aqui ressaltar o trabalho do Presidente da entidade, que é uma liderança incontestável desses trabalhadores, o Sr. Moacyr Roberto, que, ontem, numa postura de grandeza, saiu da Presidência – ele, que é diretor também da Nova Central – e passou para o cargo de Vice-Presidente, permitindo que outro líder assumisse a presidência da entidade.

    Sr. Presidente, eu quero aqui valorizar o setor do turismo e também hospitalidade.

    Estava lá o representante do Ministro atual da área do turismo e, conversando com ele, ficou clara para mim a importância do turismo como forma de recuperação da economia e geração de empregos.

    Lá mesmo, naquela bela cidade, eu tive a satisfação de ficar ali, no marco principal dos três países: Paraguai, Argentina e Brasil. Assisti a um espetáculo dos três países juntos, mostrando uma unidade e o compromisso com o desenvolvimento do turismo naquela região.

    Sr. Presidente, num país como o nosso, com 8 milhões de quilômetros quadrados de belezas naturais e infraestrutura em grandes cidades, qualificação profissional e respeito ao trabalhador do turismo e hospitalidade são essenciais, porque eles é que fazem a ponte com os milhões de turistas que chegam no Brasil.

    O Brasil não explora nem as belezas do Rio Grande, não por eu ser gaúcho – dos pampas gaúchos, do minuano, dos rios, das fazendas, da tradição –, como não explora corretamente a beleza das nossas praias. Eu poderia me referir às dos mais diversos Estados, inclusive do seu. Como não explora a história de nós outros, construída desde que aqui chegamos, em 1500. E é uma história bonita.

    E lá eu vi muita gente falando, Sr. Presidente, da importância do turismo, que pode ser uma grande fonte geradora de emprego e rendas para o nosso País.

    Eu sempre digo que todos têm a ganhar com o investimento numa mão de obra qualificada. Estou olhando aqui para trabalhadores e trabalhadoras empreendedores da área do turismo. Investir no funcionário, no empresário e no turista, que sempre vai voltar e falar bem do nosso País. Há que haver uma caminhada, como a gente diz, irmanada – o caminho a gente faz caminhando, diz o poeta –, daqueles que investem no setor, valorizando os seus trabalhadores.

    A Contratuh está na vanguarda dessa preocupação, pois entende que seu papel extrapola simplesmente obrigações de representatividade, mas visa à qualidade de vida de toda a sociedade, dos turistas, dos migrantes, dos imigrantes, dos empregadores e dos empregados. Essa posição, que lá percebi com muita clareza, de responsabilidade social, numa visão macro e que coloca a população em primeiro lugar, mostra a seriedade dessa confederação.

    Sr. Presidente, na ocasião recebi um troféu, como a gente diz, um mimo, pelo reconhecimento do trabalho do nosso mandato – que não é só meu –, em prol dos trabalhadores de todas as áreas, e não somente, como eles disseram, do turismo e hospitalidade. Das pessoas com deficiência, do idoso, dos aposentados, dos assalariados, dos micro, médios e também grandes empreendedores, porque aqui dialogamos com todos.

    Destaco que, nessa celebração, foi lançado um livro alusivo aos 30 anos da Contratuh. E eu lembrava, na minha fala: 30 anos da Contratuh, 30 anos da nossa Constituição.

    Acompanhei o crescimento da Contratuh e ajudei a escrever a Constituição, junto com tantos outros Parlamentares, embora poucos ainda estejam na vida pública.

    Recebemos também lá o representante dos Correios, essa estatal à qual eu tenho o maior respeito e que leva as nossas informações para o mundo, de uma forma muito competente. E eles apresentaram um selo dos 30 anos da Contratuh, como também fizeram os 30 anos do trabalho da Assembleia Nacional Constituinte, que é a Constituição cidadã, liderada, nunca esqueço, por Ulysses Guimarães.

    A inauguração da marca filatélica que marca o início da utilização dos selos foi feita por mim, a convite do presidente da entidade, e também pelo Presidente da Contratuh, Sr. Moacyr Roberto, e pelo Vice Presidente da Confederação, Wilson Pereira, que também preside a Federação de Empregados em Turismo e Hospitalidade do Estado do Paraná (Fethepar), mais uma marca que mostra a importância da Contratuh, e nada mais emblemático do que uma confederação que roda este País, defendendo toda a nossa gente, repito, empregados, empregadores, trabalhadores do turismo e hospitalidade.

    Essa emblemática mensagem, que passa a fazer parte de correspondências do Brasil pelo mundo, via nossos Correios, o selo foi carimbado e assinado não somente por mim, mas também pelas lideranças sindicais, lideranças do Município, do Estado e da União, que estavam lá presentes. E esse selo fará parte do acervo do museu dos Correios.

    Assim, termino dizendo, Sr. Presidente, que o Presidente da Contratuh, Moacyr Roberto Tesch, está passando o bastão da entidade para o seu Vice-Presidente, Wilson Pereira, que me acompanhou durante o período em que eu estive lá, e também o Presidente, ali da cidade e o assessor, que me mostrou os pontos turísticos de Foz do Iguaçu. É inegável que as cataratas, o Parque das Aves... E assim fomos andando pela região.

    Mas quero dizer que o Wilson Pereira assume o cargo a partir do dia 1º de janeiro de 2019. Meus cumprimentos também ao Luiz, dirigente sindical da cidade, que foi quem me acompanhou e foi me inteirando da fonte de turismo que é aquela região.

    Termino, Sr. Presidente, desejando muito boa sorte ao próximo Presidente da Contratuh, que, eu tenho certeza, fará um grande trabalho.

    Eu disse a eles que podem contar sempre comigo, como sempre contaram, independentemente da marca de que a Contratuh pertence à central. Eu tenho uma relação com todas as centrais, todas – nesse caso, é a Nova Central –, e me orgulho de ter recebido sempre o apoio de todas as centrais. Em cada embate que faço, seja nas peleias do dia a dia, aqui ou lá fora, ou mesmo nas campanhas eleitorais... E não são ajudas financeiras; são ajudas políticas, daqueles que acompanham o nosso trabalho aqui no Congresso.

    Termino, Sr. Presidente, lembrando – e eu lembrei lá –, que eu tenho 32 anos de Parlamento. Entrei na Constituinte e nunca sai. São quatro mandatos de Deputado Federal, e agora vou para o terceiro mandato como Senador. E, durante todo esse período...

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... Eu fiquei sempre fiel às causas. Nunca mudei o meu eixo de atuação e do que defendo, em qualquer lugar em que vou, seja nos 27 Estados – eu sempre falo 27. São 26 mais o DF – do nosso País, ou quando mesmo nas poucas vezes em que fui ao exterior... Mas, quando fui, foi para uma atividade de Martin Luther King, nos Estados Unidos – ele já tinha falecido, claro. Outra vez, fui à África do Sul, em nome do Congresso, com mais seis Parlamentares, exigir a libertação de Nelson Mandela.

    Outra vez, estive na Nicarágua, numa missão de paz, para onde foram empresários, padres, pastores de diversas religiões...

(Soa a campainha.)

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... buscando o entendimento, para que não acontecesse lá um massacre.

    Quando estive aqui, mesmo no Uruguai, no Paraguai e na Argentina, o fiz na busca pela liberdade de Lilián Celiberti e Universindo Díaz, que haviam sido raptados aqui no Brasil e tinham desaparecido naquele círculo que envolvia esses três Estados.

    Confesso que fui somente uma vez a Genebra. E por que uma vez só? Não consegui entender bem o que que tantas missões fazem lá em Genebra, porque eu entrei lá como saí.

    E preferi, então, não fazer mais comentários, mas analiso friamente a importância da OIT, que tem que se reciclar também, assim como o encontro de Genebra, porque se não se reciclarem... Entendo, e o movimento sindical entende, que têm que se reciclar...

(Interrupção do som.)

    O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. Bloco Maioria/MDB - MA) – Para concluir.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Para concluir, Sr. Presidente.

    Falo às centrais, federações, confederações, como também aos partidos políticos: têm que se reciclar, reavaliar a forma de fazer política. É inegável.

    E lá eu falei tudo isso, que o que houve, aqui no Brasil, de uma forma ou de outra, foi o alerta de que a população não aceita mais a forma como nós todos, nós outros – porque nós todos pertencemos a um partido político – estamos fazendo a política neste País.

    Termino, Sr. Presidente, se V. Exa. me permitir, só dizendo que, apesar disso tudo, eu sou um otimista, porque sempre digo que o pessimista é um derrotado por antecipação.

    Este País tem que dar certo.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/11/2018 - Página 24