Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação contra a ditadura e citação a Rui Barbosa: a pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário, pois contra ela não há a quem recorrer.

Críticas ao Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PODER JUDICIARIO:
  • Manifestação contra a ditadura e citação a Rui Barbosa: a pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário, pois contra ela não há a quem recorrer.
PODER JUDICIARIO:
  • Críticas ao Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
Publicação
Publicação no DSF de 20/03/2019 - Página 55
Assunto
Outros > PODER JUDICIARIO
Indexação
  • MANIFESTAÇÃO, REPUDIO, DITADURA, CITAÇÃO, RUI BARBOSA, ADVOGADO, DIPLOMATA, JURISTA, REFERENCIA, AUTORITARISMO, PODER, JUDICIARIO.
  • CRITICA, GILMAR MENDES, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Pela ordem, Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Davi Alcolumbre. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - AP) – Faço das suas palavras, Senador Lucas Barreto, as minhas. Hoje, o nosso padroeiro e a nossa cidade estão em festa – nosso padroeiro São José –, e é com muita honra que o Senado da República recebe, sob a liderança do Presidente da Câmara de Vereadores de Macapá, Vereador Ruzivan... E eu queria registrar a presença dos Vereadores da cidade de Macapá no Plenário, nas galerias, na tribuna de honra do Senado da República, e, em nome dos Vereadores Ruzivan, Auciney, Rayfran, abraçar a Câmara de Vereadores de Macapá.

    Sejam muito bem-vindos!

    Senador Kajuru.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO. Pela ordem.) – Obrigado, Presidente.

    Senhoras e senhores, Brasil Pátria amada: diante, aqui, de Rui Barbosa, eu vou parafraseá-lo: a pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário, pois contra ela não há a quem recorrer.

    Digo isso porque há aqueles que não entenderam...

    O SR. PRESIDENTE (Davi Alcolumbre. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - AP) – Senador Kajuru, V. Exa...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Pois não.

    O SR. PRESIDENTE (Davi Alcolumbre. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - AP) – ... me perdoe; eu gostaria de pedir...

    Eu acho que todas as semanas, presidindo o Senado da República...

(Soa a campainha.)

    O SR. PRESIDENTE (Davi Alcolumbre. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - AP) – ... eu faço menção em relação às conversas paralelas na lateral do Senado.

    Eu gostaria de pedir aos assessores: está impossível a Mesa do Senado da República ouvir as manifestações dos Senadores quando dos seus pronunciamentos.

    Eu, que estou aqui em cima, estou vendo o Plenário do Senado: eu acho que há 200 pessoas aqui, dentro do Plenário do Senado da República. Os Senadores não conseguem ser assessorados pelos seus consultores, as conversas paralelas atrapalham o desenrolar da sessão plenária, e eu queria pedir, encarecidamente, para os convidados, para os assessores...

    Eu tenho um pleito da Bancada de Santa Catarina, para nós fazermos uma separação da última fileira do Plenário do Senado da República, porque é impossível os Senadores trabalharem com as conversas paralelas ali, no paredão do fundo do Plenário do Senado. Eu confesso que estou relutando muito em tomar essa providência, mas, a cada semana que passa, eu vejo, Senador Jorginho – que foi V. Exa., junto com a Bancada de Santa Catarina e com todos os Senadores que sentam na última fileira, assim como a Bancada de Roraima, assim como a Bancada de Tocantins, assim como a Bancada de São Paulo, assim como a Bancada de Pernambuco; toda semana eu sou questionado/solicitado para fazer um paredão de acrílico no fundo do Plenário do Senado. Eu acho que o Senado não merece essa obra, e eu queria pedir novamente aos Senadores e assessores, especialmente aos convidados: é impossível ouvir as manifestações dos Senadores na sessão plenária.

    Perdoe-me, Senador Kajuru, mas estou ajudando V. Exa., porque eu não estava conseguindo, aqui, a cinco, três metros de V. Exa., ouvir o pronunciamento de V. Exa.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu, pelo contrário, o cumprimento por mais esse ato de sensatez, Presidente.

    Então, volto ao início.

    Pátria amada, lembrando aqui, frente à Rui Barbosa: A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário, pois contra ela não há a quem recorrer.

    Por que digo isso? Em função da repercussão, no Brasil, de meus comentários sobre alguns integrantes do Supremo Tribunal Federal, porque é evidente que eu jamais generalizo nada na vida. Ali eu respeito cinco, seis, e não respeito outros. O principal deles, que não respeito de forma alguma, simplesmente, na última votação, disparou contra um Procurador digno da Operação Lava Jato o seguinte adjetivo, chamando-o de gangster.

    Eu falo de Gilmar Mendes. Eu dou nome. Gilmar Mendes o chamou de gangster. Então, eu, representando não só esse Procurador como que também o Delegado Alessandro Vieira, Senador que eu respeito, que foi chamado por ele de desqualificado, eu devolvi, em nome dos dois e da Nação brasileira, o que todos nós pensamos de Gilmar Mendes, Ministro do Supremo Tribunal Federal.

    Aliás, se Nelson Rodrigues fosse vivo, ele hoje mudaria a frase que "toda unanimidade é burra". Ele diria: Toda unanimidade é burra, exceto ao pensamento unânime que o Brasil tem sobre Gilmar Mendes. Nelson Rodrigues mudaria a frase.

    Então, o que eu fiz, para concluir, Sr. Presidente? Eu devolvi. Ou seja, foi a reciprocidade de adjetivos contra essa figura nefasta, soez e vulpina.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/03/2019 - Página 55