Discurso durante a 49ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações acerca de audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Elogio ao Governo Bolsonaro por eliminar o uso de alguns pronomes de tratamento em comunicações de órgãos federais.

Convite aos senadores para conhecerem o centro diabético de Goiás, criado por S. Exª.

Destaque para a importância de se preservar a infraestrutura da recém-leiloada Ferrovia Norte-Sul.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Considerações acerca de audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Elogio ao Governo Bolsonaro por eliminar o uso de alguns pronomes de tratamento em comunicações de órgãos federais.
SAUDE:
  • Convite aos senadores para conhecerem o centro diabético de Goiás, criado por S. Exª.
TRANSPORTE:
  • Destaque para a importância de se preservar a infraestrutura da recém-leiloada Ferrovia Norte-Sul.
Publicação
Publicação no DSF de 13/04/2019 - Página 6
Assuntos
Outros > GOVERNO FEDERAL
Outros > SAUDE
Outros > TRANSPORTE
Indexação
  • COMENTARIO, AUDIENCIA PUBLICA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA ECONOMIA, PAULO GUEDES, ELOGIO, GOVERNO FEDERAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA, JAIR BOLSONARO, ELIMINAÇÃO, UTILIZAÇÃO, LINGUAGEM, CORRESPONDENCIA, TRATAMENTO, COMUNICAÇÕES, ORGÃO PUBLICO.
  • CONVITE, SENADOR, VISITA, CENTRO DE SAUDE, PESSOAS, DIABETES, ESTADO DE GOIAS (GO), CRIAÇÃO, ORADOR.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, PRESERVAÇÃO, INFRAESTRUTURA, FERROVIA, LEILÃO.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO. Para discursar.) – Excelências, minhas únicas, brasileiros e brasileiras, aqui fala Jorge Kajuru, seu empregado público do Senado Federal da República, eleito orgulhosamente pelo Estado de Goiás, a quem tenho gratidão eterna.

    Meu CPF é 218.405.711-87, é meu único patrimônio.

    Pátria amada, meus únicos patrões, inicio me dirigindo ao exemplo deste Distrito Federal e desta Casa e amigo, Presidente da sessão, todos os dias atuante, Senador Izalci Lucas, homem de responsabilidade para todas as pautas deste País, em especial a educação.

    Senador Izalci, faço aqui, oficialmente, um convite a V. Sa. Aliás, aproveitando o "V. Sa.", eu quero agradecer ao Ministro Paulo Guedes e também a compreensão do Presidente da República Jair Bolsonaro, porque, na semana retrasada, eu tive uma audiência de uma hora e meia com o Ministro Paulo Guedes e comentei com ele... Não sei se o Presidente está lembrado – estava na Presidência aqui desta sessão – quando eu aqui na tribuna comuniquei como foi a nossa conversa. Ele nem tocou em reforma da previdência, a conversa foi sobre socorrer o Estado de Goiás, desesperado, sem condições de pagar nem a folha de dezembro do ano passado. E, sabendo ele, o Ministro Paulo Guedes, da honestidade, da integridade do homem público Ronaldo Caiado, em desespero nessa situação, sofrendo, ele garantiu a mim dizendo que seria por consideração a mim e também por respeito ao homem que ele também acha ser honesto e digno, Ronaldo Caiado, hoje Governador de Goiás, que o primeiro comboio – é expressão que ele usa, o Ministro Paulo Guedes: "Kajuru, o primeiro comboio, o primeiro recurso, vai para o Estado de Goiás, para que o Caiado arrume a Casa".

    E, daí, conversamos outros assuntos do País. Ele falou sobre gás, sobre energia, sobre os planos que tem pós-reforma da previdência, reconheceu erros na reforma, especialmente em relação aos trabalhadores rurais, ao BPC. Enfim, foi uma conversa muito boa, Presidente Izalci. E falamos da família dele, porque tenho amigos dentro da família dele – a cunhada, Cláudia; o concunhado, Nazareno –, tenho profunda admiração por sua esposa, Maria Cristina. E gosto do Ministro Paulo. Paulo é inteligente, bem-humorado.

    Aí eu brinquei com ele, Presidente Izalci, falei: "Dê uma sugestão ao Presidente Bolsonaro para a gente parar com essa bobagem de 'V. Exa.'". E lembrei o primeiro Presidente americano, George Washington, que, quando perguntado por seus assessores como ele deveria ser chamado, disse: "Mr. President", ou seja, "Sr. Presidente". E assim, nos Estados Unidos, até hoje, um se refere ao outro dessa forma. Eu me refiro: "amigo", "amiga", "Sr. Presidente", "Sra. Senadora", "Sr. Senador". E eu dei esse "conselho", entre aspas – quem sou eu para dar conselho ao Ministro Paulo Guedes? Ele achou formidável. Ele falou: "Kajuru, é exatamente como eu quero e vou falar isso para o Presidente".

    E ontem, oficialmente, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, inaugurou essa nova forma, ou seja, no Governo do Bolsonaro não há mais essa história de "V. Exa.". Tomara que aqui no Senado também todos e todas sigam essa minha humilde sugestão que eu dei ao Ministro Paulo Guedes e que ele deu ao Presidente Bolsonaro, e o Presidente acabou aceitando.

    Então, eu queria convidá-lo – em especial, o Senador Izalci Lucas; em especial, a Senadora Simone Tebet, que já aceitou, e espero que V. Sa. também aceite –, depois da Páscoa, numa sexta-feira – para nós é aqui perto, de Brasília a Goiânia, nós dois podemos ir de carro; e a Senadora, que é de Mato Grosso do Sul, vai como quiser –, para que vocês conheçam as condições, as instalações de algo que poderá ser modelo para todo o Brasil, que é o centro diabético de Goiás, criado por mim, um projeto como Vereador, aprovado, por unanimidade, na Câmara Municipal de Goiânia, 35 votos, e que, graças a Deus, funciona desde 27 de junho do ano passado e atende mais de mil diabéticos por dia. Lá há quatro podólogos, dez médicos à disposição. Há tratamento para tudo. Podólogo: no caso de unha encravada, o diabético pode ter que amputar o pé. Há também nutrição. Leva o nome de minha mãe, D. Zezé, falecida por diabetes. Pode ser modelo.

    E hoje deve estar a caminho o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com toda a sua equipe do Ministério, o Presidente do Conselho Nacional de Saúde, a Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, todas essas autoridades, com o Governador Ronaldo Caiado, que é também um defensor dessa causa da praga silenciosa, da doença que mais mata no País e no mundo, a diabetes – AVC e hipertensão estão na frente dela, mas essas duas são provocadas também pelo diabetes.

    Então, eles vão estar, às 2h da tarde, em Goiânia, na Av. Anhanguera, esquina com a Alameda das Rosas. E lá o Ministro da Saúde vai tomar uma decisão, pelo Governo Bolsonaro, se realmente o centro diabético de Goiás, criado por mim orgulhosamente, poderá ser, Presidente Izalci Lucas, modelo, referência para todo o Brasil. E aí haverá, em cada capital brasileira, um centro diabético nas mesmas condições, com as mesmas instalações moderníssimas do centro diabético de Goiás.

    E aí, então, representando o Senado, eu gostaria muito de convidar o Presidente desta sessão, Senador Izalci Lucas – já convidei a Senadora Simone Tebet, que aceitou –, e lá da Câmara Federal, eu estou convidando o Presidente Rodrigo Maia e o Deputado Federal Júlio Delgado. Então, dois companheiros da Câmara, dois companheiros do Senado para, na outra sexta, depois da Páscoa, os senhores e as senhoras, no caso da Simone, conhecerem esse centro diabético e darem, evidentemente de forma independente, como o são, suas opiniões se lá realmente pode ser um modelo para todo o Brasil.

    Eu quero pedir à Pátria amada a licença de entrar aí nas suas casas, onde estiverem, e agradeço a permissão, via TV Senado, via Rádio Senado, e fugir um pouco, Presidente Izalci, ao tripé da saúde, da educação, sua maior paixão, e do meio ambiente – o tripé de meu Gabinete 16, a que tenho me dedicado com especial interesse. Hoje faço aqui considerações importantes sobre uma outra vertente do desenvolvimento brasileiro: os modais de transporte no Brasil, concentrando-me especialmente na importância da malha ferroviária brasileira – e sei que também é pauta de seu gabinete, amigo e Sr. Senador Izalci.

    Eu fiz essa opção de falar sobre o assunto hoje, 12 de abril de 2019, despertado pelas manchetes dos meios de comunicação sobre o leilão, vencido pela empresa Rumo, da Ferrovia Norte-Sul, com o estratosférico lance de R$2,7 bilhões, com ágio de 100,92%. A Rumo superou proposta da VLI, empresa do Grupo Vale, e vai operar trecho central da ferrovia por 30 anos. Esse trecho percorre 1.537 quilômetros e vai de Porto Nacional, no Tocantins, a Estrela d'Oeste, em São Paulo.

    Como Juscelino Kubitschek, criador de nossa Brasília, ex-Presidente, mineiro, que, deste Planalto Central, vislumbrou o amanhã deste grande País, todos nós aqui nesta Casa temos a responsabilidade das grandes oportunidades de fazermos um Brasil grande para nós e para as gerações que vão nos suceder.

    O Estado brasileiro projetou a Ferrovia Norte-Sul para promover a integração nacional, diminuindo os custos de transporte de longa distância e interligando as Regiões Norte e Nordeste às Regiões Sul e Sudeste, passando, então, estimado Izalci, pelo nosso Centro-Oeste.

    Não podemos nos esquecer do impacto socioeconômico da nova ferrovia em termos de desenvolvimento regional do Norte e do nosso Centro-Oeste. Certamente haverá grande movimentação de pessoas em direção às cidades beneficiadas pelo traçado da ferrovia, atraídas pelas ofertas de emprego que serão criadas ao longo desta verdadeira espinha dorsal do desenvolvimento econômico e social que será a Ferrovia Norte-Sul, por que tanto lutei aqui como Parlamentar goiano, junto com a bancada de Goiás, expressiva por sinal.

    O fluxo migratório exigirá melhores condições de moradia, de transporte, de educação e de saúde para estes contingentes de pessoas que estão vindo para as cidades estrategicamente localizadas. Teremos novos desafios ambientais que demandarão atuação efetiva dos Municípios e dos Estados envolvidos.

    Os jornais têm abordado o traçado da ferrovia, que corta bairros residenciais apenas nas cidades de Anápolis e também de Aguiarnópolis, configurando uma situação urbana até então desconhecida pela Administração – Administração municipal, que fique claro. Esse tipo de desafio será uma constante a partir de agora.

    Para melhor, Presidente Izalci Lucas, enfrentar esses desafios, precisaremos de mais recursos para os Municípios beneficiados pelo traçado da ferrovia e, nem de longe menos importante, aprimoramentos administrativos para a boa gestão desses recursos.

    O senhor é um exemplo de gestor, sabe, então, que isso equivale a dizer que precisaremos de expertise pública e privada para o desenvolvimento e a implementação de soluções inovadoras e criativas para problemas até então desconhecidos. Grandes desafios são colocados também ao planejamento urbano de saneamento, de transportes públicos, de abastecimento e de provisão de serviços de diversão e cultura.

    Como é do meu feitio e com a responsabilidade que os meus eleitores me confiaram, vou olhar com lupa – com lupa – cada passo dos planos traçados por esta gigantesca operação, a Ferrovia Norte-Sul.

    É o primeiro leilão de ferrovias em mais de dez anos no Brasil, Senador Izalci, o senhor sabe. A Rumo, empresa vencedora, tem dois anos para fazer a ferrovia operar. A demanda de carga a ser transportada pela ferrovia, em 2020, no ano que vem, é de 1,7 milhão de toneladas. Em 2055, esse volume deverá chegar a 22,7 milhões de toneladas. É o escoamento adequado, mais econômico, das riquezas produzidas pelo País.

    Então, Sr. Senador Izalci, Presidente desta sessão, meu amigo, minha referência, convido todos os demais Senadores, as nossas queridas Senadoras, a Câmara Federal, os Deputados Federais de todos os Estados percorridos por esta Ferrovia Norte-Sul a estarmos juntos, afinal, são os interesses do povo brasileiro que estão e estarão em jogo.

    É o meu motivo de usar esta tribuna, como todo dia, para este tema, Presidente Izalci. E reforço aqui o convite.

    Eu lhe peço perdão, porque sempre fico na sessão ouvindo o pronunciamento de cada colega e aprendendo. Sou o primeiro ou o segundo a chegar, junto com o senhor ou junto com o Senador Paulo Paim, que hoje está em Minas Gerais realizando palestra sobre a reforma da previdência. Faço questão de comparecer. Nem no telefone celular eu fico. Tenho atenção ao pronunciamento de todos os colegas.

    Mas hoje, porque vou de carro, o que dá uma hora e cinquenta de tempo, eu vou sair agora, correndo, para chegar em tempo, pois, às 2h da tarde em ponto, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, qualificadíssimo, preparado, sensível, sensato, com toda a sua equipe, com o Conselho Nacional da Saúde, com a Sociedade Brasileira de Diabetes, como eu disse no início, vão estar em Goiânia, na minha querida Goiânia. E eu tenho que estar lá, porque eu sou o criador deste primeiro centro diabético do Brasil, que poderá ser um modelo para todas as capitais do País. Tomara, Deus! À unanimidade, a aprovação aqui no Senado já ocorreu, e agora esperamos que a Câmara, através do Presidente Rodrigo Maia, seja sensata e sensível para esta causa do diabetes e que a Câmara aprove, para que já o Presidente Bolsonaro sancione este projeto de lei, que dará atendimento via SUS a todos os diabéticos e diabéticas deste País, que são quase 30 milhões entre aqueles que são e aqueles que ainda não sabem que são. Como disse o Paulo Paim aqui: "Kajuru, eu fui ao médico e falei para ele que eu era pré-diabético". Aí o médico falou: "Não existe pré-diabético. Isso é igual a ligeiramente grávida. Então, Sr. Senador gaúcho Paulo Paim, o senhor é diabético". E ele está cuidando, graças a Deus!

    Então, são quase 30 milhões. Este é o meu sonho. Eu sou diabético, perdi a visão pelo diabetes, por deslocamento de retina. Eu só possuo 3% em meu olho esquerdo; o direito é prótese. Daí, colegas, funcionários do Senado, quando me cumprimentam por este olho aqui, Presidente, eu não enxergo. Aí a pessoa me dá a mão e eu não vi. Aí parece que o Kajuru é mascarado, mas é porque eu não vi. Então, quem quiser cumprimentar o Kajuru olhe para o olho esquerdo dele. Com este aqui eu consigo ver, com estes óculos aqui do Dr. Hilton Medeiros, que é um médico conhecido aqui de todo o Senado, é um oftalmo referência no mundo inteiro. O Dr. Hilton Medeiros conseguiu essa visão para perto, mas para ler com letras garrafais, tamanho 36, os meus pronunciamentos.

    Enfim, um ótimo final de semana, com luz, com saúde, com paz a toda a Pátria amada, a todos aqui neste Senado e no Congresso Nacional...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – ... e especialmente, como eu sempre desejo, um Brasil mais justo, mais amoroso porque é o que quer o meu coração.

    Agradecidíssimo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/04/2019 - Página 6