Discurso durante a 85ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem a Dom Walmor Oliveira, novo Presidente da CNBB.

Autor
Chico Rodrigues (DEM - Democratas/RR)
Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Homenagem a Dom Walmor Oliveira, novo Presidente da CNBB.
Publicação
Publicação no DSF de 31/05/2019 - Página 18
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, LIDER, IGREJA CATOLICA, PRESIDENTE, CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB).

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, gostaria hoje, aqui, de prestar uma homenagem a Dom Walmor Oliveira, novo Presidente da CNBB.

    A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) empossou nova diretoria recentemente, em 6 de maio, e eu não poderia deixar de dizer algumas palavras sobre o novo Presidente, Dom Walmor Oliveira.

    É uma alegria saber que está à frente dessa fundamental instituição um homem de primorosa formação religiosa, que contribui ativa e substancialmente para o crescimento e consolidação da fé católica em nosso País.

    Desde menino, recebeu dos pais as primeiras noções dos valores cristãos. Viu brotar e frutificar seu desejo de dedicar a vida à missão de anunciar o evangelho ainda muito jovem, na pequena cidade de Cocos, no interior da Bahia.

    Após concluir os primeiros estudos em terras baianas, partiu para as Minas Gerais, sua terra, onde cursou Filosofia, na Faculdade Dom Bosco de São João dei Rei, e Teologia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio de Juiz de Fora, ainda na década de 1970. Seria reitor do mesmo Seminário alguns anos mais tarde! Nessa época, conciliava as aulas com as atividades de pároco, primeiro na Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Benfíca e, depois, na Paróquia do Bom Pastor, em São João e Juiz de Fora, respectivamente. Foi também coordenador da Região Pastoral Nossa Senhora de Lourdes, coordenador Arquidiocesano da Pastoral Vocacional e reitor do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio.

    Mas a sede de conhecer a palavra de Deus nunca se pode saciar completamente! Dom Walmor viajou a Roma para estar mais perto da santa sede e poder dedicar-se ao mestrado em Ciências Bíblicas no Pontifício Instituto Bíblico. Na Pontifícia Universidade Gregoriana, também em Roma, conquistou o título de Doutor em Teologia Bíblica, já em meados dos anos 80.

    De volta ao Brasil, não poderia guardar para si todo o conhecimento adquirido. Dedicou boa parte do seu tempo ao mundo acadêmico. Foi professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Pontifícia Universidade Católica, em Belo Horizonte, e do curso de Mestrado em Teologia da PUC, no Rio de Janeiro, um pouco mais tarde, nos anos 90.

    Participou ativamente, durante seis anos, do trabalho de tradução da nova Bíblia oficial, cujo lançamento, em dezembro de 2018, coroou um esforço de 2,5 décadas. O texto atualizado se baseia nos originais hebraicos, aramaicos e gregos, comparados com a Nova Vulgata – a tradução oficial católica do latim.

    Por um período, voltou à Bahia, Estado que o viu nascer. Foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador pelo Papa João Paulo II e, alguns anos mais tarde, Bispo da mesma Arquidiocese, pela imposição das mãos do Cardeal D. Frei Lucas Moreira Neves, no dia 10 de maio de 1998.

    Durante sua estada na capital baiana, dedicou-se, com excepcional empenho, a promover a qualificação e formação de padres e diáconos.

    Voltou para Minas, já em 2004, onde foi nomeado Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, também pelo Santo Padre João Paulo II.

    Com inesgotável disposição para servir a Deus e realizar sua obra na terra, construiu um currículo tão extenso quanto admirável. Integra a Congregação para as Igrejas Orientais desde 2014; presidiu a Congregação para a Doutrina da Fé, entre 2003 e 2011, e presidiu a Regional Leste II da CNBB nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, entre tantas outras atividades.

    Não lhe faltam títulos e condecorações. É membro da Academia Mineira de Letras e foi agraciado como Cidadão Honorário de Minas Gerais, dos Municípios de Caeté, Ribeirão das Neves, Contagem, Nova Lima e Santa Luzia, entre tantos outros.

    É Doutor Honoris Causa pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), homenagem recebida em 2012, e recebeu, da Faculdade Arquidiocesana de Mariana, a Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida. É associado honorário do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.

    Agora, chega à Presidência da CNBB com uma proposta de diálogo, de mediação entre os governantes, os representantes do povo e os diversos segmentos da sociedade, em tempos de extremismos e polarização política.

    Declarou-se compromissado, também, com a defesa dos valores inegociáveis do Evangelho de Jesus Cristo e em perfeita sintonia com o Papa Francisco quanto à tolerância zero diante de suspeitas de abuso por parte de membros da igreja.

    Ainda que em tom moderado, conciliador como lhe é característico, D. Walmor, por ocasião da posse na CNBB, enfatizou que o País precisa de reformas, mas que sejam feitas de modo que o empurrem na direção da justiça, do bem-estar coletivo, da paz e do respeito a todas as pessoas.

    Estou certo de que todos os brasileiros de fé católica recebem D. Walmor Oliveira com os corações transbordantes de alegria, com muitas expectativas de que faça um extraordinário trabalho como dirigente da CNBB.

    Será um aliado do Sumo Pontífice deste lado do Atlântico na consolidação da "Igreja corajosa, missionária e hospitaleira", que se posiciona ao lado do povo, contra a injustiça social e a violência em todas as suas formas.

    São ditames que encontram perfeita concordância com o lema de seu bispado, contido nas Sagradas Escrituras, no Livro de Isaías, ut mederer contritos corde (enviou-me para curar os corações feridos), missão a que tem se dedicado com total e grande devoção.

    D. Walmor é, seguramente, um homem revestido do amor de Deus, disposto a ser "o verdadeiro discípulo de Jesus", a buscar no amor, no diálogo e na conciliação a via eficaz para responder à violência e à falta de segurança.

    Seu mandato vai até o ano de 2023. Ao seu lado estarão D. Jaime Spengler, Primeiro Vice-Presidente, D. Mário Antônio da Silva, Segundo Vice-Presidente, e D. Joel Portella, Secretário-Geral, um time de valorosos homens de fé, eleitos por um colegiado de cerca de 300 bispos, em processo que levou 10 dias.

    Aproveito a ocasião também para felicitá-los pela sua grande vitória!

    A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é um órgão permanente, que congrega todo o episcopado nacional e principal instituição da Igreja Católica no País. Ainda que não seja a representação oficial do Vaticano, mantém os estreitos laços com o papado e a santa sede.

    Minhas orações são para que D. Walmor e sua equipe recebam o reforço divino para o desempenho diário de suas funções. Sabemos que a responsabilidade é grande, mas grandes são também as habilidades e a fé desse grupo ungido.

    Tenho absoluta convicção de que a CNBB não poderia estar em melhores mãos!

    Portanto, meu caro Presidente, gostaria de deixar essa justa homenagem porque trata-se de um homem de uma conduta irreprovável a conduzir um grande rebanho, que é o maior rebanho católico do mundo.

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – Hoje não poderia deixar de fazer esse registro e gostaria de dizer a V. Exa. que todos nós católicos e os não católicos temos essa admiração enorme pelo D. Walmor.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/05/2019 - Página 18