Discurso durante a 147ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar os 45 anos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Autor
Fernando Bezerra Coelho (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/PE)
Nome completo: Fernando Bezerra de Souza Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a comemorar os 45 anos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Publicação
Publicação no DSF de 30/08/2019 - Página 14
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • DISCURSO, SESSÃO ESPECIAL, ASSUNTO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO VALE DO SÃO FRANCISCO (CODEVASF).

    O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE. Para discursar.) – Presidente desta sessão solene dedicada à passagem dos 45 anos da Codevasf, o meu amigo Senador Roberto Rocha, Senador Eduardo Gomes, Senador Angelo Coronel, Senador Vanderlan, Srs. Deputados Federais, Srs. Prefeitos, eu quero cumprimentar o novo Presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – e do Tocantins e do Araguaia e de tantas outras bacias que estão se incorporando à área de atuação da nossa querida Codevasf –, o Sr. Marcelo Andrade Moreira Pinto. Cumprimento também o Diretor de Desenvolvimento e Infraestrutura da Codevasf e, em nome dele, todos os demais diretores aqui presentes, superintendentes, coordenadores, o qualificadíssimo quadro técnico da Codevasf, que aqui eu vejo ocupando as cadeiras deste Plenário – enfim, cumprimento a todos saudando o Sr. Sérgio Luiz Soares de Souza.

    Sr. Presidente, eu trouxe um discurso escrito, mas eu não vou lê-lo; eu vou falar aquilo que me toca o coração pela passagem desses 45 anos de atuação de uma empresa pública federal que orgulha os brasileiros.

    Na realidade, a Codevasf crava na sua história a passagem de alguns homens que lutaram, primeiro, para criá-la e de outros que, ao longo desse período, defenderam, junto ao Poder Executivo federal, a prioridade dos investimentos para que a Codevasf pudesse cumprir o seu papel.

    Eu quero iniciar lembrando o começo. E o começo da Codevasf foi na Constituinte de 1947, quando a Codevasf surgiu como empresa pública ainda como a Comissão do Vale, numa iniciativa da Constituinte de 1947, através do inesquecível Deputado Federal da Bahia Manoel Novaes. Daí veio a ideia, a semente. Depois de Comissão, ela foi para Suvale e finalmente para a Companhia de Desenvolvimento. E hoje nós estamos aqui a celebrar a passagem dos seus 45 anos.

    Muitos Parlamentares – Senadores e Deputados Federais – cumpriram o papel de defender a empresa, de alargar o seu orçamento, de fortalecê-la e de defendê-la em muitas situações, sobretudo nos momentos de crise que o País enfrentou, quando as restrições orçamentárias por muitas vezes impediram que a Codevasf pudesse cumprir com os seus objetivos. Entre muitos que ajudaram a Codevasf nesse período, eu não poderia deixar de registrar a atuação dedicada e decisiva de um Parlamentar do meu Estado que foi o Deputado Federal Osvaldo Coelho, que, por muitos anos, abraçou a Codevasf como instrumento de desenvolvimento do Nordeste brasileiro.

    Eu poderia aqui também lembrar muitos que tiveram a honra e o privilégio de comandar esta instituição. Certamente, eu terminarei pecando, pois irei aqui me esquecer de muitos Presidentes que tiveram a honra de dirigi-la, mas não posso deixar de me lembrar aqui de Eliseu Alves, de Aírson Lócio, de Erasmo Almeida e de muitos outros colaboradores que defenderam a Codevasf.

    A Codevasf se orgulha do seu passado, mas a Codevasf se anima com a perspectiva do seu futuro. A Codevasf é o que é, porque deu certo, porque cumpriu com a sua missão. Inicialmente dedicada só ao Vale do São Francisco, a marca da Codevasf foi se espalhando dentro do Congresso Nacional e dentro da sociedade brasileira.

    Eu sou de uma região que deve o seu sucesso à atuação da Codevasf. Eu sou do polo Petrolina-Juazeiro. Eu sou de Pernambuco, mas eu sou da Bahia. Essas duas cidades, esse polo hoje é a capital da fruticultura brasileira. Esse polo hoje gera mais de 150 mil empregos diretos. Esse polo hoje é responsável pela maior exportação de uva e manga do Brasil. Mais de 90% da manga exportada saem do polo Petrolina-Juazeiro. Mais de 90% da uva de mesa exportada pelo Brasil saem de Petrolina e Juazeiro e saem de caminhão, de navio e de avião para abastecer os mercados mais exigentes da Europa, dos Estados Unidos, do Japão, da Coreia e de muitos outros mercados que estão sendo abertos para gerar riqueza, prosperidade e desenvolvimento.

    O futuro da Codevasf, certamente, será ainda melhor do que o passado que ela construiu. E por quê? Porque, vendo o sucesso acontecer na região do São Francisco, os Parlamentares que representam os seus Estados no Senado e na Câmara dos Deputados trataram logo de alargar o território de atuação, primeiro levando para o Parnaíba, depois levando para as bacias dos rios maranhenses, e agora chegando às bacias dos rios do Tocantins. Eu diria que mesmo os Parlamentares de outras regiões, como é o caso do sul do País, como é o caso do norte do País, já começam a discutir, aqui no Senado Federal, que a Codevasf deveria, sim, ser uma empresa nacional para atuar em todo o território do País.

    Às vezes, a gente fica com ciúme porque, ela crescendo demais, os recursos vão diminuindo para a região onde ela nasceu. E a gente fica sempre muito atento em que haja sempre uma lógica nessa expansão, para que, sobretudo, haja o compromisso daqueles que representam essas novas áreas que chegam à Codevasf de defender a instituição, de traduzir isso em recursos concretos no Orçamento Público Federal para que ela possa atuar com força, com desenvoltura, porque o sucesso dela original foi transformar terras áridas em perímetros de irrigação pública. Aqui posso citar os perímetros do Jaíba, em Minas Gerais; do Salitre, na Bahia; do Nilo Coelho, em Pernambuco; de muitos outros que se espalham também no Piauí. Nós não podemos deixar perder de vista que o potencial de agricultura irrigada no Brasil ainda é muito grande. Esses tempos de vaca magra vão passar. O Brasil vai se reencontrar com a sua trajetória de crescimento e desenvolvimento. E é preciso tirar dos projetos que estão ali nas gavetas da Codevasf os perímetros que precisam ser implantados, expandindo a área de fruticultura, de produção agrícola em muitos Estados brasileiros.

    Por isso, eu quero aqui também levar uma palavra que é muito cara, sobretudo para os que representam Minas, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe: a Codevasf nunca poderá deixar de empunhar e levantar a bandeira da revitalização do São Francisco. Essa é uma tarefa urgente, essa é uma tarefa que precisa sempre ser prioridade nas ações da Codevasf. É o São Francisco que emprestou a ela o seu nome, e é ao São Francisco que nós deveremos dar toda a atenção, como rio da integração nacional, para que não venha a ser um rio morto, mas, sim, um rio vivo, que possa, através da sua água, gerar emprego com a irrigação, gerar energia, gerar transporte, levar água e promover o saneamento de centenas de cidades que fazem parte da Bacia do São Francisco.

    Por isso, Senador Roberto Rocha, quero me congratular com a iniciativa de V. Exa. de promover esta sessão especial aqui no Plenário do Senado Federal para assinalar a passagem dos 45 anos da Codevasf. E quero cumprimentar todo o corpo técnico da Codevasf, que está diante de um grande desafio: ser o gestor e o operador da transposição do São Francisco, levando água para o Ceará, para a Paraíba e para o Rio Grande do Norte. E eu antevejo que a Codevasf poderá também ser uma grande produtora de energia solar, de energia renovável, a Codevasf alargando os horizontes da sua atuação.

    Portanto, cumprimento todos pela passagem desse aniversário de uma empresa que orgulha o Brasil e orgulha o Nordeste brasileiro.

    Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/08/2019 - Página 14