Discurso durante a 146ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Ponderação sobre a crise internacional entre o Presidente da França Emmanuel Macron e o Presidente do Brasil Jair Bolsonaro.

Comentários sobre o comportamento dos países que compõem o G7 com relação à conservação do meio ambiente.

Autor
Plínio Valério (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Francisco Plínio Valério Tomaz
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MEIO AMBIENTE:
  • Ponderação sobre a crise internacional entre o Presidente da França Emmanuel Macron e o Presidente do Brasil Jair Bolsonaro.
MEIO AMBIENTE:
  • Comentários sobre o comportamento dos países que compõem o G7 com relação à conservação do meio ambiente.
Aparteantes
Omar Aziz.
Publicação
Publicação no DSF de 28/08/2019 - Página 39
Assunto
Outros > MEIO AMBIENTE
Indexação
  • REGISTRO, CRISE, AMBITO INTERNACIONAL, CRITICA, PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA, DEFESA, JAIR BOLSONARO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • CRITICA, PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA, PRONUNCIAMENTO, REUNIÃO, PAIS INDUSTRIALIZADO, ASSUNTO, INTERNACIONALIZAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, DEFESA, SOBERANIA, BRASIL.

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, o momento desse debate sobre Amazônia, esse noticiário todo, e nós que somos da Amazônia... Daqui a pouco, o Senador Lucas falará mais sobre Amazônia. O Senador Chico Rodrigues falou, o Senador Randolfe.

    Imagine, Presidente, se eu, aqui da tribuna do Senado da República do Brasil, passasse a acusar o Presidente da França Emmanuel Macron de ser o culpado pelo incêndio da Catedral de Notre-Dame, alegando que ele não tomara as medidas preventivas ou se descuidara no controle das obras que estavam em curso.

    Seria falso, seria irresponsável se eu fizesse isso. Mas o Presidente francês também está sendo falso e irresponsável nas acusações que dirige ao nosso País, e nisso o Presidente francês não está sozinho. Tem como pontas de lanças, como aliados ocasionais organizações não governamentais que sempre se imiscuíram em problemas da Amazônia e controlaram, como ainda controlam, recursos essenciais para a região.

    É uma verdade, sim, e a gente não pode negar que incêndios estão causando danos gravíssimos à Amazônia, é uma verdade que os brasileiros precisam combatê-los com extremo empenho, o que já se começou a fazer, Senador Lucas, mas uma verdade também é que o Presidente da França Macron se opõe historicamente – e é preciso que você, brasileiro, que você, brasileira, saiba, se já não sabe, entenda isso –, que a França se opõe historicamente a qualquer crescimento das exportações brasileiras de produtos primários para a União Europeia.

    E não é de se espantar, portanto, que essa repentina paixão de Macron pela Amazônia surja justamente quando, após vinte anos de negociações, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram com a União Europeia um acordo de associação que inclui sessões de diálogo político e principalmente comercial, o que vai significar a abertura de seu mercado a exportações sul-americanas.

    O acordo entre União Europeia e Mercosul deve eliminar, em 15 anos, 91% das tarifas e taxas do Mercosul sobre produtos europeus, e a União Europeia fará o mesmo com 92% de seu tributo em dez anos, ou seja, na prática significa que os produtos brasileiros chegarão mais baratos aos consumidores europeus.

    E por que eu digo isso, Sras. Senadoras e Srs. Senadores? Eu digo isso porque eu chamei, desta tribuna, de cretinice esses atos e alertava quando a gente aqui falou mal do Fundo Amazônia, eu alertava, quando o Presidente Bolsonaro disse que não precisava do Fundo da Amazônia, para os ataques que viriam. Por quê? Tenho bola de cristal? Claro que não. Simplesmente sabia que os ataques viriam porque eu estou lidando com as ONGs e sei do que a maioria delas é capaz de fazer.

    Ora, vejam se não é hipocrisia: neste exato momento, Presidente Lasier, neste exato momento, outros incêndios de grande porte estão ocorrendo, vários deles causando devastação muito maior que na Amazônia brasileira, e nenhum desperta a mesma atenção de dirigentes europeus e das ONGs. Vou dar exemplo: a ilha espanhola de Gran Canária foi devastada por um incêndio, e os moradores evacuados só tiveram como retornar para casa quarta-feira passada. Mais de mil bombeiros e 14 aeronaves tentam conter um grande incêndio florestal que castiga o centro de Portugal, na mesma região onde dezenas de pessoas morreram em 2017. Ao menos três grandes incêndios destruíram regiões riquíssimas da Califórnia. A Bolívia, a Bolívia aqui na Amazônia, sofre com o maior incêndio de sua história recente: uma área de pelo menos 500 mil hectares já foi consumida pelo fogo, e essa nuvem de fumaça que sai do Município de Roboré, que é Departamento de Santa Cruz, chegou inclusive às cidades brasileiras que ficam na fronteira com a Bolívia.

    O fogo na Bolívia está há mais de 20 dias, e vocês não veem a Madonna falar sobre isso. Vocês não veem o Macron falar sobre isso. Vocês não veem os artistas brasileiros irem a Copacabana falar sobre isso. Por que só se fala da Amazônia brasileira, no caso da nossa Amazônia Legal?

    De tanto falar mal, Macron chegou aonde queria chegar. Ele questionou, na cúpula do G7 – abro aspas – "o status internacional" – fecho aspas – para a Amazônia. Macron diz considerar que esse pode ser o caso de um Estado soberano tomar, de maneira clara e concreta, medidas que se opõem ao interesse de todo o Planeta, ou seja, aquela coisa que a gente só achava na época de universidade de que queriam internacionalizar a Amazônia é verdade. É verdade. Vocês vejam na comparação que se faz, nas declarações do Presidente francês e na ignorância total em relação aos incêndios mundo a fora.

    O Brasil está dando resposta. E aqui há que se concordar: as declarações do Presidente não corresponderam a declarações de um chefe de Estado, o que gerou, o que proporcionou, o que propiciou que pessoas que, sempre alertas, pudessem exibir suas armas como essa. Imaginem vocês que estão aqui na galeria dar status internacional à Amazônia. Quer dizer que a Amazônia não é nossa, que a Amazônia não é do Brasil; a Amazônia é do Planeta, a Amazônia é do mundo inteiro. E quem é que nos ajuda, de verdade, a proteger e a conservar a Amazônia? Quem, de verdade, toma conta disso tudo?

    Eu digo: sou do maior Estado da Federação, o Amazonas. Cabe todo o Reino Unido e a França dentro; cabe o Sul e o Sudeste brasileiros dentro. Eu sou do Amazonas, que, assim como o Amapá, protege a sua floresta – só que nós somos bem maiores. É a maior floresta tropical preservada do Planeta! Mas eu também sou de um Amazonas que tem na sua capital, Manaus, mais de 40 mil indígenas sobrevivendo em condições sub-humanas. Estou falando de 40 mil almas que estão em Manaus passando fome, necessidade. Índios que deveriam ter sido protegidos por aqueles que exigem a demarcação de terras, por aqueles que teimam em tutelar os índios, que demarcam as suas terras, mas os abandonam lá, e eles acabam em Manaus, invadindo terras e vivendo em condições sub-humanas.

    Portanto, eu estou falando do que vivo, eu estou falando do que sei. Se alguém quiser me contestar – e é normal, e há que se contestar –, eu devo avisar: eu estou falando do que sei, eu estou falando do que vivo, do que presencio e sou daqueles que prega sempre ao povo brasileiro que não entre nessa histeria de acreditar que a floresta está sendo queimada, de que a Amazônia está sendo devastada. Há crimes, sim, e haverão de ser combatidos por nós – por nós!

    E, no momento em que se discute essa ajuda que a França comanda, que querem dar, de US$20 milhões, ao Brasil: "É dinheiro que não se deve recusar", dizem alguns. Eu concordo que se recuse. O Brasil precisa de parcerias, o Brasil precisa de amizade; o Brasil não precisa de esmolas. Por que essa ajuda só agora? Por que a ajuda vem após os escândalos e essa histeria que se prega? Histeria que vai de Madonna, passando por artistas brasileiros, a Gisele Bündchen, a todo mundo, falando que a Amazônia está sendo queimada. Esse pessoal não conhece a Amazônia. Esse pessoal não sabe onde fica a Amazônia. A Amazônia...

(Soa a campainha.)

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – ... não é apenas uma reserva, não é apenas um santuário ecológico. Na Amazônia vivem mais de 20 milhões de brasileiros, abandonados pelo isolamento, esquecidos por quem tem o dever de protegê-los. Nós temos de nos voltar, sim, para os nossos problemas, mas nós não podemos aceitar que países coloquem as suas nódoas ambientais em nós, que transfiram as suas responsabilidades ambientais para nós.

    É por isso que eu digo: não acreditem. Não pode falar de amor quem nunca soube amar. Não pode falar de meio ambiente quem não conhece a mata, quem não conhece a floresta. Não pode dar exemplo de preservação quem já destruiu todo o seu meio ambiente.

    Portanto, meu amigo Senador Omar Aziz, que conhece tão bem ou mais do que eu a Amazônia – já foi Governador do Amazonas por duas vezes –, nós temos que pregar essa falsa histeria e acabar, de uma vez por todas, com esse complexo de colonizado que nós brasileiros temos em relação ao exterior.

    Eu ouço o meu companheiro Omar Aziz e encerro, Presidente.

    O Sr. Omar Aziz (PSD - AM. Para apartear.) – O Senador Plínio Valério nasceu no Município de Eirunepé, na calha do Juruá. Lá, no início do século XIX, antes da Segunda Guerra Mundial, para lá foram os soldados da borracha explorar sustentavelmente a borracha. O Estado do Amazonas chegou a ser 50% do PIB brasileiro, para vocês terem uma ideia.

    Nós mantivemos as forças aliadas com material para suportar a Segunda Guerra Mundial. Para lá foram muitos brasileiros de outros Estados para ajudar e se tornaram os verdadeiros soldados da borracha, reconhecidos em lei pelo Governo Federal.

    E, quando o Senador Plínio Valério fala sobre a Amazônia, ele não fala de ter visto na televisão, de ter ouvido falar. Não. Ele fala de quem é um caboclo que nasceu no interior do Amazonas. Ele é um verdadeiro caboclo. Nasceu lá.

    Sempre sobre a causa em relação ao meio ambiente – quem conhece o Senador Plínio Valério sabe disso – é uma pessoa que tem um conhecimento muito vasto.

    Eu tive a oportunidade, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, de governar aquele Estado. Nós não estamos falando de uma região de 2, 10, 20, 30 hectares. Nós estamos falando do Amazonas, onde cabem todos os nove Estados do Nordeste. O Amazonas tem 1,53 milhão de quilômetros quadrados; o Nordeste todo tem 1,5 milhão de quilômetros quadrados.

    Fiscalizar a Amazônia não são as ONGs, não é para as forças internacionais. Quem sempre preservou a Amazônia são os caboclos que vivem na Amazônia. Não nos ensine aquilo que nós já sabemos.

    Falo aqui do meu Estado, que mantém mais de 97% das suas florestas, das suas árvores em pé. E aí muito se discute aqui, Senador Plínio – por isso o meu aparte –, sobre as 20 ONGs, as 30 ONGs que deixaram de receber dinheiro e, por isso, está essa calamidade. Não são 20, 30 ONGs. É impossível 20 ou 30 ONGs cuidarem da Floresta Amazônica toda.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Omar Aziz (PSD - AM) – Não existe essa possibilidade!

    Por isso que eu digo o seguinte: o Amazonas se mantém preservado pela colaboração do povo amazonense, mas, principalmente, pela maior ONG que há no Estado do Amazonas. E a maior ONG que distribui renda, a maior ONG que gera oportunidade, a maior ONG que protege a floresta do Estado do Amazonas se chama Zona Franca de Manaus. Se não fosse ela, nós não teríamos aquela cobertura vegetal. E aí, quando eu vejo Macron, fulano, sicrano, beltrano falando em dar uma ajuda de 90 milhões, isso é uma brincadeira! Nós não somos um país de quinto mundo! Isso é uma esmola que não se dá a um país faminto; imagina ao Brasil, a potência econômica que é.

    O que eu peço ao Macron, o que eu peço às lideranças mundiais é que mantenham a maior ONG em pé, para manter a floresta em pé. E qual é a forma? Adquirindo bens produzidos na Zona Franca de Manaus...

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Com selo verde.

    O Sr. Omar Aziz (PSD - AM) – ... abrindo o seu mercado. Nós não queremos esmola. Nós queremos trabalhar e colocar os nossos produtos, que são de altíssima qualidade. Qualquer eletroeletrônico, qualquer moto produzida na Zona Franca de Manaus não perde em qualidade para nenhum país do mundo. Posso lhe assegurar.

    As televisões LG, Samsung que os brasileiros têm nas suas residências são as mesmas que os americanos têm nas residências deles. Nós não pedimos esmola, pedimos oportunidade. Querem ajudar a Amazônia?

(Soa a campainha.)

    O Sr. Omar Aziz (PSD - AM) – Abram o mercado para os produtos de bens finais produzidos na Zona Franca, Senador Plínio.

    E sobre a questão... A nossa Floresta é úmida. É uma discussão técnica, eu faço questão de discutir com qualquer um. O que acontece, muitas vezes, Senador Lasier, Senador Lucas, que é lá da Amazônia, o caboclo tem um hectare, dois hectares desmatados para plantar sua mandioca. Ele chega nessa época, ele toca fogo, só ali no mato, para tirar o mato e a cinza serve como adubo. No Amazonas não há queimadas. O que nós temos de problemas no Sul do Amazonas são com madeireiros que estão invadindo, e o Governo brasileiro não toma providência. Os madeireiros, esses, sim, são verdadeiros criminosos que querem acabar com a floresta. Esses nós temos que combater.

    Querem ajudar a Zona Franca de Manaus? É só comprar os seus bens, que nós vamos continuar protegendo e preservando a Floresta Amazônica.

    Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Lasier Martins. PODEMOS - RS) – Muito interessante o seu pronunciamento, com a experiência de quem foi o Governador do Estado do Amazonas. E, quando V. Exa. fala em 97% das árvores de pé no Estado do Amazonas, isso é algo que precisa ser repetido. Tem havido, Senador Aziz, muitos pronunciamentos falsos aqui pelo que se tem escutado. E hoje nós tivemos aqui uma sucessão de Senadores da Região Amazônica e todos com mais ou menos neste sentido, desmentindo aquilo que está vindo de fora.

    Então, parece que essa verdade da Amazônia precisa ser mais bem restabelecida.

    O Sr. Omar Aziz (PSD - AM) – Senador Lasier, eu posso colocar aqui uma coisa? A Floresta Amazônica é dos brasileiros e está a serviço da humanidade. Não confunda serviço para a humanidade com querer ser dono da Floresta Amazônica.

    Presidente nenhum tem o direito de dizer que é nossa. Não, ela é dos brasileiros. A Floresta Amazônica, no território brasileiro, é do brasileiro. Só que ela está a serviço da humanidade e não está a serviço da humanidade, como muitos leigos querem dizer que ela é o pulmão do mundo. Não é o pulmão do mundo! O que as árvores fazem é que elas sequestram carbono. Elas sequestram o carbono, que evita o aquecimento global e produz umidade suficiente para a chuva cair no Centro-Oeste, para a chuva cair no Sul do País e para a chuva cair na Europa.

    O SR. PRESIDENTE (Lasier Martins. PODEMOS - RS) – Senador, eu quero propor a V. Exa...

    O Sr. Omar Aziz (PSD - AM) – Isso é...

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Queria dizer, Presidente...

    O SR. PRESIDENTE (Lasier Martins. PODEMOS - RS) – ... um pronunciamento. Quem sabe até se inscrever, para daqui a pouco falar.

    O Sr. Omar Aziz (PSD - AM) – Pois não. Só para colocar para V. Exa...

    O SR. PRESIDENTE (Lasier Martins. PODEMOS - RS) – V. Exa. tem informações muito preciosas.

    O Sr. Omar Aziz (PSD - AM) – O Amazonas, a Floresta Amazônica é dos brasileiros a serviço da humanidade. Não invertam os valores. Não invertam a conversa.

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Obrigado, Senador Omar.

    O SR. PRESIDENTE (Lasier Martins. PODEMOS - RS) – Obrigado. Ainda em tempo, o Senador Plínio.

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Presidente, só para encerrar...

    O SR. PRESIDENTE (Lasier Martins. PODEMOS - RS) – Registro que, nas galerias, há alunos de vários cursos superiores de todos os Estados brasileiros que participam do programa Estágio-Visita da Câmara dos Deputados.

    Agradeço a honrosa visita de vocês todos. (Palmas.)

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Eu quero dizer a vocês todos que eu fiz esse estágio aqui – eu fiz esse estágio que vocês estão fazendo. Hoje eu estou aqui na tribuna. É possível, não é? É possível! Acreditar é fundamental. Querer é tudo na vida.

    Obrigado pela presença de vocês. (Palmas.)

    Presidente, não é à toa que o Omar Aziz é meu parceiro. Nós somos amigos, companheiros de campanha e pensamos a mesma coisa. Eu ia arrematar exatamente essa questão da Zona Franca. Vamos cobrar maior atenção, Senador Kajuru, de todos nós. Quando eu falo de hipocrisia, quando eu falo que são hipócritas, começando lá e terminando aqui, é exatamente por isso. O Amazonas detém 97% da sua floresta preservada graças à Zona Franca de Manaus. Querem acabar, a cada dia, com a Zona Franca de Manaus, mas a gente se bate aqui para preservá-la. Se realmente houvesse interesse...

(Soa a campainha.)

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Eu disse isto a uma representante socioambiental: se não fosse só hipocrisia, se não fosse só balela, Presidente – eu encerro –, eles nos ajudariam a manter a Zona Franca de Manaus, inclusive com selo verde.

    Eu encerro reiterando, afirmando e vou até onde for possível: eu não compactuo, eu não concordo com esse entreguismo. Eu não concordo com esse comportamento de colonizado diante do senhor colonizador. Este Senador do Amazonas diz sempre o que tem de ser dito. Esse pessoal não tem moral, não tem postura para falar, para nos dar lição. Nós sabemos e nós devemos comandar o nosso próprio destino. Assim é que tem que ser, Presidente, e assim é que vai ser, assim é que será.

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/08/2019 - Página 39