Pela ordem durante a 194ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à atriz Fernanda Montenegro, pela comemoração de seus 90 anos de vida.

Autor
Jorge Kajuru (CIDADANIA - CIDADANIA/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Homenagem à atriz Fernanda Montenegro, pela comemoração de seus 90 anos de vida.
Publicação
Publicação no DSF de 17/10/2019 - Página 51
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, ATOR, MULHER, IMPORTANCIA, CULTURA.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Pela ordem.) – Obrigado, Presidente.

    Aproveitando aqui, Pátria amada, a presença de mulheres que nos orgulham, entre elas a Senadora Leila Barros e todas as demais, Simone Tebet, Rose de Freitas... Enfim, eu tenho orgulho sincero de ser companheiro de todas as mulheres deste Senado.

    Hoje, 16 de outubro de 2019, o Brasil tem que se render e dar parabéns, Senador Cid Gomes – tenho certeza de que o senhor e seu irmão, o meu querido amigo Ciro, pensam o mesmo –, a essa dama brasileira, a Dona Arlete Pinheiro da Silva Torres, a Fernanda Montenegro, que completa 90 anos de idade hoje. Eu a felicito e, ao mesmo tempo, agradeço à Arlete, de quem fui companheiro de trabalho nos meus 40 anos de televisão – Deus me abençoou, pois trabalhei com os maiores talentos da TV, desde Sílvio Santos à Arlete, ao marido dela, Fernando Torres, e à filha, Fernandinha –, por tudo o que Fernanda Montenegro fez pela cultura brasileira. Com a identidade de Fernanda Montenegro, seu nome artístico, chega aos 90 anos de existência, 70 deles de plena dedicação ao ofício de representar no teatro, no cinema, na televisão.

    Presidente Davi, sei que o senhor jamais cometeria essa injustiça. É muito triste saber que Fernanda Montenegro, que comemora hoje os seus 90 anos, nem veio aqui à Câmara, onde foi homenageada à 1h30 da tarde. Até cumprimento o Presidente Rodrigo Maia pela sua iniciativa, mas ela se recusou, não veio. E qual foi o motivo, companheiros, companheiras? Ela tem razão ou não, Senadores, Senadoras? Simplesmente, na altura de uma mulher, querido amigo Senador Otto Alencar, de uma mulher que foi a única atriz brasileira que concorreu ao Oscar mundial – e na categoria maior, pelo show de interpretação no filme Central do Brasil – e que foi premiada como a melhor atriz do mundo no Festival de Berlim, eis que essa mulher brasileira, na semana passada – e aí soa inexplicável –, sofreu uma agressão, foi vítima, por parte de um tal de Roberto Alvim, Diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte.

    Ele a chamou de sórdida por causa de uma foto, de que ela não tem culpa – fizeram –, em que ela, Fernanda, está caracterizada como uma bruxa sendo queimada em fogueira de livros; foto estampada na capa de uma revista de pouca circulação. Como pode, Senador Cid, um diretor da Fundação Nacional das Artes, do Governo brasileiro, subordinado ao Presidente Bolsonaro, cometer tamanha agressão à nossa maior atriz brasileira? Eu não posso crer jamais que o Presidente Jair Bolsonaro dispararia o mesmo adjetivo, "sórdida", contra uma artista brasileira com a trajetória e a importância de Fernanda Montenegro.

    Aliás, desculpem, se eu fosse – para concluir – o Presidente Bolsonaro, eu demitiria esse Roberto Alvim por tentar conspurcar um símbolo da identidade cultural do Brasil com reconhecimento em todo o mundo. A Funarte só teria a ganhar com a exclusão de seus quadros desse ser aparvalhado, capaz de cometer uma canalhice abissal. Só pode ser um excremento! Afinal, quem é esse lusco-fusco? Certamente não passa de um polichinclo.

    De minha parte, como Senador, como servidor público, como brasileiro e representante de um dos nossos Poderes constituídos, peço desculpas – e sei que neste Senado a solidariedade é de todos – a Fernanda Montenegro, grande dama da cultura e uma das faces luminosas do nosso Brasil.

    Obrigado, Presidente, pelo espaço e por essa justiça que deveria ser feita logo no dia em que Fernanda Montenegro, com a família, comemora seus 90 anos de vida digna – vida digna, Presidente. Sei que o senhor pensa o mesmo e sua esposa também.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/10/2019 - Página 51