Discurso durante a 32ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a homenagear a equipe do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), responsável pelos testes no Distrito Federal (DF) da vacina contra COVID-19 da farmacêutica Sinovac Biotech.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a homenagear a equipe do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), responsável pelos testes no Distrito Federal (DF) da vacina contra COVID-19 da farmacêutica Sinovac Biotech.
Publicação
Publicação no DSF de 27/04/2021 - Página 14
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, GRUPO, CENTRO DE PESQUISA, HOSPITAL ESCOLA, UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB), TESTE, DISTRITO FEDERAL (DF), VACINA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA, INDUSTRIA FARMACEUTICA.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar.) – Senador Izalci Lucas, que preside esta sessão e é o primeiro signatário, na pessoa do senhor, eu cumprimento todos os nossos convidados.

    No dia de hoje, vamos homenagear a equipe do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário de Brasília, uma iniciativa de V. Exa.

    Enfim, Presidente e todos que estão aqui nos assistindo, colegas Senadores e Senadoras, estamos vivendo um momento muito triste. Em meio a essa tragédia de pandemia que ataca o povo brasileiro, nós temos a satisfação de poder, hoje, aqui, elogiar e reconhecer o trabalho de todos aqueles profissionais que têm contribuído para a criação de soluções e meios que reduzam a gravidade das infecções pela Covid-19. Esse é, sem dúvida, o caso da equipe do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário de Brasília, o HUB.

    Os funcionários do HUB têm colaborado, e muito, com o nosso País, para caminharmos na linha do sonho com um futuro de segurança sanitária. É o caso, principalmente, da condução dos testes clínicos aqui, no DF, da vacina CoronaVac, desenvolvida pela empresa Sinovac BioNTech, em parceria, no Brasil, com o Instituto Butantan. Reconhecemos tudo isso. Não fosse a atuação desses profissionais, a tragédia que temos verificado nos últimos meses, com certeza, teria sido muito maior.

    Mesmo assim, ainda estamos muito distantes da imunização dos brasileiros. Estamos, há mais de um ano, enfrentando essa pandemia, todos nós, lutando. Vacinamos com as duas doses menos de 8% da população e, agora, estão aí as denúncias de que está faltando a segunda dose. Não vai dar para muitos que teriam que tomá-la ainda neste mês.

    Por isso que, nesse contexto, como falou aí o Dr. Gustavo, tenho defendido a importância do debate e da votação do PL 12, que permitirá o licenciamento compulsório das vacinas em nosso País, pagando royalties a quem de direito. O Relator, Senador Nelsinho Trad, tem feito um excelente trabalho.

    Assustei-me, no fim de semana, quando vi que grandes companhias, grandes empresas lucraram já US$26 bilhões. O valor daria para vacinar 1,2 bilhão de pessoas. Especialistas falam que, se nada for feito, esse lucro poderá chegar a US$40 bilhões esse ano.

    Políticas humanitárias salvam vidas. Vacinas para todos é fundamental!

    Aproveito para destacar também a importância de o Senado discutir e aprovar o PL 2.564, que prevê o piso salarial justo para enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem, na rede pública e privada. O projeto é da autoria do Senador Fabiano Contarato e a Relatoria é da Senadora Zenaide Maia.

    Nós temos que valorizar esses profissionais. Só chamar de herói, como eles dizem, não resolve. Temos que discutir também a discriminação no mundo do trabalho. Cerca de 85% dos profissionais de enfermagem registrados no Brasil são mulheres e deveriam ser mais valorizados. Por isso, a gente pede igualdade. Mais de 52 mil enfermeiros e enfermeiras foram contaminados pela covid-19, muitos desses perderam a vida – em torno de 800 desses já perderam a vida nessa batalha. Por isso, na mesma linha, pedimos a aprovação do PL nº 295, que prevê jornada de 30 horas semanais para enfermeiros, técnicos, auxiliares, enfim, os que atuam na área. É um projeto de autoria do ex-Senador Lúcio Alcântara.

    Reforço aqui, para terminar já, Senador, as minhas sinceras homenagens à equipe do Centro de Pesquisa do Hospital Universitário de Brasília, que, em razão de sua contribuição, tem permitido, como aqui foi dito muitas vezes e eu quero repetir, a distribuição da esperança. Cada braço que eles tocam, podem saber, é uma vacina a mais que chegará para os setores mais vulneráveis.

    O trabalho foi e ainda é difícil, mas parabéns a todos os profissionais da UnB! Vocês estão entre os heróis que eu considero comprometidos com a defesa da vida e da saúde da nossa população.

    Agradeço muito, Presidente, e termino dizendo que os direitos humanos não podem ter fronteiras; a defesa da vida em primeiro lugar; vacinas têm de ser um bem público que atenda a toda a humanidade, um bem universal.

    Nós estamos em um estado de guerra, nosso povo está morrendo, vamos chegar agora, nos próximos dias, a 400 mil mortos. É fundamental que a vacina chegue, e tem de chegar para todos: para o pobre, para o rico, para a classe média, para os negros, os brancos, os índios, para as mulheres, as crianças; enfim, tem de chegar para todos.

    Por isso, eu quero, neste momento, cumprimentar o Senador Izalci, por essa iniciativa de trazer esse debate, em uma segunda-feira, aqui ao Plenário do Senado.

    Que Deus nos ilumine!

    Direitos humanos não têm fronteiras!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/04/2021 - Página 14