Discussão durante a 34ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Desaprovação da condição do Brasil de país exportador de matéria prima e defesa da agregação de valor aos produtos nacionais, mediante investimentos em pesquisas e tecnologias. Exemplificação da exportação de petróleo bruto e da importação de gasolina, diesel e gás de cozinha. Críticas ao custo dos transportes no País devido ao predomínio de rodovias e ao valor em dólar do óleo diesel, à falta de plano econômico do Governo Federal, à intenção de venda da Eletrobras, à redução dos direitos dos trabalhadores e ao corte orçamentário de verbas destinadas à educação.

Autor
Zenaide Maia (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/RN)
Nome completo: Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Desaprovação da condição do Brasil de país exportador de matéria prima e defesa da agregação de valor aos produtos nacionais, mediante investimentos em pesquisas e tecnologias. Exemplificação da exportação de petróleo bruto e da importação de gasolina, diesel e gás de cozinha. Críticas ao custo dos transportes no País devido ao predomínio de rodovias e ao valor em dólar do óleo diesel, à falta de plano econômico do Governo Federal, à intenção de venda da Eletrobras, à redução dos direitos dos trabalhadores e ao corte orçamentário de verbas destinadas à educação.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2021 - Página 41
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • DESAPROVAÇÃO, SITUAÇÃO, BRASIL, EXPORTADOR, MATERIA PRIMA NACIONAL, NECESSIDADE, AGREGAÇÃO, VALOR, PRODUTO, INVESTIMENTO, CIENCIA E TECNOLOGIA, COMENTARIO, VENDA, PETROLEO BRUTO, AQUISIÇÃO, GASOLINA, GAS LIQUEFEITO DE PETROLEO (GLP), CRITICA, CUSTO, TRANSPORTE DE CARGA, MOTIVO, DOMINIO, RODOVIA, PREÇO, DOLAR, OLEO DIESEL, AUSENCIA, PLANO NACIONAL, ECONOMIA, GOVERNO FEDERAL, POSSIBILIDADE, LEILÃO, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS), REDUÇÃO, DIREITOS E GARANTIAS TRABALHISTAS, CORTE, ORÇAMENTO, APLICAÇÃO DE RECURSOS, EDUCAÇÃO BASICA.

    A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Para discutir.) – Sr. Presidente, colegas Senadores, eu queria começar aqui reforçando as palavras do colega Senador Esperidião Amin: exportar a matéria-prima sem valor agregado – que o País vem fazendo – é o que se chama, para a população, de commodities. É um exemplo que eu cito aqui não só nas vacinas. Como é que um País pode ter uma Fiocruz, um Instituto Butantan e um Instituto Evandro Chagas e não investir em ciência e tecnologia, como diz o meu colega Izalci Lucas?

    Outro exemplo aqui de a gente exportar o produto bruto é o do petróleo brasileiro. A gente exporta o petróleo e compra, traz de volta, a gasolina, o diesel, o gás de cozinha. É o que estão fazendo as empresas, o comércio. A gente passa para lá... Eu queria que alguém da economia explicasse. O trabalhador recebe em real, o comerciante também vende sua mercadoria em real, mas um dos maiores custos, que é justamente o do transporte, porque a gente é um país em que mais de 60% do que se produz é transportado em rodovias, compra o óleo diesel do transporte em dólar, gente. Essa questão, essa pandemia serviu para escancarar o que se está fazendo. Justamente, não se investe no que a gente tem de mais importante e que o mundo reconhece, que são nossos cientistas, virologistas – porque nós fazemos parte da comunidade –, e preferem ficar dependendo do IFA; preferem vender nossas refinarias e depois importar gasolina, diesel e até álcool, gente.

    Então, eu queria dizer aqui o seguinte: apesar do entusiasmo do Líder do Governo... Eu costumo dizer sobre Fernando Bezerra – ouviu, Presidente? – que, se eu fosse Presidente da República, com certeza ele seria meu Líder, porque ele consegue defender, muitas vezes, até o indefensável. Então, eu tenho uma admiração grande por ele por isso. Mas eu queria dizer o seguinte: o País não tem um plano econômico. O País não tem um plano para gerar emprego e renda. O único plano apresentado pelo Ministro da Economia até agora é fazer ajuste fiscal – tirar direitos dos trabalhadores, tirar o poder de compra das pessoas – e vender o patrimônio do povo brasileiro, como ele está querendo vender a Eletrobras, está vendendo as nossas refinarias, o que não passa mais nem por nós. E há algumas vendidas, como a Transportadora Associada de Gás (TAG), do Norte e Nordeste, nossos gasodutos, que foram vendidos até sem licitação.

    E hoje, para completar, Sr. Presidente, eu queria dizer o seguinte: a nossa educação, como falou o meu colega Confúcio, não tem muito o que comemorar. Foram cortados do Orçamento 3,9 bilhões da educação brasileira, e o Governo vetou aquele projeto de lei que nós aprovamos, e também a Câmara, de haver internet, de se informatizarem as escolas públicas deste País. Então, é um dia triste para a educação brasileira, apesar de a gente ter entrado o ano feliz por ter aprovado o Fundeb, por ter colocado na Constituição e regulamentado.

    Dá muita tristeza quando a gente vê essa falta de interesse em investir na educação. A educação não é despesa, gente. Educação é investimento! E não é inventar a roda: os países que saíram da desigualdade social e se desenvolveram o fizeram investindo em educação, ciência e tecnologia.

    Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2021 - Página 41