Discurso durante a 150ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios ao Presidente do Senado Federal, Senador Rodrigo Pacheco, pela entrevista coletiva na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança de Clima realizada em Glasgow, no Reino Unido.

Defesa da instalação da CPI das Organizações não Governamentais ambientais que atuam na Amazônia.

Autor
Plínio Valério (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Francisco Plínio Valério Tomaz
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Mudanças Climáticas:
  • Elogios ao Presidente do Senado Federal, Senador Rodrigo Pacheco, pela entrevista coletiva na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança de Clima realizada em Glasgow, no Reino Unido.
Atuação do Senado Federal, Meio Ambiente, Terceiro Setor, Parcerias Público-Privadas e Desestatização:
  • Defesa da instalação da CPI das Organizações não Governamentais ambientais que atuam na Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 10/11/2021 - Página 78
Assuntos
Meio Ambiente > Mudanças Climáticas
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Meio Ambiente
Administração Pública > Terceiro Setor, Parcerias Público-Privadas e Desestatização
Indexação
  • ELOGIO, PRESIDENTE, SENADO, ENTREVISTA, CONFERENCIA INTERNACIONAL, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), MUDANÇA CLIMATICA, DEFESA, REMUNERAÇÃO, PRODUTOR RURAL, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, Amazônia Legal, FLORESTA AMAZONICA, EMISSÃO, GAS CARBONICO, EFEITO ESTUFA, INDIA, RUSSIA, BRASIL RUSSIA INDIA CHINA E AFRICA DO SUL (BRICS).
  • DEFESA, CRIAÇÃO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), MEIO AMBIENTE.

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - AM. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, normalmente, eu subo à tribuna, quando se fala de Amazônia em encontros ambientais, e eu teço críticas. Eu queria começar elogiando o nosso Presidente – não é comum, Eduardo Braga –, o Presidente do Senado, por sua entrevista coletiva em Glasgow, onde ele participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança de Clima.

    O Senador Rodrigo defendeu a remuneração de produtores rurais por serviços ambientais e ação para a conscientização da necessidade da preservação do meio ambiente. Ele defendeu, vejam bem, a remuneração dos produtores rurais, aquilo que nós da Amazônia vivemos defendendo, quando só se cobra e nada se oferece para quem realmente preserva a floresta, que é o nosso caboclo, que é o nosso ribeirinho, que é o nosso índio.

    E por que eu fico alegre? Porque eu vi um Presidente do Senado brasileiro não se quedar àquele complexo do colonizado, Senador Arns, àquele complexo do brasileiro que acha que o que vem de fora é bom, quando ele assume o papel de vilão, de bandido, na questão ambiental, que nós não somos, mas esses encontros ambientais, e perdoem-me aqueles que defendem, Senadora Leila, esses encontros ambientais... A COP já é a 26, imaginem o que disseram na primeira, na segunda, na terceira... Que a Amazônia ia ser devastada; que o clima ia mudar; que seria a hecatombe universal. Repetem sempre as mesmas previsões, os mesmos estudos, meu amigo Presidente, Senador. São as mesmas previsões: a Floresta Amazônica vai acabar, o mundo vai acabar... Países que passaram dois séculos emitindo gases de efeito estufa – dois séculos! A China não foi ao encontro, a Rússia não foi ao encontro, e a Índia não assinou. Juntando com a Europa, são os principais poluidores, são aqueles que jogam gases de efeito de estufa, são os culpados pela destruição da camada de ozônio.

    O que acontece nesses encontros, Senador Izalci? Eles sempre querem que o Brasil assuma a responsabilidade, que o Brasil chame para si a responsabilidade de se comprometer em zerar a emissão de carbono, de diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Sempre a responsabilidade é nossa! E anunciam um fundo bilionário para isso. E nunca dão! E nunca dão!

    Por que eu fiquei contente com a declaração do Senador Rodrigo Pacheco? Porque ele podia fazer como tantos fazem: criticar o Brasil, apontar o dedo, apontar a ferida. Não, ele preferiu defender a remuneração dos produtores rurais, daqueles, Eduardo, que você conhece, que realmente preservam a floresta.

    Por isso, eu vou continuar aqui, Presidente Veneziano, defendendo a instalação da CPI das ONGs para investigar as ONGs ambientais que atuam na Amazônia, das más ONGs. As boas ONGs essas serão preservadas.

    Nós precisamos, sim, colocar um ponto final nessa história. E você brasileiro e você brasileira não podem, não devem, não aceitem assumir o papel de vilão! Nesse filme, se não somos os protagonistas, somos pelo menos atores coadjuvantes, mas vilão, o bandido da história, aquele que morre de tiro no final, não! Nós não somos bandidos, nós sabemos preservar. Somos responsáveis, os estudos mostram isso, por 3% da emissão de gases de efeito de estufa – 3%, três de cem. E eles querem que o Brasil assuma toda a responsabilidade. E há brasileiro que diz: "Realmente, a gente precisa. Nós estamos destruindo".

    Somos a favor do desmatamento? Claro que não! Somos a favor da destruição da floresta? Óbvio que não! Somos a favor, acima de tudo, da assistência ao ser humano. Não pode haver preservação ambiental se não há assistência ao ser humano. Não podemos preservar a floresta se condenamos o homem à miséria.

    Aí dizem para mim: "Na Amazônia é muita água". Não conhecem, Eduardo. Não conhecem que o ribeirinho tem que captar, no verão, água a 300m, a 500m, porque aquela água não serve para beber.

    É muito bonito se ajoelhar – ou pelo menos não se ajoelhar, mas dizer amém – à idiota da Greta. É uma menina, coitada, usada e utilizada pelos do meio ambiente. Essa indústria da questão do meio ambiente é tenebrosa.

(Soa a campainha.)

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - AM) – E eu peço só um minuto e encerro, Senador.

    À medida que a gente se aprofunda... Há o livro Uma demão de verde, de uma jornalista canadense, e há o Máfia verde, de um brasileiro. São coisas tenebrosas, horríveis de se ver.

    Arrecada-se muito, arrecadam-se milhões de dólares em nome da Amazônia, e isso não chega à ponta.

    Eles não sabem que aquela maloca dos índios, que aquelas índias de seios pontudos, bonitos, e índios musculosos não existem – não existem. O tipo indígena é pequeno. Há gente, índio dormindo em malocas, Presidente, e o morcego vai lá e chupa o sangue do dedão do pé. O índio carrega a mandioca para fazer a farinha no ombro e não é porque quer, não; é porque se diz que o índio tem que preservar a sua cultura. Cultura nada! Isso é sacrificar, é jogar um povo ao sacrifício desnecessário.

    Fica aqui o registro, Presidente...

(Soa a campainha.)

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - AM) – ... do elogio ao Presidente que não se quedou, que mostrou que não tem complexo do colonizado. E o brasileiro tem que acabar com essa história do complexo do colonizado. Nós não somos bandidos, não somos vilões. Nós sabemos preservar.

    Cadê a Índia? Cadê a Rússia? Cadê a China? Estão se lixando para a ECO 26. E a gente quer dar a maior importância do mundo para a ECO 26, como se eles fossem os donos da razão. Peguem a primeira, peguem a segunda, a terceira, a décima quinta, o Acordo de Paris, que prometeram dar dinheiro para os países em desenvolvimento e não deram nada. É falácia pura, é cretinice, é hipocrisia!

    E eu estou aqui mais uma vez protestando, em meu nome, em nome do Amazonas, em nome da Amazônia, contra esse pessoal que se aproveita do nosso povo, da nossa situação, jogando-nos à condição de subdesenvolvidos. Nós não somos!

    A Unicef atesta, Presidente, que na Amazônia existem cerca de 9 milhões de brasileiros e brasileiras...

(Soa a campainha.)

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - AM) – ... que não têm renda para uma cesta básica. No meu Estado, no Estado do Eduardo Braga, em 2017, a Unicef diz que morreram 1.226 crianças antes de completar um ano, um ano, um ano, porque as mães não tiveram acesso à saúde. No Amazonas, morre mulher com câncer de útero, porque não tem acesso ao ginecologista.

    E isso eles não enxergam. Eles enxergam uma Amazônia bonita, verde e preservada. Embaixo dela, existe um povo. E é, em nome desse povo, que eu registro o meu protesto contra essa hipocrisia, contra esses cretinos!

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/11/2021 - Página 78