Fala da Presidência durante a Sessão Especial, no Senado Federal

Abertura da Sessão Especial destinada a homenagear o médium Francisco Cândido Xavier.

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Homenagem, Religião:
  • Abertura da Sessão Especial destinada a homenagear o médium Francisco Cândido Xavier.
Publicação
Publicação no DSF de 12/02/2022 - Página 7
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Outros > Religião
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, FRANCISCO CANDIDO XAVIER, RELIGIÃO, ESPIRITISMO, DESTAQUE, HISTORIA, VIDA.

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Fala da Presidência.) – Paz e bem a todos vocês que estão aqui no Plenário do Senado Federal e também em casa, nos rincões do nosso Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho, para esta sessão tão especial.

    Esta é uma sessão que encerra uma trilogia: nós tivemos aqui, em 2019, uma sessão solene em homenagem a Allan Kardec; também em 2019, uma sessão solene em homenagem a Bezerra de Menezes; e, hoje, depois de quatro adiamentos por causa da pandemia que nós vivemos, agora sob controle, nós estamos tendo a bênção de poder fazer uma sessão em homenagem ao Chico Xavier. Inicialmente estava marcada no dia 2 de abril de 2020, no dia do aniversário do Chico, mas, devido à crise sanitária, a gente teve que adiar.

    Então, eu não sou muito de formalidades, mas a gente tem que seguir aqui uma liturgia.

    Sob a proteção de Deus, declaro aberta esta sessão, para que nós possamos iniciar os nossos trabalhos.

    A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, em que a gente faz as nossas votações aqui, na Casa, e é uma sessão que é executada hoje a partir do atendimento de um requerimento aprovado – e aqui vai o meu agradecimento a todos os colegas Senadores –, o Requerimento nº 105, de 2020, de minha autoria e de outros Senadores, aprovado por unanimidade aqui pelo Plenário do Senado Federal.

    A sessão de hoje, como eu falei há pouco, é destinada a homenagear esse grande pacifista e humanista brasileiro, o médium Francisco Cândido Xavier.

    A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: a Sra. Deputada Caroline de Toni, Congressista pelo Estado de Santa Catarina; o Sr. Adilson Mariz de Moraes, Presidente da Comunhão Espírita de Brasília, já presente à mesa; o Sr. Marcel Souto Maior, jornalista e também biógrafo de Chico Xavier, que vai participar de forma remota; o Sr. Haroldo Dutra, que é palestrante espírita, está aqui ao meu lado e vai participar de forma presencial; o Sr. José Carlos De Lucca, que é escritor, palestrante e que também vai participar conosco de forma virtual; a Sra. Marta Antunes Moura, Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), que está aqui também ao meu lado e vai participar de forma presencial nesta sessão; o Sr. Oceano Vieira de Melo, pesquisador, historiador, documentarista, que vai participar conosco desta sessão de forma remota; o Sr. Paulo Maia Costa, Presidente da Federação Espírita do Distrito Federal – o Sr. Paulo Maia já chegou, está aqui conosco e também vai participar de forma presencial nesta sessão –; o Sr. João Pinto Rabelo, Diretor da Federação Espírita Brasileira (FEB), também já presente aqui conosco, vai participar de forma presencial; o Sr. Geraldo Lemos Neto, Presidente da Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo e também Presidente do Portal e da TV Saber Espiritismo de Belo Horizonte, que conviveu muitos anos com Chico Xavier e vai participar desta sessão de forma remota.

    Muito obrigado a todos vocês por estarem, dentro das limitações – alguns presencialmente, outros de forma virtual –, participando desta sessão que, tenho certeza, vai levar muita luz, vai levar muita serenidade, muito alento, muita esperança, muito conforto, num momento em que a gente vive turbulências – desde que eu me entendo por gente – jamais vistas na história desta nação.

    O Sr. Luiz Carlos Bassuma também vai participar desta sessão. Ele foi Deputado Federal duas vezes pelo Estado da Bahia e foi o Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida, durante a sua legislatura, defendendo a vida desde a concepção. Ele está aqui conosco e vai participar de forma presencial. A Sra. Andreia Salles, que é Coordenadora do Movimento Brasil sem Drogas, também já está aqui conosco e vai participar de forma presencial. O Sr. Nazareno Feitosa, palestrante, um grande amigo que eu conheci desde o Ceará, há mais de 20 anos, e é um estudioso da doutrina, um trabalhador, um ativista das causas do Cristo aqui neste Congresso Nacional, vai participar de forma presencial e já está aqui à mesa conosco. Para fechar os participantes que irão palestrar – mas há muitas pessoas aqui; depois eu queria até que a nossa Secretaria pegasse o nome de todas as pessoas que estão aqui para a gente poder registrar a presença delas –, eu queria anunciar mais um nome que vai participar e que vai fazer uma palestra aqui para nós, que é o Sr. Simão Pedro, Professor universitário e membro do Conselho Regional Espírita do Alto Paranaíba, que vai participar de Minas Gerais desta sessão remota.

    Antes do Hino Nacional, eu queria também dizer aqui da minha gratidão, de coração, para o Presidente desta Casa, o Senador Rodrigo Pacheco, que é de Minas. Ele é conterrâneo lá do nosso querido homenageado de hoje, Chico Xavier. O Presidente teve muita sensibilidade de confirmar esta sessão para hoje, sexta-feira – e nada acontece por acaso, tinha que ser hoje mesmo –, e foi muito aberto para que a gente pudesse realizá-la de uma forma semipresencial. Então, eu lhe agradeço.

    A energia é outra quando a gente consegue estar presente fisicamente, e eu acho que todos vão ganhar, o Brasil vai ganhar com essa homenagem à cultura da paz, que transcende a pessoa, a obra, mais de 400 livros traduzidos para diversas línguas do mundo, de um homem que só fez a caridade, que ajudou, que confortou mães, pais, irmãos que perderam entes queridos. Então, eu acho que vai ser uma tarde e noite muito emocionantes para todos nós.

    O pai do Presidente Rodrigo Pacheco, que eu não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente ainda, só virtualmente, é um estudioso da doutrina espírita lá em Belo Horizonte, o Sr. Helio – fica aqui o meu abraço –, e deve estar nos acompanhando neste momento histórico. E também o Sr. Claudinei Paulino, que é um grande amigo ali, próximo a Juiz de Fora, também tem uma admiração muito grande por Chico Xavier e está acompanhando esta sessão lá da cidade dele, que é São João Nepomuceno.

    Então, nós vamos agora...

    Eu convido todos vocês para que, em posição de respeito, a gente possa acompanhar o Hino Nacional brasileiro.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Para discursar - Presidente.) – Bem, pessoal, antes de começar aqui a programação, que vai ter de tudo um pouco – arte, algumas palestras de convidados que eu já anunciei aqui –, eu queria dizer a vocês da honra e da alegria de poder estar aqui, neste momento, presidindo uma sessão como esta. É uma benção muito grande da espiritualidade proporcionar isso e trazer para este plenário em que estamos, onde tantas decisões importantes são tomadas, praticamente todos os dias.

    E, durante a pandemia, nós não tivemos um dia de descanso, deliberando, e a gente sabe que a guerra que a gente vive, no planeta, neste estágio da humanidade, absolutamente, não é uma guerra entre os homens; nós estamos diante de uma grande batalha, de uma grande guerra espiritual. E a gente está tendo a oportunidade de falar sobre valores e princípios edificantes hoje, aqui neste plenário. Relembrar a passagem desse grande brasileiro é algo que vai trazer muitas vibrações positivas para o que vem por aí, para iluminar cada um que trabalha aqui, sejam Senadores, sejam assessores, sejam os funcionários desta Casa, essa energia, e muitos chegam para comentar comigo depois, essa energia fica durante muito tempo.

    E eu peço a vocês que estão em casa, vocês que estão aqui presentes no plenário que sempre orem não apenas agora, mas que a gente possa orar por nossa nação. Não temos dúvidas de que vamos superar tudo isso, todas essas angústias, todas essas incertezas, essa desesperança que vem batendo na porta. E a gente vai precisar ter muita união, muito trabalho, muita humildade e fé para colocar o Brasil onde ele merece, onde o nosso povo merece, porque esta nação é fabulosa, rica, poderosa. E tudo isso que se está passando, acontecendo, é um processo importante para que nós possamos renascer como nação com mais ética e com mais humanismo.

    Eu queria dizer aqui da minha alegria em ter conosco conectado, outros Senadores também vão participar, mesmo que de forma remota, mas o Senador Izalci Lucas, aqui de Brasília, já está conectado conosco e, daqui a pouco, por uma das causas do Cristo, que nós abraçamos aqui no Senado Federal, vou precisar me ausentar um pouco, alguns minutos, para um debate nacional que vai haver, que já estava marcado há muitos meses também, mas eu vou e o Izalci vai comandar aqui a sessão até a minha volta, ele que é uma pessoa também muito sensível e que é muito respeitosa aqui dentro do Senado Federal.

    Sras. Senadoras, Srs. Senadores, irmãos e irmãs de ideal, se ainda estivesse encarnado, Chico Xavier completaria, em 2 de abril próximo, 112 anos de idade. No momento em que o Brasil inteiro, ainda assolado pela pandemia, procura algumas alternativas de saída, o exemplo de vida de Chico Xavier é uma das nossas grandes inspirações.

    Reencarnou em uma família com nove filhos de um vendedor de bilhete de loteria e de uma lavadeira, ambos analfabetos, na pequena cidade mineira de Pedro Leopoldo, em 1910. Órfão de mãe, aos cinco anos foi entregue à madrinha, que não o tratava bem, e, com muito sacrifício, conseguiu completar o curso primário. Aos 22 anos, caixeiro de um pequeno armazém em Pedro Leopoldo, que fica ali pertinho da capital Belo Horizonte, Chico Xavier publicou a primeira edição do Parnaso de Além-Túmulo, coletânea de poemas psicografados, que fez sensação nos círculos literários brasileiros e que o tornou conhecido nacionalmente. Começava aí sua história de vida pública. Ao Parnaso, seguiram-se mais de 400 livros, que venderam mais de 50 milhões de exemplares e que compunham o que há de mais importante na literatura mundial.

    Mas Chico Xavier viveu no mundo sem ser do mundo. O médium era, sobretudo, um filantropo. Embora viesse a se tornar o escritor brasileiro de maior sucesso comercial da história, ele cedeu integralmente – repito, integralmente! – os direitos autorais de suas obras para instituições de caridade espalhadas por todo o nosso país.

    Embora fosse reconhecido como um dos maiores líderes espirituais do Brasil e um dos mais importantes expoentes do espiritismo, jamais cobrou um centavo pelas mais de 10 mil cartas que psicografou, consolando milhares de famílias, que se deslocavam de todas as partes do Brasil na esperança de receberam notícias de seus entes queridos desencarnados.

    Chico Xavier dizia que não era senão uma formiguinha das menores que anda pela terra cumprindo sua obrigação. Ele dizia que era um cisco, não é? Era Chico... "Eu sou um cisco". Uma formiguinha que teve seu nome aprovado pelo Congresso Nacional como Herói da Pátria, fruto de um projeto de lei que veio lá da Câmara Federal, o qual eu tive a honra de relatar aqui no Senado. Tive também a alegria que propor um PL oficializando o dia 18 de abril como o Dia Nacional do Espiritismo, já aprovado tanto na Câmara dos Deputados, como aqui no Senado; só está faltando, por uma questão burocrática, a sanção do Presidente da República. Dia 18 de abril, nós sabemos que foi o dia da publicação de O Livro dos Espíritos, a primeira obra de Allan Kardec, que marcou o grande início dessa doutrina, que é baseada na ciência, na filosofia e na religião.

    É esse um exemplo de fé em Jesus e desprendimento de interesses materiais, o que precisa ser por nós sempre lembrado, para servir como referência permanente; de alguém que nos pede, como ele nos pediu, que doemos a paz e a alegria aos que vivem junto a nós; de alguém que nos move, como ele nos moveu, para o exercício espiritual da caridade, que coloca em movimento as forças nobres da alma; de alguém que nos mostra, como Chico Xavier nos mostrou, que, embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim. Que possamos nos inspirar em Chico Xavier na busca pela paz de Jesus Cristo, que é uma paz corajosa e ativa no bem!

    Muitíssimo obrigado a todos.

    Neste momento, vou passar a palavra ao Presidente da sessão, a partir de agora, que é o Senador Izalci Lucas, que vai comandar esta sessão enquanto eu vou para um debate sobre jogo de azar, sobre jogatina, que está ameaçando, na próxima semana... E peço a oração e o engajamento de vocês, da forma como puderem, para que a gente possa evitar esse grande malefício para a nossa nação, que já tem problema demais e não precisa de jogo de azar para completar os nossos tormentos.

    Izalci, muito obrigado pela sua disponibilidade, na primeira hora. O senhor vai comandar, a partir de agora, já chamando uma contação de história bem interessante, e, depois, iniciar com os palestrantes.

    Daqui a pouco, estou de volta.

    Muito obrigado.

    Que Deus abençoe todos! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/02/2022 - Página 7