Fala da Presidência durante a 82ª Sessão Especial, no Senado Federal

Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar a passagem dos 65 anos de existência da organização internacional beneficente ”Nova Acrópole”.

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar a passagem dos 65 anos de existência da organização internacional beneficente ”Nova Acrópole”.
Publicação
Publicação no DSF de 16/07/2022 - Página 7
Assunto
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, PASSAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, PROMOÇÃO, FILOSOFIA, CULTURA, SEDE, PAIS ESTRANGEIRO, BELGICA, AGRADECIMENTO, PRESENÇA, GRUPO, CONVIDADO, PROGRAMA, CRIANÇA, ENTIDADE, ATUAÇÃO, MUNDO, FAVORECIMENTO, SOCIEDADE.

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Fala da Presidência.) – Paz e bem a todos.

    Declaro aberta a sessão.

    Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.

    A presente sessão especialíssima semipresencial foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, em atendimento ao Requerimento nº 390, de 2022, de minha autoria e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal, por unanimidade.

    A sessão é destinada a comemorar a passagem dos 65 anos de existência da Nova Acrópole, que exatamente no dia de hoje, 15 de julho, lá na Argentina, em Buenos Aires, foi fundada – fica a nossa gratidão aos fundadores.

    A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Luís Carlos Marques Fonseca, Diretor Nacional da Nova Acrópole Brasil - Divisão Norte; Sr. Roberto Pértile, Secretário Nacional de Voluntariado da Nova Acrópole; Sra. Luzia Helena Echenique – é isso, Echenique? Está correto o sobrenome?

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Sra. Luzia Helena Echenique, Diretora Nacional da Nova Acrópole Brasil - Divisão Sul; Sra. Lúcia Helena Galvão Maya, Professora da Nova Acrópole do Brasil; Sra. Luiza de Marilac Fernandes Koshino, Secretária do Projeto Criança para o Bem; e Sra. Katia Correa Lazera. Lacera? Lacera? É isso?

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Lazera, que é membro do Instituto Paraense de Educação e Arte (Ipearte); Sr. Ricardo Vela de Britto Pereira, Coordenador Nacional da Escola do Esporte com Coração e Membro do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin; e Sr. Luciano Mendes Bezerra, Professor na Universidade de Brasília (UnB), e aluno, há 13 anos, da Nova Acrópole.

    Eu convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, que será executado pelo Coral Programa Criança Para o Bem.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Para discursar - Presidente.) – Eu queria agradecer de coração ao Maestro Ricardo Sousa-Castro. Muitíssimo obrigado. Eu quero dizer que, antes de a gente iniciar esta transmissão ao vivo para todo o país – não apenas pela TV Senado, mas pelas redes sociais da Casa revisora da República -, nós estávamos tendo uma belíssima apresentação.

    Eu quero agradecer ao Programa Criança para o Bem, que é da Nova Acrópole e que desenvolve esse trabalho tão bonito, de cultura, de arte, tão vivo e belo como deve ser.

    Muito obrigado.

    Eu queria, neste momento, fazer aqui umas breves considerações.

    Foi com muita honra e alegria que solicitei a realização desta sessão especial em homenagem aos 65 anos da Nova Acrópole, essa importante organização que está presente em cerca de 60 países, incluindo o Brasil, onde tenho amigos dela participando ativamente. Inclusive, um desses meus amigos e irmãos está aqui, o Giuliano Sales Loureiro, junto com a Aline, sua esposa, lá de Fortaleza, que me convidou para eu ter essa benção, essa oportunidade ímpar de ser aluno, porque eu fui aluno da Nova Acrópole lá em Fortaleza durante algum tempo, e isso foi muito importante para mim. Eu só tenho muita gratidão pelo trabalho dedicado de todos.

    O tripé fundamentado na filosofia, na cultura e no voluntariado é muito forte para contribuir para o desenvolvimento de qualquer sociedade, na medida em que funciona como um instrumento eficaz para a evolução de cada indivíduo.

    A educação de homens baseada em valores humanos sólidos sem dúvida nenhuma nos trará como consequência uma sociedade mais justa.

    A vida de Sócrates, assim como a obra de Platão, exerceu uma influência positiva na minha decisão pessoal de disputar pela primeira vez uma eleição em 2018, como, por exemplo, esta pérola do pensamento filosófico a respeito do exercício da cidadania: "O destino das pessoas boas e justas que não se interessam por política é serem governadas por pessoas nem tão boas e nem tão justas que gostam de política". Platão falou isso 350 anos antes de Cristo.

    Quero, na abertura dos nossos trabalhos de hoje, compartilhar uma dessas ricas experiências de vida.

    O jornalista norte-americano Isidor Feinstein Stone, ou simplesmente Izzy Stone, foi considerado uma lenda viva do jornalismo. Ele viveu entre 1907 e 1989 sem nunca abrir mão de seus princípios e de sua liberdade de expressão. Por isso, sempre incomodou os governos, sendo perseguido e demitido de todos os jornais importantes em que trabalhou. Preferia pagar o preço da demissão do que abrir mão da verdade e da coerência. Na década de 60, sem emprego, mas com muita credibilidade, cria o seu próprio periódico semanal, o I.F. Stones's Weekly, até que precisou se aposentar por questões de saúde. Então, decide realizar seu grande sonho. Sempre foi apaixonado pelos filósofos da Grécia antiga. Ele, que já dominava bem os idiomas francês, alemão e latim, dedicou dez anos ao estudo do grego arcaico com o objetivo de ler e retraduzir os textos clássicos da Grécia antiga.

    Em 1988, publica um pequeno mas exuberante livro intitulado O Julgamento de Sócrates. Fez isso porque nunca conseguiu compreender como um filósofo com a estatura de Sócrates foi condenado à morte pela assembleia de Atenas.

    Em sua conclusão, Stone considera que Sócrates, já com 70 anos de idade, teve uma atitude suicida por ter adotado em sua defesa no julgamento um tom provocativo e, às vezes, até arrogante – talvez por não abrir mão de seus princípios –, não deixando aos cidadãos atenienses presentes à assembleia nenhuma alternativa à pena máxima, de morte por envenenamento.

    Nessa análise de Stone, que potencializa a sabedoria e as qualidades morais do grande filósofo, só faltou destacar um aspecto preponderante: a sua espiritualidade. A partir dos 40 anos de idade, ele passa a receber influência ostensiva de seu guia espiritual – em grego: daimonion.

    Em sua defesa, ele próprio cita esse contato com essa influência considerada divina e aproveita esse fato para relatar mais uma vez seu pensamento sobre a morte e, principalmente, ressaltar seu completo desprendimento dos interesses materiais.

    Eu encerro essas minhas palavras expressando a minha gratidão a Deus por estar pisando o mesmo chão e respirando o mesmo ar que tantos missionários como Sócrates e Platão também fizeram. Que essas vidas exemplares na coerência entre o pensar, o falar e o agir possam sempre nos inspirar para que, mesmo reconhecendo nossas inúmeras imperfeições e limitações humanas, tenhamos força para realizar as necessárias transformações interiores em benefício do mundo à nossa volta.

    Antes aqui de participarmos desta solenidade, quando vamos ter a entrega de uma placa, neste momento, eu gostaria de relembrar o momento que estamos passando na humanidade, um momento de muita provação sob todos os aspectos.

    Nós estamos juntos nessa jornada, onde precisamos, realmente, resgatar, na sabedoria, na história, na filosofia clássica, sempre a motivação e o entusiasmo, que vem de Deus, para que possamos trilhar com serenidade.

    A gente vive um momento de guerra, vive um momento de degradação muito grande de princípios e valores morais e nós temos aí, na terra, muitos permeando uma nova Sodoma e Gomorra. E a gente tem que agradecer e celebrar a existência de uma instituição como a Nova Acrópole, porque faz esse resgate, nos coloca um novo norte, tem feito um trabalho fantástico.

    Aqui no Brasil, eu conheço esse trabalho, mas, como eu li aqui há pouco tempo, são quase 60 países, e a gente tem aí um trabalho social. Em um momento de tanto vazio existencial, com pessoas se mutilando, pessoas atentando contra a própria vida – que é uma bênção! –, a Nova Acrópole é realmente algo fundamental para que as pessoas possam conhecer, se identificar e resgatar esse amor pela vida, numa reconstrução de um ciclo aí que se está concluindo. A humanidade está precisando de um outro espiral e vai ser muito importante o trabalho dela.

    O Senado acolhe, respeita e celebra junto esses 65 anos da Nova Acrópole.

    Então, eu quero passar agora para a entrega da placa à Sra. Luzia Helena – o seu sobrenome eu vou acertar até o final desta sessão, prometo... (Risos.)

    A SRA. LUZIA HELENA ECHENIQUE (Fora do microfone.) – Echenique.

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Echenique.

    Qual é a origem do sobrenome?

    A SRA. LUZIA HELENA ECHENIQUE – Basco.

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Basco, olha só que bacana.

    Então, eu quero passar à Sra. Luzia Helena Echenique – melhorou, não é?... (Risos.)

    ... representando a Organização Internacional da Nova Acrópole, esse reconhecimento importante pelo trabalho desempenhado.

    Então, com muita gratidão, receba esta placa aqui do Senado Federal do Brasil.

(Procede-se à entrega de placa de homenagem à Sra. Luzia Helena Echenique.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Então, sem mais delongas, eu concedo a palavra ao Sr. Luís Carlos Marques Fonseca, que é o Diretor Nacional da Nova Acrópole Brasil Divisão Norte.

    Foi feito internamente um combinado aqui de falas. Alguns vão falar por um pouco mais tempo – isso foi tudo pactuado inicialmente –, mas sempre contem com a tolerância da Casa, está certo? A gente está aqui...

    Aliás, quando terminar esta sessão, na hora em que tiver que terminar, porque nada acontece por acaso... Eu estava querendo realizar esta sessão antes da pandemia, a ideia era essa. Aí veio esse momento difícil da humanidade – que tem também a oportunidade de um salto, de um despertar de consciências – e acabou que a gente não podia ter, até muito pouco tempo atrás – não é, Zezinho? –, sessões aqui no Senado Federal como a gente está tendo agora, presencialmente. E, assim que se liberou, a gente efetivou aqui, e foi aprovado por unanimidade.

    Eu quero agradecer aos Senadores – muitos não estão aqui porque ontem foi o último dia de trabalho no Senado, teremos o recesso constitucional de 15 dias. E, quando terminar esta sessão, na hora que for, a gente vai apagar as luzes aqui do Senado, vai ter essa benção de apagar para uma reflexão, para voltar com toda força daqui a 15 dias. Olha a responsabilidade! (Risos.)

    Então, Luís Carlos, você fique à vontade. Se quiser falar daqui ou da tribuna, do lado direito ou do lado esquerdo, fique à vontade.

    Muito obrigado pela sua presença aqui. É uma honra muito grande, viu, Luís?


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/07/2022 - Página 7