Discurso durante a 100ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexão sobre a democracia brasileira, a harmonia entre os três Poderes da República e as expectativas de S. Exa. quanto ao próximo Presidente eleito.

Autor
Oriovisto Guimarães (PODEMOS - Podemos/PR)
Nome completo: Oriovisto Guimaraes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, Governo Federal, Poder Judiciário, Poder Legislativo:
  • Reflexão sobre a democracia brasileira, a harmonia entre os três Poderes da República e as expectativas de S. Exa. quanto ao próximo Presidente eleito.
Publicação
Publicação no DSF de 12/10/2022 - Página 18
Assuntos
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Organização do Estado > Poder Judiciário
Organização do Estado > Poder Legislativo
Indexação
  • DEMOCRACIA, PAIS, BRASIL, ENTENDIMENTO, PODER, EXECUTIVO, LEGISLATIVO, JUDICIARIO, EXPECTATIVA, ELEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

    O SR. ORIOVISTO GUIMARÃES (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - PR. Para discursar. Por videoconferência.) – Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Sr. Presidente, quero usar da palavra, mais uma vez, para cumprimentar os democratas deste país, para cumprimentar todos aqueles que não têm medo da democracia.

     Ainda há pouco, assisti aqui, na tela do computador pelo qual acompanho esta sessão, o Senador Portinho abraçando o Senador Jean Paul Prates. Que linda cena, que democrática cena, ao ver Jean Paul Prates votar em uma medida provisória assinada pelo Presidente Bolsonaro e ao ver o Líder do Governo abraçando o Líder do PT! É disto que o Brasil precisa: gente que acredita na democracia.

    Eu tive e tenho ideias que professo ao longo da vida. Eu quero um Estado voltado para o social, eu quero um Estado que cuide da educação, eu quero um Estado que faça um forte papel de assistência social, sobretudo para as crianças, eu quero um estado que tenha um Judiciário enxuto e ágil, eu quero as reformas de que este país precisa, mas eu sempre me curvarei à democracia. Eu defendo ideias, eu não defendo pessoas. Não me importa o nome do Presidente do Brasil. Nós seremos sempre governados por três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. E nós teremos sempre que nos curvar à vontade das urnas. Não há outro caminho.

    Este país hoje se divide quase meio a meio, praticamente meio a meio, e alguns, pela pouca cultura, talvez pela pouca idade ou talvez pelo pouco espírito democrático, imaginam que, se o seu candidato não ganhar, será o fim do mundo. Não será. Não será!

    Seria tão bom ler Sartre: "O inferno são os outros". Os outros colocam em dúvida as nossas opiniões, os outros têm opiniões diferentes das nossas. E, se nós não admitirmos que os outros possam existir com suas opiniões, eles também não admitirão que nós possamos existir com as nossas opiniões.

    A democracia é o único regime que pode permitir o convívio das pessoas que discordam. E discordar é saudável, mas discordar com respeito, discordar obedecendo à Constituição, discordar obedecendo sempre à vontade da maioria.

    Então, Sr. Presidente, eu quero dizer que não gosto de Estados teocráticos. Em nenhum lugar do mundo civilizado, existe um Estado teocrático. Essa separação que diz que o Estado é laico tem o meu aplauso.

    E eu espero que o próximo Presidente, seja ele quem for, tenha luz para bem governar este país. E que nós, no Senado e na Câmara dos Deputados, façamos o nosso papel de Poder independente, papel de contrapeso, papel de quem evita excessos! E que o Judiciário também cumpra o seu papel!

    Eu tenho fé no futuro do Brasil, independentemente de quem ganhe as próximas eleições.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/10/2022 - Página 18