Discurso durante a 120ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Exposição dos motivos da candidatura de S. Exa. à Presidência do Senado Federal para o biênio 2023-2024.

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atividade Política, Eleições e Partidos Políticos:
  • Exposição dos motivos da candidatura de S. Exa. à Presidência do Senado Federal para o biênio 2023-2024.
Publicação
Publicação no DSF de 14/12/2022 - Página 71
Assuntos
Outros > Atividade Política
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Indexação
  • EXPOSIÇÃO, MOTIVO, CANDIDATURA, ORADOR, PRESIDENCIA, SENADO.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Para discursar.) – Paz e bem, Presidente desta sessão, Senador Veneziano Vital do Rêgo, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, funcionários desta Casa, assessores aqui presentes.

    Eu queria começar esse discurso muito importante para mim, Senador Veneziano Vital do Rêgo, após quase quatro anos de mandato, queria começar com o nosso patrono aqui deste Plenário do Senado Federal, Ruy Barbosa. Nordestino como eu, ele dizia o seguinte: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto". Muito profundo, pelo momento, pela provação que nós estamos passando enquanto brasileiros, enquanto cidadãos.

    E eu queria dar a minha contribuição nesse momento. Muitas vezes, a gente procura colaborar com o parlar, falar, mas o que está acontecendo hoje no Brasil infelizmente, Parlamentares terem que pensar o que podem falar. Isso é um absurdo jamais visto nesta República e a gente não pode aceitar isso.

    E, por entender que o Senado Federal é um dos grandes corresponsáveis por esse caos institucional que aflige boa parte dos brasileiros, eu, com todo o respeito e com muita humildade, me coloco à disposição para tentar ser Presidente do Senado Federal. Sei que é difícil, muito difícil, porque é Davi contra Golias, como se diz, o jogo é bruto. Mas eu vou conversar com cada colega Senador que eu puder para que a gente possa oferecer essa alternativa, uma alternativa independente de verdade, para que o Senado volte a ter a altivez para reequilibrar os Poderes da República, tendo verdadeira independência, assim como também harmonia. Porque hoje nós temos um Poder que está esmagando os demais Poderes e isso não é correto, não é justo.

    Eu queria colocar, neste momento, que essa minha candidatura à Presidência do Senado é a terceira que vem... Já temos o Presidente Pacheco, que tem o apoio do Lula, temos o Senador eleito Rogério Marinho, que tem o apoio do atual Presidente da República. Mas eu quero me colocar para colaborar nesse debate e quem sabe... Quem conhece um pouco da minha história sabe que foi um milagre eu estar aqui, porque estávamos disputando a vaga com o Presidente do Senado, lá no Ceará, mas Deus nos trouxe com a boa vontade do povo cearense.

    Espero a boa vontade dos Senadores para que a gente possa fazer um trabalho...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – ... um trabalho com todas as limitações e imperfeições, porque eu sei que as tenho, mas procurando dar o meu melhor, no limite de minhas forças, para poder deixar um legado para os nossos filhos, para os nossos netos.

    É nesse espírito colaborativo de reconhecer que todos os Senadores têm habilidades e têm virtudes, e de que a gente pode somar no caminho para devolver uma verdadeira pacificação à nossa nação, para devolver a alegria, o orgulho do brasileiro de se apropriar do Senado Federal novamente, porque o Senado, hoje, está apartado da nossa sociedade.

    Eu sou um Parlamentar que gosta de ir às praças...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – ... conversar com as pessoas simples, sejam de direita, sejam de esquerda, sejam contra o Governo ou a favor do Governo. O diálogo é fundamental para a democracia, que está sendo aviltada porque o Senado, infelizmente, tem sido omisso com relação, por exemplo, a deliberações de pedidos de impeachment, porque mais de 60 são engavetados nesta Casa sistematicamente. Isso tem, como já falei há pouco, nos deixado cada vez mais distantes do povo brasileiro, que tem a credibilidade nesta Casa lá embaixo, assim como também a do STF. Os dois estão abraçados juntos, nesta situação, mas nós vamos devolver – eu não tenho a menor dúvida... Porque muitos pensam que estão no controle, que estão no comando, mas a gente sabe, nós cristãos sabemos que quem está no comando é Jesus e, por essas causas justas, eu me sinto convidado para, pelo menos, fazer a minha parte.

    Já estou aqui há quatro anos e alguma coisa aprendi nesses quatro anos, e gostaria muito de colocar em prática. Um Senado mais democrático, onde cada Senador possa apresentar um projeto por ano, pelo menos. Já pensou? Porque nós representamos os estados da Federação, mas também o povo, o nosso povo. 

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Então, por que não poderíamos fazer um pacto em que cada Senador, independentemente de partido, de posição ideológica, possa ter um projeto votado neste Plenário? Votado! Não significa dizer que vai ser aprovado, mas que ele possa vir aqui defender as suas ideias, e não apenas os amigos do rei.

    Eu agradeço a atenção e quero clamar que essa candidatura tem uma premissa muito importante: devolver ao Brasil, que está com medo – o cidadão brasileiro –, a sua liberdade, a sua livre expressão, que é garantida na nossa Constituição. Hoje nós temos jornalistas, pastores, cidadãos comuns, artistas e até Parlamentares intimidados pelos nossos tribunais superiores. Então, que o Senado possa cumprir o seu dever constitucional, a sua prerrogativa de reequilibrar, finalmente, esses Poderes, para que tenham harmonia e independência, e que o Brasil possa voltar a ser livre.

    Então, muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância.

    E, como eu prometi, gostaria de encerrar este pronunciamento, que faço com muita honra e alegria, aqui no Plenário deste Senado Federal, me colocando à disposição para ser candidato à Presidência do Senado, resgatando – se o senhor me der só mais um minuto para encerrar, eu lhe agradeço – algo que muito foi, quando eu cheguei aqui, no primeiro dia, na posse, em que tivemos a eleição... Eu participei, já, de duas eleições aqui, a do Presidente Davi e a do Presidente Rodrigo Pacheco, e achei muito bonito a população acompanhando, principalmente a do Davi, acompanhou de perto, e muitos Senadores mostraram o seu voto e aquilo foi algo como uma catarse coletiva, que marcou positivamente o imaginário do nosso povo, da democracia sendo exercida, os seus representantes sendo transparentes com relação ao que pensam. E eu acho que vai ser de novo assim. No ano de 2023, no dia 1º de fevereiro, com a eleição do próximo Presidente do Senado, que a gente possa ter o voto aberto, e não mais termos segredismos na República.

    Então, eu encerro, Sr. Presidente, com uma frase que não dá mais do que...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Vou deixar o tempo.

    Uma frase, de novo, do nosso Ruy Barbosa, patrono desta Casa, quando ele diz o seguinte: "Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter tentado". Eu tentarei e farei o meu melhor para que possamos trabalhar juntos, na Presidência do Senado, nessa cadeira que o senhor ocupa, e fazermos um trabalho aqui que possa atender os anseios legítimos da sociedade, que clama, neste momento, por justiça, por verdade na nossa nação.

    Que Deus abençoe! Muito obrigado pela tolerância e muita paz a todos!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/12/2022 - Página 71