Discurso durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação quanto ao papel das organizações não governamentais na questão ambiental brasileira. Registro da elevada emissão de carbono em razão da guerra na Ucrânia.

Autor
Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Meio Ambiente:
  • Preocupação quanto ao papel das organizações não governamentais na questão ambiental brasileira. Registro da elevada emissão de carbono em razão da guerra na Ucrânia.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2023 - Página 54
Assunto
Meio Ambiente
Indexação
  • ATUAÇÃO, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), Amazônia Legal, MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, SUSTENTABILIDADE, GUERRA, RUSSIA, UCRANIA, EMISSÃO, GAS CARBONICO.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Vanguarda/PP - SC. Para discursar.) – Em primeiro lugar, ao meu querido amigo Senador Laércio, que ainda está se ambientando com a Casa, na verdade, eu não estou sendo instado, nem homenageado por V. Exa. Eu estou sendo cobrado, porque eu devo iniciar as minhas palavras, cumprimentando a fala de V. Exa., que persiste, coerentemente, em apontar aos censores, com "c", que pretendem exercer sobre nós influências e conseguem alguns acólitos – e conseguem –, generosamente, eu não diria remunerados, mas gratificados pela "gratidão", entre aspas, dessas entidades que querem, sempre, nos incriminar, como merecendo reprimenda em matéria de práticas ambientais.

    Então, eu quero cumprimentá-lo pelo seu discurso, que é um alerta que eu acompanho há muito tempo. E eu estava conversando com os meus amigos de Roraima ali, os Senadores Hiran e Mecias. Eu assisti, em novembro de 1991, como Senador, a uma audiência pública sobre a criação da Reserva Yanomami, em novembro de 1991, e vejo hoje a repetição de acusações formuladas por acusadores que não têm idoneidade, como já foi denunciado em 1989 e 1990 pelo Senador Jarbas Passarinho na CPI da Amazônia. Mudaram, na verdade, os nomes dos personagens. É claro que nós precisamos melhorar, mas o conselho de quem não tem autoridade para dar conselho só é aceito pelos tolos ou pelos que têm vinculações externas inconfessáveis.

    Mas faço esta colocação, com muito respeito a quem divergir de mim, num momento em que todos nós estamos preocupados com a questão ambiental, com as mudanças climáticas. Eu não sou um negacionista nessa prioridade. O que eu acho é que falta equilíbrio para mensurar as responsabilidades, Senador Marcos Pontes, Senador Kajuru Nasser e Senador Mourão, além dos demais Senadores que nos assistem. O que falta é o equilíbrio nas medidas compensatórias. Quando se fala do Brasil lá fora, na verdade, o que se quer é que se sobreponha ao interesse coletivo e ambiental interesses comerciais de disputa, especialmente em áreas onde nós estamos, neste momento, numa situação e numa conjuntura que nos torna detentores de uma competitividade inigualável, como é, por exemplo, o agronegócio. Nós estamos neste momento. Apesar das dificuldades com fertilizantes, apesar das dificuldades de logística, nós temos condições de competitividade muito especiais.

    Então, eu creio que me valho das suas observações e também daquelas do Senador Lucas Barreto, aí abordando a questão do respeito ao servidor público dos antigos territórios, e este foi o assunto que eu abordei com os Senadores Hiran e Mecias para fazer este apelo. Nós não podemos nos vestir com aquele complexo, como dizia Nelson Gonçalves, do guapeca e aceitar censuras que provenham de quem se arvora censor, mas que, na verdade, deveria cuidar da trava do seu olho, e não apontar para a trava ou a possível trava do nosso, e nós reconhecemos que temos que corrigir e melhorar.

    Então, na verdade, atendendo à sua censura e à sua cobrança, estou aqui para lhe dizer que o senhor tem razão, a sua luta em favor desse esclarecimento de qual é o papel de uma ONG, se é benevolente, se é beneficente ou se não é apenas isso, eu acho que esta sua cobrança pertinaz engrandece o seu mandato e nos ajuda a todos a respeitarmos os interesses do nosso país, da nossa gente, respeitando, é claro, a obtenção da coexistência do mundo, da humanidade no que o Brasil, de um modo geral, tem sido um agente positivo. Historicamente, é isso que nós podemos dizer: o Brasil é um agente primacialmente vinculado à promoção da paz, incluindo-se aí essa famigerada guerra da Ucrânia, que é realmente um ativo emissor de CO2. Eu já disse aqui: um dia de guerra na Ucrânia deve representar dois ou três dias de emissão de CO2 de todas as queimadas do mundo, porque lá – o Senador Mourão pode me corrigir – o material bélico que foi consumido até agora é muito velho, ou seja, tanque lá... a emissão de CO2 daqueles veículos, principalmente dos que já foram destruídos, é coisa da Segunda Guerra Mundial. Portanto, altamente poluente.

    E o que se gastou de munição até agora, de todos os tipos, além da morte, além da dor, além do que a humanidade repele, eu acho que tudo aquilo contribui para considerar uma guerra que está sendo incentivada por muitos dos que nos censuram, é um foco apenas que eu abro em relação ao que V. Exa. falou, e, com isso, me considero quitado da sua cobrança.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2023 - Página 54