Discurso durante a 17ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Celebração do Dia Mundial da Água, data instituída pela Organização das Nações Unidas, comemorado no dia 22 de março.

Crítica à suposta falta de isonomia entre os Senadores por parte da TV Senado.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Celebração do Dia Mundial da Água, data instituída pela Organização das Nações Unidas, comemorado no dia 22 de março.
Atividade Política:
  • Crítica à suposta falta de isonomia entre os Senadores por parte da TV Senado.
Publicação
Publicação no DSF de 22/03/2023 - Página 13
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Outros > Atividade Política
Indexação
  • CELEBRAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, AGUA, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), COMENTARIO, BRASIL, AUSENCIA, ACESSO, AGUA POTAVEL, COLETA, TRATAMENTO, ESGOTO, SANEAMENTO BASICO.
  • CRITICA, EMISSORA, TELEVISÃO, SENADO, DISCRIMINAÇÃO, ORADOR, AUSENCIA, IGUALDADE, SENADOR.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Aliás, sem nenhuma mágoa, Presidente da sessão, amigo, irmão, Capitão Styvenson, rapidamente, quero dizer o seguinte: alguns Senadores, meus amigos inclusive, depois de quatro anos de mandato, só agora vieram a reclamar com o Presidente do Senado e do Congresso Rodrigo Pacheco que eu, Kajuru, sou o primeiro a falar todo dia. Quando eu aqui cheguei, o primeiro era Paulo Paim e eu comecei a disputar com ele – o que não é fácil. Superei-o, felizmente, e ele reconheceu.

    Agora, voltou-se ao art. 17. Então, eu só posso ser o primeiro a falar duas vezes por semana. Na terceira, na quarta e na quinta, eu caio lá para baixo na lista.

    Gente, desculpem, com todo o respeito, mas isso significa não premiar quem é mais madrugador, quem chega mais cedo, quem entra no aplicativo mais cedo. Penso assim, mas tudo bem – sigo a vida tranquilamente.

    Brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, estou me antecipando e vou tratar hoje de tema relacionado ao Dia Mundial da Água, que se comemora amanhã, 22 de março, a data que foi instituída pela Organização das Nações Unidas, para provocar o debate sobre assuntos relacionados ao recurso natural que é o maior responsável pela existência de vida.

    Como definiu, em sua bela e conhecida canção, o meu amigo pessoal, compositor Guilherme Arantes, "terra, planeta água".

    Água não falta na terra, mas, paradoxalmente, não há água para muitos habitantes do planeta. No Brasil, saibam, quase 35 milhões de pessoas não têm acesso a água potável. Outro dado: cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso a coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde da população afetada por doenças de veiculação hídrica. As informações constam da 15ª edição do Ranking do Saneamento, do Instituto Trata Brasil, com foco nos 100 maiores municípios do Brasil, que concentram 40% da nossa população. Saiba, Senador Zequinha Marinho, rei das PECs, que o relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (ano de 2021) publicado pelo Ministério das Cidades.

    Há aspectos positivos a destacar, como os 35 municípios que possuem 100% de atendimento total de água. O indicador médio de atendimento dos 100 maiores municípios supera 94%, ou seja, é bem superior à média brasileira total, que, de acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, em 2021, esteve em torno de 84%. Em contrapartida, em relação ao esgoto, apenas 10 municípios – 10, pátria amada! – possuem 100% de coleta. Já o indicador médio de coleta de esgoto, nos 100 maiores municípios, chega a quase 77%, superando com muita folga a média total do Brasil, que não chega a 56%. A desigualdade, obviamente, está registrada no relatório. Chega a 340% a diferença no indicador de tratamento de esgoto, na comparação entre os 20 municípios mais bem posicionados e os 20 piores. Enquanto o primeiro grupo tem, em média, 80% de cobertura, o segundo chega apenas a 18%, uma diferença indecente – indecente!

    O levantamento do Instituto Trata Brasil conclui que o tratamento dos esgotos é o principal gargalo a ser superado, com o indicador mais distante da universalização nas cidades brasileiras. Trata-se de um dos maiores desafios para o país e não pode mais ser adiado, exige a vontade política do poder público – governos federal, estaduais e municipais – e a participação efetiva da iniciativa privada.

    Para concluir. Água potável, coleta e tratamento de esgotos para todos é o que milhões esperam. Na terceira década do século 21, os brasileiros merecem essa conquista civilizatória 100% humana.

    Este foi o meu tema, a minha pauta, pois amanhã muitos aqui, e muitas, vão querer falar do Dia Mundial da Água.

    Para concluir, Presidente, amigo e irmão, Capitão Styvenson; Senador Humberto Costa, Senador Girão, vou fazer uma reclamação justa.

    Eu sei que tem veículo de comunicação que o dia em que o Kajuru morrer, não vai nem informar a minha morte, mas eu não vou estar nem aí, até porque eu estarei morto, não saberei qual foi o veículo que tratou do meu falecimento. Não ligo.

    Agora, aqui, a TV Senado tem sido muito injusta comigo. Somente no primeiro ano eu sempre aparecia nos principais programas da emissora. Há três anos, parece que eu não existo para a TV Senado.

    Em compensação, a Agência Senado é muito justa e todo dia publica os meus projetos de lei, até porque eu sou o campeão em projetos, em quatro anos de mandato, com 200 projetos de lei. Hoje, por exemplo, há três deles aprovados por unanimidade, amigo e irmão, Senador Girão, e, você sabe, também sou o campeão de pronunciamentos nesta tribuna durante 40 anos. Posteriormente a mim, o Senador Paulo Paim e, depois, você, amigo Eduardo Girão.

    Isso é muito triste, porque eu acho que todos os Senadores aqui merecem espaços iguais, não pode haver essa discriminação. Eu não sei porque, Prefeito; eu não fiz nada para a TV Senado, nada. Só isso! Mas tudo bem, a vida é um empréstimo de ossos, ninguém leva nada de seu.

    Agradecidíssimo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/03/2023 - Página 13