Discurso durante a 20ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento da Professora Elisabeth Tenreiro em razão do atentado ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo (SP).

Preocupação com a segurança nas escolas, bem como defesa da educação como instrumento de transformação do País.

Comentários sobre a previsão no aumento dos preços dos remédios, especialmente os impactos da inflação na economia e a necessidade de redução da carga tributária. Considerações sobre a indústria farmacêutica nacional.

Autor
Astronauta Marcos Pontes (PL - Partido Liberal/SP)
Nome completo: Marcos Cesar Pontes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Educação, Homenagem:
  • Pesar pelo falecimento da Professora Elisabeth Tenreiro em razão do atentado ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo (SP).
Educação, Segurança Pública:
  • Preocupação com a segurança nas escolas, bem como defesa da educação como instrumento de transformação do País.
Economia e Desenvolvimento, Indústria, Saúde, Tributos:
  • Comentários sobre a previsão no aumento dos preços dos remédios, especialmente os impactos da inflação na economia e a necessidade de redução da carga tributária. Considerações sobre a indústria farmacêutica nacional.
Aparteantes
Eduardo Girão.
Publicação
Publicação no DSF de 28/03/2023 - Página 16
Assuntos
Política Social > Educação
Honorífico > Homenagem
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Economia e Desenvolvimento
Economia e Desenvolvimento > Indústria, Comércio e Serviços > Indústria
Política Social > Saúde
Economia e Desenvolvimento > Tributos
Indexação
  • VOTO DE PESAR, PROFESSOR, MULHER, VITIMA, ATENTADO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, CIDADE, SÃO PAULO (SP).
  • PREOCUPAÇÃO, SEGURANÇA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, DEFESA, EDUCAÇÃO, INSTRUMENTO, TRANSFORMAÇÃO, BRASIL.
  • COMENTARIO, POSSIBILIDADE, AUMENTO, PREÇO, MEDICAMENTOS, INFLAÇÃO, ECONOMIA, REDUÇÃO, CARGA, TRIBUTAÇÃO.
  • COMENTARIO, INDUSTRIA, FARMACIA, BRASIL.

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Para discursar.) – Obrigado, Sr. Presidente.

    Boa tarde a todos. Boa tarde aos Senadores e às Senadoras. Boa tarde a todos aqueles que nos acompanham também através da TV Senado, os brasileiros que nos acompanham.

    Hoje eu subo à tribuna para falar a respeito do aumento de preços dos remédios que deve acontecer agora, no mês de abril.

    Antes, realmente, sendo Senador por São Paulo e tendo essa ocorrência em uma escola da cidade de São Paulo, ali da Vila Sônia, é muito importante que a gente fale um pouco também a respeito disso, pela importância que isso tem no nosso futuro. Quando falamos de escola, nós falamos de futuro. E aqui eu pedi ao Presidente que concedesse esse minuto de silêncio, em respeito à Profa. Elisabeth Tenreiro, que faleceu hoje, depois desse ataque com faca por um garoto de 13 anos, na Escola Estadual Thomazia Montoro, além de ferir outras pessoas. Mas aqui merece uma reflexão bastante intensa a respeito disso aí.

    Não é a primeira vez que acontece no Brasil, não é a primeira vez que acontece em outros países também, e nós acompanhamos tudo isso. Para quem trabalha focado na educação como a maneira pela qual nós podemos mudar e transformar o país – a minha vida é um resultado da transformação pela educação, da transformação que a educação pode trazer, sendo filho de faxineiro, para conseguir chegar até aqui, para chegar ao espaço –, nós vemos a necessidade que temos de um olhar mais cuidadoso com as nossas escolas.

    E isso passa por muitos aspectos, não só a infraestrutura da própria escola, como foi citado aqui também, com a possibilidade de termos mais vigilância, câmeras e etc., mas passa também pela polícia – Styvenson, sei que também é da polícia, sabe muito bem a necessidade que nós temos de uma polícia bem treinada, uma polícia bem equipada –, e eu gostaria muito que nós tivéssemos uma polícia específica para as escolas, para trabalhar nas escolas, e que os policiais fossem sempre os mesmos para cada uma das escolas, com treinamento específico para ajudar ali na conscientização dos alunos, trazer mais confiança de todos esses alunos na polícia também para o resto da vida. Isso a gente vê acontecer nos Estados Unidos, acho que a gente pode ter aqui no Brasil também, com certeza, mas, também, vem no que nós vemos hoje na sociedade com relação ao que se apresenta para esses jovens, para essas crianças.

    Existe muito conteúdo que não é adequado para as crianças, existe uma tendência de banalização da violência de forma geral, existe uma tendência de banalização de muitos aspectos, como até a questão de gênero e tudo mais, que é tratada, e, muitas vezes, esquece-se do conteúdo que é apropriado para a vida desses jovens, para que eles se desenvolvam, sejam bons profissionais, sejam bons cidadãos e cidadãs para o nosso país, e isso passa também não só pelos meios de divulgação, mas do que se coloca à disposição desses jovens e, também, dentro da própria casa.

    Aqui eu lembro muito bem dos meus pais, Seu Vergílio e D. Zuleika, da maneira como eles falavam comigo e de como eles me trouxeram aquela educação, que a gente chama como educação de base, não educação de conteúdos como matemática, física e etc., mas a educação de base ali, o respeito entre as pessoas, aquela educação que faz com que nós tenhamos uma visão da sociedade, com mais amor, com mais interação entre elas, com respeito aos mais velhos, porque, sem dúvida nenhuma, esse tipo de interação é importante.

    Então, o recado é para os pais que estão nos ouvindo agora, é uma coisa simples, mas muito importante. Meu pai costumava falar comigo todo dia. Nós trabalhávamos, saíamos de casa de manhã e, Senador Girão, a gente ia junto para o trabalho e ele conversava comigo todos os dias. Isso é uma coisa muito importante, parece simples, mas conversar com os filhos, saber o que está acontecendo, perceber, prestar atenção. Um jovem, ele ou ela, não altera o comportamento de uma hora para outra, tudo isso tem uma sequência que acontece. É o comportamento que vai mudando gradualmente e os pais, prestando atenção no jovem, podem achar ou perceber essa mudança, e fica o trato com esse jovem para adquirir a confiança do filho ou da filha para saber o que está acontecendo na vida. Às vezes é um problema de depressão, às vezes são outros problemas que estão ali embaixo que, na correria do dia a dia, todas as coisas parecem mais importantes do que conversar com os filhos e é importante conversar com os filhos, é importante você ter esse feeling de como estão as coisas, de que o meu filho não é assim e, de repente, ele começou a mudar, por quê? Todo esse conjunto vai ajudar para que nós possamos reduzir essas ocorrências.

    Eu gostaria, logicamente, esse é o objetivo de todos nós, que isso fosse eliminado, que nunca mais acontecesse isso, para que a gente não tivesse que vir aqui ou comentar esse tipo de ocorrência em outros meios pelo Brasil e por outros lugares também. Mas aí deixo um recado que serve para todos nós: prestemos mais atenção em nossa juventude.

    Agora eu gostaria de falar a respeito desse aumento de preços de remédios. A projeção desse aumento é feita anualmente pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos. E o cálculo dessa projeção se baseia no IPCA, que basicamente dá a inflação; além disso, em outros três fatores relacionados com a produtividade do setor, relacionados com a concorrência no setor e relacionados com outros produtos que não sejam incluídos no IPCA. Então eles fazem um compêndio de tudo isso aí, um composto de tudo isso, e isso dá uma projeção de aumento de preço que, para este ano, agora para abril, é de 5,6%, o que coincide com a inflação projetada para este ano, de 5,6%.

    O.k. Agora, quando a gente fala de aumento de remédios, isso afeta a vida de todo mundo, sem dúvida nenhuma. Quem precisa de remédios para doenças crônicas, quem precisa de remédios para qualquer tipo de tratamento sabe muito bem que isso é um peso. E muitas vezes, o custo do remédio passa a ser inviável. Nós temos o SUS para ajudar, nós temos alguns sistemas que podem ajudar, mas o ideal é que consigamos preços melhores.

    E a pergunta que a gente tem que se fazer é a seguinte: como é que a gente consegue ter melhores preços de remédios? Então a própria projeção de como ela é calculada já nos dá algumas dicas. Uma das primeiras coisas, por exemplo, é reduzir a inflação. Reduzir a inflação. Estive aqui na semana passada falando sobre inflação, sobre a taxa Selic e assim por diante. Então o primeiro ponto é reduzir a inflação, e isso é um trabalho que começa com a de lição casa do Governo de reduzir impostos, por exemplo, melhorar o ambiente de negócios e uma série de outras providências que o Governo pode fazer para ser mais eficiente – reduzir o próprio tamanho do Governo –, de forma que nós tenhamos aí uma projeção de inflação menor. E isso, como eu falei na semana passada, vai causar, como resultado, uma redução gradual da taxa Selic. E assim por diante. E também a gente já vê aí uma aplicação direta na redução de preços de remédios. Então o primeiro ponto é esse. A tarefa de casa do Governo Federal e dos governos, de forma a reduzir o trabalho para a redução da inflação.

    Segundo ponto: como isso depende de concorrência; aumentar a concorrência. Como é que a gente aumenta a concorrência? A gente melhora o ambiente de negócios para que as empresas participem mais, para que mais empresas participem do setor. Mais empresas participando do setor, naturalmente a gente tem mais concorrência, e a situação tende a ter uma briga aí de preço, para a redução de preços também. Ajuda nesse sentido, mas para isso a gente tem que melhorar o ambiente de negócios, para isso a gente tem que reduzir, desonerar a folha trabalhista, para que mais empregos sejam produzidos, para isso a gente precisa melhorar as taxas e descomplicar, vamos dizer assim, o próprio setor, em termos de taxas, em termos tributários, de regulação etc. A gente pode trazer mais empresas para trabalharem no Brasil e melhorar as nossas empresas como um todo.

    E outra coisa com relação à produtividade. Aí vem um ponto que é extremamente importante para o país não só na questão de preço, mas também com relação a ser um ponto crítico para a soberania do país. Todos nós vivemos, durante a pandemia, uma situação na qual – para quem se lembra do início, ali em 2020. A pandemia foi declarada no dia 11 de março de 2020 – começou aquela correria mundial para se descobrir o que fazer com relação à pandemia – se havia algum remédio que poderia ser utilizado e o que fazer para se desenvolver novas vacinas e também equipamentos.

    Lembro-me dos ventiladores pulmonares, que geraram tanta polêmica, tanta dificuldade, inclusive de coisas que ainda precisam ser investigadas com relação a isso, porque muita coisa ficou obscura e precisa ser investigada. Nós, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, na época, lutamos pelo desenvolvimento de ventiladores pulmonares com tecnologia completamente nacional.

    Hoje, eu tenho o prazer de falar que nós conseguimos desenvolver não só os ventiladores pulmonares com tecnologia completamente nacional, mas também todo um sistema preparado para as próximas pandemias – porque elas vão acontecer –, para que nós possamos desenvolver qualquer outro tipo de equipamento, que podem ser máquinas de diálise ou qualquer outra coisa feita no Brasil – nós temos esse sistema já –, como testes diagnósticos, vacinas nacionais, com tecnologia completamente nacional. Não é só produzir com tecnologia de fora.

    Entre isso aí vem a parte de medicamentos. É extremamente importante que o país tenha a capacidade de desenvolver os seus próprios medicamentos. A pergunta que o pessoal me faz quando eu falo sobre isso é: "Nós temos condições de fazer isso?" Temos, plenas condições não só com relação à ciência do país, com a capacidade dos nossos cientistas, mas também com a capacidade instalada das nossas indústrias. O Brasil já produziu praticamente 50% dos insumos farmacêuticos. Hoje a gente está na taxa de 13%, 15%, ou seja, a gente precisa – e tem condições de – aumentar essa produção, aumentar o desenvolvimento de medicamentos no Brasil. Então, os nossos cientistas são capazes, a nossa indústria é capaz. O que falta? É preciso um meio do caminho para que isso seja feito. Esse meio do caminho tem que ser com – da mesma forma que temos um centro nacional de tecnologia de vacinas – um centro nacional de tecnologias para medicamentos, o desenvolvimento de medicamentos.

    A boa notícia, para quem nos ouve, é que esse centro nacional de tecnologia de medicamentos já está em andamento, em Botucatu, no meu Estado de São Paulo, no Cevap, junto com a Unesp. Mas ele sozinho não resolve, você precisa trazer a ciência para ele, você precisa trazer as empresas para ele e precisa do regulatório junto, com a Anvisa. A Anvisa já está junto para ele ter as melhores práticas de laboratório, depois as melhores práticas para a produção, e tudo isso num complexo. Isso está sendo feito agora, neste instante.

    Qual a vantagem que o país tem? Gente, basta olhar de lado. A gente tem seis biomas. Nós temos a maior biodiversidade do planeta Terra aqui em nosso pais, no Brasil. Nós temos uma capacidade gigantesca de buscar esses ativos farmacêuticos e de desenvolver medicamentos com a nossa biodiversidade.

    No Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação já está preparado lá – já está em funcionamento, espero que seja mantido pelo Governo atual – um eixo estratégico de produção de medicamentos no Brasil, de desenvolvimento de medicamentos no Brasil. E como é que começa esse eixo? Esse eixo começa no estudo da biodiversidade, lembrando de todos os biomas, somando-se ainda o oceano. Eu criei lá o Instituto Nacional do Mar justamente para isso. Nós temos atualmente em funcionamento o Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal, também para utilizar aquilo.

    Vou falar aqui sobre o Programa Salas. Como é que funciona isso? Na Amazônia nós temos 50 laboratórios em construção, dentro do Programa Salas. Depois vou pedir ao pessoal que está assistindo aí de casa para procurar na internet o Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites ou Salas.

    Esse sistema amazônico consta de 50 laboratórios, sendo 25 deles flutuantes, que os cientistas podem levar para onde quiserem, e 25 fixos no solo. Cada um desses laboratórios tem capacidade mínima de 16 pesquisadores, que podem ser pesquisadores nacionais e em parceria com internacionais também. Então, a gente está falando aí de, pelo menos, 700 pesquisadores trabalhando na Amazônia ao mesmo tempo, quando o sistema estiver completo, com transmissão via satélite, com o SGDC, que eu também coloquei em operação lá no ministério. Além disso, com a possibilidade de utilizarem drones, microfones, câmeras e a população local.

    Então, imagina isto: o cientista está ali, conversando com a população, com o pessoal que mora já na Amazônia há bastante tempo, e a pessoa ali fala assim: "Olha, eu uso essa plantinha aqui quando estou, sei lá, para cicatrizar alguma coisa". Aí o cientista vai olhar para aquilo e, com a visão da ciência, falar: "Por que essa plantinha funciona?". Assim como lá no Nordeste tem aquele dedinho, uma planta que o pessoal, popularmente, chama de dedinho. Se você quebrar aquela planta, sai um tipo de um leite e aquilo, segundo o pessoal de lá, melhora a cicatrização. É um veneno para se tomar, obviamente, mas melhora a cicatrização.

    Imaginem isto: os nossos cientistas trabalhando lá – e isso já está acontecendo –, descobrindo mais da nossa biodiversidade. A gente conhece só 4% da biodiversidade da Amazônia. A gente precisa conhecer muito mais para a utilização sustentável. Esse contato com as populações locais, de forma que eles possam também ganhar dinheiro com o desenvolvimento de produtos e remédios a partir da biodiversidade da Amazônia, faz com que se reduza a possibilidade de ter essas pessoas trabalhando para madeireiros ilegais, para bandidos que cortam ilegalmente a nossa floresta, ou seja, a floresta em pé, porque quem mora ali vai ter outro tipo de rendimento.

    Esse conhecimento é transferido, então, a partir daquele conhecimento básico, da descoberta de ativos que podem se transformar em remédios, para fábricas de moléculas. No meu projeto, no eixo estratégico, estão previstos dez centros, que a gente chama de fábrica de moléculas. Tem três deles já em operação. Ali, os cientistas transformam aquele ativo em novas moléculas sintetizadas de medicamentos, que convergem, no centro nacional de tecnologia de medicamentos em Botucatu, naquilo que se transforma em um medicamento. É lógico que tem toda uma sequência para isso. Precisam ser feitos pequenos lotes de insumos, testes iniciais pré-clínicos com animais, para, depois, entrar nos testes clínicos com pessoas e, então, passar-se para a indústria.

    Mas e se a indústria não se interessar em fabricar aquele medicamento em si? Bom, nós temos a capacidade do Butantan, da Fiocruz.

    Se são medicamentos importantes para o país como, por exemplo, os para doenças raras, mas que não têm uma demanda muito grande pelo próprio nome – embora, é bom lembrar, que nós temos 13 milhões de pessoas no Brasil com doenças raras e são mais de 7 mil tipos de doenças raras diferentes –, quando isso aí entra no mercado, certamente o que você vai ter? Uma capacidade maior da nossa indústria nacional. Essa indústria, vendendo mais, vai propagar mais imposto pelos produtos, não pelo valor do imposto, mas pela quantidade de produto vendido – o que é bem mais saudável. Ela vai poder produzir mais empregos, empregos qualificados, no Brasil. Tudo isso é muito bom para nós aqui no Brasil. O Brasil passa, em vez de ser um importador, a ser um exportador de produtos. E a gente precisa muito disso na América Latina, em todo o Hemisfério Sul do planeta. O Brasil tem que assumir a sua posição de liderança dentro desse Hemisfério para que isso possa ser feito.

    Quando eu estava como ministro, fui à OMS e assinei um acordo de cooperação com a OMS para que o Brasil seja, então, do ponto de vista da Organização Mundial de Saúde, o hub, o centro de desenvolvimento de vacinas para o Hemisfério Sul do planeta. É isso, é esse o tipo de imagem que o Brasil tem que ter lá fora, e isso a gente consegue através de ciência, tecnologia, inovações, investimento correto. Por isso eu falo tanto de investimento nesse setor aqui.

    E quando a gente vê essa possibilidade, isso, no final das contas, vai ajudar também na redução do preço do remédio aqui no Brasil, que foi o assunto inicial. E isso não pode ser feito também sem a utilização da educação, da formação profissional, da formação científica, da universidade, da utilização das universidades, onde é feita a maior parte da pesquisa básica no país.

    E aí vem o tema sobre o qual, infelizmente, eu comecei falando hoje aqui: a importância que nós temos que dar para a nossa educação, para os nossos jovens, a importância para os nossos professores, não é? E que a escola seja um ambiente sagrado, que ninguém pode violar.

    As crianças têm que ter liberdade, têm que ter segurança para aprender, para se tornarem ótimos cidadãos, e cidadãos voltados para o bem do nosso país.

    Obrigado, Sr. Presidente.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para apartear.) – Presidente, se me permite um aparte ao pronunciamento, eu agradeço.

    Senador Marcos Pontes, o senhor falou aí de vários assuntos, e eu fico cada vez mais encantado não apenas com o seu humanismo, mas com o trabalho que o senhor desenvolveu para o Brasil, no ministério de que o senhor foi o titular nesses últimos quatro anos. E está sendo muito importante porque, às vezes, não chegavam essas informações de tantas iniciativas que teve...

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – É.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... o Ministério da Ciência e Tecnologia.

    Que ideia fantástica essa dos laboratórios aí: 50; 25 itinerantes e 25 flutuantes, é isso?

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – É: 25 flutuantes e 25 fixos, na terra.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Vinte e cinco flutuantes: Amazônia, Pantanal...

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Não...

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Só Amazônia?

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Não, 50 só lá, não. Tem outros em outros biomas.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Ainda tem outros.

    Cinquenta são só na Amazônia?

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Só na Amazônia.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – E 4%...

(Soa a campainha.)

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – ... da biodiversidade.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... da biodiversidade estão explorados.

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Que nós conhecemos, só 4%.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Só 4%.

    E olha que interessante: nós estamos vivendo um momento da humanidade em que as pessoas estão cada vez mais doentes.

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – É. Infelizmente.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – E eu já vi alguns documentários... Não sei o senhor... Eu também recomendo às pessoas que estão nos assistindo aqui pela TV Senado, nos ouvindo pela Rádio Senado, um documentário que me marcou muito nessas últimas semanas que se chama What the Health.

    Já assistiu esse documentário? Está na Netflix.

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Ainda não.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – What the Health. A tradução para o português é: "Que raio de saúde!".

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Hã-hã.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – E ele vai mostrando que isso não é por acaso, não é? Que, inclusive, tem gente que lucra...

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Tem.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... muito com isso, propositadamente, indústria não apenas de medicamentos, mas também de gêneros alimentícios, não é? E ele vai mostrando tudo isso.

    Eu acho que o ser humano tem que ser visto como um ser integral: nós somos físico, somos espírito, não é? Temos...

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Emoção.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... toda a emoção, que adoece. E a ciência está começando a mostrar isso também. A mágoa, o ressentimento, isso gera uma repercussão: depois você tem um câncer, tem outros tipos de doença, por isso que o perdão... tem até livros mostram o poder de cura do perdão, por exemplo.

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Isso.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Eu sou muito adepto a isso e eu queria parabenizá-lo porque essa questão da natureza... A homeopatia, os florais, tudo isso pode colaborar. E o Brasil é riquíssimo para dar e vender com relação a isso, de uma forma organizada.

    Então, eu quero parabenizar o senhor, que, no ministério, foi um visionário com relação a isso. Espero que o atual ministro, que o atual Governo mantenha isso; e, mantendo, a gente vai elogiar aqui, independentemente de ser de direita ou de esquerda, porque nós queremos que dê certo! Nós queremos que essas políticas redentoras deem certo.

    Sobre a escola de São Paulo, eu quero manifestar – o senhor é um representante de São Paulo aqui nesta Casa, com o Senador Giordano e a Senadora Mara Gabrilli – que fica o sentimento nosso. Eu tenho certeza de que os cearenses também têm esse meu sentimento de solidariedade pelo que aconteceu àquela senhora, que acabou falecendo hoje, com outras pessoas feridas.

    Quero dizer que...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... o senhor está coberto de razão quando fala que a gente tem que ter atenção aos nossos filhos, aos nossos netos. A sociedade precisa estar atenta a isso, porque me parece que o grande veneno hoje – obviamente junto com drogas, que têm proliferado muito – é o celular. Essas crianças, para não terem contato com a realidade... Às vezes os pais, por nós não estarmos dando a atenção devida: "Ah, não, está quietinha ali, está no celular, está tudo bem. Está quietinha". É cômodo para os pais. E, Senador Styvenson, isso está criando um problema gravíssimo, de consequências inimagináveis no curto, médio e longo prazo. As crianças estão cada vez mais isoladas naquele mundo irreal.

    Aí tem os joguinhos violentos, que a gente vê muito no interior e na capital também, conversando. E isso vai incutindo algo muito destrutivo.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – A gente já viu massacres que aconteceram por causa de joguinho.

    Quando você liga a televisão hoje, para assistir a filmes, a alguma coisa, a novelas, é tiro para todo lado. É aquela cultura da morte, da violência. Isso tudo tem uma repercussão.

    Então, que nós possamos analisar. E que nós, como legisladores, possamos legislar a esse respeito.

    Eu tenho um requerimento de sessão, de audiência pública nesse sentido protocolado, sobre jogos violentos, sobre vício. A gente precisa trazer realmente a sociedade para esse olhar, senão vai ser tarde demais depois.

    Eu estou aqui no Senado, Senador, e um dos motivos foi uma tragédia numa escola. Foi o que me motivou a me candidatar para disputar essa cadeira. Em 2018, houve um atentado numa escola, em Parkland, na Flórida...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... onde eu estava com a minha família, morando. Um adolescente, no dia dos namorados, comprou – porque lá nos Estados Unidos você compra até em loja em que se vende sapato – uma arma de fogo e adentrou... Foi um massacre de 20 crianças. A minha filha, por um milagre, foi salva, mas viu tudo, o mar de sangue. E ali eu decidi: olha, eu estudo esse assunto profissionalmente, tive essa experiência pessoal e não gostaria que isso acontecesse com ninguém. Então, eu sou favorável ao controle rigoroso de arma de fogo. Respeito quem tenha em casa e que passe por todos os exames, quem tenha no seu comércio. Mas, quanto ao porte, a andar armado, eu tenho uma resistência grande por situações como essa.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Para encerrar mesmo, porque é um assunto que gera muita paixão, muita emoção, aconteceu um acidente este fim de semana também em Mato Grosso do Sul, lá em Campo Grande, que também foi muito chocante. Foi uma criança, Senador Styvenson, um adolescente de 12 anos que morreu com um tiro na cabeça enquanto manuseava a arma do avô lá em Campo Grande. Então, mais uma perda para o acesso fácil a arma de fogo.

    Muito obrigado.

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Obrigado, Senador Girão.

    Só para complementar, Presidente, quero dizer realmente...

    Primeiro, obrigado pelos comentários com relação às estratégias do ministério, à necessidade que nós temos de desenvolvimento de tecnologia nacional.

    Voltando ao tema do ocorrido hoje em São Paulo, realmente, quero me solidarizar com as famílias das pessoas.

(Soa a campainha.)

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – Certamente, as pessoas têm o direito de se defender usando armamento, a gente sabe disso, mas que isso seja feito da forma correta, sempre da forma correta. Como o nome diz – o Styvenson trabalha com isso – uma arma realmente é algo que tem que ser tratado com muito respeito, em todos os casos, realmente.

    E a gente precisa ter a nossa polícia muito bem equipada, muito bem preparada para todos os casos. A polícia de São Paulo é uma polícia bastante eficiente, mas precisa de equipamento.

    Foi falado aqui pelo nosso Senador do Distrito Federal que a relação entre os salários também é muito difícil. Isso não vai resolver o problema total da segurança, certamente, mas o respeito e o cuidado...

(Soa a campainha.)

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – ... com os nossos policiais civis e militares é importantíssimo no país inteiro, e em São Paulo também é um dos casos. Temos lá o Tarcísio tomando conta disso, e ele conta comigo aqui.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/03/2023 - Página 16