Discurso durante a 21ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação de concordância com frases do Presidente da República externando a indispensabilidade de que o governo seja cobrado ao errar, com o objetivo de aprimorar os trabalhos. Apelo para a necessidade de o Presidente Lula evitar crises políticas com suas declarações.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Governo Federal:
  • Manifestação de concordância com frases do Presidente da República externando a indispensabilidade de que o governo seja cobrado ao errar, com o objetivo de aprimorar os trabalhos. Apelo para a necessidade de o Presidente Lula evitar crises políticas com suas declarações.
Publicação
Publicação no DSF de 29/03/2023 - Página 11
Assunto
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • CRITICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EXCESSO, UTILIZAÇÃO, PALAVRA, PREJUIZO, REALIZAÇÃO, TRABALHO, FAVORECIMENTO, ECONOMIA, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, VIOLENCIA.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, quem nos acompanha pela TV Senado, Rádio e Agência, meus únicos patrões, Deus e saúde, pátria amada.

    Presidente e amigo querido, do nosso histórico PSB, Senador Chico Rodrigues, presidindo a sessão, eu começo o pronunciamento de hoje – que vai surpreender a muitos, especialmente os da Oposição – com a lembrança de frases proferidas pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva dez dias antes de tomar posse, ao se dirigir à equipe do Gabinete de Transição. O Presidente pediu aos colaboradores que, abro aspas:

Não deixem de cobrar. [...] se vocês não cobram, a gente pensa que está acertando e muitas vezes a gente está errando e continua errando porque as pessoas não reclamam. – fecho aspas.

    Foi um dia em que Lula anunciou o nome de alguns ministros e mostrou-se enfático ao afirmar – novas aspas:

Quero dizer, em alto e bom som, que nós não precisamos de puxa-sacos. Um governo não precisa de tapinhas nas costas. [E sim] um governo tem que ser cobrado todo santo dia para que a gente consiga aprimorar a nossa capacidade de trabalho. [É isto que eu espero de vocês:] cobrem, cobrem e cobrem, para que a gente faça, faça e faça.

    Declarou brilhantemente Lula.

    Concordo plenamente com as palavras do hoje Chefe do Executivo, ditas três meses antes, ou seja, atrás. Quem me conhece sabe, no Brasil inteiro, pelos meus 40 anos de carreira nacional na televisão brasileira, que sou totalmente refratário à sabujice, até porque o bajulador não tem a independência para, quando necessário, fazer cobranças, críticas construtivas. Cobrar de governos faz parte do jogo democrático e não é só papel da oposição ou da imprensa. Quem apoia também pode e deve cobrar.

    Vou me permitir a ousadia, na condição de Vice-Líder do Governo aqui no Senado, de dar um conselho ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos principais políticos da história recente do país: Presidente, por fineza, fale menos, ouça mais e faça mais, Lula. Use sua experiência para acionar o cérebro antes de movimentar a boca, evitando deslizes verbais que possam gerar crises inúteis. Evite repetir o que vimos muito nos últimos anos e, definitivamente, não foi bom para o país.

    A missão do atual Governo é gigantesca: aplacar a fome de milhões de brasileiros, reduzir a desigualdade social, enfrentar a propagação da violência, combater a mentira como método político, pacificar o país e retomar o caminho do crescimento econômico, entre outras tarefas. É preciso reconhecer o que já foi feito: o relançamento do Bolsa Família, a recriação do Minha Casa, Minha Vida; o socorro ao povo ianomâmi, o enfrentamento da tentativa de golpe de Estado, a volta do Programa Mais Médicos, o aumento real do salário mínimo a partir de maio e a elaboração em fase conclusiva do novo método de equilíbrio fiscal. Hoje é pouca coisa, levando em conta que o atual sucede um Governo voltado para a desconstrução. Reconstruir, então, o país é um desafio e tanto. Há muito o que fazer, como, por exemplo, aprovar uma necessária reforma tributária. O Governo precisa trabalhar, trabalhar, trabalhar, definir prioridades, cuidar do que é, de fato, relevante, deixando de lado o que não é essencial, não perder tempo com questões acessórias.

    Por isso, concluo, Presidente Lula, respeitosamente. Não vou esquecer o que o senhor pediu lá atrás: cobrar, cobrar e cobrar, para ajudá-lo a fazer, fazer e fazer.

    Agradecidíssimo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/03/2023 - Página 11