Discurso durante a 32ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Registro sobre a sessão especial realizada nesta data para relembrar e homenagearas vítimas do holocauto.

Comentários sobre o julgamento do pastor Georgeval Alves Gonçalves, acusado de estupro, tortura e homicídio de duas crianças em Linhares (ES).

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Direitos Humanos e Minorias, Homenagem:
  • Registro sobre a sessão especial realizada nesta data para relembrar e homenagearas vítimas do holocauto.
Atuação do Estado, Crianças e Adolescentes:
  • Comentários sobre o julgamento do pastor Georgeval Alves Gonçalves, acusado de estupro, tortura e homicídio de duas crianças em Linhares (ES).
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2023 - Página 54
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Direitos Humanos e Minorias
Honorífico > Homenagem
Outros > Atuação do Estado
Política Social > Proteção Social > Crianças e Adolescentes
Indexação
  • COMENTARIO, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, VITIMA, HOLOCAUSTO.
  • COMENTARIO, JULGAMENTO, PASTOR, ACUSAÇÃO, ESTUPRO, TORTURA, HOMICIDIO, CRIANÇA, LINHARES (ES).

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar.) – Senador Styvenson, primeiro, Senador Magno Malta, eu ouvi atentamente toda a sua fala e não poderia, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, não ter uma posição firme e clara, como V. Exa. teve. Um ato criminoso, abuso de criança e assassinato, queimando as crianças. Com relação a isso, a Justiça tem que ser dura, muito dura, porque senão virou moda, neste país, matar criança covardemente, para cá e para lá, seja em uma escola, seja em um momento como esse.

    V. Exa. tem todo o direito e o dever – eu diria que nós todos temos – de vir à tribuna fazer críticas, como Exa. fez.

    Fica aqui a minha solidariedade à família. É lamentável que esse fato tenha acontecido.

    Presidente, a minha fala, Senador Styvenson, vai ser rápida. Senador Girão, hoje pela manhã, houve aqui uma sessão sobre o Holocausto e eu fui convidado, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, a estar aqui, tanto pela Ilana, como pelo Jaques Wagner, que organizou esse evento, mas também fui chamado, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, para receber uma delegação de 50 jovens de todo o Brasil, em um trabalho lindo feito pelo Unicef, então, estive lá com eles, ficamos quase duas horas dialogando e participaram outros Senadores também.

    Faço, aqui agora, rapidamente, um resumo do que seria o meu pronunciamento.

    Presidente, Senadores e Senadoras, Senador Luis Carlos Heinze, que está no Plenário, Senador Zequinha, que está no Plenário, hoje pela manhã, houve, aqui neste Plenário, uma sessão especial para relembrar e homenagear as vítimas do Holocausto – uma proposição do Senador Jaques Wagner. Não pude comparecer, pois estava, como aqui já descrevi, em uma audiência pública na CDH com a participação de 50 jovens do Unicef que lá fizeram uma exposição e um belo trabalho. Fica aqui o meu carinho com o Unicef.

    Depois, recebi uma delegação de representantes da ONU que vão também na linha das políticas humanitárias. Fica aqui também o meu abraço aos representantes da ONU que estiveram comigo hoje pela manhã.

    Presto, agora aqui, minha reverência, senhoras e senhores, pois o direito à memória é sagrado. Com ela é que se fortalece a democracia, o Estado de direito, e se inibem os governos de exceção. Sempre que podemos, temos que falar das atrocidades que o nazismo deixou na face da Terra: 6 milhões de judeus foram mortos pela desumanidade daqueles que não aceitam a diversidade e as diferenças.

    Quando nos afastamos da condição da natureza e da existência humana, perdemos toda a essência das políticas humanitárias, da humanidade. A verdade é que deixamos de ser gente, perdemos a excelência da alma e nos transformamos em monstros, como o caso aqui citado pelo Senador que me antecedeu, o Senador Magno Malta.

    Lembro aqui que a obra Kaputt: Uma Humanidade quebrada, destroçada, acabada., de Curzio Malaparte, lançada em 1944, faz um relato das crueldades da Segunda Guerra Mundial, do extermínio de pessoas, de judeus, do racismo, da xenofobia e também de pessoas LGBTQI+.

    Eu estou resumindo aqui o pronunciamento, mas ele vai ficar na íntegra, Presidenta, Senadora Thronicke.

    Quero ainda dizer que temos sempre que estar na vigilância contra os males da tirania e dos homens sem coração, seja em que país do mundo for.

    Quero lembrar aqui a brasileira que salvou os judeus durante o Holocausto. Falo de Aracy de Carvalho, conhecida como Anjo de Hamburgo. Ela viveu na Alemanha durante o regime nazista e exercia lá, nessa cidade da Alemanha, a função de chefe do setor de passaportes do consulado do Brasil. Lá ela se expôs, mas enfrentou e auxiliou na imigração de centenas, centenas e centenas de judeus, milhares, para o Brasil. Ela foi casada com o escritor e diplomata brasileiro João Guimarães Rosa, o qual era Cônsul-Adjunto em Hamburgo.

    Presidenta, o nosso horizonte sempre será o dos direitos humanos na sua plenitude. Quando tratamos de direitos humanos, estamos falando de combate às injustiças e às discriminações, do respeito às diferenças e às diversidades, dos direitos civis, estamos falando de política, estamos falando de responsabilidade social, estamos falando, sim, de responsabilidade econômica também, estamos falando, em direitos humanos, de igualdade de direitos entre homens e mulheres. Quando falamos em direitos humanos, estamos falando em saúde, em educação, em emprego e renda, estamos falando em qualidade de vida para todos.

    Políticas humanitárias e fraternidade estão juntas, buscando a justiça social, a verdade e a memória.

    Presidente, terminando, a história nos adverte das tiranias, e, sendo assim, é necessário sempre seguir os ensinamentos da democracia e dos direitos humanos para que nunca mais, nunca mais, nunca mais ocorra um holocausto no planeta.

    Era isto, Presidenta Soraya Thronicke. É uma alegria terminar minha fala sob a sua orientação.

    Muito obrigado.

DISCURSO NA ÍNTEGRA ENCAMINHADO PELO SR. SENADOR PAULO PAIM.

(Inserido nos termos do art. 203 do Regimento Interno.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2023 - Página 54