Discurso durante a 65ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas às altas taxas de juros praticadas no País.

Autor
Zenaide Maia (PSD - Partido Social Democrático/RN)
Nome completo: Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Economia e Desenvolvimento:
  • Críticas às altas taxas de juros praticadas no País.
Publicação
Publicação no DSF de 14/06/2023 - Página 75
Assunto
Economia e Desenvolvimento
Indexação
  • CRITICA, PERCENTAGEM, TAXA, JUROS, PAIS, DIFICULDADE, EMPRESA, OBTENÇÃO, EMPRESTIMO.

    A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN. Para discursar.) – Sr. Presidente, colegas Senadores e todos os que estão nos assistindo, pode parecer repetitivo, mas é a vida real: os juros neste país, gente.

    Os juros brasileiros estão matando as empresas também, impedindo a geração de emprego e renda. Não é possível que a gente se cale diante disso.

    Está em 13,75 a taxa Selic. Imaginem que nenhuma empresa consegue empréstimo para investir nesse valor, porque, quando vai aos bancos, os bancos cobram muito mais.

    Eu queria citar aqui o exemplo de empresário de médio porte: quando a taxa Selic estava em 2%, fez um contrato para a empresa pelo dobro da taxa Selic. Ele podia pagar, mas agora não pode mais.

    Eu estou falando aqui de algo que a gente não pode aceitar. São 450% de juros nos cartões de crédito e nos cheques especiais. Isso é uma extorsão! Tudo neste país tem limite, tem teto. Tem teto de recursos para a saúde, para a educação, para a segurança pública, e os juros não tem.

    Colegas Senadores, digo aos senhores: se a gente não baixar esses juros, vamos matar todas as nossas empresas que geram emprego e renda. Uma das queixas, em nível nacional, é sobre a nossa frota de caminhões, de ônibus. Ninguém pode fazer um empréstimo para botar um ônibus elétrico ou um caminhão, porque os juros não permitem.

    Outra coisa: a gente aprovou aqui a continuação do Pronampe, e estou aqui perguntando por que é que os bancos ainda não estão efetivamente emprestando às empresas. O poder de compra do trabalhador já está baixo, e a quantidade de gente...

    Não tem país que suporte os juros que estão sendo praticados neste país. Se eu fosse banqueira, gente, com certeza eu estava neste país.

    Tem quase 50% do Orçamento da União, sem nunca sentar com a Comissão Mista de Orçamento. Nunca sentou para discutir. Enquanto isso, nós, Parlamentares, mendigamos por 4% para a educação, 4% para a saúde. Pasmem, gente: menos de 0,5% para a segurança pública.

    É impossível a gente não falar sobre isso. É uma extorsão ao ponto de se comprar um celular e se pagarem, pelo menos, cinco, se for financiado, se pagar o mínimo no cartão de crédito.

    Eu costumo dizer que, quando te roubam, levam um, mas você pagou quatro a mais para o banco.

    Por favor, eu queria fazer aqui um apelo. Nós temos que ter esse olhar diferenciado, antes que todas as empresas deste país fiquem inviáveis.

    Não tem investimento, gente. Ninguém vai tomar emprestado, pegar recursos a 13,75% ao ano.

    E outra coisa: não tem essa história de que, quando a gente for discutir o Orçamento Geral da União, não discutir porque metade fica para juros em serviço de uma dívida. Não é passar calote, mas por que não fazemos um apelo aos bancos, ao sistema financeiro, para que, em vez de 45%, a gente bote 30% do orçamento e deixe os 15% para investir em saúde, educação e geração de emprego e renda?

    Então, colegas Senadores e todos que estão nos assistindo: os juros vão matar muita gente de desemprego, fome e com violência pública.

    Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/06/2023 - Página 75