Discurso proferido da Presidência durante a 10ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada a celebrar os 150 anos de nascimento de Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação.

Autor
Carlos Viana (PODEMOS - Podemos/MG)
Nome completo: Carlos Alberto Dias Viana
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso proferido da Presidência
Resumo por assunto
Data Comemorativa:
  • Sessão Solene destinada a celebrar os 150 anos de nascimento de Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação.
Publicação
Publicação no DCN de 29/06/2023 - Página 9
Assunto
Honorífico > Data Comemorativa
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, CELEBRAÇÃO, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, ALBERTO SANTOS DUMONT, AERONAUTA, INVENÇÃO, AERONAVE.

    O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Para discursar - Presidente.) – Meu bom dia a todos os senhores e senhoras presentes e a todos que nos acompanham pela TV Senado, pelas redes sociais, pela Rádio Senado. Aqueles que estão sempre interessados nos assuntos do Parlamento têm aqui a nossa saudação.

    Os senhores, como são da Aeronáutica, conhecem muito bem os ares brasileiros, não é? Então, vou tomar aqui uma expressão dos senhores para dizer da minha satisfação em recebê-los. Então, na magnética de um futuro melhor para o Brasil, o que vai nos sustentar nessa mistura rica de motores são os feitos do passado e o reconhecimento aos brasileiros que nos antecederam e fizeram a história. Sejam muito bem-vindos, como já disse o nosso colega Luiz Fernando Faria, a esta Casa.

    Sras. e Srs. Parlamentares e autoridades presentes, é com imensa alegria que compartilho com o Deputado Luiz Fernando Faria a Presidência desta homenagem a Alberto Santos Dumont, mineiro, que hoje tem a cidade de nascimento e cidade de Luiz Fernando como nome de reconhecimento aos feitos.

    O Brasil e o mundo homenageiam o aniversário de 150 anos do nascimento de Alberto Santos Dumont, ocorrido em 20 de julho de 1873, na cidade mineira de Palmira, rebatizada Santos Dumont.

    Neto de franceses e filho de engenheiro e fazendeiro, o futuro Pai da Aviação bem poderia se contentar com o muito que a sorte lhe reservara, o afortunado herdeiro de um grande patrimônio. Mas aquele jovem brasileiro, no final do século XIX, quis mais de sua vida. Nutria enorme interesse pela ciência e se deixou contaminar pelo máximo desafio do seu tempo: desenvolver os meios para que o ser humano pudesse, de modo inédito, alçar voo.

    Longos são os tempos históricos, e no que diz respeito à experiência de voar, a mulher e o homem do século XIX em quase nada diferiam de um ancestral vindo ao mundo há cinco ou dez milênios. À exceção de alguns experimentos incipientes, no balonismo, contemplar das nuvens era algo impossível às pessoas, e apenas em narrativas de valor literário – como a personagem Ícaro, o mito grego das asas de cera, tragicamente derretidas pelo Sol – o voo pleno era concebível.

    E, no entanto, as aves, os insetos e vários outros animais eram a prova viva de que os corpos mais pesados que o ar são, de fato, capazes da mágica da levitação que, por obra da ciência, os seres humanos conseguiram reproduzir.

    Muito se dirá, na presente reunião, acerca da biografia, dos feitos e do exemplo de grandeza e altruísmo daquele que, figurando entre os mais destacados inventores da aviação, jamais patenteou seus protótipos e que muito se engajou pela proibição internacional do emprego de aviões em bombardeios.

    Do ponto de vista científico, porém, algumas lições sutis, em sua trajetória, merecem assimilação. De fato, Pai da Aviação algum haveria no Brasil sem a força do imponderável: a mudança de sua família para a França por conta das ruinosas sequelas experimentadas pelo patriarca, Henrique Dumont, decorrentes da queda em um passeio de charrete na fazenda. A busca pelo restabelecimento da sua saúde resultou na transferência familiar para a vibrante Paris de então, que oferecia todas as condições: os melhores estímulos, competições aeronáuticas e premiações para o jovem mineiro ampliar ao máximo o seu já vasto saber aeronáutico.

    Em todas as sociedades, existe, de fato, um percentual equivalente de seres humanos dotados de altas habilidades, as quais, no mais das vezes, redundam em nada, sem o adequado fomento comunitário e sem a durável força de vontade e resiliência: o "jamais desistirei!". A garra e a persistência sempre foram marcas de Santos Dumont, Senadora Damares, que nos acompanha, Senador Izalci Lucas, que se juntou à nossa mesa.

    Aquela obstinação tão presente é característica nossa, dos brasileiros. Nós acreditamos no futuro, nós acreditamos em fazer um país melhor e em fazer este país voar cada vez mais. Como disse Luiz Fernando Faria, ainda que, em momentos, falhassem determinados planos, nunca vão falhar a esperança e a nossa certeza de que todos podemos fazer um Brasil melhor para todos os brasileiros.

    A adequada reflexão sobre a trajetória de Santos Dumont, que, tendo brilhado em Paris, também, segundo a história, inventou o relógio de pulso e o chuveiro elétrico, reside na necessidade de transformarmos o Brasil em um lugar mais acolhedor para o estímulo ao aprendizado e ao engenho. E, aqui, Luiz Fernando, não duvido de ele ter inventado o chuveiro, não, porque Santos Dumont é fria, e você tomar banho na água fria em Santos Dumont, meu Deus do céu! (Risos.)

    Tanto quanto o exemplo de nosso inventor na França, importa que os jovens brasileiros tenham, em suas escolas e cidades, o impulso que Paris representou para o jovem Santos Dumont, que todos os brasileiros de mérito possam se tornar paradigmas de conhecimento e que possam transmitir, generosamente, as suas técnicas de aprendizado e de evolução científica e tecnológica aos seus contemporâneos.

    Permito-me aqui, senhores, trazer esta comparação de que as oportunidades que foram dadas a Santos Dumont e que revelaram um grande cientista, um homem que mudou a sua história, também podem acontecer com cada um dos brasileiros e brasileiras mais simples deste país, desde que tenham as oportunidades para se tornarem pessoas melhores, mais bem preparadas, que conheçam, de fato, que a vontade de vencer é o princípio de todas as nossas conquistas.

    Sras. Senadoras e Srs. Senadores, senhores representantes da Aeronáutica, da Marinha e do Exército Brasileiro presentes, aqueles que nos acompanham, os Parlamentares, orgulhosamente felicitamos o nosso planeta, o Brasil e, principalmente, o nosso Estado de Minas Gerais pelo valoroso exemplo de Alberto Santos Dumont no aniversário de 150 anos do seu nascimento, um exemplo para cada um de nós nesta pátria querida.

    Meu muito obrigado aos senhores. (Palmas.)

    Obrigado.

    Teremos... Neste momento, convido todos a assistirem nos painéis ao vídeo institucional em homenagem a Santos Dumont, produzido pela nossa Força Aérea Brasileira.

(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)

    Parabéns! Muito bem-feito o vídeo.

    Eu concedo a palavra, por cinco minutos, ao Sr. Tenente-Brigadeiro do Ar, Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da nossa Aeronáutica.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 29/06/2023 - Página 9