Discurso durante a 139ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação de apoio ao discurso do Presidente Lula feito na cerimônia de lançamento da estratégia de reindustrialização do Brasil. Críticas ao editorial publicado no O Estado de S. Paulo sobre como supostamente será conduzida a votação da reforma tributária no Senado Federal.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Indústria, Tributos:
  • Manifestação de apoio ao discurso do Presidente Lula feito na cerimônia de lançamento da estratégia de reindustrialização do Brasil. Críticas ao editorial publicado no O Estado de S. Paulo sobre como supostamente será conduzida a votação da reforma tributária no Senado Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 28/09/2023 - Página 9
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Indústria, Comércio e Serviços > Indústria
Economia e Desenvolvimento > Tributos
Indexação
  • COMENTARIO, DISCURSO, AUTORIA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CERIMONIA, LANÇAMENTO, ESTRATEGIA, RETOMADA, INDUSTRIALIZAÇÃO, GARANTIA, CRESCIMENTO ECONOMICO, SIMULTANEIDADE, INCLUSÃO SOCIAL.
  • COMENTARIO, ENTREVISTA, ARMINIO FRAGA, DEFESA, AUMENTO, IMPOSTOS, CLASSE EMPRESARIAL, TAXA, DIVIDENDOS.
  • COMENTARIO, EDITORIAL, JORNAL, O ESTADO DE S. PAULO, CRITICA, ATUAÇÃO, SENADO, SENADOR, VOTAÇÃO, REFORMA TRIBUTARIA.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Capitão Styvenson Valentim, a voz da segurança pública do Rio Grande do Norte, a voz digníssima do meu amigo pessoal presidindo a sessão aqui, no Senado, é só que neste momento começou a votação lá na CCJ, do marco temporal. Precisa tirar só minha foto, é isso? (Pausa.)

    Então, tire aqui. O Presidente vai entender.

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - RN. Fora do microfone.) – Não quer ir votar? Eu espero.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Não, não. Não vou lá votar e volto, não. É só pelo aplicativo, é só aqui.

    Foi? (Pausa.)

    Foi direitinho? (Pausa.)

    Então, tudo bem.

    Brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, aos que nos acompanham pela TV Senado, Rádio Senado, Agência Senado, demais meios de comunicação, ocupo a tribuna hoje, Presidente Styvenson, para dar eco a palavras proferidas ontem pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de lançamento da estratégia para a reindustrialização do Brasil.

    O Presidente foi claro ao declarar que, abro aspas, "[...] ninguém vai dar cavalo de pau na economia. Aqui, a gente não vai inventar [e] [...] vai fazer o que precisa fazer". Repito a declaração de Luiz Inácio Lula da Silva, histórico e animal político: "Ninguém vai dar cavalo de pau na economia. Aqui, a gente não vai inventar [e sim] [...] vai fazer o que precisa fazer", fecho aspas, uma reafirmação do compromisso externado ainda durante a campanha eleitoral de 2022, o de enfrentar a crise que viria a herdar com credibilidade, estabilidade e previsibilidade.

    Para mim, quando alguns setores tentam alimentar a desconfiança de que o Governo não será capaz de cumprir, no ano que vem, a meta de zerar o déficit das contas públicas, as palavras do Chefe do Executivo brasileiro soam também como demonstração inequívoca de responsabilidade.

    Neste sentido, assinalo que Lula foi enfático ao declarar que, no diálogo com os Parlamentares, os ministros do seu Governo devem prometer somente aquilo que podem entregar.

    "A economia vai continuar serena", garante o Presidente Lula, que, com a atuação decisiva do Ministro da Economia, Fernando Haddad, vai gradativamente colocando o país nos trilhos.

    Nunca é demais dizer que a projeção de alta do PIB este ano já supera os 3%.

    Crescer é preciso, sem, entretanto, deixar de lado a inclusão social. O Presidente Lula, aliás, voltou a enfatizar que, abro aspas, "são as pessoas mais necessitadas, [...] trabalhadores, [...] mais pobres, que vão ter uma atenção especial desse governo".

    Esta é a essência de uma gestão voltada para o combate à desigualdade, incluindo os pobres nos orçamentos e cobrando impostos de quem pode pagar – os ricos, os milionários, os bilionários –, Presidente Styvenson.

    O Brasil não necessita apenas de equilíbrio fiscal, precisa também de equilíbrio tributário, um tema cada vez mais consensual.

    Em entrevista, nesta semana, à BBC Brasil, o economista Armínio Fraga – olha quem, pátria amada! –, afirmou não ver nenhum absurdo no fato de o Governo Lula III ampliar impostos sobre os super ricos – palavras de Armínio Fraga.

    Ao observar que os 1% mais ricos pagam menos impostos do que os 20% mais pobres, o ex-Presidente do Banco Central foi didático na explicação do porquê. Abro aspas: "Porque os pobres praticamente não poupam e o consumo, a despeito (da desoneração) de cestas básicas e tudo o mais, o consumo é taxado. E, aí quando se faz a conta, a carga tributária tem essa situação invertida aqui no Brasil, que é outra vergonha, vamos usar a palavra certa", fecho aspas. Para Armínio Fraga, é preciso uma faxina nos subsídios e descontos indevidos.

    Na mesma entrevista, ele ainda defendeu a taxação de dividendos e declarou que essa medida vai casar bem com o IVA, o Imposto sobre Valor Agregado, a essência da reforma tributária que temos de aprovar aqui, no Senado, ainda em 2023.

    Para retomar o fio da meada, sobre o compromisso do Presidente Lula com a economia sem cavalo de pau, eu informo aos amigos e amigas do Senado Federal que, agora à tarde, no Palácio do Planalto, o Chefe do Executivo brasileiro vai receber, em audiência, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ultrabolsonarista, em um louvável gesto de aproximação de Lula com esta figura que eu abomino.

    O primeiro encontro entre os dois acontece uma semana depois de o Comitê de Política Monetária reduzir, pela segunda vez consecutiva, a taxa básica de juros em 0,5%. Para fechar, a Selic, agora, está fixada em 12,75% ao ano.

    Governar é dialogar. Isso o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que emergiu como líder nas negociações de sindicatos do ABC Paulista, sabe fazer, como ninguém, reconhecemos e não há como não reconhecer.

    Presidente Styvenson, eu nunca passo do tempo, ainda tenho algum minutinho? (Pausa.)

    Tenho um minuto e cinquenta e cinco segundos, menos do que isso.

    É para defender gente de qualidade moral, como você, aqui no Senado Federal, e outros Senadores, a maioria, por quem eu tenho o maior respeito aqui...

    É difícil hoje ter algum Senador por quem eu exerça inimizade.

    Aqui, no Plenário, tem algum Senador que já chegou ou não?

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - RN. Fora do microfone.) – Humberto Costa.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Humberto Costa? Como sempre. Ele chega primeiro, vem, fala.

    Gostei de você lá na CCJ. Voltou a ser aquele Humberto hoje. Deu um banho hoje lá. Parabéns pelo seu comportamento, pela sua postura!

    Mas, assim como defender o Senador Humberto Costa, o jornal O Estado de S. Paulo, em editorial, coloca – desculpe-me porque eu amo...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – ... o jornal O Estado de S. Paulo, tenho o maior respeito por ele, onde já escrevi muitas vezes artigos esportivos – agora coloca, de uma forma – desculpe-me – deselegante com os Senadores aqui, achando que nós aqui vamos ter um comportamento pior do que a Câmara sobre a aprovação da reforma tributária e colocando, insinuando que nós vamos decepcionar o Brasil porque votaremos da pior forma possível a reforma tributária, do mesmo modo que defendo o Senador do Amazonas Plínio Valério, que talvez não tenha lido esse editorial do jornal O Estado de S. Paulo, porque amazonense não é muito de ler. Amazonense normalmente não lê nem gibi. Portanto, o Plínio deveria ler esse editorial para falar sobre isso. Eu acho que o Senado merece respeito. A diferença é que nós, do Senado, estamos ouvindo todos os lados sobre a reforma tributária, os pontos...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – ... que são considerados importantes, sobre os quais há discórdia de figura A, figura B, figura C, e isso não aconteceu na Câmara. Na Câmara, foi tudo goela abaixo. Então, essa é a diferença do Senado, e que o O Estado de S. Paulo, tendo o Senador que vai se comportar, que vai votar em troca de algo, que vai decepcionar e que vai ser pior do que na Câmara, que o jornal dê o nome. Agora, colocar a gente no mesmo balaio, aí não! Não é possível. Eu fui jornalista por 45 anos. Eu nunca agi assim. O Plínio é jornalista. A gente dá nomes. Agora, saber separar o joio do trigo, se é que, para o O Estado de S. Paulo tem aqui, no Senado, o joio e tem também o trigo.

    Agradecidíssimo.

    Deus e saúde para a pátria amada, e...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – ... continuamos trabalhando.

    Apitou a campainha hoje pela segunda vez em quatro anos e meio de mandato.

    Quem gosta de campainha é Girão, é Magno Malta, não é comigo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/09/2023 - Página 9