Discurso durante a 150ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Lamento pela crise deflagrada no Oriente Médio em virtude dos ataques do grupo Hamas ao Estado de Israel. Solidariedade aos familiares dos brasileiros que morreram nesses ataques. Elogios ao Ministério das Relações Exteriores e à Força Aérea Brasileira pela operação de repatriação dos brasileiros que estão na região do conflito. Necessidade da busca diplomática pela paz.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais, Governo Federal:
  • Lamento pela crise deflagrada no Oriente Médio em virtude dos ataques do grupo Hamas ao Estado de Israel. Solidariedade aos familiares dos brasileiros que morreram nesses ataques. Elogios ao Ministério das Relações Exteriores e à Força Aérea Brasileira pela operação de repatriação dos brasileiros que estão na região do conflito. Necessidade da busca diplomática pela paz.
Aparteantes
Eduardo Girão.
Publicação
Publicação no DSF de 17/10/2023 - Página 9
Assuntos
Outros > Assuntos Internacionais
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • REPUDIO, CRISE, ORIENTE MEDIO, MOTIVO, ATENTADO, GRUPO, TERRORISMO, VITIMA, PESSOAS, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, SOLIDARIEDADE, FAMILIA, CIDADÃO, ORIGEM, BRASIL, MORTE, LOCAL, ELOGIO, ITAMARATI (MRE), FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), OPERAÇÃO, REPATRIAÇÃO, REGIÃO, CONFLITO, DEFESA, BUSCA, DIPLOMACIA, OBJETIVO, PAZ.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Costumeiras atitudes de homens Parlamentares públicos raros, como Izalci e Girão – muito obrigado! –, em função de missão com o Ministério da Economia, através de Fernando Haddad, em defesa do Estado de Goiás.

    Amigo querido, voz digníssima de Roraima, Presidente desta sessão, Mecias de Jesus, brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, Deus e saúde, ótima semana, abençoada, iluminada, com alegrias e vitórias para toda a nossa pátria amada, triste, no dia a dia, com tudo o que estamos vendo.

    Só gostaria de lembrar que, ontem, Dia dos Professores, eu pude ficar tão alegre! Se a visão não vai bem, a memória, cada vez, é melhor. Eu escrevi, em meu Twitter, Presidente Mecias, o nome de todos os meus professores, desde o primário até o ginásio – 26 –, e liguei para a minha melhor amiga de infância, a Cristina: "Eu me esqueci de alguém?". Ela me xingou, no bom sentido: "Como é que você tem uma memória dessa? Eu nem lembrava de alguns aqui..." Ela falou: "Você se esqueceu apenas de um!". "De quem?". "Do Dinale". Porque professor é a nossa maior fonte de conhecimento, não é? Para mim, professor, às vezes, na maioria das vezes, tem importância de um pai, Girão, de um pai para a gente. Quanto tempo a gente fica na escola? Eu sou do tempo de ficar o dia todo na escola.

    Agora senhoras e senhores, ao subir na tribuna, hoje, com tantos assuntos locais e factuais, não dá para você fugir, neste 16 de outubro... Subo para lamentar a crise deflagrada, no Oriente Médio, depois do surpreendente ataque do grupo extremista, terrorista, canalha, que devia estar no inferno, chamado Hamas, a Israel, isso no primeiro sábado do mês, no dia 7.

    E que não se seja injusto com o Presidente Lula. Em nenhum momento, o Presidente Lula declarou que o Hamas não é terrorista; ele apenas disse para se não confundir o Hamas com os palestinos. Os palestinos não são terroristas. Eu conversava isso com o Senador Mecias, com o Senador Paim, com o Senador Confúcio e, agora, com o Senador Girão, porque não gosto de injustiça. Assim como, quando acontecia injustiça com o ex-Presidente Bolsonaro, eu era o primeiro, aqui na tribuna, a defendê-lo.

    A ação terrorista desfechada, há nove dias, contou com a reação na mesma proporção. Sucederam-se bombardeios e a promessa de Israel de cerco total à Faixa de Gaza com um planejamento de ação por mar, terra e ar, que pode acontecer a qualquer momento. Já são mais de 4 mil mortos entre palestinos e israelenses, na maioria civis – inadmissível numa guerra. E os analistas internacionais projetam para a região um período de violência sem precedentes.

    Manifesto minha solidariedade sincera aos familiares dos três brasileiros que morreram no conflito, em um momento que deveria ser apenas de alegria, meu Deus! Eles participavam de um festival de música quando houve um ataque covarde do terrorista Hamas. O Governo do Brasil condenou o ato terrorista e, de imediato, concentrou esforços no sentido de repatriar brasileiros da região tanto de Israel quanto da Faixa de Gaza, onde seria criado um corredor humanitário, o que está em negociação na ONU.

    Abro parênteses para louvar o sucesso do resgate dos brasileiros organizado pelo Itamaraty, evidenciando mais uma vez a competência de seu corpo diplomático, concretizado com o apoio decisivo da Força Aérea Brasileira. Quase mil brasileiros já foram repatriados em aviões da FAB; um trabalho cirúrgico, preciso, que discretamente superou dificuldades logísticas e, com muita eficiência, sem estardalhaço, vem alcançando pleno êxito, um motivo de orgulho para o Brasil.

    Quanto à situação no Oriente Médio, ela é extremamente delicada. De um lado, as lideranças palestinas moderadas estão subjugadas pelo Hamas; e, de outro, o Governo de Israel, depois de sofrer um ataque inimaginável, tende a fazer valer o seu reconhecido poderio bélico e varrer militarmente a Faixa de Gaza, com consequências imprevisíveis. Há ainda um temor geral pelo risco de ampliação do conflito, com o envolvimento de outros grupos extremistas e até mesmo de outros países. A possibilidade de regionalização da guerra provoca sobressaltos em um mundo já abalado com o confronto entre Rússia e Ucrânia. Causa preocupação, sobretudo, a troca de farpas agora, pátria amada, entre Irã e Estados Unidos. Temos que rezar e muito!

    Mas não se pode perder a esperança. Basta lembrar que, em setembro último, completaram 30 anos os Acordos de Oslo, que asseguraram a autonomia palestina na Faixa de Gaza. Por causa da iniciativa, os líderes Yasser Arafat, da Organização para a Libertação da Palestina, Yitzhak Rabin e Shimon Peres, de Israel, ganharam em 1994 o Prêmio Nobel da Paz. Paz que tem ficado cada vez mais distante, desde que o Hamas – eu tenho nojo de falar essa palavra – ocupou o comando da Faixa de Gaza, em 2007. Em vez de buscar saídas negociadas para a questão palestina, o grupo insiste na pregação e em ações terroristas pelo fim do Estado de Israel, uma radicalização que não tem levado a nada; serve apenas para aumentar ódios e dar argumentos a quem defende o antissemitismo e a islamofobia. Com isso, fica em segundo plano o essencial: a discussão sobre a necessidade de constituição de um Estado palestino, algo que o mundo precisa considerar, 75 anos depois da criação do Estado de Israel. É difícil? Sim, mas precisa ser considerado, pela simples razão de que não resultou em solução definitiva tudo o que foi tentado, negociado e acordado até agora, entre as várias conflagrações que se sucedem.

    Para fechar, a meu ver, humildemente, não existe alternativa para evitar o caos, o báratro. Os líderes mundiais precisam, com urgência, reencontrar o caminho da diplomacia, e não apenas no Oriente Médio.

    TV Senado, Rádio Senado, Agência Senado, redes sociais, também Deus e saúde a todos e todas, e aqui na Mesa Diretora, funcionários desta empresa, maior patrimônio dela, empresa pública, Poder mais alto do país, na pessoa da Luana, que aqui está na mesa – do Zezinho não preciso falar porque, depois do Ruy Barbosa, o Zezinho é quem tem mais importância aqui na mesa, isso porque todo dia ele me dá seis balas, Senador Eduardo Girão, ao contrário do senhor, miserável, que parou até com aqueles jantares maravilhosos com D. Márcia na sua casa.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Eu queria fazer um...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – O Mourão, o nosso querido homem que ainda vai ser Presidente da República está dizendo, General Hamilton Mourão, que está faltando dinheiro para você...

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – O senhor me permite um aparte, Senador Kajuru, se o Presidente permitir?

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Claro que permito, com o maior prazer.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para apartear.) – Primeiramente, quero desejar uma boa tarde a todos os colegas Senadores, a todos os funcionários, assessores, brasileiros que estão nos acompanhando, brasileiras.

    Eu tive a oportunidade, Senador Kajuru, durante uma viagem a Lisboa, na véspera do feriado passado, no dia 12, já que as sessões estavam virtuais, de participar de um evento conservador de que vou daqui a pouco falar, e estava eclodindo ali naquele momento esse ataque surpresa, que deixou o mundo perplexo.

    Como o senhor muito bem colocou em todas as suas falas: é um ataque terrorista, sim. Não tem que dourar a pílula, é um grupo terrorista e as imagens estão aí. Contra imagens, contra fatos, Senador Mourão, não há nenhum tipo de argumento. Agora, a gente tem que ter também a cautela para não entrar nessa onda do ódio de um lado e do outro.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Sim, verdade.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Tem gente inocente aí no meio tanto israelenses como palestinos.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Só não tem no Hamas.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Eu tive a oportunidade, Senador Kajuru – Deus me concedeu –, de, em 2010, visitar Israel, e eu me perdi ali na Faixa... Fui fazer uma visita ali à Faixa de Gaza, me perdi e fui muito bem acolhido pelos palestinos, sabe? Foi uma experiência interessante. E a gente fica muito triste vendo crianças de um lado e crianças de outro sendo barbarizadas. E eu acho que o grande inimigo de tudo isso é o Hamas, e com isso realmente não tem que ter tolerância, com terrorista não tem que ter negócio.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Eles não têm paz, eles não querem paz.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Só que tem que ter muita cautela, porque tem outras pessoas no meio desesperadas e inocentes. Então, é um momento de oração. A guerra que a gente vive – o senhor sabe, chegou comigo aqui em 2019 – não é uma guerra entre os homens – eu sempre falei isso, é uma guerra espiritual – e é um momento dramático da humanidade, porque...

    Eu estava conversando agora com o Senador Mourão, que vai se pronunciar sobre este assunto daqui a pouco, e especialistas do mundo todo dizem que o Irã pode estar por trás disso tudo, e a gente fica imaginando outros agentes que possam adentrar e complicar ainda mais a situação de dor e de sofrimento que a gente vive.

    Então, parabéns pelo seu pronunciamento...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Obrigado.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – É um pronunciamento correto, muito equilibrado. Parabéns ao Presidente do seu partido, o Dr. Siqueira – leve os meus parabéns...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Carlos Siqueira, um dos homens mais éticos deste país.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Ele falou com muita coragem. A gente pode ter divergências políticas; eu tenho divergências políticas com o seu partido, é natural numa democracia...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Claro.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Mas eu gostei da altivez com que ele falou: "O Hamas é terrorista". E espera realmente uma posição do Governo brasileiro mais firme com relação a isso.

    Parabéns, Sr. Senador.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Eu que agradeço as suas palavras, que só acrescentaram, amigo e irmão Girão, e nunca espere postura diferente de Carlos Siqueira, um homem que viveu com Miguel Arraes, com Eduardo Campos, enfim, um homem raro, um Presidente partidário – nós que já estivemos em outros partidos podemos ter certeza da lisura dele.

    E, apenas para avisar, já que eu ainda tenho um pouquinho de tempo, amanhã farei um pronunciamento sobre o zap que você me enviou hoje, às 6h50 da manhã. Eu já estava acordado e fiquei assustado. Sei que eu vou ter o seu apoio amanhã, o seu aparte, e de todos aqui, do Izalci, do Mecias e especialmente do General Hamilton Mourão, que é meu parceiro nesse projeto pioneiro que nós dois apresentamos em relação às casas de apostas esportivas. Esse é um projeto nosso, que o próprio Ministro Haddad achou mais completo do que a medida provisória dele. E, pasme, General Hamilton Mourão, não sei se o senhor tomou conhecimento, hoje, gente do Governo Lula, do qual eu sou o Vice-Líder do Lula e Líder do Vice-Presidente Alckmin, já anunciou que quer que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tenha uma participação entre os 18% mensais de impostos das casas esportivas. Eu já vou avisar ao Governo Lula que não conte comigo. Serei contra quem do Governo Lula quiser isso.

    A CBF é uma empresa privada que não presta conta dos bilhões que arrecada, ela faz o que quer com o dinheiro e você não sabe onde vai parar o dinheiro. Ela já tem uma fortuna e ainda quer impostos de casas esportivas?

    Amanhã farei esse pronunciamento e tenho certeza de que contarei com o apoio da maioria dos senhores, dos amigos e amigas aqui, porque não tem cabimento e, mesmo se o Governo Lula tiver essa posição, não terá rigorosamente o meu apoio, daí a minha isenção, independentemente de apoiar o Governo, porque sou leal, agora, não sou obrigado a ser leal com aquilo com que eu não concordo.

    Agradecidíssimo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/10/2023 - Página 9