Discurso durante a 149ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a suposta interferência do Governo Lula junto a órgãos internacionais com vistas à concessão de empréstimos ao Governo da Argentina. Defesa do Projeto de Lei Complementar no.163/2022, de autoria de S. Exa., que proíbe as instituições financeiras públicas federais de financiar operações de crédito a governos estrangeiros enquanto houver pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no País. Considerações negativas acerca da conduta do Governo Lula e do Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania Sílvio Almeida frente ao conflito entre o grupo palestino Hamas e Israel.

Autor
Eduardo Girão (NOVO - Partido Novo/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais:
  • Preocupação com a suposta interferência do Governo Lula junto a órgãos internacionais com vistas à concessão de empréstimos ao Governo da Argentina. Defesa do Projeto de Lei Complementar no.163/2022, de autoria de S. Exa., que proíbe as instituições financeiras públicas federais de financiar operações de crédito a governos estrangeiros enquanto houver pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no País. Considerações negativas acerca da conduta do Governo Lula e do Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania Sílvio Almeida frente ao conflito entre o grupo palestino Hamas e Israel.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2023 - Página 13
Assunto
Outros > Assuntos Internacionais
Indexação
  • COMENTARIO, PEDIDO, INFORMAÇÃO, SIMONE TEBET, MINISTRO, MINISTERIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO (MPO), ESCLARECIMENTOS, LIBERAÇÃO, EMPRESTIMO EXTERNO, BANCO DE DESENVOLVIMENTO, AMERICA LATINA, CORPORAÇÃO ANDINA DE FOMENTO (CAF), OBJETIVO, FINANCIAMENTO, CAMPANHA ELEITORAL, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA.
  • APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, COMPARECIMENTO, SILVIO ALMEIDA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS DIREITOS HUMANOS, COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS (CDH), Comissão de Segurança Pública (CSP), SENADO, ESCLARECIMENTOS, POSIÇÃO, GOVERNO BRASILEIRO, ATUAÇÃO, GRUPO TERRORISTA, GUERRA, ISRAEL.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para discursar. Por videoconferência.) – Muitíssimo obrigado, meu querido amigo Senador Veneziano Vital do Rêgo.

    Senador Paulo Paim, demais Senadoras, Senadores presentes, eu queria, nesta tarde de terça-feira, celebrar, neste momento, que a gente possa continuar em orações, porque o momento é grave da humanidade. É uma corrente preocupante de energias ruins, de ódio, e isso é realmente algo que está contaminando, com violência, com julgamentos, muitos brasileiros e está transcendendo – tudo isso.

    Sr. Presidente, eu, neste momento, queria falar sobre a Argentina, que é presidida por Alberto Fernández, amigo do Presidente Lula, e que vive uma profunda crise econômica, com inflação superior a 100% ao ano, e um crescente e rápido empobrecimento, que já atingiu 50% da população dos nossos hermanos, vizinhos.

    Estão próximas as eleições presidenciais, e o candidato oposicionista Javier Milei, da coalizão La Libertad, está à frente em todas as pesquisas.

    O candidato governista é justamente o atual Ministro da Fazenda, Sergio Massa, o gestor da desastrada política econômica lá na Argentina.

    É, portanto, muito estranha essa movimentação do Governo brasileiro, comandado por Lula, junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina, através da Comunidade Andina de Fomento (CAF), para liberação de um empréstimo à Argentina de US$1 bilhão – repito, US$1 bilhão, "b" de bola, "i" de índio.

    Sobre isso, nós já fizemos pedido de informação e estamos chamando a Ministra, que foi nossa colega, Simone Tebet – tem um requerimento meu na Comissão de Direitos Humanos e também na Comissão de Segurança Pública, porque o assunto transcende essa questão de uma Comissão apenas –, para que ela possa dar esclarecimentos para a gente sobre se ela falou com o Presidente, como é que foi, como o Governo Lula atuou para isso.

    Isso, porque existem, Sr. Presidente, muitas outras movimentações suspeitas. Uma delas envolve o Banco do Desenvolvimento dos Brics, presidido por Dilma Rousseff, em que o Brasil se propôs a ser o avalista de um empréstimo de R$7 bilhões – R$7 bilhões, "b" de bola, "i" de índio –, mas não avançou.

    Recentemente, estiveram reunidos os dois Ministros da Fazenda – o Haddad, do Brasil, e Massa, da Argentina –, para encaminhar outro empréstimo de US$600 milhões, através do BNDES, para o financiamento das exportações.

    Olhe só: tudo isso acontecendo, coincidentemente – a gente sabe que não existe coincidência, não existe almoço grátis –, às vésperas da eleição naquele país. É o quê? É o Governo brasileiro interferindo na soberania daquele país? É isso que a gente está vendo? E vamos aceitar esse tipo de postura?

    Esse alinhamento ideológico me preocupa muito, e o mais grave de tudo isso, sobre a questão do BNDES: é quem administra recursos provenientes do Fundo de Amparo dos Trabalhadores brasileiros, Sr. Presidente, e do próprio Tesouro Nacional.

    É bom lembrar que Cuba e Venezuela devem ao Brasil mais de R$4 bi – "b" de bola, "i" de índio – bilhões, sendo que a garantia de um desses empréstimos, no caso lá de Cuba, foi feita com a garantia de charutos cubanos. Parece piada, mas não é. É verdade. Por isso, entrei com um projeto de lei, proibindo a realização pelo BNDES de empréstimos dessa natureza, enquanto existirem famílias brasileiras sobrevivendo abaixo da linha da pobreza. Esse é o mínimo de respeito que o cidadão do nosso país merece. Antes de ser enviado dinheiro para outros países, que a gente olhe para o nosso.

    É preciso salientar que a atual conjuntura econômica do Brasil já ostenta uma das maiores cargas tributárias do mundo, na casa de 34% de imposto.

    O rombo nas contas públicas do atual Governo já ultrapassou os R$105 bi – "b" de bola, "i" de índio. Sim: R$105 bilhões é o rombo do Governo Lula. Para não haver descontrole da inflação, o Banco Central necessita manter em patamares elevados os juros da economia.

    Aliás, este Governo ataca tanto o Presidente do Banco Central, mas é ele que está segurando as pontas neste momento de desregramento, neste momento de extravagância, neste momento de um governo perdulário, que só pensa em gastar, sem o mínimo de responsabilidade fiscal, Sr. Presidente.

    Para termos uma ideia dessa irresponsabilidade, no ano de 2021, mesmo após uma brutal pandemia, o Brasil fechou o ano com um déficit de apenas R$40 bilhões – "b" de bola, "i" de índio. Já em 2022, o governo anterior conseguiu um superávit de R$58 bilhões, R$58 bi. Foi só entrar o Lula para acontecer esse descalabro todo.

    Esse é o retrato de um governo que foi eleito praticando estelionato, ao mentir sobre questões relevantes para o nosso povo, como aborto, drogas e apoio a ditaduras, e que já iniciou sinalizando para a gastança irresponsável desde o primeiro dia, ao aumentar de 23 para 37 o número de ministérios, e depois dando péssimos exemplos, como as seguidas viagens internacionais, esbanjando e desperdiçando R$50 milhões – R$50 milhões já se desperdiçaram com essas viagens do Lula, que mais está fora do que aqui.

    Então, são os recursos dos pagadores de impostos, retirados das mesas de todas as famílias brasileiras, Sr. Presidente.

    Então, eu quero agradecer a oportunidade, ratificar que o convite para a ex-Senadora Simone Tebet, hoje Ministra do Governo Lula, foi feito hoje para a Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle.

    E, já que o senhor estava conversando há pouco tempo e se solidarizando com as vítimas dessa guerra insana que está acontecendo, eu também quero dizer que, mais um dia, o Governo Lula não joga firme, dizendo que Hamas é um grupo terrorista.

    O nome precisa ser dado, não pode passar a mão na cabeça. E a gente precisa entender...

    E eu estou chamando o Ministro dos Direitos Humanos – estou entrando com um requerimento também, Sr. Presidente – quero lhe informar, para que ele venha para a Comissão de Direitos Humanos, o Ministro Silvio Almeida, que está caladinho, "caladinho da silva" neste momento, não se pronuncia – ele, que é o nosso Ministro e de todos os brasileiros – sobre essas atrocidades, barbaridades que estão acontecendo, para que ele também vá para a Comissão de Segurança Pública.

    Duas Comissões para justificar o porquê desse silêncio ensurdecedor e covarde do Governo brasileiro diante de ataques terroristas que estão acontecendo lá no Oriente Médio.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Deus abençoe a nossa nação. Que Deus abençoe Israel, Palestina... Tem muita gente inocente – israelenses, palestinos –, e a gente não pode confundir.

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Tem palestinos ali que são inocentes, que não têm nada a ver com o grupo Hamas, que é um grupo terrorista, que parabenizou o Presidente Lula pelas eleições e fez declarações, no mínimo, estranhas.

    Deus abençoe o senhor. Muita paz.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2023 - Página 13