Pela Liderança durante a 154ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar com os ataques perpetrados pelo grupo palestino Hamas em Israel. Críticas ao Governo Federal pela não classificação do Hamas como grupo terrorista.

Autor
Mecias de Jesus (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/RR)
Nome completo: Antônio Mecias Pereira de Jesus
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais, Governo Federal:
  • Pesar com os ataques perpetrados pelo grupo palestino Hamas em Israel. Críticas ao Governo Federal pela não classificação do Hamas como grupo terrorista.
Publicação
Publicação no DSF de 19/10/2023 - Página 54
Assuntos
Outros > Assuntos Internacionais
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • PESAMES, AÇÕES, GRUPO TERRORISTA, PALESTINA, ISRAEL, CRITICA, GOVERNO FEDERAL, OMISSÃO, CLASSIFICAÇÃO, TERRORISMO.

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RR. Pela Liderança.) – Sr. Presidente, Senador Plínio Valério, querido amigo que preside a sessão, neste momento já passando a sessão para o Presidente Chico Rodrigues, do meu Estado de Roraima, Senador Jayme Campos, querido amigo... E quero reforçar, Senador Jayme, publicamente o que V. Exa. já sabe: sou seu fã e, quando eu crescer, quero ser igual a V. Exa.

    Senadores, Senadoras, eu sei que essa tribuna tem sido ocupada nos últimos dias, corriqueiramente, para falar desse conflito atual entre o Hamas e Israel. E a verdade é que, no último dia 7 de outubro, militantes do Hamas invadiram a região sul de Israel, lançando ataques sem precedentes, que mataram inicialmente cerca de 1,2 mil pessoas naquele país. Além dessas mortes, mais de uma centena de civis, incluindo crianças, mulheres e homens idosos, e até bebês, foram sequestrados e levados para a Faixa de Gaza, território palestino. De acordo com as autoridades israelenses, foi confirmado nesta segunda feira, dia 16, que 199 pessoas estão sob o poder do grupo terrorista Hamas.

    No trajeto em direção à Faixa de Gaza, alguns dos sequestrados, Presidente Chico Rodrigues, foram torturados e cruelmente mortos. Os meios de comunicação mostraram integrantes do Hamas banhando prisioneiros em álcool para queimá-los vivos em total agonia e desespero. Desde então, as tensões vêm se exacerbando, provocando enorme intranquilidade nas relações internacionais e ameaçando o mundo com a possibilidade de início de um novo conflito bélico mundial.

    Obviamente, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, não pretendo aqui fazer histórico a respeito das origens desse conflito, nem historiar as razões do ódio existente entre judeus e palestinos. O fato é que a nação israelense foi agredida com toda violência e insânia e busca agora resgatar os seus nacionais em poder do grupo terrorista Hamas.

    O que se pretende é apelar à razão das partes envolvidas para que a conflagração não alcance em seu desdobramento cadência que ameace a existência do próprio planeta em que vivemos. O Hamas é um movimento islamita palestino, cuja maior influência é sunita, sendo considerado o mais relevante grupo islâmico da Palestina. Em 2006, o Hamas venceu fraudulentamente as eleições, cujo regime de governo é parlamentarista. Foi a primeira vez que esse grupo chegou ao poder, cujo domínio vinha sendo exercido pelo Fatah, organização fundada por Yasser Arafat em 1957, que esteve no comando até a ascensão do Hamas.

(Soa a campainha.)

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RR) – Sr. Presidente, eu acho que meu tempo foi contado errado. Já se passaram dez minutos? É que meu tempo foi como Líder.

    O SR. PRESIDENTE (Chico Rodrigues. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - RR) – Senador Mecias, não se preocupe. Nós iremos prorrogar até a conclusão do seu pronunciamento.

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - RR) – Muito obrigado, Presidente.

    O atual Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, com 87 anos de idade, é vinculado ao Fatah e trava forte disputa com o Hamas, com quem diverge em vários aspectos fundamentais. Mahmoud Abbas condenou a ação violenta do Hamas na agressão ora cometida contra Israel e apelou para que os civis sequestrados, homens, mulheres, idosos e crianças, sejam devolvidos imediatamente àquele país, a fim de que se ponha fim à selvageria perpetrada.

    O objetivo declarado do grupo Hamas é destruir o Estado de Israel. Na busca desse propósito, tem como aliado e patrocinador o Irã, sob cuja inspiração e suporte financeiro é conduzido, segundo relatos, Sr. Presidente, amplamente divulgados pelos setores de inteligência de vários países.

    É preciso que se deixe bem claro que Israel foi invadido e teve cidadãs e cidadãos executados de forma criminosa e inesperada, com os invasores matando, inclusive, bebês. Há relatos confiáveis apontando que os invasores decapitaram mais de cem bebês.

    Apesar de tudo isso, lamentavelmente, o Governo brasileiro, em nota assinada, não classificou o Hamas como grupo terrorista, alegando seguir orientação utilizada pela ONU.

    Não se sabe o que levaria o atual Governo a considerar como atos terroristas, se não reconhece importância na testemunhada decapitação de bebês e terríveis atos de carnificina praticados pelo Hamas.

    Três dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – França, Estados Unidos e Reino Unido –, classificaram o Hamas como grupo terrorista. Os atos praticados agora, em Israel, são inegavelmente atos terroristas. Por que, então, evitar classificar o Hamas como tal, depois de tantas barbáries?

    Diante de tal cenário, com o Hamas controlando e exercendo o poder político na Faixa de Gaza, fica difícil, claramente impossível, estabelecer negociações para a assinatura de acordo de paz.

    E o que dizer do Governo brasileiro? Apegado a tecnicalidades, deixa de classificar como terroristas os que verdadeiramente praticam e desejam impor o terror. Passam panos quentes em acontecimentos desumanos, bestiais, que chocam até mesmo os desprovidos de sensibilidade.

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, estamos diante de um panorama de enorme fragilidade. Cabe aos sensatos e providos de razão unir forças e dirigir preces ao bom Deus, para que nos guie através desses caminhos tortuosos, a fim de que encontremos, com Sua ajuda, uma saída desejável.

    Num momento em que estamos conseguindo desenvolver os mais altos padrões de tecnologia, torna-se indispensável a exaltação do ser humano, valorizando o espírito e as conquistas que favorecem toda a humanidade.

    Nós não devemos e nem podemos regredir à barbárie: desconhecer todo o trabalho que vimos realizando para o engrandecimento do homem, e simplesmente romper laços que nos enleva o espírito e nos conduz à paz e à prosperidade por todos tão desejadas.

    Sr. Presidente, Senador Chico, Sras. e Srs. Senadores, quero registrar com alegria, para finalizar o meu pronunciamento, a presença da minha amada esposa, Darbilene, aqui nos assistindo, e das minhas duas sobrinhas queridas.

    Finalizo dizendo boa tarde.

    Salve, Israel!

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/10/2023 - Página 54