Interpelação a convidado durante a 162ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de debates temáticos destinada a debater os fenômenos climáticos como o "El Niño" e os frequentes desastres naturais no País.

Autor
Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
Nome completo: Jorge Seif Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a convidado
Resumo por assunto
Mudanças Climáticas:
  • Sessão de debates temáticos destinada a debater os fenômenos climáticos como o "El Niño" e os frequentes desastres naturais no País.
Publicação
Publicação no DSF de 27/10/2023 - Página 42
Assunto
Meio Ambiente > Mudanças Climáticas
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DEBATE, MUDANÇA CLIMATICA, EL NINO, DESASTRE, NATUREZA, COMENTARIO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), DRAGAGEM, RIO, PREVENÇÃO, INUNDAÇÃO, REGISTRO, UTILIZAÇÃO, ENERGIA SOLAR.

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para interpelar convidado.) – Senhoras e senhores, muito boa tarde.

    Quero cumprimentar o Senador Esperidião Amin, do meu Estado de Santa Catarina, pela proposição, com subscrição do Senador Marcos Pontes, e também a participação do General Mourão, Senador Mourão, do Rio Grande do Sul. E cumprimento também a Senadora Damares e os demais painelistas, minha querida Vânia, Secretária Executiva de Articulação Nacional do nosso querido estado, e também quem está nos acompanhando por videoconferência: vi ali Fernando Gabeira e também o nosso comandante da Defesa Civil, Coronel Armando, o qual estimo muito, já foi Congressista aqui conosco.

    Senador Esperidião, o senhor sabe que a minha atividade, a atividade da minha família praticamente há 50 anos, é a pesca extrativa especialmente de sardinha, Sardinella brasiliensis. E eu falo com o senhor que, durante muitas passagens do El Niño e La Niña aqui pelas Américas e pelo Oceano Atlântico, nós sofremos muito um impacto econômico com a redução de captura de sardinha. Olha que interessante, a Universidade do Vale do Itajaí, universidade na qual me formei e de que sou egresso, fez um estudo, Vânia, e mostrou o seguinte: quando a água esfria, quando as águas do oceano esfriam, a sardinha desova e o tempo da ova eclodir e virar um pequeno alevino, um pequeno peixinho, demora muito. Enquanto demoram a eclodir, outros peixes comem a ova e, logicamente, na safra seguinte, teremos menos cardumes e os pescadores e todos os que vivem dessa atividade... Estou falando somente da sardinha, porque é a nossa principal atividade, mas acontece com todas as demais espécies.

    Também acompanhando aqui o raciocínio do Senador Marcos Pontes, que é um profundo conhecedor das questões espaciais, naturais, até por ter sido Ministro da Ciência e Tecnologia do Governo Bolsonaro...

    E, gozado, hoje, Senador Amin que todos os Senadores, com exceção do senhor que preside a Mesa... O General Mourão foi Vice-Presidente do Presidente Bolsonaro; o Senador Marcos Pontes foi Ministro de Ciência e Tecnologia; eu fui Ministro da Pesca e Aquicultura; e a Senadora Damares, de Direitos Humanos. É interessante isso. Hoje temos aqui um grupo de ex-Ministros do Presidente Bolsonaro. Com certeza, estamos aqui graças ao trabalho dele pelo Brasil e do reconhecimento do público às indicações que ele fez para a política.

    Mas, Senador Amin, eu também leio muito sobre essas questões de mudanças climáticas. Como o Senador Astronauta Marcos Pontes disse, existem basicamente duas correntes: uma que acredita que são ciclos naturais, que a Terra esquenta e esfria e que a atividade humana não tem nenhuma relação com isso; e tem muitos outros que acham que sim, especialmente a queima de hidrocarbonetos, de petróleo, de gasolina, de óleo diesel impactam na natureza.

    Eu não vou nem por um caminho nem por outro. Também não sou um profundo estudioso, senão, apenas um curioso que busca informações, mas o fato é que nós, enquanto legisladores, temos que pensar, por exemplo, em educar a nossa sociedade e também ajudar os nossos Prefeitos a, por exemplo, dragar os rios, porque, por exemplo, em Santa Catarina, muitas das enchentes e das catástrofes que ocorrem e que afetam a população catarinense são por conta das cheias dos rios, que estão, muitas vezes, com sofás, com carros, com lixo. Então, o rio, que teria uma capacidade de drenagem e de aguentar esse volume de chuvas, muitas vezes, transborda justamente porque seus leitos estão, ou assoreados... Deveríamos, enquanto legisladores e gestores públicos, incentivar a atividade de limpeza desses leitos, fazendo dragagens, etc., etc., e, não obstante também, a educação do nosso povo, para parar de jogar lixo nos bueiros, nos rios, nos mares, que isso seria uma ação que está ao nosso alcance sem muita coisa senão a educação da nossa população.

    Uma questão não menos importante: no Governo do Presidente Bolsonaro, foi votado, pelas Casas Legislativas, o marco do saneamento. Nós precisamos investir mais, realmente, em dragagem, em drenagem, em esgoto, em água tratada, que também vão ajudar os rios a não lotearem. Também, por parte de todos nós, seja Executivo ou Legislativo, investirmos em barragens. Agora o Governador Jorginho Mello está retomando um antigo estudo de uma empresa japonesa, fazendo microbarragens ou diques para, justamente, nesses momentos de muita cheia, de muitas chuvas, o nosso estado não sofrer tanto.

    Logicamente, independentemente de se nós crermos que são ciclos naturais de esfriamento e aquecimento global ou se são ações do ser humano, certíssimo é jogar fumaça na natureza, queimar óleo diesel, hidrocarbonetos não faz bem, pelo menos para os nossos pulmões. Não sei se isso afeta e até que ponto afeta, mas já temos tecnologia, já temos conhecimento, e a tecnologia está, a cada dia, mais avançada, para que possamos substituir, que substituamos a energia de combustíveis fósseis, a queima de combustíveis fósseis como gerador de energia por, por exemplo, os cataventos, que... Oi?

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Em água doce tem... Enfim, temos aí a energia eólica, também carros elétricos...

    Até esses dias eu vi o Governador Tarcísio comentando que a bateria de lítio é um problema depois para descarte, que talvez o hidrogênio verde é que seja a solução, mas o importante é que nós estamos discutindo.

    Hoje de manhã, Vânia, olha que interessante: eu conversava com o meu filho, com os seus 20 anos de idade, e ele me dava um dado interessante. Talvez eu não me lembre agora com perfeição, mas ele disse: "Pai, o senhor sabe que um dia de Sol batendo sobre a Terra daria para abastecer de energia o mundo inteiro não sei por quanto tempo?". Ou seja: podemos captar essa energia e estamos trabalhando para isso, com a energia fotovoltaica.

    Então, tem coisas que realmente dependem do homem, da ciência e da tecnologia, mas muitas coisas, muitas coisas dependem da nossa educação e de fazer os investimentos certos, porque, muitas vezes, os Prefeitos e Governadores não querem cavar buraco para botar duto, para botar anilha, para desassorear, para botar lá escavadeiras para limpar o leito dos rios, sejam pequenos, sejam médios, ou o próprio Rio Itajaí-Açu, que, infelizmente, está muito sujo, tem muito lixo, tem muito resíduo no seu leito, e isso impede, naturalmente, que o rios desafoguem e não deixem que as cidades sofram inundação.

    Então, Senador Esperidião Amin, congratulando o senhor e o parabenizando por esse debate, agradeço a todas as pessoas que estão aqui, acompanhando ao vivo aqui no Senado da República, numa quinta-feira de tarde, aos nossos visitantes – muito obrigado pela visita ao Senado Federal – e também a quem nos acompanha pela internet esse debate tão importante que impacta diretamente a vida de cada um de nós e a qualidade de vida das nossas cidades.

    Com essas palavras, agradeço e me despeço.

    Uma boa-tarde a todos e muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/10/2023 - Página 42