Discurso durante a 173ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apelo por doações para auxílio às vítimas das chuvas em Santa Catarina.

Congratulações ao Presidente eleito na Argentina, Javier Milei.

Reconhecimento à atuação do Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, em questões como o marco temporal de terras indígenas, aborto, drogas e decisões monocráticas do STF.

Autor
Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
Nome completo: Jorge Seif Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Calamidade Pública e Emergência Social:
  • Apelo por doações para auxílio às vítimas das chuvas em Santa Catarina.
Assuntos Internacionais, Eleições e Partidos Políticos:
  • Congratulações ao Presidente eleito na Argentina, Javier Milei.
Atuação do Senado Federal:
  • Reconhecimento à atuação do Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, em questões como o marco temporal de terras indígenas, aborto, drogas e decisões monocráticas do STF.
Publicação
Publicação no DSF de 21/11/2023 - Página 34
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Calamidade Pública e Emergência Social
Outros > Assuntos Internacionais
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, DOAÇÃO, AUXILIO, VITIMA, CHUVA, INUNDAÇÃO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).
  • CONGRATULAÇÕES, CANDIDATO ELEITO, PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA.
  • RECONHECIMENTO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE, SENADO, RODRIGO PACHECO, MARCO TEMPORAL, TERRAS INDIGENAS, ABORTO, LEGALIZAÇÃO, PORTE DE DROGAS, DECISÃO MONOCRATICA, MEMBROS, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) – Obrigado, Sr. Presidente.

    Sras. e Srs. Senadores, brasileiros que nos acompanham aí pela rádio, pela TV, pelos canais do YouTube, primeiramente, eu fiz um apelo, Sr. Presidente, nas minhas redes sociais, porque o meu estado passou, nos últimos dias, pelas suas piores chuvas em décadas. As imagens que estão espalhadas aí pelas redes sociais mostram que casas flutuaram até a rodovia, casas foram engolidas, empurradas, destruídas por chuvas, por desmoronamentos, por desbarrancamento. Mais de cem estradas em diversos municípios de Santa Catarina foram destruídas ou parcialmente destruídas. E, Senador Girão, é neste momento que nós podemos estender as mãos para aqueles que precisam. A Secretaria da Assistência Social do Estado de Santa Catarina está fazendo uma campanha de arrecadação de alimentos, de colchões e de água.

    Você que nos acompanha neste momento, eu lhe peço, com todo o espírito de solidariedade que é mister a cada um dos brasileiros: faça sua doação. Se você estiver fora de Santa Catarina, existem vários mercados catarinenses que fazem venda online com entrega. Então, tem ali, nas minhas redes sociais, o endereço da Secretaria da Assistência Social. E também você que é catarinense, de qualquer canto de Santa Catarina, que pode ajudar com uma cesta básica, com água, produto de limpeza ou um colchão em bom estado, um casaco, um cobertor: entregue em qualquer sede, qualquer batalhão da Polícia Militar. Porque a Polícia Militar do nosso Estado de Santa Catarina – considerada, Senador Girão, a melhor do Brasil, pela avaliação da nossa população – está recebendo em seus batalhões essas doações e está destinando, fazendo a logística de entrega para os catarinenses que estão abrigados neste momento. Teve gente, Senador Girão, que saiu de casa com a roupa do corpo, não tinha um documento no bolso, por conta da força das águas e, no minuto seguinte, sua casa, sua história, foi destruída, demolida. Então eu faço um apelo aos catarinenses e aos demais brasileiros para que possam ajudar o nosso povo neste momento difícil.

    Meu pai me ensinou, Senador Girão: ninguém é tão rico que não possa receber e ninguém é tão pobre que não possa doar. Faça sua doação e ajude nossos irmãos catarinenses, que estão passando por este momento tão terrível. E toda minha força para o Governador Jorginho Mello, para o Coronel Armando, da Defesa Civil, para a Kika, nossa Secretária de Assistência Social. Nós estamos com vocês aqui, fazendo aqui movimentos com o Governo Federal para que ele estenda suas mãos, especialmente com habitação, para aqueles que tudo perderam. E tenho certeza de que nós aqui, através de nossas emendas, Srs. e Sras. Prefeitos que estão sofrendo tudo isso aí na ponta, tenham certeza de que destinaremos os recursos que são dos catarinenses para reconstrução das cidades que foram destruídas.

    Dito isso, Sr. Presidente, eu quero abordar outro tema.

    Sr. Presidente, é trágico e cômico, é tragicômico que Ministério Público Federal e Polícia Federal, eu não sei se eu rio ou se eu choro, mas me dá vontade de gargalhar, querer investigar Jair Bolsonaro por molestar uma baleia. Ora, Senador Girão, está de sacanagem comigo, não está? Isso é uma brincadeira. Pessoal do Ministério Público Federal, vocês que fazem tantas coisas boas para o Brasil, Polícia Federal, vocês já foram o órgão de mais confiança do brasileiro, o que vocês estão fazendo? Vocês estão jogando a reputação de vocês na lama, ridículo, vergonhoso, molestar baleia por passar com jet ski? Vocês estão de brincadeira comigo e de brincadeira com o brasileiro que paga o salário de vocês. Tem pouco vagabundo e bandido solto para vocês ficarem perdendo tempo com palhaçada, servindo a este desgoverno que recebe dama do tráfico dentro das instalações do Ministério da Justiça. Vergonha! Para de adular o Governo de plantão, que este Governo vai passar rapidinho.

    Eles não precisam nem de ajuda, eles estão desgraçando o Brasil de tal forma, a gente não precisa fazer nada, a gente tem que cruzar os braços e olhar, porque é todo dia uma superação de uma besteira nova. DPVAT, o maior escândalo de corrupção que nós tivemos, extinto pelo Presidente Bolsonaro, estão reativando. Legal, não é? O negócio do tal do seguro obrigatório, vergonha, poço sem fundo de corrupção, que Bolsonaro foi lá e cortou, sendo recriado pelo Governo Lula. Que lindo! Obrigado, Lula, por mostrar de que lado você está.

    E lógico, Senador Girão, eu preciso bater palma, aplaudir e reconhecer o sistema eleitoral argentino.

    Lá não tem TSE, não, negócio de Justiça Eleitoral. A Justiça Eleitoral aqui no Brasil se dá poderes, aumenta seus poderes e impediu, por exemplo... Quando o pessoal fala em fraude nas eleições, não está se referindo à urna eletrônica não. A fraude nas eleições foi ter um ministro do TSE dizendo no ouvido do Presidente do TSE "missão dada é missão cumprida" quando iam dar posse para o atual Presidente da República, um ladrão – ladrão! Ladrão! Não é Jorge Seif que está falando. O ex-Ministro Marco Aurélio Mello falou: "A Suprema Corte brasileira nunca, nunca inocentou Lula". Uma questão territorial de CEP. Arrumaram filigranas jurídicas.

    E esses dias outro ministro, para vergonha dos brasileiros, um ministro, que não recebeu voto de nenhum de vocês que estão aí, nem meu nem de ninguém... Eu estou aqui porque vocês votaram em mim, se não vocês, o povo de Santa Catarina. Sem problema, é a democracia.

    Pois é. Porém, por outro lado, o ministro quer cancelar todas as provas da Lava Jato. Daqui a pouco esse povo vai pagar todo o dinheiro dos acordos de leniência. Legal, não é? Todo o dinheiro que foi recuperado da Petrobras pela Operação Lava Jato, acordo de leniência. Um ministro do Supremo Tribunal Federal cancelando, destruindo provas, cancelando as provas, tem o termo lá.. anulando provas para que não tivesse nenhuma culpa mais sobre a quadrilha que infelizmente tomou de assalto o nosso Brasil.

    Então, a fraude eleitoral que nós tivemos foi Bolsonaro, que falava: "Olha, ele é amigo de Ortega e de Nicolás Maduro". Não pode falar isso, tiravam do ar. No primeiro dia, na posse, estava aqui o cara que passa com tanque de guerra em cima da população. Interessante, não é?

    "Olha, ele é amigo dos narcotraficantes". Não, não pode, mas recebeu aqui.

    Não, ele não pode mostrar o discurso dele na ONU – o discurso de um Chefe de Estado na ONU. Ele não pôde fazer live da casa dele. A casa dele era o Palácio da Alvorada, Girão. Onde ele ia fazer live? O senhor tem casa aqui. O senhor quer fazer live, vai fazer ou do seu gabinete ou da sua casa. A casa do Presidente da República é o Palácio da Alvorada. Não pode.

    E olha que coisa engraçada, os presídios comemoraram quando o atual Presidente se elegeu. O presídio, os presidiários, os traficantes, assassinos, estuprador, vagabundo, ladrão, estelionatário, esses da cadeia comemoraram e fizeram o "L" com força. E está aí: já estamos em recessão técnica, porque quase 40 ministérios têm custo para você, brasileiro, quem paga a conta é você, infelizmente.

    Então, Sr. Presidente, quero parabenizar o Javier Milei, quero parabenizar a Argentina. A esquerda está criticando a eleição dele, Senador Girão, dizendo: "Olhe, um fascista!". Essa história soa estranha para o senhor? Fascista, nazista, opressor, neo... sei lá o quê. E, no entanto, a Argentina, que não estava no fundo do... não tinha mais para onde descer, com US$400 bilhões de dívida externa, 85% da população tinha que receber bolsa alguma coisa, porque não tinham dignidade, não tinham emprego, não tinham trabalho, não tinham oportunidade. E eles dizendo que bons eram os Kirchner, era o Alberto Fernández, era o peronismo que a vida inteira governou o país; o país que foi uma potência mundial, o país que era o líder da América Latina. Hoje é uma das piores economias, com o povo endividado, destruído.

    Então, parabéns, Javier Milei. Que esses ventos minuanos vindos da nossa Argentina – "ventos minuanos" é bonito, não é? – atinjam o nosso Brasil e atinjam também a América do Norte. No ano que vem, o Trump está lá, porque lá não tem "missão dada é missão cumprida", lá não tem Ministro do TSE mexendo os pauzinhos para tirar propaganda de candidato do ar, lá não tem manipulação do que vai para o horário eleitoral, lá não tem julgamento político, é técnico, lá não tem um conluio de ministros e juízes que deveriam ter o nosso respeito, mas têm o nosso desprezo, a nossa vergonha por estarem manipulando a eleição. Essa foi a fraude no Brasil.

    Eu não posso falar de urna eletrônica, porque eu fui eleito com a urna eletrônica. Se eu desqualificar a urna eletrônica, estarei desqualificando quem votou em mim em Santa Catarina. Foi feito aí... Enfim, não temos prova, por mais que as pessoas falem isso ou aquilo, não se tem provas. Eu não vou desqualificar o sistema que me elegeu.

    Agora, a fraude foi a manipulação por parte dos órgãos que administram as eleições, que na Argentina não tem. Aliás, isto é uma jabuticaba brasileira, Girão: não tem TSE ou Justiça Eleitoral em nenhum lugar do mundo, só na pátria amada Brasil. E que hoje Dilma foi impichada por crime de responsabilidade e não foi tornada inelegível. Lula roubou o Brasil, os brasileiros, Odebrecht, Petrobras, Lava Jato, "Amigo" – delação de cara que andava com ele, o Ministro Palocci. Recupere aí no YouTube, digite aí no YouTube: "depoimento Palocci", você que está nos assistindo. Olha o que esse cara falou, era amigo íntimo, andava junto, colado, dia e noite, melhores amigos, BFFs, e olha o que ele falou do Lula.

    E a Corte Suprema inocenta esse cara, rasga a prova, cancela a prova e torna o cara elegível. Porque, afinal de contas, quem ia contra Bolsonaro nas eleições? Quem poderia com Bolsonaro? Ninguém. Alckmin? Tebet? Ciro Gomes? Quem? Amoêdo? Ah, não, não foi Amoêdo, não, foi o outro cara do Novo. Felipe D'Avila? Quem mais? Rui Costa Pimenta, do PCO?

    Aliás, Girão, lembrei de algo. O PCO, aliado do PT, do PSOL e de todos os puxadinhos, ontem ergueu, numa live que fez, bandeira do Hezbollah e de todos os terroristas, dizendo que eles aqui apoiam eles – os caras que fizeram uma atrocidade, uma barbaridade, lá no Estado de Israel contra civis. São tão covardes que não vão contra soldados israelenses, não, vão contra civis, crianças, mulheres grávidas, senhoras e senhores idosos, invadiram casas. Ontem o PCO fez isso.

    Eu quero, inclusive, conversar com o senhor e com outros Senadores para ver se cabe uma denúncia no Ministério Público Federal para eles pararem de ir atrás de baleia e irem atrás, realmente, do que preocupa o Brasil, porque isso, para mim, é uma apologia ao terrorismo, à desgraça, à morte, à tragédia.

    Então, Senador Girão, quero também agradecer ao senhor e parabenizar... O senhor disse que ia amanhã comentar aqui sobre a nossa viagem aos Estados Unidos – e, aliás, o pessoal da imprensa está falando um monte de mentira, que é dinheiro público... Ninguém da comitiva gastou um real de dinheiro público, todos usaram seus recursos próprios para viajarem, ninguém recebeu nem passagem do Governo, daqui do Senado, nem da Câmara, nem hotel, nem diária, nem alimentação, nem transporte, nada. Foi uma missão patriótica para denunciar os abusos de autoridade, porque nós não vivemos numa democracia plena mais, você hoje tem que pensar o que vai falar.

    Se nós temos, Girão, Deputado preso, Deputado com rede social cancelada, imagina o cidadão que está nos ouvindo e nos vendo.

    Se nós, Parlamentares, com 300, 400, 500, 1 milhão, 2 milhões de votos, podemos ser censurados, imagina você, cidadão brasileiro, trabalhador, trabalhadora, dona de casa e estudante. Monark perseguido, Paulo Figueiredo perseguido, Allan dos Santos perseguido, Guilherme Fiuza perseguido, Rodrigo Constantino perseguido, Alexandre Garcia denunciado para o Ministério da Verdade, de Flávio Dino, e Jorge Messias, passaporte cancelado, contas bloqueadas, internet bloqueada.

    Quando você cancela um passaporte de alguém, Girão, você tira a cidadania do cara. O que o cara é? Não é mais brasileiro, não tem passaporte, não pode se locomover, ele está preso nos Estados Unidos. É essa a liberdade? São esses os defensores da democracia e da Constituição? Para mim, não. Para mim, esses são usurpadores da liberdade do Brasil. Está me entendendo?

    Então, Sr. Presidente, com essas palavras, eu agradeço. Ali me faltam ainda dois minutos e cinquenta, e juro que finalizo agora.

    Amanhã vai ser um grande dia para o Brasil. Este Plenário – este Plenário – amanhã vai votar contra as decisões monocráticas dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Para quem está me ouvindo e não sabe o que é decisão monocrática, eles são 11, são 11 ministros. Um faz uma decisão, e acabou, está valendo. Resolve tudo, Girão? Não, não resolve tudo, mas é um excelente começo.

    E as pessoas, todos sabem que eu sou um cara de direita, defendo pautas liberais, defendo o conservadorismo, defendo o Presidente Bolsonaro, sou fã, sou inspirado pelo grande Governo e grande patriota que é Jair Bolsonaro. Isso aí, ninguém... acho que não tem mais dúvidas, só certezas. Mas mesmo esse meu povo mais aguerrido, mais ativo nas redes sociais, nós precisamos reconhecer que o Presidente Rodrigo Pacheco está enfrentando com valentia os desmandos do Supremo Tribunal Federal.

    Eu não esperava, Girão, eu não esperava jamais que o Presidente Rodrigo Pacheco, por exemplo, fizesse um enfrentamento sobre marco temporal de terra indígena. O senhor esperava? Eu não esperava. Sou muito sincero com vocês e com o Presidente Rodrigo Pacheco. Jamais imaginei que ele fosse tomar partido sobre drogas, muito menos.

    Decisão monocrática de Ministro do Supremo Tribunal Federal? Porque a decisão é do Presidente Rodrigo Pacheco e vai ser colocada em votação. "Mas, Seif, ele demorou. Mas, Seif, podia ter feito antes. Mas, Seif, se ele tivesse tomado essas medidas lá atrás..." Meu amigo, não me importa. Antes tarde do que nunca, minha avó já me ensinava. Antes tarde do que nunca.

    Se o Presidente Rodrigo Pacheco agora despertou e enxergou que o Supremo Tribunal Federal está usurpando o poder deste Senado... Senado este que foi eleito com o voto popular, é a expressão mais perfeita da democracia. Aqui não tem indicado de ninguém, aqui é voto, amigo. Aqui é voto. Cada um que compõe essas 81 cadeiras é no voto direto por você, eleitor. A mesma coisa na Câmara Federal.

    Então, o Presidente Rodrigo Pacheco está de parabéns. Marco temporal de terra indígena, aborto, droga, decisões monocráticas de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Tem mais coisa aí em que ele está se erguendo, se levantando e falando. Então, eu preciso deixar meu agradecimento e meu reconhecimento ao Presidente Rodrigo Pacheco, que muitas vezes eu critiquei – e está nas minhas redes sociais, pode procurar. Minha campanha inteira foi batendo no Presidente Rodrigo Pacheco e no Senado, porque não é possível que tantas pessoas estejam vendo isso e eles aqui fazendo cara de paisagem.

    Eu me elegi com essa bandeira de enfrentar o ativismo judicial. E quantas pessoas, o Girão sabe disso, falam: "Ó, vai devagar; ó, vai ser cassado; olhe, vão te perseguir". Eu não fui eleito para ser um covarde. Eu tenho vida antes do Senado e vou ter depois. Não cheguei aqui por dinheiro, por causa de 20 cruzeiros por mês. Eu tenho empresa, eu tenho patrimônio, eu tenho uma família honrada, que está há 50 anos trabalhando na pesca.

    Tenho medo não. Agora, eu tenho medo do meu público, do catarinense, Girão, me chamar de frouxo, de covarde, de vendido. Disto eu tenho medo: de manchar o sobrenome da minha família, de falaram "Você se vendeu", de falarem "Você se entregou", de falarem "Você virou um adulador do sistema que oprime o brasileiro, do sistema que rasga a Constituição". Disso eu tenho medo, Girão. Ter medo de Justiça, ter medo do que aconteceu com o Deltan Dallagnol, não tenho medo. Não tenho medo. Não tenho medo dos senhores, porque fui eleito legitimamente. Quem tem que ter medo do Senado são vocês, porque vocês estão deturpando a Constituição Federal, vocês estão desrespeitando este Plenário, vocês estão desrespeitando a vontade do povo brasileiro. Quem tem que ter medo – na verdade, não é medo, é respeito por este Plenário – são vocês. Não tenho medo, não.

    Eu me calar? "Ai, vai perder o mandato". É mesmo? Perder o mandato eu não quero perder, porque 1,5 milhão votou em mim. Não quero perder, não. Quem me deu é que tem que me tirar. Quem me deu o mandato, o povo catarinense, é que tem que me tirar na urna. Não são vocês, não, com missão dada, missão cumprida.

    Perder o mandato como o Dallagnol perdeu é troféu de que nós não nos vendemos aos senhores, de que não nos entregamos aos senhores, de que não temos medo e de que não somos covardes, de que não nos dobramos ao sistema por cargos públicos ou por posições dentro do Senado Federal – simples.

    Então, Girão, a nossa luta é pelo povo brasileiro, a nossa luta é pela liberdade, a nossa luta é pela Constituição Federal. Como diz o Magno Malta, é pela falecida, pela desrespeitada, pela ignorada por aqueles que deveriam respeitá-la.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/11/2023 - Página 34