Discussão durante a 195ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Discussão sobre a Medida Provisória (MPV) n° 1185, de 2023 (Crédito fiscal de subvenção para investimento), que "Dispõe sobre o crédito fiscal decorrente de subvenção para a implantação ou a expansão de empreendimento econômico".

Autor
Marcelo Castro (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Marcelo Costa e Castro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
Tributos:
  • Discussão sobre a Medida Provisória (MPV) n° 1185, de 2023 (Crédito fiscal de subvenção para investimento), que "Dispõe sobre o crédito fiscal decorrente de subvenção para a implantação ou a expansão de empreendimento econômico".
Publicação
Publicação no DSF de 20/12/2023 - Página 38
Assunto
Economia e Desenvolvimento > Tributos
Matérias referenciadas
Indexação
  • DISCUSSÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), POSSIBILIDADE, APURAÇÃO, CREDITO FISCAL, PESSOA JURIDICA, TRIBUTAÇÃO, LUCRO REAL, RECEBIMENTO, SUBVENÇÃO, UNIÃO FEDERAL, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL (DF), MUNICIPIOS, IMPLANTAÇÃO, EXPANSÃO, EMPREENDIMENTO, DEFINIÇÃO, REQUISITOS, HABILITAÇÃO, BENEFICIARIO, CRITERIOS, CALCULO, UTILIZAÇÃO, COMPENSAÇÃO, DEBITOS, TRIBUTOS, SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, RESSARCIMENTO, DINHEIRO, COMPETENCIA.

    O SR. MARCELO CASTRO (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PI. Para discutir.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, quando o Presidente Lula foi eleito, havia um clima de que o Governo seria um Governo de gastos desenfreados, que haveria desequilíbrio fiscal, que teríamos uma inflação descontrolada, com as consequências de baixo crescimento, de desemprego e tudo o mais.

    Foi feita uma pesquisa, Sras. e Srs. Senadores, na Faria Lima, perguntando aos empresários o que eles achavam: se a economia do Brasil iria melhorar ou iria piorar. Senador Marcos Pontes, mais de 90% dos empresários brasileiros da Faria Lima disseram na pesquisa que a economia iria piorar. Há dois ou três meses, foi feita a mesma pesquisa, Senador Esperidião Amin, e, dos mesmos empresários – agora não mais de 90% –, agora menos de 40% disseram que a economia vai piorar, ou seja, os que ainda acreditam que a economia vai piorar, que eram mais de 90%, hoje estão abaixo de 40%.

    Muito bem. Lula assume o Governo, nomeia o Ministro Haddad, e este bola uma coisa simples, mas engenhosa, que traz clareza e segurança para a economia: o chamado novo regime fiscal, apelidado de arcabouço fiscal. Quando os empresários olharam para aquilo ali e viram que o Governo teria x para investir, mas que, se o país crescesse, jamais esse x pudesse ser acima de 70% do crescimento, todo mundo olhou e disse: "Não, não vai haver desequilíbrio fiscal, não vai haver gastança desenfreada. Antes, pelo contrário, está tudo regulado".

    Em consequência disso, Senador Rogerio Marinho, quando os empresários acreditam no Governo, o que o mundo do mercado faz? Investe na Bolsa e deixa de comprar dólar. Quando há uma instabilidade no mercado, quando há uma insegurança no Governo, o óbvio, o natural: quem é empresário não investe o seu dinheiro, não compra ações; ele investe em dólar. Aí, Senadora Tereza Cristina, a Bolsa de Valores cai, e o dólar sobe. Por quê? Porque não há confiança no mercado. O que está acontecendo atualmente no Brasil, Senador Rogerio Marinho? A Bolsa bateu recorde histórico. Nunca o Brasil teve a Bolsa com 131 mil pontos, como está hoje. No ano, a Bolsa de Valores do Brasil, do dia em que o Lula assumiu para cá, subiu em torno de 20%.

    Eu pergunto a V. Exas.: qual o país do mundo em que, neste ano, a Bolsa de Valores subiu 20%, como no Brasil? Se isso não for confiança na condução da política econômica do Governo, eu não sei a que atribuir isso aí.

    E o dólar, que estava R$5,6, caiu para R$4,9. É outro sinal de confiança na condução econômica do país.

    E aí, Senador Rogerio Marinho – V. Exa. que é o Líder da Oposição aqui –, o Brasil tem, neste ano, várias marcas históricas: a maior safra da história do Brasil ocorreu neste ano; o maior superávit da balança comercial da história do Brasil, desde que chegou aqui Pedro Álvares Cabral, US$96 bilhões; o maior índice – eu já disse – da Bolsa de Valores; o dólar abaixo de R$5; o menor desemprego de 2014 até agora, 7,7% – nós não sabíamos o que era isso desde 2014.

    E, quanto ao crescimento, os analistas, os economistas diziam que o crescimento do Brasil neste ano seria pífio 0,5%; os mais açodados diziam 0,7%; nós iremos crescer 3%! Senhoras e senhores, se isso não for confiança na estabilidade, na condução da economia do país, eu não sei mais o que seria.

    Aí, Senador Marcos Rogério, muitos dizem: "É porque o Lula tem sorte". Será a sorte mesmo? Porque, da redemocratização para cá, o período em que o Brasil mais cresceu de maneira consistente foi exatamente quando o Lula foi Presidente da República, com mais de 4% de crescimento ao ano, durante os poito anos em que ele foi Presidente da República.

    Agora se está prenunciando que acontecerá a mesma coisa. Aí alguns adversários dizem: "Não, é porque o Lula tem sorte". Será sorte ou é porque a oportunidade se encontrou com o preparo? Porque sorte, na realidade, não existe: se você jogar uma moeda para cima, "cara ou coroa", um número de vezes expressivo, vai dar 50% cara e 50% coroa. Onde é que está a sorte? Não tem sorte. O que tem é: quando o país se prepara, encontra a oportunidade, como está encontrando agora.

    Essa é a palavra que eu gostaria de dizer sobre o Governo Lula.

    Sobre a Medida Provisória 1.185, todos nós sabemos que essa medida é necessária. Houve um desvirtuamento dos incentivos fiscais ao longo do tempo, porque os incentivos eram só para investimento, e, na verdade, as firmas estavam computando o custeio também – houve uma lei no Governo do Michel Temer, infelizmente –, e o Governo Federal deixava de arrecadar sobre um fator que era indevido, o incentivo para o custeio, que não era próprio e que não deveria ser dado.

    Agora se está voltando à normalidade. Que normalidade, Senador Rogerio Marinho? O que sempre foi.

(Soa a campainha.)

    O SR. MARCELO CASTRO (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PI) – O que o Governo está propondo hoje é o que sempre existiu no Brasil: o incentivo para o investimento, e não para custeio; e cobrar o imposto quando o gasto for dirigido ao custeio, e não ao investimento.

    Então, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eram essas palavras que eu gostaria de dizer hoje aqui à tarde desta tribuna, porque vejo que estamos na iminência de aprovar a Medida Provisória 1.185, tão importante para o país, para o equilíbrio das contas públicas; e a oposição aqui tanto reclama e, quando se vai fazer aquilo que é óbvio, que é necessário, se posicionam contrariamente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/12/2023 - Página 38