Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do Bicentenário do Senado Federal. Apelo à união e à pacificação política no País.

Autor
Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
Nome completo: Jorge Seif Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação do Senado Federal, Homenagem:
  • Comemoração do Bicentenário do Senado Federal. Apelo à união e à pacificação política no País.
Publicação
Publicação no DSF de 27/03/2024 - Página 33
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Honorífico > Homenagem
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, BICENTENARIO, SENADO, SOLICITAÇÃO, UNIÃO, PACIFICAÇÃO, POLITICA, PAIS.

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) – Sr. Presidente interino Izalci Lucas, eu quero me dirigir aqui a todos os Poderes da República, ao Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao nosso Presidente do Senado, Presidente Rodrigo Pacheco, ao Presidente do Supremo Tribunal Federal, Exmo. Ministro Luís Roberto Barroso.

    Hoje, 26/5, na verdade, 25/3 – é porque era um discurso para ontem –, hoje é uma data especial e emblemática: o Senado Federal da nossa República completa 200 anos de existência. Especial, Sr. Presidente, porque uma instituição chegar ao seu bicentenário é um marco que denota estabilidade, maturidade, força e resiliência.

    O Senado Federal, Sr. Presidente, comparado a outros Poderes da República, é o mais igualitário, paritário e democrático. É a Casa que representa todos os estados brasileiros com o mesmo número de membros, sem considerar a extensão territorial, sem considerar tamanho populacional ou mesmo pujança econômica. Desde o maior até o menor dos estados brasileiros contam aqui com o mesmo número de membros, três vozes por ente federativo. Há outro Poder, Sr. Presidente, que ofereça tamanha demonstração de igualdade no nosso país? Claro que não.

    Disse antes também que hoje é uma data emblemática e me explico, Senador Sergio Moro. O momento que hoje vivemos na República é de exacerbada rivalidade. A democracia é, sim, sinônimo de convívio de diferentes, ideias antagônicas, visões contrárias, opiniões conflitantes. Normal, natural e salutar. No entanto, Sr. Presidente, quando questões que deveriam ficar no debate das ideias e opiniões migram para cisão, revanchismo e geram conflitos personalíssimos, elas preocupam e demandam ação dos membros desta Casa e demais Poderes, como já mencionados.

    Senador Izalci, o desafio imposto nesta data de 200 anos do Senado Federal para todos os chefes de Poderes é, sem dúvida nenhuma, o maior na história brasileira. E passou da hora, senhoras e senhores, que lulistas e bolsonaristas, brancos e negros, héteros e homos, sulistas e nortistas sejam enxergados e tratados como são: cidadãos brasileiros, o mesmo povo e uma só nação.

    Comparo, Senador Esperidião Amin, essa divisão revanchista que vivemos como uma grande final de jogo de futebol. Imagine que, aqui dentro que os Poderes da República vivamos uma competitiva e decisiva partida futebolística. Os torcedores seriam cada um dos brasileiros sentados em um estádio acompanhando as ações e os movimentos no campo político. Quando esse jogo, Senador Amin, é respeitoso, com regras claras, ou seja, sem faltas, sem parcialidades, sem predileções, sem arbitrariedades, sem expulsões injustas, a torcida vibra, ri, chora, comemora, interage, entendendo que há, sim, rivalidade, mas o espetáculo encanta a todos e os fazem torcer e assistir ao duelo.

    Mas, quando as paixões superam o talento e a rivalidade supera as regras, a arena se incendeia e será questão de tempo para que o espetáculo da democracia se torne barbárie. O lema do Governo Federal, Senadora Damares, é união e reconstrução. Belo, oportuno, pertinente e necessário para esses dias. E que, nesta data, os jogadores à esquerda do campo, os jogadores à direita do campo e os juízes que compõem essa competição desportiva comprometam-se estritamente com as regras e a beleza das diferenças.

    Que cada um de nós, Senador Amin, construamos pontes, diálogos e saídas pacíficas para a República. Certamente a torcida reconhecerá que, ora ganhando, ora perdendo, os times e os juízes estão comprometidos com o espetáculo democrático. E, assim pacificados, é justo o resultado. E, justo o resultado, assistirão ao show de bons passes e grandes talentos que cada um de nós, homens e mulheres do povo, pode oferecer para o engrandecimento da nossa grande pátria amada.

    Senador Izalci, a divisão e a polarização estão trazendo graves prejuízos para o futuro do Brasil em nossas casas, nas ruas, nos Poderes da República, na governança, e, exacerbando as ideologias e partidarismos, estão consumindo a democracia como fogo e paralisando o desenvolvimento da nossa nação.

    Façamos, hoje, todos um novo pacto federativo. Um pacto pela paz, pela harmonia, não só nos Poderes, como já reza a Constituição, mas pacificação política, institucional, que resultará naturalmente em união e em harmonia da nossa população. O exemplo deve vir de cima, deve vir de nós, homens e mulheres públicos, outorgados e legítimos representantes do nosso povo.

    Senador Moro, é urgente, é necessário, é fundamental. É aqui e é agora.

    Que os 200 anos do Senado Federal sejam marcados pela união de homens e mulheres de bem em prol de um novo tempo para a nossa República Federativa!

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/03/2024 - Página 33