Discurso durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada a homenagear os 200 anos da relação diplomática Brasil - Estados Unidos da América.

Autor
Veneziano Vital do Rêgo (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem, Relações Internacionais:
  • Sessão Solene destinada a homenagear os 200 anos da relação diplomática Brasil - Estados Unidos da América.
Publicação
Publicação no DCN de 30/05/2024 - Página 20
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, HOMENAGEM, BICENTENARIO, RELAÇÕES DIPLOMATICAS, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
  • HISTORIA, RELAÇÕES DIPLOMATICAS, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), COOPERAÇÃO, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, IMPORTANCIA, COLABORAÇÃO, COMERCIO, TECNOLOGIA, SEGURANÇA, EDUCAÇÃO, PESQUISA CIENTIFICA, SAUDE.

    O SR. VENEZIANO VITAL DO RÊGO (MDB - PB. Para discursar. Sem revisão do orador.) – Minhas senhoras, meus senhores, os nossos cumprimentos e as nossas boas-vindas, que já foram apresentadas e dirigidas pelo nosso Presidente Rodrigo Pacheco, Presidente da Casa Senatorial, Presidente do Congresso da República e a quem, por um dever de justiça, faço, nas minhas primeiras palavras, as palavras de agradecimento, no entendimento exato da dimensão que precisávamos, e assim o fazemos, dar a esta data comemorativa do bicentenário das relações diplomáticas, e delas outras tantas nascidas, com os Estados Unidos da América.

    Aos senhores e às senhoras é bom saber que temos um considerável número de demandas discursivas de datas importantes que são comemoradas no Brasil e que para cá são chamadas muitas das vezes nas autorias dos nossos e das nossas companheiras de Congresso e de Senado Federal. E o Presidente Rodrigo Pacheco fazia questão de orientar a Secretaria-Geral da Mesa, a todos os seus colaboradores e nossas colaboradoras para que nós pudéssemos encontrar a data que no mês de maio pudesse dizer exatamente do sentimento de alegria e de compartilhamento que todos nós brasileiros temos em saber da amizade estabelecida em dois séculos de relação profundamente efetiva com os Estados Unidos da América.

    E o seu pronunciamento muito diz, na sua amplitude e principalmente num ponto fulcral, das nossas preocupações, que são comuns ao Brasil nesses últimos instantes e que também são comuns aos cidadãos norte-americanos, de valorizar cada um dos princípios basilares de cada uma das nossas democracias, que, lá como aqui, em determinados momentos, sofreram por força de algumas tentativas de desestabilização. Como lá, aqui também houve, por parte deste Congresso Nacional e, notadamente, por força de estarmos com um Presidente cônscio, republicano, democrata, firme e altivo à frente dessas instituições, a posição inequívoca de defender cada uma dessas bases, cada um desses postulados que tanto a Carta Maior norte-americana como a nossa Carta Constitucional assim prescrevem. Por essas razões, as minhas homenagens, de hoje e de sempre, à sua presença entre nós, à frente do Congresso Nacional, querido amigo, grande parceiro, grande homem público nacional, Rodrigo Pacheco. 

    As minhas saudações a V. Sa., nossa Embaixadora, aqui em nosso país, a norte-americana Elizabeth Frawley Bagley, que já me distinguiu, em outras oportunidades, em outros encontros, em outras audiências, e com a qual tivemos – junto a ela e junto aos que integram o corpo diplomático da Embaixada norte-americana em nossa terra pátria – oportunidades de discutirmos temas os mais diversos.

    Quero saudar S. Exa., querida companheira, grande brasileira, presença que muito diz da nossa diversidade, nossa extraordinária e querida parceira, a Ministra Margareth Menezes. Como bem falou o Presidente Rodrigo Pacheco, a pauta da cultura brasileira passou a ser respeitada, passou a ser lembrada e passou a, efetivamente, fazer, no nosso dia a dia, nas pautas congressuais, uma presença permanente.

    Quero saudar a representação da nossa Chancelaria, do Ministro Mauro Vieira, na figura do nosso querido Embaixador Bruno de Risios Bath. 

    Quero saudar aquele que, como eu, responsável foi para que pudéssemos aqui estar nos congraçando e comemorando esta data bicentenária, o Deputado Eduardo da Fonte, e, igualmente, o Deputado Vinicius Carvalho, que subscreveram o requerimento para que aqui nós pudéssemos estar a fazer esta extraordinária e prestigiada sessão.

    Senhoras e senhores, é com imensa honra que aqui estamos, sob a Presidência do Senador Rodrigo Pacheco, em sessão solene, para comemorarmos o bicentenário das relações diplomáticas entre o nosso amado Brasil e os Estados Unidos da América. Este é um momento histórico, sim, para celebrar não apenas essa longevidade de uma parceria aberta, mas também a profundidade e a riqueza dos laços que unem as nossas nações.

    Desde o estabelecimento formal de nossas relações diplomáticas, em 1822, Brasil e Estados Unidos têm compartilhado uma trajetória marcada por cooperações e amizade franca. Ao longo desses dois séculos e mais dois anos, enfrentamos juntos desafios globais, promovemos o desenvolvimento econômico e cultural e fortalecemos os nossos laços políticos.

    Um dos marcos iniciais dessa relação foi a visita do Imperador D. Pedro II aos Estados Unidos, no ano de 1876, simbolizando a abertura de um diálogo direto e frutífero entre os nossos países. Desde então, inúmeros acordos e tratados foram firmados, consolidando uma parceria que se estende por diversas áreas.

    Durante a Segunda Guerra Mundial, como salientou o Presidente Rodrigo Pacheco, Brasil e Estados Unidos se uniram como aliados, com o Brasil fornecendo bases aéreas estratégicas no nosso amado Nordeste para as forças aliadas. O período fortaleceu ainda mais os laços e as relações, abrindo caminhos para uma cooperação militar duradoura.

    Nos anos que se sucederam, a relação continuou a se expandir. Em 1961, o então Presidente John Fitzgerald Kennedy lançou a Aliança para o Progresso, um programa de assistência econômica e social para a América Latina, que incluiu o Brasil como um dos principais beneficiários. Esse programa ajudou a promover o desenvolvimento econômico e social em nossas terras.

    Eu gostaria de citar aqui uma frase atribuída ao Barão do Rio Branco, patrono da nossa Diplomacia, caro diplomata Dr. Bruno: "A diplomacia é a arte de defender o interesse nacional sem provocar ressentimentos". É a arte de defender os nossos interesses, de cada uma das nações, sem provocar ressentimentos. Essas palavras refletem a essência de nossa relação com os Estados Unidos, baseada no respeito mútuo e na busca por benefícios comuns.

    As relações entre os dois países têm sido fundamentais para o crescimento econômico e o desenvolvimento social das duas nações. A cooperação em áreas como comércio, ciência, tecnologia, educação e segurança tem gerado benefícios mútuos e contribuído para a prosperidade dos nossos povos.

    Exemplos notáveis dessa cooperação incluem o Acordo de Comércio e Cooperação Econômica, que facilita o comércio bilateral e promove investimentos, e o programa Fulbright, que, há décadas, promove intercâmbios educacionais e culturais entre as duas nações.

    No campo da saúde, a colaboração entre instituições brasileiras e norte-americanas tem sido crucial. A Fundação Oswaldo Cruz e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos têm trabalhado juntos em pesquisas sobre doenças infecciosas como o vírus zica e a covid-19. Essa parceria tem sido vital para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos que têm salvado inúmeras vidas.

    Senhoras, senhores, representantes de outros corpos diplomáticos que prestigiam este momento, ao longo desses 200 anos, enfrentamos desafios significativos, como crises econômicas e divergências políticas, sim. No entanto, sempre conseguimos superá-los por meio do diálogo e da cooperação. Hoje, olhamos para o futuro com otimismo, identificando novas oportunidades para que fortaleçamos ainda mais as nossas relações.

    Áreas como inovação tecnológica, sustentabilidade ambiental e educação são campos promissores para a expansão de nossa parceria. A colaboração em projetos de energia limpa – e o Brasil está sempre na vanguarda quando o tema é energia limpa – e a troca de conhecimentos científicos são apenas alguns de outros tantos exemplos que podemos citar para que avancemos conjuntamente.

    No campo da inovação tecnológica, a parceria entre empresas brasileiras e americanas tem o potencial de transformar setores inteiros. Enquanto isso, a colaboração em inteligência artificial, biotecnologia e energias renováveis pode gerar soluções inovadoras para os desafios globais que o mundo enfrenta com as catástrofes e desastres verificados em todos os ambientes, em todos os cenários, entre os quais os nossos próprios cenários brasileiros, como também, atualmente, em território norte-americano.

    A sustentabilidade ambiental é outra área em que podemos fortalecer nossa cooperação. O Brasil, com a sua vasta biodiversidade e os seus recursos naturais, e os Estados Unidos, com a sua liderança em tecnologia e inovação, podem trabalhar juntos para que desenvolvam práticas sustentáveis, beneficiando o meio ambiente e promovendo o sempre acalentado e perseguido desenvolvimento econômico, mas com justiça social.

    Na educação, o intercâmbio dos nossos estudantes e pesquisadores nos países que fazem essa união pode e haverá de continuar a crescer. Que promovamos a troca de conhecimentos e culturas. Programas de bolsas de estudos e parcerias entre universidades são fundamentais para que nós preparemos as futuras gerações para novos desafios globais.

    De nossa parte, como Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Estados Unidos, tenho o privilégio de trabalhar diretamente no fortalecimento das relações entre os nossos países. Tem esse grupo se dedicado a promover o diálogo e a cooperação em diversas frentes, buscando sempre o benefício comum. Sob a Liderança do Grupo Parlamentar Brasil-Estados Unidos, promovidas foram discussões que resultaram em assinaturas de acordos, facilitando o comércio bilateral, reduzindo barreiras tarifárias e não tarifárias. O grupo parlamentar tem apoiado e promovido o já mencionado Programa Fulbright, que tem sido muito importante, como um pilar na promoção do intercâmbio cultural e acadêmico entre nossos povos.

    Também foram estabelecidas parcerias entre as nossas universidades, brasileiras e norte-americanas, com incentivo à troca dos nossos conhecimentos e à realização de pesquisas comuns. Acerca disso, podemos citar a colaboração entre a Universidade de São Paulo e a Universidade de Harvard em projetos de pesquisas na área de saúde pública.

    Finalizando, Sr. Presidente, promovemos parcerias entre empresas brasileiras e norte-americanas no setor da energia limpa. A Petrobras e a Chevron têm trabalhado juntas em projetos de energia renovável, visando à redução das emissões de carbono e à promoção de práticas sustentáveis.

    Iniciativas conjuntas, parceiras, compartilhando o interesse da preservação da Amazônia e de outros biomas brasileiros têm sido apoiadas pelo grupo parlamentar. A esse respeito, podemos mencionar o projeto de monitoramento da Amazônia, que envolve a colaboração entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Esse projeto utiliza tecnologia avançada dos satélites para monitorar o desmatamento e promover a conservação da Floresta Amazônica, beneficiando ambos os países com a proteção de um dos maiores patrimônios naturais do mundo.

    Apoiamos acordos que fortaleçam a cooperação em segurança e defesa entre Brasil e Estados Unidos, como o Acordo de Pesquisa, Desenvolvimento, Teste e Avaliação, facilitando a colaboração em projetos da defesa e da segurança. Programas de treinamentos e capacitações para as forças de segurança têm sido promovidos como um intercâmbio de oficiais entre as academias militares dos dois países, visando exatamente a que nós aprimoremos as capacidades de defesa.

    Recentemente, temos focado em iniciativas que visam aumentar o intercâmbio comercial e cultural, bem como projetos que têm como escopo a inovação e a sustentabilidade. Acreditamos piamente que, através desses esforços, comuns a ambos os povos, comuns a ambos os Governos, podemos alcançar resultados ainda mais significativos.

    Em nome do Senado Federal, do grupo parlamentar, atrevo-me aqui, conjuntamente ao Presidente Rodrigo Pacheco, a reafirmar nosso compromisso com a continuidade e com o fortalecimento das relações entre o Brasil e os Estados Unidos.

    Agradeço a presença de todos e de todas e indistintamente: as autoridades, os colaboradores, os corpos diplomáticos ou seus representantes, que tornaram este evento prestigiado possível e visível ao mundo.

    Que esta celebração dos 200 anos de relações diplomáticas seja um marco para um futuro ainda mais próspero e cooperativo entre nossas nações. E nas palavras derradeiras, seguindo aquilo que também foi dito pelo Presidente Pacheco, que sejam de mais outros tantos anos – quiçá pelo menos de mais 200 anos! –, Presidente Rodrigo Pacheco.

    A todos os nossos agradecimentos, sempre muito bem-vindos à calorosa saudação, ao reconhecimento que o Congresso Nacional, Senado da República brasileira, tem junto às autoridades norte-americanas, ao povo norte-americano e à história norte-americana. Muito grato.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 30/05/2024 - Página 20