Discurso durante a 84ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Em fase de revisão e indexação
Autor
Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG. Para discursar.) – Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde a todos os Senadores e Senadoras, aos servidores desta Casa, ao público presente e a toda a população que acompanha a gente pela TV Senado.

    Sr. Presidente, sempre é bom te ouvir, saiba que eu aprendo muito com V. Exa. pelo seu equilíbrio e por sempre ser justo. Então, é um aprendizado sempre, todos os dias, te ouvir aqui e pelas suas ações. Conte sempre comigo.

    Eu queria começar falando aqui... Eu vi essa matéria aqui que me assustou: "PEC que anistia dívidas de partidos políticos entra na pauta do Plenário da Câmara". Vou repetir novamente para vocês aqui: "PEC que anistia dívidas de partidos políticos entra na pauta do Plenário da Câmara". Um valor que pode chegar aí a 23 bilhões. Os partidos que devem estão sendo anistiados para não pagarem.

    Aí o que me chama atenção... E quando eu falo que eu estou me lixando para partido, e com todo respeito a todos os partidos, é por isso. Porque nessa hora, gente, não tem PT, não tem PL, não tem Republicanos, não tem qualquer "P" que exista! Se unem todos para poderem beneficiar os partidos.

    Aí eu faço uma pergunta aqui para a população brasileira: você tem seus deveres para fazer aqui dentro, aqui dentro do Governo, dentro do seu estado, pagar suas contas, pagar suas dívidas... Fica sem pagar para você ver o que acontece! Fica sem pagar o IPVA, passa numa blitz... Aí você pega e não mostra o documento, porque o seu documento está atrasado, o que acontece com seu carro? Seu carro é apreendido. Fica sem pagar o Governo Federal para você ver o que acontece!

    Aí para os partidos, que já têm cinco bilhões este ano para gastar com política, para colocar para Prefeito, para Vereador, eles têm a cara de pau de pedir anistia de 23 bilhões, porque fizeram coisa errada. O pior de tudo é isso. Usaram... E o mau uso é desperdiço do dinheiro público. Sei lá se não desviou o dinheiro com a questão de fundo eleitoral e fundo partidário. Aí têm a cara de pau de se reunir e pedir anistia para partido! E eu vou ficar calado vendo uma situação dessas? Eu espero que os Deputados tenham consciência, que todos os Deputados tenham consciência!

    Os partidos têm que pagar para a União, sim, até porque a União é o povo. Têm que pagar para o povo. Se vocês não usaram... não respeitaram o dinheiro público e usaram, se fizeram mau uso do dinheiro público, têm que pagar, têm que pagar.

    Aí eu vejo uma matéria dessas aqui, e isso aqui desanima a gente. E nessa hora, gente, quem é partido de esquerda, quem é partido de direita, não tem nada disso não, viu? Está tudo junto para poder beneficiá-los.

    Então, população brasileira, acorda! Para com essa de ficar defendendo partido! Chega disso! Não fique defendendo partido, não! Eu nunca vou subir aqui e defender partido! Respeito aqui quem defende! Isso aqui é uma democracia. Eu espero que eu seja respeitado. Mas vendo uma situação dessas, anistiar partido que ficou, que fez coisa errada?! Ah, tem limite isso aqui, gente. Olha o Rio Grande do Sul como é que está. Será que isso não... O que falta para vocês? É consciência? Vocês vão lá, fazem campanha, falam que vão defender o povo, que são eleitos pelo povo e querem fazer pelo povo. Aí, na hora em que chegam aqui, em vez de defenderem o povo, vão defender partido? Foram os partidos que votaram em vocês?

    Então, assim, tem limite para o que vocês estão fazendo com o país, tem limite! O povo não aguenta isso mais, não. Quero ver anistia é para o povo, que deve ao estado, que deve à União. Vamos fazer anistia para eles.

    Outra coisa que eu queria falar aqui, Presidente. Eu queria tocar nesse assunto aqui e quero mostrar esse vídeo aqui que eu, assim... E eu concordo com o Presidente Lula nisso aqui que ele falou, que eu acho extremamente importante.

(Procede-se à exibição de áudio.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Essa que é a fala do Presidente Lula: que ia colocar o pobre no Orçamento. Isso ele tem que fazer mesmo. E não é só o pobre, não, gente; toda a população brasileira tem que estar no Orçamento. Quem paga imposto, todos nós somos patrões. Vocês todos são patrões. Então todos têm que estar no Orçamento. Mas ele falou que ia colocar o pobre no Orçamento, só que está dificultando é o orçamento do pobre, do povo, porque o que está acontecendo no país aqui? Teve um aumento agora na conta de luz que chega a uma média de quase 6%. A conta de luz aumentou. Quer dizer que o povo vai pagar mais caro. Lá em Minas Gerais, pode chegar a quase 8% a média. Você vê que a água também aumentou: quase 18%, lá em Minas Gerais, e a média aqui, que é mais ou menos no Brasil todo, é 7%. Então, está dificultando o orçamento do pobre. O pobre não aguenta mais pagar a conta.

    Olha aqui, tem mais: a gasolina – saiu agora, essa semana aqui – pode chegar a 7% de aumento em 2024. A gasolina também vai aumentar. Quer dizer que está dificultando é o orçamento do pobre. Cesta básica, 6% mais cara em onze estados. Então, assim, essa história de estar colocando o pobre no Orçamento está é dificultando o orçamento do pobre. Tem mais aqui – agora acabou a questão de ter taxado 20% os importados –: material escolar também chega a quase 5%; plano de saúde também, quase 7%. Então, assim, onde é que o pobre está entrando no Orçamento? Está é dificultando o orçamento do pobre.

    Mas sabe quem entrou no orçamento, gente? Olhe aqui quem entrou no Orçamento. Primeiro vocês dão um Google aí, digitem no Google aí e olhem lá: os irmãos Batista. Quem são, da época da Lava Jato? Digitem no Google aí, coloquem aí. Façam esse favor para mim. Coloquem aí para vocês verem. Eles são da época da Lava Jato e esses aqui entraram no Orçamento. Olhem uma matéria bacana aqui: "A conta de luz pode ficar mais cara para ajudar os irmãos Batista.". Isso é uma matéria, gente. E "Medida provisória de socorro ao caixa da Amazonas Energia cobre os pagamentos devidos pela empresa a termelétricas da Âmbar, braço de energia da J&F [dos irmãos Batista]." E tem mais ó: "MP abre caminho para venda da Amazonas Energia após operação da J&F, dos irmãos Batista."

    Tem mais aqui, olhem...

    Sabe o que vai acontecer, gente? Deixa eu explicar para vocês aqui ó. Deixa eu ler para vocês o que está acontecendo, quem está entrando no Orçamento. Novamente, digitem no Google aí e olhem quem são os irmãos Batista: Os irmãos Joesley e Wesley Batista compraram uma empresa geradora de energia no Amazonas, que estava falida por não estar recebendo o pagamento de uma outra empresa que é distribuidora de energia. Curiosamente, dois dias após os irmãos Batista terem adquirido essa empresa falida, o Governo Federal soltou uma MP (medida provisória) e quem vai pagar essa conta será a população, escondido na conta de luz. Então, a sua a conta de luz vai ficar mais cara para poder beneficiar estes dois, os irmãos Batista. Novamente, eu vou repetir, para ficar claro. Dá uma digitada no Google aí e olha quem são os irmãos Batista.

    Ou seja, uma empresa falida agora, que virou dos irmãos Batista, graças ao Governo do Lula, vai receber R$2 bilhões por ano por causa dessa MP. É brincadeira uma situação dessa? São esses aqui que vão entrar no Orçamento, Presidente Lula? Você que fala que defende o povo? Que fala que está com o povo, que vai fazer pelo povo? Eu vejo, assim, que um Presidente, um Prefeito, um Governador, um Senador, um Deputado está aqui é para representar a sua população, e não meia dúzia de pessoas, não; não é companheirada, não. A gente está aqui é pelo coletivo. É para todos, é para defender todos.

    Então, eu queria saber em que dia, em que mês, de verdade, o pobre vai entrar no Orçamento. Porque, quando você fizer isso aqui, você pode ter certeza que eu vou estar aqui para apoiar, na hora em que o povo entrar no orçamento. Agora, para isso aqui, para a companheirada que já estava com vocês na época, no passado aí, para beneficiar essa turma aqui, disso aqui eu estou fora! Isso aqui eu vou combater o tempo inteiro. Chega! Chega! Passou do limite!

    Aí, ontem, eu vim aqui e falei da minha vontade. Não que vá acontecer, mas eu tenho a vontade de, um dia, ser Executivo ou ser um prefeito da minha cidade, ou, um dia, ser um governador, ou ser até um presidente, por que não? Porque eu tenho vontade de executar, já que, aqui, a gente tem mais poder de legislar e fiscalizar. Eu queria ter o poder de decisão um dia. Sabe por quê? Para defender o povo de verdade, para estar com o povo.

    Aí, teve uma pessoa que virou e falou assim – já saiu matéria: "Mas esse cara não sabe nem falar". Não, eu não tenho um linguajar lindo, eu não tenho um português apurado, mas eu tenho uma conduta reta. A minha conduta é reta. "Ah, mas você não tem preparo político". Desse preparo político aí eu estou fora! De beneficiar meia dúzia de pessoas? Não! Não quero, não preciso! O meu preparo político aqui é de ética, é de caráter, é de defender toda a população. E eu acho que o que mais se precisa de um político – e, aí, pode ser tanto senador, prefeito, governador, presidente – é que ele seja justo. E é bíblico: com um governo justo, o povo se alegra.

    Aí me perguntaram: qual seria o seu plano, Cleitinho, de governo, para ser um governador, para ser um presidente? Eu ia fazer o seguinte: eu ia fazer com que o povo não ficasse mais de joelhos para o estado. É o estado que tem de ficar de joelhos para o povo, até porque não é o povo que tem que servir o seu estado; é o estado que tem que servir o seu povo. A verdade é essa!

    Então, como é que você resolve tudo num problema só? A questão de infraestrutura, de saúde, de educação, valoriza o funcionário público? É diminuindo o Estado. Chega de o povo carregar o Estado nas costas! No caso, é o contrário: é o Estado que tem que carregar o seu povo. Então, o que eu ia fazer aqui? Tirar o povo que fica de joelhos para o Estado. A partir desse momento, é o Estado que tem de ficar de joelhos para o povo.

    E sabem quem que é o Estado aqui, às vezes? Somos nós, políticos. Somos nós que temos que ficar de joelhos para vocês. Somos nós que temos que servir vocês. Vocês pagam nossos salários rigorosamente em dia – em dia! – para a gente poder servir vocês. Não é para fazer hora com a cara de vocês, mentir para vocês. E ainda tem uns que desviam dinheiro e roubam dinheiro de vocês. Então, a verdade é essa: é o Estado que tem que ficar de joelhos para vocês; não é o povo ficar de joelhos mais não!

    Então, se, um dia, isso acontecer, vocês podem ter certeza de que quem vai servir de verdade aqui somos nós, os políticos.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/06/2024 - Página 46