Discurso durante a 96ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a celebrar os 200 anos da imigração alemã para o Brasil.

Autor
Ivete da Silveira (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Ivete Marli Appel da Silveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Sessão especial destinada a celebrar os 200 anos da imigração alemã para o Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 05/07/2024 - Página 37
Assunto
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, ANIVERSARIO, IMIGRAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ALEMANHA.
  • COMENTARIO, INFLUENCIA, CULTURA, AGRICULTURA, INDUSTRIA, EDUCAÇÃO.

    A SRA. IVETE DA SILVEIRA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - SC. Para discursar.) – Boa tarde, Sr. Presidente – muito obrigada pela oportunidade –, Sra. Embaixadora da Alemanha, Bettina Cadenbach; Sr. Juiz de Direito, ex-Conselheiro Nacional de Justiça, Márcio Schiefler; membro da Academia Brasileira de Letras, Sr. Arno Wehling; Sr. Diretor de Relações Internacionais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Sr. Rui Vicente Oppermann; Sra. Diretora do Colégio Estadual Professora Eliane Martins Dantas Brasil-Alemanha, Deise Perfeito; Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, distintos convidados, este ano comemoramos os 200 anos da imigração alemã no Brasil, cujo marco inicial é a fundação da Colônia de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, em 25 de julho de 1824.

    No século XIX e no século XX, cerca de 260 mil alemães chegaram ao Brasil, dando origem a uma população de aproximadamente 10 milhões de descendentes teuto-brasileiros.

    É importante destacar que os imigrantes alemães não vieram ao Brasil com a intenção de explorar nossas riquezas para levá-las a seu país de origem. Pelo contrário, eles vieram com a firme intenção de tornar o Brasil o seu novo "heimat", a sua nova pátria. Nesse contexto, os alemães promoveram uma verdadeira revolução na agricultura brasileira, caracterizada pela predominância de pequenas propriedades e produções diversificadas, nos moldes da cultura camponesa da Europa Central.

    A principal característica dos imigrantes alemães foi a sua capacidade de se integrar ao contexto geográfico, social e climático brasileiro, sem abdicar de suas vigorosas raízes culturais. Aonde quer que chegassem, fundavam escolas, hospitais, igrejas e jornais, exercendo uma forte influência sobre a cultura brasileira.

    A influência alemã permeia diversas expressões culturais brasileiras, seja na música, na literatura, nas artes plásticas ou na arquitetura. Vejamos alguns exemplos: nossos mais belos prédios foram projetados por Oscar Niemeyer, descendente de Konrad von Niemeyer, nascido em Hanover; nossos mais belos jardins foram criados por Roberto Burle Marx, filho de Wilhelm Marx, nascido em Trier; e nossas mais belas melodias, as Bachianas Brasileiras, foram compostas por Heitor Villa-Lobos, inspirado pela obra de Johann Sebastian Bach, o maior compositor alemão de todos os tempos.

    Talvez a palavra que melhor defina os 200 anos de imigração alemã no Brasil seja integração, uma integração onde a necessidade coletiva de vencer adversidades e de perseguir interesses comuns amalgamou, de forma indissolúvel, o espírito dos imigrantes alemães à sua nova pátria, o Brasil.

    Hoje, celebramos este bicentenário e rendemos homenagem a todos os imigrantes que, com coragem e perseverança, construíram um futuro melhor para as suas famílias e para nosso país. Reconhecemos as suas contribuições na área da agricultura, indústria e educação, onde os alemães foram pioneiros e líderes.

    Que possamos continuar a honrar a memória de nossos antepassados e trabalhar juntos para construir um Brasil mais justo, próspero e acolhedor para todos, como é a nossa vocação.

    A todos, o meu muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/07/2024 - Página 37