Discurso durante a 96ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a celebrar os 200 anos da imigração alemã para o Brasil.

Autor
Sergio Moro (UNIÃO - União Brasil/PR)
Nome completo: Sergio Fernando Moro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Sessão especial destinada a celebrar os 200 anos da imigração alemã para o Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 05/07/2024 - Página 50
Assunto
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, ANIVERSARIO, IMIGRAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ALEMANHA.

    O SR. SERGIO MORO (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - PR. Para discursar.) – Boa tarde a todos.

    Primeiro, eu quero cumprimentar aqui o Presidente da sessão, o Senador Flávio Arns, e felicitá-lo por essa iniciativa muito feliz.

    Não dá para passarem em branco os 200 anos de imigração alemã pela importância que teve na formação do Brasil. O Brasil é este país multicultural, multiétnico, e nós tivemos, além, claro, da população originária, da imigração africana, portuguesa, a imigração europeia, a presença alemã, que foi muito marcante.

    Quero cumprimentar aqui a Sra. Embaixadora da Alemanha, Sra. Bettina Cadenbach – tive o prazer de conhecê-la ainda hoje –; o nosso amigo aqui, o Juiz de Direito Márcio Schiefler, foi um prazer revê-lo na ocasião; Sr. Arno Wehling, membro da Academia Brasileira de Letras; Sr. Rui Vicente Oppermann; Sra.Deise Perfeito; e todos os convidados aqui presentes.

    Eu vou falar aqui brevemente, mas não poderia deixar de comparecer, porque também sou fruto da imigração alemã, da parte da minha mãe, cujo sobrenome é Starke e de quem os ascendentes vieram da Alemanha. Tenho muito orgulho dessa tradição alemã, embora tenha herdado o sobrenome italiano do meu pai, Moro. E, como se não bastasse, casei-me com uma Wolff, também de origem alemã, Rosangela Wolff Moro, a minha esposa. Então, tenho bastante presente a tradição alemã na minha casa.

    Venho de um estado no qual a Alemanha é sinônimo de indústria e pujança. Temos, lá no Paraná, a Audi, a Volkswagen, a Bosch, que são empresas que engrandecem o nosso Paraná e mostram toda a operosidade, toda a engenhosidade, todo o conhecimento e a precisão da indústria alemã, da ciência alemã e do povo alemão.

    Venho de uma cidade – e isso já foi mencionado pelo Juiz Schiefler – na qual a Alemanha é sinônimo de herói. Temos lá perto, inclusive, da minha residência o 20º Batalhão de Infantaria Blindada, Sargento Max Wolf Filho, que foi um herói brasileiro, de origem e descendência alemã, na Segunda Guerra Mundial.

    E todos nós – e aqui não me refiro apenas ao Brasil – temos um grande orgulho e respeito pela Alemanha, porque a Alemanha vivenciou, no século passado, aquilo que talvez seja o que houve de mais tenebroso na história, mas é aquele país que tem uma marca de um país que deu a volta por cima, um país que mostrou não só a possibilidade de se reerguer economicamente, como a locomotiva da Europa, mas também um país que hoje é um dos mais representativos no que se refere aos valores da liberal democracia. A Alemanha é um exemplo, para o mundo, de ressurgimento, de como um país pode se reerguer assim, de uma maneira tão dinâmica. Não à toa, no século passado, houve quem dissesse que todos eram berlinenses, "ich bin ein Berliner", e nós poderíamos dizer, também: "ich bin ein Deutscher", considerando o exemplo que nós temos da Alemanha para o mundo.

    E, hoje, num mundo cada vez mais complexo, as democracias ocidentais – as western democracies, como se diz – precisam permanecer juntas. E, nesse ponto, o Brasil partilha de muitos valores e de muitos princípios da Alemanha democrática. É um país também liberal, é um país que preza pela democracia, é um país que busca o seu lugar no mundo e que busca influenciar positivamente o mundo.

    Neste mundo complexo, em que, infelizmente, nós vemos até algumas ameaças autoritárias surgindo, inclusive com a lamentável guerra da Rússia contra a Ucrânia, na qual a Alemanha adotou uma posição muito clara e firme de condenar essa agressão, o Brasil tem que estar junto. O Brasil tem que também cerrar essas fileiras da valorização e da defesa dos nossos valores democráticos e liberais no mundo inteiro.

    Por isso, fiz questão aqui de, ainda com estas breves palavras, não só render as minhas homenagens à imigração alemã, que faz 200 anos e tão bem influenciou aqui a cultura e o povo brasileiro, mas igualmente também render a nossa admiração à Alemanha, esse país tão digno, esse país que conseguiu, num período tão curto no século passado, reerguer-se e que hoje é um grande exemplo para o mundo.

    Muito obrigado e agradeço a todos pela atenção.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/07/2024 - Página 50