Discurso durante a 119ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Em fase de revisão e indexação
Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, cumprimentando os Senadores que foram à tribuna, Senador Cleitinho, Senadora Damares, Senador Astronauta, e que trataram dos assuntos que estão em voga neste momento no país.

    Eu vou falar aqui com base no que ouvi, mas vou deixar de citar o nome de algumas criaturas.

    Eu aprendi isso com o Senador Jaques Wagner. Eu vi um vídeo de uma palestra dele, e ele começou, falou duas vezes o nome do ex-Presidente Jair Bolsonaro. Em seguida, ele disse: "Eu não vou estar citando o nome dessa pessoa não, que a melhor coisa é não citar o nome, para não dar ibope, para não aumentar o ibope e tal".

    Então, eu não vou dar ibope também àqueles... Não vou citar o nome. Mas, se, no meio do discurso, eu for me chateando, eu falo os nomes todos.

    Flávio Dino: cortejado, Senador da República, um homem discípulo de Lenin, mas democrático – eu que sou antidemocrático; eu pratico atos antidemocráticos; ele é democrático –, esteve aqui, virou Ministro da Justiça, relativização dos pequenos crimes, saiu para ser Ministro do Supremo, saiu batendo de porta em porta.

    Eu não o recebi. Muitos interlocutores me procuraram... Como eu sempre fiz, "não recebo. É um TCC. Não vou receber". E, mesmo assim, daqueles que o receberam educadamente, na sabatina do indivíduo que diz cumprir a Constituição – eu pergunto qual, porque o Brasil não tem constituição –, ele debochou.

    Mas o Centrão – ele passou aqui uma semana como Senador – glamourizou o Senador, um comunista no Supremo!

    O comunista no Supremo...

    Aquilo que hoje é chamado emenda de Relator, no processo eleitoral, Senador Jaques Wagner – o seu nome eu posso repetir. O seu nome, Bahia –, se dizia que eram emendas secretas – não é esse o nome? –, orçamento secreto, e que isso iria acabar no Governo Lula. Mas, logo em seguida, virou emenda de Relator.

    E agora, Flávio Dino? E agora, Centrão? Dizem que vão agravar, porque Dino deu uma ordem a Pacheco.

    Sabe qual é a minha chateação, Senador Weverton, que está sentado na cadeira de Presidente? É que o Presidente do Senado não reage.

    Eu sou a pessoa menos indicada para defender o Senador Marcos do Val, mas, se o que está acontecendo com Marcos do Val fosse com alguém do PT, do PCdoB, o mais radical, se fosse com Randolfe, com o Senador Jaques Wagner, com V. Exa., com qualquer um, ainda que o sujeito fosse o mais radical de todos, esta Casa tem que entender que ele é Senador, e o Presidente da Casa – que, aliás, recebeu o voto dele, mas ele é Presidente de todos – tem obrigação de defendê-lo.

    Que multa é essa de R$50 milhões? Redes sociais banidas por essa ditadura instalada no Supremo Tribunal Federal, mesmo neste momento em que a podridão das vísceras, esse odor fétido que sai das vísceras da Suprema Corte e do TSE...

    Os dois assessores de Alexandre de Moraes, as representações que foram feitas contra eles –, aqueles do vazamento, aqueles das conversas, dos debates – já foram arquivadas pelo CNJ.

    Sabia, Marcos Rogério? O CNJ já arquivou.

    Eles não ouviram os áudios? Não ouviram nada?

    Eu estava aqui quando se criou o CNJ, e o CNJ foi criado para investigar, punir ou não atos éticos ou não éticos de magistrados.

    Isso é ato ético!

    Os áudios...

    Eu entrei, Senador Marcos Rogério, na Comissão de Segurança, para poder ouvir estes dois juízes. De uma forma ou de outra, eles serão ouvidos, porque é preciso.

    Presidente Pacheco, a responsabilidade é de V. Exa.!

    Eu me refiro, eu me dirijo ao Presidente desta Casa, Senador Rodrigo Pacheco!

    O país está órfão desta Casa, deste elefante aqui, Senador Astronauta, pesado, orçamento pesado, tirado do suor do povo brasileiro, assim como o Cleitinho citou o orçamento aqui e as compras – isso é complexo de Janja – do Supremo Tribunal Federal, essa compra de móveis caros, num momento como este.

    A responsabilidade é do Presidente desta Casa, que, na separação dos Poderes, é quem mais poder tem.

    Esta conversa fiada de que pedir impeachment não passa... Esse não é o dever do Presidente desta Casa. Se vai passar ou não vai, não interessa. Ele precisa botar para votar.

    E nós, o povo brasileiro...

    Eu quero aqui cumprir a minha parte, Senador Marcos Rogério, porque não quero ir para a vala comum. O povo do Espírito Santo não me mandou aqui para isso.

    Essas emendas Pix...

    Quando o Rio Grande do Sul foi devastado por essa catástrofe, Senador, eu propus que 50% do fundo partidário fosse mandado para o Rio Grande do Sul. Foi para uma gaveta qualquer.

    Eu falei: "E essas emendas? Mandem as minhas todas". Meus assessores mandaram para Lajeado, Igrejinha, Estrela, São Sebastião, Três Coroas, Encantado, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Roca Sales, Muçum e Santa Teresa, nomes que o Deputado Zucco passou para mim. Eram R$3 milhões.

    O Rio Grande do Sul não recebeu, porque Flávio Dino não quis. Está tudo sobrestado.

    Eu vou perguntar aos Srs. Senadores que votaram no Flávio Dino: vocês vão fazer discurso? Vocês vão falar alguma coisa? Ou vão ficar como a bocapiu, todo mundo com fecho-ecler na boca? Vocês vão reagir?

    Ora, ainda que as emendas sejam distribuídas... E, para mim, não faz a menor diferença, porque eu milito causa. Eu não tenho nada com isso, se vão fazer ou se não vão. Mas tem Senador, Deputado, que convive politicamente, na sua região, com as suas emendas.

    Mas esse cidadão, que bateu de porta em porta e se comprometeu a cumprir a Constituição e respeitar, desrespeitou esta Casa.

    O que está na mídia é: Flávio Dino dá uma ordem para Pacheco e para Lira.

    E tem que cumprir, porque o homem é discípulo de Lenin!

    Tem que cumprir, porque o homem não é aprendiz de ditador. É ditador mesmo.

    O Brasil vive a ditadura da toga!

    Nós, brasileiros, precisamos reagir à ditadura da toga!

    Esta Casa, com 81, representa milhões de brasileiros! Não são os brasileiros com quem Toffoli diz que teve mais de 100 milhões de votos, ele e os ministros do Supremo. Eu não sei que tipo de voto.

    Toffoli, quando foi indicado pelo Lula, era assessor na Casa Civil, era o ministro da Advocacia-Geral.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Não era isso, Bahia? Não era?

    Não era, Jaques?

    Você era Deputado Federal. Eu já era Senador... Não, você era Governador, quando ele foi indicado – bem jovenzinho.

    Ele apanhou tanto de José Agripino ali, apanhou tanto de Alvaro Dias e demais outros, que eu tive até dó e até o defendi, mas ouvi agora...

    Ele que é o pai do inquérito das fake news – o senhor sabe, não é? Ele que criou, e o Alexandre é só o Relator do "estômago do elefante".

    Eu não me decepciono mais com nada. Já vi de tudo, Senador Jaques Wagner. Só me falta ver chover para cima agora, porque todo o resto eu já vi na minha vida.

    Agora, quero ver o povo brasileiro, quero ver esta Casa se levantar, quero ver o Presidente Rodrigo Pacheco colocar para votar o impeachment de Alexandre de Moraes. O impeachment de Alexandre de Moraes!

    Se ele vai se defender, e precisa se defender, porque foi sabatinado por esta Casa e foi aprovado neste Plenário...

    É por isso que eu não os recebo no meu gabinete.

    Interessante! Olha que coincidência! O Temer me pediu, e eu recebi o Alexandre de Moraes.

    Bahia, mostrei para ele uma caixa desse tamanho!

    Senador Hiran, mostrei para ele uma caixa desse tamanho de denúncia contra ele.

    Randolfe estava indo no corredor – ele, Gleisi, todo mundo –, esculhambando Alexandre de Moraes. Agora estão tudo juntinho, não é?

    Tudo esculhambando! "Ah, advogado do PCC", não sei o que...

    Eu falei: "Está lacrado aí. Eu não abri não. Porque, de repente, essas denúncias são desafetos a você, são pessoas que queriam estar no seu lugar... Alguma coisa pode ser verdadeira, mas eu vou te sabatinar. Eu vou te sabatinar".

    Recebi, tomou cafezinho no meu gabinete, e sabatinei. Sabatinei.

    Eles hoje estão juntos.

    Depois que aparece essa podridão nas vísceras da Suprema Corte, do Tribunal Eleitoral...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Essa invenção para perseguir jornalistas, pessoas simples, 14 anos, 17 anos...

    Nunca teve tentativa de golpe!

    A coisa que mais entristece a mim, Senador Marcos Rogério – V. Exa., que é amigo... E muitas vezes eu ouvi V. Exa. sobre o comportamento e o caráter das pessoas, quando aqui eu cheguei –, é ouvir o discurso que foi feito no dia do tal memorial, por conta...

    Eles estavam tudo chorando, no negócio do dia oito.

    Chamar brasileiros inocentes de covardes e traidores da pátria?

    Não. Quem traiu a pátria foram os irmãos Batista, que estão dentro do Governo. Quem traiu a pátria foi a Odebrecht. Quem traiu a pátria foi a OAS. Quem traiu a pátria foi a Queiroz Galvão. Quem traiu a pátria foi preso na Lava Jato, devolveu o dinheiro, comeu cadeia... E estão tudo de volta nas "patas da aranha" do comunismo, que hoje...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – E, em nome do povo do meu estado do Espírito Santo, a partir de hoje, eu vou me pronunciar, quantas vezes necessário, até que essa situação, que essa espiral se quebre, porque não é possível viver num estado policialesco, onde um Ministro só – ele deve ser o CEO, porque ele não vai fazer nada sozinho – cospe, humilha, debocha e prende.

    Agora está nu, na chuva. O rei está nu, numa chuva, despido.

    Quem vai passar o pano? Quem é que vai protegê-lo?

    Ou esta Casa pede o impeachment do Ministro Alexandre de Moraes, ou nós temos que "jogar a toalha", pedir para ir embora, desmoralizados por não ter a coragem de enfrentar quem deve ao povo brasileiro, quem deve respeito e quem deve explicações ao Senado da República, que é a Casa da Federação e que representa o povo brasileiro.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Essa é a minha fala.

    O SR. PRESIDENTE (Weverton. Bloco Parlamentar Independência/PDT - MA) – Obrigado, Senador Magno Malta.

    Convido para utilizar a tribuna o Senador Marcos Rogério, Líder da Oposição.

    V. Exa. tem um tempo de até dez minutos.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Senador Marcos, só pela ordem um pouquinho.

    Eu queria, com todo o respeito, me dirigir ao Senador Kajuru e falar da grandeza de V. Exa., quando foi ao microfone dizer que, em algum momento, exagerou quando se referiu ao Pastor Silas Malafaia, que, para nós, é um homem sem proteção de imunidade parlamentar, é um religioso, é um profeta corajoso, que abre a boca e verbaliza aquilo que o povo quer falar, e V. Exa. foi de uma grandeza esplêndida.

    Eu queria parabenizar V. Exa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2024 - Página 37