Discurso proferido da Presidência durante a 101ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar o Dia do Maçom.

Reconhecimento do papel histórico da maçonaria na Independência, Abolição, República e redemocratização do Brasil. Defesa dos valores de liberdade, igualdade e fraternidade como fundamentos da pátria.

Autor
Izalci Lucas (PL - Partido Liberal/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso proferido da Presidência
Resumo por assunto
Data Comemorativa, Homenagem:
  • Sessão Especial destinada a comemorar o Dia do Maçom.
Data Comemorativa, Homenagem:
  • Reconhecimento do papel histórico da maçonaria na Independência, Abolição, República e redemocratização do Brasil. Defesa dos valores de liberdade, igualdade e fraternidade como fundamentos da pátria.
Publicação
Publicação no DSF de 29/08/2025 - Página 10
Assuntos
Honorífico > Data Comemorativa
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, DATA NACIONAL, DIA, ASSOCIADO, MAÇONARIA.
  • RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, HISTORIA, MAÇONARIA, BRASIL, REFORÇO, IGUALDADE, LIBERDADE, SOCIEDADE.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF. Para discursar - Presidente.) – Quero cumprimentar aqui o nosso Grande Soberano Irmão Ademir Cândido da Silva, nosso Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil; o Sr. Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil, Sapientíssimo Irmão Adalberto Aluízio; o Sr. Presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa, Sidney Isidro; nosso Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, Irmão Armando Assumpção; o Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, Soberano Irmão Josué Paulo Fernandes; e o nosso querido Conselheiro Federal do Grande Oriente do Brasil e também suplente aqui do nosso Presidente do Senado, o meu querido Irmão Josiel Alcolumbre. Quero cumprimentar aqui todos os nossos irmãos, nossas cunhadas, sobrinhos, sobrinhas, os convidados.

    Senhoras e senhores, um dia me mandaram um pequeno conto que considero importante repetir agora. Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes. As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder; outras, não. Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem as férias com um sábio que morava no alto de uma colina. O sábio sempre respondia às perguntas sem hesitar. Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder. Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.

    "O que você vai fazer?", perguntou a irmã.

    "Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. Se ele disser que ela está morta, eu vou abrir as mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. Assim, qualquer resposta que o sábio nos der estará errada".

    As duas meninas foram ao encontro do sábio que estava meditando.

    "Sr. sábio, tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me, sábio, ela está viva ou morta?".

    Calmamente o sábio sorriu e respondeu: "Depende de você. Ela está em suas mãos".

    Pois é, assim como nessa história do sábio e das meninas, a nossa vida, o nosso presente e também o nosso futuro estão em nossas mãos.

    Esta sessão solene em homenagem ao Dia do Maçom é mais do que oportuna em tempos atuais, pois o maçom sempre esteve à frente das grandes lutas e das grandes transformações em nosso país.

    A escolha do dia 20 de agosto, como o dia consagrado ao maçom, deve-se por ser a data em que a maçonaria reunida decidiu pela independência do Brasil. Naquele dia, em 1822, numa sessão extraordinária, presidida por Joaquim Gonçalves Ledo, na ausência de José Bonifácio de Andrada e Silva, deliberou-se que, a partir daquele instante, o Brasil seria liberto da Coroa portuguesa, assumindo seu próprio Governo.

    A comemoração que ora fazemos do Dia do Maçom se dá principalmente por ter sido a Proclamação da Independência resultado do incansável trabalho de maçons que iniciaram o movimento liberal destinado a retirar o Brasil da submissão a Portugal. Foi a união dos pedreiros em prol da liberdade do Brasil. Para aqueles que não sabem, o significado da palavra maçom é pedreiro, aquele que constrói.

    Esses pedreiros, inicialmente de profissão, juntamente com arquitetos, pintores e outros profissionais da arte de construir se uniram para fortalecer a associação que atravessou séculos de guerras, catástrofes e divisões, mas, sempre sob o manto sagrado da liberdade, igualdade e fraternidade, conseguiram mudar o curso da história.

    Em 20 de agosto de 1822, Joaquim Gonçalves Ledo proferiu um discurso retumbante na maçonaria em favor da Independência do Brasil. Dizia ele que “os povos não são propriedade de ninguém". Naquele momento, a Independência tomou força e Gonçalves Ledo passou para a história como um dos mais importantes autores da Independência do Brasil, se não o maior!

    Estamos, pois, aqui nesta sessão solene para homenagear todos os maçons brasileiros na pessoa de nosso maior líder, e nada melhor para esta homenagem que as suas palavras que estão cada vez mais atuais.

    Disse ele que “circunstâncias políticas da pátria, do rico, fértil e poderoso Brasil” requeriam que os maçons do Brasil firmassem sólido compromisso com a Independência e a realeza constitucional, na pessoa do augusto príncipe, propondo que D. Pedro II fosse proclamado Imperador do Brasil.

    E o maçom, senhoras e senhores, é o pedreiro social, aquele cujo maior segredo é fazer desinteressadamente o bem ao próximo, pois fazendo bem ao próximo fará o bem à humanidade.

    O maçom é aquele que tem como ensinamento que a vida, o presente e o futuro dependem de nós, de nossas ações.

    Senhoras e senhores, ao longo do tempo, especialmente na nossa pátria, esses destemidos maçons do passado devem ser sempre louvados pelo seu amor incondicional ao Brasil, suas terras independentes, seu povo destemido, suas crenças e sua cultura diversa.

    Nos momentos mais importantes de nosso país, como a Independência, a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República e a luta pela redemocratização, esses bravos defensores da nossa pátria, os maçons do Brasil, foram, sobretudo, os protagonistas desses feitos. D. Pedro II, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Duque de Caxias, entre outros, são exemplos e referência para todos nós.

    A história do Brasil maçônico é rica de ensinamentos e fértil em grandezas de toda ordem, devendo seus efeitos serem evocados permanentemente como chama inextinguível de energia, para que nunca percamos de vista o que somos, de onde viemos e para onde vamos.

    Nossas homenagens, portanto, aos maçons de ontem, que nos legaram extraordinários exemplos de lutas e sacrifícios nos episódios que marcaram os períodos colonial, monárquico e republicano de nosso país.

    Cabe, no entanto, à nossa geração, aos maçons de hoje, inspirados nos exemplos dos antepassados, se incorporar a uma grandiosa tarefa que os desafia a empunhar a bandeira de um novo movimento de libertação, voltado para as realidades do nosso tempo, exigindo mudanças contra as injustiças que afligem e angustiam o nosso povo.

    Está em nossas mãos, nas mãos de todos os brasileiros de bem, empreender uma verdadeira cruzada contra a discriminação, o preconceito, a falta de civismo, a corrupção desenfreada, a censura e os descaminhos.

    Será uma luta sem tréguas contra o crescente tráfico de drogas a destruir o futuro dos nossos jovens, a violência urbana na sua expressão mais torpe, além de outras mazelas que agridem e minam os fundamentos morais e espirituais da família brasileira.

    Diante do realismo desse quadro, precisamos, a exemplo daqueles maçons que concretizaram o ideal maior que povoou os sonhos de independência do Brasil de ontem, mostrar que também sabemos ostentar a coragem de nossas convicções, sem medo de expressá-las.

    Minhas senhoras e meus senhores, os maçons sabem que os brasileiros não querem um país corrupto e pobre, mas um país mais forte e mais justo. Sabem também que a intolerância e a violência nos colocam a todos, cidadãos do planeta, em situação de vulnerabilidade constante.

    Mas não vamos desistir, vamos lutar para que o sonho de todos, a permanente busca pelo aperfeiçoamento da sociedade humana, que é fundada na esperança de que, com amor a Deus, à pátria, à família e ao próximo, com tolerância e sabedoria, e sob a tríade da liberdade, da igualdade e da fraternidade, nos fará alcançar a desejada paz e felicidade dos povos, com o triunfo do bem comum.

    No nosso país, estamos hoje diante de um grande desafio, talvez o maior que já tivemos desde a instalação de nossa República. Em razão de gestões corruptas, irresponsáveis e inconsequentes, chegamos à situação de desemprego crescente, falta de serviços públicos aos mais necessitados, violência e, sobretudo, a falta total de honradez aos compromissos assumidos perante o povo brasileiro.

    Diante do realismo desse quadro, precisamos do exemplo de D. Pedro II, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco e Duque de Caxias, entre outros maçons que concretizaram o ideal maior que povoou os sonhos da nossa Independência e da nossa República.

    Senhoras e senhores, a nossa força e vigor aqui já reafirmados farão desta sessão solene um compromisso de luta para que o brasil possa ultrapassar esse momento tão difícil.

    Com sabedoria – repito –, sob a tríade da liberdade, da igualdade e da fraternidade, alcançaremos a desejada paz.

    Aos maçons de ontem, que nos legaram extraordinários exemplos de luta e sacrifícios, as nossas mais sinceras homenagens; aos maçons de hoje, que não fogem à luta, o nosso louvor; aos senhores e às senhoras aqui presentes o nosso agradecimento especial, na certeza de que estaremos sempre juntos pelo bem e para o bem do Brasil.

    Salve o Dia do Maçom! (Palmas.)

    Solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo institucional.

(Procede-se à exibição de vídeo.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – Gostaria de registrar aqui algumas presenças: o Sr. Presidente da Associação Nacional do Ministério Público Militar, Nelson Lacava Filho; o Secretário-Geral da Confederação Maçônica do Brasil, Soberano Irmão Cassiano Lhopes Moreno; o Sr. Venerável Mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Congresso Nacional nº 4.444, Grande Ilustríssimo Guardião Irmão Francisco Gilvando; o Sr. Vereador do Município de São Paulo, Sargento Nantes; o Sr. Representante da Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia, Alexandre Saraiva.

    Neste momento, concedo a palavra ao Sr. Josiel Alcolumbre, que é Conselheiro Federal do Grande Oriente do Brasil e primeiro suplente aqui do nosso Presidente Davi Alcolumbre.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/08/2025 - Página 10