Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Entusiamo com o discurso do Presidente Lula realizado na abertura da 80a. Assembleia Geral da ONU, destacando a relevância dos temas abordados e sua importância para o Brasil e para o mundo.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais, Atividade Política, Atuação do Estado, Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, Desenvolvimento Social e Combate à Fome:
  • Entusiamo com o discurso do Presidente Lula realizado na abertura da 80a. Assembleia Geral da ONU, destacando a relevância dos temas abordados e sua importância para o Brasil e para o mundo.
Publicação
Publicação no DSF de 25/09/2025 - Página 13
Assuntos
Outros > Assuntos Internacionais
Outros > Atividade Política
Outros > Atuação do Estado
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Política Social > Proteção Social > Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Indexação
  • REFERENCIA, SAUDAÇÃO, DISCURSO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), DEFESA, DEMOCRACIA, CONDENAÇÃO, EX-CHEFE, BRASIL, ESTADO, EFICIENCIA, COMBATE, FOME, CRIAÇÃO, POBREZA, PALESTINA, MEIO AMBIENTE, REDUÇÃO, DESMATAMENTO, REALIZAÇÃO, CONFERENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇA DO CLIMA (COP), BELEM (PA), CRITICA, INTERFERENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), VENEZUELA.

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - PE. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, público que nos acompanha pelos serviços de comunicação do Senado e nos segue pelas redes sociais, nós estamos todos ainda hoje impactados positivamente pela potência do discurso do Presidente Lula realizado na abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

    O Brasil, como é tradição desde os primeiros anos da ONU, inaugurou os debates. E que alívio é não precisar mais ouvir um Presidente brasileiro levar para aquela tribuna de importância global temas como a privatização da Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, como chegou a fazer Bolsonaro, para vexame do nosso país, porque nada tinha de mais relevante a falar.

    Que orgulho ouvir um líder de dimensão internacional, com firmeza e altivez de estadista, ser não apenas a voz do Brasil, mas também do Sul Global, da democracia e da humanidade. O Presidente Lula reafirmou o lugar do Brasil no concerto das nações: um país que não se curva, que não se cala, que não se intimida diante das arbitrariedades, um país que defende o multilateralismo, a soberania dos povos, a dignidade humana e os princípios mais caros da civilização.

    Lula mostrou ao mundo que resistimos a ataques sem precedentes à nossa democracia, que julgamos e condenamos um ex-chefe de Estado que tentou subverter a ordem constitucional e, ao fazê-lo, demos um recado claro a todos os aspirantes a autocratas do planeta: não pode haver espaço para golpes, para tutelas, para falsos patriotas. A democracia é inegociável.

    O Presidente do Brasil teve ainda a coragem de denunciar, diante do mundo, o enfraquecimento da ONU frente às políticas de poder e intervenções unilaterais, especialmente praticadas pelos Estados Unidos de Donald Trump, que a tudo assistiu pela transmissão na antessala do plenário geral.

    Lula alertou que o autoritarismo cresce quando a comunidade internacional vacila e conclamou que a tribuna da ONU voltasse a ser um púlpito de esperança, esperança contra a fome, contra a pobreza, contra a desigualdade, que ainda assolam bilhões de pessoas no planeta e que o Brasil tem conseguido vencer, como atesta o reconhecimento de que voltou a sair do Mapa da Fome em 2025.

    Mas ainda há, como lembrou o Presidente, 670 milhões de famintos no planeta, uma chaga contra a qual o Brasil propôs a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada por Lula no G20 e já com o apoio de cem países. É um projeto que nos coloca na liderança moral desse enorme desafio.

    Foi a décima vez na vida que Lula subiu àquela tribuna. No discurso de 15 minutos que fez, foi aplaudido diversas vezes, e de forma calorosa, pelas suas posições, e uma delas, quando foi incisivo na denúncia do massacre perpetrado pelo Governo de Benjamin Netanyahu contra o povo palestino em Gaza. Ele foi categórico ao dizer que nada, absolutamente nada, justificaria o massacre de dezenas de milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças, cujos corpos jazem sob aqueles escombros. Condenou fortemente os atos terroristas que foram praticados pelo Hamas em outubro de 2023, mas reafirmou que nada poderia justificar o que hoje acontece, com a cumplicidade de potências que se omitem diante daquela violência: o desumano uso da fome como arma de guerra. E afirmou que o povo palestino só poderá sobreviver com um Estado independente, reconhecido e integrado à comunidade internacional. Essa posição, coerente com a tradição humanista da nossa diplomacia, nos coloca ao lado da justiça e da paz.

    Em contraposição ao escandaloso negacionismo climático, Lula também foi exaltado quando fez uma defesa enfática do meio ambiente, lembrando que o ano de 2024 foi o mais quente da história e que a COP 30, em Belém, será a COP da verdade. O mundo verá a Amazônia não como um cenário exótico, mas como o centro de uma agenda decisiva para a sobrevivência humana. O Brasil já reduziu pela metade o desmatamento em dois anos e, com o Fundo Florestas Tropicais, para sempre quer premiar os que mantêm suas florestas em pé.

    Suas críticas às tentativas de interferência por parte dos Estados Unidos, à margem do direito internacional, na Venezuela, bem como a absurda classificação de Cuba como um país que patrocina o terrorismo também foram amplamente aplaudidas e bem recebidas pela comunidade internacional. A repercussão no exterior foi imediata e positiva. O jornal britânico The Guardian destacou a defesa apaixonada da democracia brasileira; o The New York Times sublinhou a contundência de Lula, que ao mesmo tempo abriu caminhos ao diálogo; a agência Reuters ressaltou a firmeza com que o Presidente defendeu o devido processo legal e a soberania nacional; a alemã Deutsche Welle apontou a coragem de criticar os excessos de Benjamin Netanyahu e a política arbitrária de sanções. Em uníssono, a imprensa internacional reconheceu: o Brasil voltou a ser uma voz de peso, respeitada, ouvida e necessária.

    O discurso de Lula não foi apenas para o presente, mas também para o futuro. O Presidente do Brasil voltou a reivindicar a reforma da ONU, pediu um Conselho de Segurança mais democrático e defendeu que a ordem internacional seja multipolar e multilateral e não regida pelo jogo da soma zero.

    Em suma, Lula devolveu ao Brasil o papel que sempre foi seu: o de mediador, de pacificador, de articulador global, de gigante global e diplomático. Mostrou que o país venceu a fome para ajudar o mundo a vencê-la; que o país que protege a Amazônia pode ajudar o planeta a enfrentar a crise climática; que o país que defendeu sua democracia pode inspirar outras nações a resistirem ao autoritarismo e às tentações autocráticas de seus líderes políticos. O Brasil voltou a falar alto no e para o mundo. E o mundo voltou a escutar o Brasil graças à liderança altiva e à grandeza de estadista do Presidente Lula.

    Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/09/2025 - Página 13