Pronunciamento de Confúcio Moura em 14/10/2025
Discurso durante a 142ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Celebração ao Dia dos Professores, destacando a importância da educação básica e da alfabetização das crianças na idade certa, bem como a necessidade de valorização dos professores, colocando a educação como prioridade no orçamento da União, na busca de um Brasil melhor. Defesa do Sistema Nacional de Educação e do novo Plano Nacional de Educação como instrumentos de valorização docente e combate às desigualdades.
- Autor
- Confúcio Moura (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
- Nome completo: Confúcio Aires Moura
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Educação Básica:
- Celebração ao Dia dos Professores, destacando a importância da educação básica e da alfabetização das crianças na idade certa, bem como a necessidade de valorização dos professores, colocando a educação como prioridade no orçamento da União, na busca de um Brasil melhor. Defesa do Sistema Nacional de Educação e do novo Plano Nacional de Educação como instrumentos de valorização docente e combate às desigualdades.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/10/2025 - Página 38
- Assunto
- Política Social > Educação > Educação Básica
- Indexação
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- ELOGIO, HOMENAGEM, PROFESSOR, NECESSIDADE, VALORIZAÇÃO, CORPO DOCENTE, PRIORIDADE, ORÇAMENTO, INVESTIMENTO, RECURSOS FINANCEIROS, DEFESA, Sistema Nacional de Educação (SNE), PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE), REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, DESIGUALDADE REGIONAL, CRITICA, PRECARIEDADE, EDUCAÇÃO BASICA.
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - RO. Para discursar.) – Sr. Presidente, Senadores, o meu pronunciamento vai na mesma linha da do Senador Izalci, sobre educação. Eu fiz escrito, e vamos fazer a leitura aqui.
Hoje, celebramos o Dia dos Professores e celebramos, acima de tudo, a esperança, porque cada professor e cada professora são faróis acesos num país que só encontrará o seu verdadeiro destino pela educação.
Nesta manhã, tivemos uma importante sessão especial em homenagem ao Dia do Professor; e, ao longo das falas, dos depoimentos, ficou evidente uma verdade incontestável: sem professor não há futuro. A história de uma nação se escreve pelas mãos dos seus mestres. O que eles ensinam não cabe apenas nos livros: está na formação do caráter da pessoa, do jovem; na construção do pensamento crítico; e na inspiração para o bem comum. Nenhum investimento é mais inteligente, mais estratégico e mais transformador do que aquele feito em educação de qualidade. Nada.
Cada real destinado à escola pública é um tijolo na construção de um Brasil mais justo, mais produtivo, mais humano. Investir o orçamento da União em educação não é gasto, é semeadura. É preparar o terreno para que nossos jovens floresçam com conhecimento, valores e oportunidades. É garantir que o futuro do país seja desenhado não pelo improviso, mas pelo planejamento. O Brasil avança quando entende que educação não é despesa, é destino.
Vivemos um momento decisivo. Estamos consolidando o Sistema Nacional de Educação (SNE), que organiza a cooperação entre União, estados e municípios, garantindo a continuidade, a coerência e a responsabilidade compartilhada. E debatemos, ao mesmo tempo, o novo Plano Nacional de Educação (PNE 2024-2034), que projeta metas ambiciosas para a próxima década, reafirmando o compromisso com a valorização do docente, do professor, com a educação infantil de qualidade e com a redução das desigualdades regionais.
Mas é impossível falar de futuro sem olhar de frente o presente. O jornal O Estado de S. Paulo publicou hoje, dia 14 de outubro, um artigo contundente sobre a tragédia silenciosa da educação básica brasileira – acho que os senhores leram esse artigo aí, quem acessou o jornal O Estado de S. Paulo. Milhões de alunos frequentam a escola, mas não aprendem o mínimo esperado. Esse colapso silencioso e persistente aprofunda desigualdades e compromete o futuro do país, reduzindo a produtividade, a inclusão e a cidadania. A falta de professores, a infraestrutura precária e a descontinuidade das políticas públicas compõem um quadro preocupante, que exige ação imediata e planejamento de longo prazo.
O artigo aponta o que todos nós já sabemos: sem priorizar a educação básica, com valorização do docente, compromisso político real, o Brasil continuará desperdiçando o seu maior potencial: o potencial humano. Por isso, alfabetizar...
Está vendo? Meu discurso é ipsis litteris o do Senador Izalci, né?
... todas as crianças na idade certa deve ser visto como o primeiro e mais decisivo passo para a cidadania. Alfabetizar bem significa libertar, é dar à criança o poder da palavra, o acesso ao pensamento crítico e à vida plena em sociedade. Nenhuma política pública será mais eficaz do que aquela que assegure a cada menino e a cada menina do Brasil o direito de aprender a ler e escrever com compreensão, prazer e dignidade.
É aí que o papel do professor entra – ou da professora –, se revela insubstituível. É ele quem dá vida ao currículo, quem transforma o conteúdo em experiência, quem aproxima o saber da realidade. É o professor quem acende o primeiro brilho no olhar de uma criança e planta as sementes da curiosidade, da sensibilidade e do futuro.
Sem professor, não há futuro; sem valorizar, não há educação de qualidade. O que o Brasil precisa oferecer aos seus mestres não é apenas o aplauso, é respeito, condições de trabalho, salário digno, formação continuada. Um professor valorizado não é apenas um profissional satisfeito, é uma nação inteira de pé, fortalecida na base da sua própria consciência.
O Estadão também destacou histórias inspiradoras, como a Escola Parque dos Sonhos, em Cubatão, que mostram que, mesmo no meio da escassez, a dedicação dos professores e a força das comunidades podem transformar realidades. Esses exemplos provam que a educação floresce quando a escola se torna o coração pulsante da comunidade.
Que este Dia dos Professores seja, portanto, mais do que uma homenagem, seja um compromisso. Um compromisso de fazer a educação a prioridade número um do Orçamento da União, para que não tenhamos surpresas desagradáveis em relação a cortes e investimentos; um compromisso de garantir que nenhuma criança fique fora da escola, que nenhuma escola fique fora do futuro.
O Brasil que sonhamos será construído por professores, com lápis, livros, afeto, coragem. Eles são verdadeiros arquitetos do amanhã, guardiões da esperança, os construtores silenciosos do país que ainda queremos ser. Parabéns aos professores do Brasil!
Neste dia de homenagem, quero dirigir a palavra, em especial, aos professores do meu Estado de Rondônia. Vi de perto o esforço de cada educador, que, mesmo diante de limitações, não desistiu, que transformou salas simples em templos de aprendizado, dificuldades em lições de esperança. Vi escolas que com tão pouco fizeram tanto, que se tornaram faróis de saber, abrigo, afeto para o futuro. Jamais esquecerei o que vi diante de um dos períodos mais duros da nossa história recente: a pandemia. Enquanto o medo e a distância tomavam conta do país, foram os professores que mantiveram acesa a chama da educação. Com criatividade, coragem e ternura, vocês impediram que o isolamento se tornasse um abandono completo, que a crise se tornasse a desistência, que a escola perdesse o seu sentido de humanidade. Nunca me esquecerei daqueles dias, nem de quem os tornou sombrios. Por isso, a todos vocês, mestres e mestras do Estado de Rondônia – estendo ao Brasil –, deixo a minha mais sincera gratidão e o meu compromisso permanente.
Continuarei lutando aqui, no Senado, por uma educação pública forte, valorizada e profundamente humana, porque investir em educação é, acima de tudo, construir um futuro para o Brasil, mas eu gostaria que isso não ficasse só em palavras. Como fez aqui o Izalci, eu acabei e falo, tantos outros falam repetidamente, porque palavras são palavras...
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC) – Inclua-me nas suas palavras, Senador Confúcio.
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - RO) – Pois é. (Risos.)
Está ali o mestre Esperidião, que é outro também defensor, professor, mestre, doutor, Senador... Realmente, é um batalhador incrível. Ele viveu a pandemia conosco aqui numa Comissão. Ele viu a dureza da vida, mas que não fique só em palavras. Que palavras aqui... O Cristovam falou por oito anos, ou melhor, por dezesseis anos aqui a mesma coisa. Muitos outros Senadores repetem a mesma coisa: a Dorinha, lá na Câmara e aqui; o Flávio Arns; o Dário Berger. Quantos Senadores que já saíram, já morreram e falaram tanto em educação, desde o Império. E a gente fica repetindo, repetindo, repetindo, e a coisa não sai do lugar.
A gente tem que estudar, verificar o que está havendo, e tentar replicar essas experiências bem-sucedidas, lá no Ceará, em outros estados, e em alguns municípios isolados no Brasil, para que a gente possa estender uma educação de qualidade para todos.
Meu discurso é este.
Muito obrigado.
Uma boa tarde.