Notas Taquigráficas
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| R | O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA. Fala da Presidência.) - Havendo número regimental, declaro aberta a 22ª Reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, criada pelo Requerimento do Congresso Nacional nº 1, de 2023, para investigar os atos de ação e omissão ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, na sede dos três Poderes da República, em Brasília. A presente reunião destina-se ao depoimento do Sr. Argino Bedin, Requerimento 836, de 2023, convocado na condição de testemunha. Eu quero, antes de iniciar a reunião e convidar o depoente para a mesa, informar a todos que eu pretendo fazer, amanhã, uma reunião fechada com os representantes da Oposição e do Governo. Podemos marcar às 11h, na sede do PDT. E aí eu já vou, aqui, tomando conta das... A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Como Relatora.) - Na Liderança. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Na Liderança do PDT, e eu já vou aqui me arvorando de líder do PDT, abusando da boa vontade do meu querido amigo e Primeiro-Vice-Presidente, Senador Cid Gomes, que, ao longo dos trabalhos desta CPMI, sempre abriu e facultou a todos nós que pudéssemos usar aquele espaço para fazer as reuniões, o que foi de muita utilidade. Nessa reunião, nós discutiremos a convocação de quinta-feira, que está marcada, a convocação do Sr. Beroaldo, e também um acordo de procedimento para a discussão e votação do relatório no dia 17. A gente sabe que a Oposição trará um voto em separado. Então, temos que organizar aqui, já que é o final de uma CPMI, qual será o espaço que será dado a cada uma das partes para fazer a leitura do seu relatório. A Relatora, naturalmente, tem o prazo que ela quiser, mas pretendo dar um... Como? A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Fora do microfone.) - Qual dia? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Dezessete. E, a partir daí, vamos fazer, então, a discussão nesse mesmo dia e a votação do parecer. Então, fica, para amanhã, marcada, às 11h, na Liderança do PDT, esta reunião. Esclarecimento: eu quero dizer que, por decisão do Exmo. Sr. Ministro Dias Toffoli, no Habeas Corpus nº 233... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu já falo. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Fora do microfone.) - É só sobre o assunto... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - No dia 2 de outubro de 2023, foi informada a Comissão no seguinte sentido: [...] defiro parcialmente o pedido de liminar para assegurar ao paciente o direito constitucional ao silêncio, incluído o privilégio contra a autoincriminação, para não responder, querendo, a perguntas potencialmente incriminatórias a ele direcionadas, bem como o direito de ser assistido por seus advogados e de comunicar-se com eles durante sua inquirição, garantindo-se a esses todas as prerrogativas [...] na Lei nº 8.906/94. |
| R | Ressalvo, igualmente, a impossibilidade de o paciente ser submetido a qualquer medida privativa de liberdade ou restritiva de direitos em razão do exercício de tais prerrogativas. A cópia desta decisão serve igualmente como salvo-conduto. Termo de compromisso será lido, naturalmente, quando o relatório... Pois não, Deputado Rogério Correia. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Pela ordem.) - Obrigado, Presidente. É apenas uma informação que eu não entendi: na quinta-feira será o último depoimento? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Sim. A princípio, sim. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - A princípio sim? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Sim. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Não, eu queria apenas insistir com V. Exa., porque o General Braga Netto estava marcado por duas ocasiões. Numa primeira, houve uma troca, que eu acho que foi consensual, onde, ao invés do General Braga Netto, veio o General Heleno. Eu acho que foi muito importante, porque existem aí uma investigação a ser feita de como atuaram membros das Forças Armadas - não o seu conjunto - durante esse processo e muitas denúncias de que eles participaram também desse processo golpista, havendo, inclusive, uma denúncia de Mauro Cid, o Tenente-Coronel Mauro Cid, que - nós vimos - ouvia e participava também dos diálogos que eram feitos entre membros das Forças Armadas. E a denúncia dele é de que houve por parte do ex-Presidente Jair Bolsonaro uma reunião convocada, onde se fizeram tratativas, através de uma minuta de Garantia da Lei e da Ordem, e, portanto, ele fazia uma aferição da possibilidade de um golpe de Estado no Brasil. É a denúncia de Mauro Cid, que, evidentemente, nós estamos procurando comprovar - e também o Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal -, mas é uma denúncia de alguém que participava ou pelo menos escutava o que se conversava próximo do ex-Presidente Jair Bolsonaro. O General Braga Netto foi um que disse claramente a quem queria ouvir que era para que esperassem, que não perdessem a esperança, porque havia... (Soa a campainha.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - ... sem sombra de dúvida, algumas questões que eles conversavam e que poderiam ter uma surpresa ainda, do ponto de vista do resultado eleitoral, insinuando, portanto, a anulação dele. O Braga Netto, então, estava marcado para quinta-feira. A pergunta que faço é: por que, ao invés do Braga Netto, V. Exa. trocou pelo Beroaldo - se foi fruto de algum acordo ou se nós podemos ainda insistir? Eu insisto porque Braga Netto, o General Braga Netto, já tem requerimento aprovado de muito tempo. E, no nosso entendimento, ele tem muito mais a ser investigado do que o caso da Polícia Militar, do Beroaldo, porque nós já ouvimos, inclusive, vários. Então, eu perguntaria a V. Exa. se é possível - agora nós temos uma inovação aí, também na fala, uma voz -, se tem as condições de nós fazermos a inversão e, em sendo o último dia, colocar o General Braga Netto. É a solicitação que faria a V. Exa. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado Rogério Correia, podemos discutir isso amanhã? Obviamente que, nessa reta final, o tempo é exíguo. E eu sei da preocupação de V. Exa., mas também ressalto que, nesta CPMI, eu vejo, muitas vezes, as pessoas mais preocupadas com as suas conveniências do que com, de fato, a investigação, porque, se, de fato, o projeto, o objeto, a preocupação maior fosse fazer uma investigação que abrangesse todas as questões que relacionam-se aos dias 8 de janeiro, nós, certamente, teríamos trazido a Força Nacional. E, por mais que houvesse a insistência obsessiva desta Presidência, nós não conseguimos trazer a Força Nacional, nem aprovar a Força Nacional. Eu vou pedir que seja trazido ao... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, só me permita apenas insistir: o Braga Netto tem requerimento aprovado; a Força Nacional não. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - É, não tem requerimento aprovado, mas aí é que está, não é, Deputado? O problema é justamente não ter esse requerimento aprovado. |
| R | O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Mas, V. Exa. não coloca em votação, porque tem um método... não estou discutindo com V. Exa. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Claro, claro. Eu só quero ressaltar... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Mas para o Braga Netto já existe requerimento. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu só quero ressaltar que a preocupação de V. Exa. está de acordo com o pensamento da sua conveniência política, porque se V. Exa. tivesse essa mesma preocupação no sentido amplo e estrito, V. Exa. estaria defendendo a aprovação da Força Nacional. Com a palavra do Senador Izalci. Em seguida vou chamar o requerimento. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Tem requerimento da Força Nacional, incluindo da Deputada... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então, pronto. Vamos votar. Em votação a Força Nacional. Trago o requerimento da Força Nacional. Vou incluir em pauta agora e vou votar agora o requerimento da Senadora Soraya Thronicke para nós apreciarmos o requerimento de aprovação da Força Nacional. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, peço a V. Exa. que coloque também o do Almirante Garnier e os RIFs do Bolsonaro e Michelle. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. Vou botar só da Força Nacional. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Ah, V. Exa. não pode agir dessa forma... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Posso. Posso. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Não, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não, Senador Izalci. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, não tem deliberativa convocada, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Estou incluindo extrapauta, estou excluindo... Estou incluindo extrapauta. Pois não, Senador Izalci. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF. Pela ordem.) - Da mesma forma que há essa preocupação, é evidente que vários outros atos, atores que não foram chamados aqui, principalmente aqueles que receberam, por exemplo, os alertas, o que eles fizeram com os alertas? Encaminhou para quem? Nós temos aqui, claro... houve quebra de sigilo de vários aqui. Tem o diálogo do Saulo com o Cid, que é fundamental, onde ele declara aqui claramente: "Precisamos agora apresentar aquele material [...] [do] G. Dias". Aí diz assim, outra: "[...] de alguma maneira temos que dizer que ele, que [...] alguém da equipe dele facilitou a entrada dos manifestantes [...] [na reunião]". Esse diálogo foi quebrado e precisava ser apurado. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Como Relatora. Fora do microfone.) - ... vai votar ainda? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA. Fora do microfone.) - Vou botar. Se for aprovado, vou colocar os dois. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - Eu espero que, no relatório da Senadora Eliziane, tudo isso seja colocado. Agora, vamos votar a Força Nacional? Eu acho importante mesmo, a Força Nacional precisa ser votada para a gente verificar, não é? Por que que eles não atuaram, inclusive... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vou colocar a Força Nacional, se for aprovado, eu coloco os outros. Não tem problema. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - O.k. Vamos. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Por favor, Leandro. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Sr. Presidente, só uma questão de ordem. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... para mim. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Pela ordem.) - Não há, não há, a gente pode botar extrapauta, quando tem deliberativa publicada. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vou botar, Deputada. Se a senhora não quiser votar, a senhora vota contra. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Não é essa a questão, a questão é de procedimento legal dentro do Regimento. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - A senhora está com receio de votar, Deputada? A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Nenhum receio. O problema não é esse. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então vamos votar. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - É que nós queremos... É que tem outros requerimentos para aprovar. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos votar. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Os RIFs do Bolsonaro e da Michelle V. Exa. nunca botou. Está aprovado há muito tempo. Garnier o senhor não botou. O ex-Ministro da Defesa o senhor não colocou. Os RIFs da Michelle e do Bolsonaro. Por que nós vamos fazer isso dessa forma? Tem que fazer uma deliberativa convocada para que a gente possa votar o conjunto dos requerimentos, não apenas esse. Isso não é regimental, desculpe, mas não é. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Senadora... O SR. EDUARDO GIRÃO (NOVO - CE) - Sr. Presidente, pela ordem, Sr. Presidente. Pela ordem, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não, Deputado... Senador. O SR. EDUARDO GIRÃO (NOVO - CE. Pela ordem.) - Queria cumprimentá-lo, Presidente Arthur Maia, pela sua firmeza em querer, neste momento, lavar a alma do brasileiro que está nos assistindo e que não entende, até hoje, por que o Comandante da Força Nacional não veio a esta CPMI. O senhor está, com a sua Presidência, neste momento, sendo muito correto, muito austero e buscando realmente a imparcialidade nesta Comissão. Quem não deve não teme. Nós estamos aqui aptos para votar, porque é o desejo de quem quer fazer uma investigação séria, uma apuração correta. E, realmente, a gente já viu vídeos vazados aí na internet de que a Força Nacional estava com mais de 200 homens parados no Ministério da Justiça, enquanto a quebradeira comia solta na Praça dos Três Poderes, nos prédios federais. E nós tivemos aqui... O próprio Senador Sergio Moro colocou, em outras oportunidades, que ele, como Ministro da Justiça, liberou o uso da Força Nacional pra proteger o patrimônio público em momentos delicados dessa nação. Então, não tem nenhuma justificativa para que essa CPMI acabe sem que a gente possa ouvir o Comandante da Força Nacional. Traga quem quiser - Braga Netto, Garnier, quem quiser -, mas traga também o Comandante da Força Nacional pra que a gente possa investigar a omissão do Governo Lula, que parece, a cada dia, cada vez mais clara como o Sol, porque poderia ter evitado a quebradeira, poderia ter evitado aquele fatídico dia, e não evitou, deixou acontecer. As imagens são um defunto na sala também, Deputado Filipe Barros, as imagens que não foram entregues pelo Ministério da Justiça, pelo Ministro Flávio Dino. Depois, ele entrega duas câmeras, enquanto tem mais de duzentas. Ninguém entende os dois pesos e duas medidas. |
| R | O que é que querem esconder do povo brasileiro, que ainda acredita nessa CPMI? Porque ela foi derretendo ao longo dos meses, justamente pela blindagem do Governo, da base do Governo Lula, da tropa de choque do Governo Lula aqui dentro, que sequestrou um instrumento típico da minoria, da oposição, porque CPI ou CPMI sempre foi um instrumento da oposição. E, aqui, a maioria do Governo Lula, que sequer assinou a CPMI, sequestrou esse instrumento, tomou de assalto pra blindar os poderosos no Brasil. Então, o senhor está tendo uma postura corretíssima, eu quero cumprimentá-lo. Quem não deve não teme. E eu faço um apelo à base do Governo Lula aqui nesta Casa: que vote, que vote pela vinda do Comandante da Força Nacional. Muito obrigado, Sr. Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Para questão de ordem.) - Questão de ordem, pelo art. 108, Presidente. "A pauta dos trabalhos das comissões, salvo em caso de urgência, será disponibilizada em meio eletrônico no portal do Senado Federal, com antecedência mínima de 2 (dois) dias [...]". Nós não temos convocação de deliberativa... Ele não está ouvindo, então não tenho como falar. Vou esperar. O senhor não está ouvindo, Presidente. O §1º do art. 108: "A pauta dos trabalhos das comissões, salvo em caso de urgência, será disponibilizada em meio eletrônico no portal do Senado Federal, com antecedência mínima de 2 (dois) dias úteis". Nós não fomos chamados para uma deliberativa; fomos chamados para uma oitiva. Não há sequer deliberativa convocada, não tem pauta explícita. E, quando não tem pauta explícita, V. Exa. adotou um procedimento de que só votaria por acordo, tanto que todas as pautas que não tiveram deliberativa não ocorreram porque não havia acordo. Esse discurso de que nós estamos escondendo a omissão é um discurso que não existe. Nós discutimos várias vezes aqui a questão da Força Nacional e demonstramos por que a Força Nacional, por decisão do Supremo, não foi chamada: por culpa do Governo do Distrito Federal. Houve um pedido do Ministro da Justiça pra isso. Agora, o problema é quem da Força Nacional... Inclusive, a insistência do nome dos bolsonaristas aqui não é Comandante de Força Nacional coisa nenhuma. Ele era de um batalhão e está sendo pinçado segundo a conveniência - aí, sim, é conveniência. Nós ficamos aqui... Eu não faltei a uma sessão da CPMI, por assiduidade e compromisso com a investigação. V. Exa. não pode nos acusar de conveniência. Conveniência é tentar pinçar uma pessoa de um batalhão pra vir aqui falar. Ele não era Comandante da Força Nacional. O requerimento da Deputada Soraya coloca alguém da coordenação da Força Nacional. |
| R | (Soa a campainha.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Este não é. Então, ou nós temos... Nós falamos o seguinte: quem já está votado pode cumprir as deliberações até que haja um acordo. O senhor chamou amanhã uma reunião de acordo, então não faz sentido tentar atropelar a pauta desse jeito. Não tem sentido. O Braga Netto já está aprovado e estava marcado para o dia 5. E fomos surpreendidos com a substituição. Então, eu acho que nós precisamos valorizar essa CPMI, fazer o que nós temos que fazer, fazendo com que os depoimentos da CPMI, de fato, tenham densidade para a investigação e não um discurso de conveniência com uma pessoa de um batalhão que não era comandante da Força Nacional. Então, segundo o art. 108, nós não podemos botar em votação nenhum requerimento nesse formato. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Pela ordem, Presidente. Pela ordem, Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu vou decidir a questão de ordem trazida e vou colocar em votação. Quero responder à Deputada Jandira Feghali que a própria colocação de V. Exa. já me dá razão, porque, como V. Exa. leu, no inciso I do art. 108... no §1º do art. 108, a pauta dos trabalhos das Comissões, salvo em caso de urgência... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Fora do microfone.) - Qual é a urgência? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Urgência é o caso porque nós estamos a duas reuniões de terminar a sessão. Ou fazemos a aprovação hoje... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Tem requerimento de urgência aprovado... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Se não fizermos a aprovação hoje, nós não teremos condição de fazê-lo outra vez. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Não é urgência da sua cabeça, não... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Portanto, a Presidência entende que é urgente e vamos colocar em votação. Qual é o... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Tem que ter requerimento de urgência aprovado. Não é urgência da sua cabeça, não, Presidente... O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Presidente, pela ordem. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Presidente... Presidente, pela ordem. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Não é urgência da sua cabeça, não... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Em votação... O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Presidente, pela ordem... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... o Requerimento nº 1.773, do Sr. Deputado Ramagem, Delegado Ramagem. 2ª PARTE EXTRAPAUTA ITEM 1 REQUERIMENTO Nº 1773, DE 2023 Convoca SANDRO AUGUSTO SALES QUEIROZ, Comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional de Segurança Pública, no dia 8 de janeiro de 2023. Autoria: Deputado Delegado Ramagem A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Cadê o requerimento da Soraya? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Requer que seja submetida à deliberação do Plenário dessa Comissão... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Cadê o requerimento da Soraya? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... Parlamentar Mista de Inquérito a convocação para o depoimento de Sandro Augusto Sales Queiroz, Comandante do Batalhão A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Cadê o requerimento da Soraya, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... de Pronto Emprego da Força Nacional de Segurança Pública, no dia 8 de janeiro de 2023. Para discutir, eu vou dar dois de cada lado. Para discutir, o Senador Rogério Carvalho. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Presidente, a gente tem uma reunião amanhã, Presidente. Use o bom senso, Presidente. A gente tem uma reunião amanhã, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não vai discutir? Alguém quer discutir? (Pausa.) Para discutir, o Senador Esperidião Amin. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Cadê o requerimento da Soraya, Presidente? Cadê o requerimento da Soraya, Presidente? O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não tem... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Tem! O dela, tem. O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - ... será vergonhoso... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - É outro nome, que é da coordenação da Força Nacional. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Com a palavra, o Senador Esperidião Amin, por três minutos. (Soa a campainha.) O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC. Para encaminhar.) - Este momento é o momento mais eloquente desta CPMI. (Palmas.) É o mais eloquente. Isso aí é aquela fábula, se não me engano, de La Fontaine, "o rei está nu". O rei está nu. Não pode chamar o cara da... "Não é urgente", deixa para novembro. Vamos deixar para novembro! Então, eu quero dizer para o senhor o seguinte: o senhor está sendo movido, segundo o me aconselha aqui o Deputado Paulo Magalhães, por um sentimento de vergonha. Vergonha! Ah, nós temos que ter vergonha. E V. Exa. está interpretando o sentimento de vergonha desta CPMI. Não convocar quem estava lá, no pátio, e foi dispersado sem se saber nada, porque as imagens não aparecem, foram silenciadas e foram destruídas. E o fato de ter um contingente no pátio do Ministério da Justiça e Segurança Pública... Não é à toa que a segurança pública vai como vai. E não ser convidado a esclarecer é uma vergonha! Então, V. Exa. está nos poupando dessa vergonha, e eu quero me congratular e indicar o voto favorável a que seja votado. |
| R | O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Sr. Presidente... O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Podemos perder, mas não podemos nos omitir. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Para discutir... Para encaminhar contra, o Deputado... Não, desculpe. Para encaminhar, o Deputado Duarte, por três minutos. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA. Para encaminhar.) - Sr. Presidente, primeiro, eu quero aqui pedir a verificação do quórum... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Perfeito. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - ... e pedir a votação nominal. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, vai chegar a hora da votação e V. Exa. solicita. V. Exa. quer discutir? O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Sim. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Segundo, eu quero aqui destacar que este Coronel nem sequer estava de plantão no dia... O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Fora do microfone.) - Estava, sim. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Fora do microfone.) - Estava. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - ... nem sequer estava de plantão no dia. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O Deputado tem três minutos, e eu peço que a gente respeite o horário, o tempo dele. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Fora do microfone.) - Ele estava lá... O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Você estava lá, Filipe? Você estava lá de plantão? Estava lá acompanhando? É engraçado! Não estava lá e aqui está afirmando que estava de plantão. Não sabe nem informar os fatos reais. Sr. Presidente, aqui, nós... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Fora do microfone.) - Você estava lá? O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Não estava, mas tem provas, tem documentos que demonstram que ele não estava lá, que ele simplesmente sumiu, não estava na Esplanada. Então, não faz sequer razão, motivo de chamar aqui para que ele venha fazer discurso ideológico. Todos sabem da ligação dele com Augusto Nunes, com Bia Kicis, com Alexandre Garcia, Deltan Dallagnol, com Jair Bolsonaro, com Sergio Moro, com Carlos Bolsonaro... Então, aqui, este requerimento, Sr. Presidente, é um requerimento que V. Exa. está colocando, data maxima venia, por conveniência. Essa foi uma reunião que está sendo agendada, que foi agendada, marcada para que seja feita uma oitiva, não é uma reunião deliberativa. V. Exa. aqui, com todos nós, fez um acordo em que os requerimentos só seriam pautados se houvesse acordo entre as partes. Para esse requerimento, não há acordo, há uma ampla divergência. É um requerimento em que está sendo convidado a aqui comparecer quem lá não estava, quem lá não compareceu, que fugiu e não exerceu as suas funções, está claramente comprovado o seu pensamento, a sua ideologia e a tentativa de tirar a credibilidade dessas investigações. É por essa razão, Sr. Presidente, que nós encaminhamos contra esse requerimento, encaminhamos contra esse requerimento... (Soa a campainha.) O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - ... que não foi sequer pautado, um requerimento que não foi debatido. Por todas essas razões, eu peço a V. Exa., pela credibilidade que V. Exa. tem mantido até o dia de hoje, que cumpra as suas diretrizes, que cumpra as regras que V. Exa. mesmo estabeleceu para esta CPMI: que nenhum requerimento seria pautado se não houvesse acordo. Agora, colocar de forma açodada, de forma atropelada um requerimento que tem viés ideológico, para tentar, nos 45 minutos ou após os 45 minutos do segundo tempo, quando o time está tomando goleada - toda a população está vendo quem, de fato, contribuiu para esses atos terroristas -, tentar trazer alguém aqui que não tem nenhum tipo de argumento, nenhum tipo de fundamento, alguém que nem sequer lá compareceu, que fugiu às suas responsabilidades e ao seu dever, Sr. Presidente, é colocar em cheque toda a credibilidade de V. Exa. e dos trabalhos desta CPMI. Eu peço, pelo carinho que tem a V. Exa., pelo respeito que eu tenho a V. Exa., pelo conhecimento jurídico que V. Exa. tem, que cumpra o seu acordo, as suas diretrizes e aquilo que foi combinado com todos os pares desta CPMI. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado Duarte, primeiro, eu quero dizer que V. Exa., para mim, é uma das gratas surpresas desta CPMI. Nos conhecíamos pouco, e aqui ao longo do trabalho eu identifiquei em V. Exa. um Deputado diligente, muito preparado, sensato. V. Exa. falou com muita propriedade que o tempo inteiro tentamos fazer aqui tudo mediante acordo, mas eu não posso, Deputado - e entenda que cada um também tem que defender o seu nome e a sua honra -, eu não posso chegar aqui e ver alguns Deputados do Governo jogarem para cima de mim uma responsabilidade que eu não tenho, Deputado. Eu não tenho. |
| R | Então, eu não gostaria de estar colocando esse requerimento em votação neste momento. Não gostaria. Mas estou sendo obrigado a fazê-lo em defesa do meu nome e em defesa desta CPMI. Portanto, vamos fazer a votação. Quem quiser votar contra, vote, fiquem muito à vontade. (Palmas.) Eu vou passar para discutir à Senadora Soraya Thronicke... (Pausa.) O encaminhamento, Senadora Soraya Thronicke. Depois, mais um. (Pausa.) Não, espere aí. É mais um. A senhora vai encaminhar contra ou a favor? A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Sr. Presidente, eu vou discutir. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, não está em discussão - não está em discussão. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Então vamos lá. Então eu vou encaminhar contra, porque se nós vamos... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então, a senhora vai encaminhar contra. Então, espere aí. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Só um minutinho... Eu vou encaminhar... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Tudo bem. A senhora vai encaminhar contra. Então, para encaminhar a favor, o Deputado Delegado Ramagem e depois V. Exa. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Sr. Presidente! O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Perfeitamente. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Primeiro ele, depois eu? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Exatamente. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA. Pela ordem.) - Sr. Presidente, só uma questão aqui muito importante. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Fora do microfone.) - Questão de quê? O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Não te interessa, Abilio. Senta aí e me escuta, por gentileza. (Intervenções fora do microfone.) O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Sr. Presidente, disse que se ele não estivesse aqui... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Presidente, ou é questão de ordem ou não é questão de ordem! Qual o artigo da questão de ordem? O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Toda vez é esse tumulto atrapalhando, Sr. Presidente! (Tumulto no recinto.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado, V. Exa. já falou. Vamos dar prosseguimento... (Intervenções fora do microfone.) O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Eu gostaria de concluir. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Você já falou. Deixe ele... O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - É no grito? Eu quero só concluir... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, V. Exa. já falou. V. Exa. já falou, Deputado. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - ... a questão... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Com a palavra o Delegado Ramagem. (Intervenções fora do microfone.) O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Então me calaram no grito? Seriam só 30 segundos, Sr. Presidente! O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - É porque V. Exa. já falou. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Trinta segundos! Só trinta segundos! O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deixe o Deputado falar 30 segundos, aqui. Pois não. (Intervenções fora do microfone.) O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Trinta segundos. Querem no grito me calar. Trinta segundos apenas. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Sr. Presidente, quem estava de plantão no dia 8 de janeiro era o Capitão Marcus Vinícius. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Perfeito. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Ele estava presente. A gente aqui está convocando alguém que não estava lá. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Perfeito. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Então é apenas alguém que não tem nenhum tipo de dificuldade. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O.k. Já está dito e já está registrado. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Não faz sentido. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Com a palavra, para encaminhar contrariamente, o Deputado Delegado Ramagem. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Fora do microfone.) - Favoravelmente. O SR. DELEGADO RAMAGEM (PL - RJ. Para encaminhar.) - Favoravelmente, Sr. Presidente. Muito obrigado. Seremos breves aqui. O que fica muito claro aqui comprovado é a disposição do Governo para atrapalhar, para obstruir qualquer que seja a investigação. Quem nós estamos querendo convocar aqui é o policial militar, do Estado Pará, Sandro Augusto de Sales Queiroz. Ele, no 8 de janeiro, era o comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional de Segurança Pública. Então é uma pessoa vital para auxiliar esta CPMI nos nossos trabalhos de investigação, enquanto a Força Nacional de Segurança foi por diversas vezes citadas aqui em diversos procedimentos de como ela estava presente, escondida e não trabalhou e não foi empregada. Houve declaração aqui de policiais militares nesse sentido, inclusive do fotógrafo da Reuters que visualizou a Força Nacional no estacionamento e não trabalhou. Então, nós precisamos da pessoa que era o comandante de Pronto Emprego para nos auxiliar do porquê que a Força Nacional de Segurança não foi empregada, ficou no refeitório do MJ, ficou no salão do MJ, ficou na parte de trás do MJ e não auxiliou a Polícia Militar do Distrito Federal no combate que se teve. Nós sabemos por documentos que havia sete pelotões da Força Nacional que ajudariam a conter esses 4 mil manifestantes e 500 vândalos que tinha ali. Então é extremamente necessária a convocação do comandante da Força Nacional. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Para encaminhar contrariamente, a Senadora Soraya Thronicke. (Pausa.) Senadora Soraya Thronicke. (Soa a campainha.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Para encaminhar.) - Sr. Presidente, o tempo urge nesta CPMI e nós precisamos ser pragmáticos no nosso dia a dia. Se vamos ouvir a Força Nacional, nós temos de ouvir alguém que estava no comando da Força Nacional. O meu requerimento, que é o... (Soa a campainha.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - ... 02.094, de 2023, convoca o Sr. Edson Gondim Silvestre, que foi nomeado com o encargo de substituto de cargo do Diretor da Força Nacional de Segurança Pública da Secretaria Nacional de Segurança Pública e estava atuando como interino no dia 8 de janeiro. Se queremos ouvir a Força Nacional, o representante da Força Nacional, que ouçamos, Sr. Presidente, o Sr. Edson Gondim Silvestre. Portanto, Sr. Presidente, eu sou contra. Se vamos ouvir este nome do Sr. Saulo, seria no segundo momento, mas o primeiro da Força Nacional... (Intervenção fora do microfone.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Sr. Sandro. O primeiro da Força Nacional deve ser o Sr. Edson Gondim. Então, por isso, só por isso... Porque, se o senhor tivesse colocado pra votar o meu requerimento da oitiva do Sr. Edson, eu estaria encaminhando favoravelmente ao Sr. Sandro. Como não, dessa maneira, o encaminhamento é contrário. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Vota os dois, Presidente. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - E depois o que eu peço a V. Exa... Se vamos... Coloque o Edson primeiro, depois aprovamos o Sandro, porque ele era o responsável por tudo, inclusive pelo Sandro, inclusive pelos atos do Sandro. E depois, Sr. Presidente, neste momento de, só pra terminar... Neste momento de acordo ou aparente acordo, nós também pedimos pra que coloque em apreciação o Almirante Garnier, Filipe Martins, os RIFs de Jair Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro e Freire Gomes, por favor. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O.k. Senadora Soraya Thronicke, eu havia dito, por várias vezes, que colocaria esse requerimento e que o nome era o do Sandro. Eu confesso à senhora que eu não sei quem era efetivamente o Comandante da Força Nacional no dia 8 de janeiro, aqui no palácio, na Praça dos Três Poderes. Entretanto, é um tema extremamente polêmico, porque eu já vi várias pessoas dizerem que era o Sandro, várias outras pessoas falarem que era esse que a senhora diz, já vi outros nomes inclusive, etc. Então, faremos o seguinte: eu vou colocar em votação, primeiro, o Sandro. Se o Sandro for aprovado, colocarei o da senhora e não só o da senhora como outros requerimentos. Então, está em votação... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Espere aí. Qual é o número do requerimento? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - A votação será nominal. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Qual é o número do requerimento? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O requerimento que está sendo votado é o 1.773, de autoria do Delegado Ramagem. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Não é nada democrático, Presidente. Se não for aprovado, coloca tudo, os dois. Mas, Presidente... (Intervenções fora do microfone.) O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Vota em bloco, Presidente. Vota em bloco. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Os dois em bloco. (Intervenções fora do microfone.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Força Nacional, em bloco. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos colocar em votação... (Intervenções fora do microfone.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, questão de ordem, art. 95. (Intervenções fora do microfone.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Questão de ordem, Presidente, art. 95. (Intervenções fora do microfone.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Questão de ordem... Presidente, questão de ordem. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu já havia anunciado que vou colocar o 1.773, e é este... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Questão de ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Está em processo de votação; não cabe mais questão de ordem. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Sr. Presidente, questão de ordem. Eu falei antes, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Está em votação. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, eu pedi questão... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - A votação está no painel. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, eu pedi questão de ordem antes. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu peço à Secretaria da Mesa que abra o painel para votação. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Estamos em votação. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, eu pedi questão de ordem. V. Exa. não está sendo razoável com o Plenário. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Peço que abram o painel de votação, por favor. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Já está em votação. (Procede-se à votação.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Eu pedi questão de ordem a V. Exa. antes. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Está em votação, Deputado. Não cabe questão de ordem em votação. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - V. Exa. não está tratando o Plenário - particularmente a mim - com o respeito que merece, Presidente, por favor. O senhor não está tratando o Plenário, Presidente... O SR. GERVÁSIO MAIA (PSB - PB) - Presidente, um esclarecimento, por favor. Presidente... Presidente... Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Está em votação. Vamos... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Foi pedida uma questão de ordem. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não tem questão de ordem em votação. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Antes, ele pediu antes. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então, votação nominal. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - E orientar? Orientação? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Está em votação. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Orientação, Presidente. Orientação, Presidente. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Não tem orientação de bancada, não, Presidente? O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Orientação de bancada, Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Fora do microfone.) - Orientação de bancada, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então, pronto. Orientação de bancada. Um minuto para cada bancada. Eu peço que se abra, mais uma vez, o painel. (Tumulto no recinto.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos abrir aqui. Eu peço que se abra o painel para a gente começar a votação. (Tumulto no recinto.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O que está acontecendo que não se consegue abrir o painel (Fora do microfone.)... E cadê a relação dos... Cadê a relação dos partidos, que não aparece? (Pausa.) Como é? A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Sr. Presidente, orientação de bancada é antes da votação. Não é durante a votação. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Não tem orientação de bancada para votar requerimento. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Tem orientação de bancada, sim, senhor. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Não tem em requerimento. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Tem orientação de bancada. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - A Mesa me informa que não tem orientação por partido na Comissão. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Viu, Deputada Jandira? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então, eu darei um minuto para um Deputado falar a favor e outro falar contra. Um minuto para cada Senador: um Senador falar a favor e um Senador falar contra. Inicialmente, para falar a favor, quem vai falar a favor? O SR. MAGNO MALTA (PL - ES. Fora do microfone.) - Eu e Filipe. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Quem? O SR. MAGNO MALTA (PL - ES. Fora do microfone.) - Eu, eu, eu, eu. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Senador... Não, você fala como Senador. Então, Deputado Filipe Barros, para falar a favor, um minuto. (Soa a campainha.) O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Para encaminhar.) - Sr. Presidente, é de fundamental importância que a gente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Um minuto. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - ... consiga ouvir os representantes da Força Nacional. Se há divergência em relação aos nomes, que a gente traga todos... O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Pode encerrar, Presidente. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - ... os comandantes da Força Nacional aqui. Por que é que o Governo, mais uma vez, está aqui mobilizando Deputados e Senadores para vir para cá negar o requerimento de convocação do Comandante de Pronto Emprego da Força Nacional? Porque o requerimento que nós estamos deliberando é do Comandante de Pronto Emprego da Força Nacional. Portanto, Deputada Jandira, eu sugiro que V. Exa. consulte melhor as suas fontes no Ministério da Justiça, e que a gente traga o Sandro, e que a gente traga outros nomes da Força Nacional, mas a blindagem de vocês em relação à Força Nacional é vergonhosa. Portanto, Sr. Presidente, nós orientamos o voto "sim", para que a gente traga o Comandante de Pronto Emprego da Força Nacional. O SR. PAULO MAGALHÃES (PSD - BA) - Tem que trazer todo mundo. Tem que trazer todo mundo. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Espera aí. Para falar contra, o Deputado Rogério Correia. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Tempo de um minuto. (Soa a campainha.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Para encaminhar.) - Presidente, eu solicitei a V. Exa. um esclarecimento sobre a questão do Braga Netto, porque achava que ele já tinha requerimento aprovado e já tínhamos duas reuniões marcadas com ele. Não sei por que o senhor ficou tão ofendido; não lhe fiz ofensa nenhuma. Realmente, o tratamento... |
| R | O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não. Não é ofensa, Deputado, pelo amor de Deus. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - O tratamento que V. Exa. me deu até agora é de não escutar... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não é ofensa. Não é ofensa. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - ... e colocar em votação de uma forma autoritária, me permita dizer ao senhor, sem que tenha havido qualquer consenso, que era o que o senhor mesmo disse que faria e tentaria amanhã. Então, realmente, não entendi. Agora, em relação à questão da Força Nacional, o requerimento apresentado pela Deputada Soraya coloca, aí, sim, um coordenador da frente nacional. Então, esse requerimento, se V. Exa. fosse colocar da Força Nacional, seria àquele que mais atuava no dia e tinha o papel de coordenação, que é esse Coronel Edson, que foi colocado pela Soraya. Agora, eu peço à V. Exa., já que colocou esse em votação, que coloque outros que a gente vem insistindo há muito tempo. Eu citaria o Almirante Garnier, o Filipe Martins, o Freire Gomes e os RIFs do Bolsonaro e da Michelle. Que V. Exa., então, após essa votação, coloque esses requerimentos em votação, já que abriu uma exceção pra um deles, pra que tenha a mesma - vamos dizer - atitude que o senhor teve agora, que não tenha uma atitude para um lado e atitude para o outro. É o que eu peço a V. Exa. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Como eu havia dito, Deputado Rogério Correia, eu tenho procurado o tempo inteiro garantir o direito de minoria. E eu penso que numa CPMI os requerimentos deveriam, em regra, ser todos aprovados. Mas eu me comprometo com V. Exa. que, caso esse requerimento seja aprovado, eu colocarei em seguida todos esses que V. Exa. solicitou em votação - em seguida. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Pediria a V. Exa. que colocasse... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Para falar a favor, o Senador Izalci. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF. Para encaminhar.) - Presidente, é superimportante... (Soa a campainha.) O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - ... não só a convocação do Sandro, mas principalmente a do chefe geral. Se chamarmos aqui, e tem requerimento pra isso, o Ministro Flávio Dino, que era o chefe, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, responsável pela Força Nacional, que não encaminhou a esta Casa a questão das filmagens, alegando que uma empresa terceirizada teria apagado as imagens, então acho que o Ministro Dino poderia suprir todas essas questões, esclarecendo pra CPMI exatamente o que aconteceu, se ele recebeu as mensagens, os alertas que foram feitos, se ele realmente solicitou e quando solicitou a Força Nacional, a autorização do GDF, por que não foi acionado o Plano Escudo, que não dependente de pedido de ninguém, não caberia ao GDF autorizar o Plano Escudo. Então, eu pediria a V. Exa. que pautasse também o requerimento do Ministro Flávio Dino, Presidente. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - O senhor é Senador, vai poder fazer a sabatina nele lá no Senado. O senhor é Senador, vai fazer a sabatina da indicação dele ao Supremo lá no Senado. Fique tranquilo. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Para falar pelo Senado contra o requerimento, algum Senador quer falar contra? (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, contra. Bom, não tendo, eu vou abrir pra que algum Deputado fale. Vou passar, então, a palavra ao Deputado Duarte. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA. Para encaminhar.) - Sr. Presidente, eu quero aqui apenas sublinhar, apenas destacar... (Soa a campainha.) O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - ... que a estratégia da oposição se dá para fazer recortes para as redes sociais, recortes para grupos de WhatsApp, para desinformar as pessoas. Porque, veja só, mais uma vez, o desespero e talvez o fanatismo do Senador. A admiração pelo trabalho do Ministro Flávio Dino é gritante, porque ele quer dizer que essas imagens, foram elas que causaram a mobilização de centenas de milhares de pessoas saindo das suas cidades, dos seus estados, vindo até Brasília, para que elas pudessem aqui estar e depredar não só o Palácio do Planalto, não só a Câmara dos Deputados, mas aqui também o Senado. E agora, numa tentativa absurda, inócua, que tão somente aqueles que não acreditam na vacina, que são contra a vacina, que acreditam e afirmam, sem qualquer tipo de constrangimento, que a Terra é plana, são apenas essas pessoas que chegam aqui e tentam, a todo custo, trazer um membro da Força Nacional que nem sequer estava presente, que nem sequer estava de plantão, para tentar verbalizar suas mentiras... |
| R | E aqui eu quero dizer, Sr. Presidente, que, se ele aqui vier e ele mentir, ele tem que sair daqui preso pelo crime de falso testemunho. Não pode vir aqui à CPMI reverberar, repercutir mentiras. A lei existe e tem que ser cumprida por todos. Nós não vamos aceitar que venha até aqui para tentar desmoralizar, tirar a credibilidade desta CPMI, mentir aqui a esta Comissão. Se mentir, tem que sair daqui algemado e vai sair daqui preso. (Intervenção fora do microfone.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Encerra, Presidente. Está com 24 já. Pode encerrar. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Bom, está em votação. Como realmente... (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, não, eu vou dar um tempo maior, porque, de fato, foi colocado em votação. Não havia a expectativa de uma votação agora, então nós teremos uma tolerância maior para que os Deputados e Senadores possam acorrer à CPMI para fazer a sua votação. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - A votação é antirregimental. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Quanto tempo, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu peço que tenham paciência para que a gente possa aguardar um quórum maior. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Quanto tempo, Presidente? Cinco minutos? A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Já está um tempão já, Presidente. Já pode encerrar. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Um tempo maior. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Pode encerrar. Está fazendo conta. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Sr. Presidente, quanto tempo? Um minuto? A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Fora do microfone.) - Já pode encerrar? A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Ele não vai encerrar. Está fazendo conta. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Presidente, a gente tem uma testemunha esperando, Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Não pode. Pode encerrar. Está parado há um tempão já. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Presidente, encerra, Presidente. Tem uma testemunha esperando. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Não pode esperar. Está fazendo conta? O SR. PAULO MAGALHÃES (PSD - BA) - Presidente, o resultado. Vamos para o resultado, Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Pode encerrar, Presidente. Pode encerrar. O SR. PAULO MAGALHÃES (PSD - BA) - A tolerância já está muito grande. (Intervenções fora do microfone.) O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Tique-taque, tique-taque, tique-taque. O SR. PAULO MAGALHÃES (PSD - BA) - Encerrado. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Fora do microfone.) - Encerra, Presidente. Está fazendo conta? O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Encerra. (Risos.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Fora do microfone.) - Ele está fazendo conta. Ele está fazendo conta. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Presidente, pela ordem, Presidente. Pela ordem. Pela ordem, pode ser? Pela ordem. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Fora do microfone.) - Pode encerrar? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA. Fora do microfone.) - Pode encerrar. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Fora do microfone.) - Encerra, então. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Bom, então pode encerrar a votação. Então, está encerrada a votação. (Intervenções fora do microfone.) O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Fora do microfone.) - É a prova de que vocês são culpados, irmãos. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Está encerrada a votação. Vamos para a apuração. (Procede-se à apuração.) O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - Chora, Abilio! Chora! Chora, Abilio! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - São 14 votos pela rejeição; 10 votos pela aprovação. O requerimento está rejeitado. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, eu peço que coloque os outros requerimentos em votação. Os requerimentos que eu solicitei a V. Exa., dos generais. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - V. Exa. ouviu o que eu disse. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - V. Exa. está protegendo quem? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - A minoria. Estou protegendo a minoria, o que é um papel da Presidência, se V. Exa. não entende a alma do Parlamento. Eu estou protegendo a minoria, o que é digno, Deputado. |
| R | Está aqui na minha frente uma Deputada que eu não me canso de dizer o quanto eu admiro, que é a Deputada Jandira Feghali, que sempre esteve em um partido muito digno, muito honrado, que é o PCdoB, mas que sempre foi respeitado, apesar de ser minoria. E sempre teve uma voz alta, porque respeitar a minoria, Deputado Rogério Correia, é a alma do Parlamento. Então eu estou aqui, de fato, respeitando a minoria. Eu não posso admitir que sejam aprovados apenas os requerimentos que deseja a maioria, porque senão nós perdemos o cerne da nossa investigação. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Presidente... Ô, Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu solicito que seja... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Fora do microfone.) - O Plenário é soberano... O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Pela ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... trazido... O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Por favor, Presidente. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Pela ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... à mesa... O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Pela ordem, Presidente. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Presidente, um minuto. Presidente, por favor. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... o depoente, o Sr. Argino Bedin. (Tumulto no recinto.) O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Pela ordem, Presidente. (Pausa.) Pela ordem, Presidente. (Pausa.) Pela ordem, Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Presidente, Presidente, pela ordem. Esse comportamento não dá. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Pela ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos parar. Deputado Abilio, por favor, por favor, vamos manter a ordem. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Pode sentar, pode sentar, Abilio. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu peço a todos que mantenhamos a ordem. Vamos, peço a todos que mantenham a ordem. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Pela ordem, Presidente. (Soa a campainha.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Isso é pirotecnia. Vai sentar, vai. Perdeu, senta quieto. (Tumulto no recinto.) (Pausa.) O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Pela ordem, Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Perdeu, senta e chora, mas perde e fica quieto. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Presidente, pela ordem, Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Respeite a maioria do Plenário. (Intervenções fora do microfone.) O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Presidente, pela ordem. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Desculpe, o Senador Marcos do Val já está pedindo pela ordem há um bom tempo. Desculpe, Senador. Vou conceder, pela ordem, ao Senador Marcos do Val. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES. Pela ordem.) - Não, eu agradeço aqui a fala. Fica muito clara, para todos, a questão do medo do Governo, como eu já dizia desde lá de janeiro. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Isso não é pela ordem, isso é discussão. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - Eu queria só dar uma lida aqui num... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Isso não é pela ordem. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - ... trecho que está dizendo o seguinte. O trecho diz o seguinte: "Além de todas as forças federais disponíveis em Brasília e da atuação constitucional do Governo do Distrito Federal, teremos nos próximos dias o auxílio da Força Nacional. Assinei agora Portaria autorizando a atuação, em face de ameaças veiculadas contra a democracia", Ministro Flávio Dino, dia 7 de janeiro de 2023. Então, eu também aqui derrubo várias narrativas. (Soa a campainha.) O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES) - E fica claro, para nós, o medo do Governo de chegar até a verdade. Eu já cheguei até a verdade, e, para mim, não há novidade nenhuma desse desespero do Governo de não chamar ninguém aqui. Obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Obviamente V. Exa. não fez uma questão de ordem e me obriga a dar mais três minutos à Deputada Jandira Feghali, para que também faça a defesa do ponto de vista do Governo. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Pela ordem.) - Presidente, é incrível que pessoas que nem membros da CPI são resolvam aqui fazer o discurso de defesa da democracia. Não está na CPI, não é por acaso. Não é por acaso. E está aqui fazendo discurso. Está cheio de investigado aqui fazendo discurso pela democracia, em defesa da sociedade. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES. Fora do microfone.) - Não estou, não. Eu não estou, não. Eu não estou, não. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Eu não estou falando, eu não citei o nome de ninguém. O SR. MARCOS DO VAL (PODEMOS - ES. Fora do microfone.) - Não fale do que não sabe. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Eu não citei o nome de ninguém. O que eu estou dizendo é que esta CPMI está cheia de investigado. (Intervenção fora do microfone.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - E a gente ainda está aqui... (Soa a campainha.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - E a gente está aqui tendo que ouvir asneiras, absurdos, porque aqui... Eu quero que alguém prove aqui a assiduidade que nós temos. E, na investigação, nós aprovamos um plano de trabalho. E esse plano de trabalho precisa ser cumprido. Quando as investigações apontam membros das Forças Armadas articulados com o golpe, esta CPI teria a obrigação de ouvir, porque o dia 8 já está mais do que claro que aconteceu. O que nós precisamos investigar é quem foram os comandantes de Forças Armadas que tentaram entrar no golpe. Esses deveriam estar aqui, general, almirante, ex-Ministro da Defesa. E está cheio de requerimento aí. |
| R | Isso é um processo de investigação concreto, não é para fazer pirotecnia aqui, para tentar dizer que o Governo Lula deu o golpe nele mesmo. Isso é ridículo! (Intervenções fora do microfone.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Essa tese não chega na esquina! Essa tese não chega na esquina! E aí fica esse discurso para nublar - ou é pauta de costume ou é esse discurso da omissão do Governo Lula -, para nublar as denúncias de corrupção, a indução do golpe pelo Sr. Bolsonaro... (Soa a campainha.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - e sua trupe, que é mais uma associação criminosa! É isso que nós tínhamos que estar investigando aqui, ao invés de ficar fazendo discurso de que nós estamos tentando esconder algo. Nós não estamos escondendo nada! Vocês é que estão tentando esconder o golpe induzido pelo Bolsonaro, que é o mandante maior desse golpe, junto com alguns dos seus comandantes e dos seus seguidores, que eram mais uma associação criminosa do que um núcleo de Governo! Por isso, não é correto falar de conveniência! Conveniência é tentar trazer um cara da Força Nacional, que nem comandante é, só porque ele é um bolsonarista de quatro costados, para fazer o discurso que eles querem! Isso não é investigar, nem é trazer a Força Nacional. Obrigada, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Deputada. Sr. Argino Bedin, V. Sa. está aqui na condição de testemunha, em que pese a decisão do Exmo. Sr. Ministro Toffoli, que o permite ficar calado em qualquer assunto que possa, eventualmente, incriminá-lo. Eu vou fazer a leitura do termo de compromisso para o senhor prestar o juramento. Em seguida, vamos iniciar a arguição. V. Sa. promete, quanto aos fatos de que tenha conhecimento na qualidade de testemunha, sob palavra de honra, nos termos do art. 203 do Código de Processo Penal, dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado? O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Sim, senhor. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado. A partir deste momento, V. Sa. está sujeito ao compromisso de dizer a verdade, quanto aos fatos de que tenha conhecimento, na qualidade de testemunha, nos termos do art. 203 do Código de Processo Penal. Nesta oportunidade, esclareço que o art. 4º, inciso II da Lei 1.579, de 1952, estabelece que fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou intérprete, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito, constitui crime punível com pena de reclusão de dois a quatro anos de multa. Quero informar ao senhor e aos seus advogados que nós temos aqui um procedimento que consiste na seguinte sequência. Inicialmente, a palavra será passada à Sra. Relatora, a Senadora Eliziane Gama, que poderá fazer a inquirição pelo tempo que julgar necessário. Perdão. Inicialmente, o senhor terá 15 minutos, se quiser, para fazer as suas considerações. Em seguida, nós passaremos a palavra - aí sim - para a Sra. Relatora Eliziane Gama, que poderá inquiri-lo pelo tempo que julgar necessário. Depois da fala da Relatora e das suas respostas, de acordo com a lista de inscrição, nós passaremos a palavra aos Srs. Parlamentares, que terão, cada um, dez minutos. Nesses dez minutos, caso façam alguma pergunta ao senhor e o senhor responder, esse tempo contará no tempo do Parlamentar, de sorte que o Parlamentar pode interrompê-lo se julgar que está satisfeito com a resposta que o senhor já deu. Então, há alguma dúvida em relação ao procedimento? (Pausa.) Não? Tudo bem. Então, inicialmente, eu passo a palavra... O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Presidente, eu tenho uma dúvida. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE. Pela ordem.) - O autor do requerimento não fala primeiro? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Fala, mas isso está na lista de inscrição. A lista já vem encabeçada pelos autores do requerimento. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Eu não me inscrevi, por isso que... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não. Se o senhor é autor do requerimento, o senhor já está inscrito. Não precisa. Eu passo, então, a palavra ao Sr. Argino Bedin pelo tempo de 15 minutos. O SR. ARGINO BEDIN - Eu vou dispensar o tempo a mim cedido. Pode continuar. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado. Então, passo a palavra à Sra. Relatora Eliziane Gama. |
| R | A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Presidente, Sr. Argino Bedin, lhe cumprimento, como também cumprimento a sua defesa. Sr. Argino, na verdade, esta Comissão é uma Comissão que investiga os atos do 8 de janeiro e, no nosso plano de trabalho, nós elencamos algumas linhas de atuação. E numa das linhas de atuação que nós elencamos está a busca pelos financiadores do ato do 8 de janeiro, precisamente, os que irrigaram, os que investiram para fazer existir o acampamento em frente ao Quartel do Exército aqui em Brasília, o que, de lá, pelas investigações que nós fizemos até o presente momento, resultou nos atos de fechamento de rodovias, eu diria não apenas de rodovias, mas no ato do dia 12 de dezembro e também no ato do dia 24 de dezembro. E eu quero até, inicialmente, Sr. Bedin, dizer ao senhor, o senhor que é considerado uma referência em relação ao agronegócio no Brasil, que o senhor está aqui não na condição de produtor, de empresário, de produtor agrícola, ou nem mesmo como, e aí nós acompanhamos pelas redes, como cantor, como produtor, porque o senhor também atua nesta área, mas o senhor está aqui como um militante político do bolsonarismo, porque versa sobre o senhor também essa investigação no âmbito desta Comissão e também no dos inquéritos que estão em curso pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal. E faço essa ressalva em nome do meu respeito pelos produtores agrícolas de todo o Brasil, pelo agronegócio de todo o Brasil. Inicio, Sr. Bedin. Nós recebemos aqui nesta Casa um relatório da Abin, que é a Agência Brasileira de Inteligência, que encaminhou a esta Comissão, através de uma solicitação nossa, um relatório que apontou, na verdade, todo o andamento e citando nomes e empresários que, de certa forma, investiram e, portanto, financiaram o ato do 8 de janeiro. E nesse relatório da Abin que foi produzido sobre esse movimento que questionava o processo eleitoral e, claramente, contestava o resultado das eleições de 2022, a Abin registrou, por exemplo, o bloqueio de rodovias em todo o Brasil e envio de comboios e de caminhões para Brasília logo após o resultado das eleições de 2022. Esse relatório da Abin aponta 272 caminhões que foram direcionados para cá, dos quais, dos 272 caminhões, 72 caminhões vieram da cidade de Sorriso, da sua cidade, uma cidade, relativamente, de médio ou pequeno porte, eu diria, uma cidade de apenas 70 mil habitantes, mas que de lá vieram 72 caminhões para o acampamento. Eu queria que o senhor me informasse aqui quantos caminhões do senhor e de seus familiares foram enviados para o acampamento aqui do 8 é de janeiro. O senhor pode responder? O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Eu vou exercer o meu direito de permanecer calado. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - E, em relação aos bloqueios das rodovias, não apenas lá na cidade de Sorriso, mas em outras cidades, a gente viu, claramente, a presença de vários caminhões bloqueando essas rodovias. |
| R | Havia a presença de caminhões seus e de seus familiares em relação a esses bloqueios? O SR. ARGINO BEDIN - Vou exercer o meu direito de permanecer calado. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Sr. Bedin, eu vou, então, fazer só mais uma pergunta aqui para o senhor, de forma até clara. O senhor não vai responder a nenhuma das perguntas? Vai sempre ficar exercendo o seu direito ao silêncio? O SR. ARGINO BEDIN - Vou permanecer em silêncio. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Tá. Então, em função do seu silêncio, até para poupá-lo de estar toda hora respondendo à mesma pergunta, eu vou, Presidente, a exemplo dos outros depoimentos que nós já fizemos aqui, eu vou fazer uma exposição das perguntas que eu faria ao Sr. Bedin e que, na verdade, deveriam ser esclarecidas aqui nesta Comissão. Veja, num levantamento da Abin, da quantidade de caminhões que vieram de sua família e do senhor, diretamente, para cá, ao todo, dos 72 veículos da cidade de Sorriso, 16 eram direcionados... De um total de caminhões, 16 eram de sua família. Precisamente, cinco caminhões eram do Sr. Argino Bedin e mais onze caminhões identificados referentes a vários outros integrantes, na verdade, de sua família, dentre eles, aí, filhos, enfim, e outros parentes. Nós acompanhamos, logo após o resultado da eleição de 2022, Senadora Soraya, uma série de ataques Brasil afora, fechamento de rodovias, tentativa de derrubada de torres de transmissão... (Soa a campainha.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - ... e várias outras manifestações em várias regiões do Brasil. Eu queria até pedir que a assessoria soltasse esse vídeo aí, que é uma situação, de fato, muito grave e deprimente, porque, de forma muito clara, obstrui, retira um direito constitucional, que é o direito de ir e vir, e, ao mesmo tempo, também traz prejuízos gravíssimos em todas as suas vertentes do ponto de vista econômico, do ponto de vista humanitário, da defesa, de fato, das pessoas. Cadê o vídeo? Eu queria que vocês... Pode colocar o vídeo. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Tem o vídeo, mas não... Está o som, mas não tá o vídeo, né? Na verdade, nós temos... Eu queria que você... Vai chegar. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Vejam aí. Tem que voltar e ir até o final... Vejam, esse é um dos vídeos onde mostra... Está tendo um eco da minha voz aqui. Esse é um dos vídeos, que mostra exatamente o desespero, inclusive, de uma família que estava trazendo... Está um eco, Presidente. Alguém do som pode nos ajudar? Porque... São duas Elizianes. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Uma Eliziane incomoda muita gente. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Imaginem duas! Incomodam muito mais. Então, esse vídeo, na verdade, mostra o desespero... Passe o vídeo aí. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Aumentem o som. |
| R | Olha, aí, na verdade, é uma... porque o som está um pouco ruim, mas é uma família que está desesperada, trazendo a filha, uma criança, para... (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Olha, o pai tenta negociar com o manifestante, mas não consegue passar. E a cirurgia da criança, Jandira, que estava com o olho perfurado, não ocorreu. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Olha o desespero ali, pedindo, implorando. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Pronto. Pode tirar o vídeo. Esse é um vídeo da família desesperada para poder levar a filha para Mato Grosso, saindo, na verdade, naquela rodovia para Cuiabá, ali em Mato Grosso, para fazer a cirurgia. E, infelizmente, a cirurgia foi cancelada por conta dessas manifestações. Veja, você fazer manifestação, fazer às vezes até algumas obstruções é até comum. Agora, você impedir que ambulância e que pessoas que estão numa situação de fato grave de vida possam ser impedidas de transitar larga de ser manifestação e passa a ser um ato desumano, um ato criminoso. E não é exagero dizer que foi o que a gente percebeu nesses dois meses: atos realmente terroristas. Veja, nós tivemos acesso a uma série de alertas e relatórios que foram emitidos pela Abin sobre esses bloqueios em rodovias de todo o Brasil. No dia 5 de novembro, a Abin faz um alerta de que 180 caminhões originados da cidade de Sorriso já estavam se direcionando para Brasília. No dia 19 de novembro, houve tentativa de explosão da BR-174 em Comodoro, em Mato Grosso, com a intenção de danificar a rodovia, destruindo um duto que passa sob o trecho. Ainda nesse mesmo dia, no dia 19, em Lucas do Rio Verde, cidade vizinha de Sorriso, um grupo atacou a base de uma concessionária e ateou fogo com gasolina - deixa esse vídeo logo aí, no ponto. Uma ambulância e um guincho da concessionária foram queimados. Foram utilizados armas longas e coquetéis Molotov. É isso que é uma coisa muito impressionante, porque, nessas manifestações, eles usavam armas, inclusive com esses equipamentos que são utilizados pelas forças militares, especialmente pela Polícia Militar, em caso de dispersão, que são os coquetéis Molotov. Só para aí o vídeo, só um minutinho, enquanto eu finalizo aqui essa fala. Em 21 de novembro, foram relatados novos métodos de interdição: despejo de cargas na pista, utilização de terra e madeira, danificando veículos, e furos em pneus. No dia 23 de novembro, três pessoas foram presas, acusadas de furtar pneus e atear fogos, obstruir o trânsito na BR-163, além de trocar tiros com a polícia em Nova Mutum, a 150km de Sorriso. Um dos presos, Vilso Brancalione, é delegado da Aprosoja; integra, na verdade, a Aprosoja em Mato Grosso. E aí, portanto, vários desses acontecimentos, vários desses atos ocorreram na região próxima da fazenda, que é de propriedade do Sr. Bedin e também da Fazenda Lagoa Vermelha e outras, todas localizadas na BR-163. |
| R | Eu quero primeiramente mostrar esse vídeo, gente, olha o absurdo dessas imagens aqui. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Dizer que isso é manifestação, isso não é manifestação. Como a Jandira lembra, é um ato criminoso. Vejam, as pessoas saindo da caminhonete ali, olha, armas em punho, armas de grosso calibre. Vejam, em frente a uma concessionária. Vejam, segue mais aí. Isso aí, logo depois do resultado das eleições, da virada do resultado das eleições, começaram manifestações no Brasil inteiro e olhem só, o que que ocorre: veículos sendo queimados. Gente, é um absurdo essas imagens. Eles entram na concessionária. Olhem o que eles vão fazer em relação aos equipamentos. Vejam, atiram nos equipamentos, nos computadores. Isso eu vou mostrar exatamente onde ocorreu. Foi em Mato Grosso, próximo de Sorriso. Agora vejam, coloca pra mim a imagem, a mesma imagem. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Agora coloca pra mim a imagem da distância. Isso tudo em Sorriso. Sorriso, os manifestantes que vieram de lá pra cá, foi uma quantidade de fato muito maior. Olha, a manifestação ocorreu aqui ó, mais embaixo e em uma distância... Vejam só, aqui embaixo foi onde ocorreu a manifestação e ali embaixo é a fazenda de propriedade do Sr. Bedin, tudo, na verdade, no entorno, no entorno. E esses criminosos, que eu não vou chamar de manifestante, eles estavam aí a poucos quilômetros de distância, de fato, apenas seis quilômetros de distância dessas fazendas. Ou seja, manifestantes... Manifestantes, não - quero fazer uma ressalva -, criminosos encapuzados com armas em punho. E um dos que foram presos, um dos que foram presos era integrante da Aprosoja, que é exatamente a Associação dos Produtores de Soja e milho do Mato Grosso do Sul. Pessoas dessa associação estavam, na verdade, diretamente ligadas ao famoso Movimento Brasil Verde Amarelo. O Movimento Brasil Verde Amarelo, que integra e que reúne em torno desse movimento várias outras entidades, várias associações, vários órgãos que estavam concentrados aqui, no acampamento do 8 de janeiro. E em um desses manifestos do Movimento Brasil Verde Amarelo, que eles, na verdade, apresentam, eles dizem o seguinte: "As bases produtoras do agro, através do Movimento Brasil Verde Amarelo [...] 'Eu autorizo Presidente' - faça o que for preciso, pela garantia da verdadeira democracia, e viabilize junto aos demais Poderes constituídos, a implantação de urnas eletrônicas com voto impresso e auditável, ainda para as eleições de 2022". Esse manifesto foi, antes das eleições de 2022, um movimento onde claramente já se incentivava atos antidemocráticos e o questionamento do processo eleitoral. Esse, na verdade, era o manifesto conduzido pelo Movimento Brasil Verde Amarelo, que, dentre esses outros órgãos, tinha a Aprosoja, à qual o grupo Bedin é associado, não é? Então... (Intervenção fora do microfone.) |
| R | A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - É, exatamente. É associado. Então, veja bem, nós temos aí... Eu teria aqui, na verdade, várias perguntas a fazer, porque o Movimento Verde Amarelo recebeu dinheiro, e não foi pouco dinheiro. Ou seja, todas essas manifestações que ocorreram eram subsidiadas, elas eram... tinha, na verdade, recursos que asseguravam a ela esse tipo de manifestação e esse tipo, de fato, de atitudes, não é? Eu vou colocar aqui, por exemplo, um outro ponto que é muito importante. Em decorrência, por exemplo, dos bloqueios, houve relatos de que, nos aeroportos, por exemplo, nos aeroportos de Sinop, em Mato Grosso, e também de Alta Floresta, houve falta de querosene, ou seja, os caminhões não puderam transportar o combustível. Para além do desabastecimento que ocorre, tiveram uma relação direta com os aeroportos, de fato, de todo o Brasil. Em cidades como, por exemplo, Tangará da Serra, em Mato Grosso, foi decretada situação de emergência por causa da escassez de combustível e em razão dos vários bloqueios. Em Nova Mutum, houve troca de tiros entre policiais e manifestantes. Esses atos afetaram a vida, naturalmente, de milhares de pessoas, causando graves prejuízos e, naturalmente, trazendo possibilidades e contribuindo até pra pessoas que podem ter vindo a óbito pela falta de assistência e pela falta de atendimento. E eu gostaria muito de ouvir - e o seu Bedin não vai responder, porque já decidiu - qual é o tipo de razoabilidade que existe nesse tipo de manifestação. Por que tolerar esse tipo de manifestação? Por que integrar uma entidade, um movimento, na verdade, que claramente faz manifestações antidemocráticas e incentiva, na verdade, essas manifestações antidemocráticas? Presidente, pra não ser longa aqui na minha exposição, porque eu teria aqui vários pontos - não é? -, uma outra situação. O Sr. Galvan... Membros do movimento são apontados como líderes de bloqueios rodoviários e financiadores dos atos do 8 de janeiro, e um deles é o Sr. Galvan, que é investigado desde 2019, sob suspeita de apoiar golpe de estado, o Sr. Galvan, que também integrava o Movimento Verde Amarelo - que, por consequência também, participava do Verde Amarelo a Aprosoja. E, na Aprosoja, nós temos aí vários empresários filiados, dentre eles aí o grupo Bedin. Veja, o Antonio Galvan, além de envolvido no Movimento Brasil Verde Amarelo, é Presidente da Aprosoja - é bom lembrar isso, não é? A Aprosoja teve R$20 milhões bloqueados pelo Supremo Tribunal Federal na véspera das manifestações, ainda um pouco lá atrás, em 2021, por suspeita de organizar e financiar protesto de cunho golpista. O golpismo da Aprosoja continuou até o dia 8 de janeiro, passando pelo envolvimento de envio de caminhões a Brasília, bloqueio de rodovias e também o 8 de janeiro. Essa afirmação aqui não é minha, essa afirmação é do relatório da Abin, da Agência Brasileira de Inteligência, não é? E, veja, nessas várias manifestações - eu quero, inclusive, aqui fazer um recorte -, nessas várias manifestações... Pega o vídeo aí dos integrantes da Polícia Rodoviária Federal. |
| R | Enquanto havia essas várias manifestações, olha o que faziam os agentes da Polícia Rodoviária Federal - a Polícia Rodoviária Federal do Sr. Silvinei, que está preso. Olha o que ele dizia. Bota aí o áudio para a gente ouvir. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - A única voz que nós temos é para estar aqui com vocês... ordem que nós temos é para estar aqui com vocês. "A única ordem que nós temos é para estar aqui com vocês". Agora eu quero fazer aqui um recorte sobre o Silvinei, Jandira. Veja, a gente recebeu aqui conversas do Silvinei. O Silvinei, o mesmo Silvinei que abriu uma licitação com a Combat Armor... A mesma empresa americana com sede nos Estados Unidos... um dos seus membros estava lá no 8 de janeiro, no 6 de janeiro, no Capitólio. Essa empresa americana vem para o Brasil, abre uma filial aqui no Brasil. Essa filial aqui no Brasil, ela inicia com capital inicial de R$1 milhão. No prazo de dois anos, ela sai de R$1 milhão para um capital de R$30 milhões. Essa mesma empresa negocia só com a Polícia Rodoviária Federal, fez uma venda, participou e teve um contrato da ordem de R$47 milhões com a Polícia Rodoviária Federal brasileira para comercialização de veículos blindados que foram entregues sem as especificidades técnicas que constavam no edital de licitação. Aí, o que acontece? O que o Silvinei Vasques faz? Ainda no mês de novembro do ano passado, ele inicia uma série de conversas, na verdade, com o Presidente, com o representante desta Combat Armor no Brasil. A documentação que a gente conseguiu abrir hoje apenas, porque é um volume muito grande, Presidente, de informações que chegam. E aí o senhor é muito prudente, ele nos dá aí duas semanas para finalizar a entrega do relatório, porque a gente precisa compilar esses vários dados. A gente, todo dia, consegue abrir um novo documento, e eu acredito que nessas duas semanas nós vamos correr de fato para entregar. Aí, olha como é que o Vasques está conversando com o Presidente da Combat Armor. O Vasques, diretor desses mesmos... o Silvinei Vasques... o Silvinei Vasques, o Silvinei, o mesmo comandante desse agente que disse que a única ordem que ele tinha era para estar com esses manifestantes que obstruíram as rodovias. Aí, o Silvinei diz assim para o Presidente da Combat Armor no Brasil: "Amigo, boa noite, quarta você estará na fábrica?". Aí, ele diz "sim". Aí, ele continua, o Maurício, da Combat Armor: "Se precisar de hotel, eu faço a reserva pra você". Aí, o Silvinei fala: "Vou ver as passagens e te aviso". Aí, continua: "Então reserve, por favor, para mim um período da quarta, no hotel, para te visitar". Aí, o Maurício continua: "Se quiser que eu veja, me passa o dia, o nome completo, que eu faço a reserva por aqui. Se for ficar de um dia para o outro, eu faço a reserva no hotel também". Isso é uma conversa deles dois, não é? Aí, na sequência, o Silvinei pega e passa pra esse mesmo Maurício, diz assim: "Olha, está aqui o nome". Ele manda o nome do Brigadeiro Antonio Ramirez Lorenzo. O Lorenzo é Secretário-Executivo, naquele momento, do Ministério da Justiça. Este Brigadeiro, então, recebe o Maurício, então, da Combat Armor, encaminha a compra de uma passagem para este Brigadeiro, para quem o Silvinei pede. |
| R | Aí o dono da Combat Armor, o Maurício, diz o seguinte: "Compra pra quando? Ele pode vir amanhã? Ou seria saindo sexta cedo e voltando na sexta à noite? Vê com ele o que ele prefere e qual o destino? Ele vem de Brasília e volta pra Brasília?". Aí o Silvinei: "Sim, vindo sexta cedo e voltando sexta novamente. Origem e retorno de Brasília". Isso aqui eram conversas de viagens de Brasília pra São Paulo, Rio... Quer dizer, era uma conversa... Olha a conversa nem um pouco republicana de um Diretor da Polícia Rodoviária Federal com o dono da Combat Armor, a mesma empresa que faz uma negociação de R$47 milhões. Aí veja só, veja só... Um pouquinho mais aqui, tem uma conversa do Silvinei, e aí o Silvinei faz insistências com o Presidente, o ex-Presidente Bolsonaro. Ele passa uma mensagem pro ex-Presidente Bolsonaro e diz: Bom dia, Presidente [bota um BR, inclusive, bem grande]. Parabéns pela palestra. O Senhor Maurício da Combat Armor [...] liga diariamente. Ele quer dar um abraço no Senhor. Sempre muito preocupado com sua segurança. Perguntou se possível recebê-lo por breves minutos [aí aqui ele já pede uma conversa para Miami, nos Estados Unidos] no dia 03/02 em Miami, na data que ocorrerá [...] o evento [...]. Ele é um grande líder empresarial e Mórmon no Brasil e nos EUA. Obrigado e forte abraço ao Senhor!!! Nessa aqui, já é o Silvinei pedindo ao ex-Presidente Bolsonaro, que estaria nos Estados Unidos, solicitando a ele que pudesse, na verdade, ter um encontro com o Maurício, da Combat Armor. Seria normal se o dono desta empresa não fosse o mesmo que tivesse feito uma negociação de R$47 milhões com a Polícia Rodoviária Federal e entregado o veículo fora das especificidades que estavam no edital de licitação. E é bom lembrar que, por conta dessas inconsistências nessa licitação, órgãos de fiscalização e controle, a exemplo do TCU, já aplicaram sanções a essa empresa. Então, esse, de fato, é o cenário da Polícia Rodoviária Federal. Seguindo aqui, veja que as pessoas estavam lá com armas nas mãos: pistola, umas armas que parece que são armas de grosso calibre, não é? O Sr. Alan Diego lembra a quantidade de armas que, na verdade... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Relatora, com licença... A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - ... o Sr. George Washington tinha? O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Relatora, sem querer te atrapalhar, sem querer te atrapalhar... A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Não, não, eu não vou lhe permitir, eu não vou lhe permitir. O Sr. George Washington, no acampamento aqui de Brasília, tinha um verdadeiro arsenal de guerra, de todas as formas. E ele, inclusive, nas conversas que eu já apresentei aqui algumas vezes, dizia: "Olha, gente, quando é que vocês vão chamar os CACs? Nós temos armas aqui suficientes para isso". O Sr. George Washington e vários outros, na verdade, tinham um arsenal de armas. O Sr. Bedin, inclusive, tem registro de várias armas também. Então, o perfil das pessoas que eram chamadas para o acampamento é perfil de quem? De pessoas, na verdade, que tinham manuseio, mas não apenas manuseio, eles tinham, de fato, um volume muito grande de armas sob o seu poder, que é o caso do George Washington e também de várias outras pessoas. E no caso específico aqui do Sr. Bedin, que ele tem várias armas de fogo, entre rifles, pistolas, revólveres, enfim, sob o seu poder. |
| R | Agora, uma outra coisa também... (Intervenções fora do microfone.) (Soa a campainha.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - ... uma outra curiosidade, Rogério, em relação às barracas. O Alan Diego, que a gente até ouviria, mas a gente não ouviu, porque a gente já ouviu vários terroristas aqui, não é? Então, na verdade, ele diz o seguinte, ele coloca o seguinte: "Olha, no acampamento montado em frente ao QG do Exército havia umas barracas ricas, e também eram servidos cortes de picanha nas refeições. As barracas ricas tinham, por exemplo, gerador de energia elétrica, tinham massagens, tinham comida, de fato, de alto nível", ou seja, o nível, na verdade... (Intervenções fora do microfone.) (Soa a campainha.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - ... até de itens supérfluos, era de fato muito grande ali naquelas barracas. Ou seja, com o devido respeito ao meu colega, o Magno faz referência a algumas pessoas, eu até ontem conversei com uma das pessoas a que o Magno sempre faz referência, mas é exceção. Na essência, na quantidade das pessoas que estavam ali no acampamento, era este o perfil: eram pessoas que tinham acesso a armas, eram pessoas que tinham de fato, no seu entorno, todo um conforto financeiro para ficar tanto tempo aqui, para ficar tanto tempo aqui neste acampamento. O Sr. Bedin, por exemplo, em uma de suas entrevistas, ele diz, ele fala... Quando se fazia, por exemplo, referência ao Governo da ditadura militar, aquele lá de 64, que veio até 79, ficando um pouquinho mais com algum rescaldo, até 85, ele faz referência, por exemplo: "Olha, até debaixo d'água eu defendo o Governo Bolsonaro", ao fazer referência, por exemplo, a esse Governo de ditadura - não diria nem esse Governo: a esse momento de ditadura militar, de fato, aqui no Brasil. Agora eu vou finalizar, Presidente, chegando aqui às questões financeiras. Nós levantamos uns RIFs aqui, e, nos RIFs obtidos por esta CPMI, constatou-se que, por exemplo, o grupo Bedin recebeu um volume de R$4 milhões da empresa GMP Participações, que foram em operações exatamente ali no início de 2022, precisamente, e essa empresa é ligada diretamente ao empresário e fazendeiro de Sinop, que é o mesmo empresário e fazendeiro ligado ao PL - o PL, que é um partido que também recebeu volumes financeiros de transferências do Sr. Argino Bedin. Então, nessas movimentações que foram feitas, há um registro dessa transferência que já, já eu passo aqui. Veja, no TSE houve uma transferência. Consta, em 2022, que o Sr. Bedin fez uma doação da ordem de R$20 mil à candidatura de um Deputado Federal do PL, que foi o Acacio Ambrosini - acredito que seja essa pronúncia -, pelo Partido Republicanos, hoje ele é, inclusive, Vereador lá em Sorriso. Também se constatou que foi feita uma transferência para o PL no valor de R$86 mil. Só que, veja, no RIF do Bedin, há a transferência de R$86 mil para o PL, mas, quando você entra no TSE, não tem esse registro. Tem alguma ilegalidade no meio do caminho, não é? Da conta dele consta a transferência, mas não há de fato esse registro por parte do TSE, ou seja, claramente uma transferência não declarada para a Justiça Eleitoral, não é? |
| R | Agora, vejam uma coisa aqui que intriga. A gente está finalizando os trabalhos desta Comissão e, portanto, nós não conseguimos... O que eu lamento muito é a gente não conseguir a aprovação aqui dos RIFs precisamente do Bolsonaro. Nós tivemos... Sabe a vaquinha lá dos R$17 milhões, a gente levantou e tem vários R$1 pelo meio - R$1. Olhe, veja a situação aqui, gente. Seria cômico e piada se não fosse trágico. Veja, o patrimônio do Sr. Bedin é multimilionário. Ele é uma das pessoas mais ricas do Brasil. Esse é o fato. (Palmas.) Agora, veja, ele doa R$50 mil pro Acácio, doa R$86 mil pro PL. Agora, pro Presidente Bolsonaro, na vaquinha, ele só doou R$1. (Palmas.) Só R$1. Quer dizer, tem várias doações de R$1, tem doação de R$0,01. Quer dizer, você vê uma coisa absolutamente estranha em relação a essas várias movimentações. (Soa a campainha.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Senhores, vamos manter aqui a ordem pra que a Relatora possa fazer a sua fala. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Fora do microfone.) - Não tem pergunta, Presidente. (Intervenções fora do microfone.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Eu não estou perguntando pra ele, porque ele decidiu não responder, não é? Senão, eu ia perguntar, fazer todas essas perguntas. Eu quero só finalizar... (Intervenções fora do microfone.) (Soa a campainha.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Eu quero só finalizar dizendo que, na linha, na verdade, da nossa investigação acerca desses financiadores, nós detectamos e encontramos empresários, pessoa física também fazendo de fato essas doações e esses encaminhamentos em relação ao 8 de janeiro, mais precisamente pessoas que seguiram a orientação de comprar arma. Aí a gente fica, então, até se questionando em algum momento... Veja um vídeo aqui do ex-Presidente Bolsonaro como ele chama as pessoas a comprar arma. Coloque o vídeo aí. Quer dizer, faz o chamamento pra comprar arma. Bote o vídeo aí. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Volte e aumente o volume pra mim, por favor. Volte pra mim. Pronto, aí coloque... (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Muito obrigada. Então, todo mundo comprar fuzil, o mesmo fuzil do George Washington, que utilizou e que incentivava as pessoas a utilizarem esse tipo de instrumento em relação à manifestação do 8 de janeiro e às pessoas que estavam ali, no acampamento. |
| R | E eu quero finalizar, Presidente Maia, dizendo ao senhor que o Sr. Bedin, que está aqui, aos 73 anos de idade, o Sr. Bedin tem 13 fazendas, ele é sócio de mais 12 empresas, ele tem uma movimentação e um patrimônio, como eu já disse, multimilionário. Ele começou a sua caminhada empresarial com uma fazenda que já é... não é tão pequena, mas uma fazenda bem diferente das que ele tem hoje, uma fazenda de apenas 30 hectares. Hoje ele construiu, na verdade, um império ao longo dos seus 73 anos e, na verdade, possui as suas fazendas. São 16 mil hectares de terra. Ou seja, ele é uma das pessoas que têm um patrimônio gigante no Brasil, é cantor, caminhou, durante todo este período, mas hoje, aos 73 anos, participando, integrante, na verdade, de todos esses movimentos, ele está aqui, sentado nesta CPMI, sendo ouvido e sendo investigado. Ou seja, uma caminhada e toda uma construção empresarial e ecocômico-financeira que ele construiu, naturalmente, com o seu trabalho, ao se envolver com atos antidemocráticos e com pessoas que claramente tentaram ferir e destruir a democracia brasileira, ele, assim como tantos outros, finaliza este momento, infelizmente, sendo investigado e, possivelmente, até poderão ser condenados a partir da finalização do processo. Muito obrigada, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigada, Senadora. (Palmas.) Com a palavra o próximo orador inscrito, que é o autor do requerimento, o nobre Deputado Carlos Veras. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE. Para interpelar.) - Sr. Argino, o senhor está sentado aí porque a democracia venceu, e não venceu só nas eleições, não; venceu durante todos os períodos em que ela foi atacada, mesmo nova, mas com instituições sólidas, que resistiram a todos os ataques antidemocráticos, a todas as iniciativas durante esse longo período de atentado contra o Estado democrático de direito, contra a democracia. O senhor, como disse a Relatora, deu uma declaração, uma vez, que achava ótima a ditadura e que só quem era preguiçoso não gostava de ditadura. Não gosta de ditadura quem respeita esta Casa, Sr. Presidente, a Câmara Federal, o Senado, que respeita os Poderes constituídos. Não gosta de ditadura, porque jamais, em uma ditadura, um homem tão rico como o senhor estaria aqui como testemunha de um processo de atentado e de ataque à democracia. Só a democracia faz com que todos possam ser ouvidos e ter direito à resposta, e ter direito até de ficar calado sem responder. Foi o Supremo, que o senhor ajudou a articular, a financiar para ser atacado, que lhe deu o direito de ficar calado. Isso é democracia. Por isso, o senhor está aí e tem o direito de ficar calado. |
| R | Mas, em nome da democracia - o senhor tem o direito -, de forma simples, sem fazer juízo de valor, qual a sua avaliação dos atos do dia 8 de janeiro? O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Vou exercer meu direito de ficar calado. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Esse direito foi dado pelo Estado democrático de direito, pelo Supremo Tribunal Federal, que foi atacado por aqueles que foram induzidos, por aqueles que foram financiados, como pessoas como o senhor e outros. O senhor obrigou ou deu ordem para os trabalhadores dirigirem os seus caminhões? O SR. ARGINO BEDIN - Eu tenho o direito de ficar calado. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Esse é um direito que você recebeu do Estado democrático de direito. Esses trabalhadores, muitos deles, quando recebem um chamado para ter que dirigir os seus caminhões, não têm o direito de dizer não, porque, senão, eram demitidos, olho da rua. Então, o senhor não é só responsável pelos seus atos, mas pelos atos daqueles trabalhadores também que estiveram fazendo atos terroristas e antidemocráticos, que deixaram uma criança correndo risco de ficar cega de um olho, porque eles não deixaram passar em um bloqueio antidemocrático. A gente tem as informações, temos acesso. O senhor financiou campanhas do PL, dos Deputados do PL. O senhor recebeu, através de convênios, através de projetos, você recebeu recurso público do Governo Federal durante os últimos anos? O SR. ARGINO BEDIN - Eu tenho o direito de ficar calado. O SR. CARLOS VERAS (PT - PE) - Pois é. O senhor recebeu recurso público. Por incrível que pareça, dos recursos públicos, que, com os seus lucros você poderia gerar mais emprego, mais emprego, investir no desenvolvimento econômico do país, da sociedade, o senhor foi colocar esses lucros, esse patrimônio, fruto, inclusive, de recursos públicos, para financiar o atentado contra a democracia. O senhor disse que, até debaixo de água, estaria com o capitão do mato, com o seu capitão do mato. Pois é, ele está afundando - ele está afundando -, literalmente, capitão do mato. Você sabe quem é o capitão do mato, V. Exa.? Pronto, ele era o capitão do mato de vocês, de perseguir, de retirar direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Ele era aquele capitão do mato que atentou contra os próprios brasileiros. Porque na escravidão, o negro, capitão do mato pegava, prendia os próprios negros. Um Presidente eleito no sistema democrático conspirou para dar um atentado na própria democracia. Por isso, a comparação. Um Presidente eleito pelo sistema democrático fez ou deixou de fazer e tomar as medidas para que as pessoas fossem salvas, vacinadas e que tivesse todo um processo para proteger a vida dessas pessoas durante uma pandemia. |
| R | Por isso que ele é um capitão do mato, para fazer com que o povo brasileiro perdesse direito, perdesse suas vidas, com que o povo brasileiro sofresse, passando fome, sem comida, sem vacina, sem emprego. Por isso, o seu capitão do mato está se afundando, e o senhor, com tanto dinheiro, pode ser que ele não queira mais nem o senhor por perto. E é bom que ele não queira, porque senão o senhor vai afundar com ele também. O senhor está sentado aqui porque, repito, a democracia venceu, e a democracia sempre vencerá os ataques antidemocráticos, sejam promovidos por aqueles que têm muito dinheiro, que querem o tempo todo... acham que são donos do mundo, que seu dinheiro salva, que não têm lei, que nada os atingirá e podem fazer o que quiserem... Estou satisfeito, Sr. Presidente. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Deputado Carlos Veras. Com a palavra, a Deputada Jandira Feghali. (Soa a campainha.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Para interpelar.) - Sr. Argino Bedin, o senhor pode me dizer quem é Evandro Bedin? O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Prefiro ficar calado. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - É... Espera aí. Espera aí. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Mas nisso o senhor não pode ficar calado. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Veja bem, o senhor está isento, pela ordem do Supremo Tribunal Federal, a não responder qualquer pergunta que o incrimine. Estão perguntando se conhece, ao que me parece, um parente do senhor. Se o senhor ficar calado, o senhor vai estar negando a resposta de uma situação óbvia. Não tem nada que possa incriminá-lo... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Em conhecer os familiares. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... em dizer quem é, se o senhor conhece um familiar, me perdoe. O SR. ARGINO BEDIN - Eu conheço o Evandro. É filho do meu primo. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Filho... Evandro Bedin. Roberta Bedin. O SR. ARGINO BEDIN - Minha filha. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Sergio Bedin. O SR. ARGINO BEDIN - Meu primo. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Ary Pedro Bedin. O SR. ARGINO BEDIN - Meu primo. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Luciano Bedin. O SR. ARGINO BEDIN - Meu sobrinho. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Nilson Bedin. O SR. ARGINO BEDIN - Meu sobrinho. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Rafael Bedin. O SR. ARGINO BEDIN - É filho do meu primo. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Presidente, todas essas pessoas estão no relatório da Abin como pessoas que colocaram caminhões para os bloqueios de rodovia, todos eles, e, desses aqui, quatro tiveram contas bloqueadas: o Sr. Argino Bedin, Rafael Bedin, Roberta Bedin e Sergio Bedin. Foram bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal as suas contas, porque o Supremo considerou que essa presença, e o financiamento, e a entrada dos caminhões eram uma ilegalidade contra a democracia, com graves consequências pra sociedade brasileira. Veja, nós temos aqui em mãos vários relatórios da Abin, vários, falando sobre financiamento e sobre esses bloqueios de rodovia. Chegaram a bloquear 450 pontos de rodovia, e isso durou 22 dias - 22 dias -, o que mostra onde está a omissão em relação à democracia: é na Polícia Rodoviária Federal, do Sr. Silvinei Vasques. Vinte e dois dias de bloqueio, com gravíssimas consequências para a sociedade brasileira: redução de transporte urbano; bloqueio de atendimento de saúde; desabastecimento, inclusive de combustível, nos postos da região; desabastecimento de alimentos, com prejuízos econômicos, com prejuízos para a saúde, com prejuízos para o patrimônio. Porque a Senadora mostrou nos vídeos a quantidade de destruição de patrimônio, com incêndios, agressões, armas, coquetel Molotov. Tudo isso foi feito com os caminhões. |
| R | A Abin, inclusive, faz uma afirmação, porque os caminhões aqui entraram em 10 de agosto, para pressionar o Congresso, pelo voto impresso; os caminhões entraram em 7 de setembro de 2021; entraram em 7 de setembro de 2022; e entraram logo depois das eleições. Até o dia 8 de janeiro, tinha caminhões aqui fornecendo barraca, comida. É o financiamento do 8 de janeiro também. A própria Abin diz assim: O movimento que se estendeu ao longo de novembro e dezembro de 2022 e culminou com a invasão da sede dos três Poderes em 8 de janeiro apresenta semelhanças com a mobilização realizada entre 6 e 10 de setembro de 2021, que reivindicava a intervenção militar, concessão de maiores poderes ao então Presidente da República Jair Bolsonaro. E uma das semelhanças foi o deslocamento de comboios de caminhões para a capital federal. A própria Abin relaciona todas as ações antidemocráticas com a presença dos caminhões com o 8 de janeiro, onde os caminhões lá estavam, fornecendo comida, barraca, alimento, recursos, tudo para sustentar o ato golpista de 8 de janeiro. Veja, todas as ações que foram feitas foram em nome da intervenção federal e contra a democracia. Eu pediria para botar o vídeo dos ônibus. Eu não sei qual é o número do vídeo, alguém sabe? Por favor. Os ônibus que saíram da terra... (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - A importância desse vídeo, Presidente, são as faixas em todos os vidros: "intervenção federal já". Essa é a reivindicação desses caminhões que saíram da terra dele, Sorriso, e se juntaram a outros tantos, até porque foi dessa região que a grande maioria dos caminhões saíram, foi de Mato Grosso e da região dele, de Sorriso. Veja, o Sr. Argino Bedin deu uma entrevista em que não só se diz um apoiador da ditadura militar de 1964, porque garantiu a segurança do cidadão, como disse que quem não gostava de ditadura era só quem não queria trabalhar. Me parece que a ditadura fez muito mais do que isso. Quem não gosta de ditadura é quem não gosta de tortura, quem não gosta de violência ao Estado democrático de direito, quem não gosta de morte de pessoas que lutavam pela liberdade e que até hoje estão desaparecidas, para o choro e a dor das famílias que perderam seus entes queridos. Mas ele disse também... Ele foi a expressão, nessa entrevista, de quem repetia o que as milícias digitais diziam. Era um propagador das milícias digitais. Essa entrevista foi agora em março, depois da eleição, depois de Lula ter assumido. E ele diz, inclusive dá a Bolsonaro o que ele nunca fez, que foi o Bolsonaro que fez a transposição do Rio São Francisco, o que é uma absoluta inverdade, uma mentira deslavada, e fala da estrada 163, dando a Bolsonaro a grande obra da conclusão. Vejam, de Cuiabá a Santarém, são 1,7 mil - de Cuiabá a Santarém, são 1,7 mil quilômetros. Bolsonaro asfaltou apenas entre Progresso e Moraes de Almeida, no Pará, menos de 100km. Então é a tentativa permanente de dar ao Bolsonaro o que ele não fez de positivo para o Brasil. |
| R | E essa foi a entrevista, apoiando a ditadura, dizendo que apoiava Bolsonaro por causa de todos esses feitos, que não foram feitos. Foram, de fato, realizações mentirosas, afirmações mentirosas de realizações não feitas. Vejam, o Sr. Bedin teve contas bloqueadas pelo Supremo, em uma afirmação do Supremo Tribunal Federal absolutamente densa, em que ele defende o direito de manifestação, o direito de reuniões, o direito de participar das reuniões, o direito de protesto, tudo isso, mas não pode defender manifestações ilegais, criminosas, que foram feitas por esses caminhoneiros, certamente orientados pelos seus proprietários. O Sr. Bedin era sócio-proprietário de 18 empresas, agora, deve ser menos, porque tem algumas que estão desativadas. Eu vi aqui no relatório da Abin. Então, existe um comprometimento absurdo e criminoso dos proprietários desses caminhões, e é isso o que nós estamos tentando demonstrar aqui. É muito importante que tenha vindo um financiador aqui, representando um conjunto de financiadores dos atos antidemocráticos, porque eles têm que ser absolutamente responsabilizados por tudo o que aconteceu de atos golpistas, criminosos, ilegais, que deram - como consequência - à população consequências gravíssimas e que sustentaram o dia 8 de janeiro, com a parceria, no Governo anterior, da Polícia Rodoviária Federal. O senhor pode até não responder, Sr. Argino Bedin, mas as provas estão aqui. A documentação é farta. Os documentos e os relatórios da Agência Brasileira de Inteligência são fartos. Então, o senhor pode até não falar, mas os documentos falam pelo senhor: as suas manifestações, a presença dos seus caminhões, os bloqueios, o financiamento dos atos golpistas, tudo isso aconteceu com a sua participação. Eu poderia perguntar para o senhor quando é que o senhor conheceu o Sr. Jair Bolsonaro? O SR. ARGINO BEDIN - Vou exercer o direito de ficar calado. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Isto também não o incrimina: conhecer um Presidente da República. O senhor devia até se sentir valorizado por isso, não fosse o Presidente Jair Bolsonaro. (Soa a campainha.) A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Por fim, quero dizer o seguinte, Presidente: essa expressão toda que está aqui do Sr. Bedin, do clã Bedin, que é uma família que atuava junto na armação golpista deste país... É impressionante que todo mundo atuava no golpe, a família inteira, pelos nomes que foram lidos aqui. As tentativas de defender a ditadura estão no DNA de quem ajuda um ato golpista. Além disso, quero dizer, Sr. Argino, que as provas falam pelo senhor e que o senhor, espero, seja responsabilizado por todos os seus atos e a sua família também, por conta de apoiar aquilo que viola a democracia, que viola as eleições feitas nas urnas e que viola o direito da sociedade brasileira de expressar a maioria no voto. É isso, Presidente. Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Deputada. Passo a palavra ao próximo orador inscrito, o Deputado Rogério Correia. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente. Sr. Bedin, logo no dia 30 de outubro, após o anúncio da vitória do Presidente Lula, começaram, então, esses bloqueios nas estradas. Como nós vimos aí, são bloqueios violentos. Eu vou pedir ao pessoal que possa até passar o filme e a imagem que eu coloquei, apenas para recordar. O filme já foi passado, mas é bom lembrar que foram bloqueios violentos nas estradas. Eu lembro alguns fatos que foram noticiados e eu vou perguntar, depois, se o senhor tomou conhecimento e como é que o senhor reagiu quando viu coisas desse tipo anunciadas. |
| R | Pode ir colocando o vídeo e, depois, a foto. Não precisa nem do som. É apenas para mostrar como eram violentos os atos que foram cometidos. (Procede-se à execução de vídeo.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Em Santa Catarina, eles impediram a passagem de uma grávida em trabalho de parto. Isso passou na televisão, ficou todo mundo assustado. Impediram o envio de um coração de Goiás para São Paulo, inviabilizando a realização de um transplante. Também isso foi para a televisão. Impediram a passagem de um pai que levava o filho para uma cirurgia ocular, na BR-163, em Sorriso, no Mato Grosso. A Relatora denunciou isso e colocou o vídeo. E ainda gritaram com ele: "Que fique cego!", as pessoas que estavam fazendo esse bloqueio lá em Sorriso. Em São Paulo, bloqueios impediram a chegada de nutrição que mantém viva uma jovem com doença rara. E, no Brasil todo, impediram viagens de ônibus interestaduais e a liberdade, o direito de ir e vir. O senhor presenciou isso pela televisão. Aquela cena lá é terrível também, colocaram fogo no caminhão. Isso foi pelo Brasil todo. O que o senhor sentiu com isso? O senhor sentiu remorso de ter colocado também bloqueio nas estradas? O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Prefiro ficar calado. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Eu creio que o senhor deve ter sentido, pelo menos, uma pontinha de remorso. Se o senhor não sentiu remorso, talvez sinta medo agora. Os que fizeram depredação aqui no dia 18 não são diferentes desses que agiram aí nos crimes cometidos. Os daqui pegaram 17 anos de cadeia - alguns deles. Eu imagino quantos anos de cadeia o senhor vai levar a partir de uma apuração clara, justa, democrática, dentro do sistema do STF... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Pela ordem.) - Presidente, pela ordem. Abuso... Lei de abuso de autoridade. Não pode atribuir crime... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, não tem, não tem, não tem, não tem, não tem sentido. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado, eu estou avaliando que não tem. Por favor, continue, Deputado. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, peço que V. Exa. complete o meu tempo. E eu não sei o que o Deputado está fazendo aqui, porque, na última reunião, já era para ele não estar. Não sei o que que ele está fazendo aqui até agora. Mas eu diria ao Sr. Bedin que imagine os crimes cometidos, de colocar bloqueio em estradas e financiar esse crime, quantos anos as pessoas que os financiaram vão pegar. Eu imagino que vão ser mais do que 17 anos. Então, é bom alertar a quem cometeu o crime contra a democracia que isso terá consequência. Eu vejo, às vezes, alguém aplaudindo porque ele é multimilionário, aplaudindo porque se fala que o Presidente mandou comprar fuzis. Eles aplaudem, mas se esquecem disso tudo o que eu disse aqui. Pessoas passaram aperto, pessoas podem ter, inclusive, morrido por causa destes atos de bloqueio nas estradas de forma antidemocrática. Então, isso não é motivo de aplauso. Isso é motivo de indignação pelo que foi feito e, infelizmente, isso foi feito a partir do dia 30 como iniciativa imediata de quem perdeu as eleições e, evidentemente, incentivados por muito que foram os mandantes. E os mandantes também estão sendo analisados e estarão no relatório. Na minha opinião, o principal mandante, e isso está claro nas provas, é o ex-Presidente Jair Bolsonaro, do qual nós já devíamos estar com os RIFs quebrados e também, até, com a convocação dele para esta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, pelo crime que, evidentemente, ele ordenou e veio comandando... Mas o senhor é que está aqui. Mas eu pergunto ao senhor, ainda, o seguinte. O Coaf mandou para nós os RIFs e, nos RIFs, a sua filha - vou falar filha porque o senhor disse agora que ela é sua filha - Roberta Bedin disse teria movimentado 19,6 milhões no período e o pai, 1,9 milhão no período em que aconteceram esses bloqueios, investimentos significativos, segundo o Coaf, não proporcionais à capacidade financeira do cliente ou cuja origem não seja claramente conhecida em compatibilidade com a atividade econômica do objetivo social ou do faturamento informados com o padrão operacional apresentado por clientes com o mesmo perfil. Isso inclui o senhor, mas inclui toda a família e inclui sua filha. |
| R | O senhor já imaginou, porque ela também colocou caminhões nas estradas para fazer bloqueio, quantos anos ela terá também de prisão? Então, é evidente que essas ações que vocês fizeram vão ter consequência, porque não se pode anistiar quem comete um crime contra a democracia. E o senhor o fez porque, segundo o senhor mesmo, em entrevista, até debaixo d'água o senhor disse que defende o Bolsonaro. Não sei se o senhor continua defendendo até debaixo d'água, mas, com certeza, pelos crimes que o senhor cometeu e sua família, vocês poderão defendê-lo talvez de outro lugar. Provavelmente isso dará prisão pelos crimes cometidos. E o próprio ex-Presidente Jair Bolsonaro, que também tem sido investigado, e é provável que vá parar no mesmo lugar. Porque os crimes contra a democracia são crimes realmente muito graves. Mas eu pergunto, para que isso fique claro - o senhor fez toda essa movimentação, colocou caminhões, fez bloqueio em estrada lá perto de Sorriso, perto da sua fazenda, com pessoas armadas, coquetel Molotov -: qual era a pauta de reivindicação que o senhor tinha? O senhor tinha uma pauta de reivindicação? Esse movimento tinha uma pauta de reivindicações a ser entregue ao Governo? O SR. ARGINO BEDIN - Vou exercer o direito de ficar calado. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Nesse caso, o senhor tem mesmo que ficar calado, porque o senhor teria que dizer: "Não, a pauta de reivindicação é [aquela que a Deputada Jandira mostrou] intervenção federal já ou golpe já". O senhor ainda defende que o Presidente Lula seja destituído por força de uma intervenção federal já? O SR. ARGINO BEDIN - Prefiro ficar calado. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - É bom que o senhor fique calado mesmo, porque os seus pares, que às vezes o aplaudem, etc., já desistiram. Eles sabem que isso dá prisão também. Desistiram de defender a intervenção federal. Quero vê-los defender aqui a tirada do Presidente pela força do golpe. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Presidente, ele está acusando que nós defendemos a intervenção federal. Ele tem que provar, Presidente. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Nenhum deles... Nenhum deles... O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Ele está me acusando, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado... Acusando V. Exa... O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Ele está me acusando, Presidente. Eu quero saber as provas que ele tem para falar isso. O senhor prestou atenção no que ele falou? O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - Se a gente defende intervenção federal, o senhor prove. O senhor prove. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Presidente, ele falou que eu defendo a intervenção federal. Qual é a prova que esse Deputado tem? O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - Deputados que estão aqui. Todo mundo que está aqui. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - V. Exa. terá seu direito de resposta. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Obrigado, Presidente. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, põe mais um minuto, por favor. Eu não sei se eles não escutam bem ou se é de má-fé. O que eu disse é que os que estão aqui aplaudindo o senhor não têm... E não defendem ou defenderão a intervenção federal já. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG. Fora do microfone.) - O quê? O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Sabe por que eles não... Defendam então. Não defendem a intervenção federal já. Eles já desistiram, Sr. Argino. Eles não têm coragem de defender a intervenção federal já, bem, porque eles estão vendo que o Supremo Tribunal Federal está de olho nisso, porque significa golpe. Intervenção federal já com garantia da lei e da ordem não há aqui quem defenda, espero que não. Então, o senhor também é bom que faça uma autocrítica desse passado, da defesa que o senhor fez da ditadura, dessas coisas todas. Porque o sistema democrático é muito importante. Veja bem, se em toda eleição nós não respeitarmos o resultado das urnas, o que vira esse país do ponto de vista do conceito democrático? Vira absolutamente nada. Não se pode simplesmente tentar inverter um processo eleitoral como foi feito nesse período. E, aí, é muito clara e óbvia uma ligação que precisa ser feita. Isso é feito exatamente... Vocês começam esses bloqueios, vocês bolsonaristas, eu digo em geral, começam o bloqueio - o senhor incentiva isso com caminhões - no momento em que o Presidente Lula ganha as eleições. E a palavra de ordem era "intervenção federal já". Isso era a palavra de ordem que estava ali colocada nesse momento, ferindo o processo democrático. |
| R | Uma pergunta tem que se fazer: nisto aí, qual a culpa do Ministro Dino? Nenhuma. Esse é um processo de golpe que veio em curso, para depois se chegar a querer colocar a culpa no Ministro e no próprio Presidente Lula de atos que vieram acumulados num processo golpista; para se chegar depois e dizer: "A culpa é porque eles não colocaram a Força Nacional de Segurança". Olha o processo que foi feito desde o início até se chegar àquele dia 8 de janeiro. Isso foi um processo. (Soa a campainha.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Essas pessoas estavam lá assim que terminou o processo eleitoral. E a pauta era muito clara: golpe, intervenção federal. Não tinha na pauta nenhuma reivindicação concreta de melhorar a vida das pessoas. Nada, absolutamente nada, a não ser o golpe. E esse processo inteiro foi feito ainda durante o Governo do Presidente Jair Bolsonaro até que Lula tomasse posse e ele fugisse do Brasil. Uma coisa me parece clara: o que a oposição não quer aqui é que a gente termine essa CPMI com um relatório - por isso eles têm medo do relatório -, porque o relatório é muito concreto na linha de tempo que nós temos, que se inicia mesmo antes da vitória do Presidente Lula, com o Presidente Jair Bolsonaro atacando as urnas e tentando contratar hacker para fraudar a urna, para mostrar fraude em urna e conturbar o processo eleitoral brasileiro, até o dia 8 de janeiro, quando eles fizeram toda essa quebradeira. E, por causa disso, o senhor está aqui. O senhor caiu também no bolsonarismo. O bolsonarismo me parece uma espécie de doença hoje no Brasil. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado Marcon, eu não tinha ouvido a fala do Deputado Rogério Correia. Confesso que eu estava aqui respondendo uma mensagem celular. Consultei a Mesa, e ele fez uma afirmação genérica sobre quem estava aplaudindo. Então, eu não posso, de maneira nenhuma, toda vez que um Deputado se referir ao conjunto da oposição, ao conjunto do Governo, eu dar direito de resposta a todos. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Eu vou acusar ele de ter roubado também o país como o Lula. Então, não vai poder falar também. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então, V. Exa., oportunamente, na sua fala... O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Tudo certo, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... poderá falar. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Eu vou acusar, eu vou falar que eles roubaram o país que nem o Presidente deles... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, tudo bem. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - ... e aí está tudo certo. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - V. Exa. usa a sua palavra como V. Exa. achar que deve. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS) - Beleza, Presidente. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Com a palavra o próximo orador inscrito, que é o Deputado Delegado Ramagem. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Ah, pois não. Vamos suspender a sessão a pedido do depoente por três minutos. (Suspensa às 11 horas e 42 minutos, a reunião é reaberta às 11 horas e 45 minutos.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Retomando os nossos trabalhos, agora sim... A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Presidente, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... eu passo a palavra. Pois não. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ. Pela ordem.) - Apenas uma informação importante à CPI. Eu acabei de ver aqui a decisão do Ministro Nunes Marques negando à CPMI poder usar os dados do sigilo do Sr. Silvinei Vasques. Isso é grave, porque nega à CPI a continuidade da investigação sobre o papel da PRF no processo. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Veja que nós estamos aqui... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Isso não é questão de ordem, Presidente. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - ... apurando neste momento... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Espere a vez de ela falar, Presidente. É a vez da oposição. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Então, eu gostaria que... Eu gostaria de sugerir... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado Abílio, veja bem, a Presidência é quem decide o que deve ser colocado ou não; portanto, eu vou pedir a V. Exa. que respeite o meu papel, como eu respeito o de V. Exa. Continue, Deputada. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Apenas para sugerir, Presidente, que a Comissão recorra, porque é importante... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, sem dúvida. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - ... para ter os dados da investigação. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Já determinei o recurso. Tão logo fui informado, já determinei o recurso. Muito obrigado. A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB - RJ) - Ótimo. Muito obrigada, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Com a palavra o Deputado Delegado Ramagem. O SR. DELEGADO RAMAGEM (PL - RJ. Para interpelar.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero cumprimentar o Sr. Argino Bedin. Sr. Bedin, o senhor é tratado aqui como um criminoso. Colocaram que o senhor construiu um império do agronegócio e como se isso fosse um crime. Em qualquer nação próspera do mundo, essa é uma ação mais do que positiva, e o senhor é celebrado por isso, mas saiba que aqui no Brasil o senhor também é celebrado pelo seu trabalho, cidadão de bem e é muito grato ao agronegócio. Sua família abraçou uma oportunidade e, com muito trabalho digno, conseguiu prosperar e gerar riquezas a todos à sua volta. Sr. Bedin, quantos empregos diretos e indiretos os negócios da sua família proporcionam desde o plantio, cultivo, colheita, escoamento e todo o comércio? (Pausa.) O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG. Fora do microfone.) - Só liga, por gentileza, o microfone dele. Foi. O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Mais de cem pessoas. O SR. DELEGADO RAMAGEM (PL - RJ) - Muito bem, o senhor aqui está sendo tratado como um criminoso, como um financiador de atos, que a gente viu que não passou de pura quebradeira de prédios públicos, como o próprio Ministro Mucio, atual Ministro da Defesa deste Governo, já cansou de explanar. |
| R | Não houve aqui um apoio político, não houve aqui um apoio militar, eram míseros quinhentos a mil vândalos que entraram para quebrar, porque houve omissão, deixaram a quebradeira acontecer. E o senhor está aqui sendo tratado como se fosse responsável por esses vândalos, por condutas de delinquentes que vandalizaram patrimônio público. Vou fazer alguns comparativos. O senhor conhece a atuação do Movimento Sem Terra, o MST, em décadas aqui no Brasil, Sr. Bedin? (Pausa.) O Movimento Sem Terra... O SR. ARGINO BEDIN - Conheço. O SR. DELEGADO RAMAGEM (PL - RJ) - O Movimento Sem Terra tem apoio de empresários e políticos por todo o Brasil, apoio, inclusive, do Presidente Lula, que leva líderes pra viajar, dá passeios internacionais, de empresas, terceiro setor, organismos internacionais da Alemanha, da Inglaterra, Canadá, Estados Unidos. De 2004 a 2008, o Governo PT disponibilizou ao MST, para entidades vinculadas ao MST, cerca de R$115 milhões. Alguém aqui já viu algum desses financiadores e apoiadores ser acusado ou condenado por todos esses ilícitos do MST, de invasão de terras, de destruição de patrimônio, destruição de empreendimentos, de colheitas, de plantações? Acredito que não. Quanto às ONGs, quantas ONGs se colocam com o objetivo de preservação da Amazônia? E, na verdade, o que elas fazem é a internacionalização das nossas florestas, quebra da nossa soberania, crime contra o Estado brasileiro. Alguém já viu algum fornecedor, financiador, apoiador ser acusado de algo e condenado por alguma questão como essa? Não. O senhor só está aqui, Sr. Bedin, porque o senhor é apoiador de direita, do Presidente Bolsonaro, e, mais, porque o senhor é o símbolo do agronegócio brasileiro, que salvou o Brasil. O Brasil, até a década de 80, importava um terço do seu alimento, a família brasileira gastava metade do seu orçamento com alimento. Hoje o Brasil sustenta, faz parte da segurança alimentar do mundo, e isso causa pavor a essas agendas globais, globalistas - inclusive nós temos, infelizmente, o nosso Executivo federal, do Lula, e o nosso Judiciário capachos desses movimentos de controle social, de blocos de dominação e de quebra da nossa soberania. Sr. Bedin, o senhor sabia que o Executivo federal e o Judiciário querem impor a agenda 2030 da ONU aqui no Brasil, com o objetivo de um mundo melhor para todas as nações e povos? Um mundo melhor para eles; para nós aqui no Brasil apenas controle social e roubo das nossas riquezas. O que nós temos aqui é que o senhor não é criminoso nenhum, não tem nenhuma vinculação com essas quebradeiras, esses delinquentes, que devem ser punidos, e não o segmento de direita, quanto mais os empresários, tão importantes para o Brasil. Agora, quando se fala de um criminoso diretamente ligado, como o Ministro Flávio Dino, todos se apressam aqui para defender. O Ministro Flávio Dino, que, já foi provado aqui, sabia de tudo antecipadamente, dos riscos e ameaças, e não fez nada. Tinha à sua disposição sete batalhões, pelotões da Força Nacional de Segurança Pública, não empregou, não utilizou para ajudar a Polícia Militar na defesa do patrimônio público; deixou a quebradeira acontecer e ainda obstruiu as investigações, apagando as imagens das câmeras. |
| R | Quando vem com essa historinha de que a Força Nacional não poderia atuar, não há a menor possibilidade de que, se for a julgamento no Plenário do STF, haja decisão nesse sentido. A Força Nacional de Segurança tem competência de defesa do patrimônio e da ordem pública. Não há possibilidade de o Supremo Tribunal Federal declarar que não há possibilidade de utilizar a Força Nacional de Segurança para defender os três principais prédios da República, prédios federais, somente com o aval de um Governador do estado. Sr. Flávio Dino, se ele enganou o Ministro Alexandre de Moraes, que os demais Ministros do STF acordem para esses ilícitos que nós estamos conseguindo provar. Nós provamos dia após dia aqui todos esses ilícitos, demonstrando que o Sr. Flávio Dino conspirou e tramou para toda essa quebradeira acontecer no Congresso Nacional, no Planalto, inclusive no STF. O Sr. Flávio Dino e o Sr. G. Dias têm que ser indiciados, acusados, condenados e responsabilizados por todas essas omissões dolosas que nós todos amplamente comprovamos aqui. Obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Deputado Ramagem. Olha só, eu penso que, em função de termos aqui votado... A reunião de amanhã, de que eu falei às 11h da manhã, era para tentarmos um acordo. Como não há possibilidade de acordo, eu vou desmarcar a reunião de amanhã às 11h. Agora, eu gostaria de, ainda hoje, apresentar para a Comissão a minha proposta de encaminhamento, de procedimento, na verdade, no dia da votação do relatório. Se deixarmos para o fim da reunião, o quórum normalmente é muito baixo. Então, eu queria apresentar essa proposta e peço que todos que têm interesse de tratar desse assunto permaneçam aqui. À 1h, nós normalmente suspendemos a nossa reunião para a pausa de almoço. Então, hoje, à 1h, quando falar o último orador, eu vou apresentar a minha proposta. Não creio que seja nada polêmico. E aí, nós avançamos para fechar esse acordo de procedimento, suspendemos a reunião para o almoço e depois voltamos e concluímos aqui a lista de oradores. Está certo? Então, passo a palavra ao próximo orador inscrito, que seria o Senador Esperidião Amin, que não está presente. Então, o próximo orador inscrito, meu primo, lá da Paraíba, Gervásio Maia. O SR. GERVÁSIO MAIA (PSB - PB. Para interpelar.) - Sr. Presidente, eu confesso a V. Exa. que, a cada reunião de que participamos, dá para a gente se impressionar com a capacidade de algumas figuras que acham que o povo brasileiro não acompanhou e não enxergou o que aconteceu ao longo dos quatro anos do Governo Bolsonaro. Foram muitos episódios, Sr. Bedin, muitos: movimento na frente dos quartéis, bloqueio de estradas, uma verdadeira baderna no dia 12 de dezembro, que foi o dia da diplomação do Presidente Lula e do Vice-Presidente Alckmin. Tocaram o terror aqui em Brasília, com ameaças àquele que iria tomar posse no dia 1º de janeiro, o Presidente Lula, ameaças feitas pelos mesmos que estavam participando da bagunça, da baderna e dos atos, Sr. Presidente, antidemocráticos. Tudo isso está filmado, gravado pela imprensa do país inteiro, tudo, absolutamente tudo. |
| R | O Parlamentar que me antecedeu chama alguém que tem uma vida íntegra, o Ministro Flávio Dino, de criminoso. Flávio Dino não tem restrição nem no Serasa, não responde a um único processo. E aqui, na tentativa de inverter os papéis, de confundir aqueles que acompanham os desdobramentos, Senadora Eliziane, desta CPMI, diz que alguns Parlamentares tratam o Sr. Bedin como se ele fosse um criminoso. De forma alguma, de forma alguma! Claro que não! Não dá para misturar as coisas. As provas que existem em relação à participação, ao patrocínio dos movimentos antidemocráticos apontam que a família Bedin participou diretamente, frontalmente. E o que se busca é responsabilizar todos aqueles que participaram, sejam ricos ou não. Mas é importante atentar, Senadora Eliziane, para que o povo brasileiro ficará muito frustrado se aqueles que participaram, que alicerçaram, que patrocinaram, que colocaram algumas pessoas do seu time para quebrar, para destruir o patrimônio público... Quem patrocinou, quem bancou, quem colocou veículos, ônibus, caminhões tem que pagar por isso. E pagar não é só ir para a cadeia, não. Tem que saber quanto custou, qual foi o prejuízo da destruição feita, por exemplo, no prédio do Supremo Tribunal Federal, porque quem patrocinou tem que pagar também. Qual foi o prejuízo do patrimônio do povo brasileiro? Quem bancou aquele dia do 8 de janeiro? É preciso que se apure de forma detalhada qual foi o tamanho da participação - quantos ônibus, por exemplo, determinada pessoa patrocinou? Quantas pessoas aquele empresário, por exemplo, colocou na Praça dos Três Poderes? -, para que se possa, Sr. Presidente, Sra. Relatora, quantificar, dimensionar a participação desse ou daquele naquele episódio terrível de ataque à nossa democracia. Foram quatro anos de muita insistência e o dia D foi o dia 8 de janeiro. Agora, o plano não deu certo. E agora, nesta CPMI, nós ficamos aqui a assistir a alguns Parlamentares dizendo que a esquerda participou dos episódios. Eu duvido de que nós tenhamos aqui uma única imagem de algum integrante da esquerda de movimentos sociais na porta dos quartéis. Nós não teremos. |
| R | Eu duvido que se tenha apurado de alguém que integra a esquerda no Brasil o patrocínio de bloqueio de estradas. Não. O 8 de janeiro, o 12 de dezembro, nós não vamos encontrar, porque tudo o que aconteceu, Sr. Presidente, Deputada Eliziane, Sras. e Srs. Deputados, teve um grande estimulador, alguém que estava ali estimulando, dando estímulo com palavras, palavras de efeito, que eram o Presidente Bolsonaro e seus filhos políticos, que em determinado momento estavam participando, e falando, e fazendo entrevistas, concedendo e participando de debates aqui no Congresso Nacional, dizendo que bastava um cabo e um soldado para fechar a nossa Suprema Corte - fechar a Suprema Corte. Fechar a nossa Suprema Corte era acabar com o nosso Estado democrático de direito? Claro que sim. E esse foi o plano de sempre. Sr. Bedin, um determinado dia nós íamos votar aqui, no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, a tentativa do voto impresso, que o voto impresso era exatamente uma estratégia para estabelecer a bagunça, a baderna e a balbúrdia no dia da apuração, no domingo da eleição. E eu me lembro demais, Deputado Duarte, que naquela manhã, quando nos dirigíamos ao prédio da Câmara dos Deputados, ao lado de cada prédio dos ministérios, de cada ministério, tinha um veículo, um caminhão, um ônibus, um tanque de guerra, para intimidar o Congresso Nacional, para intimidar os Congressistas. E ali era mais ou menos dizendo assim: ou aprova, ou a ditadura vai voltar. Eu me impressiono muito quando alguém celebra e defende a volta da ditadura. Eu me impressiono, Sr. Presidente, porque a ditadura foi sim, Deputado Duarte, um período de muito sangue, de muita dor, de muitos desaparecimentos, até hoje inexplicados. E aí, Sr. Bedin, ninguém veio aqui para querer atacar A, B ou C. A Comissão Parlamentar Mista busca contribuir com tudo aquilo que já existe no Ministério Público, por tudo aquilo que já foi apurado pela Polícia Federal e por tudo aquilo que tramita no Poder Judiciário. Agora é muito importante, Senadora Eliziane, deixar bem claro no relatório que os prejuízos precisam ser ressarcidos, que os prejuízos causados aos prédios públicos por seus patrocinadores... Porque ninguém monta um evento daquele sem patrocínio, sem alguém que estivesse por trás bancando. E nós já sabemos quem bancou, e é preciso que o relatório detalhe o máximo possível para que as autoridades possam aplicar, tirar daqueles que bancaram. E bancaram porque tinham dinheiro para bancar e, se tinham dinheiro para bancar, vão ter que arcar com os prejuízos causados aos prédios públicos aqui em Brasília. Não apenas a cadeia, Sr. Presidente, não apenas a cadeia, mas é preciso que esses aí sintam no bolso, porque destruíram o patrimônio público, e o patrimônio público pertence ao povo brasileiro. |
| R | Podem ter certeza, Sras. e Srs. Deputados, de que essa parte e esse tema do ressarcimento dos prejuízos milionários precisam ser postos à mesa. E aí, Deputado Duarte, quem bancou a bagunça, quem bancou o terrorismo vai ter que arcar com boa parte desses prejuízos. (Soa a campainha.) O SR. GERVÁSIO MAIA (PSB - PB) - Eu não tenho a menor dúvida disso. Portanto, Sr. Presidente, eu teria aqui preparado várias perguntas ao Sr. Bedin, mas o silêncio dele... Porque quem não deve não teme, se não tivesse participado e contribuído com as atitudes, com os movimentos golpistas, estaria aqui tranquilamente respondendo a tudo e a todos. Claro que sim. Quem não deve não teme. Portanto, Sr. Presidente, vamos seguindo até a conclusão desta CPMI. Eu gostaria muito que, do jeito que colocamos em votação o requerimento, há pouco tempo, referente a um dos integrantes da Força Nacional, outros requerimentos pudessem, pelo caráter de urgência, também ser submetidos à aprovação desta CPMI antes do seu término pra que a gente possa, com bom senso, agir com o mesmo peso em relação à condução de seu trabalho à frente, como Presidente, da CPMI. Sr. Presidente, são essas as considerações. Que a Senadora Eliziane tenha, pelo trabalho que tem realizado, a condição de colocar de forma detalhada o interesse do povo brasileiro, através desta CPMI, de que quem patrocinou vai ter que devolver e bancar os prejuízos causados naquele dia de destruição na Praça dos Três Poderes! Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Deputado. Passo a palavra, em função da permuta, ao próximo orador inscrito, que é o Deputado Filipe Barros. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Para interpelar.) - Sr. Presidente... Alguma divergência aí, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, V. Exa... Espere aí. Um instante, Deputado. V. Exa. trocou com a Senadora Soraya Thronicke, que é a próxima. Na verdade, houve uma permuta entre o Senador Rogério Carvalho e o Deputado Filipe Barros. Então, Deputado Filipe Barros. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Se puder repor meu tempo, Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Eu agradeço, Sr. Presidente, e já quero deixar registrado, Sr. Argino Bedin, a minha total solidariedade ao senhor. O que, Jandira? Algum problema? (Intervenção fora do microfone.) O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - É porque, fora do microfone, você fica fazendo comentários tipo: "Olhe isso". Eu quero que garanta a minha palavra. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não, Deputado. Pode prosseguir. Pode prosseguir. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Solidariedade ao Sr. Argino Bedin... (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos ouvir o Deputado. Vamos ouvir o Deputado Filipe Barros. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado... Deputado, vamos deixar o Deputado Filipe Barros prosseguir. Por favor, Deputado. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Obrigado, Sr. Presidente. Minha total solidariedade ao Sr. Argino Bedin, um empresário exemplar pro nosso país, que construiu a sua vida gerando emprego, que construiu a sua vida, junto com sua família, gerando riqueza pro nosso país e que hoje está sentado, Sr. Presidente, nesta CPMI, passando por essa situação vexatória como se fosse um terrorista. Minha total solidariedade ao senhor, Sr. Argino. |
| R | Eu quero, antes de entrar nas minhas perguntas ao depoente, Sr. Presidente, só comentar brevemente a decisão do Ministro Nunes Marques, que eu acabei de ler rapidamente, mas já era algo que todos nós sabíamos que ia acontecer, porque os requerimentos que foram aprovados nesta CPMI, muitos deles de quebra de sigilo, eu me lembro até que tinha um requerimento querendo a quebra de sigilo desde 2018. Desde 2018, Parlamentares aqui, membros desta Comissão, queriam quebrar o sigilo. Não era nem o Bolsonaro o Presidente, e alguns requerimentos haviam sido protocolados aqui para quebrar o sigilo desde 2018. Então, é óbvio que alguns Parlamentares se utilizaram desta CPMI e de requerimentos de quebra de sigilo para tentar fazer a pesca de provas, quebra de sigilo desde 2018 - qualquer coisa que acham, utilizam politicamente. Então, era óbvio que essa decisão do Ministro Nunes Marques viria, e veio corretamente. Outro ponto que precisa ser dito aqui, Presidente, é a questão da linguagem, porque eles dizem o seguinte: "Olha, houve o financiamento do golpe", e pegam um empresário exemplar do nosso país, como o Sr. Argino Bedin e tratam o Sr. Argino Bedin como se fosse o financiador de um golpe, que nunca aconteceu, diga-se de passagem. Mas eu quero lembrar aqui, Sr. Presidente, que nós tivemos manifestações pelo impeachment da Dilma. Nenhuma dessas manifestações teve qualquer tipo de violência. Nós tivemos manifestações em 2018, 2019, 2020, 2021, 2022, senhores e senhoras de idade iam para as ruas com os seus netos, com os seus filhos. Nós tivemos inúmeras manifestações, durante todo esse período, sem qualquer tipo de violência, sem qualquer tipo de agressão, sem qualquer tipo de vandalismo, ao contrário das manifestações da esquerda, que têm Black Blocs, que têm MST. As nossas manifestações, Sr. Presidente, sempre foram pacíficas. E aí um empresário exemplar para o nosso país, como o Sr. Argino Bedin, eventualmente ajuda mais uma dessas manifestações, só que nessa manifestação deu o que deu no dia 8. Ele pode ser responsabilizado por isso? É óbvio que não, é óbvio que não pode. Agora, diferente cenário se fosse um financiador de manifestações do MST, de manifestações dos Black Blocs, porque essas, sim, sempre tiveram violência; essas, sim, sempre tiveram agressões, violência ao patrimônio público, ao patrimônio privado. Então, Sr. Presidente, é preciso que a gente coloque as coisas às claras aqui. Não é possível que a gente continue colocando no banco dos réus desta CPMI um empresário de sucesso, bem-sucedido, orgulho para o nosso país, como o Sr. Argino Bedin, e tratá-lo como se fosse terrorista. Então, toda a solidariedade ao senhor e à sua família, Sr. Argino Bedin. O senhor orgulha a todos os brasileiros de bem. Eu quero dizer também, Sr. Presidente: as suas lágrimas, Sr. Argino, são lágrimas de um brasileiro honesto, que trabalhou a sua vida toda para deixar um Brasil melhor para os seus filhos e para os seus netos, e hoje, por um projeto de poder desses que estão hoje no Governo, te trazem para sentar no banco dos réus desta CPMI só para tentar constranger o senhor e usar o senhor de exemplo para inúmeros outros empresários que sempre tentaram construir um Brasil melhor para os nossos filhos e para os nossos netos; Brasil melhor, inclusive, contra a roubalheira deste Governo que está aqui e que nunca respeitou Poder nenhum, que nunca respeitou democracia alguma. Quem são eles pra falar de democracia, sendo que apoiam Venezuela, apoiam Cuba? Quem são eles pra falar de respeito às instituições democráticas, sendo que fizeram um mensalão? O que foi o mensalão, Senador Magno Malta? A completa anulação do Poder Legislativo. Através do quê? Da compra de Deputados e Senadores por meio de propina. |
| R | Então, esses que estão hoje no Governo e que estão tentando destruir o movimento legítimo que surgiu nas ruas, o movimento de direita, de homens e mulheres bem-intencionados que querem construir um Brasil melhor pros nossos filhos e netos, esse Governo que está aí, Sr. Presidente, é um Governo que não respeita, que nunca respeitou a democracia nem os Poderes instituídos. Nós temos que ouvir aqui, como nós ouvimos: "A democracia venceu". Que democracia que venceu? A democracia deste Governo que está aí? A democracia relativa do Lula? A "propinocracia" com que o PT está acostumado? Isso não é democracia. Aliás, agora, nesse mesmo instante, está tendo greve lá em São Paulo, Deputados e Senadores - ato antidemocrático, porque está tirando o direito de ir e vir de pessoas. Eu espero que haja um juiz de primeira instância lá em São Paulo e condene os manifestantes lá de São Paulo, os grevistas de São Paulo, a penas como essa que o Supremo tem aplicado, porque é ato antidemocrático. Agora que o Supremo julgou, o sarrafo está alto. Então, o MST, que é o movimento terrorista, os Black Blocs, todos esses movimentos de esquerda precisam ser condenados pelo mesmo sarrafo com que o Supremo julgou agora. A sua conta foi bloqueada quando, Sr. Argino Bedin? O SR. ARGINO BEDIN (Para depor. Fora do microfone.) - Em novembro. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Em novembro de 2022. A conta do Sr. Argino Bedin foi bloqueada em novembro de 2022, Sr. Presidente, como que ele poderia financiar o 8 de janeiro se a conta dele estava bloqueada? (Palmas.) Então, Sr. Presidente, o que nós estamos vendo hoje é um triste episódio de abuso de autoridade, em que os Parlamentares governistas estão expondo, de modo vexatório e vergonhoso, um empresário de sucesso no nosso país, e não só ele, como constrangendo a família dele. Porque inúmeros Deputados e Senadores governistas aqui... (Soa a campainha.) O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - ... tentaram ameaçar o Sr. Argino, colocando membros de sua família como se fossem criminosos, quando, na verdade, repito o que disse no início, o Sr. Argino Bedin é um empresário exemplo pro nosso país. Eu quero aqui, Sr. Presidente, rapidamente, antes de finalizar o tempo, só relembrar o texto da nossa Constituição Federal. O texto da nossa Constituição Federal, no seu art. 136 - eu peço só mais um minuto pra concluir, Sr. Presidente -, o seu art. 136 em diante traz o Título V da nossa Constituição, em que apresenta a defesa do Estado e das instituições democráticas. E aqui, no texto da nossa Constituição Federal, quais são os instrumentos para a defesa do Estado e das instituições democráticas? Seção I, Do Estado de Defesa; Seção II, Do Estado de Sítio; e, depois, o art. 142 traz as Forças Armadas e a sua utilização. (Soa a campainha.) |
| R | O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Agora, que golpe que seria esse, Sr. Presidente, que se daria no dia 8 de janeiro, com uma possível implementação de estado de defesa e estado de sítio, sendo que isso teria que passar pelo Congresso Nacional, sendo que o Comandante das Forças Armadas, no 8 de janeiro, era o Lula, portanto, quem comandaria um estado de defesa, um estado de sítio, uma GLO seria o Lula. Que golpe é esse? Essa narrativa da esquerda não se sustenta. E, mais uma vez, essa narrativa não se sustenta, nós sabemos por que: porque eles querem, com o dia 8 de janeiro, apenas destruir não o Bolsonaro, mas o bolsonarismo, como o próprio Lula disse na transição - vídeo esse que eu já mostrei, inclusive, no telão desse plenário. Obrigado, Sr. Presidente. Solidariedade mais uma vez ao Sr. Argino Bedin e a toda a sua família. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não, Senadora Eliziane? A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Como Relatora.) - Presidente, eu, na verdade, pedi aqui a minha assessoria para que a gente pudesse dar uma lida na decisão do Ministro Nunes e eu quero fazer um registro, Presidente, da minha preocupação. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito é um instrumento legal do Congresso Nacional. Aliás, a lei, na verdade, que rege a CPI data dos anos 50. Então, veja a importância desta Comissão. E a decisão que foi proferida pelo Ministro, de forma monocrática, se for repetida por outros Parlamentares, acaba com esse instrumento legislativo, que é uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Veja, a decisão impede que esta Comissão, ao final dos trabalhos, não use absolutamente nada referente ao ex-Diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques. Não é um recorte de alguma decisão, não é questionar alguma coisa que estivesse fora do escopo da CPMI. Ela anula por completo todo um processo de investigação que nós levamos aqui meses a fio. Aliás, de um ex-diretor, de uma das pessoas investigadas por esta Comissão que foi presa, de uma forma posterior, pela Polícia Federal. Então, claro, uma decisão dessa magnitude tem que se cumprir, é o que diz o processo constitucional brasileiro. Mas eu preciso deixar aqui o meu lamento, lamentar esta decisão. Eu acho que, para além, Presidente, da decisão de recorrer - e a Advocacia do Senado fará isso; V. Exa. anunciou agora há pouco -, eu entendo que nós precisamos sentar e procurar remédios constitucionais para que essa decisão não possa ser repetida e, ao mesmo tempo aqui, solicitar, pedir que o Ministro Nunes Marques cumpra também um princípio constitucional que é de remeter essa decisão à turma ou ao Pleno. É o mínimo, na verdade, que nós, na verdade, deveremos ter por parte desta Comissão. É inaceitável, é inadmissível que uma Comissão Parlamentar de Inquérito, depois de cinco ou seis meses de trabalho, ao final não possa utilizar... E nós não possamos, na verdade, juntar todo um volume de informações e de investigação que nós fizemos ao longo desses anos aqui nesta Comissão. Então, eu queria deixar registrado o meu lamento e a minha indignação com essa decisão por parte do Ministro. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Senadora Eliziane. Passo a palavra ao próximo orador inscrito, que é o Deputado Duarte. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA. Para interpelar.) - Sr. Presidente, aqui eu começo minha fala, já que o Sr. Bedin não quer ter um momento de responder a nenhum questionamento, trazendo os relatórios da Abin que já foram comentados pela Deputada Jandira Feghali, que demonstram claramente que todos os seus, praticamente todos os seus familiares utilizaram recursos para poder financiar o bloqueio de rodovias. Por exemplo, Argino Bedin colocou cinco veículos; Evandro Bedin, três veículos; Roberta Bedin, mais dois veículos; Sergio Bedin, mais dois veículos; Ary Pedro Bedin, mais um veículo; Luciano Bedin, mais um veículo; Nilson Bedin, mais um veículo; Rafael Bedin, outro veículo. E por aí vai. |
| R | Quando a gente fala de direito à manifestação, me gera estranheza, porque aqui a oposição analisa a Constituição Federal de 1988 com pequenos recortes e se esquece, por exemplo, de princípios essenciais, como o princípio da harmonização dos direitos fundamentais constitucionais. Fala do art. 5º, mas esquece o inciso XVI desse mesmo art. 5º. Esquece, por exemplo, o art. 220 da Constituição Federal de 1988, que deixa claro que é direito de todos a liberdade de manifestação. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Mas a problemática que aqui reside, Sr. Argino Bedin, é que o senhor, com o seu pensamento, com a sua ideologia, contra inclusive a democracia, utilizou seus recursos, frutos do rendimento da sua empresa, para bloquear rodovias logo após a insatisfação do resultado das urnas, do resultado das eleições passadas. Até aí, já temos vários crimes, e aqui eu destaco o art. 253-A do Código de Trânsito Brasileiro. O senhor utilizou veículos para bloquear intencionalmente rodovias. Crime federal. Quero aqui dizer que enquanto alguns parabenizam esse ato, pessoas não tiveram acesso a medicamento, cidades não tiveram acesso a mantimentos, uma criança quase ficou cega. Imagina, Sr. Bedin, se fosse o seu filho, se fosse o seu sobrinho, se fosse o seu neto, não sei, se fosse um bisneto seu. Pelo amor de Deus, eu peço aqui ao Deputado, que agora há pouco se solidarizou com o senhor, que pense nessa família. E se fosse o seu filho? E se fosse a sua família? Até quando será normalizado se preocupar apenas com os seus, com o seu umbigo, com o seu patrimônio, com os seus interesses? Nós precisamos pensar mais nos outros, pensar mais em nosso país. E é por essa razão, Sr. Bedin, que hoje o senhor está aqui. Eu confesso, de coração, que eu refleti muito sobre a minha fala neste momento. Eu penso sempre no lado bom das pessoas. Eu jamais queria que um pai meu, um avô meu estivesse passando por uma situação como esta. Mas eu tenho a tranquilidade e a certeza de que o meu pai, de que o meu avô jamais fariam o que o senhor fez. E é pelos erros que o senhor cometeu que o senhor hoje está aqui. E é graças à democracia contra que o senhor atentou, que hoje o senhor tem o direito de permanecer calado. Nestes poucos minutos que aqui nós temos, eu tentarei lhe perguntar e espero que o senhor responda: o senhor se arrepende do que o senhor fez? O senhor, pelo menos por algum momento, repensa tudo aquilo que o senhor fez, pensando na sua família, pensando nos seus netos, pensando nos seus filhos, pensando nesta situação extremamente desgastante por que hoje o senhor aqui está passando? O senhor se arrepende dos erros que o senhor cometeu? |
| R | Todos nós podemos errar, todos nós erramos, nós somos humanos, mas eu lhe pergunto: o senhor se arrepende de ter financiado esses atos, de ter colocado em risco a vida daquela criança que tinha um ferimento nos olhos, aquela criança que não se sabe hoje se ficou cega, se perdeu a visão? Imagine a dor, o sofrimento dessa criança e daquela família. O senhor se arrepende, pelo menos por algum momento, do que o senhor fez? Eu lhe pergunto, Sr. Bedin. O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Prefiro ficar calado. O SR. DUARTE JR. (PSB - MA) - O seu silêncio, Sr. Bedin, fala muito. Eu lamento muito por tudo o que aconteceu. Espero que, apesar de o senhor não confirmar, não confessar - é um direito que lhe assiste o direito de permanecer calado, de não constituir prova contra si... Eu peço muito que o senhor peça perdão a Deus, que o senhor ore, que o senhor reze, que o senhor busque a igreja, que o senhor busque se arrepender, verdadeiramente, de tudo o que o senhor fez, porque pessoas sofreram, pessoas sangraram, pelo simples fato de o senhor pensar contrário à democracia, de o senhor entender que é melhor vivermos em uma ditadura, mas, graças a Deus, a democracia venceu. Graças a Deus, a Constituição Federal de 1988 foi cumprida, está em vigor e nós estamos aqui. Sr. Presidente, agradeço a oportunidade e agradeço aqui a oportunidade que a Constituição está nos dando de trazer essas explanações. Quero também, por fim, dizer que a oposição tenta, a todo custo, tirar a credibilidade, inclusive, do seu trabalho, Sr. Presidente, tirar a credibilidade dessas investigações. Tentam, a todo custo, levantar o nome do Flávio Dino, como se ele fosse o culpado de toda aquela mobilização de centenas de milhares de pessoas que aqui estavam. Esquecem a tentativa de invasão da Polícia Federal, esquecem e inocentam os culpados pelos bloqueios das rodovias, após o resultado das eleições, esquecem aqueles que colocaram bombas nas proximidades do Aeroporto de Brasília, às vésperas de um Natal - um absurdo! -, mas tentam, a todo custo, culpar o Ministro Flávio Dino. Por fim, Sr. Presidente, eu quero aqui registrar a esses Parlamentares que apresentam um carinho, um afeto e um certo fanatismo pelo Flávio Dino que eu posso levá-los para conversar com o Flávio Dino e, quem sabe, eles possam receber uma camisa autografada do nosso Ministro. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado. Com a palavra o próximo orador inscrito, que é o Senador Rogério Carvalho. O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT - SE. Para interpelar.) - Presidente, estamos chegando aos finalmentes do trabalho desta Comissão e... (Soa a campainha.) O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT - SE) - ... antes de mais nada, eu quero cumprimentar a Relatora, pelo trabalho dela ao longo desses quatro meses; cumprimentar V. Exa. pela Presidência e toda a Mesa que dirigiu os trabalhos da CPI; independentemente das posições, cumprimentar aqueles que, de forma urbana, de forma, ainda que veemente, respeitosa, puderam expressar as suas posições e defender os seus pontos de vista aqui nesta Comissão. |
| R | Isso é a base da democracia, é a base que faz do Parlamento um instrumento fundamental para que a sociedade possa compreender melhor aquilo que é decidido em nome dela - esse debate profícuo, esse debate profundo, a divergência, as posições. E aí a sociedade produz a sua reflexão sobre o que, de fato, levou ela a ter ou não ter determinada condição que melhora ou que piora a sua vida. Então, nesse sentido, eu quero aqui me referir a esses anos todos em que o Brasil foi tomado por uma visão terraplanista, negacionista, que foi dominante nas vozes que dirigiram o nosso país. Negacionistas porque, durante a pandemia, pessoas se colocavam contra a vacina, defendiam a cloroquina; pessoas que riam quando alguém estava, como o Presidente o fez, morrendo, imitando uma pessoa com covid no seu afogamento no seco, porque os pulmões, completamente tomados por microcoágulos, não podiam fazer a troca gasosa e a pessoa morre no seco, num afogamento seco, e alguém, com a sua crueldade intrínseca, rindo dessas pessoas. Isso aconteceu ao longo dos quatro anos. Ao longo dos quatro anos, nós vimos as tentativas, todas, de desmerecer o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o STF. A gente viu questionamentos sobre o funcionamento das nossas instituições e da nossa democracia. Nós também ouvimos e vimos atos que não são educativos para um país que desenvolveu o melhor sistema de votação e que é referência para o mundo, porque é um sistema eletrônico, de urnas eletrônicas, com que, ao final do dia, numa eleição complexa, com eleição de Deputado Estadual, de Deputado Federal, Senador, Governador, Presidente da República, a gente consegue saber quem são os eleitos e quem não foi eleito. E nós tivemos questionamentos dessas urnas. Esses questionamentos foram feitos, e nós tivemos o envolvimento do próprio Presidente em reunião com um hacker, para tentar burlar essas urnas, para desmerecer, para desqualificar, para gerar a dúvida na população caso o resultado da eleição fosse desfavorável. Mas, felizmente, não conseguiram levar a cabo esse questionamento, e as urnas foram utilizadas. Depois, um presidente de partido questiona as urnas, mas só questiona para a Presidência da República no segundo turno, não questiona as eleições de quem foi eleito na primeira votação, que elege Deputados Estaduais, Federais e Senadores. Isso não foi questionado porque não interessava. Então, essa forma de se conduzir de acordo com o interesse individual ou particular, deste ou daquele partido não dialoga com o sentido de uma nação democrática, que tem que levar em consideração a posição de todos os brasileiros ou da maioria dos brasileiros. |
| R | Nós vimos, então, Sra. Relatora - ao longo do processo, a gente foi vendo -, que o Presidente da República esteve envolvido. A gente viu pela delação do Mauro Cid, que disse claramente na sua delação que o Presidente participou de todas as reuniões com militares do primeiro escalão, do segundo escalão, ou seja, da cúpula do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, e trataram literalmente de dar um golpe de Estado. E obviamente que esse golpe de Estado não aconteceu por vários motivos: porque não tinha apoio internacional, porque não tinham confiança, talvez, no próprio líder, que seria o Presidente, que participava das discussões de um golpe de Estado, que não teve apoio internacional, e, acima de tudo, porque o Brasil teve, nas suas instituições, na imprensa, no Congresso Nacional, no Judiciário, no Ministério Público, na sociedade, a defesa da democracia como algo que nos uniu contra essa sanha autoritária e golpista que tomou conta do Brasil. Depois das eleições, nós vimos ser orquestrado em algumas regiões do país, como fora durante a eleição, quando a Polícia Rodoviária Federal obstruiu rodovias para que os eleitores, na Região Nordeste, não fossem às urnas, nós vimos a tentativa de desestabilizar o país com bloqueios de rodovias para estabelecer o caos e fazer o que alguns membros do alto escalão do Exército queriam, que era que o Exército - e alguns pensadores aqui defenderam um papel moderador para o Exército, como se o Exército pudesse estar acima dos Poderes constitucionais, que só são três: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário - pudesse estar acima, como moderador, para dizer se pode ou não pode ter uma intervenção e um estado de desordem no país que requeira uma intervenção militar. Veja, mas isso também teve financiamento, e estamos diante de uma pessoa que, obviamente, não vai falar aqui, mas a gente tem já todos os relatos: mais de 15 caminhões, financiamento de campanha, financiamento dos acampamentos na frente dos quartéis-generais, ou seja, então, está tudo organizado. O Presidente Jair Bolsonaro teve financiamento, teve os mentores, que são parte das Forças e parte - eu estou dizendo parte porque nem todos se envolveram nisso, mas parte se envolveu - do alto escalão das Forças Armadas - isso já comprovado e já delatado, então ele teve envolvimento nisso -, teve envolvimento na questão das urnas para criar o caos e teve, no seu entorno, uma articulação política para poder gerar um movimento de instabilidade social para que pudesse facilitar a aplicação de uma medida extrema de intervenção militar, porque eles acreditavam... (Soa a campainha.) O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT - SE) - ... que era possível - possível - estabelecer um golpe ou assumir o poder. |
| R | Portanto, Sra. Relatora, eu quero, ao finalizar esse nosso trabalho, porque eu acredito que hoje deva ser a nossa última reunião, dizer que o trabalho desta Comissão deve, por obrigação, indiciar o ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro como autor, como mentor, como articulador da tentativa de golpe e corresponsável pelos atos terroristas do dia 8 de janeiro, que é frustrado, ou seja, os que se frustraram fizeram aquele ato para mais uma tentativa de gerar instabilidade. É isso, Sra. Relatora. Meus parabéns pelo seu trabalho. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Senador. Com a palavra o próximo orador inscrito, o Senador Fabiano Contarato. O SR. FABIANO CONTARATO (PT - ES. Para interpelar.) - Sr. Presidente, senhoras e senhores, quero parabenizar V. Exa. pela condução desse trabalho, ao passo que eu também saúdo aqui minha querida Senadora Eliziane Gama e todos os colegas Parlamentares. Eu venho para esta Comissão com o espírito de cumprimento de dever, Sr. Presidente, porque o objetivo aqui é analisar os fatos. E contra fatos não há argumentos. É necessário se dizerem algumas coisas. Nós temos que recapitular - eu acho que Platão que falava que a sabedoria está na repetição -: nós tivemos a ex-Presidente Dilma, que sofreu um golpe, e nunca atacou a democracia; nós tivemos o Fernando Haddad, que foi candidato à Presidência da República, perdeu, e respeitou o resultado das urnas; nós tivemos o Presidente Lula, que ficou 580 dias preso - o segundo principal bem jurídico a ser tutelado pelo Estado, porque o primeiro é a vida -, e nunca atacou a democracia. Ao contrário, a Presidente Dilma é Presidente do Brics; o Haddad é Ministro da Fazenda; e o Presidente Lula é o atual Presidente da República. Agora, tem que ser dito também - e recapitular uma linha do tempo - que achar razoável que o que aconteceu aqui - e eu falo isso olhando para os olhos do depoente e dos advogados até mesmo, a quem eu respeito, porque eu faço parte do quadro da OAB com muito orgulho -, achar razoável que, em oito dias do Governo do Presidente Lula, aquela multidão que tomou conta da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, do Supremo Tribunal Federal, do Palácio do Planalto, em nome do ex-Presidente Bolsonaro, eram infiltrados ou foi arquitetada pelo PT, isso foge à razoabilidade. Isso foge à razoabilidade, porque isso beira a insanidade. O que nós tivemos? E aí eu vou recapitular aqui: nós tivemos, desde novembro de 2022, acampamentos golpistas na porta do QG; nós tivemos ataque à sede da Polícia Federal; nós tivemos ataque de bomba próximo ao aeroporto, coisa que nós nunca tivemos. Nós tivemos quatro anos de ataques à democracia, e isso tem que ser dito, porque não foi o Presidente, foi o ex-Presidente Bolsonaro que atacou a Ordem dos Advogados do Brasil. Foi ele que participou de movimentos antidemocráticos para fechar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal; que disse que, para fechar o Supremo, bastava um cabo e um soldado. Foi ele que não sabia viver numa democracia. Eu insisto: defender ditadura estando numa democracia é fácil; eu quero ver defender democracia estando numa ditadura! Agora nós temos, sim, é que responsabilizar quem atentou contra o Estado democrático de direito. E esta CPMI está dando a resposta adequada - adequada -, e eu vou falar por que, legalmente: porque não foi apenas quem ficou e saiu na fotografia no dia 8 - e que foram mais de 1.176 pessoas -, 1.176 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público. Nós tivemos pessoas que foram condenadas, depois do devido processo legal. |
| R | Mas não só essas pessoas merecem ter o rigor da lei, porque o Código Penal é claro - o Código Penal é claro -, quando, no art. 29, determina: "Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade". E não só o autor, não só o coautor, mas aquele que agiu de forma incidental. É a chamada figura do partícipe. Seja o partícipe moral na forma de induzimento, que é aquele que incute a ideia golpista; seja o partícipe moral na forma de instigação, quando ele reforça a ideia golpista; e seja, como é o caso do depoente, com todo respeito, do partícipe material, para aquele que auxilia a prática do crime. Mas não importa, seja autor, seja coautor, seja partícipe, moral ou material, quem de qualquer forma concorre para o crime, responde pelo mesmo crime. E esse comportamento está estabelecido também no Código Penal, quando, no art. 13, caput, diz que "o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa" e "considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido". Então, quando o depoente ou qualquer pessoa induziu, instigou, auxiliou aquilo que aconteceu aqui, todos - todos -, pela teoria unitária humanista, devem responder pelo resultado que ocorreu. Todos, sem exceção, todos devem responder, respeitado o devido processo legal, mas, ao final, uma sentença penal condenatória, transitada em julgado, porque atentar contra a democracia e contra o Estado democrático de direito, isso não é direito de cidadania - isso não é direito de cidadania. O melhor terreno para plantar e colher direitos, e morro defendendo isso, é a democracia. Agora, comportamento golpista, comportamento imediatista, ditatorial, que não respeita resultado, que ataca a urna eletrônica, que ataca o sistema eleitoral, que ataca as instituições, que ataca a Ordem dos Advogados do Brasil, que ataca os meios de comunicação, que ataca os movimentos sociais, que ataca a sociedade civil, isso não é democracia; isso são pessoas que não sabem viver numa democracia. Defenda aqui a democracia. É essa a função de todos nós, porque falam que não houve golpe. Claro - claro -, senão nós não estaríamos aqui - senão nós não estaríamos aqui. Mas o que fizeram foi atentar contra a democracia, contra as instituições, contra o Estado democrático de direito. E eu não tenho dúvida, eu espero que a consciência do senhor é que reflita isso, mas quando o senhor, de qualquer forma, tenha concorrido para esse fato, seja com financiamento, seja com aporte de veículos, o senhor está concorrendo, sim, para a prática criminosa e deve responder pelos seus atos, a título de dolo, porque o art. 18 é claro: "diz-se o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo". |
| R | E eu espero que o senhor e qualquer pessoa que tenha concorrido para esse fato seja responsabilizado, inclusive o ex-Presidente, que pra mim foi o mentor intelectual, que ficou quatro anos vilipendiando a democracia, as instituições, atacando a Câmara, atacando o Senado, atacando o Supremo, atacando o Palácio do Planalto, atacando as instituições - não sabe viver numa democracia, não sabe viver numa democracia -, atacando o sistema eleitoral, que o elegeu, atacando todos nós. Isso tinha que ser uma bandeira não de um partido, isso tinha que ser uma bandeira de todos nós, porque nós estamos aqui é defendendo a democracia de pessoas que, num comportamento imediatista, criminoso, estão instigando, vilipendiando a Constituição. Eu espero que esta CPMI, com o relatório, faça o indiciamento de todas as pessoas que de qualquer forma tenham concorrido para a prática criminosa. Obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Senador. Passo a palavra ao último orador inscrito nesta parte da manhã, que é o Deputado Mauricio Marcon. O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS. Para interpelar.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Às vezes, a gente bota os dedos nos ouvidos aqui, Sr. Bedin, pra ver se está saindo sangue de tanta bobagem que a gente ouve aqui. Ouvir um Parlamentar do PT falar em democracia é a mesma coisa que falar... ouvir Hitler defendendo os judeus, não é? Afinal, na Venezuela, em Cuba, há muito aliado desse partido e, ao que se sabe, não se tem democracia lá. Mas, Sr. Presidente, eu queria começar a minha fala... (Palmas.) ... obrigado, colegas - falando que nós temos, digamos, um relacionamento meio conturbado, não é? Eu falei que o senhor seria o pizzaiolo, mas hoje tenho que fazer justiça ao senhor. O senhor foi um homem corajoso hoje, enfrentou a "petezada" pela sua honra, quando o senhor quis colocar na votação o requerimento que convocava o Comandante da Força Nacional, que ia entregar Flávio Dino. O senhor foi forte aqui, o senhor está de parabéns, ao contrário da Relatora, que não se importa muito com as imagens que comprometeriam o chefe dela, não se importa muito em ouvir o Comandante da Força Nacional, sequer está aqui, mais uma vez, quando eu falo - ela deve ter ojeriza à minha fala, talvez a verdade doa. Então, Sr. Presidente, o senhor entra pra história mesmo que essa CPMI terminará numa pizza, porque, afinal, quem escreveu o relatório final a gente sabe que foi Flávio Dino. O senhor não participou disso e o senhor tentou fazer acordos pra que todos pudessem ser ouvidos aqui de uma forma transparente. Então, fica aqui o meu respeito pela sua pessoa. Sr. Bedin, olha, me pediram se nós éramos parentes, porque eu sou Bedin também, mas eu sou da parte pobre da família, então eu acho que a gente não é parente. Mas quero lhe dizer que o rostinho dos Bedins, mais redondinho, como era o do meu vô, o senhor tem. Então, daqui a pouco, de longe, a gente é parente. Quero lhe dizer que o senhor é um orgulho pra essa nação, porque, se tem Parlamentar que recebe pra falar um monte de bobagem aqui, é porque tem homens como o senhor, que trabalha e gera imposto pra que eles tenham um salário e estejam aqui. Então, o senhor é um orgulho pra família, e eu tenho orgulho de ter o nome que o senhor tem, quero deixar isso bem claro. O senhor foi acusado pela Relatora. O senhor está aqui por ser um financiador dos atos do dia 8 de janeiro. Aí ela teve a capacidade de puxar o seu extrato, e o senhor estava sem contas pra financiar, porque o senhor estava com elas bloqueadas. E, pior, ela teve a ousadia de dizer que o senhor doou R$1 pro Presidente Bolsonaro, como se isso fosse um crime. Não sei se ela queria que o senhor doasse R$1,50, R$2, R$2,50, qual que seria o valor que ela consideraria não crime. Tenho certeza de que, nas vaquinhas do PT que a Gleisi fez campanha, não tem problema quem doa, não é? Mas, nas do Bolsonaro - meu Deus do céu! -, se tem povo que acredita no Bolsonaro, é de direita, e doa R$1 pra ele, tu já és criminoso. Mandar o nosso dinheiro pra financiar ditadura que fuzila opositor no paredão, esse não tem problema, esse está tudo certo. Agora, ajudar um Presidente que fez muito por este país a pagar multas impagáveis, colocadas por quem eles indicaram na Justiça, aí o senhor é criminoso. |
| R | Veja você, eu falei essa frase já alguma vez, mas nunca se esqueça que o senhor, o que fizer aqui na terra, o senhor vai se dar lá com Deus. O senhor deve ter o coração tranquilo como eu tenho. Agora, como tem uns por aí que se vendem por causa de emenda e cargo e vêm aqui defender governo indefensável, esses, meu amigo, esses vão pagar as contas lá com Deus. Então, quem fala muito de justiça não se apavora, por exemplo, quando a gente tem um caso aqui, provavelmente seja a última vez que a gente vai ter a questão de fala aqui, mas eu quero trazer o caso, nosso líder aí, Magno Malta, da condenada Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, 57 anos, frequentadora da Igreja Batista, casada há mais de 30 anos, dona de casa, trabalha cuidando das netas, ré primária, Presidente, ocupação lícita, residência fixa, cuida de dois adolescentes em sua casa, de que ela tem guarda legal, porque os pais eram usuários de drogas. Essa mesma droga, Senadora Damares, que o STF quer liberar e que tem Parlamentar aqui que defende, que destrói as famílias, essa mesma droga, e colocou essas crianças, inclusive esses pais passando fome, e essa Sra. Jupira cuida deles. Curadora de uma pessoa com distúrbios mentais, ela cuida dessa pessoa. Ela foi condenada, sabe por quê? Sem uma imagem, colega Feliciano, não existe uma imagem dela quebrando uma porca, uma porquinha, dentro aqui dos prédios dos três Poderes, uma mesa, nada. Ela foi condenada porque encontraram o DNA dela numa garrafinha de água, colega Nikolas, vazia dentro do Palácio do Planalto. Sabe a pena dela? Quatorze anos de cadeia. Essa é a Justiça que nós temos hoje no Brasil, uma Justiça que solta marginais, que julga pessoas que não teriam direito ao foro privilegiado, que não dá, como convenção internacional, o direito de recorrer, porque o Supremo já é a última instância. Então, essa senhora de 57 anos, colega Cleitinho, que cuidava de uma pessoa com distúrbios mentais, que cuidava dos seus netos, esteve aqui, disse que entrou no prédio porque estava com medo das bombas, pegaram o DNA dela numa garrafinha de água e ela foi condenada a 14 anos. A gente tem corrupto no Brasil, traficante, esquartejadora, que são condenados a menos do que ela foi condenada. Essa é a Justiça. Então, quando eu ouço Parlamentares vociferarem que defendem a Justiça, que defendem a democracia, que blá-blá-blá, que blá-blá-blá, não vejo indignação alguma quando uma senhora que teve a vida ilibada é condenada a 14 anos e vai passar os últimos anos da sua vida na cadeia por um absurdo jurídico que a gente vive hoje no Brasil. Sr. Bedin, o senhor está sendo "condenado", entre aspas, pela "petezada" aqui, porque eles odeiam gente que trabalha e que produz. O senhor não precisa ficar chateado com isso, não dê bola. Eles são o mal, eles representam o mal. A gente tem um pastor aqui da Shopee que defende o aborto. Imagina o senhor, um pastor que defende assassinar bebês. É contra essas pessoas que nós lutamos, é contra essas pessoas que é a nossa missão aqui na Terra. Deus vai saber nos recompensar. Essa parte que o senhor está passando hoje na sua vida, leve como um fato que o senhor trabalhou, se destacou e por isso o senhor foi perseguido. Nunca se esqueça, eles odeiam pessoas de bem, porque eles não são pessoas de bem. Então, fica aqui o meu respeito ao senhor, tá? Temos o mesmo nome, talvez nossos bisavôs lá sejam parentes, como eu lhe falei, sou da parte pobre, mas fico honrado em ter alguém da sua história, que construiu um patrimônio, que ajudou esse país a se desenvolver aqui hoje. |
| R | Ficam aqui os meus sentimentos, se o senhor ficou um tanto quanto chateado de estar aqui, mas o senhor é defendido pelo bem e estar do lado do bem sempre é positivo. Forte abraço. E, Presidente, mais uma vez, pela sua postura hoje, os meus parabéns! Não é qualquer homem que enfrenta um Governo do mal. Obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu falei que o Deputado Marcon seria o último, mas o Senador Cleitinho está acometido aqui de um mal-estar, pediu para falar e permutou aqui com o próximo orador inscrito, que seria o Senador Magno Malta. Então, em atenção a essa situação, eu vou passar a palavra, como último orador, aí, sim, dessa parte da manhã, ao Senador Cleitinho. O SR. CLEITINHO (REPUBLICANOS - MG. Para interpelar.) - Sr. Presidente, muito obrigado. Agradeço aqui aos Senadores, à Senadora Soraya, muito obrigado. Vou ser breve. Eu queria aqui falar para... Sr. Argino, o senhor poderia só prestar atenção na minha fala aqui? O SR. MAURICIO MARCON (PODEMOS - RS. Fora do microfone.) - Eu que atrapalhei. O SR. CLEITINHO (REPUBLICANOS - MG) - Não, sem problema, Mauricio. A pergunta que eu vou fazer para o senhor é uma pergunta bem simples, que não vai te comprometer em nada e acho que vai até te ajudar. Eu queria que o senhor me confirmasse mesmo se as suas contas estão bloqueadas desde novembro. É só responder "sim" ou "não". O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Estão bloqueadas. O SR. CLEITINHO (REPUBLICANOS - MG) - Está bloqueada desde novembro. A CPMI aqui, pessoal, é para a gente falar sobre os atos do dia 8. Quem financiou, quem foi omisso, quem foi... Espere aí, se é para os que financiaram o dia 8 e a conta dele está bloqueada desde novembro, como é que ele financiou alguma coisa no dia 8? Vamos focar no dia 8, vamos focar no dia 8, atos do dia 8, CPMI dos atos do dia 8! Então, o senhor confirma comigo que a sua conta está bloqueada desde novembro, não é isso? (Pausa.) Se a conta dele está bloqueada desde novembro, ele não financiou nada no dia 8, pô! A gente tem que ser mais sério aqui. E eu queria que pudesse mostrar para mim um vídeo, por favor. Mostra esse vídeo para mim, por favor. Vamos começar a separar o joio do trigo aqui. Infelizmente, a Relatora não está aqui, mas esse vídeo seria para a Relatora. Olha aí. Aumenta o som para mim, por favor. (Pausa.) Eu vou pedir para voltar o vídeo e aumentar a fala dele para mim, por favor, porque esse é o nosso Exmo. Ministro da Defesa, Ministro da Defesa do Brasil. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. CLEITINHO (REPUBLICANOS - MG) - "Me desculpem". (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. CLEITINHO (REPUBLICANOS - MG) - Pode finalizar aí. Só quero falar para todos que estão aqui, para V. Exas. que esse Ministro da Defesa é o Ministro do Lula. Foi ele que o indicou. Então, infelizmente, a Relatora não está aqui neste momento agora, mas é só para a gente separar o joio do trigo, porque ele mostra aqui que não teve característica nenhuma de golpe, gente, para falar que foi golpe de Estado o tempo inteiro no dia 8. E aí tem pessoas sendo condenadas a 16, a 15 anos. E aí? Isso aqui é golpe de Estado? O Ministro da Defesa falando que não é golpe de Estado e repetindo novamente. Esse Ministro foi indicado pelo Lula? É do Governo Lula? |
| R | Então, eu queria muito que a Relatora estivesse aqui agora, porque agora, dessa, é a última, a última que a gente vai fazer aqui, agora, e depois vai vir o relatório final. Será que vai separar o joio do trigo? Outra coisa, queria que mostrasse mais um aqui pra gente mostrar o joio do trigo novamente. Mostra para mim mais um vídeo que eu pedi pra colocar aqui. Eu pedi pelo amor de Deus pra vir aqui na CPMI, mas já teve do DF. Olha aí, pra falar do Bolsonaro. Olha aí. (Procede-se à execução de vídeo.) O SR. CLEITINHO (REPUBLICANOS - MG) - Pode finalizar. Eu queria só mostrar pra vocês aqui, porque eu até vi que alguns aqui que são da base governista sempre dizendo que o Bolsonaro é que financiou, que o Bolsonaro aumentou disso. Essa Ana Priscila é que estava aqui fazendo a quebradeira. Eu pedi milhares de vezes pra gente convocar ela, porque até ela fala: "Missão dada é missão cumprida". Lá ela não teve coragem de falar quem mandou dar a missão. Mas ela deixou bem claro que o Presidente Bolsonaro não patrocinou nada, não financiou nada, e não esteve... Nada a ver com o dia 8. Eu estou falando de uma Ana Priscila que quebrou tudo aqui dentro, que tem que estar presa, que não é de direita. E aí toda hora tem que ficar citando o nome do Presidente Bolsonaro. Eu nunca vi tanto amor! Ó, Nikolas, deixa eu te falar: o Bolsonaro acho que vai estar esse final de semana em Minas Gerais. Então, quem tiver esse amor platônico pelo Presidente Bolsonaro, pode me dar uma camisa de time de coração de vocês, que eu levo pra ele pra poder patrocinar, e eu trago no último dia do relatório final, entrego pra cada um, porque eu nunca vi tanto amor pro ex-Presidente Bolsonaro. Eu nunca vi tanto amor por um ex, gente, que não é mais Presidente da República. E fica aqui toda hora desrespeitando ele e a família dele. Outra coisa que eu queria falar agora aqui pro depoente que está aqui hoje, aqui, falar pra ele que ele é a geração de riqueza deste país junto com os funcionários dele, junto com o trabalhador. Geração de despesa está aqui. Isto aqui é que gera despesa pro país. Gera desinformação, gera encheção de saco. Estamos aqui desde antes de outubro falando isso aqui e não resolve nada. Aí vem trazer um cidadão aqui que é trabalhador, empreendedor, que gera mais de cem empregos, que os cem trabalhadores... É a geração de riqueza deste país. Fica aqui apontando o dedo na cara dele. Ele que é o patrão da gente, ele paga imposto rigorosamente em dia, pra pagar o salário da gente aqui, pra ficar aguentando encheção de saco dos outros aqui. Aí vem falar que ele já pegou, já patrocinou campanha, que já depositou dinheiro em campanha... Espere aí, gente! Aqui tem dois jeitos: ou você recebe do fundo eleitoral, do fundo partidário, ou outra maneira que você tem é você ter doação de campanha. Quem é que não recebeu doação de campanha tanto de esquerda e tanto de direita? Levantem a mão por favor aqui, V. Exas. Quem nunca recebeu? Hipócritas, fariseus! Novamente, hipócritas e fariseus falando aqui de doação de campanha, parecendo que nunca recebeu doação de campanha. Hipócritas, fariseus! Adora apontar o dedo, mas não olha pro dedo dele! Então, acalme o seu coração. Você aqui é geração de riqueza. Você aqui é que faz este país desenvolver, este país andar. Isto aqui não faz nada andar. Isto aqui, pelo contrário, faz é ter despesa, encheção de saco. Resolver o problema do país, ninguém quer. Isto aqui, pra falar de fundo eleitoral para aumentar, todo mundo se une, e vamos abraçar todo mundo e vamos aumentar o fundo eleitoral. Agora, pra resolver o problema do povo e defender o povo, aí divide, quer dividir pra conquistar. |
| R | Pois eu quero falar pro senhor aqui que o senhor pode ficar tranquilo aqui que, se a justiça aqui não vier, a justiça de Deus vem. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Bom, eu vou agora suspender aqui a reunião, mas antes eu queria trazer aqui a minha sugestão. Claro que está aberta aí a um acordo, mas a minha sugestão... Conversei aqui com a Relatora e ela também concorda que façamos dessa maneira, porque a gente sabe que existe uma determinação, as determinações do Regimento Interno, mas até em homenagem ao trabalho que todos fizeram aqui... Deputados e Senadores que estão aqui neste momento, todos foram muito assíduos aqui no andamento da CPI. Não são... Alguns estão na Comissão, mas mal vieram à Comissão. Mas os que estão aqui, independentemente de ser Governo ou de oposição, sempre estiveram presentes. Nós sabemos que esta Comissão... Eu já fui avisado pelos Deputados da oposição que apresentarão um voto em separado. Portanto, a minha proposta - e a Senadora Eliziane concorda - seria a seguinte: no dia 17 de outubro próximo, a Senadora Eliziane fará a leitura do seu relatório; em seguida, um membro da oposição terá até 40 minutos para fazer a leitura do voto em separado. Feita a leitura, temos o seguinte compromisso, em acordo: primeiro, não haver pedido de vista para que a gente avance na discussão no mesmo dia, não haverá pedido de vista nem de um lado nem do outro; segundo, também não haverá, não será aceito e não haverá, portanto, requerimento, conforme o Regimento permite, para encerramento da discussão, porque sabemos que, depois de dez oradores terem se manifestado, qualquer Parlamentar pode pedir o encerramento de discussão, e os outros, portanto, ficariam sem falar. Então, nós não admitiríamos um requerimento de encerramento de discussão justamente para que todos aqueles que se inscreverem tenham direito à fala. E aí, ao final, depois da fala de todos os inscritos, nós submeteremos os pareceres à votação. Então, essa é a nossa opinião, salvo... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O relatório, claro. O relatório da Relatora será votado e, se for derrotado, aí sim, entra o voto em separado. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - ... sobre esse assunto. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF. Pela ordem.) - Quero dizer a V. Exa. que, em todas as CPIs de que participei... E olhe que eu participei, em nome do PSDB, praticamente de todas: Petrobras, Lei Rouanet, Carf, BNDES, Fundos de Pensão, participei de todas, aqui no covid, aqui também na Chapecoense. Em todos elas, nós apresentamos um relatório em separado. E quero dizer que, independentemente da oposição, do relatório, nós vamos apresentar também um voto em separado, até porque é um relatório independente, não é nem Governo, nem oposição. Como sempre atuei aqui, o meu objetivo é mostrar a verdade dos fatos. Então, quero dizer a V. Exa. que eu vou apresentar também um relatório em separado em nome do PSDB. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Olhe, Senador, nós aqui, o tempo inteiro, tratamos como bloco de Governo e bloco de oposição, mas podemos aqui fazer, na minha opinião, porque, se forem todas as pessoas aqui oferecer voto em separado e tivermos que dar o mesmo tempo para todos, aí esse acordo fica inviabilizado. Então, nós receberemos o voto em separado e V. Exa., durante a sua fala, defende o seu relatório, que é o relatório específico do Senador Izalci, mas não podemos abrir, para cada um que apresentar um voto em separado um prazo de 40 minutos, porque aí isso vai inviabilizar... |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF. Pela ordem.) - Presidente, nas CPMIs, você tem, além de oposição e base de Governo, você tem independente. Eu não sou base de Governo nem oposição. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, tudo bem, tudo bem. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - Que é uma posição que existe, não é? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, tudo bem, e, como tal, V. Exa. pode apresentar o seu voto em separado, não há dificuldade. Agora, nós não podemos dar o tempo. Pois não, Deputado Rogério Correia. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Pela ordem.) - Apenas para verificar, Presidente, perguntar a V. Exa., em termos regimentais, você tem apresentação do relatório, normalmente, e o voto em separado é um voto em separado que é apenas considerado. O que V. Exa. está propondo é que um desses votos em separado seja... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O da oposição. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - ... pelo lado da oposição. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Isso. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - E que tenha um tempo de 40 minutos. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Isso. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Vamos dizer que eu concordo. Agora, realmente não pode haver mais do que um; senão, vão ser substituídos por vários relatórios. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Sim, eu concordo com V. Exa., e assim vai ser feito. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - Mas está garantido o prazo de dez minutos? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, dez minutos V. Exa. vai ter para poder discutir. Com a palavra o Deputado Filipe Barros. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Pela ordem.) - Presidente, então, só para nós entendermos: a Relatora fará uso da palavra para leitura do seu relatório, por tempo... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Indeterminado, como tem sido sempre. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Logo após, o voto da oposição... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Isso. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - ... e aí o senhor abre a palavra para todos os membros que queiram fazer uso dela por dez minutos. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Aí, depois que nós lermos, depois que a Relatora se manifestar, depois que o voto da oposição for lido, aí nós iniciaremos as inscrições, como tem sido aqui, de praxe: prazo de dez minutos... O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Fora do microfone.) - Perfeito. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... para todos os membros efetivos e suplentes e três minutos para os não membros. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Sr. Presidente, só mais uma pergunta. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Sr. Presidente, eu só gostaria de pedir a V. Exa. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Espera aí, pela ordem. Eu vou ouvir a todos. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Eu só gostaria de pedir a V. Exa., com a complacência dos membros do Governo, que os 40 minutos da oposição possam virar uma hora, porque a Relatora terá o tempo necessário, que ela achar necessário, para fazer a leitura do voto dela; 20 minutos a mais para a oposição, para o Governo não faz diferença, mas, para nós, faz diferença. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Tudo bem. Eu não vejo problema nenhum. Vamos dizer que nós teremos uma tolerância, mas o prazo fica de 40 minutos, com a tolerância aqui, da Presidência, caso não se encerre a sua fala. Deputado Abilio Brunini. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Pela ordem.) - Sr. Presidente, eu só tenho uma pergunta para o senhor, que é o seguinte: se o senhor está colocando que já tem um prazo determinado para que se apresente o relatório e já tem um dia praticamente específico que a gente vai votar. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Isso. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Nós temos mais duas oitivas, é isso? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Olha, nós temos marcada, até agora, uma oitiva para quinta-feira. É isso que está marcado até agora. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Na semana subsequente? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Na semana que vem, não teremos reuniões, até porque a Relatora, conforme ela já me disse, em função de tantas mudanças e tantos depoimentos novos, ela precisa de um prazo maior para fazer o seu relatório. Então... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Qual será a última oitiva? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Quinta-feira. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Não, mas quem? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - A do Beroaldo, que está marcada. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Quinta-feira. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Nessa questão do Beroaldo eu tinha... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Flávio Dino, Cappelli, etc., não virão? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Como? O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - O Cappelli, o Flávio Dino e os demais não virão mais? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - V. Exa. sabe que nenhum deles está convocado, Deputado. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Então, está o.k. Obrigado. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Pela ordem.) - Presidente, duas questões: a primeira, de quinta-feira. Eu tinha solicitado a V. Exa., que nós tínhamos uma polêmica em relação a esse caso. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Tudo bem, tudo bem vamos discutir isso depois. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - A segunda... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Peço a V. Exa. que a gente deixe esse tema de quinta-feira para discutir depois. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - A segunda questão é a parte da tarde hoje. Temos quantos inscritos, ou podemos fazer a leitura dos nomes. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Nós temos ainda aqui, depois da fala do Deputado... do Senador Cleitinho, que foi o último, foi o 13º inscrito, ainda temos mais 11 membros e um não membro. Então, aí vamos encerrar depois que voltar... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - O senhor poderia fazer... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... por volta de duas horas, depois do nosso retorno. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - O senhor tem a relação deles, por favor? Poderia... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Está aqui. V. Exa. pode ver depois. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Pois não. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não, Deputado Pr. Marco Feliciano. O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP. Pela ordem.) - É uma pergunta muito simples: a votação ficará pra depois então dos debates? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Depois do debate. O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP) - Sim, senhor. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Depois do debate faremos a votação. O.k.? Bom, então, está acertado este acordo de procedimentos - este acordo de procedimentos: primeiro, no dia 17 será apresentado o relatório, a Relatora fará a leitura do seu relatório sem limite de tempo; depois, o voto em separado da oposição será apresentado com um prazo de 40 minutos, mas com o compromisso desta Presidência de ter uma tolerância de até uma hora; em seguida, será aberta à fala de todos os inscritos. Além disso, fica acertado que não haverá, a Mesa não acatará pedido de vista e nem acatará nenhum requerimento, não submeterá à votação nenhum requerimento para encerramento de discussão, de sorte a darmos oportunidade a que todos possam usar da palavra. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Fora do microfone.) - Só uma hora pra oposição, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Sim. Eu falei 40 minutos com a tolerância de até uma hora. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Isso é pra leitura do relatório, não é, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Leitura do relatório, leitura do relatório. Eu quero deixar claro que - é importante o que o Deputado Rogério Correia está falando - nós estamos falando de tempo de leitura de relatório. Se for aqui pra debater, etc... Mas é tempo de leitura de relatório. Claro que terá que ser escolhido um membro da oposição para fazer essa leitura, e terá uma hora para fazê-lo. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Fora do microfone.) - Pode dividir, Presidente? O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP) - Era a minha pergunta. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Como? O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP) - Se os Deputados da oposição podem dividir a leitura? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, não pode. O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP) - Só um... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não é isso? É uma leitura só. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Olha, não tem problema, não. Eu até acho que não tem problema, não. Cada um lê uma parte do relatório, tudo bem. A SRA. DAMARES ALVES (REPUBLICANOS - DF. Pela ordem.) - Presidente, são dois relatórios. A publicação dos relatórios bem antes da leitura, para a gente ler em casa antes e vir aqui... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então, faremos o seguinte... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, não é um relatório; é um relatório e um voto separado. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - É, um relatório e um voto separado. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - É, e um voto separado. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Vou entregar no prazo regimental. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Pela ordem. Fora do microfone.) - Mas é que, como não terá vista, será que pode disponibilizar antes? Como não terá vista... A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Quando eu finalizar o requerimento, eu protocolo. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF. Pela ordem.) - Se não vai ter vista, tem que ter a leitura antes. Nós precisamos ler o relatório antes. Imagine... O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - É que, na verdade, o termo é relatório final; só que, no caso da Senadora Eliziane, é relatório inicial. Desde o início, a gente já sabe qual é o relatório. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Fora do microfone.) - Tem que pegar o Regimento e fazer como no Regimento. O Regimento não permite nada disso. (Pausa.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Presidente, me concede um minuto? (Pausa.) Presidente, me concede um minuto? (Pausa.) O SR. CLEITINHO (REPUBLICANOS - MG) - Presidente, enquanto resolve isso aí, libera o depoente pra almoçar. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos fazer o seguinte... Eu estou aqui combinando. Nós estamos aqui num procedimento de acordo - de acordo. Não existe um prazo para entrega anterior do relatório. A rigor, a Relatora pode apresentá-lo até na hora, mas, como também estamos avançando aqui pra fazer um acordo de não haver pedido de vista, então, a minha proposta aqui, que a Relatora acata, é que, já que nós vamos fazer essa leitura no dia 17 de outubro, que é uma terça-feira, ela entregaria no dia 13 de outubro, que é uma sexta-feira. O dia não é nada auspicioso, uma sexta-feira 13, mas, vamos manter... (Intervenções fora do microfone.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - É auspicioso. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos manter essa data. Não é auspicioso, mas vamos... A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Presidente, Presidente... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não, Relatora. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Mas eu tinha um complemento. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Como Relatora.) - Na verdade, veja bem, a gente está levantando todas as informações ainda. Quer dizer, ontem mesmo eu pedi pra minha assessoria... Tem arquivos que eles ainda não conseguiram analisar, dado o volume. Então, eu queria pedir a V. Exa., já que, na verdade, estamos trabalhando em cima de acordo, porque eu farei esse esforço. Agora, vai depender desse volume de informações. |
| R | O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Pela ordem.) - Presidente, só a título de colaboração, Presidente, na Câmara... (Intervenções fora do microfone.) O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Presidente, só título de colaboração, na Câmara, quando há leitura do relatório, não é necessário... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Há um pedido de vista. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Não, não é necessário disponibilizar com 24 horas de antecedência. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Isso. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Como a Relatora fará a leitura do relatório dela, não há necessidade de se disponibilizar. Pelo menos na Câmara é dessa forma, não é? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Bom, então a proposta... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Veja bem, espera aí. A proposta do Deputado Filipe Barros é de que não haja... que não precisa ser disponibilizado antes, mas é contrária à posição da Senadora Damares e do Senador Izalci. O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - É contrária à minha. À minha também é contrária. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Contrária também... O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Presidente, me concede um minuto? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. Senador Magno Malta. O SR. MAGNO MALTA (PL - ES. Pela ordem.) - Eu acho que... É contrária, porque a praxe, ainda que não esteja no Regimento... Ela entregando na sexta-feira, dá tempo para se estudar, dá tempo para ler até o dia 17 - até o dia 17. Peço a V. Exa., em havendo esse entendimento de que nós vamos ter 40 minutos, prorrogáveis por mais 20, e que nós possamos dividir o relatório no tempo do Senador Izalci - ele vai ler o relatório dele -, peço a V. Exa. encarecidamente, visto que o depoente é diabético, que V. Exa. suspenda imediatamente, por ser uma pessoa com uma comorbidade muito séria. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu vou avançar aqui. O senhor está dispensado. Estamos aqui só tratando... Se quiser ir pro almoço, nós retornaremos daqui a uma hora, da hora que eu encerrar a sessão. O senhor está liberado, porque estamos tratando aqui de uma questão que é interna da CPMI. O senhor está à vontade. Veja bem, a minha ideia, já que a gente está aqui... Realmente a Relatora faz uma ponderação, quer dizer, nós não precisamos entregar com quatro dias. A minha proposta, em vez de a gente pedir vista, seria o seguinte: ela entregar no domingo o relatório e, no domingo, V. Exa. disponibiliza no... A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Como Relatora.) - Não, Presidente. É muito difícil, na verdade, eu fazer um comprometimento aqui que eu não sei se eu vou cumprir, por uma questão de volume de informações. A minha sugestão: ou eu entrego no momento em que eu compreender, que pode ser regimentalmente nos prazos pra que os Parlamentares possam receber, ou então a gente faz no dia da vista... Faz no outro dia, não tem problema. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Bom, nesse caso, nesse caso, a gente, então, mantém a vista. Então, mantém a vista. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - E aí mantém regimentalmente. Quem quiser... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Presidente, posso dar uma sugestão? Talvez resolva. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. Espera aí. O Deputado Rogério tem uma sugestão. Vamos ver se a gente consegue avançar. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Pela ordem.) - Se a Relatora entregar domingo, considera-se o prazo, então, da vista. Aí, nesse caso, não teria vista; caso ela consiga entregar. Se ela não consegue... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA. Fora do microfone.) - Não, entregar domingo... No domingo... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Se for segunda, pode colocar pra quarta a reunião, então, em vez de... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Também é uma alternativa. Também é uma alternativa. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Enfim, ela entregando no dia... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então, pronto. Então, eu acho que a proposta do Deputado Rogério Correia compõe um acordo: a Senadora entrega o relatório na segunda-feira, e nós, em vez de fazermos a reunião da CPMI na terça, dia 17, fazemos na quarta, dia 18. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - É a mesma coisa. A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Como Relatora.) - Fica uma coisa... Presidente, deixa eu dar uma sugestão para o senhor: a gente segue regimentalmente o trâmite. A gente apresenta na, terça-feira, o relatório, os colegas pedem vista coletiva, e a gente inicia, na terça-feira, a discussão e a votação. |
| R | O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Discute na terça? A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Eu não tenho como fazer um compromisso, porque eu não sei se vai ser possível ser cumprido. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Bom, então está certo. Então será dessa forma. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Eu acho que o mesmo prazo estabelecido cabe também aos relatórios, aos votos em separado, a mesma regra, não é? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Sim. Não, claro, não tenha dúvida. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF. Pela ordem.) - Presidente, mas essa questão de vista, porque daqui a pouco, vão propor vista de duas horas, três horas, tem que ver um prazo razoável para a leitura. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, veja só, veja só, vamos fazer o seguinte, façamos o seguinte então, façamos o seguinte. A gente faz, para não ficar essa discussão aqui em suspenso etc., a gente pode combinar que faremos então a leitura do relatório na terça, a leitura do relatório e do voto em separado; caso, caso, caso haja pedido de vista, será dada vista de 24 horas, e nós retomamos a discussão na quarta-feira e fazemos a discussão e a votação na quarta-feira. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Fora do microfone.) - Faz a discussão na quarta? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Na quarta. Será dada vista de terça para quarta. E quarta-feira, a gente vota. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - Presidente, vai terminar na terça. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Discussão e votação. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR. Pela ordem.) - Mas na quarta, a gente debate e vota, ou a gente vai debater na terça? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, não, se tiver, veja só, se não tiver pedido de vista, a gente inicia o debate na terça, mas certamente terá. Então eu darei vista pelo prazo até as 9h do dia seguinte. O SR. FILIPE BARROS (PL - PR) - Inicia a discussão na quarta e votação na quarta. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Faz a leitura do relatório e do voto separado na terça. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Na terça. Se houver pedido de vista, eu darei vista até as 9h da manhã do dia seguinte. E aí, no dia seguinte, às 9h, nós iniciamos a discussão e a votação. O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - A leitura do voto em separado também na terça. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Também na terça. E na quarta, caso haja pedido de vista, que certamente haverá... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... nós reiniciamos, nós daremos vista até as 9h da manhã do dia seguinte, quando faremos a discussão e a votação, portanto, no dia 18. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Presidente, só uma contribuição, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Pela ordem.) - Não é querer deixar a CPMI ter valor menos do que o das Comissões da Câmara, mas nós temos, na quarta-feira, o maior número de reuniões das Comissões da Câmara. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, paciência, Deputado, é um dia só, não vai fazer diferença para ninguém. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Não, mas não faz prejuízo colocar na quinta, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, vamos manter na quarta. Vamos manter na quarta. Havendo, portanto... Agora, a partir deste momento, suspendo a reunião pelo prazo de uma hora, para o almoço. (Suspensa às 13 horas e 18 minutos, a reunião é reaberta às 14 horas e 39 minutos.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Retomando os nossos trabalhos, o próximo orador inscrito seria o Senador Magno Malta, que tinha trocado, aliás, o Senador Magno Malta, que não está presente. Não, seria a Senadora Soraya Thronicke, que não está presente. Passo, então, ao Deputado Aluisio Mendes, que também não está presente. Aí, sim, seria o Senador Magno, que não está presente. Aí, para minha alegria, porque eu sempre gosto muito de ouvi-lo, meu querido amigo e grande Parlamentar, o Deputado Marco Feliciano. O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP. Para interpelar.) - Sr. Presidente, chegando ao final dos trabalhos da CPMI, ao ouvir V. Exa. tecer esse elogio a meu respeito, eu fico muito feliz. Tivemos alguns entraves no meio do caminho, não é? |
| R | Deixa eu só me ajeitar aqui. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, Brasil que nos assiste, Sr. Argino Bedin, o senhor é muito bem-vindo a esta Casa. Sr. Presidente, gostaria de ver se o senhor pode pedir... (Soa a campainha.) O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP) - ... para os assessores aqui... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Silêncio para ouvirmos o Deputado na sua oratória. O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP) - Se puder recompor o meu tempo, eu agradeço. Como eu estava dizendo, Sr. Bedin, o senhor é muito bem-vindo a esta Casa, a Casa do Povo, e eu lamento, de todo o meu coração, que seja em uma situação como esta. Eu estava aqui ouvindo os meus amigos Parlamentares, se é que eu posso chamar de amigos alguns, não é? Na política verdadeira, não existem inimigos, existem adversários, mas a esquerda não vê os seus antagônicos como adversários, mas, sim, como inimigos. Então, eles tratam da pior maneira possível, são cruéis, são violentos e tudo em que tocam acaba apodrecendo, inclusive quando tocam no nome de gente boa como o senhor, todavia, neste caso, o efeito é contrário: eles acabam ficando apodrecidos e não o senhor. O senhor é um brasileiro, é um homem honesto, é um homem de trabalho. Estava lendo aqui um pouquinho do seu currículo, o senhor trabalha com soja, não é? Meu sogro foi plantador de soja. Imagino as lutas que o senhor já enfrentou. O senhor tem calos nas mãos aí, Sr. Argino? Ainda tem alguns? (Pausa.) Todas elas... Eu acredito nisso, porque eu sei o que é a vida de um trabalhador rural. Sr. Presidente, não sei se V. Exa. sabia, eu trabalhei na roça. Eu fui cortador de cana-de-açúcar, apanhei laranja, apanhei algodão, café, lá no interior paulista. Venho de família muito humilde e todas as pessoas que vêm de família humilde e ascendem na vida, ascendem dessa forma, sendo honestos, sendo trabalhadores, como é aqui o Sr. Argino. Chegar a um momento como este, em que uma confusão política mete uma pessoa de bem como o senhor, nessa história, como eu disse, é lamentável. Então, eu quero lhe pedir perdão aqui, desculpa por todas as ofensas que o senhor ouviu aqui, mas o senhor é um homem da roça. Homem da roça é um homem treinado, suporta as intempéries, quer seja no outono, no inverno, no verão. Quer seja a braquiária, quer seja a... Eu até anotei aqui o nome... O meu sogro sempre reclamava, deixa eu ver se eu acho que o nome da praga, é uma praga, lagarta-elasmo, é isso mesmo? (Pausa.) É a broca-do-colmo. Isso aqui é a pior maldição que tem para a soja. Então, eu queria que o senhor imaginasse que, neste momento, as pessoas que o atacaram aqui são iguaizinhos àquela braquiária, são iguaizinhos àquela lagarta. São pessoas que tudo em que tocam ferem, machucam, acabam apodrecendo. Em todos os lugares onde o socialismo e o comunismo se meteram, eles destruíram, e eu imagino o sentimento do senhor, já um ancião, que quer deixar para os seus netos, os seus bisnetos, um país um pouco mais ordeiro, um pouco mais vivo, ao ver toda a situação que nós vivemos, para chegar até aqui, neste momento, não deve ter sido muito fácil. Até hoje, dá um nó na nossa cabeça saber que, durante a campanha eleitoral de 2022, o nosso candidato, o nosso Capitão, por quem nós temos profundo respeito, Jair Messias Bolsonaro, arrastava multidões - eu que o acompanhei, em inúmeras das viagens -, multidões, um fenômeno! E o outro candidato, quando tentava ajuntar um grupelho de pessoas, tinha que colocar seguranças, porque ele não conseguia juntar gente. Aí, de repente, no meio daquele fuzuê todo, o Brasil todo se mobilizando para uma reeleição, para uma reeleição séria, pela primeira vez na história, uma direita que começa a nascer, um pessoal que pensa em família, um pessoal que é contra as mazelas que esse povo não apenas difunde, mas defende, com unhas e dentes, como aborto, descriminalização das drogas, tudo aquilo que um homem ordeiro como o senhor e a sua geração são contra, como eu também sou. E aí, no afã de tentar destruir o Presidente Bolsonaro, eles começam a criar a narrativa de um tal de golpe. |
| R | No Código Penal, inclusive está aqui, os seus advogados podem até me corrigir se eu estiver errado, existe um pensamento sobre o tal do crime impossível. O crime impossível que eles aqui tentam afirmar, que a Relatora tenta afirmar, que todos os puxadinhos do Governo aqui, todos esses "partidecos", que são os partidos de esquerda, que são partidos virulentos... O senhor mesmo foi atacado aqui por uma Deputada que estava falando aqui, o partido dela é o Partido Comunista do Brasil... O comunismo que matou milhares de pessoas ao redor do mundo, o comunismo que não tem respeito por nada e por ninguém. É o mesmo partido que provocou o STF a respeito do aborto de um bebê até a 12ª semana de gestação na barriga de sua mãe, do terceiro mês. Então, o que esperar de uma gente assim? O que esperar de pessoas dessa forma, a não ser a truculência, a raivosidade e sempre lutando pelo poder? Não é um projeto de governo que têm o socialismo ou o comunismo. É um projeto de poder. É o poder pelo poder. Em nome do poder, se matam reputações, se matam pessoas. Que o diga Celso Daniel. Que o diga o nosso próprio Presidente Jair Messias Bolsonaro, com a facada que ele tomou do Adélio Bispo. Agora, o senhor imagine como esse pessoal tem poder. Nós, com quatro anos de Governo, não conseguimos puxar o fio da meada para saber de onde veio o sustento de Adélio Bispo, que tentou matar o Presidente Bolsonaro. Veja como o país está aparelhado. É contra isso que nós estamos lutando. Então, quando eles viram que, na mão grande, ou sabe lá de que forma, ganharam essa eleição, agora, eles tentam, de qualquer forma, inviabilizar a eleição do Presidente Bolsonaro, tornando-o inelegível. Mas para eles isso é pouco. Eles querem usar a força dessa CPMI para poder indiciar o Presidente Bolsonaro e todos aqueles que sentavam onde o senhor está sentado, que, de alguma forma, estavam ligados a ele. Eu queria muito que a Senadora Eliziane Gama estivesse aqui, mas gostaria de que, quem sabe, os assessores dela pudessem falar para ela o que eu vou falar. Agora, eu queria fazer um apelo à cristandade dela, para que, no caso, o relatório dela, que ela diz que não está pronto, sobre que eu tenho dúvidas; para mim já está pronto, e todas as pessoas que, da lavra dela, foram indiciadas para estarem aqui, como o senhor, que já estão lá com o nomezinho em vermelho... Eu queria fazer um apelo à Senadora para que ela colocasse a mão na consciência e visse que quem está sentado aqui é um cidadão de bem, é um cidadão que lutou pelo seu país, amparado pela Constituição Federal. O senhor não estava lá no dia 8 de janeiro. O senhor não financiou os atos do dia 8 de janeiro, porque, em novembro, as suas contas foram todas confiscadas. O senhor enviou ônibus para as manifestações, como muitas pessoas fizeram. Em 7 de fevereiro, ou 7 de setembro do ano passado, do ano retrasado, quantas pessoas não foram de ônibus para esses lugares? E não é erro nenhum isso. Mas essa esquerda maldita, esse povo que para mim são como um câncer em estado de metástase, porque tudo em que tocam vai ficando leproso também, o que eles querem é unificar a imagem de gente boa, de gente honesta como o senhor, para justificar esse pensamento insano deles, essa tara que eles têm por um tal golpe. Como eu disse agora há pouco, um crime impossível, porque golpe sem arma pesada, golpe sem apoio de uma instituição que venha de um outro país ou de uma grande superpotência... Golpe sem aquele que está liderando o golpe estar aqui no próprio país... O Presidente Bolsonaro estava fora do país. Como é que se dá um golpe em um governo que está no governo? Ele já estava, o Lula já estava aqui todo o secto dele já, aparelhado pelos seus pensamentos de esquerda. |
| R | Eu chorei quando o senhor chorou aqui, porque é assim que o meu coração fica ao saber quantas pessoas estão sendo injustiçadas. E é a isso que eu quero apelar para a Senadora Eliziane Gama. Ela não nos escuta, mas escuta V. Exa., Presidente Arthur Maia. Quando o senhor estiver com ela no particular, fale para ela ter um pouquinho de sensibilidade com pessoas, com seres humanos, como o Sr. Argino, que aqui está. É dolorido. Eu vou terminar aqui, Sr. Presidente, citando uma frase de um jurista por quem, eu tenho certeza, V. Exa. tem muito respeito, o grande Ruy Barbosa. Ruy Barbosa disse assim: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus... (Soa a campainha.) O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP) - ... o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto". Um país que tira detrás das grades alguém para colocar na sua liderança simplesmente porque não suporta saber que o outro lado é honesto e não aceitou a máquina da corrupção, como fez o partido anterior, é um país que não pode ser levado a sério. E, agora, ver o Judiciário fazer o que está fazendo, isso causa em nós asco, angústia e tristeza profunda. Mas há um Deus no céu, e ele é justo. Ele há de justificar o senhor, sua família e todos os brasileiros que, neste momento, estão sendo injustiçados por causa de uma sanha, um pensamento maluco de um grupo que quer fazer de tudo para se impor no poder. Que Deus tenha piedade do nosso país! Era a minha fala, Sr. Presidente. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Deputado. Com a palavra a próxima oradora inscrita, Senadora Soraya Thronicke. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Para interpelar.) - Boa tarde, Sr. Presidente, Sr. Segundo-Vice-Presidente, boa tarde para a nossa Relatora, que, sim, está trabalhando - sim, está trabalhando. Eu estava ouvindo tudo daqui. É possível trabalhar não estando sentada aqui exatamente. Fim. Boa tarde, Sr. Argino Bedin, boa tarde aos seus advogados: José Eduardo Rangel de Alckmin e Arley Gomes Gonçalves. Eu sempre começo fazendo duas perguntas. Sr. Bedin, o senhor se considera inocente? O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Com certeza. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Aí, sim, eu gostei. Não usou o direito dele. A pessoa que realmente se sente inocente ela fala. O senhor está se sentindo intimidado aqui ou ameaçado neste momento ou mesmo fora? O SR. ARGINO BEDIN - Não. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Nem um pouco. Sr. Argino Bedin, eu vou falar algumas questões aqui e, caso eu traga uma informação errada, o senhor pode me interromper, por favor. Sabe-se que a sua família provém do Rio Grande do Sul, certo? A minha também. Sua família ajudou a consolidar a economia do Estado do Mato Grosso. Seu pai, seus irmãos foram do Rio Grande do Sul. Eu tenho muito orgulho de ser neta de gaúchos, desse povo que desbrava não só o Brasil, mas o mundo, esse povo cheio de coragem e que chega nesses lugares longínquos em que não havia nada... A minha família chegou no Mato Grosso do Sul por volta de 1905, mais ou menos, de carro de boi. A sua família também deve ter ido. Eu acho que, pelo que eu estudei, sua família chegou lá por volta de 1977 e começou a vida com poucos hectares, plantando arroz, na dificuldade. Passou pelos Governos de 77 para cá também... Me desculpem aí se eu errar, mas foram: Geisel, depois foi Figueiredo, depois Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique, Luiz Inácio, Dilma, Michel Temer, e aí chegamos em 2018. |
| R | Gostaria de saber do senhor: durante todos esses anos em que vocês produziram, investiram, trabalharam duro, de sol a sol, nessas terras do Mato Grosso, quando foi o pico em que vocês realmente, assim, ficaram fortes, ricos? Que ano foi isso? O SR. ARGINO BEDIN - Prefiro me manter calado. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Mas eu acredito que o senhor não tenha ficado rico dos últimos quatro anos para cá. O senhor não se tornou pai da soja a partir de 2018, correto? O senhor já era grande. Eu digo isso para colocar aqui que o senhor passou por uma ditadura... sua família passou por ditadura, depois passou por democracia, por altos e baixos, confisco de poupança, todo tipo de crise que este país já viveu. Dizer que o agronegócio se tornou rico e próspero após Bolsonaro é uma mentira. Dizer que Bolsonaro fez a transposição do Rio São Francisco e também que é responsável por tudo que aconteceu de bom nesses últimos quatro anos também é uma mentira. Não é tudo o que eles contam que é verdade. E o senhor foi enredado. O senhor é mais um enredado nesta teia. Por exemplo, pela Secom do antigo Governo, quando enviou em massa um informativo de investimentos e de feitos em vários estados, inclusive no meu estado, no primeiro feito, o recurso vinha sabe de onde, Sr. Bedin? Da bancada, não era da parte discricionária do Governo Bolsonaro. Tem muita mentira. E o senhor foi enredado. O senhor, aos 73 anos, movido por uma paixão ou por um medo - medo de que suas terras fossem confiscadas, medo de que precisaria dividir sua casa, tudo seu com os demais, medo de que todas as igrejas fossem fechadas, medo de que haveria abertura total de drogas, medo de que seria fácil descriminalizar o aborto aqui no Brasil... Todo esse medo levou muitas pessoas a acreditar que viria um salvador. |
| R | Concordo com o senhor quando se fala nos escândalos de corrupção que nós vimos eclodir e que vieram à baila - e que me motivaram também para vir fazer alguma coisa por este país -, mas corrupção o senhor sabia que não é algo de direita, de esquerda, de centro? Está na falta de caráter da pessoa. E as pessoas muitas vezes mentem ideologias. Então, como o meu tempo não dá, só quero colocar aqui que, em relação ao que nós acabamos de ouvir, Bolsonaro não recorreu da sentença do Adélio Bispo, tá? Para dizer isso para o senhor. Não foi que não deu nada certo. Tem muita mentira em torno de... Tem muita mentira, é só dar um Google. Simples assim. Dizer para o senhor também, Sr. Bedin, que o senhor foi enredado nessa teia golpista e o senhor, aos 73 anos, está sendo elogiado, aplaudido, abraçado. Sabe por quê? Porque o serviço deles é proteger o primeiro escalão, é proteger Jair Bolsonaro, é proteger todo o primeiro escalão dos militares - é proteger o primeiro escalão. Sabe quem está rodando, Sr. Bedin? É o senhor. Que não tem dinheiro... O senhor pode ser o pai da soja, mas o Alexandre de Moraes não vai ter piedade. Ainda bem que o senhor pode, ainda bem que o senhor não precisa pedir Pix, que eu acho que o senhor tem familiares ricos também que podem lhe ajudar. E eu gostaria aqui de pedir que o Presidente Jair Bolsonaro enviasse Pix para esses outros patriotas que estão presos e que perderam emprego, que não têm dinheiro para pagar advogados. O senhor tem. Eu quero que Bolsonaro peça, porque os Parlamentares foram abrir Pix para Bolsonaro, que arrecadou muito mais do que suas multas e teve a pachorra de investir 14 milhões antes de fechar a vaquinha, e o povo doando. Gente, vão doar para esse pessoal aqui. Eu acho que eu vou publicar uma lista de Pix, Presidente, desses patriotas que estão... Sabe, porque os advogados... Eles não pagaram os advogados, por isso que eu acho que fizeram aquela baboseira naquele dia, daquele julgamento, na hora da sustentação oral, coisa que seus advogados obviamente não vão fazer. Mas eles ficaram tão enredados nessa loucura que esqueceram os seus clientes, enfim. É um absurdo. Então, tem um monte de gente, eu não vou listar aqui, que pegou 17 anos de cadeia. Então, todo mundo está aqui elogiando o senhor, mas ninguém - ninguém - vai sobrar na hora em que transitar em julgado uma possível condenação. E o senhor está servindo de bode expiatório aqui. Porque nós não conseguimos... A minha vontade era chamar aquele Meyer Nigri, tá? Não era o senhor, não. Eu queria chamar aquele Meyer Nigri. (Soa a campainha.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Então, não vai dar tempo. Olha o que é um bode expiatório: por intermédio do sacrifício, o sujeito se torna vítima sacrificial e liberta a violência que assombra a comunidade. O senhor. O senhor foi enredando a turma, mas o senhor tinha no início uma boa-fé. O senhor pode ser ingênuo, mas não vai ser inocente. Seus advogados podem explicar para o senhor a diferença de ingenuidade e inocência. Tenho amigas e tenho pessoas que estão com os bens bloqueados, igual o senhor. Não conseguem pagar o plano de saúde. Eu não vi ninguém pedir Pix para eles. Então, não se iluda - não se iluda. Cuide do seu problema, do seu caso. Eu olho para você e eu me lembro dos meus antepassados. Então o senhor foi enredado, como vários outros - enredado, o senhor foi para a linha de frente, financiando, não? Ou foi para a guerra, ou foi estourar vidraça aqui nos três Poderes, mas são os soldados na linha de frente. O restante está aqui. O restante está aqui, ó, tratando o senhor bem, assim como tratou o General Heleno. E, aí, só pra lembrar... Aquele dia eu não tive coragem, Presidente, de falar pro General Heleno que as pessoas perderam peso, perderam cabelo, perderam... Imagina o General Heleno perdendo peso. Ele vai sumir. Coitado! |
| R | E está todo mundo aqui cuidando de si... (Intervenção fora do microfone.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - ... porque tem Parlamentar envolvido. Nós não chegamos aos Parlamentares, Sr. Bedin. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Para concluir, Senadora. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - O senhor poderia muito bem... Assumam o grau de culpa de vocês, porque o senhor, enquanto o senhor não falar quem é quem nessa ordem, o senhor vai acabar abraçando mais culpa do que deve, porque cada um tem que responder - seus advogados sabem - na medida da sua culpabilidade. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - Ninguém está entendendo o que você está falando... A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Então, que o senhor... Que haja justiça pro senhor, que o senhor responda na medida da sua culpabilidade, que essa turma daqui responda também. (Intervenções fora do microfone.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Muito obrigada. Boa sorte pro senhor, tudo de bom e que o senhor, como todos os outros, acorde dessa dissonância cognitiva coletiva em que vocês se enfiaram. Boa sorte. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Senadora. Com a palavra o próximo orador inscrito, que é o Senador... (Intervenção fora do microfone.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Por favor, eu gostaria que ele parasse de... O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP. Fora do microfone.) - Eu não estou falando no microfone, não. Nós estamos... A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Eu gostaria de saber... O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - Continue aí, Sr. Presidente, por favor. (Intervenções fora do microfone.) (Soa a campainha.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos parar aqui com as conversas paralelas, porque a palavra está com o Senador Magno Malta. Por favor, Senador. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Eu nem me dirijo a ele. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Senador Magno Malta. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Eu só vou me dirigir pra saber onde ele faz a sobrancelha. Eu gostaria... O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP. Fora do microfone.) - A senhora... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos deixar o Senador... (Intervenção fora do microfone.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Ah, é, ah... O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP) - Faz a minha roupa, o meu terno... O que mais a senhora quer saber? A senhora está sendo (Fora do microfone.) homofóbica, é isso? A senhora tem algum preconceito com homem que faz sobrancelha? (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Senador... Deputado... O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP. Fora do microfone.) - A senhora é homofóbica? (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado... O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP. Fora do microfone.) - Senadora, você fala umas coisas que não dá para entender. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Não, eu só perguntei onde ele faz a sobrancelha. Eu gostaria, eu preciso... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu vou pedir a todos aí que parem com a conversa paralela pra que a gente possa ouvir o próximo orador inscrito, que é o Senador Magno Malta, por favor. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado Marco Feliciano, Deputado Marco Feliciano, Senadora Soraya, por favor. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - A minha sobrancelha está muito feia. Eu pedi pra ele a indicação aqui em Brasília... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pelo amor de Deus, pelo amor de Deus! Vamos parar com isso, porque isso não é assunto da nossa CPMI. Vamos parar aqui com esse debate metrossexual. Com a palavra o Senador Magno Malta. O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP) - Sr. Presidente... (Intervenções fora do microfone.) (Risos.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Vamos lá. Senador Magno Malta, por favor, assuma a palavra, senão o senhor não começa a falar. O SR. MAGNO MALTA (PL - ES. Para interpelar.) - Sr. Bedin, o senhor é um homem gerador de dignidade. A honra de um homem é seu trabalho. O senhor é um gerador de emprego, e quem gera trabalho gera honra. Não é simplesmente um empresário; é um homem que gera honra. Eu nunca o conheci pessoalmente, nunca estive com o senhor. Acho uma covardia, porque as pessoas que estão o tratando de forma tão contundente, errônea, elas não conseguem ler que o senhor é um ser humano, que tem família, que está numa posição de desvantagem, sentado numa CPI, onde as pessoas querem fazer valer a sua narrativa. Mas essas pessoas acham que nós ou que eu - vou falar de mim - eu sofro de amnésia, e eu não sofro. |
| R | Eu quero lhe perguntar: o senhor pode me responder se o senhor fez acordo de leniência? Já fez algum acordo de leniência? O SR. ARGINO BEDIN (Para depor.) - Não, senhor. Nunca fiz. O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - O senhor não fez porque o senhor não fazia parte do quadro de empresas que assaltaram o país nos Governos Lula e Dilma. O senhor por acaso tem uma lista para quem o senhor deu dinheiro mensalmente e com apelido na sua empresa? O senhor tem essa lista? O SR. ARGINO BEDIN - Não tenho. O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Pois há uma lista enorme. Eu não sofro de amnésia daqueles que fizeram acordo de leniência assumindo que assaltaram o Brasil, que roubaram o Brasil. E por uma questão de respeito, tem gente que não respeita ninguém, eu não vou dar o nome daqueles que estão na CPI e nem os apelidos. Mas isso, sim, merece um Google: lista da Odebrecht, com apelido. O senhor não tem. Quem se elegeu sem ser ajudado? Ninguém ajudou o Lula. Os bancos não ajudaram o Lula. Quem é que financiou essa gente? Mas pagou um ônibus, pagou dois ônibus, um filho seu, sei lá quem, que citaram sua família aqui de forma desnecessária. E isso já enseja ilegalidade porque não está no escopo. E citar a lei no Brasil é brincar, porque a lei no Brasil não existe. Ela está nas nuvens. O nosso ordenamento jurídico, se ele de fato estivesse valendo, o senhor não estaria aqui, até porque o instituto CPI foi desmoralizado. Foi desmoralizado. Hoje, o Presidente Arthur Maia, ao levantar a voz, disse: "Deputado, eu estou defendendo a minha honra quando eu estou tomando essa posição". Esse instituto foi desmoralizado, porque uma CPI e uma CPMI têm a estatura do Supremo Tribunal Federal. Mas, como eu não sofro de amnésia, e tem tanta coisa financiada, bota meu primeiro vídeo pra mim, por favor. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Não, não... Esse é o último, esse é o último, esse é o último. Não, não, não, não, não. Não é esse, não. Não é esse do Mucio, não. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Não, não é esse também, não. Qual era o primeiro? Eu quero esse, eu quero esse. Põe, eu quero... eu quero o áudio. Volta aí, volta aí. Volta aí, volta aí. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Não! Põe do começo e põe o áudio. Que recordar é viver. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Não, põe do começo, põe do começo, por favor. Põe do começo, por favor. (Procede-se à exibição de vídeo.) |
| R | O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Corta, senão vai acabar meu tempo, e eu tenho outros vídeos. Chega desse aí. Obrigado, obrigado. Pode desligar esse aí. Sr. Bedin, isso aí é ato democrático. Isso aí é democracia. Isso aí nada tem a ver com terrorismo, não tem nada de terror aí. As imagens que nós vimos... Eles acham que a gente sofre de amnésia? Esse tipo aí nem no dia 8 aconteceu. Esse quebra-quebra que nós estamos vendo aí, todo mundo melindrado. Tem uma foto que eu vou colocar aí, porque, se alguém do dia 8 teve um ato de terrorismo para botar na sua conta, eu vou mostrar quem é o terrorista. Mas aí tudo virou crime nesse processo. Falar mal da urna... Ponha pra mim. Ponha pra mim. Eu quero a imagem do Lupi agora, do Lupi. Não, essa foto aí é eles celebrando... Olha lá o terrorista: Cesare Battisti. Aquilo é terrorista. Está vendo lá? Todo mundo da esquerda. Sabe em que dia foi isso aí? No dia em que a nossa Suprema Corte tornou Cesare Battisti, um terrorista, em "Cesare de Calcutá". O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP. Fora do microfone.) - Tem até um padre lá. O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - É uma vergonha o que nós estamos vivendo! E o cidadão, porque adentrou aqui, tomou 14 anos, 17 anos... É a conta da dosimetria. Não! Nós estamos vivendo a "onzemetria". Um país sem lei, sem respeito, sabe? E olha eles todos lá. O Senador Nery estava aqui naquela época... Eles acham que a gente sofre de amnésia. Aquilo ali é um terrorista. A CUT! Centenas e centenas de ônibus patrocinados! Quem não tem uma campanha patrocinada recebe fundo partidário, e o fundo partidário vem de onde, nobre Presidente? Do suor do povo brasileiro. Ponha a outra imagem, por favor. (Pausa.) Por favor. (Pausa.) É o outro vídeo, o outro vídeo, porque o do Lupi está... (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Flávio Dino. (Procede-se à exibição de vídeo.) (Soa a campainha.) |
| R | (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Sr. Presidente, hoje ninguém pode falar mal da urna. Os dois aí são Ministros. Não cometeram nenhum crime ao falar mal da urna, mas o Lupi foi quem entrou com o processo contra Bolsonaro, que ficou inelegível. Dentro do Senado Federal, o Ministro Lewandowski - essa figuraça que eu soube agora que está até bem, muito bem, empregada -, rasgou a Constituição, cuspiu e deu direitos a Dilma. E um condenado sai da cadeia para poder ser candidato a Presidente da República, e hoje dirige o país. E hoje quem diz que não acredita na urna pode pagar preço muito grande. Eu continuo afirmando. Me matem! Eu continuo afirmando! Gleisi pediu Pix, Zé Dirceu pediu Pix, todo mundo pediu Pix - todo mundo pediu Pix. Qual é o crime de pedir o Pix? Nada. A pessoa está pedindo para ser ajudada. E, no caso de Jair Bolsonaro, eu depositei o meu número, 222, da primeira vez. No dia 6, eu doei sangue. No dia 7, eu doei de novo. É meu - é meu! Sr. Bedin, eu não tenho nada para lhe perguntar. Nessa minha última palavra, meu último discurso, é encerramento desses trabalhos. Infelizmente... Me dê um minuto pra eu encerrar, Sr. Presidente A Senadora Eliziane Gama me encontrou e com muita alegria... (Soa a campainha.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Eu vou encerrar. Ela me disse: "Eu conheci a Irmã Ilda, Magno!". Eu falei: "Foi mesmo?". Ela disse: "Que mulher de Deus! Me abraçou, me deu um abraço com as outras mulheres que estavam orando aqui no Congresso!". Sr. Presidente, como a Irmã Ilda, eu conto com essa misericórdia e espírito sacerdotal da Relatora no relatório dela, porque, como Irmã Ilda, centenas estavam presas. E encerro dizendo que, um dia antes da visita de Rosa Weber lá no presídio, eu estive com ela - eu, Mourão e Marinho. Ela nos entregou uma cópia da Constituição, e ela disse: "Mas eu soube que elas estão sendo muito bem tratadas, tem cinco refeições por dia". Eu disse: "Não, tem larva na refeição e também tem caco de vidro. Ministra, visite como mulher, como mãe, como avó!" - eu disse a ela. No dia seguinte ela visitou, foi mesmo lá, com Alexandre de Moraes - é disso que eu falava e vou encerrar. E foram. E elas, a quem visitaram - eu sempre visitei a semana inteira -, me contavam que oraram com eles, oraram o Pai Nosso, e estavam se tremendo de medo porque estava todo mundo armado, e certamente bateram palma em respeito à autoridade - não batendo palma agradecendo aquele mal que fizeram a elas, para que as coisas fiquem no seu devido lugar. E eu encerro, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: que nós chegamos a um patamar tão ruim, que há mais ou menos uns 20 dias o Ministro Fux deu uma entrevista e disse: "Quando a gente chega à posição que nós chegamos, nós não devemos satisfação a mais ninguém". Eu agradeço a benevolência comigo. Sr. Bedin, o senhor é geração de... O senhor é um gerador de honra, de dignidade. Nós temos respeito pelo senhor e pela sua família. Muito obrigado por ter vindo, no alto da sua idade. E tenha de mim todo o respeito. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Deputado. Com a palavra, o próximo orador, que seria o Deputado Rafael Brito, que não está presente. Passo a palavra, então, à próxima oradora inscrita, que é a Senadora Damares. A SRA. DAMARES ALVES (REPUBLICANOS - DF. Para interpelar.) - Obrigada, Presidente. Antes de eu entrar no assunto da CPMI, a gente tem que relembrar pra viver mesmo, Senador Magno. |
| R | Era uma quarta-feira, eu estava, no seu gabinete, no dia daquela confusão, e eu preciso fazer um registro da sua preocupação comigo. Me lembro quando você liga e diz: "Não sai, Damares, nas ruas. Não sai. Este povo te odeia. Eles vão machucar você". Eu precisava fazer esse registro do chefe atencioso e carinhoso que o senhor foi comigo o tempo todo. Presidente, nós estamos na semana do idoso, 1º de outubro foi o Dia Nacional do Idoso. E, em uma semana, a gente tem dois idosos sentados nessa mesa sendo constrangidos, dois idosos sendo agredidos verbalmente. Eu lamento muito. Quando eu vim pra esta CPMI, eu tinha um alvo e tenho o alvo de apontar todas as violações de direitos que nós estamos, como Parlamentares, infelizmente, ou provocando, ou fazendo, ou ficando em silêncio diante de tanta violação de direitos. Sr. Argino, o senhor é um homem idoso e, pelo que eu sei, não tem uma saúde boa. Eu soube mais cedo que o senhor tem diabetes e está aí sentado o dia inteiro sendo acusado de bandido. O senhor não é bandido. O senhor é um homem amado. E vou lhe lembrar uma coisa: metade do Brasil pensava e defendia o que o senhor pensava e defendia. O senhor estava defendendo propriedade, o senhor estava defendendo garantias de direito, o senhor estava defendendo exatamente a proteção da vida e da família, o senhor pensava como metade da população brasileira que foi pras urnas e depositou o voto nesse projeto. Mas eu vou lhe lembrar que tem um número muito grande que já está pensando igual ao senhor. Nós somos mais da metade hoje. Isso com certeza. As pesquisas apontam isso. Aqueles que caíram no canto da sereia já estão arrependidos. Então, o senhor é amado por maioria deste país, saiba disso. O senhor não vai sair desta sessão menor do que o senhor entrou. O senhor é um grande homem. Que Deus lhe abençoe! Mas, Presidente, eu preciso fazer justiça a um outro idoso que estava aí na semana passada e que balançou a cabeça e concordou comigo quando eu disse uma frase. E, pra que a Relatora não caia em erro e aponte que o General Heleno mentiu durante a minha fala, eu disse que ser GSI no Governo Bolsonaro era muito difícil, porque Bolsonaro era indisciplinado, era um Presidente dos improvisos e dos bons improvisos muitas vezes, na maioria das vezes. E eu disse que Bolsonaro, às vezes, estava sobrevoando uma região e mandava descer nos pousos surpresas. E o General Heleno balançou a cabeça que era difícil realmente ser GSI de um Governo de um Presidente tão amado e tão corajoso como o Bolsonaro. E, a semana inteira, estão dizendo que eu menti, que General Heleno balançou a cabeça, então, ele concordou com uma mentira. Pra que ele não seja acusado de novo de mentira, eu só vou lembrar: 14/06/21, Bolsonaro faz pouso surpresa em Aracruz, Espírito Santo, não estava previsto, mandou descer; 21/05/21, Bolsonaro faz pouso surpresa em Lagoa do Tocantins, em Tocantins; 17/04/21, não estava previsto, Bolsonaro manda descer em Anápolis, Goiás; 27/06/20, Bolsonaro manda descer no Distrito de Santo Antônio do Cavalheiro, Goiás, não estava previsto; 17/10/20, Caçapava, São Paulo, estava sobrevoando, viu lá um bairro no distrito de Caçapava, mandou descer; 20/10/21, vou dar mais dois exemplos, Baraúna, Rio Grande do Norte - cadê os Senadores do Rio Grande do Norte? -, Bolsonaro estava sobrevoando de uma cidade pra outra, viu Baraúna e pediu pra descer; 03/09/2020, Tapiraí, São Paulo, do mesmo jeito; e Barra dos Coqueiros, em Sergipe, em 28/01/21. Só um Presidente amado e que não tenha sido condenado em três instâncias tem coragem de chegar de forma surpresa em algumas comunidades. Que saudade do Presidente Bolsonaro! Tem alguns que não podem fazer isso. |
| R | Que fique registrado que o General Heleno não mentiu, que a Damares não mentiu quando falou que havia um pouso surpresa. Infelizmente, Presidente, está acabando a CPMI, e as violações de direitos estão aí expostas. Sr. Argino, saia daqui grande; o Brasil te ama. E não tenha medo de defender o que o senhor pensa; ainda estamos em uma nação democrática, em que nós temos liberdade de expressão. Alguns querem impedir, mas o senhor tem liberdade de expressão ainda. Que Deus te abençoe! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Senadora. Próximo orador inscrito, o Deputado Rodrigo Valadares, não está presente. Passo a palavra ao próximo, que é o Senador Izalci Lucas. O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF. Para interpelar.) - Presidente, que bom que a Relatora voltou na minha fala. Obrigado, Relatora. Eu coloquei, Presidente, um vídeo que já foi passado aqui, e eu faço questão de que seja repassado, porque acaba com essa narrativa. Por favor, pode colocar. Vai constar, espero que conste. Ela está aqui. O som. Coloca um pouquinho mais alto para ela ouvir. Está no banheiro. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - Então, eu espero sinceramente que esse relato... Para quem não sabe, o hoje Ministro Múcio foi Deputado Federal por vários mandatos, foi Ministro aqui do Tribunal de Contas da União e agora é Ministro, foi Secretário e agora é Ministro da Defesa. Então, eu espero que isso fique muito claro no relatório desta CPMI, porque a narrativa, desde o início, é golpe. E aí está dizendo o que é um golpe. E é verdade: pessoas que estiveram aqui foram condenadas - inclusive por 17, 14 anos -; ninguém sabe nem quem são. Não têm expressão nenhuma, não têm liderança nenhuma. Não foram apreendidas armas, ninguém ficou ferido, diferente daquilo que foi passado aqui pelo Senador Magno Malta, de que eu participei. Essa é a diferença da experiência. Eu participei de todas as CPIs, neste Congresso aqui, depois que entrei na vida pública - todas. Em todas fiz questão de fazer um relatório e participei: da Petrobras, da Lei Rouanet, do Carf, do BNDES, fundos de pensão. Ninguém devolve 15 bilhões que... acordo de leniência, que fez, inclusive, nos Estados Unidos. |
| R | Então, Presidente, eu ouvi aqui, no início desta sessão, a Relatora dizer aqui que o Ministro Nunes Marques simplesmente acabou com o instrumento da CPMI, da CPI. Eu quero dizer que o que acabou não foi isso, porque o Ministro tem toda a razão, o que aconteceu é que começaram a quebrar o sigilo de todo mundo. Ora, o Ministro disse que não, que você não pode quebrar o sigilo fiscal, telefônico e bancário de todo mundo e ficar pescando, ficar buscando informações pra acusar os depoentes que aqui vieram. E por isso que ele negou isso. Então, não acabou. O que acabou realmente com a CPMI, em especial, foi exatamente quando a maioria da Casa sequestrou realmente esse instrumento que é muito importante, que é o instrumento da minoria. Ora, como é que vai funcionar qualquer CPI e CPMI, quando a maioria toma conta e todos os requerimentos são rejeitados, como aconteceu aqui diversas vezes? Como é que você faz uma audiência pública com o adjunto da Abin, que é o responsável pelas informações... Quarenta e nove instituições recebem essas informações. E aí ele coloca um alerta desde sexta-feira, dia 7, dia 6, dia 7, dia 8, inclusive no dia 8, 8h da manhã, está aqui na quebra de sigilo, ele disponibilizou a quebra de sigilo. E, na quebra de sigilo, está lá ele falando com o G. Dias: "Olha, o pessoal vai pra Esplanada, vão quebrar os prédios públicos". O G. Dias responde pra ele, 8h da manhã, no celular: "Vamos ter problema". E como é que pode alguém achar que o Governo Federal não poderia ter evitado isso? Foi omisso. Nós temos aí o Comando Militar do Planalto, a Polícia do Exército, que têm essa responsabilidade, a Força Nacional que estava do lado ali. E tem filmes, não precisa nem de câmeras mais não. Mas o que desmoralizou essa CPMI é quando um Senador da República, ex-Governador e Ministro da Justiça e da Segurança Pública se nega a entregar os documentos, as filmagens que o próprio Supremo disse que era pra entregar. E não se comparece... Ora, se não tem nada, ele vem aqui e diz a verdade. Agora, é um desrespeito um colega Senador, que conhece mais do que ninguém aqui, porque exerceu todos os cargos, simplesmente ignorar a decisão da maioria aqui, porque foi votado o requerimento de informações. Eu queria que ele viesse aqui. E não tivemos os votos... Aliás, sequer foi pautado esse requerimento do Ministro Flávio Dino. Então, vem uma narrativa já pronta. E aí fica buscando subterfúgio, fica buscando convocar pessoas pra tentar, de qualquer forma, subsidiar e dar consistência a um relatório que já está aqui demonstrado. O próprio Governo, através do Ministro da Justiça, do Ministro da Defesa, que cuida realmente das Forças Armadas, disse aqui claramente: "Isso não é golpe". Não se faz golpe no domingo com esse número de pessoas. Nós já tivemos aqui, eu acompanhei vários movimentos aqui na Esplanada, com 300, 400, 1 milhão de pessoas, inclusive botando fogo no Ministério aqui das Relações Exteriores, no Ministério da Justiça, colocando fogo, quebrando tudo, e não aconteceu nada, como foi mostrado aqui. Então, eu fico triste quando essas CPIs convocam aqui as pessoas, como V. Sa., que geram emprego, que geram renda, que pagam os seus impostos. E a gente sabe o que é isto: o que é ser empresário neste país. |
| R | E a gente fica fazendo movimento aqui pras pessoas participarem da política, porque quem não gosta vai ser governado por quem gosta. E aí as pessoas têm medo hoje até de se manifestar. Eu participei dessas audiências públicas da urna eletrônica. Eu sou auditor. O que não é passível de auditoria não é confiável. Eu participei de parte da auditoria lá, quando o Aécio perdeu a eleição nos últimos minutos. Eu participei disso. Essas audiências públicas... Teve no Congresso Nacional, na Câmara, quando derrubamos o veto, porque nós aprovamos o voto impresso. A Dilma vetou. Nós derrubamos o veto. Participei e fiz várias audiências públicas, presidindo, inclusive, essas questões. E agora não se pode nem falar sobre isso. O TSE normatiza. Ele executa as eleições, ele fiscaliza e ele julga; tudo é o TSE. Se nós não colocarmos um controle externo, algo que possa ser auditado completamente, livre de auditoria, nós não vamos confiar nunca em urna nenhuma. E eu espero aqui que... talvez não seja nessa agora, porque não dá tempo, não é? Poderia dar, se tivesse interesse, mas é inadmissível você ainda ter mais eleições com um clima de desconfiança como tem. Ninguém está criminalizando, culpando qualquer juiz, qualquer ministro, não. Hoje a inteligência artificial, que as pessoas às vezes... nem todos conhecem, mas o hacker aqui... A única coisa que ele falou aqui com que eu concordei é que ele disse o seguinte: desvendou o mistério aqui sobre código-fonte, que são milhões de linhas. Mas ele disse, "olha, o código-fonte é mais ou menos como fazer um bolo. Quem está fazendo o bolo coloca os ingredientes e pode, inclusive, colocar um veneno dentro". E que, até 2018, apenas um entendia da questão das urnas eletrônicas. (Soa a campainha.) O SR. IZALCI LUCAS (PSDB - DF) - Uma pessoa no TSE era responsável, e que agora, não. Depois de 2018, tem mais gente. Mas, por mais que seja uma quantidade maior, não dá para você pensar no futuro do Brasil com essa desconfiança, com essa polarização que existe. Por isso que nós estamos fazendo um voto separado, exatamente para mostrar que, primeiro, esse relatório já tem desde o início já a sua narrativa, que foi hoje muito clara aqui explicada pelo Ministro Múcio - não é? Eu acho que isso desmonta qualquer narrativa de golpe que aconteceu. Mas espero, Presidente, que a gente, nas próximas CPMIs, não tenha, de fato, uma maioria comandando o processo, onde a gente sequer consegue aprovar os requerimentos de interesse da verdade. O que nós queremos é desvendar a verdade. Muito obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Senador. Na ausência do Senador Flávio Bolsonaro, eu passo a palavra ao próximo orador, que é o Deputado Abilio Brunini. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Para interpelar.) - Sr. Presidente, boa tarde. Boa tarde a todos. Sr. Argino Bedin, bom, parece que trouxeram o senhor aqui para o senhor ser elogiado. Não vi motivo algum para o senhor estar aqui, sendo que o objeto da CPMI é o dia 8, a investigação sobre os fatos do dia 8. O senhor já disse aqui que as suas contas foram bloqueadas em novembro. Então, pronto, acabou. Já podia falar pro senhor ir embora e não precisar passar a tarde inteira ouvindo lorota de Deputado de esquerda. Uma pessoa que, 40 anos, ficou trabalhando duro para sustentar o país - como todos sabem que o agro é uma das principais fontes que acabam salvando o nosso país - aí o senhor ainda tem que ouvir uns Deputados de esquerda zé ruela", puxa-saco do Flávio Dino, paus mandados do Lula, encher a cabeça do senhor de lorota, numa tarde em que o senhor poderia estar trabalhando, produzindo, cuidando de sua família, vivendo em paz e tranquilidade. |
| R | O senhor não tem nem motivo para estar aqui. "Ah, mas o senhor apoiou o Acácio". Parabéns. Um cara muito gente boa, trabalhador, bom Vereador, um bom nome, de direita. Parabéns por ter apoiado o Acácio. "Ah, mas o senhor mandou, ajudou com caminhões em protesto". Parabéns. Fazer protesto não é ilegal. Não existe nada de ilícito em fazer protesto. "Ah, mas o senhor travou as ruas". Não, não travou. Os caminhões andaram, estavam em movimento, estavam fazendo a sua manifestação, com bandeira do Brasil. E é um setor que salva a logística do nosso país. Se não fossem os caminhões, se não fossem as pessoas trabalhadoras. Ao contrário do Deputado aqui do lado, que estava com boné do MST esses dias, o senhor nunca vai usar um boné do MST. O senhor usa um boné verde e amarelo, e é por isso que eles ficam constrangidos, porque não é vermelho. Olha, eu quero dizer para você, para o senhor e para vocês que estão aqui, que é por conta de pessoas como o senhor que Sorriso é uma das cidades que mais se desenvolvem no Estado de Mato Grosso. Eu quero aproveitar a sua passagem aqui na CPMI para fazer propaganda de Sorriso, uma das principais cidades do Estado de Mato Grosso. O desenvolvimento está altíssimo, só cresce. E o que tem de gente do Maranhão que está fugindo da pobreza do Maranhão e vem para Sorriso, para trabalhar lá, isso não falta. A própria gente que mora na terra da Senadora aí, que é a Relatora, foge de lá da terra dela por causa dos políticos corruptos, dos bandidos, dos maus exemplos que tem na terra da Senadora, para ir para Mato Grosso, lugar de prosperidade, para ir para Sorriso, lugar em que não falta trabalho, não falta oportunidade. O Duarte, que veio aqui falar uma coisa do senhor, Deputado puxa-saco do Flávio Dino. Não se incomoda com essas coisas, não. Eu queria até trazer um pedido para o senhor. Eu vi o senhor muito triste, muito sério, muito preocupado. Eu quero até que a câmera aqui da CPMI mostre o rosto do senhor, mas eu queria um sorriso do senhor. Sorria, fique feliz, fique tranquilo, a gente precisa de ver o senhor sorrindo. O senhor não fez nada de errado. O senhor ainda está pagando para estar aqui, tendo que ouvir essas conversas. Então, fique tranquilo. Eu só espero que a Relatora tome isto, olha, em novembro, as contas dele estavam bloqueadas. Fazer manifestação no país não é crime, senão você tem que chamar o pessoal do Boulos, que está lá ferrando São Paulo na manifestação lá. O senhor não proibiu ninguém de ir e vir. O lugar que você mostrou no vídeo é Lucas do Rio Verde, longe de onde ele estava. Eu não o vi em nenhuma manifestação. E ainda que tivesse ajudado alguém na manifestação, ajudar em manifestação também não é crime. Ele não ajudou um centavo no dia 8. E aqueles esquerdistas que acham que no Mato Grosso ele vai ser acusado, ofendido, de modo algum; ele vai ser aplaudido em Sorriso. Ele vai ser reconhecido muito bem no Estado de Mato Grosso, com muito orgulho, porque pessoas como o senhor que ajudam o nosso estado a prosperar, e é por causa de pessoas como o senhor, que fazem a prosperidade do nosso estado, que o país não está mais quebrado do que já está. É o agro que está salvando o PIB, é o agro que está salvando a nossa economia. E olha, de Mato Grosso, saem coisas boas e saem coisas ruins. As coisas boas são pessoas como o senhor, pessoas que trabalham na Aprosoja, pessoas que trabalham! Coisas ruins... Ministro da Agricultura. (Risos.) |
| R | Não dá para falar muito, mas não dá para sair tantas coisas boas de Mato Grosso, não é? A gente tem que ter um percentualzinho que acaba, às vezes, desagradando. Então, aproveito só esses primeiros minutos iniciais, para poder elogiar o senhor, pedir para o senhor sorrir... Não fique triste, não dê o prazer a essas pessoas de esquerda aqui de ver o senhor triste, preocupado, coisa e tal. Não dê esse prazer. Fique tranquilo, não tem nada para encher o saco, não tem nada. Eu acho que o que eles mais querem é um pouco de ciúmes de tudo o que a gente tem de prosperidade no nosso estado. Se o Maranhão tivesse pessoas como tem o Estado do Mato Grosso, talvez não estava do jeito que está hoje. O Maranhão, esses dias, o pessoal falou que tem mais orgulho de ter o maior número de restaurantes populares no Maranhão. Se tem restaurante popular no Maranhão é porque tem muita pobreza! O Maranhão é máfia do caminhão-pipa, de gente que fica deixando o povo passar sede e dificuldade, para poder ter caminhão-pipa de político, de Vereador, extorquindo a população! Lá em Mato Grosso, Senadora, lá em Mato Grosso, Relatora, lá em Mato Grosso, Deputados, vocês podem ir lá, lá não vai ter esse problema não. E Sorriso já é uma das cidades mais bem desenvolvidas, bem cuidadas do Estado de Mato Grosso, e a esquerda não se cria em Sorriso, não se cria em Mato Grosso, está bom? Nos minutos finais eu quero dizer o seguinte, você que está nos assistindo, você viu a Senadora Soraya pedindo dica de sobrancelha para o Marco Feliciano! Você que está nos assistindo, olha os assuntos desta CPMI: dica de sobrancelha, a Relatora falou um monte de coisa que não tinha nada a ver com o assunto aqui... O senhor não tem nada a ver com hacker, o senhor não tem nada a ver com bomba em aeroporto, o senhor não tem nada a ver com pessoal que fez qualquer coisa aqui na posse do Lula... Então, assim, você que está nos assistindo, eu peço mil desculpas, porque, muitas vezes, as pessoas acham que o palhaço sou eu, as pessoas acham que quem atrapalha sou eu, e não é verdade! Assistam! Eu apenas mostro os bastidores do que é isto aqui. Assistam! Eu duvido - duvido - que o Deputado aqui ao meu lado tenha a mesma tranquilidade que a gente tem! Eu ando pelos aeroportos, eu ando pelas rodoviárias, eu ando nas ruas, nas estradas. Olha o que tem de população que vem até nós, que conversa com a gente e fala: "Olha aquele circo que é aquela CPMI, você é uma pessoa que, às vezes, nos acalma, nos alegra", porque é um circo! É um circo! Não quer ouvir o Flávio Dino! Não quer... Até a CPI do Distrito Federal é melhor que esta! Até a CPI do Distrito Federal está melhor que esta. Eles chamaram a Ana Priscila... Acho que a gente devia pegar o relatório deles lá, e botar aqui, talvez, ou de outros, porque, assim, me desculpa, hoje vocês assinaram um atestado de culpa! Vocês assinaram um atestado de culpa no cartório e ainda saíram comemorando, não querendo ouvir a Força Nacional! É uma vergonha! É uma vergonha! Eu vi a própria Senadora Soraya, que quer copiar a sobrancelha do Marco Feliciano, defendendo que a Força Nacional não deve vir! Se preocupe menos com a sua beleza e mais com a CPMI, menos com a estética e mais com a CPMI! Eu vi aqui outros Deputados da esquerda. Não quer nem ouvir. |
| R | Cadê o Flávio Dino? Cadê o Cappelli? Chama o cara que quebrou o relógio. Chama o pessoal que fez alguma coisa aqui. "Ah, mas o Kassio Nunes deu uma decisão que a gente desconsidera". Para com essa conversa fiada! Vocês estão lá preocupados com decisão do Supremo! Se estivessem preocupados mesmo, iam atrás das imagens do Flávio Dino, que, até hoje, irmão... Está nem aí. Conseguiram uma decisão para nem vir aqui. Nem fizeram nada, irmão. Então, assim, me desculpem. Faltam duas oitivas, essa... Não, falta mais uma, mais uma oitiva, próxima quinta-feira, e aí nós estamos começando uma discussão muito séria: que tipo de sabor de pizza agrada à Relatora? Ah, então, nós estamos pensando: vamos pedir pizza de calabresa e mandar recortar estrelinhas do PT na calabresa. Talvez, seja um sabor de agrado. Será que... Qual é a pizza que agrada mais à gastronomia e culinária do Flávio Dino? Talvez, seja a pizza de mais agrado, porque todos esses Deputados da esquerda e Senadores da esquerda infiltrados - infiltrados... (Soa a campainha.) O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - ... olha o termo -, infiltrados na CPMI... Tal como havia infiltrados no dia 8, há infiltrados na CPMI, pessoas que não assinaram e não estão nem um pouco se importando em querer investigar. Querem fazer da CPMI um instrumento para buscar provas contra o Bolsonaro de qualquer assunto que seja. Então, a esses infiltrados eu quero dizer: vai terminar em pizza. Mas para vocês, porque a população brasileira já está ciente de que não houve nem sequer tentativa de golpe. O que houve foi um ensaio organizado por pessoas da esquerda - está claro isso -, organizado pelas pessoas da esquerda, que a própria esquerda não quer investigar para poder criar uma narrativa igual à do Biden e tentar dar poder a um governo que não tem um reconhecimento popular. É isso. Resumo da CPMI. Descobrimos. Não houve nenhuma tentativa de golpe. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Deputado. Passo a palavra ao próximo orador inscrito, que é o Senador Eduardo Girão. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Sr. Presidente, art. 14. Eu fui citada duas vezes. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Perdão, pode - pode. A senhora tem três minutos. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O senhor falou da sobrancelha da Deputada e ela tem direito a responder. É um assunto gravíssimo, por sinal, que merece atenção do Brasil inteiro, Deputado. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Não, então, Presidente, se for por esse motivo... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - A atenção do Brasil inteiro. Eu faço questão. Acho que o Brasil inteiro... O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - ... eu gostaria de saber qual é o tipo de xampu que ela usa. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - ... está parado agora, vendo esse tipo de debate aqui na CPI. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Eu quero saber para cuidar dos meus cabelos também, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Mas eu sou obrigado a fazer a concessão do tempo à Parlamentar. Pois não, Deputado. Três minutos. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Para explicação pessoal.) - Todo o Brasil sabe, todo mundo vê a minha postura, o meu trabalho aqui e a minha seriedade. Eu não ataco ninguém, mas, quando eu sou atacada, sinto muito. Eu não vou ficar calada e vou aceitar esse tipo de... (Pausa.) Obrigada - obrigada. Muito obrigada. O tempo que eu utilizo, eu passo... Eu passo o meu xampu e minha cabeleireira também para você depois, na hora em que eu sair do microfone. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Fora do microfone.) - Olha o bullying - olha o bullying! A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Vai saber se ele não tem... Vai saber se ele não põe uma peruca? Se ele não vira Brunina à noite? O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - Presidente, tem um homem de 72 anos aqui e a gente... A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Vamos lá. O que eu... O que eu quero destacar aqui é que... (Intervenções fora do microfone.) (Soa a campainha.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - ... eu vou rebater as mentiras. Eu pedi, em requerimento, a convocação do Sr. Edson da Força Nacional. Então, tudo o que for falado aqui é importante que as pessoas, Sr. Bedin, foi isso que eu falei, deem no mínimo - no mínimo - um Google, voltem tudo isso para analisar se é verdade ou se é mentira. |
| R | No começo desta sessão, foi discutida a votação do requerimento de convocação de um membro da Força Nacional. Um dos requerimentos é meu: da pessoa que, naquele dia, estava encarregada. Então, não estuda, não sabe, não estuda, não olha, não analisa nada. Outra coisa, Sr. Bedin, para todo o Brasil analisar - mais uma mentira que acabou de ser falada - é sobre os infiltrados. Acredite se quiser: não tem um requerimento, não tem nenhum apontamento de um infiltrado. Nenhum? Eles não convocaram, eles não convidaram. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Fora do microfone.) - Tem, sim. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Eles não convocaram nenhum infiltrado. Estou doida para ouvir. Presidente, coloque em votação os infiltrados deles porque eu faço questão de inquirir. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Tem, tem, sim. Ana Priscila... A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Infiltrada? O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT) - Sim, sim. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Ah, sim. O.k. O.k. Mas é interessante que... (Soa a campainha.) A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Eu esperei ele falar para pedir meu direito ao art. 14. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG. Fora do microfone.) - Deixem ela falar para acabar logo, Abilio. Pelo amor de Deus! A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - Então, fora, no convívio, a gente pode trocar essas ideias, mas agora é hora de agir seriamente e de não conversar firulas, Sr. Deputado. Então, cuidado, muito cuidado. E, por incrível que pareça, quando eu assisti aos vídeos sobre infiltrados, eram pessoas com uma aparência, de repente, mais humilde. Tem muito preconceito aí quando apontam os infiltrados. Cuidado com isso. E, sim, quero ouvir os infiltrados. Quero saber quais são os fundamentos para determinar se alguém é infiltrado ou não. É tudo muito esquisito. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Para concluir, Senadora. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - E vamos aproveitar de novo, para concluir, e pedir para o Presidente Bolsonaro mandar Pix para os seus patriotas que não têm dinheiro para pagar os seus advogados. Por favor, Presidente Bolsonaro, amoleça o seu coração. O Sr. Argino está com os bens bloqueados, mas a família pode continuar ajudando. É o correto. Isso não é problema. Mas mandar para quem não precisa e não merece, aí, não, né? Ninguém é bobo. Estão fazendo os brasileiros de bobo. A galera aqui quer fazer circo. Isso aí tudo é circo e pão... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O tempo. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - ... para distrair a população, distrair pessoas como o Sr. Bedin, que aos 73 anos... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS) - ... está enredado numa trama golpista. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Senadora. Com a palavra o Senador Eduardo Girão. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Obrigada, Presidente. O SR. EDUARDO GIRÃO (NOVO - CE. Para interpelar.) - Sr. Presidente Arthur Maia, Sras. Senadoras, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, Srs. Senadores, Presidente, eu acho que esta CPI, CPMI, serviu de muita catarse coletiva para o Brasil. Eu acho que as entranhas ficaram expostas, a hipocrisia. E eu confesso para o senhor que fica muito claro quem usa de discurso, de narrativa, que se dizia de direita, que foi eleita com pautas conservadoras e que hoje se revela ao lado de quem se revela, completamente oposto, inclusive em votações, não trazendo a Força Nacional, que o senhor, com muita honra, com nobreza, fez questão de deixar para colocar, como se tinha comprometido, na reta final, a votação. |
| R | Essa CPMI acabar com aquele placar que a gente viu - 16 a 10... Esses nomes vão ficar para história. O brasileiro está acompanhando. Ficou cravada a digital de cada um que votou para não trazer a Força Nacional, que tinha quase 300 homens parados no Ministério da Justiça, que não deixariam acontecer nada, nenhuma quebradeira, nadinha, nadinha, nadinha. O Governo Lula foi omisso, de forma flagrante; quis desrespeitar este Parlamento, Sr. Presidente, e o senhor protegeu essa instituição hoje. E, se eu o admirava, hoje eu o admiro muito mais, porque o senhor resguardou todos nós que fazemos parte desta Comissão, uma Comissão que teve o desrespeito do Ministro da Justiça, Flávio Dino, de negar as imagens. E, desde o começo, a tropa de choque - tropa de choque! - do Lula não deixou votar requerimentos importantes, como, por exemplo, o do assessor direto do Flávio Dino que recebeu 33 alertas e nada fez para proteger o patrimônio. Adoraram, adoraram tudo que aconteceu, tanto é que sabotaram, boicotaram essa CPMI do começo ao fim. Está aí para todo mundo ver a história dessa CPMI. Mas o que eu queria, primeiramente, dizer para o Dr. Argino, que está vindo aqui - dando as boas-vindas ao senhor nesta Comissão, ao Sr. Zé Eduardo, ao Sr. Arlei Gomes, que são advogados -: eu fico muito constrangido vendo uma pessoa dedicada, que fez, com trabalho, o seu patrimônio lá de baixo, ouvindo o que o senhor está ouvindo aqui. A gente só precisa lembrar de tantas injustiças que aconteceram na história da humanidade e saber que a verdade sempre vem à tona e que tudo isso vai passar. O senhor está sendo vítima de ódio. Não tem absolutamente nenhum motivo - ficou claro hoje - para o senhor estar aqui sentado. Protestos que aconteceram - o que faz parte da democracia - no ano de 2022; e o senhor, como um brasileiro, tem o direito de se manifestar, de mobilizar. Não tem nada a ver com o dia 8 de janeiro, absolutamente nada a ver. E um detalhe: o senhor junto com outros brasileiros estão entrando para a história da perseguição implacável dos poderosos, movidos pela vingança, pelo revanchismo. O senhor não é o único exemplo, não; tem homens honrados também que estão sofrendo hoje a perseguição. Mas os humilhados serão exaltados, mais cedo ou mais tarde. Temos hoje jornalistas - quem diria, Senadora Damares? -, jornalistas que tiveram suas contas bancárias, assim como o Dr. Argino, bloqueadas desde o ano passado - jornalistas! Esse é o Brasil de hoje. E eu estou denunciando e vou continuar denunciando no Brasil, fora do Brasil - já estive na Argentina, nos Estados Unidos; estou indo para a Europa semana que vem. |
| R | Vou denunciar o que está acontecendo aqui: jornalista Paulo Figueiredo, jornalista Rodrigo Constantino, com rede social bloqueada, conta bancária congelada, quer saber o quê? Passaporte retido, coisa que só se via em nazismo. Esse é o Brasil que a gente vive dos direitos humanos vilipendiados. Luciano Hang, grande empreendedor, gerador de emprego, como o senhor, trabalhador, dedicado, brasileiro. Você sabia que ele está com as contas das redes sociais dele bloqueadas, desde o ano passado? O cara com milhões, com milhões de seguidores órfãos, mais de 10 milhões. Cassaram a palavra dele. Que democracia é o que a gente tem hoje? Nós estamos numa ditadura. Nós estamos hoje em franca ditadura no Brasil. E é hora de os homens de bem, Deputado Nikolas, é hora de os homens de bem se posicionarem, escreverem artigo, conversarem com as suas famílias, conversarem com seus colegas de trabalho, sim, para alertarem o que está acontecendo hoje na República Federativa do Brasil. A vida está em perigo, a família está em perigo. Esse alinhamento ideológico deste Governo que recebe ditador, Governo Lula, que flerta com ditadores sanguinários, como na Nicarágua, Venezuela... Eu vi depoimento de filho de preso político, agora na Argentina, dessa turma. Fiquei estarrecido. Eu não quero isso para o meu Brasil, não. Quero não. E vou trabalhar no limite das minhas forças para que isso não aconteça, vou denunciar o que está acontecendo aqui. É hora de os homens de bem se levantarem nesta nação e fazerem a sua parte, sempre de forma ordeira, respeitosa, dentro da lei, mas têm que fazer, porque os nossos filhos e netos depois vão cobrar da gente a covardia dos homens de bem de ver o devido processo legal não ser respeitado na nossa nação, advogados com processo virtual. Que é isso? Que loucura é essa? Que ampla defesa que nada? Eu peço, Sr. Presidente, com a Secretaria sempre muito atenciosa, que coloque um vídeo de um minuto para mim, por gentileza. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. EDUARDO GIRÃO (NOVO - CE) - Diretor da Polícia Federal... (Soa a campainha.) |
| R | O SR. EDUARDO GIRÃO (NOVO - CE) - ... da respeitada Polícia Federal, acreditada pelos brasileiros, esteve, na véspera, na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, conversando. Por que que... O Ministro da Defesa do Brasil! Vocês, da base governista, não conversam entre vocês, não? O Ministro José Múcio acabou de dizer que não é golpe. Vamos parar com esse "é golpe, é golpe". O Ministro de vocês, rapaz! Foi apresentado pelo Senador Cleitinho. Todo mundo viu! Vocês vão ficar sustentando essa enfadonha narrativa? Falem com o Ministro de vocês. Ele não é o Ministro da Defesa? Ele disse que não teve tentativa de golpe, que não tem cabimento isso, sem Forças Armadas, sem nada. Sr. Presidente, pra encerrar, é uma batalha de Davi contra Golias o que a gente está vivendo aqui, mas o bem está prevalecendo. Esta CPMI teve oração de muitos brasileiros, está tendo, vai ter até o final. Eu acredito muito na Senadora Eliziane, porque a gente está em outras causas, que ela seja justa no relatório, que ela não cumpra a missão de ninguém. Eu tenho convicção de que ela tem tudo pra ser correta, e assim será. Que o Brasil tenha a verdade, não tenhamos um fim melancólico. Que a gente possa, depois de todas as máscaras que caíram aqui durante esses dias todos - hoje foi o grande dia da máscara, na votação... Já encerrando, eu acredito que a gente possa ter um final surpreendente - quem sabe? -, justo, diante de tudo que nós vimos e do que não vimos, porque a tropa de choque do Lula não deixou isso, diz muito sobre o resultado do relatório. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não, Deputado. O SR. PR. MARCO FELICIANO (PL - SP. Pela ordem.) - Sr. Presidente, é que, na fala do Deputado Abilio, ele citou a Senadora. E, para que não fique o dito pelo não dito, ele falou sobre a minha sobrancelha, e, como a internet não perdoa, eu preciso explicar o que aconteceu aqui. O que aconteceu foi que, fora do microfone, eu disse aqui... eu estava dizendo que a Senadora aqui na frente - já que eu esqueço o nome dela toda hora - foi eleita na sombra de Jair Messias Bolsonaro. E ela, pra me responder, me agrediu dizendo sobre a minha sobrancelha. Então, veja só, é assim que funciona. Não sei se foi uma agressão ou se foi um elogio, porque ela quer o número da pessoa que faz a minha sobrancelha. Vou lhe dar, sem problema. Aí, o pessoal mandou aqui pra mim, na internet, que está assistindo: onde é que a senhora fez bichectomia - que desgraça é essa, eu nem sei o que é isso -, onde a senhora fez botox e preenchimento labial, que está muito malfeito? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Olha, eu vou pedir pra encerrarmos essa conversa. Eu tenho certeza de que quem está nos assistindo merece mais do que isso. Eu vou passar a palavra ao último orador inscrito, que é o Deputado Rodrigo Valadares. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente. Toda honra e toda glória ao Senhor dos Exércitos. Vamos sair do salão de beleza e vamos voltar pra CPMI. Presidente, eu quero primeiro cumprimentar V. Exa. Quero aqui me somar às palavras do Senador Eduardo Girão - é sempre inspirador ouvir o Senador falar, depois de V. Exa., que é um exemplo para todos nós brasileiros, todos nós que somos detentores de mandatos públicos -, e dizer, Presidente, e agradecer. Por mais da sua boa vontade, infelizmente, mais uma vez a gente vai ficar com esta lacuna na CPMI: uma pessoa extremamente importante da Força Nacional que não vai estar aqui. Mas o Presidente mostrou, mais uma vez, a sua grandiosidade ao dar voz à minoria e proteger esta instituição que está tentando ser descredibilizada pela esquerda. |
| R | (Soa a campainha.) O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE) - Cumprimentar a Senadora Eliziane Gama, cumprimentar o nosso professor, Senador Magno Malta, cumprimentar o Dr. Argino Bedin. Quero dizer, vou ser muito breve, acho que não vou nem usar o tempo todo, mas quero dizer, Dr. Argino, que nós que somos lá do Nordeste nos inspiramos no crescimento, na pujança do Centro-Oeste, principalmente o Mato Grosso, nos inspiramos em homens como o senhor, que geram emprego, geram renda, geram impostos, que fazem o desenvolvimento do nosso país. Nós lá no Nordeste queremos ter a mesma pujança em nosso agro, em muitos lugares já está acontecendo, que acontece no Mato Grosso, que está mudando a realidade de diversas pessoas. E eu confesso que ver a cena que eu vi há pouco - a Senadora Damares o consolando, e o senhor, um homem de bem, um homem honrado, um homem que, junto com o agro, é a locomotiva do nosso país... Ver aquela cena partiu o meu coração. Mostrei à minha esposa, também partiu o coração dela. Esse mesmo agro que está sendo destruído por esse atual Governo. Quem é pecuarista, quem é criador de gado está vendo a dificuldade que está. Quem também é, como a gente diz lá no meu Sergipe, da roça, que planta milho, que planta soja, feijão, batata, está vendo a dificuldade que está, por puro revanchismo, porque o PT não gosta do agronegócio, não gosta dos produtores rurais que levaram durante muitos anos e estão levando o nosso país nas costas. E esse agro está sendo destruído por esse Governo. Eu quero dizer, Dr. Argino, que me constrange, eu quero lhe pedir perdão de ver o senhor aí nesse banco, sendo questionado, sendo acusado por uma patifaria esquerdista, como se fosse bandido. O senhor não é bandido, o senhor é um orgulho para o nosso país. Quem deveria estar no seu lugar era o Sr. Flávio Dino. Quem deveria estar em seu lugar era o staff do Sr. Flávio Dino. Quem deveria estar no seu lugar era a diretoria da Força Nacional, que mandou seus homens ficarem quietinhos ao invés de ir lá ao local do dia 8, ir lá proteger o patrimônio público. E a gente vê um homem de bem como o senhor aí. Eu quero lhe pedir perdão como membro desta Casa. E eu quero que fiquem registradas as imagens do Dr. Argino, porque criaram uma narrativa de que tentaram dar um golpe de Estado. Veja bem, um golpe de Estado sem líder, sem arma, sem organização, mas é um golpe de Estado, e dizendo que o senhor, um senhor que contribuiu durante muitos anos para o nosso país, financiou um golpe de Estado. Meu Deus! É banalizar a inteligência do povo brasileiro, é brincar com a inteligência do povo brasileiro. E eu quero aqui pedir, como irmão na fé, à Relatora Eliziane Gama, quero pedir, como um irmão na fé que sou da senhora, que a senhora seja justa. O mundo, os grandes poderes, a descendência de Caim na terra irão aplaudi-la pelo que eles imaginam que você vai fazer, porém a palavra de Deus diz: o que adianta ganhar o mundo e perder a sua alma? Está mais que provado que o Dr. Argino não teve vínculo algum com o dia 8. Como é que ele vai financiar algo se as contas estavam bloqueadas desde novembro? Eu sei que a senhora está aqui cumprindo uma missão - é da política -, mas a justiça de Deus existe. A senhora sabe disso. A senhora é uma irmã na fé. Mais vale a nossa consciência do que ser aplaudido pela descendência de Caim, que está nos supremos, que está nos ministérios, que está no poder. |
| R | Hoje, nós agonizamos nesta CPMI. E muitos me perguntam, Sr. Presidente: "Gente, como é que a oposição é minoria na CPMI, porque nós vemos, muitas vezes, que vocês são a maior parte da CPMI?". Eu quero dizer a vocês que tem gente que nem aqui vem, só está aqui para botar o dedinho na hora de votar o relatório. O SR. EDUARDO GIRÃO (NOVO - CE. Fora do microfone.) - Exato. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE) - E eu não quero acreditar que esse relatório já esteja pronto, pois a minha irmã na fé estará afrontando os princípios mais basilares que estão na Bíblia: o da justiça, o da verdade. Nós sabemos que o Diabo nada criou, a não ser uma coisa: a mentira. E nós não podemos permitir que a mentira prevaleça sobre esta Comissão. Eu quero aqui, mais uma vez, dizer que essa cena de hoje partiu o coração do Brasil - está em todas as redes sociais. E eu quero... Como o Abilio falou: não chore, Dr. Argino. Eu até me emociono - estou aqui arrepiado -, porque é uma inversão de valores que a gente vê em nosso país. O que nós vamos falar, Senadora Damares, para os nossos filhos? Nos Estados Unidos, na Europa, um homem como o senhor é aplaudido de pé por onde passa. E quem causa tumulto, quem causa abaderna, quem mente, esse, sim, é a escória da sociedade. No Brasil, mudou isso. No Brasil, quem tem narrativa, quem tem mentira, quem faz de tudo para estar no poder, quem corrompe, quem rouba é aplaudido. E quem gera emprego e desenvolvimento para este nosso país está aí... Envergonha-me, como brasileiro, e me envergonha também ver essa esquerda comemorando que uma peça importantíssima, como o Diretor da Força Nacional, não será convocado. Bateram palmas, gritaram, se abraçaram, comemoraram, porque a verdade estará encoberta... O SR. EDUARDO GIRÃO (NOVO - CE. Fora do microfone.) - Isso. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE) - ... porque nós não podemos perguntar... E a Senadora está aqui tremendo, se exaltando. Foi candidata pelo meu partido, pelo meu e pelo do Presidente, levou o dinheiro do partido todo, que, em vez de investir em candidaturas de mulheres que tinham chance... Teve uma votação pífia - pífia - e insiste no erro. Tem dois tipos de pessoa: aquela que erra e sabe que errou e aquela que insiste no erro por orgulho, e é esse caso. E a gente não consegue nem dar um discurso, porque ela fica aqui se exaltando. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Ninguém falou nome aqui. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE) - Respeitei a sua fala, Senadora, quando falava de sobrancelhas e de Botox. E, durante todo o momento, vem atrapalhar a nossa fala. Por isso, fizemos essa intervenção. Sr. Presidente, eu concluo dizendo que estamos indo à reta final desta CPMI. Muitos questionam se a CPMI serviu para alguma coisa, já que, na hora do dedo, da votação, a gente é minoria, mas eu quero aqui agradecer ao Deputado André Fernandes, meu conterrâneo nordestino. Eu quero aqui dizer que esta CPMI, tal qual o Senador Eduardo Girão falou, serviu para desnudar as entranhas do poder, serviu para mostrar a nojeira que está nos palácios, que está no Congresso, serviu para desnudar isso, para tornar à tona... A palavra de Deus diz - e o nosso Presidente Jair Bolsonaro a usou muito -: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". Nós temos que colocar uma lamparina sobre a mesa e não colocá-la abaixo da mesa para que seja escondida. E a verdade vem aparecendo. E volto a dizer... A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Presidente... O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE) - A Senadora não para de tentar interromper aqui a nossa fala. Eu já estou acabando, Senadora, para a senhora falar. Eu só quero dizer que a descendência de Caim na Terra pode até aplaudir o que vai sair daqui de relatório, mas a verdade sempre irá prevalecer, eu tenho certeza. Poderá demorar, poderá tardar, mas o seu nome será honrado aqui nesta terra. Dr. Argino Bedin, parabéns por ser um brasileiro, um patriota, um produtor, um gerador de emprego e renda em nossa terra! Que mais brasileiros sigam o seu exemplo. Que Deus abençoe o senhor e a sua família. Muito obrigado. (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Encerrada já a lista de inscritos, passamos agora, apenas, aos cinco minutos finais de cada Liderança. Pela Liderança... (Soa a campainha.) (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não. O Governo sempre fala por último, Deputado. Pela Liderança da Oposição, o Deputado Nikolas Ferreira. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG. Pela Liderança.) - Sr. Presidente, obrigado. Boa tarde. Sr. Presidente, eu confesso que eu já senti raiva da esquerda, que já fiquei indignado, mas hoje eu senti nojo da esquerda - nojo! Tem hora que muitas pessoas podem dizer que eu sou radical, tenho que ter um pouco mais de equilíbrio... Não tem equilíbrio com quem chega aqui, Sr. Bedin, e olha para o senhor, um homem de 72 anos, honrado, homem de família, um homem que tem mais de cem funcionários, que é locomotiva aqui deste Brasil, chega aqui, a manhã e a tarde inteiras, te acusando de crimes, de financiador de atos golpistas como a que o senhor fosse quase elevado ao mesmo patamar do bandido que eles apoiam que é o Lula. Hoje eu senti nojo! Nojo da cara de Deputados e Senadores aqui de esquerda, nojo de pessoas que não têm a coragem de fazer isso a não ser aqui dentro, porque, quando andam na rua, não têm coragem de andar na rua e fazer isso com o senhor. Eles não vão ter paz mais na vida, vão ficar pedindo o iFood o resto da vida inteira, porque não têm condição de parar em restaurante, de andar de maneira correta como o senhor vai andar. Eu tenho certeza de que, lá em Sorriso, o senhor vai ser aplaudido onde quer que o senhor esteja. O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Fora do microfone.) - Será mesmo. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - Porque entrou aqui como Pai da Soja, mas vai sair daqui como homem honrado, homem que ficou de pé. E pode ter certeza de que grandes batalhas só vêm para grandes homens, e por isso é que Deus vai te permitindo poder passar essa batalha aqui. Agora, enquanto isso, estão aqui discutindo, um senhor de 72 anos de idade, como se ele fosse um criminoso... Coloque aí para mim, por gentileza. A prisão de quem foi revogada hoje? Do Marcola: "Líder da principal facção de SP, Marcola tem prisão preventiva revogada após 17 anos". Mas a esquerda está preocupada com o senhor aqui, com o Bedin, "que foi um financiador de atos terroristas". Canalhas, canalhas! Para mim é um bando de corja, corja que está aqui para poder tirar uma pessoa que tem uma comorbidade, diabetes, para poder ficar aqui pagando de democrático. Tome vergonha na cara de vocês, ora! Aí querem falar de financiadores? Vamos falar de financiador, Senador Magno Malta. Passa aí para mim, por gentileza. Olha lá quem financiou o Porto de Mariel em Cuba? Foram US$957 milhões do seu dinheiro. E olha lá quem foi a empresa responsável: Odebrecht. Passa mais um financiador aí, por gentileza, das Linhas 3 e 4 do metrô de Caracas, na Venezuela: US$732 milhões também. Quem foi o responsável? Odebrecht. Passa mais um financiador aí para mim. Lá na Nicarágua, olha só, uma coincidência: todos esses países dominados por ditadores e amigos do Lula. Qual foi o valor da obra? De US$1,1 bilhão do seu dinheiro, pagador de imposto. E qual foi a empresa responsável? Queiroz Galvão. Ainda bem que a Jandira não está aqui, que senão ia até dar um pulo. Depois pesquisem no Google aí: "Jandira e Queiroz Galvão", vocês vão ver o que vai aparecer. Passa aí para mim, por gentileza. E, acima de tudo, além de financiar obras lá na ditadura, você tem também o calote do bem: "Venezuela, Cuba e Moçambique devem [...] R$2 bilhões ao BNDES", ao Brasil, inclusive Cuba deu ainda, de dívida, charutos cubanos. Caso Cuba não pague, charutos seriam entregues como garantia. Agora, vamos relembrar aqui, porque não eu não tenho amnésia, como a Senadora Damares disse, com relação a listas de financiadores, mas financiadores sabe de quê? Da corrupção, de lavagem de dinheiro. |
| R | Pode tirar da tela aí pra mim, por gentileza. João Vaccari, vocês lembram, Deputados do PT? João Vaccari, ex-Tesoureiro do PT; Paulo Ferreira, ex-Tesoureiro do PT; Delúbio Soares, ex-Tesoureiro do PT, todos envolvidos em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. (Soa a campainha.) O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - Paulo Bernardo, ex-Secretário do PT; Cândido Vaccarezza, ex-Líder do PT na Câmara; Delcídio do Amaral, ex-Líder do Governo do PT no Senado; José Dirceu, ex-Ministro Chefe da Casa Civil do Governo Lula; Antonio Palocci, ex-Ministro da Fazenda do Governo Lula; André Vargas, ex-Presidente da Câmara dos Deputados pelo PT; e o bandido Luiz Inácio Lula da Silva, todos eles não querem e não querem preocupar, não é? Nos Black Blocs, ninguém estava atrás pra saber quem eram os financiadores. Quando saiu o diálogo cabuloso de um líder do PCC, ninguém foi atrás querer colocar 17 anos na cadeia daquele vagabundo. Ninguém chegou lá e colocou o dedo na cara dele pra poder falar que ele era um criminoso, pelo contrário. Os diálogos cabulosos ninguém agora sabe quem de fato conversou, quem deixou de conversar. Mas isso não saiu da minha boca, não. Isso saiu da boca de um criminoso do PCC que tinha diálogos cabulosos com o PT. Isso aí eles não querem investigar. Querem pegar um homem honrado, de 72 anos, pra poder ficar fazendo vexatório aqui, pra poder... Ficam falando de mim, de vídeo, mas querem ficar fazendo vídeo com o senhor pra poder expor a sua família, falar que o senhor foi financiador de terroristas. Pra mim, a esquerda não tem diálogo! Não tem diálogo com esse povo aqui, não! Tudo bando, sabe, de (Trecho editado nos termos do art. 48, inciso XXXI, e art.19, inciso I, do Regimento Interno.), que chega aqui querendo falar de democracia e quer falar... E chega pro senhor e quer falar que o senhor é terrorista! Então, o senhor, Sr. Bedin, fique tranquilo porque muitos aqui... Passe a última, porque eu vou acabar aqui agora. Passe a última pra mim, porque eu vou acabar. Que chamou o senhor de mentiroso, tem muito mentiroso também por aí... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado, V. Exa. não pode passar vídeo, porque já acabou o seu tempo. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - Não é vídeo, não. É uma foto, uma foto. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, mas já acabou, Deputado. Seu tempo já acabou. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - É uma foto. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Mas seu tempo já acabou, Deputado. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - É uma foto, uma foto. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Então, mostre a foto e está encerrada a sua fala. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - A foto não vai dar problema nenhum. A foto não vai dar problema nenhum. É uma foto, a última. Pode passar. Aí, ó, pronto. Tem muita gente que mente pro senhor dizendo que o senhor é mentiroso, não é? Tem gente que mente pra poder se eleger e é tigrão aqui com o senhor, mas lá fora não tem coragem também de ser a mesma pessoa. Parabéns, o senhor é um orgulho pra mim e pra todo o Brasil! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito obrigado, Deputado. Com a palavra... Eu quero pedir à Taquigrafia, que retire as palavras desairosas que foram colocadas no discurso do Deputado. O SR. NIKOLAS FERREIRA (PL - MG) - Pode tirar... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Com a palavra, o Deputado... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Pois não. Passo à Relatora aqui, que quer... A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Como Relatora.) - Presidente, eu queria cumprimentar os colegas. Me parece que essa poderá ser a nossa última sessão antes do relatório. Eu, na verdade, até decidi não responder aqui em relação a alguns Parlamentares, mas eu quero responder pelo Nordeste brasileiro, Presidente. Algumas pessoas fizeram referência aqui ao Nordeste, e eu quero dizer que o Nordeste não é problema para o Brasil, o Nordeste é a solução do Brasil. O Nordeste não se inspira em outras pessoas ou, especialmente, em outras regiões do Brasil. O Brasil se inspira nele, o Nordeste se inspira nele mesmo, nas suas histórias, na sua beleza, na sua riqueza e na sua força. Que fique claro isso aqui. Um outro ponto... (Intervenção fora do microfone.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - Eu não vou aceitar xenofobia aqui, Presidente. (Intervenção fora do microfone.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - E o outro ponto que eu queria colocar aqui também sobre a questão... (Intervenção fora do microfone.) (Soa a campainha.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA) - ... dos restaurantes, dos restaurantes populares. Sobre os restaurantes populares... (Intervenção fora do microfone.) (Soa a campainha.) O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - Ela falou de mim, me chamou de xenófobo. Como é que eu vou ser xenófobo comigo mesmo? Ela falou da minha fala... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado... Deputado... Deputado... Deputado... O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - Como eu vou ser xenófobo comigo mesmo? O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado... Deputado Rodrigo... Mas, Deputado, espere aí, V. Exa. falou e teve direito de falar. V. Exa. falou. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE) - Não é a primeira vez que esse Deputado fica me interrompendo. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Mas V. Exa. não está com a palavra. Ele não pode interromper se o senhor não está com a palavra. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - Como é que eu vou ser? Ela me chamou de xenófobo. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Mas, Deputado, o senhor falou, teve direito a falar... |
| R | O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - Ela acabou de me chamar de xenófobo... Me chamou de xenófobo... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado Rodrigo... O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - ... na minha fala e disse que eu era xenófobo. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado Rodrigo... Deputado Rodrigo, não. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - ... comigo mesmo... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Eu vou pedir a V. Exa. que termine de ouvir aqui... Pois não. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - Eu vou terminar, mas... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Não, V. Exa. não está com a palavra para terminar, Deputado. Eu vou pedir que V. Exa. pare com a sua fala, porque V. Exa. não está com a palavra. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - ... que está se metendo, rapaz! O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - O Deputado não está com a palavra. O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - ... vai lá para o Sul! Vai lá para o Sul... Ela acabou de me chamar de xenófobo... Me chamou de xenófobo... O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Deputado... Deputado... (Soa a campainha.) O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - E você, que nem citado foi, está interrompendo. Nem citado você foi, e está interrompendo... O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Fora do microfone.) - Você vai deixar ela falar? O SR. RODRIGO VALADARES (UNIÃO - SE. Fora do microfone.) - É você que está interrompendo, você não está nem no assunto. Você não está nem no assunto, rapaz! A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Como Relatora.) - Presidente, eu só quero também só finalizar, dizendo o seguinte: quem critica restaurante popular critica porque, quando chega em casa, tem uma geladeira farta, uma mesa repleta, um banquete para almoçar, tomar café e jantar todos os dias. O restaurante popular, especialmente do Maranhão, é para servir pessoas que passam fome, porque, quando eles acordam de manhã, não tem o que comer, mas tem lá o restaurante popular praticamente de graça, pagando apenas R$1 real, um valor simbólico, para atender a essas pessoas do Maranhão. Então, eu quero deixar isso aqui registrado. Os restaurantes populares do Maranhão são uma forma de diminuir a fome de muitas pessoas que, infelizmente, não alcançaram ainda condições melhores de vida. Para finalizar, eu quero cumprimentar a todas as mulheres e a todos os homens do Nordeste pela sua força, pela sua resistência, pela sua beleza e pala sua história. Viva o Nordeste brasileiro, Presidente! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Com a palavra o último orador inscrito, pela Liderança da Maioria, o Senador Randolfe Rodrigues. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela Liderança.) - Sr. Presidente, a palavra da Liderança do Governo, na conclusão desta CPMI, em primeiro lugar, não será para atacar, não será para ofender, nem também será para que os termos, ao final desta palavra, sejam retirados dos autos desta sessão por serem impropérios e por ferirem o decoro. A palavra da Liderança do Governo, ao final desta reunião, Sr. Presidente, já no encaminhamento para a conclusão dos trabalhos desta CPMI, em primeiro lugar, é em homenagem aos trabalhos da Relatora, dos dois Vice-Presidentes desta Comissão - do Senador Magno Malta e do Senador Cid Gomes -, que cumpriram com afinco a missão. Ainda terá, por parte sobretudo da Sr. Relatora, um longo trabalho nas próximas duas semanas, até a construção do relatório final. Temos confiança e fé no trabalho que vai ser conduzido pela Relatora Eliziane, à luz dos fatos, à luz da razão. A palavra da Liderança do Governo é, sobretudo neste momento, Presidente Arthur Maia, para cumprimentar V. Exa. pelo trabalho que fez em todos esses depoimentos, dando razão a quem deveria, julgando e administrando com a imparcialidade necessária. Se ocorreu, da parte de alguém do Governo, alguma resistência, no início desta CPMI, a V. Exa., como Presidente, quem quer que foi, da base de apoio ao Governo, assim estava equivocado. A condução de V. Exa. é digna de todas as homenagens. Eu digo homenagens não só da base de apoio ao Governo nesta Comissão, como também da oposição, pela conduta que V. Exa. aqui expôs, aqui externou, no curso desses trabalhos. Da mesma forma, eu quero dizer aqui em relação ao trabalho da Sra. Relatora, um trabalho que ainda terá pelos próximos dois meses. |
| R | O que nós exercemos aqui, o exercício da maioria, da base de apoio ao Governo aqui, nesta Comissão, foi para evitar negacionismos, mesmo porque, minha caríssima Senadora Soraya, o último negacionismo que teve lugar nesta terra, neste nosso país, levou à morte 700 mil brasileiros. Então, não pode existir negacionismo contra fatos. Os fatos são claramente colocados, externados. Entre o período de 30 de outubro de 2022 até o 8 de janeiro, houve uma tentativa de golpe, de corromper a democracia brasileira, que se iniciou com o não reconhecimento do resultado das eleições, que teve continuidade com a tentativa, com os acampamentos na frente de quartéis, não reconhecendo os resultados, que descambaram para atos terroristas que tiveram lugar aqui nessa capital da República. Sr. Argino, o senhor não estava aqui no dia 12 de dezembro, mas acredite, no dia da diplomação do Presidente da República eleito, aqui foi perpetuado o terror durante aquela noite. Na sequência dos fatos, senhores advogados, tentaram colocar uma bomba no aeroporto de Brasília, que poderia levar milhões de compatriotas nossos - compatriotas. Compatriotas são aqueles que têm a mesma nacionalidade, não importa se são de direita ou de esquerda, mas reivindicam o mesmo país. Poderiam levar milhares de compatriotas nossos à morte. E isso se concluiu com o 8 de janeiro. O 8 de janeiro, como já foi dito anteriormente por um Ministro do Supremo Tribunal Federal, não foi um domingo no parque. As sedes dos Poderes, que algumas vezes voltam a ser atacadas em impropérios nesta Comissão, foram invadidas. As sedes dos Poderes, a gente pode não gostar delas, pode divergir delas... Aliás, é isto que diz o Ulysses Guimarães sobre a Constituição: quanto à Constituição e quanto ao poder político emanado da Constituição, divergir sim, discordar sim; revogar, trair, jamais. (Soa a campainha.) O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Porque traidor da Constituição, de fato, é traidor da República. Meu caríssimo Argino, Sr. Argino, senhores advogados, Sr. Presidente, tem espaço na nossa democracia pra quem é conservador, tem espaço pra quem é de esquerda, tem espaço pra quem é de direita, tem espaço pra quem é liberal. Aliás, o conservadorismo clássico tem lugar na oposição ao liberalismo clássico. O conservadorismo clássico, o conservador clássico quer manter as instituições, quer defendê-las, quer defender a Suprema Corte, quer defender o Poder Legislativo, quer defender o Executivo. O conservadorismo clássico significa conservar não destruir. Destruir, antagonismo tem outro nome e se chama reacionarismo. O reacionarismo, que desemboca nas ações terroristas, o reacionarismo, que é fonte ideológica de alguns, como o tal Olavo de Carvalho, esse procura a destruição das estruturas, sejam quais forem, a quaisquer tempos. Essa é a diferença que nós temos que aprender entre o que é ser conservador, que é legítimo e respeitável, e o que quer destruir as instituições e as estruturas. Aos primeiros, o nosso respeito e a possibilidade de diálogo democrático; ao segundo, que pese sobre eles a força da lei e da democracia brasileira. (Palmas.) A SRA. ELIZIANE GAMA (PSD - MA. Fora do microfone.) - Muito bem, Randolfe. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Muito bem, Deputado... Muito bem, Senador. A SRA. SORAYA THRONICKE (PODEMOS - MS. Pela ordem.) - Sr. Presidente, 20 segundos - 20 segundos? Apenas a título de informação, para que as pessoas não pensem que isso vai passar em branco, eu, infelizmente... O Parlamentar que se referiu a mim por calúnia, eu não pedi nem mesmo o direito de resposta, porque não vale a pena, mas eu já acionei a Advocacia do Senado. Então, este Deputado que já partiu agora não vai ficar impune. Me caluniou aqui. Enfim, só a título de informação. Obrigada, Presidente. |
| R | O SR. ABILIO BRUNINI (PL - MT. Fora do microfone.) - Presidente, obrigado. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA) - Só um instante. O SR. MAGNO MALTA (PL - ES. Pela ordem.) - Sr. Presidente, quem sabe, no embate dos relatórios, eu não terei essa oportunidade, por ser um embate. A despeito das diferenças, muitas vezes aqui no próprio Plenário, eu quero parabenizá-lo. (Soa a campainha.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - Eu quero parabenizá-lo, porque hoje V. Exa. assumiu uma postura - porque foi o momento exato -, uma postura de Presidente de um instrumento que o Parlamento não pode viver sem. V. Exa. se fez respeitar e requisitou esse respeito e exigiu esse respeito e falou na sua honra, em nome da sua honra, em nome da honra de quem preside uma CPI que tem o mesmo nível do Supremo Tribunal Federal enquanto Comissão de Inquérito. V. Exa. está de parabéns. Eu falo porque tive muitas diferenças e embates com V. Exa., querendo... e debatendo. E fui atendido algumas vezes; outras, não fui. Mas V. Exa. hoje, de fato, faz essa colocação e, felizmente, ao negar a vinda de alguém da Força Nacional, eles assinaram um recibo, no final da CPMI... (Soa a campainha.) O SR. MAGNO MALTA (PL - ES) - ... pra provar que era tão somente uma narrativa. Senador Randolfe, acho que foi um ato falho. V. Exa... Eu sei que V. Exa. é respeitoso. São longos anos juntos aqui. Nós não nos conhecemos ontem, mas eu queria dizer que tem muita gente que gosta do Olavo de Carvalho. É memória, já passou, já morreu Olavo. E as pessoas que gostam dele, certamente... E mesmo as pessoas que pensam como V. Exa., ao passar dessa vida, merecem o respeito, por causa da memória, porque milhares de pessoas gostam e outros não gostam. E eu queria fazer essa palavra também no sentido de me referir à família de Olavo, que, de repente, está vendo essa sessão. Presidente, parabéns pela sua palavra, pela sua postura. O SR. PRESIDENTE (Arthur Oliveira Maia. UNIÃO - BA. Fala da Presidência.) - Muito obrigado. Eu coloco em votação a Ata da 21ª Reunião, solicitando a dispensa da sua leitura. Os Srs. Parlamentares que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) A ata está aprovada. Eu quero agradecer à testemunha, o Sr. Argino Bedin; saudar aqui o Dr. Eduardo Alckmin, que é uma referência do direito no nosso país; saudar aqui o Dr. Arley Gomes Gonçalves, os colegas advogados. E não havendo nada mais a tratar, agradeço a presença de todos, convocando para a próxima reunião, a realizar-se no dia 5/10, às 9h. Declaro encerrada a presente reunião. (Iniciada às 09 horas e 45 minutos, a reunião é encerrada às 16 horas e 27 minutos.) |
