13/11/2023 - 1ª - Frente Parlamentar em Favor da Educação Profissional e Tecnológica

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Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a 1ª Reunião de 2023 da Frente Parlamentar em Favor da Educação Profissional e Tecnológica, cuja pauta destina-se a: item 1, instalação da frente parlamentar; item 2, eleição da Comissão Executiva.
Até o momento, essa frente parlamentar conta com a adesão de 17 dos 81 Senadores - e eu tenho certeza de que isso aqui vai aumentar rapidamente, esse número.
Informo aos Parlamentares que desejarem compor a Frente Parlamentar em Favor da Educação Profissional e Tecnológica que os termos de adesão estão disponíveis junto à Secretaria e na página da frente, no site do Senado Federal.
Eu convido para compor a mesa aqui comigo a Sra. Kelly Teixeira, Gerente de Programas e Diretrizes Educacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac); o Sr. Gustavo Leal Sales Filho, Diretor-Geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional); e a Sra. Laura Margarida Josefina Laganá, Diretora-Superintendente do Centro Paula Souza (Etec e Fatec) também.
Para iniciar o item 1 da nossa pauta, eu coloco em deliberação a proposta de composição da Comissão Executiva, inicialmente com os seguintes nomes: Presidente, Senador Astronauta Marcos Pontes; Vice-Presidente, Senador Paulo Paim.
Em discussão. (Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, a gente coloca em votação.
Aqueles que concordam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Quero aproveitar esse momento também... Como vocês notaram, são 17 Senadores inscritos atualmente na frente, e a ideia é que nós possamos abranger a totalidade, vamos colocar assim, 81 Senadores. Por quê? Eu duvido que exista qualquer Senador ou Senadora que seja contra a educação ou contra o ensino profissionalizante. O que a gente quer é que eles apoiem agora também e ajudem, nos seus estados, o desenvolvimento desse setor.
Como vocês notam, eu sou do Partido Liberal, de São Paulo, Presidente da frente. O Vice-Presidente é o Senador Paulo Paim, do PT, do Rio Grande do Sul. É para ser de direita e esquerda. É exatamente isso. A gente precisa juntar o nosso país em favor da educação, em favor dessas pautas. Isso não é pauta de governo, isso é pauta de Estado. Nós precisamos ter o desenvolvimento da nossa educação como uma política de Estado no nosso país. E acho que é um bom exemplo que a gente começa dando aqui de fazer essa frente muito ampla, em todos os sentidos.
Eu gostaria de colocar aqui também... E daqui a pouco eles vão me trazendo a presença do pessoal que eu já estou vendo, que estava conosco lá. Eu não quero começar aqui sem ter a... Está aqui já.
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Deixe-me agradecer a presença de todos que estão conosco aqui nesta sala de audiências nº 9, aqui do Senado Federal, também todos aqueles que nos acompanham através das redes do Senado.
Quero registrar aqui a presença da representante do Conselho Federal de Biologia, Sônia Azevedo; do Assessor da Diretoria Executiva, Gilmar Luiz Pastorio; da Diretora Pedagógica do Centro Brasileiro Integrado de Educação, Cristiana Amorim de Souza; do Diretor Thales Enrique Quiroz Tapioca; da Cleunice Rehem, Presidente da associação Fórum Nacional das Mantenedores de Instituições de Educação Profissional e Tecnológica; do Marcos Palácio, Reitor da Fatec - Votuporanga, lá em São Paulo; da Zoraide Soares Reis, Assessora de Relações Institucionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil; do Prof. Carlos Shinoda, do . Eu vejo aqui na frente também, daqui a pouco vêm os nomes completos, mas o pessoal que estava conosco já no evento de manhã; obrigado por continuarem aqui conosco.
Eu gostaria, neste momento, de passar a palavra aqui aos nossos membros da mesa para se pronunciarem a respeito deste momento, que eu acho que é um momento marcante para o nosso país.
Vou inicialmente, então, passar a palavra para o Diretor-Geral do Senai Nacional, Gustavo Leal Sales Filho.
O SR. GUSTAVO LEAL SALES FILHO (Para expor.) - Obrigado, Senador Marcos Pontes, a todos e a todas aqui presentes. É um prazer enorme estar aqui participando da implantação desta frente tão necessária.
A educação profissional sempre foi um instrumento muito eficaz de inclusão social. Talvez agora, no mundo contemporâneo, ela ganhe ainda mais relevância, num momento em que temos tantas novas tecnologias, a velocidade com que o conhecimento migra da academia para o setor produtivo, influenciando as nossas vidas e exigindo um perfil de competência e de atributos cada vez mais robustos para a população. Esse é um desafio posto para todos os países. Os países serão tão mais bem-sucedidos, nessa sociedade do conhecimento, quanto for a capacidade que tenham de educar bem sua população.
E aí a educação profissional tem um viés muito importante, muito determinante. Aqui no Brasil, muitas vezes, a gente não enxerga isso, mas a educação profissional é um edifício que está junto da educação básica, se comunica com ela, mas cria oportunidades de inserção no mundo do trabalho com muito mais rapidez e com muito mais eficácia. Os jovens brasileiros se transformam a partir de uma opção, que cada vez será maior, pela educação profissional. A gente pode pensar desde os cursos de qualificação, curso técnico, até o doutorado e o stricto sensu pela via da educação profissional, cursos técnicos, cursos superiores de tecnologia, depois a complementação; do curso superior de tecnologia já dá para fazer direto lato sensu, stricto sensu. Então, há um caminho via educação profissional muito interessante e que dialoga com muito mais proximidade com as empresas, com o mercado de trabalho, facilitando a inclusão dos jovens, que é um desafio que todos os países enfrentam.
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Portanto, Senador, é com muita felicidade, com muita alegria que o Senai, o sistema indústria, está aqui presente neste momento. Nós entendemos a relevância dessa frente, do trabalho dessa frente.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado, Dr. Gustavo Leal Sales Filho, Diretor-Geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, do Senai Nacional.
E, na sequência, eu passo, então, a palavra para a Kelly Teixeira, Gerente de Programas e Diretrizes Educacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, do Senac Nacional.
A SRA. KELLY TEIXEIRA (Para expor.) - Muito obrigada, Sr. Senador Astronauta Marcos Pontes; muito boa tarde a todos e a todas. É com muita satisfação que eu venho representando aqui o nosso Presidente José Roberto Tadros e o nosso Diretor-Geral Marcus Fernandes. Eu acho que esse é um momento simbólico, queria parabenizar V. Exa. pela iniciativa. Eu acho que é um motivo de muita alegria e de muita satisfação compartilhar de um dia tão feliz. A gente começou uma manhã já muito alegre, celebrando a educação profissional, e damos continuidade a esse trabalho agora, dando lugar ao que carece de lugar, que é fortalecimento da educação profissional. Então, mais uma vez, eu gostaria de felicitar o senhor pela iniciativa.
Eu acho que falar da educação profissional - e eu não quero parecer repetitiva pela parte da manhã - eu acho que é falar de transformação de vidas. Eu insisti muito nisso na pauta da manhã porque a gente entende que a educação profissional é o vetor de transformação para os jovens, de mobilidade, de inclusão produtiva, de mobilidade social, de ascensão profissional e de continuidade da trajetória ao longo da vida, ou seja, educar e educar, a continuidade dos seus estudos de educação ao longo da vida.
A educação profissional não só é vetor de transformação social, produtiva, laboral, como também, se a gente for pensar, é aquilo que é a força motriz que pode colaborar para o melhor desempenho e produtividade das nossas empresas, das indústrias, enfim, de tudo aquilo que faz parte e que propicia um real desenvolvimento socioeconômico e socioprodutivo. Então, é nesse ínterim, pensando numa educação transformadora do ponto de vista social, do ponto de vista da inclusão do jovem na sua completude, e das juventudes - eu sempre falo em juventudes porque a gente está falando de públicos diversos dentro desse contexto - que a gente está aqui representando o Senac, que tem aí o compromisso de promover e fomentar o acesso à educação profissional de qualidade para todos os trabalhadores, especialmente aqueles do setor de comércio de bens, serviços e turismo.
Então, é uma honra e um orgulho poder fazer parte desse dia, representando o Senac num papel e numa missão que tem tudo a ver com aquele compromisso que é o seu compromisso institucional: transformar vidas por meio da educação profissional. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado, Sra. Kelly Teixeira, Gerente de Programas e Diretrizes Educacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, do Senac Nacional.
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Na sequência, eu passo a palavra à Sra. Laura Margarida Josefina Laganá, Diretora-Superintendente do Centro Paula Souza.
A SRA. LAURA MARGARIDA JOSEFINA LAGANÁ (Para expor.) - Boa tarde a todos.
É uma alegria estar aqui. Estou muito emocionada, Senador, porque sou apaixonada pela educação profissional. Estou há mais de 40 anos atuando nessa área e tive o privilégio de presenciar, de constatar milhares e milhares de jovens tendo a sua vida transformada, verificando a ascensão social das famílias, um futuro profissional muito mais promissor.
O jovem procura a educação profissional porque, em geral, ele é apaixonado pela tecnologia. E são os nossos cursos que podem colocá-lo em contato com essas novas tecnologias. Então, eu digo sempre que a educação profissional tem foco, a educação profissional é atraente. E eu acho que o Brasil tem que se preocupar com a expansão.
Eu sou expansionista por natureza. Estou há 42 anos no Centro Paula Souza e estive à frente de um dos maiores programas de expansão profissional financiado pelos governos de São Paulo. São Paulo tem que se preocupar com isso porque ele concentra mais de 30% da economia do Brasil, e não adianta: um país não se torna mais produtivo se ele não puder contar com profissionais qualificados. Essa tem sido a nossa missão e a missão de muitos colegas que estão aqui, que também são apaixonados pela educação profissional exatamente por conta do potencial de transformação que ela traz a milhares e milhares de jovens em todo o país.
Então, eu queria parabenizá-lo por esta iniciativa. O Brasil está precisando disso.
A educação profissional sempre ficou um pouco à parte porque, claro, os esforços têm que ser concentrados na educação básica, sem dúvida nenhuma, mas, hoje, com a reforma do ensino médio, a educação profissional passa a compor o ensino médio. E isso é muito bom, porque jovens das escolas públicas que cursam o ensino médio vão ter a possibilidade de optar por um itinerário que lhes traga a educação profissional, que lhes traga a formação profissional com que ele sonhou, o acesso às tecnologias, e ela tem que atender aquilo que o setor produtivo espera das escolas de formação profissional. Para isso, nós temos que estar muito atentos às metodologias que nós utilizamos nas escolas.
Nós estávamos conversando agora no almoço sobre a importância da aprendizagem por projetos dentro das escolas técnicas. É isso que os nossos jovens esperam, quer dizer, nós temos que trabalhar de uma forma que sejam desenvolvidas as competências socioemocionais. Esse menino não tem só que entender de tecnologia; ele tem que entender de liderança, ele tem que saber trabalhar em equipe e ter outras competências muito importantes para que ele tenha uma inclusão no mercado, para que ele seja valorizado pelas empresas. E isso a gente tem sentido, Senador, conversando com os empresários. O aluno que vem da formação profissional é um aluno diferenciado, ele é um aluno mais seguro, ele é um aluno que sabe projetar, ele é um aluno que se envolve com os princípios da empresa. E tudo isso tem que estar presente nas nossas escolas, tem que estar presente nos nossos planos de curso, também para elaborarmos, com o setor produtivo, as novas propostas de formação profissional e atualizar as que a gente já tem. Então, essa proximidade com o mercado é fundamental. É só assim que a gente vai garantir a qualidade dos profissionais que formamos.
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Então, quero parabenizá-lo por essa frente. Acho que nós estamos nos sentindo mais protegidos agora, com essa frente. Conte com todos nós, todas as instituições, conte com o Centro Paula Souza, porque nós queremos ajudá-lo nessa empreitada fundamental para o nosso país.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado à Sra. Laura Margarida Josefina Laganá, Diretora Superintendente do Centro Paula Souza.
Eu acho que a Kelly quer fazer um complemento também, não é?
A SRA. KELLY TEIXEIRA - Obrigada, Senador.
Escutando a Profa. Laura, queria apenas fazer uma reflexão do quão importante é o dia de hoje e também essa iniciativa, pensando nas transformações ao longo do trabalho e em como a educação profissional tem um papel de relevância para promover não só uma educação emancipatória, mas também promover uma formação que seja mais atraente para o jovem, mais significativa e que contribua efetivamente para a redução das desigualdades sociais.
Essa era uma reflexão complementar que eu queria trazer a todos.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado.
Eu gostaria também de registrar a presença do Sr. Roberto Muniz, ex-Senador pelo Estado da Bahia, e Diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria - obrigado por estar conosco aqui também -, assim como a do Prof. Roberto Spada, Diretor de Relações Externas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o Senai de São Paulo, aqui também, obrigado! Aqui também o Prof. Ademir Redondo, lá do Senai, Diretor do Senai de Bauru. Gente, desculpa, a nossa Diretora aqui do Liceu de Artes, também de São Paulo, conosco. Eu vou esquecer o nome de todo mundo, mas...
A SRA. PATRÍCIA MACEDO (Fora do microfone.) - É Patrícia.
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Patrícia! Aqui, olha, obrigado, realmente. Você vê que há um esforço comum de todos.
Quero aproveitar aqui também um pouco... Eu não gosto de muito protocolo, quero quebrar um pouquinho o protocolo e abrir a palavra aqui para os nossos participantes, aqueles que estão aqui presentes. Se quiserem fazer o uso da palavra, por favor, só peço para levantar - vou começar com ela ali - e só falar o nome e a instituição. Tem um microfone aí também.
A SRA. EDA COUTINHO BARBOSA MACHADO DE SOUZA (Para expor.) - O meu nome é bem comprido. (Fora do microfone.) Eda Coutinho Barbosa Machado de Souza. Eu sou professora universitária. Comecei dando aula na UnB, depois na Unicamp, depois fui para a Capes, onde coordenei programas para melhorar o ensino de ciência e matemática. Depois, eu fui fazer o meu mestrado e doutorado com bolsa de estudos nos Estados Unidos; voltei para o Brasil, fui para a Unicamp, depois fui para a Alemanha fazer pós-doutorado.
Um belo dia, quando eu estava criando um programa na Sesu, chamado Paiub (Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras), eu recebi um convite do Prof. Pedro Chaves, que foi Senador aqui, não é? Ele é do Mato Grosso do Sul, para criar uma faculdade em Brasília. Ele entrava com o dinheiro, e eu entrava com os recursos. E aí, então, eu tenho uma posição muito forte em relação à educação profissional. Embora eu seja mantenedora do Iesb e fundadora do Iesb, mas eu continuo ligada à educação em geral, contando lá na creche, onde tem tanto problema, e chegando até a educação profissional, em que o Brasil está muito atrasado, na minha opinião. Mas é para eu falar agora ou para falar depois?
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Fique à vontade. Pode sentar, por favor, se quiser, é mais confortável.
A SRA. EDA COUTINHO BARBOSA MACHADO DE SOUZA - Não, não é isso. Eu posso falar em pé. Não tem problema.
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Não, não. Fique à vontade. Pode falar agora mesmo.
A SRA. EDA COUTINHO BARBOSA MACHADO DE SOUZA - Pode falar agora?
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Pode, pode. É essa a ideia.
A SRA. EDA COUTINHO BARBOSA MACHADO DE SOUZA - Então, eu não deveria, na verdade, estar aqui defendendo esta causa, porque eu deveria é defender as universidades - e eu defendo as universidades também, claro. A nossa é o centro universitário -, mas acontece que eu acho que, para o Brasil mudar, para o Brasil melhorar, se não tiver uma educação profissional muito competente, com muitos recursos para mudar o que está acontecendo hoje, não vai acontecer isso. A universidade não dá conta de fazer tudo aquilo que o país precisa.
O Brasil não é competitivo no mercado internacional, porque o Brasil não tem jovens que sejam capazes de enfrentar a tecnologia que os investidores externos estão pedindo. Eu cheguei a conversar com alguns investidores que me visitaram no Iesb, e eles falaram: "Não dá para entrar no Brasil e fazer investimento aqui, porque não tem nem jovens com ensino médio para usar a tecnologia como deveria, e nós precisamos de jovens que entendam de tecnologia". E, quando eu falo de tecnologia, é bastante coisa. Não é só saber digitar. É realmente saber um nível maior.
No Iesb, nós estamos usando, já, aulas com o ChatGPT. Tem umas duas ou três professoras lá que já fazem o ensino delas com o ChatGPT. Nós estamos dando aula sobre metaverso, mas não adianta isso, porque isso é para um grupo pequeno de alunos - 20 mil alunos é o que nós temos lá no Iesb.
Agora, eu gostaria de perguntar para vocês... Eu tenho umas perguntas e eu acho que elas... Vocês podem, depois, quem quiser, se quiser responder, mas a educação profissional tem que fazer uma reflexão sobre qual é o aluno que ela quer. Eu estava aqui hoje, pela manhã, e vi como é que a gente não sabe direito que aluno que nós queremos. Eu defendi muito o ensino médio quando o Senador Izalci falou lá. Eu até acabei escrevendo um artigo, que saiu publicado no Correio Braziliense, defendendo o Novo Ensino Médio, mas olhem só a bagunça que está o assunto, o ensino médio. Ninguém sabe o que quer do ensino médio.
Então, nós precisamos saber, primeiro, que aluno nós queremos. É o aluno que vai sair um profissional já quando ele termina o ensino médio ou nós queremos que ele vá para a universidade? É a universidade tão importante para formar as pessoas? Eu não acredito nisso. Eu não acho, porque a universidade prepara um número pequeno de pessoas, e nós temos que preparar é muita gente para lidar com os problemas do Brasil.
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E a outra coisa é: qual é o ensino médio que nós queremos, qual é a universidade que nós queremos? Hoje, no Iesb, nós não temos muitos... Nós tivemos muitos alunos pobres estudando. Hoje, nós temos apenas alunos pobres a que nós damos bolsas, porque eles são talentosos, mas o Fies e o Prouni não estão colaborando. Então, o que nós precisamos fazer para que aluno pobre venha?
A escola técnica que nós queremos: será que todo mundo sabe qual é a escola técnica que a gente quer?
As creches, gente! Tem creches no Brasil inteiro que... As crianças não estão lá, porque não têm onde frequentar. E quero lembrar que os cinco primeiros anos da vida da criança determinam o que ela vai ser no futuro - e vai melhorar a economia do país. Tem um Prêmio Nobel que ganhou o Prêmio Nobel só porque ele fez esse estudo sobre os cinco primeiros anos da criança.
E depois: qual é o país que nós queremos? Será que nós estamos ajudando o desenvolvimento do país? Eu acho que não.
As universidades. Começando pela minha, nós temos economia criativa lá, nós temos cursos da economia criativa, porque nós achamos que é importante ajudar o desenvolvimento do país. O Iesb, com o curso de gastronomia e outros cursos que nós criamos aqui, mudou o cenário da economia do Distrito Federal. É uma coisa muito interessante o que aconteceu. E nós conseguimos o objetivo que nós queríamos. Agora, como é que a gente faz com os alunos que querem estudar e não podem? É esse o grande problema. E, quando teve o Pronatec, nós formamos 4,5 mil alunos com a maior seriedade que nós podíamos investir naquele projeto. E saíram jovens bem competentes nas áreas que nós criamos lá.
A última coisa que eu quero perguntar é sobre a inovação e sobre o profissional que vai sair do ensino profissional. Que tipo de profissional ele vai ser? Na minha visão, ele tem que ser uma pessoa muito inovadora, uma pessoa muito aberta para o mundo; ele tem que querer mudar o que está aqui no contexto. Então, as escolas profissionais, que eu acho excelentes... Eu sou fã do Senai, do Senac, de todos eles. A gente ia até ser homenageado agora pelo Sesc - o Iesb ia ser homenageado. Então, por quê? Porque as universidades têm que se juntar com as escolas técnicas e fazer um trabalho que ajude a mudar a situação que nós temos. E nós sabemos qual é o trabalho? Temos que reunir. Eu falei lá no Senai há pouco tempo sobre isso.
E eu acho que, para encerrar... Será que nós estamos sabendo? Eu acho que vocês sabem, pelo que eu assisti hoje cedo, pelas pessoas que falaram. Eu fiquei encantada com todas as pessoas que falaram, com você, com a senhora, com o... Não vou citar todos os nomes, não, mas eu gostei muito do que foi falado aqui.
E o nosso Astronauta, anos atrás, quando ele chegou aqui de volta ao Brasil, foi fazer palestra no Iesb. E nós colocamos cartazes - naquela época, não tinha internet - nas paredes para chamar os alunos, pois eles deviam ver que tecnologia que foi usada e como foi a vida dele como astronauta, e encheu o auditório.
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Então, eu acho que cada um de nós aqui tem que desempenhar um papel importante, porque a gente não vem nesta vida duas vezes, você não pode mudar o mundo duas vezes. Então, a minha preocupação muito grande é que vocês têm o poder na mão. Eu não tenho, porque eu não estou mexendo com educação profissional, mas vocês têm, vocês podem fazer um trabalho que mude a situação. Eu só posso vir aqui e fiz questão de vir.
O Prof. Luiz Cláudio estava comigo hoje pela manhã, o nosso Reitor, que é uma pessoa excelente e que está ajudando. Ele e mais um professor chamado Sérgio Pontes criaram um curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial, que está uma beleza.
(Soa a campainha.)
A SRA. EDA COUTINHO BARBOSA MACHADO DE SOUZA - Eu tenho que sair. Eu já aprendi isso cedo.
E criaram outros cursos bem voltados para tecnologia, bem modernos. Então, a gente tem muito orgulho do que nós estamos fazendo, mas a gente queria fazer mais e principalmente para os jovens, porque eu tenho certeza de uma coisa - esta é a minha última fala -: está cheio de jovem aqui que foi fazer faculdade em faculdades porcaria, desculpe a expressão, mas faculdades em que não aprendem nada e que cobram R$200, R$300 - e têm umas que cobram até R$49; não sei como eles conseguem pagar os professores - e depois esse pessoal que se forma nessas faculdades não entra no mercado de trabalho e não entra em lugar nenhum, ficam nem-nem.
Gente, desculpe-me porque eu me alonguei, mas eu só queria fazer esses comentários para que vocês reflitam um pouco, porque a nossa tarefa como educadores é muito grande. Nós temos que batalhar muito.
Muito obrigada por me ceder o tempo. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado, Professora.
Quero registrar a presença da Profa. Eda Machado, mantenedora do Iesb; do Marcelo de Oliveira Nicolau, representante do Sebrae Nacional; do Daniel Ramos, representante da Agência Nacional de Proteção de Dados; da Silvana de Lazari, Gerente do Senac; do Moisés Bentivoglio, Presidente do H8 Group; do Evandro Fernandes Fileno, representante da Desaer; da Kallyd Trindade, representante da EGA Distrito; do Cleberson Arruda, Diretor-Geral do Instituto Federal de Goiás; do Sebastião Garcia, Superintendente do Confenen; do Sérgio Rosa, representante da Agência Nacional de Proteção de Dados; da Alcione Azevedo, do Conselho Federal de Biologia; e de todos os outros que eu ainda não citei o nome aqui, por favor.
Realmente, sobre o que a Professora colocou, a gente tem essa frente justamente com uma das funções de discutir esses temas e trazer soluções para que o Brasil vá em frente. E não adianta só a gente falar. Eu sei que a gente está no Parlamento aqui, mas quem é engenheiro gosta de ação, a gente gosta de ver as coisas funcionando e os resultados de cada uma dessas reuniões. Então, nós precisamos de ações concretas. E, quando a gente fala de ações concretas, é o estabelecimento e o cumprimento de projetos e planos que tenham começo, meio, fim, tenham um controle - entendam aí avaliação e controle no meio do caminho -, resultados efetivos, mudanças, se forem necessárias, coragem para fazer as mudanças, orçamentos devidos.
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É importante isso também, porque não se faz sem o financiamento devido dentro das diversas áreas. Então, tudo isso a gente tem aqui como função.
Em reuniões próximas da frente, nós já teremos um plano de trabalho, e não é só para ficar pró-forma; é um plano de trabalho para que a gente tenha resultados.
Eu conto com a participação de todos que estão aqui, todas as instituições, para que nos ajudem não só na elaboração, mas também no controle desses resultados. É importante isso aí, para que a gente realmente tenha efetividade.
Por favor, uma palavra por cinco minutos, por causa do tempo aqui de utilização da sala.
A SRA. CLEUNICE MATOS REHEM (Para expor.) - Muito obrigada, Senador.
Boa tarde a todos e todas.
Acho que está dando uma microfonia? Não. O.k.
Eu sou a Profa. Cleonice Rehem, sou Presidente de uma associação nacional, o Fórum Nacional das Mantenedoras de Instituições de Educação Profissional e Tecnológica. Estamos aí numa batalha muito grande, já estivemos com o nosso Senador por duas vezes, nos oferecemos, inclusive, para apoiar tudo que for necessário para esta frente ser desenvolvida. Quero parabenizá-lo por essa iniciativa e parabenizar os 17 Senadores que já aderiram, e vamos trabalhar juntos para que os demais Senadores integrem esta frente.
Eu quero parabenizar, Profa. Eda, pela sua fala, com os destaques de problemas para reflexões que a senhora trouxe, muito bem colocados.
Esta frente veio num momento muito bom, num momento em que o Brasil está à beira, Senador, de um apagão de mão de obra técnica, como já foi informado desde o ano passado por uma pesquisa realizada, que aponta que 81% dos empresários brasileiros indicam que abrem vagas e não conseguem pessoal técnico qualificado para a ocupação dessas vagas.
Que paradoxo o nosso Brasil vive. Nós temos cerca de 50 milhões de jovens, 28% de desemprego entre esses jovens, as vagas são abertas e os jovens não conseguem ocupar, por quê? Pela falta de qualificação profissional, para que eles possam assumir trabalho, emprego, renda e melhorar a sua qualidade de vida e a qualidade de vida das suas famílias.
Nós temos hoje no Brasil cerca de 12 milhões - mais de 12 milhões - de jovens que estão sem trabalho e sem estudo. E, desses 50 milhões de jovens brasileiros, apenas, Profa. Eda, 20% conseguem entrar na educação superior. E os demais jovens estão onde? E pelos jovens sem trabalho e sem estudo que futuro os espera?
Então, nós estamos precisando de uma frente parlamentar como esta, que reúna os Parlamentares mais decididos, mais fortes, para trabalharmos juntos com os ministérios, com o Poder Executivo, no sentido de que possamos ampliar massivamente a oferta da educação profissional para os nossos jovens e para os adultos também, para qualificá-los e assim a economia brasileira ter maior sustentabilidade, maior empregabilidade e maior competitividade.
Então, quando a gente analisa, vê que a média de empregabilidade daqueles que concluem um curso técnico chega a 92,8% em nosso país. Como é que a gente não pode alavancar mais, impulsionar mais, para que todos os jovens tenham essa oportunidade?
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Se a gente for para a Alemanha, todos os jovens têm a oportunidade de primeiro experimentar uma formação profissional e técnica, experimentar o mundo do trabalho, e depois decidir que carreira eu vou fazer academicamente, que formação superior eu quero ou não quero. No Brasil, não. Pela nossa discriminação, pelo que foi constituído lá em 1909, com as primeiras 19 escolas técnicas do Brasil... Está lá, no decreto de Nilo Peçanha: os cursos de ofício estavam sendo criados para serem oferecidos aos pobres e desvalidos da sorte. Então, com isso, criou-se um estigma. Os nossos jovens não são encaminhados necessariamente para a formação profissional. Nós precisamos vencer essas barreiras, nós precisamos realmente nos unirmos e trabalharmos nessa direção, para a ampliação massiva da educação profissional para os nossos jovens, para melhorar a qualidade de vida das nossas famílias e melhorar a economia brasileira.
(Soa a campainha.)
A SRA. CLEUNICE MATOS REHEM (Para expor.) - Muito obrigada.
Senador, nós temos já em andamento mais três frentes parlamentares voltadas para a educação profissional. Quem sabe a gente se une com elas e dá força a esta frente parlamentar? E temos também, tramitando no Senado e na Câmara, 32 projetos voltados para a educação profissional, projetos muito interessantes. Então, que essa nossa - já chamo de nossa - frente parlamentar, possa também fazer uma reunião para que esses projetos caminhem, se alavanquem e realmente se tornem concretos.
Muito, muito obrigada. Estamos juntos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado, obrigado. Parabéns. Realmente, essa é a ideia. Vamos juntar forças, que a gente vai conseguir.
Vou passar a palavra primeiro para ele, que estava inscrito antes.
Por favor, o nome e instituição.
O SR. MARCOS PALÁCIO (Para expor.) - Marcos Palácio, da Fatec - Votuporanga.
Eu creio que nós não estamos aqui... E quero parabenizar já o Senador por essa importante decisão. Eu creio que nós não estamos aqui para criar um ensino técnico. O ensino técnico já tem. São Paulo tem, o Sistema S... Aqui foram apresentados projetos robustos, até na área de desenvolvimento de tecnologia. E eu creio que estamos aqui para apoiar. Todos nós estamos aqui para apoiar esse projeto, essa frente parlamentar.
Então, quero parabenizar o Senador e o pessoal do Sistema S.
Quero dizer que nós já temos um trabalho na área tecnológica e técnica desde 2006, inclusive com trabalhos dentro do país mais pobre da África, que é Guiné-Bissau, com formação de técnicos, principalmente na área de agricultura na África. E quero dizer que nós estamos prontos para apoiar esse projeto.
Eu só tenho uma dúvida. A frente está sendo sedimentada aqui hoje. Qual seria a figura das instituições como partícipes dessa frente parlamentar? Não sei se vai ser criado um grupo de apoio. Seria uma sugestão minha, um grupo de apoio que estaria, vamos dizer assim, trocando figurinha com essa frente parlamentar. Porque senão fica uma coisa vaga, uma coisa deslocada. A frente parlamentar está lá. E a instituição, como é que fica a instituição? Porque sempre a gente vê isso acontecer, boas ideias, bons projetos são lançados, mas depois se quebra o vínculo.
Em relação a esses cursos técnicos e tecnológicos, e até às instituições, a mais simples que seja, que esteja aqui hoje representada, vamos dizer assim, o ensino mais fraco, sem qualidade, que esteja aqui representado, ele é importante, porque ele encontra e ele vai ao encontro daquela comunidade pobre que necessita.
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Eu conheço muitas instituições, posso citar até da minha região, Urubupungá, cidade de Auriflama, 15 mil habitantes. Algumas cidades que têm 10 mil habitantes tem uma instituiçãozinha lá, uma IES lá. Não com tanta qualificação, mas ela atende aquela comunidade ali. Ela atende na limitação dela, mas atende. E, se ela não estivesse ali, nem sequer eles teriam acesso a curso técnico ou tecnológico. Então, é nesse sentido que eu acho que nós devemos apoiar.
Eu já passo a ser um fã do Senador, até porque é meu xará. Então, só poderia ser um Marcos para implementar um projeto desse.
Deus abençoe a todos aí! E conte com o nosso apoio.
A minha dúvida só é em relação a esse gap aí, se vai ter esse grupo de apoio e trabalho e qual é a nossa figura.
Agradeço de antemão já o convite do Senador à nossa instituição.
Essa era a minha dúvida.
Obrigado pela palavra.
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado. Obrigado pela participação.
Como é que devem acontecer esses trabalhos? Vão estar previstos no plano de trabalho da frente, mas a frente vai ter um setor aqui interno com os Parlamentares em termos de organização da frente, e a ideia é que tenha uma secretaria executiva que vai ser uma rotação entre as instituições que participam da frente. Por exemplo, o Senai, o Senac, o Paula Souza...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Exato.
A gente vai fazendo a rotação a cada ano dessa instituição. E, a partir dessa instituição, a gente tem a relação dos apoiadores. Isso inclui instituições públicas, privadas, terceiro setor, empresas, porque esse é um esforço de todo mundo. Todo mundo se beneficia com o sucesso dos nossos jovens. Então, a gente precisa fazer isso e vai ser através dessa secretaria executiva que a gente vai trazer o apoio.
A ideia disso é que todas as instituições que participam possam participar do processo legislativo também, ou seja, na proposição de projetos de lei, de projetos de emenda à Constituição ou modificação em leis já existentes, de forma que a gente possa trazer do setor ou dos setores que trabalham diretamente com o ensino técnico e tecnológico, profissionalizante e tecnológico essas informações e que possam participar nas decisões que nós tomamos aqui. Com ajuda dos Parlamentares que fazem parte dessa frente, nós podemos implementar com força essas legislações. Essa é a ideia.
O próximo que falou... Acho que foi ela ali, não é?
Por favor.
A SRA. ALCIONE AZEVEDO (Para expor.) - Está ligado?
Bom, eu sou Alcione Azevedo, sou de um conselho de classe profissional, sou da Diretoria do Conselho Federal de Biologia.
Quero aqui participar que essa angústia que tem no ensino técnico também ocorre conosco, que representamos a classe profissional. Por quê? Como foi dito pela Dra. Eda, a academia não está preocupada em preparar o egresso para o mercado. Ela está preocupada tão somente em cumprir aquela carga horária, aquele currículo. Por quê? Porque muitos que estão dentro da academia não querem sair da sua zona de conforto e buscar mudar a matriz curricular.
Então, é isso que o Conselho Federal de Biologia vai buscar aqui junto... Nós vamos ter um padrinho aqui, se Deus quiser, o nosso Marcos, o astronauta, para a gente buscar modificar a matriz curricular junto ao MEC, porque é necessário que o egresso já saia pronto para o mercado, e nós, enquanto conselho de classe, praticamente criamos uma barreira para o nosso egresso. Eu vou criar uma série de pré-requisitos e vou impedir que o meu profissional atue no mercado. Por quê? Porque a matriz curricular dele não dá condições, não o prepara para ele ir para o mercado.
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Então, nós temos que mudar essa realidade que existe hoje no Brasil, tanto no ensino médio quanto no ensino profissional, no ensino superior.
Eu espero contar também com o apoio aqui do Senado nessa nossa empreitada.
Muito obrigada e parabéns pela iniciativa, Senador. E parabéns para todos os Senadores que nos apoiam. E esperamos contar com o apoio de todos os Senadores, porque educação se faz primordial no Brasil. Queremos um Brasil melhor? Então vamos trabalhar na educação, vamos trabalhar na capacitação do profissional.
Era isso o que eu tinha a dizer, Senador.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Muito obrigado. E obrigado pela participação. (Palmas.)
Aliás, eu quero agradecer também a todos aqueles que agora estão nos acompanhando pela TV Senado. Agradecer. E nós estamos aqui durante a instalação da Frente Parlamentar de Apoio ao Ensino Profissionalizante e Tecnológico, com a presença de representantes de vários setores, várias instituições ligadas a esse setor. E agora, no momento aqui das palavras das pessoas que estão aqui conosco, gostaria então de solicitar falar o nome e a instituição, por favor.
O SR. CARLOS SHINODA (Para expor.) - O.k. Desculpe, porque eu estou um pouco gripado. Fiquei dois dias acamado, mas eu fiz questão de estar aqui hoje, Senador.
Fiquei muito feliz pela criação da Frente Parlamentar. Eu queria citar só alguns dados que merecem uma reflexão, quando nós falamos de educação. O primeiro ponto é que nós temos 4,5 milhões de brasileiros no exterior. Isso não é pouco e significa 15 estados brasileiros. Então, nós não temos representantes no Congresso, nem na Câmara dos Deputados nem no Senado. Então, isso dificulta muito esse processo. Então, esse é um primeiro ponto. Nós temos 4,5 milhões de brasileiros que estão no exterior. No Japão, nós temos 220 mil, e 40 mil crianças. Isso é muito sério. No Japão, nós estamos há 30 anos caminhando nesse processo.
O segundo ponto é o que significam esses 4,5 milhões de pessoas, de brasileiros que estão lá fora? Significam 4,7 bilhões que vêm para o Brasil graças à força de trabalho desses brasileiros. O brasileiro não está lá para fazer turismo, ele está lá para trabalhar. Então, infelizmente, Senador, a isso não é dada a devida atenção, porque nós não temos uma política de Estado; nós temos todo um procedimento perante o Ministério das Relações Exteriores, mas não temos quando se trata da questão da educação, da saúde.
Depois de quase 20 anos, Senador, nós tivemos, em 2012, o primeiro acordo da previdência, ou seja, em 20 anos, os brasileiros no Japão não pagavam, e hoje, 2023, a maioria dos brasileiros não têm como se aposentar, porque não contribuíram. Então, esse é um ponto muito complicado.
E eu queria só destacar, Senador, que eu deixei um exemplar no gabinete do Senador. O título dessa publicação é MEC no Japão. Infelizmente, do lado brasileiro, não se tem conhecimento de que o MEC está, desde 2009, desenvolvendo ações - nós temos 11 pareceres e quatro resoluções, desde 2009 - que envolvem educação infantil, fundamental e médio, o EJA, o Encceja e a educação técnica. Então, desde 2009. O último parecer é de 2013. Então, esse é um ponto muito importante.
Em termos de normatização, Senador, não há nenhum problema em desenvolver ações no exterior. Não tem que passar mais pelo Conselho Nacional de Educação, não tem que passar pelo MEC, não tem que passar pela Secretaria de Tecnologia. Em termos de leis, nós somos especialista em criar; fazer cumprir essa lei é um outro problema. Então, eu fico muito feliz de estar hoje aqui, com essa criação. E quem sabe possamos avançar um pouco!
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Por último, o que eu quero comentar é que nós, 4,5 milhões de brasileiros que estamos fora, só votamos para Presidente, infelizmente, porque eu tenho certeza de que, se nós votássemos para Senador, para Deputado, para Governador, para Prefeito, essa questão não estaria desse jeito, como nós temos hoje. Infelizmente.
Nós tivemos, na primeira década, Senador, depois eu posso encaminhar um relatório, 1,2 mil brasileiros presos no Japão - brasileiros. Na época, foi uma Comissão do Senado, tentou resolver; não conseguiu resolver. Por conta disso, fizemos uma parceria com a Toyota. Depois, o Senai e o Senac também estiveram lá. Nós tivemos a presença do Senai de Minas e do Senac de Santa Catarina, através de uma iniciativa particular. Temos 30 escolas brasileiras, todas particulares. Precisamos do apoio do Governo para desenvolver esse trabalho, porque não é fácil.
Então, essa Frente Parlamentar vem em boa hora e eu, como professor, quero continuar esperançoso de que um dia nós vamos mudar alguma coisa para os brasileiros lá fora.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado. Obrigado, Prof. Carlos Shinoda.
Aliás, o senhor trouxe um ponto bastante interessante: eu vejo aí uma possibilidade de conexão com outro tipo de instituição parlamentar aqui, que pode ajudar muito nisso. Inclusive, eu já vou começar a movimentar isso dentro daquelas em que eu tenho ingerência, que são os grupos parlamentares entre países. Esses grupos parlamentares são montados justamente com a ideia de promover o desenvolvimento de projetos entre os dois países, de solução de problemas também e para aproveitar oportunidades. Eu sou o Presidente do Grupo Brasil-República da Coreia, eu sou Vice-Presidente do Grupo Brasil-Estados Unidos e também o Presidente do Grupo Brasil-União Europeia. E a ideia é justamente que nós possamos resolver esses casos. Eu não sei - eu preciso pesquisar - quem é o Presidente ou quem é o Parlamentar responsável pelo Grupo Brasil-Japão. Tenho certeza de que existe, mas eu não sei quem é. Então, a gente precisaria descobrir isso aí para propor já essa pauta, para que seja tratada também.
E eu gostaria de pedir a sua ajuda para, assim que a gente descobrir quem é o representante desse grupo, a gente colocar em prática isso aí. Esta é a ideia justamente dessas conversas que nós temos: buscar ideias, soluções, para que a gente possa ter o melhor funcionamento, afinal de contas, aqui é o que representa a população brasileira - aqui e fora também. Importante isso aí. (Pausa.)
Pois não.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Para expor.) - Boa tarde. Boa tarde a todos e todas aqui presentes. Quero aqui trazer o abraço do Presidente da CNI, Ricardo Alban, que pediu que eu viesse aqui abraçá-lo, parabenizá-lo pela iniciativa. Tive a oportunidade de sentar aqui também, no banco desta instituição tão importante para o Brasil, que é o Senado. Uma iniciativa dessa reverbera profundamente no futuro do país.
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Eu não queria falar de futuro sem imaginar fazer uma viagem - você fez uma viagem pelo espaço, Senador - no tempo. Eu fico a imaginar que, lá na década de 40, mais precisamente em 1942, quando o Senai, Gustavo, foi fundado, iniciou-se, eu fico imaginando homens e mulheres, como estamos aqui, conversando e dizendo: "Poxa, quem sabe algum dia a gente vai poder ter, nos bancos das nossas salas, alguém que se forme aqui e se torne um astronauta?". Eu imagino que a gente está fazendo um pouco isso, o senhor está dando a oportunidade de a gente criar um futuro para o país à sua frente, porque parece que o destino traz algumas coisas importantes na vida da pessoa sem a pessoa saber. A gente não manda em tudo que a gente deseja; o destino acontece, não é? E eu fico imaginando os professores do Senai vendo a sua chegada como astronauta, e aqui, ao Senado Federal, e também a do Senador Paim - o Senador Paim também inicia a vida profissional dele através dos bancos do Senai.
Então, eu queria parabenizar a sua iniciativa, dando você próprio como grande exemplo da importância dessas instituições para o Brasil, você e o Senador Paim, com que eu tive a oportunidade de aprender muito aqui nesta Casa, e dizer que muitos pains, muitos marcos pontes passarão por essas instituições aqui, e a gente precisa de que mais Senadores se comprometam com essa causa e com essa bandeira.
Parabéns, Senador Marcos Pontes! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado, ex-Senador Roberto Muniz, representando aqui - ele é o Diretor de Relações Institucionais - a Confederação Nacional da Indústria, aqui conosco, muito importante.
Palavra aberta. (Pausa.) Ninguém? (Pausa.) Não? (Pausa.)
Pois não. (Pausa.)
É importante falar no microfone, para ficar registrado para o pessoal poder ouvir lá também.
O SR. THALES ENRIQUE QUIROZ TAPIOCA (Para expor.) - Boa tarde, Senador. Muito obrigado pela oportunidade de estar aqui.
Meu nome é Thales Enrique Quiroz Tapioca. Eu fui homenageado agora na parte da manhã; me sinto muito honrado pela homenagem.
E falando agora como Diretor de um colégio técnico industrial, no caso, o meu colégio pertence à Unesp, nós somos três colégios na Unesp, nós estamos em Guaratinguetá, Bauru, cidade do senhor, e Jaboticabal; temos ainda dois colégios pela Unicamp: o Cotuca e o Cotil; temos um colégio em Lorena, pela USP; e os seis colégios carecem muito de estrutura para deixar os nossos alunos, no mercado de trabalho, mais competitivos e mais capacitados, nós tivemos uma reunião, há dois meses, dois meses e meio, com os colégios técnicos das universidades públicas, os seis colégios, e temos os mesmos problemas: muita falta de estrutura.
Talvez um curso de capacitação para os professores... As Etecs e Fatecs têm isso. O meu Vice-Diretor é um professor da Etec, e elogia muito as ETECs e FATECs. E a gente coloca, só o meu colégio coloca 120 alunos no mercado de trabalho todo ano, e a gente carece de uma formação melhor e mais competitiva. Dos 120 alunos, eu tenho, por exemplo, dois ou três que sempre vão para o exterior, como técnicos. Eu tenho alunos que fazem o estágio e não podem largá-lo porque o dinheiro do estágio é o que sustenta a família, só que eu só posso segurar esse aluno por dois anos. Se eu tivesse uma capacitação melhor, equipamentos melhores para poder dar a esse aluno para ele servir melhor às empresas e indústrias, que hoje são muito mais competitivas, não só aqui como fora, isso aconteceria de uma maneira muito melhor para todos nós.
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O brasileiro não tem igual. Se nós temos um astronauta brasileiro, nós podemos ter muito mais. E a gente quer isso como brasileiros. Acho que os colégios técnicos e as indústrias, o Sistema S, como foi falado, capacitam muito - muito - esses brasileiros, mas nós precisamos de ainda mais. E a criação dessa Frente Parlamentar acho que é fundamental e dá um alento muito maior para todos os colégios, o Sistema S e tudo mais, para todos os que participam da formação desse aluno técnico e profissionalizante.
Senador, muito obrigado pela oportunidade.
Parabéns. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado. Obrigado, professor.
Antes de terminar, eu gostaria também de dar um depoimento aqui sobre a importância - eu falei de manhã, mas é sempre importante a gente ressaltar, como o nosso Roberto Muniz disse aqui -, a capacidade que têm os cursos técnicos de transformar vidas.
Eu quero começar parabenizando todas as instituições que estão aqui representadas pelo esforço que fazem no seu exercício do dia a dia, trazendo essa oportunidade para esses jovens. Lógico que eles precisam dar sua contribuição no sentido do seu esforço de acompanhar os cursos, de buscar a excelência através desses cursos - correr atrás, vamos chamar assim, da forma mais simples que a gente costuma dizer -, mas o fato de nós termos instituições no Brasil com essa disponibilidade é muito importante. E, para isso, essas instituições têm que ser apoiadas: apoiadas pelo Executivo, apoiadas pelo Legislativo, apoiadas pelas empresas. A gente já tem a CNI aqui, que faz esse trabalho, todas as empresas do setor de comércio também, de serviços. Nós não temos aqui conosco agora, mas, de manhã, estava também um representante do Senar, então, as empresas do setor do agronegócio.
E, para aqueles que estão nos assistindo, possivelmente há empresários nos assistindo também, lembrem-se de que, para que nós tenhamos a continuidade de qualquer tipo de desenvolvimento de tecnologia ou negócio no país, a tecnologia em si, o equipamento é importante, mas as pessoas são muito mais importantes, os profissionais. E nós precisamos motivar os nossos jovens desde o início, desde lá da educação fundamental, para que eles gostem de ciência, tecnologia. Por que estou falando de ciência e tecnologia? Porque, se a gente reparar, hoje em dia, nós já temos basicamente todos os setores com uma dependência bastante grande de ciência e tecnologia, e, daqui para frente, vai ser cada vez maior. Eu já presidi várias vezes várias audiências públicas aqui falando sobre inteligência artificial, eu sou o Vice-Presidente da Comissão, e nós vemos que isso vai ser exatamente o futuro de cada um. Então, nós precisamos ajustar a formação dos nossos jovens para esse novo ambiente em que eles vão viver, trabalhar e empreender. E é muito importante a dedicação de cada um.
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Então, para aqueles empresários que estão assistindo: se você quer a continuidade do seu negócio, se você quer a continuidade com o desenvolvimento do setor com que você trabalha, incentive os cursos de formação tecnológica, os cursos profissionalizantes, porque é dali que vai sair o futuro, e esse futuro acontece rápido.
Hoje a gente já vê, como foi falado aqui, que os jovens se formam, seja no curso técnico, seja no curso superior, já com um gap em relação à tecnologia daquele momento. Então, a gente precisa pensar em como ser ágeis na formação, com um contato muito mais próximo do setor produtivo, para ter resultado ou na necessidade, nas demandas mais próximas e trabalhar nesse sentido.
Eu quero dizer que podem contar 100% comigo aqui no Senado, assim como com os outros Senadores - eu não posso falar por todo mundo, mas posso falar pelo Paulo Paim, que está aqui sempre, junto comigo, batalhando pelas pautas da educação. Nós precisamos ter a presença desses Parlamentares aqui do Senado e da Câmara dos Deputados. A junção desses esforços vai nos dar ótimos resultados.
Só quebrando um pouquinho o protocolo do final, aqui eu abro a palavra novamente para a Sra. Patrícia, do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, por cinco minutos.
A SRA. PATRÍCIA MACEDO (Para expor.) - Eu gostaria de agradecer novamente o senhor pela oportunidade, pelo privilégio de estar podendo participar aqui, com esse grupo tão seleto, de uma discussão tão importante que é a da educação profissionalizante. O Liceu, felizmente, já tem, os alunos já têm esse contato com o ChatGPT, a IoT, a Indústria 4.0, a inteligência artificial, porque, como eu falei hoje de manhã, nós temos uma indústria que mantém o colégio, então, essa parte tecnológica é bastante avançada. Mas eu acho que, de tudo que nós ouvimos hoje, nós temos que acabar com o estigma de que educação técnica é para pessoas que não têm condições ou não têm capacidade de fazer um curso superior. Acho que esse também é um desafio para todos nós.
Mais uma vez, muito obrigada pela oportunidade.
O Liceu está de portas abertas.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado, Sra. Patrícia.
Antes de encerrar, eu proponho a dispensa da leitura e a aprovação da ata, que será composta pela lista de presença e pelas notas taquigráficas.
Os Srs. e Sras. Parlamentares que aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Está aprovada.
Não havendo mais nada a tratar, cumprida a finalidade desta nossa sessão, agradeço a presença de todos e declaro encerrada esta reunião, com votos de sucesso a todos. Espero que participem da nossa próxima reunião da Frente Parlamentar em Favor da Educação Profissional e Tecnológica.
Obrigado. (Palmas.)
(Iniciada às 15 horas e 19 minutos, a reunião é encerrada às 16 horas e 24 minutos.)