04/09/2024 - 1ª - Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana

Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco/PL - SP. Fala da Presidência.) - Bom dia, bom dia a todos.
Declaro aberta a 1ª Reunião, de 2024, da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana, cuja pauta destina-se a instalar a Frente Parlamentar da 57ª Legislatura e eleger o Presidente e o Vice-Presidente da Frente.
Até o momento, esta frente parlamentar conta com a adesão de 12 Senadores e 1 Deputado.
Informo aos Parlamentares que desejam compor a frente parlamentar que os termos da adesão estão disponíveis junto à Secretaria e na página do Colegiado no site do Senado Federal.
Compõem a mesa o Senador Flávio Arns, o Cardeal Arcebispo de Brasília, D. Paulo Cezar Costa, da Arquidiocese de Brasília e o Senador Esperidião Amin também.
Aguardamos ainda a presença de mais dois integrantes da mesa: o representante da Embaixada de Israel e da Embaixada de Taiwan. (Pausa.)
Bom pessoal, gostaria, antes de mais nada, de agradecer a presença de cada um que está conosco neste início dos trabalhos desta frente, que eu tenho certeza de que vai ter um resultado muito positivo, muito importante para o nosso país, trazendo valores católicos para dentro dos nossos lares e, especialmente, quem me conhece sabe o quanto que eu trabalho com jovens e a importância de nós trazermos os jovens para o caminho certo. Então, esta frente vai ter uma importância muito grande nesse sentido.
Anuncio também a presença do representante da Embaixada de Taiwan, do Escritório Econômico e Cultural de Taiwan no Brasil, Benito Liao.
Por favor, sejam bem-vindos! (Pausa.)
Antes de prosseguirmos com a pauta desta reunião, eu gostaria de convidar o Cardeal Arcebispo de Brasília, D. Paulo Cezar Costa, para abençoar este evento e todos os nossos trabalhos, para que possamos iniciar este dia com a proteção divina e a inspiração necessária para cumprir com as nossas missões.
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O SR. PAULO CEZAR COSTA - Então, vamos pedir ao Senhor que nos abençoe, rezando um Pai-Nosso, que é a oração que Ele próprio nos ensinou:
Pai nosso, que estais no Céu,
santificado seja o vosso nome,
venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.
Amém.
Pedindo a proteção de Maria:
Ave Maria, cheia de graça,
o Senhor é convosco,
bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós pecadores,
agora e na hora de nossa morte.
Amém.
Que o Senhor abençoe essa frente parlamentar aqui no Senado, que hoje se inicia, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Neste momento, coloco em deliberação a proposta de composição da Presidência e Vice-Presidência, com os seguintes nomes: Presidente, Senador Astronauta Marcos Pontes; Vice-Presidente, Senador Flávio Arns.
Proposta em discussão. (Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, coloco a proposta em votação.
Os Parlamentares que concordam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada. (Palmas.)
Hoje estamos aqui reunidos, com grande honra e profunda convicção, para o lançamento da Frente Parlamentar Católica, um momento que marca o início de uma jornada que, assim como o Sermão da Montanha, um dos ensinamentos mais famosos de Cristo, nos convida a viver uma vida que realmente faça a diferença.
Na Bíblia, o Livro de Mateus nos apresenta ensinamentos que moldam a essência da ética cristã. Ele nos inspira a construir a nossa vida sob princípios inabaláveis, para seguirmos firmes durante as tempestades da vida. Jesus nos chama a ser o sal da terra e a luz do mundo, a trazer esperança e a buscar tesouros que não se corrompem, mas que duram para sempre. Mateus escreveu:
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus.
[...]
Vocês são o sal da terra.
Mas, se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo?
Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens.
Vocês são a luz do mundo.
Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.
E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha.
Ao contrário, coloca-a em local apropriado,
e assim ilumina a todos os que estão em casa.
Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens,
para que vejam as suas boas obras
e glorifiquem ao Pai de vocês, que está no Céu.
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A criação dessa frente parlamentar é um compromisso de garantir que esses valores sejam considerados em nossas discussões legislativas. Defender os princípios da Igreja significa defender os valores de milhões de brasileiros. O Brasil é uma nação cristã, sendo a sua maioria católica. São milhões de brasileiros que, guiados por sua fé, contribuem diariamente para a formação cultural e moral da nossa sociedade.
Essas palavras de Jesus foram proferidas para serem vividas. O Sermão da Montanha é um guia para termos uma vida com um propósito, para brilharmos como a luz em meio à escuridão e dar sabor à vida. Quando Jesus nos compara ao sal da terra e à luz do mundo, ele nos lembra da importância de nossa influência na sociedade. Esses ensinamentos são o alicerce sobre o qual devemos construir nossas vidas e nossas políticas.
Ao lançarmos esta Frente Parlamentar Católica, nos comprometemos a viver e a promover esses princípios. Que, como a luz do Sol e o sal, possamos incentivar nossa nação positivamente de forma duradoura! É uma iniciativa que reflete a real importância dos valores cristãos na formação de políticas públicas no nosso país. A frente parlamentar defende a liberdade religiosa, e não o ataque a ela, ao promover o diálogo inter-religioso e defender a liberdade de culto, princípios fundamentais para a harmonia social. Ela também defende a colaboração com assistência social, tradicionalmente realizada por instituições católicas no Brasil, tornando-se uma aliada importante da elaboração de políticas públicas que visem ao bem-estar social e ao desenvolvimento humano integral.
Como Senador e também como alguém que carrega consigo a fé cristã, eu estou comprometido com a missão desta frente. Durante minha jornada no espaço, eu levei comigo uma medalha de Nossa Senhora Aparecida, um símbolo de fé que carrego com orgulho. Hoje trago esta mesma fé para este Parlamento, em prol de uma sociedade mais justa e solidária. Convido a todos a se unirem a nós nesse esforço para promover políticas públicas que reflitam os valores que todos prezamos. Juntos podemos fazer uma diferença real na vida dos brasileiros, especialmente daqueles que mais precisam.
Que Deus nos guie nessa missão e que nossas luzes brilhem diante dos homens, para que, ao verem nossas boas obras, glorifiquem ao nosso Pai, que está no céu!
Muito obrigado a todos e que Deus abençoe o nosso trabalho! (Palmas.)
Neste momento nós vamos assistir a um vídeo.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco/PL - SP) - Neste momento, eu passo a palavra ao Senador Flávio Arns, Vice-Presidente da frente.
O SR. FLÁVIO ARNS (PSB - PR) - Obrigado.
Cumprimento o amigo, Senador também de várias Comissões em que trabalhamos juntos, entre as quais as de Educação e de Cultura, Marcos Pontes.
Quero cumprimentar o nosso amigo, também de várias Comissões, uma referência no Senado Federal - sempre coloco isso -, o Senador Esperidião Amin; a Jussara Lima, aqui presente - que bom! -, também atuamos juntos em várias Comissões.
Quero cumprimentar D. Paulo Costa, Cardeal aqui de Brasília - é uma alegria também tê-lo aqui no Senado Federal; D. Denilson Geraldo, Bispo Auxiliar aqui de Brasília; e também todos e todas que acompanham esta cerimônia de instalação. D. Denilson, D. Paulo, sejam muito bem-vindos ao Senado, todos e todas as pessoas que estão aqui.
Quero cumprimentar de uma maneira muito especial - já soubemos da história, também relatada pelo Senador Marcos Pontes - da vinculação do Embaixador também com a frente parlamentar, assim como pelos relatos de D. Paulo sobre esse assunto, então peço para transmitir ao Embaixador o nosso abraço.
E queria dizer da alegria e da satisfação de estarmos instalando esta frente parlamentar. Eu diria que, pensando no que o Papa Francisco já colocou, a política - como conversava ontem com o D. Denilson, e ele lembrava - é a maior forma de caridade. O Papa também dizia que é o maior instrumento para a construção do bem comum. E bem comum foi tudo aquilo que foi colocado nesse vídeo de uma maneira muito apropriada: o respeito, a construção da dignidade, a caridade, a construção voltada para as necessidades do ser humano, que é a maior riqueza que o Brasil tem; como a ciência pode trabalhar isso, como o desenvolvimento econômico contribui para isso, o desenvolvimento ambiental, políticas públicas. Que nós possamos, na frente parlamentar, também refletir tudo isto: como a Igreja Católica Apostólica Romana enxerga todas essas situações e como podemos estar sintonizados com aquilo que é a bandeira da Igreja no decorrer dos tempos, inclusive a história do catolicismo em nosso país, a formação histórica, cultural. Então, esse trabalho é um trabalho articulado. Temos que ser referência, nesse sentido, na construção de uma sociedade melhor, mais justa, mais solidária, que valorize o princípio da dignidade, da cidadania, do ser humano, e a frente parlamentar pode trabalhar nesse sentido. Qual é o maior mandamento? Amar a Deus. Mas como é que a gente ama a Deus? Amando o próximo, fazendo com que esse próximo seja sempre valorizado. Isso são políticas públicas adequadas, firmes, no decorrer da história.
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Que sejamos luz nesse sentido! Um desafio, e juntos, sempre juntos, podemos fazer com que esse trabalho apresente resultados importantes e significativos para a nossa sociedade. Então, que bom que estamos aqui, juntos, com as demais pessoas. A liberdade religiosa é um preceito fundamental do nosso país, mas, juntos, possamos sempre irradiar a luz daquilo que, nesta frente parlamentar, consideramos essencial.
Então, que bom! Sejam muito bem-vindos todos e todas, os que nos acompanham pelos meios de comunicação do Senado. E vamos em frente!
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco/PL - SP) - Obrigado, Senador Flávio Arns, companheiro de muitas batalhas pela nossa educação no Brasil.
Eu quero passar a palavra ao Cardeal, Arcebispo de Brasília, D. Paulo Cezar Costa, da Arquidiocese de Brasília.
Por favor.
O SR. PAULO CEZAR COSTA - Saúdo, com alegria, com afeto, o Exmo. Sr. Presidente da Frente Parlamentar Católica, o Senador Astronauta Marcos Pontes; saúdo o Exmo. Sr. Vice-Presidente, Senador Flávio Arns; saúdo a Exma. Senadora Jussara Lima; saúdo o Exmo. Senador Esperidião Amin; saúdo o D. Denilson, nosso auxiliar, padres, senhoras e senhores.
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A Igreja Católica, através da sua doutrina social, através do seu magistério, tem uma visão elevada da vida política. O Concílio Vaticano II diz que a comunidade política existe, portanto, em vista do bem comum. Nele encontra sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. Sim, o bem comum é o sentido primeiro e fundamental da política.
O Papa Francisco diz que a política é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas de caridade, como dizia o Senador Flávio Arns, porque busca o bem comum.
Uma sociedade democrática não vive sem boa política e bons políticos. A política é fundamental numa democracia. Por isso, a visão elevada que a Igreja tem da política e do mundo político.
O exercício do bem comum deve conduzir a pessoa humana à realização da sua vocação. A condição de vida à altura da dignidade humana inclui principalmente os mais pobres, os mais necessitados.
O grande pensador romano Guardini, que foi um italiano que cresceu na Alemanha, coloca como critério para julgar uma época a realização do ser humano naquela referida época.
A realização do bem comum exige a capacidade de olhar as principais questões concretas da vida de uma sociedade e o diálogo como elemento fundamental para a resolução dos conflitos.
Diz Papa Francisco: "O caminho e o futuro da nossa sociedade se encontram no diálogo". O diálogo exige respeito à valorização do outro, uma visão alta do outro, da outra e das instituições; implica olhar o outro, a outra não como inimigo, mas como possibilidade. Dialogar significa ter a disposição de encontrar a todos, sem distinção de cor, credo, condição social, ideologia, etc. Dialogar implica perceber que o outro tem uma contribuição a dar nas discussões, que ele é possibilidade, não inimigo.
O Papa Francisco diz que isso não se consegue agrupando só os puros, porque até mesmo as pessoas que possam ser criticadas pelos seus erros têm algo a oferecer que não se deve perder, quer dizer, se uma sociedade quer verdadeiramente construir a paz social, é preciso levar em consideração todos e todas, ninguém pode ser deixado à margem.
O diálogo parte da premissa de que somos seres pensantes; onde existem pessoas pensantes há condições para o diálogo. Onde a lógica da racionalidade é quebrada pela visão parcial da ideologia, as condições para o diálogo vão sendo também minadas. O grande inimigo do diálogo é a ideologia, que pode conduzir a radicalismos. A ideologia implica sempre uma visão parcial das coisas, das pessoas e da realidade. O todo é maior do que as partes que o compõem.
O Papa Francisco tem clareza e tem como centro no seu magistério a questão do diálogo. Quando ele esteve no Rio de Janeiro em 2013, ele lançou aquilo que ele chama de a cultura do encontro, em que ele acredita que, através do diálogo, uma sociedade cresce, os pequenos e grandes problemas de uma sociedade podem ser resolvidos, podem ser encaminhados.
Estamos aqui nesta sessão, onde está sendo instalada a Frente Parlamentar Católica no Senado Federal. Agradeço a todos e a todas que trabalharam para que chegássemos a este momento, de forma especial ao Senador Astronauta Marcos Pontes e a todos os demais Senadores, Padre Agenor, D. Denilson, a todos aqueles e aquelas que deram sua contribuição para que chegássemos a este momento.
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Uma frente parlamentar católica implica ter esse olhar, o olhar de Jesus Cristo, como foi dito aqui pelo Presidente e pelo Vice-Presidente. Ter o olhar de Cristo implica ter a vida, a realidade, as pessoas como Deus as vê, implica ter esse olhar; implica ter um olhar alargado, ver possibilidades onde a lei apontava condenação. Por isso, àquela mulher que a lei mosaica mandava apedrejar, Jesus diz: "Mulher ninguém te condenou, nem eu te condeno, vai e não peques mais"; o leproso, que a lei mosaica declarava impuro, Jesus toca e cura; ao pecador que procura perdão, sua palavra é misericórdia; aos que o matam, sua resposta é "Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem"; aos que o buscam com o coração sincero, ele diz: "Eu estarei convosco todos os dias até o fim do mundo".
É a certeza de que não estamos sozinhos, já que sua presença nos acompanha na história. Ter o espírito de Cristo tem que ser lei para nós, por isso nesta frente parlamentar o que une tem que ser maior do que o que divide. Onde se encontra a pessoa concreta, onde por detrás das discussões, das divergências, dos interesses, das ideologias, existem pessoas a serem encontradas, acolhidas e amadas, existe um irmão, uma irmã.
Esta frente parlamentar deve ser local, onde as diferenças se tornam dom, onde o outro, a outra, não são olhados pelo partido - se é de direita ou de esquerda -, mas pela possibilidade que traz consigo, onde aquele que discorda de mim, que pensa diferente de mim, é um irmão, não um inimigo.
Aqui se realiza aquilo que eu digo sempre: a verdadeira laicidade do Estado. Hoje infelizmente em alguns setores da vida da nossa sociedade se confunde Estado laico com Estado ateu. Se o Estado fosse ateu, ele já seria religioso ou pelo menos já tinha diante da religião assumido uma postura. Estado laico é aquele Estado que protege todas as religiões, que dá liberdade para que todas as religiões possam exercer sua missão religiosa, sua missão social, sua missão caritativa e demais.
Então agradeço ao Senador Marcos Pontes e aos demais Senadores por aquilo que começa a acontecer aqui no nosso Senado Federal.
Muito, muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Muito obrigado, D. Paulo Cezar Costa, nosso Cardeal de Brasília.
Eu gostaria de, neste momento, passar a palavra ao nosso Senador Esperidião Amin.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Muito bom dia a todos, que Deus nos ilumine sempre. Serei muito breve.
Como frequentadores, há pelo menos 13, 14 anos, da missa da CNBB, na terceira quinta-feira do mês, quando a Angela era Deputada Federal, ela e eu sempre compartilhávamos a busca de uma maior utilidade, de uma maior capacidade de servir daqueles que professamos a religião católica apostólica romana.
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Eu acho que esta frente vem nos dar mais um instrumento, mais uma ferramenta para socializar a graça da fé e transformá-la num serviço a mais. Se cada um de nós, da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana, firmarmos como ponto-final e decisivo de uma decisão, seja legislativa, seja de formulação de um voto ou de um parecer... Se nós sempre colocarmos: Isso é útil? E é socialmente cristão? Ou seja, privilegia, atende, leva em conta, focaliza o mais desfavorecido, aquele que precisa de uma oportunidade, de uma compreensão a mais? - se nós conseguirmos estabelecer isto como o sal da nossa decisão -, eu acho que a frente parlamentar vai cumprir plenamente o seu objetivo de, sem querer converter o outro, dialogar e construir algo melhor do que um ou outro seríamos capazes individualmente de fazer, praticando uma sinergia positiva, tanto do ponto de vista humanístico quanto religioso, da nossa fé, útil, valioso e exemplar.
É isso que eu espero que nós possamos acrescentar com esta ferramenta que se inaugura e está entregue, muito bem entregue, ao nosso Senador e amigo Astronauta Marcos Pontes, meu vizinho de gabinete, e ao nosso querido amigo, que eu considero sempre o quarto Senador de Santa Catarina, Flávio Arns, porque se não o atual, mas o umbigo remoto, é de Forquilhinha, Santa Catarina.
E que todos nós possamos contribuir para que, antes de considerarmos encerrada uma discussão, percebamos que nós estamos rompendo com o irmão, evitando com isso o caminho mais curto que nos leva ao conflito, que depois vai ter que ser negociado, como todas as negociações da nossa vida ensejam.
Que Deus nos ilumine!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco/PL - SP) - Obrigado, Senador Esperidião Amin, pelas suas palavras.
Passo a palavra, então, à nossa Senadora Jussara Lima.
A SRA. JUSSARA LIMA (Bloco/PSD - PI) - Bom dia a todos e a todas.
Cumprimento o Presidente da Frente Parlamentar Católica, o Senador Marcos Pontes; cumprimento D. Paulo Cezar Costa, Cardeal e Arcebispo de Brasília; os colegas Senadores; o Vice-Presidente Flávio Arns; o Senador Esperidião Amin; o representante da Embaixada de Taiwan - seja bem-vindo - e cumprimento todos os padres aqui presentes, todos os representantes da nossa Igreja Católica.
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Quero falar da importância que é criar essa frente, porque é um momento de reflexão - que a gente possa dar o nosso melhor - e, também, de aproximação com os servidores do Senado Federal, porque eles vão poder participar, ouvir. Quando eu cheguei aqui, eu percebi que há um certo distanciamento entre nós, Parlamentares, e os servidores, e eu acho que esta frente vem, sim, aproximar, vem, sim, dizer que todos nós somos iguais.
Fico muito feliz, D. Paulo, com a sua presença aqui, porque traz para a gente essa segurança de paz, amor, doação.
Que a gente possa realmente ser o sal da terra, não é isso? Que a gente possa levar luz, levar esperança, levar aquilo que a gente tem de melhor nas nossas vidas. Eu, realmente, senti essa necessidade, inclusive, eu havia falado com a Luisa...
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. JUSSARA LIMA (PSD - PI) - É, com ela, e ela já havia conversado comigo para que fosse criada esta frente aqui. Que bom que está sendo criada, e eu estou aqui disposta a ajudar, disposta a participar, e vamos trabalhar juntos, com todos os Senadores que vão fazer parte desta Comissão.
Que Deus nos abençoe, que nos dê força e que nos dê perseverança.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado, Senadora Jussara Lima.
Neste momento, eu passo a palavra ao Embaixador Benito Liao. Ele é Representante do Escritório Econômico e Cultural de Taiwan no Brasil.
O SR. BENITO LIAO - Bom dia a todos, Eminência, Cardeal, Senador Astronauta e todos os Senadores.
É uma grande honra e prazer poder estar aqui. Não pensei que precisasse falar diante de autoridades do Senado, mas agradeço ao Senador por me convidar para participar deste evento tão significativo
Sou um católico. Desde que cheguei à Brasília, no final do ano passado, comecei a interagir com o Cardeal e tomei conhecimento de que o sino da Catedral está danificado há quase cinco anos e precisa de reparos. Por isso, solicitei ao nosso governo, o Governo de Taiwan, para ajudar na restauração.
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A obra já está em andamento e será concluída em outubro. Acredito que, em breve, todos poderão ouvir novamente os sinos da Catedral soando na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
E isso não tem a ver com o evento de hoje, mas quero aproveitar para compartilhar com vocês e também quero dar parabéns para o estabelecimento da Frente Parlamentar Católica.
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Muito obrigado ao nosso Embaixador Benito Liao, do Escritório Econômico e Cultural de Taiwan no Brasil.
Só um comentário. É muito importante nós termos a participação de embaixadores, de outras representações, de outros países, e isso acho que traz esse senso de como a Igreja Católica tem a capacidade de nos unir na nossa espaçonave Terra - vamos chamar assim, do ponto de vista de astronauta, a nossa espaçonave Terra -, cuja união é tão necessária.
Agora, completadas as palavras na mesa, eu gostaria de passar a palavra ao nosso D. Denilson Geraldo, Bispo Auxiliar de Brasília. Por favor.
O SR. DENILSON GERALDO - Prezado Senador Astronauta Marcos Pontes, prezado Senador Flávio Arns, Senador Esperidião Amin, Senadora Jussara, prezado D. Paulo, nosso Cardeal Arcebispo, prezado Embaixador de Taiwan - saúdo também muito cordialmente o Frei Hans, da Fazenda da Esperança, um nome nacional e internacionalmente muito conhecido pelo bem que faz principalmente às pessoas que mais precisam -, para nós é uma alegria muito grande. Quero parabenizar o Senador Astronauta pelo projeto de resolução que foi votado no Senado, abrindo e inaugurando, portanto, o trabalho da frente parlamentar.
É um momento muito especial em que o Senado, de fato, reconhece esse grande trabalho, essa identidade da cultura brasileira ligada à Igreja Católica. Isso é importantíssimo para todos nós. É o início de uma caminhada, de um processo. Como diz o Santo Padre, o Papa Francisco, iniciando os processos... O importante é que se iniciem os processos. Iniciando, nós vamos em frente e tudo vai se esclarecendo cada vez melhor. E este momento realmente é de fundamental importância.
Portanto, gostaria, então, de, mais uma vez, colocar nas mãos de Nossa Senhora Aparecida, de quem o senhor é devoto. Eu não sabia que a imagem já tinha ido para o espaço, mas fiquei muito feliz de saber que a imagem de Nossa Senhora Aparecida já foi para o espaço. Que ela interceda por todos nós e por esse trabalho que está sendo iniciado.
Mais uma vez, parabéns e que Deus abençoe os trabalhos da frente parlamentar.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Muito obrigado ao nosso D. Denilson Geraldo, Bispo Auxiliar de Brasília.
Neste momento, eu prossigo passando a palavra ao nosso Frei Hans, fundador da Fazenda da Esperança. Por favor.
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O SR. HANS STAPEL - Que surpresa!
Então, eu quero chamar todos os amigos, amigas, irmãos, mas já foram cumprimentados pessoalmente, não vou nomear todos de novo. Mas para mim é um momento muito especial, porque eu sempre sonhei que a unidade se torna realidade entre a política, entre as igrejas, entre os povos.
Semana passada, eu estive com o Santo Padre, e ele também tanto deseja - hoje está na Ásia - essa unidade. Se nós não conseguirmos, unidos, olhar para os problemas, não vai ter solução. Não é cada um por si. A Igreja faz a parte que deve fazer. Jesus nos anima todos os dias para nós olharmos para os últimos, mas a política tem que apoiar isso. Eu lamento muito que, neste ano, nós das comunidades terapêuticas não recebemos apoio da parte política, federal. Houve discussões infinitas, e, infelizmente, muitos fecharam as comunidades. Eu digo que nós, da fazenda, ao contrário, queremos continuar abrindo.
Quando eu passo pelas ruas do Brasil - mas também no mundo, também nos Estados Unidos e em outros não é melhor -, há tantos homens e mulheres na rua. Não me conformo. E não é necessário, porque nós temos as condições para dar solução. Temos! É só querer. Nós da fazenda acolhemos, no tempo da pandemia, 4,5 mil homens e mulheres de rua. Irritava-me quando se dizia para ficar em casa. Como pode ficar em casa quem não tem casa?
E, se nós não nos tornamos sensíveis pelo outro, o mundo não vai mudar. E cada um precisa começar por si mesmo. Quantas vezes eu olho no meu armário o que eu posso dar? E nós todos temos coisas de que nunca, nunca vamos precisar. Para mim é uma vergonha se eu tenho coisa de que eu não preciso, sabendo que no mundo as pessoas estão morrendo de fome. Não é uma demagogia, é uma realidade.
Nós temos 170 fazendas em 28 países e também na África. Mês retrasado, estive na Ásia. Quanta miséria, quanta miséria! E não é porque Deus fez o mundo injusto; ele fez justo. Nós achamos que somos donos das coisas, o que nunca vamos ser. O único direito que nós temos, e para isso nascemos, é amar. Quem deixa de amar não vive. Eu gostaria muito de dizer a todos: tenham coragem de pensar um pouquinho mais para frente. Nós todos, em pouco tempo, não vamos estar mais aqui. E aquilo que hoje nós achamos que é riqueza, dinheiro e não sei o que mais, amanhã pesa contra nós. Ninguém leva nada, absolutamente nada.
Eu me lembro, quando criança, que ficava muito, muito sofrido, tocado quando tinha o Evangelho do rico e do pobre Lázaro. Chegava em casa e dizia para minha mãe: "Mãe, como é possível? Nem aquilo que cai da mesa? Os cachorros lambendo as feridas". Eu ficava inconsolável. Hoje não. Tenho que dizer: não tenho pena deste pobre. Sofreu, é verdade, mas morreu e está com o Abraão para toda a eternidade.
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Eu confesso: eu não entendo como um rico pode ficar com toda sua riqueza sem dividir e não pensar no amanhã.
O rico ficou lá pedindo esmola para Abraão. Abraão disse: "Você já tinha tudo". E a eternidade é eternidade. Aqui tudo passa, passa tão rápido. Como é possível ficar com o dinheiro de que eu não preciso, enquanto outro precisa? Por que não temos coragem de dar?
Então eu gostaria de animar a todos: continuem, vamos viver nossa fé. Não é tão importante se é católico ou outra. Todos temos algo em comum: devemos amar.
Há mais de 40 anos eu acolho os jovens, que são de todas as religiões - de todas as religiões.
E uma coisa bonita, até confesso, foi um consolo que o Santo Padre me deu. Porque esses jovens que vêm conosco, de todas as religiões e também ateus, em certo momento, eles vêm dizer: "Eu quero me confessar". Eu pensei: posso? Não tive coragem de perguntar aos bispos nem aos canônicos. Pensei: se eles vão dizer que não pode, então estou limitado. Mas, quando estive com o Santo Padre, eu perguntei a ele: "Santo Padre, eu posso perdoar o ateu, que não acredita em Deus?". Ele disse: "Você deve perdoar, porque, se ele acredita no perdão e pede o perdão, você deve". E, aqui, o Papa começou, com entusiasmo, a falar da importância da pessoa. Isto me encanta no nosso Papa: ele vê a pessoa.
Também na semana passada estive com ele e falamos sobre vários assuntos, também dos problemas afetivos da Igreja e tudo. Ele citava o nome - eu não quero dizer - e dizia: "Ele foi lesado e não pode mais rezar, mas eu ligo para ele [ele como Papa] e digo a ele: 'Você deve rezar a missa sozinho, porque agora você, mais do que nunca, precisa da força de Deus'.". E isso é bonito. O Papa olha para a pessoa. Claro, aos pecados devemos dizer "Não!", "Zero!", "Não tem por onde!", mas aquele que cai sempre tem que encontrar um braço aberto.
Eu fico muito contente neste momento e quero dizer a todos: vamos, unidos, abraçar cada um, principalmente o mais pobre. O Brasil tem muitos.
Eu peço aos Senadores: olhem com carinho - não sei como dizer - essa multidão de homens e mulheres nas ruas; olhem, façam algo. Nós podemos acolher mais, mas precisamos de apoio.
Nós temos hoje no Brasil 107 fazendas. Em todas as fazendas eu posso construir mais uma ou duas casas e acolher tantos mais, mas não tenho dinheiro. Eu sou franciscano, fiz o voto de pobreza 50 anos atrás, com alegria. Nada mais bonito do que ser pobre, ter aquilo de que precisa e nada mais, porque a felicidade não está nos bens, está no amor. Então, se conseguirmos uma frente parlamentar, não sei, para fazer mais casas, eu faria com alegria, para acolher mais gente da rua. Hoje a família da Esperança, os responsáveis são todos consagrados. Hoje são mais de 2 mil, e nós temos condições de acolher mais gente, mas precisamos desse apoio.
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Obrigado.
Estamos juntos, podem contar comigo. O pouco que eu posso fazer eu faço com alegria, pensando na eternidade - e lá vamos ter mais tempo para conversar.
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco/PL - SP) - Obrigado, Frei Hans. Já estivemos juntos várias vezes. Obrigado pelas inspiradoras palavras. Pode ter certeza de que o conjunto, todos nós, juntos, podemos fazer, e muito. Se cada um fizer uma parte, a gente vai conseguir fazer muito.
Nós nos despedimos do Senador Esperidião Amin, ele tem que presidir outra sessão.
Gostaria de convidar o nosso Deputado Eros Biondini a ocupar lugar aqui na mesa conosco.
Eu aproveito e passo a palavra, já de cara, ao Deputado Eros Biondini.
Por favor.
O SR. EROS BIONDINI (PL - MG) - Muito obrigado, Senador Marcos Pontes, Presidente desta frente instalada hoje, tão importante para nós.
Na sua pessoa e na pessoa de D. Paulo, permitam-me saudar todos que aqui estão, para ser também breve nas minhas palavras.
Eu presidi a Frente Parlamentar Católica na Câmara dos Deputados até o início deste ano e então passamos a Presidência para o Deputado Diego Garcia, do Paraná, também um Deputado católico muito atuante. Mas, como Vice-Presidente da Frente Parlamentar na Câmara dos Deputados, Senador Marcos Pontes, Senador Flávio Arns, eu estou aqui em nome dela para também deixar aqui o meu abraço, a minha gratidão e também nos colocarmos à disposição.
O Frei Hans falou tudo, não é? Sozinhos nós somos muito limitados, por mais boa vontade que tenhamos e até mesmo pelas nossas virtudes e qualidades que julgamos ter. Não tem alternativa para acelerarmos as nossas ações e o resultado delas a não ser darmos as mãos. Não existe alternativa. Até mesmo para nós sermos notados e sermos valorizados, o caminho é estarmos com pessoas boas do nosso lado, porque assim a nossa luz brilha mais. Então, até para que o nosso trabalho apareça e surta efeito, nós precisamos das pessoas que pensam como nós, que têm o mesmo propósito que nós, ao nosso lado, valorizando uns aos outros e o trabalho de cada qual, para que, juntos, realmente possamos não só realizar mais, mas mais rapidamente, porque, como nós sempre falamos nos nossos movimentos de igreja, quem sofre tem pressa - quem sofre tem pressa. Um dia na penúria ou um dia nas drogas é uma eternidade para quem está sofrendo.
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Aqui quero parabenizá-lo por esta feliz iniciativa. E, com a força que o Senado tem, portanto, essa Frente Parlamentar Católica no Senado Federal terá uma força muito grande. Com certeza, hoje, todo o Congresso Nacional está olhando para cá, está com os olhos voltados para este plenário, esperando que realmente daqui saiam proposições, saiam ações.
Eu quero terminar corroborando as palavras do Frei Hans mais uma vez, porque também presidi a Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Terapêuticas. E nós não podemos nos conformar com o descaso para com essas instituições que justamente fazem aquilo que o Governo deveria fazer e omite fazer. O Governo deveria cuidar de todos os dependentes químicos e jamais pensar, ao contrário, em liberação de drogas, em apologia às drogas; ele deveria ainda, muitas vezes, jamais pensar em combater as comunidades terapêuticas, insinuando coisas inverídicas, como manicômios ou trabalhos forçados ou imposição de religião. O Frei Hans acabou de falar: todas as pessoas, inclusive os ateus, são acolhidas, amadas e restauradas por essas instituições. O Governo não só não deveria cortar os recursos, Frei; ele deveria abrir o cofre e investir naqueles que sabem fazer, naqueles que poderiam ajudá-lo a, inclusive, melhorar sua imagem. Se lhe entregam o dinheiro, você resolve o problema que eles não sabem resolver. Se lhe entregam o dinheiro, o senhor faz mais rápido, melhor e mais barato. É uma inteligência o Governo investir nas comunidades terapêuticas, mas o que nós vemos é que eles cortaram completamente o recurso. Há comunidades fechando, instituições católicas fechando. Enfim, nós temos uma grande luta pela frente.
E aqui está a frente parlamentar da Câmara Federal lado a lado com esses Senadores bravos aqui, que hoje são merecedores de todo o nosso aplauso.
Muito obrigado. E fiquem com Deus!
Um abraço à minha querida Canção Nova! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Muito obrigado, Deputado Eros Biondini. Eu fiz questão de que ele falasse, com a experiência que ele tem trabalhando exatamente na frente e nos ajudando aqui - eu tenho certeza também - a ter atividades que sejam realmente produtivas e ajudem a resolver o problema de tanta gente.
Finalizando os discursos, eu gostaria de passar a palavra à Sra. Mosângela de Almeida Amorim Galdino. Ela é Relações Públicas da Diretoria Executiva da Fundação João Paulo II da Canção Nova.
Por favor.
A SRA. MOSÂNGELA DE ALMEIDA AMORIM GALDINO - Bom dia.
Obrigada, Senador, pelo convite.
Quero cumprimentar aqui, na pessoa do Cardeal D. Paulo, todos os religiosos presentes e, na pessoa do Senador, todos os Parlamentares aqui presentes.
Senador, o que me chamou a atenção quando eu cheguei aqui foi o slogan no cartaz: "Os valores que nos guiam". Eu acredito que o que fez o senhor criar essa frente foi os valores. E o que trouxe cada um de nós aqui foi os valores. E o que nos sustenta e que sustenta todos os Parlamentares são os valores. Então, representando a TV Canção Nova, o Sistema Canção Nova de Comunicação e todas as emissoras católicas, quero me colocar à disposição para transmitir os valores, os projetos e as pautas que serão tratadas nessa frente. A TV e a Rádio Canção Nova chegam aos recantos do Brasil, aos lugares aonde vocês não chegam fisicamente. Ela chega aos hospitais, ao sertão, aos lugares aonde vocês não chegam. Então, nós queremos ser porta-vozes de vocês nesses lugares.
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E contem conosco. Esta Casa pode contar conosco e com os projetos dessa frente, que, com certeza, fará toda a diferença para o nosso país. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Muito obrigado, Sra. Mozângela de Almeida Amorim Galdino. Obrigado pela presença.
Sem dúvida nenhuma, nós vamos precisar dessa divulgação. Muitos projetos precisam realmente ter essa divulgação adequada.
Muito obrigado mesmo. (Pausa.)
Bom, uma fala a mais. Foi-me pedido para passar a palavra ao Padre Omar. Ele é Reitor do Santuário Cristo Redentor, no Corcovado.
Por favor. Desculpe-me.
O SR. OMAR RAPOSO - Bom dia a todos, a S. Ema., aos Srs. Senadores, ao Frei Hans.
É uma oportunidade incrível a gente poder estar acompanhando de perto a construção dessa frente parlamentar e, ao mesmo tempo, evidenciar os valores, como foi bem acentuado aqui. Existe uma base axiológica comum que mantém de pé a nossa vida social. Através disso, eu tenho certeza de que a gente vai conquistar novos horizontes em vista do bem comum.
Em nome do Sr. Cardeal D. Orani Tempesta, aqui estou. Ele envia sua saudação.
E coloco também o Cristo Redentor à disposição, para que tenhamos lá mais e mais ações em vista dessa frente parlamentar. Inclusive, eu quero hoje já iluminar o Cristo Redentor à noite em homenagem a esse gesto, colocar o Cristo Redentor (Palmas.) nas cores da Bandeira Nacional, a pedido de S. Ema. D. Paulo Cezar. Dessa forma, a gente vai garantir dar mais e mais repercussão a esse ato tão importante, tão significativo para a história do nosso país, para o relacionamento entre Igreja e Estado, que, certamente, poderá trazer muitos benefícios, principalmente para os mais vulneráveis.
Muito obrigado pela oportunidade. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Muito obrigado, Padre Omar, Reitor do Santuário Cristo Redentor, do Corcovado. Obrigado pelas suas palavras. Sem dúvida, esse trabalho em conjunto vai fazer muita diferença.
Neste momento, eu gostaria de, através do registro de presença aqui, agradecer a presença de cada um.
E vou passar aqui a uma leitura rápida só para cumprimentar a todos - nós já cumprimentamos a mesa também: Moacyr Régis Rêgo, Presidente da Associação Brasileira dos Papiloscopistas Policiais Federais; Mosângela de Almeida Amorim Galdino, que já nos deu a sua palavra; Daniel Machado, doutor pela Universidade de Manchester; Padre Omar, Reitor do Santuário Cristo Redentor, do Corcovado; Ulissis Lima, assessor parlamentar, representando a Deputada Simone Marquetto, Vice-Presidente da Frente Parlamentar Católica na Câmara dos Deputados; Ludovico Larsen, assessor da Brasiltec; Diogo Macedo, assessor do Senador Flávio Arns; André Peixoto, assessor da Anec; Ivan Júnior, assessor de orçamento da Fazenda da Esperança; Marianne Hanry, assessora política da Embaixada de Israel; Emerson Casali, Diretor da CBPI Produtividade Institucional; Andrés Gonzalo, Coordenador do Imaculado Coração de Maria; Adalberto Calmon Barbosa, Diretor de Relações Institucionais da Fazenda da Esperança; Elpidio Amanajas, representante da Assembleia Legislativa do Amapá em Brasília; Frei Hans, que foi um dos nossos oradores; Leonardo Racy, advogado, da Alckmin Advogados; Roberta Valéria Guedes de Lima, Gerente da Câmara de Educação Básica da Anec; Yonatan Gonen, Conselheiro Político da Embaixada de Israel; Fabiana Deflon dos Santos Gonçalves, Gerente da Anec; Gregory, Gerente da Anec; Camila Barros; e representantes do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira.
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Antes de encerrar, eu proponho a leitura e a aprovação da ata, que será composta pela lista de presença, pelo resultado da reunião e pelas notas taquigráficas.
As Sras. e os Srs. Parlamentares que a aprovarem permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Está aprovada.
Finalmente, algumas palavras finais, algumas considerações finais.
Hoje é um dia muito importante para todos nós católicos, porque a instituição de uma frente não é simplesmente algo protocolar, que nós vamos engavetar ali e que acabou por aqui. Agora, começa o trabalho. Agora, começa-se, realmente, a arregaçar as mangas e colocar mão na massa para fazer as coisas funcionarem.
Nós vemos a necessidade extrema em muitos lugares do Brasil e do mundo, em que nós precisamos dar a nossa contribuição, seja essa contribuição material, seja espiritual, seja um consolo, seja ligar para alguém, no mínimo, conversar com as pessoas, seja trazer um pouco mais de paz neste planeta nosso, que tanto precisa de paz. Aliás, essa visão do planeta, que a gente acaba tendo quando vai ao espaço, é algo que modifica a maneira como a gente pensa na vida.
Enquanto o D. Paulo falava, eu lembrava de uma das coisas básicas que a gente costuma falar a respeito da Estação Espacial Internacional, que é a importância das pessoas - as pessoas. Porque ali, embora seja muito conhecida pela tecnologia, pela ciência, por ser uma peça de tecnologia maravilhosa, o mais importante são as pessoas. E o fato de ser internacional tem um contexto muito importante, porque ali nós temos astronautas de diversos países, com culturas diferentes, religiões diferentes, línguas diferentes. E todos nós olhamos para o mesmo problema, de perspectivas diferentes, dadas por essas culturas, e isso nos dá muito mais alcance, porque a nossa visão nem sempre é a visão mais correta para a gente achar a solução daquele problema. Às vezes, está do outro lado. E a gente tem que aprender a ouvir, neste nosso planeta.
O que eu vejo muito é falta de ouvir, de prestar atenção no outro, sem querer impor a sua opinião simplesmente. Eu acho que isso faz parte de um trabalho que tem que ser feito com muito cuidado, ao longo de muitos lugares, ao longo de bastante tempo, mas é possível mudar isso.
Que a gente seja mais próximo um do outro e a gente possa trabalhar junto um do outro! Acho que essa não é uma das, mas é a única solução que a gente tem para manter essa nossa espaçonave saudável, para que a gente possa voar junto.
Se alguém nunca prestou atenção nisso, a gente está na translação, em volta do Sol, a mais de 100 mil quilômetros por hora, a 107 mil quilômetros por hora. Em um segundo, a gente anda 30km, com a nossa espaçonave. E a gente precisa se juntar, para manter esta nossa espaçonave saudável e fazer com que as futuras gerações sejam cada vez melhores, melhores em todos os sentidos: melhores num planeta melhor, melhores em termos de resultados positivos, mas melhores também em serem seres humanos de verdade.
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Anuncio também a presença do Senador Izalci Lucas, do Distrito Federal, aqui conosco, aproveitando este momento muito final.
Izalci, se quiser, pode fazer uso da palavra por dois minutos.
O SR. IZALCI LUCAS (PL - DF) - Com certeza, Presidente.
Primeiro, quero saudar a todos aqui.
Todos sabem do momento que nós estamos vivendo, das dificuldades do momento. Então, a gente precisou estar numa reunião, agora, de Líderes da Oposição, para ver o que nós vamos fazer daqui para frente, porque a coisa está muito difícil com relação à nossa democracia, à nossa liberdade de expressão.
Então, eu peço desculpas, meu Presidente. Eu, já como Vice, não poderia deixar de vir aqui, depois que saí da reunião.
Tenho certeza de que esta frente irá contribuir muito para a gente realmente defender os nossos valores, os nossos princípios, que a gente vem perdendo.
Quero, Marcos, colocar-me à disposição. Serei um soldado aqui nesta frente. A gente sabe que, hoje, no Congresso Nacional, a forma melhor de trabalhar são as frentes parlamentares. Sinto muito orgulho.
Cumprimento aqui meu querido D. Paulo Cezar e, na pessoa dele, eu cumprimento todas as autoridades eclesiásticas, meus colegas Senadores.
Sou apenas um soldado, meu amigo. Conte comigo sempre. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Obrigado, Senador Izalci.
Já anuncio aqui que, falando da parte prática, a partir da semana que vem, eu vou marcar uma série de reuniões operacionais - vamos chamar assim - para que nós trabalhemos juntos estatuto, composição, a estrutura desta frente, assim como atividades. E ressaltando o que o Deputado Eros falou, nós precisamos trabalhar junto com as casas de recuperação; nós precisamos eliminar - vamos chamar assim - esse risco da droga no país, que é tão devastador. Tem um outro risco surgindo, cada vez mais: são os jogos no país, que destroem os lares, através do financiamento das casas. Tem muitos temas que a gente vai trabalhar aqui junto.
Então, a gente começa com as reuniões operacionais, o mais rápido possível. Depois, nós faremos uma outra sessão oficial, para colocar todo esse nosso plano de trabalho em votação.
E que a gente siga em frente, com Deus.
Antes de encerrar, proponho a dispensa da leitura... Já foi aprovada essa dispensa da leitura.
Cumprida a finalidade, gostaria de convidar o D. Paulo Cezar Costa para nos guiar em uma oração de agradecimento, pedindo a bênção de Deus sobre esse trabalho e sobre todos os presentes.
O SR. PAULO CEZAR COSTA - Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Nós agradecemos, Senhor, por este momento que estamos vivendo, aqui no nosso Senado Federal: a criação da Frente Parlamentar Católica.
Que possa ser um espaço, um local de diálogo. Que possa ser um local onde o Evangelho do teu Filho, Jesus Cristo, esteja presente, ilumine a vida, ilumine as decisões e, através das pequenas e grandes decisões, ilumine a vida da nossa sociedade, das instituições.
Que o teu amor possa encontrar tantas pessoas, principalmente os pobres, os necessitados, através das decisões desta frente parlamentar.
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Abençoai-os e abençoai a todos nós.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém!
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. PL - SP) - Agradeço a presença de todos.
Não havendo mais nada a tratar, declaro encerrada a sessão.
Obrigado a todos. (Palmas.)
(Iniciada às 9 horas e 07 minutos, a reunião é encerrada às 10 horas e 14 minutos.)