Notas Taquigráficas
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| R | A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Fala da Presidência.) - Bom dia a todas e todos. Havendo número regimental, declaro aberta a 11ª Reunião da Comissão de Esporte da 3ª Sessão Legislativa Ordinária da 57ª Legislatura, que se realiza nesta data, 11 de junho de 2025. É com imenso orgulho que eu dou início à nossa 11ª Reunião, Extraordinária, da Comissão de Esporte do Senado Federal, nesta quarta-feira, 11 de junho de 2025, data em que celebramos os 25 anos do bicampeonato de Roland Garros do nosso Gustavo Kuerten. E eu aproveito para registrar mais um feito do nosso principal tenista da atualidade, o João Fonseca, o jovem João Fonseca, que avançou até a terceira rodada do grand slam francês e atingiu o seu melhor ranking, como 57 do mundo. Além disso, antes de entrarmos na pauta do dia, não posso deixar de celebrar com vocês algumas das vitórias que elevaram o nome do Brasil no cenário esportivo mundial. Eu começo parabenizando, claro, a nossa Seleção Brasileira de Futebol pela vitória no primeiro jogo em solo brasileiro sob o comando do novo técnico, o celebrado técnico Carlo Ancelotti. Esse trunfo, somado à nossa classificação que ontem aconteceu, a nossa classificação para a Copa do Mundo de 2026, renova as esperanças do nosso povo brasileiro com relação ao futebol, ao nosso futebol. Que o ano que ainda temos pela frente seja tempo suficiente para nos prepararmos da melhor forma em busca do tão sonhado hexacampeonato. Falando em seleções, desejo muito sucesso também às nossas seleções feminina e masculina de vôlei, que estão iniciando, as suas jornadas na Liga das Nações. A equipe feminina, está claro para quem acompanha o vôlei, passa por uma grande renovação, uma renovação com um potencial muito grande de pódio, de medalhas, e eu estou muito feliz com o que eu pude acompanhar esse final de semana. Segue bem na competição. Já os rapazes estreiam nesta quarta contra o Irã. Então, vamos estar todos na torcida. Também eu quero desejar uma excelente campanha aos quatro clubes brasileiros que representarão o nosso futebol no Mundial de Clubes da FIFA, que começa no próximo fim de semana: Flamengo, Fluminense, Palmeiras e Botafogo. A todos eles, como brasileira - eu sou flamenguista, né, gente -, como brasileira torço aí para as nossas quatro equipes que irão representar o Brasil, no Mundial de Clubes. Que levem o orgulho às nossas cores do Brasil e que mostrem ao mundo a força do nosso futebol. Nosso esporte segue colecionando conquistas em diversas modalidades e permitam-me, claro, destacar algumas aqui, começando por uma vitória especial para mim e para o Distrito Federal, afinal quatro atletas brasilienses estão na equipe brasileira de handebol que conquistou o campeonato master, o Masters Handball World Cup 2025, realizado entre os dias 21 e 25 de maio, competição que reuniu equipes de handebol do mundo inteiro na Croácia - equipes master, mas eu também valorizo muito essa questão do master, acho que é importante a gente continuar incentivando. A equipe brasileira venceu a categoria masculino 45+, consolidando o país como uma das potências do handebol master mundial. Também celebramos nesse período recente a pugilista Bia Ferreira, que manteve o cinturão ao vencer a argentina Yanina del Carmen Lescano, que já desafia a atual campeã mundial; a velejadora Martine Grael, que comandou o barco brasileiro, em sua primeira vitória na temporada, no SailGP em Nova York; o arqueiro Marcus D'Almeida, que conquistou o ouro na etapa turca da Copa do Mundo de Tiro com Arco, reafirmando o seu lugar entre os melhores do mundo. |
| R | Esses são feitos da última semana, que demonstram o talento e a resiliência dos nossos atletas que nos inspiram todos os dias com sua dedicação e comprometimento com o esporte brasileiro. Senhoras e senhores, Senadoras, Senadores e todos que participam conosco desta reunião, a reunião de hoje é de enorme relevância para o futuro do esporte nacional. Teremos a honra de receber o Presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Sr. Marco Antônio La Porta, bem como o Diretor-Geral, Sr. Emanuel Rego, e o Consultor de Esportes, Sr. Jorge Bichara. A presença de todos vocês, representantes do COB, é fundamental. Este encontro é fruto do requerimento que tive a honra de apresentar e tem como objetivo discutir com transparência os planos da nova gestão do Comitê Olímpico do Brasil. O diálogo franco com esta Comissão é essencial para garantirmos políticas públicas e orçamento eficientes para o fortalecimento das federações, confederações e apoio à base esportiva. Gostaria de reforçar mais uma vez que vamos fazer um grande seminário em duas etapas para tratarmos sobre o esporte de base - base! Nós temos que realmente... A gente sabe que tem o alto rendimento - nós temos aqui os representantes -, mas o esporte de base sofre muito no Brasil. Falo não só por questões de estrutura, de infraestrutura, mas de reconhecimento dos próprios profissionais que trabalham esses atletas, que, com um olhar muito preciso, captam essas pedras brutas para que o próprio sistema possa lapidá-las e torná-las expoentes dentro do esporte nacional e mundial. Então, o esporte de base requer de nós hoje um debate importante. E aí já conto com a presença de todos: aqui tem muitas figuras relevantes, presidentes de confederações, representantes de organizações sociais, enfim, de clubes, e do próprio Ministério do Esporte também. Então, é fundamental que façamos também, com muito carinho e atenção, este debate com relação ao esporte de base no Brasil. O Movimento Olímpico brasileiro tem um papel estratégico no desenvolvimento do esporte, na promoção de valores sociais e no fortalecimento da identidade, principalmente da identidade nacional. Por isso, debates como o de hoje são importantes, e nós vamos nos debruçar sobre outros tantos debates que estão no nosso planejamento. Sejam todos muito bem-vindos e que tenhamos uma manhã produtiva em prol do esporte brasileiro. Muito obrigada. (Palmas.) Antes de iniciarmos os nossos trabalhos, eu submeto à deliberação do Plenário a dispensa da leitura e a aprovação da Ata da 10ª Reunião, realizada em 28 de maio de 2025. As Sras. Senadoras e os Srs. Senadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) A ata está aprovada e será publicada no Diário do Senado Federal. Objetivos e diretrizes da reunião. A presente reunião destina-se à realização de audiência pública com o objetivo de discutir os planos da nova gestão do Comitê Olímpico do Brasil, em atenção ao Requerimento 15, de 2025, desta Comissão, de autoria da Senadora Leila Barros. Eu convido para tomar lugar à mesa os seguintes convidados: o Sr. Marco Antônio La Porta, Presidente do Comitê Olímpico do Brasil; (Palmas.) |
| R | o Sr. Emanuel Rego, Diretor-Geral do Comitê Olímpico do Brasil; e (Palmas.) o Sr. Jô... Estava todo mundo esperando um beijinho, não é? (Risos.) Teresa, é meu esposo. Ai, ai. O Sr. Jorge Bichara, Consultor de Esportes do Comitê Olímpico do Brasil. (Palmas.) Bom, antes de passar a palavra para os nossos convidados, eu comunico que esta reunião será interativa, transmitida ao vivo e aberta à participação dos interessados por meio do Portal e-Cidadania, na internet, no endereço senado.leg.br/ecidadania ou pelo telefone 0800 0612211. O relatório completo, com todas as manifestações, estará disponível no portal, assim como as apresentações que forem utilizadas pelos nossos expositores. Na exposição inicial, cada convidado poderá fazer o uso da palavra por até 20 minutos e, ao fim das exposições, a palavra será concedida aos Parlamentares inscritos para fazerem perguntas ou comentários. Queria só dar meu bom-dia. Eu já sei que passaram alguns Senadores aqui. Mais uma vez, reforço aos que estão presentes aqui, principalmente ao nosso Presidente, o Marco La Porta, que a Casa está pegando fogo, não é, Senadora Teresa? E também quero agradecer à Senadora Teresa Leitão por estar aqui conosco no início desta reunião, porque nós estamos tratando de Código Eleitoral, enfim, de vários temas, mas o Código Eleitoral, na CCJ, está pegando fogo. Vamos rezar pelo bom senso dos colegas. Bom, quero registrar a presença nesta reunião do Sr. Jodson Gomes Junior, Presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo; do Sr. Wlamir Motta, Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo; do Sr. Arno Schneider, Presidente da Confederação Brasileira de Esgrima, do Sr. José Carlos Pinheiro, Relações Institucionais do Comitê Olímpico do Brasil; do Sr. Henrique Motta, Presidente da Confederação Brasileira de Ginástica; do Sr. Coronel Alex Minussi, Coordenador-Geral da Comissão Desportiva Militar do Brasil; do Coronel Fábio Batista Bogoni, que é Assessor de Relações Institucionais do Departamento de Desporto Militar; do Sr. Ricardo Vidal de Oliveira, Assessor de Relações Institucionais da Confederação Brasileira de Atletismo; do Sr. David Baker, Relações Institucionais da Confederação Brasileira de Vela; do Sr. Gerêncio Dibem, do Ministério do Esporte; do Sr. Guilherme Araújo, Diretor do Futebol Social; do Sr. Carlos Alberto, Conselheiro Federal de Educação Física; do Sr. Luiz Filipe Freitas, Assessor de Relações Governamentais do Confef; do Sr. Tharcísio Anchieta, Diretor e Presidente da Câmara de Esportes do Conselho Federal de Educação Física; do Sr. Adriano César Carneiro Loureiro, Conselheiro Federal do Confef; do Sr. Patrick Novaes Aguiar, do Confef; e do Coronel Nilton Rolim, Presidente do Conselho Internacional do Esporte Militar. Sejam todos muito bem-vindos. Bom, eu já vou iniciar e vou passar a palavra para os nossos expositores. Com a palavra o Sr. Marco Antônio La Porta, que é o Presidente do Comitê Olímpico do Brasil. Seja bem-vindo, La Porta. É um prazer tê-lo aqui conosco. |
| R | O SR. MARCO ANTÔNIO LA PORTA (Para expor.) - Obrigado, Senadora. É um prazer enorme para o Comitê Olímpico estar presente nesta Casa. Esse convite para a gente foi uma grande honra, para poder apresentar um pouquinho do trabalho que a gente vai desenvolver no COB nessa preparação para Los Angeles. Saúdo os nossos atletas olímpicos aqui presentes, começando pela própria Senadora Leila, dona de duas medalhas olímpicas, que muito nos orgulha de ocupar uma posição tão importante, sendo uma defensora ativa das pautas do esporte. Para a gente, é muito importante. Saúdo o atleta olímpico Hugo Parisi, que também é Presidente da Confederação Brasileira de Saltos, aqui presente; o José Mário Tranquillini, nosso atleta de Barcelona 92 do judô, muito importante para a gente. Saúdo os nossos Presidentes de confederação aqui presentes, que muito nos representam. É importante a presença de vocês aqui. Já foram todos citados pela Senadora. Meu amigo Antônio Hora, Presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar, com quem tivemos uma reunião muito boa ontem no Comitê Olímpico, com todos os principais comitês, para tratar de assuntos do esporte. Saúdo também, obviamente, mais uma atleta olímpica, a Iziane Marques, Secretária Nacional de Excelência Esportiva. Esse nome da sua secretaria, Iziane, é bem apropriado para quem jogou basquete na mais alta excelência esportiva durante toda a sua carreira, uma grande jogadora que muito nos orgulha em estar nesse cargo. Saúdo também a minha diretoria aqui presente: Emanuel Rego. Lá no COB - eu não sou bobo, né? -, peguei como Vice-Presidente uma medalhista olímpica que é a Yane Marques e que está nos acompanhando online. Peguei um campeão olímpico para ser Diretor-Geral, o Emanuel Rego. E eu tenho ainda o Marcelo Vido, um atleta olímpico, na nossa gestão, lá participando ativamente. É importante para a gente trazer essa experiência do campo de jogo para a gestão para que a gente entenda também. Saúdo também o Ricardo Resende, que hoje trabalha com a gente no Comitê Olímpico, ajudando bastante no comitê e no assessoramento para nossa candidatura do PAN 2031, que é uma pauta importante para a gente; e o Gilberto Ratto, que está com a gente também, trazendo as empresas para dentro do COB, pois é muito importante a gente ter o financiamento privado para isso. Então, a gente vai fazer uma apresentação. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - La Porta, só para reforçar: sejam todos bem-vindos, Tranquillini, Parisi, Iziane e todos citados, Hora, enfim, todos vocês que eu não citei na nominata anterior, porque o pessoal vai chegando, vai passando, mas eu identifiquei vocês e sejam, como o La Porta falou, muito bem-vindos, principalmente, em especial, desculpem-me os dirigentes aí, os atletas Tranquillini, Iziane e o Parisi, com quem tive a oportunidade de estar, em alguns momentos, juntos, celebrando e defendendo o Brasil nas competições internacionais. Que sejam todos bem-vindos. O SR. MARCO ANTÔNIO LA PORTA - Obrigado. Bom, a gente preparou uma apresentação que visa a alguns pontos importantes que a gente acha que é de interesse desta Casa conhecer, pois é um pouquinho do nosso trabalho. Inicialmente, eu vou fazer a apresentação do Comitê Olímpico, do que é o Comitê Olímpico, falar um pouquinho da estratégia e do nosso calendário de 2025. Depois, o Emanuel vai falar da parte do esporte olímpico brasileiro, do programa Transforma e do orçamento 2025, do monitoramento e do controle dos recursos. Aí o Bichara fala da parte que interessa, que são os esportes realmente, de como que vai ser a nossa preparação. Então, eu e o Emanuel falamos um pouco do suporte, e o Bichara fala do nosso plano esportivo. |
| R | Antes da primeira palavra que eu tenho, eu vou passar um vídeo agora que conta um pouquinho, para que todos vocês entendam, da importância que o Senado Federal... (Soa a campainha.) O SR. MARCO ANTÔNIO LA PORTA - ... o Congresso e a Câmara dos Deputados têm, o impacto que têm nas políticas públicas do esporte, do quanto que a aprovação de uma lei pode mudar o esporte nacional. A gente vai apresentar um gráfico que mostra exatamente como o esporte brasileiro mudou depois da aprovação de uma lei nesta Casa aqui, lá no início dos anos 2000, que foi a Lei Agnelo Piva, e quanto isso é importante para que a gente possa continuar subindo e transformando aquele sonho que todos nós temos de ser uma potência olímpica. A gente tem falado muito que, antes de ser uma potência olímpica, precisamos ser uma nação esportiva. As pessoas precisam, como a Senadora citou... E nós vamos ter muito prazer em falar da base, do trabalho da base, porque sem base não tem alto rendimento. Então, o COB precisa e vai trabalhar realmente junto à base para poder propiciar isso. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MARCO ANTÔNIO LA PORTA - Então, vamos contando as medalhas olímpicas, jogos a jogos. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MARCO ANTÔNIO LA PORTA - Quantas medalhas, né? Quantas... (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MARCO ANTÔNIO LA PORTA - Aí observamos, a partir dos anos 2000, na efetivação da lei, o quanto a gente começa a crescer. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MARCO ANTÔNIO LA PORTA - Acho que está bem claro o impacto que uma lei pode ter no esporte nacional, o quanto muda, e é um trabalho que a gente não tem dúvida de que foi construído aqui dentro do Senado, dentro da Câmara de Deputados. Até 2000, nós tínhamos apenas 64 medalhas. Depois, ganhamos 106. Hoje, nós temos 170 medalhas. A média por edição, até 2000, era de 3,4. Hoje, nós temos 17,7. Eu costumo sempre dizer que, agora, a gente chegou a um patamar... Aí é um papel do Comitê Olímpico, é um dever de casa aí para o Gilberto Ratto buscar mais recursos para não só depender do recurso público, mas ter o recurso privado também para aumentar o investimento e poder continuar subindo no quadro de medalhas, para que a gente possa, cada vez mais, ter o investimento. E esse investimento precisa ser assertivo. O COB é uma organização não governamental, filiada ao Comitê Olímpico Internacional. Completamos, domingo, 111 anos, com um grande evento lá no Rio de Janeiro, a Corrida Time Brasil, celebrando 3,5 mil pessoas praticando atividade física, que vai ao encontro do nosso discurso do "juntos por uma nação esportiva". Não consegui ganhar do Emanuel, viu, Leila? Tentei. Fui até o final ali, mas não consegui ultrapassá-lo. Ele apertou o passo no final, e não teve jeito. É uma gestão técnica, administrativa e política do esporte olímpico. A gente é responsável pela propagação do Movimento Olímpico no território brasileiro, esse é um dever do COB. A gente presta contas ao TCU e à CGU. A gente é constantemente auditado, controlado. E a gente tem lá o nosso sistema, na extranet do TCU, em que o TCU tem acesso a todas as contas do Comitê Olímpico do Brasil. Então, a gente tem uma transparência muito grande na nossa gestão. O nosso organograma, rapidamente, para que todos entendam. Nós temos a nossa Assembleia Geral, composta pelas 38 modalidades olímpicas; por dois membros COI, Bernard Rajzman e Andrew Parsons; e por 19 atletas da nossa Comissão de Atletas do COB, que decidem todas as ações do COB. |
| R | Temos o nosso Conselho de Administração, que são 13 membros. Temos o Conselho de Ética, o Conselho Fiscal e a nossa Comissão de Atletas, que é um órgão de apoio às decisões do Comitê Olímpico; o Presidente, a Vice-Presidente e a Diretoria-Geral. São quatro diretores hoje. O COB chegou a ter oito diretores, e a gente entendeu que quatro diretorias funcionam bem, dá uma economicidade, e a gente consegue fazer tudo o que é necessário. Como eu falei, temos Emanuel Rego como Diretor-Geral; Marcelo Vido como Diretor de Operações; Diretor de Esportes, nós temos Emanuel acumulando por enquanto, com Jorge Bichara como consultor; e a Diretora de Comunicação e Marketing é a Manoela Penna. A nossa estratégia é muito simples. A gente tem quatro pilares com que o COB trabalha bastante, que são: educação e cultura, movimento olímpico, governança e gestão e, obviamente, o esporte, que é o core do COB. Primeiro, a gente tem uma preocupação muito grande com a promoção da educação e do movimento olímpico, a gente faz a parte da educação e cultura e a gente tem resgatado, cada vez mais, a história do esporte olímpico. Fizemos, no mês passado - a Senadora citou aqui o Guga -, uma homenagem e colocamos o Guga no Hall da Fama do COB, num evento fantástico lá no Rio de Janeiro, para poder sempre reverenciar os nossos atletas olímpicos, os nossos heróis olímpicos. Movimento Olímpico é o fortalecimento e o relacionamento com a sociedade. A gente tem feito isso bastante. O COB precisa estar presente na discussão da prática esportiva, do esporte como um todo na sociedade. Temos uma preocupação muito grande com governança e gestão. Então, trabalhamos bastante, junto com as confederações, excelência e competência de gestão com ética e transparência. E eu posso dizer, sem dúvida alguma, Senadora Leila, que, hoje - e aqui eu tenho vários presidentes de confederação -, a governança do esporte brasileiro evoluiu muito. Evoluiu também muito das necessidades e das discussões que foram feitas no pós-2016. A gente amadureceu muito depois de todos os problemas que nós passamos ali no esporte olímpico, e, hoje, as confederações que estão aqui representadas e todas as outras têm uma gestão muito segura e muito transparente. Hoje, a gente tem certeza de que aquele recurso que chega das loterias e os recursos privados chegam na ponta da linha, na preparação dos atletas, e isso reflete nos resultados diretos. E o COB tem o dever e a obrigação de orientar, fiscalizar e ajudar nesse trabalho. Por último, obviamente, a excelência no alto rendimento esportivo. A gente busca sempre o melhor resultado para que a gente possa colocar o Brasil no lugar em que ele pode estar. Então, a gente, cada vez mais, busca os melhores resultados. Nesse final de semana, também tivemos - aproveitando a presença do Jodson aqui -, a volta do nosso medalhista olímpico Felipe Wu tendo um grande resultado, sétimo lugar na Copa de Tiro em Munique, lá na Alemanha. Então, a gente está sempre buscando esse melhor rendimento para os nossos atletas. Esse é o Comitê Olímpico! A gente tem, cada vez mais, que buscar este discurso do "juntos por uma nação esportiva". Ninguém faz nada sozinho. Então, o Comitê Olímpico tem a responsabilidade, sim, de gerenciar as equipes que vão participar dos jogos, e a gente vai mostrar aqui um calendário extensivo de participações em jogos e operações internacionais, mas, ao mesmo tempo, a gente entende que precisa fomentar a prática de atividades físicas na população, principalmente hoje, num país que tem uma preocupação muito grande com o sedentarismo. Então, o Comitê Olímpico tem, sim, obrigação de liderar o movimento e apoiar todas as ações públicas voltadas para o fomento da prática esportiva. Quando a gente fala o "juntos por uma nação esportiva" é estar no Brasil inteiro, propagando. A gente fez essa primeira corrida, que foi muito interessante. A nossa ideia é, no ano que vem, fazer a mesma corrida em cada região, cinco eventos. E a gente vai capilarizando cada vez mais, incentivando a população a praticar atividade física. |
| R | Agradeço a presença do nosso medalhista de prata Rui, que acabou de chegar. Está atrasado, hein, Rui? Está na falta. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - O Pipoka também. O SR. MARCO ANTÔNIO LA PORTA - O Pipoka chegou? Pipoka. Tudo bem, Pipoka? Obrigado pela presença. Obrigado. Essa é a quantidade de eventos que nós temos durante o ano. São todos eventos alinhados com os nossos objetivos estratégicos. Eu destaco dois em especial, e já foi convite para todos. Primeiro, os Jogos da Juventude aqui em Brasília, de 10 a 25 de setembro, para onde a gente traz atletas jovens de 15 a 17 anos do Brasil inteiro, que já estão, neste momento, participando de seletivas. Na fase final, a gente chega a 4,5 mil a 5 mil atletas competindo. Hoje, 20 modalidades participam dos Jogos da Juventude, que são fundamentais para que a gente possa não só revelar atletas, mas também propiciar a prática esportiva a esses jovens. De 24 a 28 de setembro, em São Paulo, também estão todos convidados para a COB Expo. É uma feira onde a gente passa quatro dias discutindo esporte, conversando com empresas, apresentando os projetos, discutindo vários temas importantes da pauta esportiva. São eventos organizados pelo Comitê Olímpico que a gente entende que são fundamentais para o desenvolvimento. Neste ano, nós temos uma competição apenas que são os Jogos Pan-Americanos Júnior, que vão acontecer em agosto, em Assunção, onde teremos vagas em disputa para os Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2027. É um evento para jovens atletas. O Brasil foi o campeão dos últimos Jogos Pan-Americanos em Cali. Então, estou com essa missão aí de seguir não só tendo grandes resultados, mas, principalmente, revelando atletas, que é o mais importante desse evento. Mais um pouquinho da COB Expo, realizada lá em São Paulo, uma feira enorme. E os Jogos da Juventude, que são organizados há mais de 20 anos e representam a maior competição multiesportiva para o público juvenil do país. Neste ano, para os Jogos da Juventude, teremos mais de 4,5 mil atletas, mais de 600 treinadores, mais de duas mil escolas. Pela primeira vez, o COB está utilizando a Lei de Incentivo ao Esporte. A gente sabe que está tendo uma discussão importante hoje sobre a Lei de Incentivo e a gente está usando-a para os Jogos da Juventude para que os senhores vejam o quanto é importante a Lei de Incentivo para o esporte brasileiro. A Lei de Incentivo nos ajuda a organizar essa competição. Então, são jovens praticando esportes, e a gente sabe o impacto que tem isso, A próxima edição será aqui em Brasília, de 10 a 25 de setembro, e tenho certeza de que vai ser uma grande festa que a gente vai poder vivenciar. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Mais do que importante é que ela se torne perene, como a da cultura. Conto com a Senadora Teresa. Nós, aqui no Senado, temos tratado disso e, certamente, nós teremos o apoio, o esporte terá o apoio com relação à perenidade para não precisarmos mais discutir, a cada ciclo, a continuidade dela. Eu acho que é um grande sonho de todos nós, não só do COB, do movimento, mas também meu, como Senadora aqui e ex-atleta. O SR. MARCO ANTÔNIO LA PORTA - Sem dúvida, Senadora. Bom, enfim, era essa é a apresentação inicial. Eu vou, não levanto muito bem, mas eu vou levantar a bola para o Emanuel, tenho certeza de que ele vai cravar, e a gente vai seguir aqui com a apresentação. Muito obrigado a todos. (Palmas.) O SR. EMANUEL REGO (Para expor.) - Bom dia a todos. Senadora Leila Barros Rego, é um prazer estar aqui na Comissão de Esporte. (Risos.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Engraçadinho. Ele reclama que eu coloquei "Leila Barros". O SR. EMANUEL REGO - Mas é um prazer estar do mesmo jeito na Comissão de Esporte. Senadora Teresa Leitão, muito prazer em conhecê-la. Acho que a minha visão aqui é trazer um pouco da leitura do esporte. Nós temos a visão de que, neste exato momento, mais de milhares de pessoas estão envolvidas. Muito obrigado. Obrigado pela sua presença. (Fora do microfone.) |
| R | A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Fora do microfone.) - Obrigada, Teresa. O SR. EMANUEL REGO - Neste momento, exatamente, em que nós estamos aqui, numa reunião, falando sobre o Comitê Olímpico do Brasil, tem muitos atletas, muitos treinadores, muitos chefes de delegação levando nossas delegações a competições, preparações, preparações também de atletas, escolinhas... Então, o mundo esportivo está em ação. Eu acho que nós aqui somos representantes no foco do planejamento. Eu agradeço e fico muito feliz, Senadora, por o Congresso Nacional dar essa possibilidade de a gente apresentar nossos pilares, nossas práticas, nossas potencialidades. Eu queria começar a apresentar o Instituto Olímpico do Brasil, que é um braço educacional e de capacitação de atletas, gestores e também treinadores. O foco geral é nesses três pilares, porque eles são importantes para que a lei de incentivo e também todas as fontes de beneficiamento e financiamento cheguem para os atletas. Então, essa é a nossa preocupação de gestores. Começamos com um programa de carreira de atletas, em que nós temos três pilares fundamentais. O primeiro que eu vou dizer para vocês é o de mais embaixo, que é o Formando Campeões. É o momento no qual os atletas são capacitados para entender o que é uma carreira esportiva, ou o que é um momento financeiro, tentar entender o que é estar numa delegação nacional, numa representação; o que eles são para o movimento. Então, acho que é o momento inicial de dar conhecimento para os atletas. O segundo momento é pensando no alto rendimento, naqueles atletas que já estão competindo, naqueles que são exemplo, que são porta-vozes, são embaixadores do esporte. Então, essa é a segunda parte desse programa de carreira de atletas. E a terceira, que é uma muito importante - nós temos aqui vários atletas que passaram por essa transição -, nós temos um programa de transição de carreira, que geralmente é de 40 atletas anuais, por um ano, quase 360 horas de coaching, de mentoria em empreendedorismo, para que esses atletas tenham uma possibilidade de ajudar o esporte de uma segunda maneira. Então, esse é um dos pilares nossos que é voltado aos atletas. O segundo pilar é o pilar da Academia Brasileira de Treinadores. Este, para mim, é um dos pontos importantíssimos, porque aqui o Comitê Olímpico do Brasil transborda seu conhecimento do alto rendimento para a área de iniciação esportiva: quais são as formas de iniciar, com qualidade, usando toda essa potencialidade que nós temos da educação física. Os representantes do Confef aqui sabem o quanto é importante a capacitação, o quanto é importante dar o maior potencial para esses treinadores. A segunda parte é o fundamento do treinamento esportivo: entender qual é o potencial de cada modalidade, o que lá fora estamos fazendo. O Comitê Olímpico do Brasil traz essa informação. E os outros dois são cursos realmente voltados para o planejamento do COB. O Comitê Olímpico, junto com as confederações, faz um grupo de trabalho, entendendo quais são as modalidades que precisam de mais foco nos ciclos olímpicos. Então, essa é uma intenção de trazer treinadores focados com o que há de mais novo que acontece no mundo com relação às suas modalidades. Esse é o foco do pilar para os treinadores. O terceiro pilar são os gestores. São cinco módulos que trazem conhecimento para os gestores, pensando que, quanto mais capacitados os gestores, mais transparência, mais o uso dos recursos financeiros é otimizado. Aqui, eu queria dar um foco no terceiro módulo, que é o Cage (Curso Avançado de Gestão Esportiva). Ele é um curso aberto para todas as entidades do sistema esportivo; são 40 vagas, é um curso de 18 meses. É como se fosse um mestrado, é comparado com até uma pós-graduação, em que esses gestores de secretarias estaduais, secretarias municipais, gestores das próprias confederações são escolhidos, através de um momento de eleição - eles são eleitos para fazer -, e eles são capacitados com a titulação de ter os conhecimentos com relação à parte olímpica. |
| R | Então, esse braço de capacitação traz uma parte da execução e de governança, mesmo, dentro das organizações. E eu acredito que isso tem feito um grande papel no uso dos recursos. Falando da segunda parte, do IOB, que é a parte do Programa Seguro, de toda a segurança, o Comitê Olímpico do Brasil, nos últimos anos, proporciona cursos online, que são cursos obrigatórios para todos os atletas, chefes de delegação, técnicos, gestores que fazem parte das missões. Por que a importância? Porque nós todos estamos nos confrontando com todos esses problemas no esporte, que é o esporte antirracista, o abuso de assédio fora do jogo, prevenção e enfrentamento e, principalmente, o antidoping. Nós temos uma parceria com a ABCD, que é a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, é importantíssimo. Aqui a gente tem a proteção dos atletas e esses cursos são online e têm certificações, que são cobradas para esses chefes de delegações e para os atletas em suas missões. Também, uma segunda parte, um curso novo que foi lançado - até indico para todos os senhores fazerem, essa certificação é muito importante -, que é um curso de saúde mental no esporte. Esse curso foi lançado agora no primeiro trimestre, com a preocupação do que está acontecendo com nossos atletas, gestores, dentro do esporte. Então, é muito importante para todos. Fica aberta aí a sugestão para todos fazerem esse curso, Equilibrando o Jogo, falando de igualdade de gênero; e o de conduta ética. E o quarto é muito mais importante, porque nós estamos vivendo um momento com relação a essa questão das bets, das apostas fixas. É importantíssimo esse movimento que o Comitê Olímpico do Brasil está fazendo nesse curso, que vai ser lançado no segundo semestre, que é o Manipulação de Competições. Importantíssimo. Dentro desse curso - só um spoiler -, ele diz que todos os atletas e quem faz parte do esporte não pode apostar na sua própria competição. Isso já é lei, acho que é impreterível a gente conhecer isso. Então, é um dos movimentos importantíssimos. Agora um pouquinho de números, com relação a essa educação proporcionada pelo comitê. São mais de 62 mil capacitações. Conforme os anos vão passando, você vê que, a cada ciclo olímpico, a gente consegue trazer mais pessoas envolvidas. Digo ali, nos anos 2020, 2021, com relação aos Jogos Olímpicos de Tóquio, mais de 7 mil e 9 mil pessoas foram capacitadas. E todo mundo deve estar perguntando por que em 2024 subiu tanto a participação. É por causa dessas certificações online. Nós estamos conseguindo atingir mais pessoas e as certificações são importantes. Sem as certificações, os atletas não vão para as competições, não participam. Então, é obrigatório, por isso que subiu tanto o número, e atinge treinadores, também, chefes de missões. Eu tenho que fazer o curso. Fiz todos os cursos também; La Porta também, e a Yane. Então, todos nós somos obrigados a fazer. Então, é importantíssimo esse movimento. Agora uma segunda parte dos nossos potenciais, do pilar lá no movimento esportivo, como o La Porta já comentou, é o braço social, que é o braço Transforma, no qual a gente começa a cativar novos atletas, vamos dizer assim. A gente vai até a escola e demonstra um pouquinho o que tem do potencial. E eu queria mostrar para vocês o que é o Transforma através desse vídeo. (Procede-se à exibição de vídeo.) |
| R | O SR. EMANUEL REGO - Esse programa Transforma me encanta, porque, quando a gente fala com adolescentes, crianças, a gente está impactando diretamente. O Presidente da Confederação de Esgrima sabe muito bem - né, Arno? - que, quando você leva pequenas estruturas, você leva umas espadas de plástico, todo mundo se encanta e quer fazer; o badminton também é muito aceito nas escolas; a ginástica, com as meninas. Então, felizmente, nós temos esse projeto, que atende várias... Você vê que estamos aí, pelo menos, nas várias cidades: no Rio de Janeiro, São Paulo, Blumenau. Senadora, fica aqui a abertura para trazer outros estados, no Centro-Oeste, talvez no Norte também do país. Ali o impacto: um total de 55 mil estudantes já participaram desse programa, 21 mil educadores também já foram capacitados para dar aulas esportivas, coligando com as matérias escolares. Agora eu queria falar uma segunda parte, que é uma parte um pouco mais da área do Marcelo Vido, de Operações, que infelizmente não pôde estar presente. Marcelo Vido, para quem não conhece, foi um atleta olímpico na década de 80. Foi a duas Olimpíadas, 1980 e 1984, no basquete. Ele fez um trabalho fantástico no Flamengo, na recuperação do Flamengo na parte dos centros olímpicos. Conseguiu, em 13 anos, separar recursos do futebol e recursos especificamente para os atletas olímpicos. Então, ele fez o seu papel, está contribuindo bastante, e eu vou passar a parte que é a visão dele aqui no orçamento de 2025. Ele trouxe essa visão muito característica, que é promover uma mudança cultural organizacional. Ele fez duas reuniões com todos os colaboradores do COB, mostrando quais seriam as intenções na área financeira. Isso foi aceito. Foram duas reuniões de que eu participei e todos ficaram muito felizes de participar, porque talvez muitas vezes não participavam dessa organização financeira inicial. Sobre captar novos recursos, ele trouxe ideias com relação à lei de incentivo. O Comitê Olímpico do Brasil nunca foi presente na lei e, a partir dessa visão estruturada do Marcelo Vido, ele conseguiu trazer. Então, é mais um ponto focal para nós. Essa nossa participação inicial, como o Presidente La Porta comentou, vai ser na área social, nos Jogos da Juventude, este ano, já para a gente potencializar essas ações. E a segunda é tentar ajustar os gastos de uma maneira estratégica e criteriosa, fazer com que o COB consiga ser mais assertivo - o máximo possível assertivo - no uso dos seus recursos. |
| R | Aqui, eu queria passar para vocês como funciona a organização do orçamento com as confederações - é um modelo parecido com o da elaboração do orçamento do Comitê Olímpico do Brasil. São várias fases, e vai começar, agora, a partir de julho, essa análise inicial, em que há uma liberação dentro de uma plataforma chamada Sigef, em que as confederações apresentam todos os seus projetos para o ano de 2026. Nós estamos já falando do ano seguinte. Tem as reuniões de trabalho entre o COB - você vê que são várias reuniões -, tem aprovações dentro do conselho diretor. É bem longo, não é, Presidente Henrique Motta? Você sabe o quanto é custoso, mas é importante, porque isso dá credibilidade tanto para o Comitê Olímpico do Brasil, como para as confederações, na chegada para a assembleia final lá em dezembro, sobre como esses recursos vão estar direcionados de uma forma muito assertiva. O Marcelo Vido pediu para eu passar duas fotografias com relação financeira. Como nós recebemos o Comitê Olímpico, no início da nossa gestão, do Marco La Porta... No início do orçamento aprovado no dia 10 de dezembro de 2024, nós tínhamos uma receita de R$515 milhões, com as despesas de R$594 milhões e um saldo negativo de R$78 milhões. Foi assim que a nossa gestão recebeu o orçamento para este ano de 2025. E, internamente, a partir dessa organização, dessa limitação das áreas e de várias reuniões, chegou-se a um acúmulo de receita, graças à área de marketing e também à comercial, que trouxeram um novo patrocínio com a Adidas, uma renovação direta com a Caixa Econômica. Então, aqui, nós aumentamos nossos recursos praticamente em R$70 milhões. E também fizemos um reajuste nas despesas, diminuindo aí quase R$7 milhões. Então, a princípio, estamos com saldo negativo, mas acredito que, com o passar dos anos, vamos conseguir. Então, houve um avanço muito grande. Essa é uma transparência e clareza na governança dos recursos que nós temos no Comitê Olímpico do Brasil. Aqui, é para deixar claro para todos os Senadores e para todos os Parlamentares quais são as fontes de recursos que nós temos no Comitê. A primeira delas é a Lei 13.756, a Lei das Loterias, que é o principal foco, porque nós recebemos, em média, R$450 milhões dessa fonte. Há recursos próprios, que são patrocínios. Nós temos aluguéis de algumas áreas no centro da cidade, royalties. Esses são recursos próprios que nós estamos sempre aumentando, e acho que essa é uma das bases que nós temos mais intenção de aumentar. A solidariedade olímpica e pan-americana é um recurso que já vem com chancelas predeterminadas, na parte da educação e na de apoio a atletas e a competições. Então, já é um recurso determinado, a gente só faz realmente a execução desse recurso. Há termos de fomento, que são parcerias com governos e prefeituras. Hoje, a gente tem uma parceria - não é, Bichara? - com a Prefeitura do Rio de Janeiro. Nós temos o Time Rio, que é uma proposta de apoiar com bolsas esses atletas que são vinculados à prefeitura. E o último é o recurso das bets, que são as apostas fixas. É um momento em que a gente não sabe ainda como será a utilização, estamos esperando orientação do Ministério da Fazenda, através da Secretaria de Prêmios e Apostas. Então, é um recurso para o qual nós estamos, até junto com outros Parlamentares, pedindo apoio para tentar ajustar a regulamentação e a fiscalização desses recursos. Aqui é como é a arrecadação, como eu tinha dito antes, a evolução da arrecadação através das loterias. Chegamos a 2025 com um total previsto... A gente faz sempre um apanhado de 2024, com uma proporção de 4% a 5%, no previsto para este ano, que seriam R$465 milhões. O Marcelo Vido pediu para eu passar essa informação de que, nos primeiros três meses, houve uma queda nessa arrecadação. Fizemos um anúncio direto com a Caixa e perguntamos o porquê. Eles anunciaram que, a partir do mês de maio, eles iam fazer mais investimento em comunicação para as pessoas continuarem a investir. E houve um aumento, realmente. Então, em todos os nossos pedidos, com relação à Caixa Econômica, eles nos ajudaram, e houve um aumento de arrecadação nesse último mês. |
| R | Agora, vou falar um pouco mais sobre o monitoramento e o controle dos recursos. Nós somos uma entidade que é controlada pelo TCU. Os recursos são, diretamente, das leis que vêm das loterias. E, dentro do nosso sistema, nós temos um sistema chamado Sigef, em que todos os projetos, tanto do Comitê Olímpico do Brasil, como das confederações, estão dentro dessa plataforma. Lá, são colocados todos os projetos, a inserção do fluxo de aprovação, toda a entrada dos projetos, as confederações, quais são os projetos do COB. Então, há um sistema de planejamento. Uma segunda parte, que é o acompanhamento através da execução. Toda a execução de todos os projetos é monitorada dentro da plataforma. Hoje, se a gente quiser fazer uma avaliação, é só fazer uma entrada, dentro da plataforma, e você consegue todas as informações. E a terceira prestação de contas, que é um momento sempre delicado, também dentro do Sigef, está lá. Vamos dizer, Senadora, que se aproxima essa plataforma do Siconv, que é uma plataforma que é usada pelo sistema federal. E ele é um sistema que tem todas as informações, todos os dados e toda a nossa gestão através desse programa, que é o Sigef. Com relação ao monitoramento externo, nós temos uma auditoria externa que o Marcelo Vido... Houve uma proposta do Conselho de Administração para fazer uma mudança nessa auditoria externa. Estamos mudando para uma nova auditoria, já passou pelo Conselho de Administração, ela vai assumir no próximo ano, que é uma empresa chamada BDO. Então, essa empresa vai ser a nossa auditoria externa, já pensando nessa renovação de transparência. Então, a partir deste ano, já temos uma auditoria externa nova. Os controles externos. Nós temos uma área específica dentro do COB com controles internos. Passamos também pelo Conselho Fiscal. O Conselho Fiscal tem um mandato de quatro anos e, a partir do ano que vem, já tem uma eleição de novos Conselheiros. Como eu disse, o Tribunal de Contas sempre está ali recebendo todos os nossos dados. Eles têm acesso ao Sigef, eles podem, em qualquer momento, fazer a análise das nossas contas. E também - acho que aqui eu posso mencionar - o CNE (Conselho Nacional do Esporte) faz parte da aprovação das nossas contas. O Ministério do Esporte tem o Conselho Nacional do Esporte, que faz a avaliação também das nossas contas. Essa era a minha participação sobre o orçamento e também os pilares de educação. Agora, eu passo para o Bichara, que é o detentor do esporte olímpico. (Palmas.) O SR. JORGE BICHARA (Para expor.) - Bom dia. Bom dia, Senadora. Bom dia a todos os presentes. É um prazer falar um pouquinho sobre a atuação do Comitê Olímpico neste momento. Peço desculpas ao pessoal. |
| R | A ideia aqui é a gente passar rapidamente pela organização do COB neste momento de reestruturação. A gente está completando cinco meses de uma nova gestão e, dentro desse processo, nessa fase 1, como a gente está chamando, a área de esportes teve esse tipo de organização, uma organização em que as diversas atuações do COB foram segmentadas em cinco gerências: a área de planejamento e gestão, que é a área que faz a gestão dos recursos que são distribuídos para as confederações, através dos critérios que a gente vai apresentar um pouquinho mais à frente, que faz toda a gestão do Sigef, que foi apresentado aqui pelo Emanuel, a área de jogos internacionais, que é responsável pela organização e por um cumprimento de uma obrigação estatutária do COB, que é a participação, a representação do Brasil em uma série de eventos internacionais, organizados pelos diversos órgãos responsáveis pela movimentação olímpica no mundo, uma área de serviços de saúde e performance, em que a gente tem mais de 200 profissionais que atuam trabalhando com as equipes, com as confederações, sejam profissionais da área de ciência do esporte, fisiologistas, biomecânicos, médicos, fisioterapeutas, massoterapeutas, que trabalham diretamente dentro do nosso centro de treinamento ou com as equipes em viagens ou auxiliando as equipes em preparação, e uma área muito relacionada à educação, como o Emanuel descreveu bastante aqui dentro, uma área que, para a gente, é muito importante, porque trabalha um processo de capacitação contínua desses profissionais do esporte. Uma novidade que a gente trouxe para este momento é uma área de projetos esportivos especiais, que está relacionada a tentar caminhar com alguns entraves dentro do movimento olímpico. Uma das situações que a gente tem enfrentado é a busca de soluções para tornar desimpedidas entidades que, neste momento, encontram-se impedidas de receber recursos financeiros. Neste momento, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, a Confederação Brasileira de Basquete e a Confederação Brasileira de Handebol estão impedidas de receber recursos. A gente está bastante animado com a possibilidade, neste momento, de uma dessas modalidades já conseguir receber a sua certificação junto ao ministério e poder caminhar com as suas próprias pernas. É importante esse processo de recuperação, e a gente definiu ter uma área específica que ajudasse, entre outras coisas, essas confederações a caminharem sozinhas, e é uma função do COB atuar junto às suas confederações nos seus momentos de maior dificuldade. A diretoria tem funções diretas, seja na elaboração e na aplicação dos critérios meritocráticos da descentralização de recursos, do que a gente vai falar um pouquinho mais à frente. Esses planos que as confederações apresentam ao COB são gerenciados junto às confederações, na melhor aplicação dos recursos, o que a gente chama de recursos ordinários. A gente trabalha também com um processo de qualificação de alguns profissionais, seja na área de saúde, principalmente. A gente tem uma relação direta com os médicos das confederações no sentido de a gente padronizar processos de atendimento a atletas. O nosso objetivo sempre é potencializar nossas chances de classificação, de resultados. O Brasil caminha entre as principais potências do mundo já há muito tempo. A gente não se considera uma potência olímpica, é difícil mensurar o que é ser uma potência olímpica. A gente entende que, para ser uma potência, várias questões estruturais ainda precisam ser desenvolvidas dentro do país, principalmente o aumento da quantidade de praticantes. A gente vive uma realidade de um número muito pequeno de praticantes de esporte em comparação ao tamanho da nossa população. Vem daí a campanha que o COB está promovendo de buscar, antes de ser uma potência olímpica, ser uma nação esportiva. Isso não é uma particularidade do COB. Outros países estão buscando esse caminho. Se vocês entrarem hoje no site do Comitê Olímpico da Holanda, um dos objetivos lá descritos é aumentar o número de praticantes de atividade física dentro da sua população. O aumento do número de praticantes de atividade física vai propiciar o aumento do número de praticantes de qualquer tipo de esporte, que, porventura, vai chegar a ser um esporte olímpico e, a partir daí, aumentar uma massa que possa ser selecionada para buscar novos valores. |
| R | Por outro lado, o Brasil é uma potência na sua diversidade de valores. A gente terminou os Jogos de Tóquio, em 2021, diante de todo aquele cenário catastrófico que vivemos, mas na sétima posição em relação à quantidade de modalidades medalhistas. Isso significa a diversidade que este país tem: nós somos campeões mundiais de basquete feminino, de voleibol, de futebol, de handebol. Nós temos destaques no atletismo, na marcha atlética, com um brasiliense, o Caio. Já fomos campeões olímpicos de salto com vara, temos destaque no surfe, no esqueite, tivemos medalhistas no tiro esportivo, a nossa maior medalhista da história é da ginástica, a modalidade que está em ascensão é a ginástica rítmica, enfim. É uma infinidade. Nós temos uma tradição na vela, que é um esporte de colonizadores, e o Brasil consegue ter destaques nesse esporte. Então, é incrível a diversidade que este país tem, ainda pouco explorado diante do tamanho da nossa população; daí vem uma posição estratégica do COB de tentar aumentar o número de praticantes de atividade física. A gente sabe que a gente não vai fazer isso sozinho, isso caminha junto a políticas públicas que venham a promover o esporte na escola, nas universidades, enfim, mas é a nossa contribuição dentro desse cenário. Daí vem uma série de programas que a gente gostaria de aplicar junto com as confederações, como temos o nosso programa de preparação olímpica e pan-americana, que envolve mais de R$120 milhões que o COB aplica diretamente, seja nas parcerias, seja em serviços de saúde, seja em programas específicos para as modalidades, como a gente tem na ginástica, na canoagem, no próprio atletismo - hoje um dos destaques do atletismo é um lançador de dardo, que está correndo o mundo, hoje ele é sexto do ranking mundial. Este país tem potencial: a gente só precisa trabalhar cada vez melhor esse tipo de atleta. A gente abriu, na gestão anterior, uma área direcionada à mulher no esporte. É muito importante. Essa é uma posição estratégica, os melhores resultados do Brasil na última edição olímpica vieram do esporte feminino; já tinha sido assim em Tóquio e repetiu-se em Paris, e é uma tendência mundial, é um caminho em que existem investimentos estratégicos na performance feminina, e o COB não está atrás. A gente tem uma excelência, o Brasil é reconhecido pela qualidade do serviço prestado nas suas missões internacionais. A gente tem, durante um ciclo de quatro anos, dez eventos internacionais nos quais o COB representa o país, seja em nível de juventude, seja em nível do esporte júnior, seja em nível do esporte principal. A nossa responsabilidade está em levar essas delegações e trazê-las de volta. O Brasil teve sucesso na qualidade dos serviços prestados, muito, nas últimas edições olímpicas, e a nossa intenção é sempre investir nesse segmento. A gente tem um videozinho para mostrar um pouquinho a complexidade logística que foi desenvolvida para os Jogos de Paris. (Procede-se à exibição de vídeo.) |
| R | O SR. JORGE BICHARA - Todos os que estão nesta sala têm uma relação direta ou indireta com o esporte. O nosso objetivo sempre é buscar a melhor representação internacional do nosso país, onde a gente estiver participando das competições. Para esse tipo de serviço prestado, eu tenho uma avaliação muito particular. Ele não faz a gente conquistar a medalha. Ele faz a gente tentar evitar que a gente perca essa medalha, né? As condições que a gente encontra em cada uma das edições, seja no transporte que é oferecido, nas condições alimentares, nas distâncias a serem percorridas, influenciam em um nível de performance que foi trabalhado ao longo de quatro, oito, doze anos, para se chegar até ali e se conquistar a possibilidade de ser um atleta olímpico. O número de atletas que alcançam a medalha olímpica ainda é muito pequeno no mundo inteiro. O detalhe faz toda essa diferença, e entendemos que cabe ao COB tentar preservar o que foi trabalhado por esse atleta para chegar até ali. Por isso, a gente tem um investimento grande dentro dessa área de missões. Parte da preparação desses atletas vem através da distribuição desses recursos, que seguem uma linha de 13 critérios, que foram elaborados ao longo do tempo, para que a gente consiga distribuir esses recursos entre as confederações. Onze critérios são esportivos e dois critérios são de cunho administrativo. Eles estão, neste momento, passando por um processo de revisão normal. A cada final de ciclo, a gente faz essa revisão, para ver se esses critérios estão adequados àquela realidade de momento. E a gente tem que apresentar, agora, até o meio do ano, esses critérios que vão ser utilizados para aferição da distribuição de recursos para o ano de 2026. Parte desses critérios administrativos são avaliados através de um programa chamado GET, no qual a gente avalia o nível de maturidade das confederações. E aí, em um link com o que o Presidente falou, as confederações apresentaram, ao longo desses últimos anos, uma grande evolução através desse programa, melhorando as suas condições de governança, aplicação de recursos e transparência em relação às suas frentes. |
| R | Aí, uma frente da última distribuição de valores pelas modalidades para o ano de 2025. Isso é acrescido pelo esforço das confederações em conseguirem patrocínios públicos e privados, e da atuação do COB em aplicações diretas em programas e projetos que são apresentados pelas confederações. Só para gente finalizar, um último videozinho sobre a participação do Brasil nos Jogos de Paris. (Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.) O SR. JORGE BICHARA - Só para finalizar, só avançando um pouquinho no que foi comentado ainda há pouco pela Senadora e por mim, a gente ainda viu ainda mais a diversidade desse esporte. Quando a gente vê representantes... fora dos esportes tradicionais, judô, voleibol, que já têm uma tradição de conquistas, quem iria imaginar o Brasil campeão de tiro com arco, campeão de esportes pouco conhecidos e tendo destaque na canoagem slalom? O potencial é absurdo! A gente está há cinco meses... chegando a cinco meses dessa gestão - acho que muitos sabem, eu saí do COB em 2022. Eu hoje estou numa condição de consultor, trabalho na Confederação de Voleibol como Diretor Técnico e tive autorização do Comitê de Ética para poder trabalhar no COB neste momento, nessa função. Tenho muito orgulho desta Casa, a que fui convidado a retornar, e a gente conta muito com a ajuda do Senado e da Câmara dos Deputados na implementação de leis que venham ajudar o esporte e que façam a diferença, como foi a Lei das Loterias, como a Lei de Incentivo ao Esporte, que está sendo discutida agora, que é fundamental. Hoje, o Brasil tem uma plataforma muito sedimentada nos clubes e nas ONGs. Elas são fundamentais no processo de renovação de equipes, de renovação de atletas. Fico à disposição para as dúvidas de todos. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Obrigada, Jorge Bichara. Primeiramente, quero agradecer a participação de todos. Temos perguntas aqui dos internautas, mas, com a equipe - e até com a contribuição das assessorias dos Senadores que estão aqui na Comissão -, nós vamos fazer algumas perguntas, até porque depois a gente vai passar esse documento para os demais Senadores e aqueles que não puderam estar aqui presentes. |
| R | Geralmente, tem quatro, cinco Senadores que são bem atuantes aqui na Comissão, mas dois estão em missão, e os outros três estão ali na CCJ. Então, eu estou aqui meio que representando essa turma. E eu gostaria de perguntar: quais são as principais mudanças de orientação estratégica da nova gestão em relação à anterior e em que medida os senhores acreditam que essas mudanças impactarão o desempenho esportivo do Brasil no próximo ciclo olímpico? Fiquem à vontade para responder. E também: quais os critérios que nortearam - aí eu acho que o La Porta vai poder responder ou o Bichara - a montagem da equipe técnica e administrativa do COB e como garantir a continuidade dos projetos bem-sucedidos, mesmo com a renovação das lideranças? O SR. MARCO ANTONIO LA PORTA (Para expor.) - Obrigado, Senadora. É importante essa pergunta. Eu acho que foram três aspectos essenciais que a gente conversou desde o início. Primeiro, inicialmente, respondendo a segunda antes da primeira, a montagem da equipe teve um cuidado muito grande em, primeiro, a gente fazer uma estrutura do COB que funcionasse de uma maneira mais assertiva. O que os senhores assistiram agora é muito impactante no sentido de que não tenham dúvida de que todo o recurso que o Comitê Olímpico recebe hoje é utilizado com muito cuidado e muita eficiência. A gente sabe o quanto que esse recurso nos é caro e, então, a gente precisa utilizá-lo de uma maneira muito coerente. Então, é tudo alinhado dentro de uma estratégia. Quando a gente, particularmente eu e a Yane, conseguiu ganhar a eleição em outubro do ano passado, quando a gente começou a pensar na montagem da equipe, a gente queria exatamente trazer pessoas que viessem com uma nova visão para o Comitê Olímpico, que tivessem uma experiência anterior como atleta ou na gestão e que estivessem alinhados com o que a gente queria fazer. E o que a gente queria fazer? Três pontos principais. Primeiro, a gente falou bastante disto, é a questão do investimento assertivo. O processo do COB anterior não privilegiava, talvez, um investimento mais assertivo no esporte, e aqui não é nenhuma crítica à gestão anterior, são formas diferentes de gestão. A gente entende que a gente precisava ter um critério mais claro e transparente, alinhado com os objetivos do COB. O que é isso? A gente entende que todo esse repasse que é feito às confederações - apresentaram os números ali de quanto cada confederação recebeu - é importante, a confederação sabe como administrar, mas você tem outras demandas que as confederações às vezes não conseguem, até por ter pouco aporte de recursos privados, atender. E é aí que entra o papel do Comitê Olímpico, só que esse extraorçamentário, como a gente fala, precisa ter regras claras e transparentes. Então, essa foi a primeira modificação que a gente fez, uma maneira de criar linhas de crédito dentro do Comitê Olímpico, e o Bichara citou uma delas, que foi uma recuperação das entidades impedidas, para que a gente pudesse ter uma gestão mais eficiente. Esse foi o primeiro. O segundo foi essa questão exatamente do "Juntos por uma nação esportiva". A gente entendeu, lá atrás, que não dava para a gente tentar fazer o mais do mesmo, a gente precisava fazer alguma coisa diferente. Por quê? Porque a gente detectou, naquele gráfico ali da evolução da Lei de Incentivo, dos resultados... Ele é muito impactante, mas parece que bateu no teto, e a gente fica preocupado com isso. Então, a gente teve a preocupação de como a gente poderia melhorar a nossa performance. A gente tem uma preocupação muito grande em relação a Los Angeles, porque a gente entendeu que não houve uma renovação adequada em várias modalidades. Então, a gente tem essa preocupação e a gente falou assim: "precisamos mudar a forma de pensar". Para 2028, os atletas já estão aí, a gente precisa pensar lá na frente. Então, a gente veio com este discurso do "Juntos por uma nação esportiva", que é trazer todos para uma discussão em que a gente possa desenvolver cada vez mais a prática de atividade física e atender mais modalidades, para que as pessoas conheçam mais no esporte brasileiro e possam praticar mais modalidades. Aí, sim, a gente alinha com essa parte de nação esportiva. |
| R | É só que, para a gente fazer isso, a gente precisa - aí é o terceiro ponto - de mais recursos. A gente foi buscar... E aí a gente trouxe o Marcelo Vido, de que o Emanuel comentou bastante, para entender formas de gerar inovação nas receitas, para sair um pouquinho dessa dependência das loterias, que é importante... Não tem como você fugir de R$415 milhões, não somos clubes de futebol, não tem como fugir disso, mas a gente precisa aumentar a participação privada. Então, a gente foi de uma forma muito agressiva para o mercado. Aí um elogio à gestão anterior: a parte de comunicação e marketing funcionou muito bem. A gente foi para o mercado de uma forma diferente. Hoje - e o Ratto sabe muito bem disso, porque a gente trouxe a empresa dele para fazer a gestão comercial do COB -, o ticket médio do COB valorizou muito. Hoje, o COB tem uma entrega para as empresas muito importante. A gente fez um evento em São Paulo na semana passada, onde tivemos 200 empresas acompanhando, já foram 12 reuniões agendadas, não é, Ratto? Então, é isso. A gente foi buscar no mercado mais recursos, e esses recursos serão repartidos com as confederações, para que as confederações possam ter, através do nosso Programa Olímpico de Patrocínio, esse investimento mais assertivo. Acho que foram estes os três principais pontos, Senadora: o investimento mais assertivo, o discurso da nação esportiva e o Programa Olímpico de Patrocínio. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Excelente, excelente. O que você falou que é muito claro e que eu acho muito importante é essa questão da dependência. Não é que não seja necessário, pois a gente sabe que foi uma mudança, realmente um divisor de águas a Lei das Loterias. Ninguém tem dúvida disso, mas quanto a essa dependência realmente eu concordo com você. Eu acho que o esporte tem potencial, sim, para vender um bom produto, e às vezes ... Eu falo isso como uma autocrítica, porque eu já fui dirigente de time. Eu acho que confederações - não só o COB, eu acho que as próprias confederações - têm que agir no sentido de trabalhar o seu produto. Dentro das confederações, tem aqueles atletas que são referências e que podem ser porta-vozes ou até mesmo a imagem daquela confederação, que podem também trazer um recurso. Eu acho que a parceria entre atleta, confederações e o próprio COB é fundamental para a sobrevivência e até para a melhoria, em uma perspectiva de futuro. Eu vou perguntar para o Bichara: quais os aprendizados que nós tivemos com relação aos Jogos de Paris? Houve algum resultado que surpreendeu ou de alguma forma decepcionou? Qual é a visão estratégica agora para 2028? Qual é a meta, de fato, do COB para 2028, Los Angeles? O SR. JORGE BICHARA (Para expor.) - Senadora, até tenho por praxe não estabelecer metas, principalmente no primeiro ano de um ciclo olímpico tão difícil. O Brasil vem em um processo de crescimento e consolidação ainda das suas principais equipes e atletas. Sem dúvida, preconiza-se que, para você chegar a uma disputa olímpica, você precisa de 8 a 12 anos de trabalho, no mínimo, e isso leva em consideração condições que às vezes estão muito distantes do ideal dentro de uma estrutura esportiva no Brasil, que é um país que sofre com críticas ao investimento no alto rendimento, críticas justas diante de um cenário social às vezes de muita dificuldade no aspecto de saúde e de educação. O que a gente busca é tentar otimizar ao máximo esses recursos para que a gente consiga potencializar os nossos resultados. |
| R | Eu não tenho como utilizar algum tipo de avaliação sobre decepção. Os Jogos Olímpicos - e a senhora foi participante de três deles, não é? - reúnem um momento de exposição e de performance único na carreira de um atleta. Eles envolvem um processo de alcance, um momento único na vida de uma pessoa que sempre sonhou e teve aquilo como objetivo pessoal e profissional. Alcançar isso já é uma vitória, diante de todas as dificuldades e adversidades que esse atleta enfrentou na sua carreira. Então, eu entendo que todos têm um mérito muito grande, e esse respeito do COB, do Brasil, sempre se fez em relação a essa participação. Escuto, às vezes, com tristeza, algumas críticas que não são corretas a alguns desempenhos que às vezes não são mantidos, ou porque se cria uma expectativa de que o atleta pudesse alcançar. Volto a dizer: o atleta brasileiro, o esporte brasileiro faz milagre diante de um cenário difícil de competitividade internacional. A gente vive num canto do mundo, num canto do globo terrestre. O custo de logística se triplica, se quadruplica para gente manter um nível de competitividade com os principais países do mundo, e isso faz com que a gestão administrativa fique bastante pesada para o COB e para as confederações. Entendo que as condições estão evoluindo, as confederações, cada vez mais, estão se profissionalizando, como o COB também. A gente tem tido apoio do Ministério do Esporte na condução de políticas esportivas que visem evoluir o esporte no país. E eu entendo que, como o La Porta falou, a gente tem um processo difícil, nos próximos quatro anos, de acelerar um processo de maturação de alguns atletas para chegar ao alto rendimento. A gente tem atletas que estão chegando aos jogos com uma idade - alguns talentos - já avançada e a gente precisa acelerar alguns processos de evolução e de maturação de alguns atletas, mas o Brasil sempre surpreende, sempre faz aparecer valores de onde você achava que não viriam. Toda semana aparece alguém novo. Toda semana aparece alguém com potencial para ser desenvolvido. Eu confio na equipe, eu confio nos diretores técnicos. A minha estratégia principal sempre foi ter treinadores talentosos conduzindo as equipes. Os treinadores evoluem a cada ciclo, eles têm capacidade de identificar e acelerar processos de maturação. Então, uma das políticas que a gente usa é buscar esses profissionais de qualidade para liderar as equipes e o processo de preparação dos atletas. Esse é um caminho muito importante que o COB, as confederações e o Brasil precisam adotar. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Excelente, Bichara. Eu só quero perguntar para vocês: hoje, o COB tem autonomia orçamentária para executar esse planejamento? Vocês já mostraram algumas fontes aqui de recursos, e vocês estão trabalhando nisso, porque eu vi que tem a Aneel... Tem a Adidas agora, mudou o material, parabéns! Nossa, Adidas, gente! Quando, hein, gente? Quem jogou, quem foi atleta... Eu peguei Asics, acho, em 1996, Iziane. Depois disso... Com todo o respeito à Olympikus também, que foi um grande patrocinador, um grande parceiro, mas ver de novo o Brasil sendo patrocinado por uma empresa como a Adidas é muito legal, porque a gente sabe que é também importante caminhar com essas grandes empresas, valorizando, claro, o nosso país, o produto brasileiro. Eu gostaria de saber com relação a essa autonomia orçamentária e financeira. Hoje, o COB tem essa autonomia para executar o seu planejamento? Eu vi que vocês receberam um déficit ali de mais de R$78 milhões, conseguiram encurtar, enxugando bem o quadro, a estrutura do COB - por isso aí vocês estão de parabéns! -, e chegaram a R$4 milhões. Eu gostaria de saber se vocês têm essa autonomia, se hoje vocês enxergam essa autonomia, e o que esperam também aqui com relação ao Congresso, com relação às leis, à produção de leis, entre elas a Lei de Incentivo. |
| R | O SR. EMANUEL REGO (Para expor.) - Bom, Senadora, você sabe que o esporte sempre precisa mais de recursos. Isso aí é uma clara situação... O SR. MARCO ANTONIO LA PORTA - Eu nem combinei com ele, mas eu esperava que ele respondesse isso. (Risos.) O SR. EMANUEL REGO - A resposta é clara, acho que todos os presidentes de confederação também pensam da mesma maneira. Acho que todos também - os comitês, o CBC, até o Ministério do Esporte - pensam da mesma maneira. Nós não somos aquela pasta que tem todos os recursos, nós somos diferentes da educação e da saúde, mas nós somos uma pasta - o esporte - que entrega. Nós sabemos que a gente entrega. Então, com todo recurso que é colocado no esporte, a gente sabe faz um bom uso dele. Os anos vão mostrando que a governança, a transparência, o trabalho lá na base, de todas as confederações, são benfeitos. Acho que a nossa questão é o seguinte. Nós somos um sistema. Talvez, com o recurso que nós temos, nós podemos nos organizar melhor. O Ministério do Esporte faz um excelente trabalho com o Bolsa Atleta, com o Bolsa Pódio; já dá um caminho. Tem o programa Revelar também. Então, tem recurso por lá. O Ratto está atrás das empresas. Acho que nós todos sempre lutamos por recurso privado. O recurso privado é importante, mas, Ratto, o que vem de recurso privado é através da credibilidade. Eu acho que isso que é a proposta do Marco La Porta e do Bichara, de nós todos: é dar credibilidade para o sistema. Nós temos nomes fortes, nomes vencedores, presidentes que entendem que fazer a parte deles é importante. Então, acho que, quando a gente tem credibilidade, isso traz realmente uma imagem positiva para o mundo privado. E a terceira delas é saber usar bem, não é? Acho que uma das propostas do La Porta é fazer um trabalho colaborativo. Teve uma reunião ontem entre o Comitê Paralímpico do Brasil, o Comitê Brasileiro de Clubes, a Confederação Brasileira do Desporto Escolar, aqui com o Antônio Hora, e também a Confederação Brasileira do Desporto Universitário. Eu acho que todos nós podemos nos unir em prol de uma nação esportiva. Acho que o sistema esportivo é a nossa intenção, acho que essa colaboração é essencial. E volto a dizer: todos os recursos que vêm para o esporte a gente usa da melhor forma possível, toda a parte de financiamento que vem do Governo Federal a gente usa da melhor forma possível. Então, fica o pedido: quanto mais, melhores resultados vão acontecer. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Vamos olhar com carinho a Lei de Incentivo. Você falou que o esporte sempre entrega. Ele entrega mais, porque ele colabora com outros setores, como a área da educação, como a área da segurança pública, quer dizer, o alcance... A saúde, exatamente, Yoran. O alcance do esporte vai muito além do que só a formação de atletas. E a gente, enquanto pertencentes a esse ecossistema, sabe muito bem desse impacto. Vocês falaram também - aí eu vou sair um pouquinho das perguntas aqui - com relação à regulamentação das bets. Recurso, isso é recurso. O que está faltando? Você, La Porta, falou - acho que o Bichara também pode falar, o Emanuel - a respeito desse diálogo com o ministério. É o ministério que precisa regulamentar. E o que está faltando? Depois vamos jogar para a Iziane essa bola, porque nós não podemos perder tempo. Esse é um trabalho que o ministério deveria estar fazendo, inclusive. Eu sei que a Iziane está aqui representando o Fufuca, mas, como é um recurso que não é pouco... São pelo menos R$20 milhões... Nós estamos falando de R$20 milhões que já poderiam estar sendo tratados, distribuídos e investidos na infraestrutura do comitê. O que está faltando? Como está sendo essa conversa com o ministério? O que podemos fazer também como legisladores? O SR. MARCO ANTONIO LA PORTA (Para expor.) - Eu acho, Senadora... Bom, primeiro, a Lei das Bets é muito importante para a gente. Ela entra um pouquinho naquele papel... |
| R | A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Sim, aprovada em 2023. E foi uma luta aqui para ter esse recursinho para o esporte. O SR. MARCO ANTONIO LA PORTA - Exatamente. É mais uma lei que sai desta Casa e que ajuda o esporte brasileiro de maneira eficaz ou se espera que ajude. Qual é o cenário hoje que está acontecendo, de que o Emanuel falou um pouquinho? As apostas das loterias têm uma tendência de queda. Por quê? Porque a gente entende que as pessoas que apostam em loteria estão ficando mais velhas e que já tem uma nova geração indo nas apostas eletrônicas, nas bets. Então, há uma tendência de queda das loterias. Por isso, o recurso das bets é tão importante para o esporte, para que a gente não tenha um impacto muito grande com esse decréscimo das loterias. A gente tem feito algumas reuniões. Temos acompanhado todos os comitês com o Ministério do Esporte, com o Ministério da Fazenda, com a entidade recém-criada para gerenciar essas empresas de apostas esportivas. Alguns recursos têm entrado de uma maneira muito desorganizada no cofre das instituições. E a gente deu uma orientação - dentro do COB, uma determinação - de que a gente não utilize esse recurso enquanto não haja uma definição de como ele pode ser usado, de quais são as regras que vão ser aplicadas, se é a mesma regra da loteria ou não é, para que a gente possa ter segurança, mas, como a senhora bem disse, ele é importante para gente, a gente precisa utilizar esse recurso. Então, a gente está em reuniões constantes, através da nossa assessoria parlamentar aqui em Brasília, com a presença do Emanuel também, para que a gente possa cada vez mais rápido ter a liberação da utilização desse recurso, com a regra estabelecida. Acho que o que falta agora é isto: é estabelecer a regra de como nós podemos usá-lo. Há uma data agora... É de 15 de julho, não é, Emanuel? (Intervenção fora do microfone.) O SR. MARCO ANTONIO LA PORTA - É 10 de julho a data do provável depósito das outras empresas, dessa empresa nacional, só que não adianta depositar se a gente não tiver a regra - vão depositar e vai ficar parado no cofre. A gente precisa... A gente tem muitos projetos pendentes em que a gente vai precisar utilizar esse recurso em apoio às confederações. Então, eu acho que o principal passo agora é este: é buscar o quanto antes essa regulamentação de como que isso poderá ser usado. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Perfeito. Tem uma questão aqui que é interessante. Primeiro, o Bichara falou da certificação das confederações que está em andamento. Inclusive, foi até uma emenda minha, graças ao Tomasini, que tinha um débito muito grande e trouxe a ideia para nós: que 20% dos recursos que são passados pudessem ser usados para sanear as dívidas das confederações. É mais ou menos nesse caminho que o COB está ajudando essas confederações? É só para saber, porque eu acho que, daqui a pouco, os colegas podem perguntar também para mim e eu preciso dessa informação. O SR. JORGE BICHARA (Para expor.) - O COB... Ao longo dos últimos anos, algumas confederações ficaram impedidas de terem a sua certificação 18 e 18-A por diversas situações em relação a débitos com o Governo ou com... Isso as impediu de terem as suas certidões. O que o COB fez foi trabalhar em parceria principalmente com essas três citadas, no sentido de identificar qual é o tamanho desse tipo de problema, quais são as dívidas que eles apresentam e, em alguns momentos, investir recursos para que elas pudessem sanar parte dessas dívidas. E são dívidas que estivessem estritamente relacionadas à obtenção da certificação, para que pudessem elas ser liberadas para voltar a receber, não são outras dívidas que as confederações porventura possam ter, mas as dívidas que influenciam diretamente dentro da liberação dessa certificação. Então, é um dos nossos projetos especiais dessa gerência criada no sentido de que a gente trabalhe junto às confederações para acelerar esses processos, seja custeando o trabalho jurídico que venha a propiciar esse tipo de aceleração, seja custeando, às vezes, despesas logísticas que venham fazer a aceleração da entrega desses documentos, enfim, para que ela possa voltar a ser elegível para receber esses recursos. |
| R | A gente está próximo de uma dessas entidades sair dessa condição e a gente está trabalhando diariamente, tentando ajudá-las a saírem desses processos. Não são situações simples. Algumas têm situações bastante complexas, porque elas acabaram se complicando com tantas dívidas que foram surgindo. E o COB tem assumido a responsabilidade da sua atividade-fim ao longo dos anos, para que os atletas não sejam prejudicados. A gente tem uma preocupação com outros que possam entrar nesse cenário, porque eles têm um processo de análise que, às vezes, é um pouco demorado, e os problemas só surgem oito, dez anos lá na frente, mas a gente está... É a nossa função trabalhar com essas confederações para ajudá-las a se erguerem e poderem se manter elegíveis nas suas certificações. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Obrigada, Bichara. A outra pergunta que eu tenho: o que o COB tem feito para melhorar...? Inclusive, quero até parabenizar o Wlamir, que tem um interlocutor aqui direto - que é o Ricardo. E o COB também agora... Eu pergunto: o que vocês têm feito para ampliar a interlocução, principalmente com o Congresso e com o Governo Federal? É porque eu acho que o esporte... E vou dar um puxão de orelha, porque, quando eu cheguei aqui ao Senado, e a minha equipe até me ajudou nesse sentido, era uma dificuldade muito grande a mobilização do setor esportivo em várias pautas, pois a vida aqui é muito intensa e é muito célere. E eu sentia muita falta do movimento, de todo ele, como CBDE, CBDU, enfim, todos, presente dentro da Casa, porque.... O CBC, o CBCP, o movimento esportivo... A própria Rems, ali representada pelo Luiz Fernando, que é do Instituto Compartilhar... Uma maior participação... É só quando estourava, digamos, aos 45 do segundo tempo - estourava, entrou na pauta -, aí ficava todo mundo... Hoje, eu vejo assim: eu vejo claramente que a gente tem aqui representantes do setor da cultura, do agro, enfim, de inúmeros setores que fazem esse trabalho. O que vocês têm feito - para além de ter esses interlocutores aqui dentro do Congresso - para diminuir essa distância com os Parlamentares, o Congresso, de um modo geral, e o próprio Governo Federal, para ampliar esse diálogo, enfim, e serem mais ouvidos dentro desses ambientes? O SR. MARCO ANTONIO LA PORTA (Para expor.) - A colocação da senhora é perfeita, Senadora, porque... E a gente aceita o puxão de orelha, porque ele é real, é válido... A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Eu me sentia só aqui. Você não está entendendo. (Risos.) O SR. MARCO ANTONIO LA PORTA - E eu tive a oportunidade de ser Vice-Presidente na gestão passada e morar em Brasília. Eu tentava, de alguma forma, aqui, mas uma andorinha sozinha não faz verão. E, realmente, a gente entendeu desde o início. A gente partiu para retomar o escritório do COB em Brasília. Já começamos a fazer isso, claro, com cuidado em relação ao orçamento, para a gente não avançar muito à frente, mas eu acho que o fundamental nisso agora - e até foi uma ideia que o Wlamir já tinha colocado para a gente em assembleia - é criarmos a frente parlamentar do esporte, para que a gente possa ter Senadores, Deputados. E foi pauta da nossa reunião ontem, lá no COB também, com os outros comitês, que a gente possa interagir mais com os Senadores, com os Deputados que têm essa pauta do esporte. A gente sabe que tem esta brincadeira de o esporte ser o patinho feio, mas a gente tem noção exata, como a senhora falou aqui anteriormente, do impacto que tem o esporte em várias outras ações de saúde, de segurança, de educação. |
| R | Então, a gente precisa estar aqui, em Brasília, atuando fortemente nisso. E acho que a nossa ação é realmente... E o Comitê Olímpico tem obrigação de liderar isso, de estar à frente e organizar, para que a gente possa chegar com a mensagem aos nossos Parlamentares do porquê o esporte é importante e aprovar leis que sejam impactantes. Como a senhora falou também é não vir apenas na hora do desespero, do sufoco. "Vamos cortar a lei, reunir todo mundo e vamos para lá", entendeu? Eu sou até um pouco reticente naquela questão: "Ah, vamos fazer uma campanha na rede social". Não, "Vamos lá, vamos pegar aqui os atletas de ponta e fazer o que a cultura faz. Vem para cá. Vamos lá defender as pautas". E aí os atletas entendem a participação disso. Se eu chegar para a Hortência, para o Thiago Pereira, para o Guga e falar: "Estamos precisando de vocês. Vamos a Brasília, vamos lá" - eles vêm. Entendeu? Então, é disto que a gente precisa exatamente: movimentar o esporte, de o esporte estar presente aqui, em Brasília. É isso que a gente tem tentado. Uma coisa que a gente tem feito na nossa gestão é resgatar atletas que estavam afastados do COB, trazendo-os de volta para o COB, porque a gente sabe a importância da participação deles. São os nossos heróis olímpicos, são os nossos ídolos, são a nossa inspiração. Então, precisam estar trabalhando junto com a gente na busca do que é melhor para o esporte. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Perfeito, La Porta. Eu concordo plenamente. Eu senti muito isso no início. Assim, às vezes, eu vi aqui, para defender a lei da cultura. Estava até a Fernanda Montenegro aqui, gente. Então, assim, eu falei: "Meu Deus, como é que eles conseguiam?". Caetano Veloso, Gilberto Gil... Na hora que realmente precisa de uma mobilização, não tem o artista classe A; vai do A ao Z, porque é o meu setor. A defesa não é daqueles que estão bem, mas aqueles que estão bem passaram por todo esse processo e eles tem obrigação também de dar a sua contribuição na defesa de um setor que ajudou a formá-lo - entendeu? -, até mesmo dos grandes que hoje atuam. Isso eu falo porque eu já fui atleta um dia. Mas, assim, é difícil essa compreensão. Também não vamos tentar agora politizar o atleta. Não, é uma figura apolítica, sim. Ele está ali por performance. Mas, assim, no movimento, realmente é preciso principalmente os atletas terem a consciência de que o trabalho aqui não é uma questão de se politizar; é uma questão de lutar por direitos e garantias que são importantes e pertinentes ao setor - e devagar. Com essa gestão, acho que também é outra coisa legal, temos um Presidente do comitê mais presente. Eu tenho que falar isso, porque eu fiquei aqui seis anos - já estou no meu sexto ano. Então, é importante que o Presidente do Comitê Olímpico do Brasil, do Paralímpico do Brasil e da Confederação Brasileira do Desporto Escolar estejam aqui, como o Antônio, da CBDU. Então, quando tiver esses movimentos, é importante que as pessoas estejam aqui, assim como os Presidentes de confederação, que tanto representam lá a nossa base. Isso é muito importante. Bom, eu só quero agradecer. Eu só queria dar a palavra para as considerações finais e dizer que já coloquei o COB Expo na minha agenda, que eu vou lá acompanhar. Eu acho que isso é importante. Também vou fazer uma diligência aqui, como estávamos falando - não é, Flávio? -, de alguns Senadores para conhecer as instalações do Maria Lenk e também ir ao CPB, em São Paulo - acho que é importante - e acompanhar os jogos escolares. Mas não é só a Leila. É porque eu conheço, não é, gente? Eu vivi muito isso. Eu quero puxar os Senadores para esse processo, que eu acho que é importante. Não sou eu que vou falar ou decidir. Somos 81 Senadores, e eu acho que, se vocês se aproximarem de alguns ali - e eu sei que alguns aqui tem uma relação muito próxima -, vai ser muito benéfico e positivo para o setor. |
| R | E, aí, eu passo a palavra... Vou deixar o La Porta para o final. Então, eu vou passar para o Bichara, para o Emanuel e, depois... Até porque, daqui a pouco, vocês estão lá na Câmara também - todo mundo. O SR. JORGE BICHARA (Para expor.) - Bom, quero agradecer a atenção de todos. O meu retorno e o meu aceite ao convite do La Porta foram por acreditar muito nesta gestão e nas pessoas que ele estava convidando. Entendo e tenho muito orgulho de dedicar a minha vida profissional a uma atividade tão honrosa, que é o esporte. Eu me sinto muito orgulhoso de representar o nosso país nas diversas competições das quais a gente participa junto. É a forma como eu me sinto participativo dentro da sociedade, em dar uma contribuição e tentar levar alegria para as pessoas, levar felicidade. O esporte é muito pouco reconhecido, como a Senadora falou, dentro do impacto que ele tem dentro de uma sociedade. E as vitórias, as conquistas, que, às vezes, não se traduzem somente em medalhas, mas também em um bom desempenho, fazem com que o país se orgulhe e tenha uma autoestima melhorada, no sentido de que todos se motivem nas suas atividades diárias; e isso é a contribuição do esporte de alto rendimento dentro da sociedade. Liderar a área de performance é algo para mim que eu faço com muito prazer, principalmente ao lado dessas pessoas que hoje estão nessa função comigo e dos presidentes de confederação. A vivência dentro das confederações, nesse tempo em que eu fiquei fora, foi enriquecedora para mim, para entender um outro lado do esporte e tentar mitigar problemas, erros comuns, fazendo com que o Brasil e a gente evolua todo dia. Muito obrigado. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Somos nós que agradecemos, Bichara. E quero dizer que quem agradece a sua presença ali no COB não é o COB, é o esporte, ouviu? Quem conhece seu trabalho... Parabéns! Emanuel - Emanuel Rego. (Risos.) O SR. EMANUEL REGO (Para expor.) - Obrigado, Senadora Leila - Barros. (Risos.) Primeiro, eu quero dizer para você, Senadora, que acho que o esporte é muito grato ao Senado, por ter passado várias leis que incentivam ou que financiam o esporte. Talvez sem pessoas representantes como você, o Portinho, todos esses que fazem a militância do esporte... Eu acredito muito na frente parlamentar. Eu acredito que isso pode fortalecer o nosso movimento. Acredito também que todos os assessores que estão trabalhando com todos os Senadores fazem um ótimo trabalho para defender o esporte. Agradeço também à nossa parte agora mais em Brasília. Nós temos um escritório de relações institucionais, com o José Pinheiro. Ele vai estar mais presente também no Senado, tentando trazer mais informações, fazendo com que a gente tenha mais acesso; e isso é o mais importante. E, da minha parte, na questão do Comitê Olímpico do Brasil, eu aceitei o convite também do Marco La Porta, junto ao Jorge Bichara, por causa da parte técnica. Nós somos muito técnicos. A gente gostaria de ver, realmente, o esporte brasileiro no máximo que ele possa ter. Então, acho que nós aqui temos o sentimento de, realmente, tentar entregar o máximo. E nós somos muito colaborativos, não é, La Porta? A gente tenta achar colaboração com todos os presidentes de confederação, com todos os membros do Ministério do Esporte - Iziane, leve o nosso abraço para todos eles lá. Nós estamos sempre juntos, tentando fazer o máximo pelo esporte, e tenho certeza de que vocês fazem também. E eu acredito que, se cada um fizer a sua parte... Agradeço também a presença do Caio Bonfim, que acaba de chegar aqui, um medalhista, exemplo aqui, na cidade. Quero dizer que todos os atletas olímpicos são muito bem-vindos. E muito obrigado pela oportunidade de estar expondo tudo o que a gente faz lá no Comitê, Senadora. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Obrigada, Emanuel. Só quero dizer para o La Porta que a gente acredita tanto, que você separou o casal, não é? (Risos.) Está ele no Rio e eu aqui, em Brasília. Mas a gente tem muita compreensão, paixão e gratidão ao esporte. A gente sabe o que nos move. |
| R | Bom, agora eu vou passar... Antes do La Porta, Caio, é um prazer tê-lo aqui conosco. Quer falar alguma coisa, Caio? Você pode. (Risos.) Desculpem-me quebrar... (Palmas.) Seja bem-vindo, meu amigo! Rui, vai, Rui! Vai, Rui! O SR. RUI CAMPOS DO NASCIMENTO - Senadora, quero perguntar se medalhistas de prata mais antigos podem ter a palavra. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Não, pode ser você também. A gente tem que agradecer ao passado. Se o futuro hoje é esse, é pelo trabalho dos que vieram antes, com certeza. Sinto-me representada por você. O SR. RUI CAMPOS DO NASCIMENTO (Para expor.) - Isso aí, com muito orgulho e muita honra. Eu só queria fazer um apartezinho aqui, aproveitando que estamos com pessoas do esporte. Nem sempre que a gente está aqui dentro, a gente está com, com a Casa cheia de pessoas do esporte, ainda mais com figuras como medalhistas olímpicos e o Comitê Olímpico em peso aqui, apresentando o seu muito promissor e maravilhoso programa que temos à frente. Eu só queria fazer um apelo, já que a gente está aqui, no Senado. Vocês falaram sobre a lei de incentivo, a importância da lei de incentivo. Eu só queria ressaltar que existe o PL 234, de 2024, que está reunindo uma comissão de Deputados, uma comissão apartidária, que está lutando para que tornar a lei de incentivo permanente. Então, só lembrando que, em 2021, a gente esteve, aqui, passando por muitos Senadores, fizemos um trabalho aqui, como vocês acabaram de dizer, presencial, porque, se a gente não estivesse aqui dentro, hoje a gente não teria lei de incentivo. É um trabalho de formiguinha aqui, de bastidores, de assessores. A Leila e seus assessores tiveram um papel primordial, assim como o Senador Romário e sua assessoria, e nós, bravamente, aqui, pouquíssimos, batalhamos por isso, e foi por um fio que a gente salvou isso. Está por um fio agora de novo, e parece que a gente fala na lei de incentivo como se ela fosse perdurar. É um jogo que está perdido. E não é catástrofe... Eu tenho projeto social. E quero até parabenizar o COB por abrir essa vaga, para a qual eu me inscrevi, para pilotar projetos da lei de incentivo federal. Está por um fio de novo, e isso vai ser não só uma catástrofe para o esporte e quebrar a vida de todo mundo que está aqui, dentro da sala, e quem vocês representam como vai ser, inclusive, uma catástrofe social, porque eu tenho projeto social, eu estou lá na ponta e sei o que isso representa para essa garotada que está aí com um futuro mais do que incerto. Se o nosso presente está complicado, o futuro deles está incerto. Então, eu queria que todo mundo se inteirasse desse PL 234 e trabalhasse com as suas bases, com os políticos das suas localidades conhecidos, para que a gente possa reforçar de um jeito e, quando for preciso, vir, fretar ônibus, trem, caminhão, avião para estar aqui, para fazer presença. Se a gente não estivesse presente aqui em 2021, essa lei não existiria mais. Eu tenho absoluta certeza do que eu estou falando. |
| R | Então, não quero quebrar o momento, porque foi maravilhoso, estar aqui com todo mundo - e tudo o que a gente escutou -, mas é só para chamar a atenção para isso, para que haja mais emanuéis, leilas, caios, ruis, tranquillinis e pipokas, que estão aqui, dentro dessa sala e, enfim, bem-estar social. Desculpem pela intervenção. Obrigado. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Imagina, não quebrou nada não. Você só falou a realidade das nossas dores, que são maiores do que... A gente sabe do dia a dia, não é? Bom, agora vou passar a palavra para o Presidente Marco Antonio La Porta para as considerações finais, mais uma vez, agradecendo. O SR. MARCO ANTONIO LA PORTA (Para expor.) - Bom, obrigado. Obrigado, Rui, pela intervenção, obrigado, Senadora, e obrigado a todos pela presença. Só reforçando, Rui, a gente está atuando bastante com isso. Recebemos lá, na semana passada, seis Deputados que estão na Comissão da Lei de Incentivo. Hoje, estou com um documento para entregar para o Deputado Mauricio do Vôlei, com sugestões do Comitê Olímpico, para gente poder atuar. Então, estamos bastante atentos a esse perigo - não é? - da lei de incentivo. A gente está atuando bastante. Quero agradecer a presença do Caio. Por aquele vídeo que a gente viu do Caio falando da comida, acho que ele chegou por causa do almoço. Deve ter sido por isso. Passou um vídeo seu falando da comida aqui. Deve ter sido por isso que ele chegou. Mas é uma brincadeira, o Caio é um destaque nosso lá, em Paris, e continua - e conto com a sua medalha, viu? Sem pressão nenhuma. Eu sei, é bom. Mas enfim, quero agradecer a todos. Não tenho dúvida de que os recursos que são empregados - o Emanuel falou - através das loterias, recursos públicos, recursos privados, são muito bem empregados no COB. Eles chegam na ponta da linha. O nosso sistema funciona de uma maneira muito assertiva. Eu tenho, lá, pessoas, na minha equipe, de muita confiança. Tenho uma honra muito grande de ter a Yane Marques como Vice-Presidente, uma parceira de caminhada, que nos permite ter uma segurança e uma confiança muito grande no time que está ali, de que vai fazer o melhor pelo esporte brasileiro. Então, não podemos ter medo de aplicar os recursos. Temos confederações com gestões muito boas, muito seguras, que privilegiam sempre o investimento no esporte, Presidentes que atuam constantemente na busca do que é melhor para sua modalidade esportiva, e temos uma Comissão de Atletas muito atuante. Estamos hoje com a Presidente da Comissão de Atletas, lá no COI, participando de atuações junto - e a Comissão de Atletas do Brasil é destaque no Comitê Olímpico Internacional pelas ações. Nenhum Comitê Olímpico do mundo tem 19 atletas em sua assembleia. Isso é uma participação muito grande, se destacam, e saem para ocupar funções importantes, como é o caso da Iziane, que foi da Comissão de Atletas; do Emanuel, que foi da Comissão de Atletas; da Yane, que foi da Comissão de Atletas, e hoje ocupam posições importantes no esporte olímpico brasileiro. Então, a gestão do COB, as pessoas podem confiar que é uma gestão clara, transparente e que busca a assertividade. A gente só não tem problema de separar casais, Senadora, mas a gente... A gente tem esse problema, também, não é só com a senhora, não, entendeu? Mas, enfim, agradecer ao máximo a todos aí. É um prazer imenso estar aqui. E contamos com o Senado para pautas que sejam importantes para o esporte. Muito obrigado a todos. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Só para encerrar, para quem está acompanhando a gente aqui: cara, é muito difícil fazer esporte no Brasil! É muito difícil. É difícil pela falta de entendimento das pessoas que decidem, que estão no poder. E hoje Deus quis, de alguma forma, que eu estivesse aqui, porque a gente tem o Romário do futebol, tem uma galera, mas, assim, esporte olímpico... é muito difícil fazer esporte no Brasil. Quem faz o esporte no Brasil é porque é um apaixonado, é porque acredita no poder de transformação do esporte. |
| R | O Bichara falou, foi muito assertivo, quando falou assim, o esporte vai além das medalhas, o esporte promove algo que é incrível para nós, além da questão da promoção da saúde, promove cidadania. A gente está fazendo uma contribuição, a gente faz diariamente, a gente faz do esporte uma contribuição social para o estado, para a sociedade, que não tem preço - não tem preço! Então, é isso que nos move, na verdade, La Porta. Todos vocês, Presidentes de confederações, atletas, assim, todo o sistema, Confederação do Desporto Escolar, Confederação do Desporto Universitário, o que nos move é a certeza de tudo o que nós vivemos no esporte e do que nos trouxe até aqui. Todos nós temos uma história, nós somos a prova viva do que o esporte fez em nossa vida. Então, eu acho que é por isso que a gente insiste tanto, que a gente luta tanto, mas é importante reforçar isto aqui: nós não vamos chegar a lugar nenhum se não for uma ação coletiva. Não adianta três atletas aqui, quatro atletas aqui, é o sistema todo realmente trabalhando por algo que é muito maior, porque nós passaremos. A maior certeza que eu tenho nesta vida é que nós, um dia, todos nós aqui, vamos passar e outros virão. E qual o legado? As pessoas não gostam dessa palavra: legado. Eu adoro um legado, porque eu fiz parte de um legado, eu deixei um legado e quero deixar mais. Eu acho que a gente tem que ter esse compromisso, não só com o que temos hoje, mas com o futuro. Se a gente trabalhar direitinho, coeso, coletivamente, pensando o esporte mesmo, para ser bom para todo mundo - e dá para ser bom para todo mundo -, certamente a gente vai trazer um futuro melhor para aqueles que estão vindo, não só os atletas, mas é o que eu falo: a questão da cidadania, da formação, da proteção, da educação do futuro do nosso país. Eu acredito muito neste tripé: educação, esporte e cultura. Não adianta, não é? A gente sabe o quanto que isso foi importante em nossa vida e o quanto que é esse o nosso compromisso. Quando eu vejo um comitê olímpico, um comitê paralímpico falando que tem, dentro da sua essência, essa preocupação, já nos alivia, porque, no processo de defesa aqui dentro, seja de orçamento ou de qualquer lei que possa impactar no setor, a gente tem aqui, na confiança do trabalho de vocês, esse compromisso de que, para além das medalhas, tem o nosso compromisso da promoção da cidadania e do bem-estar coletivo da nossa sociedade. Gente, muito obrigada. Será a primeira de algumas, certamente nós teremos outros encontros. Gostaria muito de agradecer a presença de todos vocês. Temos perguntas aqui dos nossos internautas, mas eu vou encaminhar, nem vou ler - eu peço até desculpas aos internautas -, porque nós estamos com um horário um pouquinho avançado e todo esse pessoal que está aqui daqui a pouco vai estar na Câmara, eles têm que almoçar, porque eles também vão participar de um debate lá, com os nossos Deputados Federais. Então, vamos para o encerramento, agradecendo a participação de todos que estiveram presentes aqui, dirigentes, o nosso Presidente do COB, todo o seu staff, Presidentes de confederações, atletas olímpicos, enfim, a todos que estiveram aqui conosco nesta manhã extremamente produtiva. Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos e até a próxima semana. Um beijão para todo mundo. Valeu, gente! (Palmas.) (Iniciada às 10 horas e 28 minutos, a reunião é encerrada às 12 horas e 15 minutos.) |

