Notas Taquigráficas
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| R | A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Fala da Presidência. Por videoconferência.) - Havendo número regimental, declaro aberta a 26ª Reunião da Comissão de Esporte da 3ª Sessão Legislativa Ordinária da 57ª Legislatura, que se realiza nesta data, 14 de outubro de 2025. Antes de iniciarmos os nossos trabalhos, submeto à deliberação do Plenário a dispensa da leitura e a aprovação da Ata da 25ª reunião, realizada em 8 de outubro. As Sras. Senadoras e os Srs. Senadores que aprovarem, permaneçam como se encontram. (Pausa.) A ata está aprovada e será publicada no Diário do Senado Federal. Objetivos e diretrizes desta reunião. Esta reunião está dividida em duas partes. Primeiro, uma audiência pública interativa e, depois, uma reunião deliberativa. A primeira parte, que é a audiência pública interativa, destina-se à realização de audiência pública com o objetivo de debater o Programa Paradesporto Brasil em Rede (PPBR), como parte da avaliação da política pública da Comissão de Esporte, em atenção ao Requerimento nº 6, de 2025, da Comissão de Esporte, e ao Requerimento nº 40, de 2025, da Comissão de Esporte, os dois de minha autoria. A seguir, apresento os nossos convidados, com muita honra. E todos participarão por videoconferência. Estou aqui já agradecendo à intérprete de libras. Sr. Rodrigo Abreu de Freitas Machado, Coordenador-Geral de Planejamento e Monitoramento da Política Pública Paradesportiva. Muito bem-vindo. Sra. Andressa da Silva de Mello, Professora Adjunta no Departamento de Esportes da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da Universidade Federal de Minas Gerais. Muito bem-vinda, Andressa. A Sra. Ialuska Guerra, Professora Titular no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. Seja muito bem-vinda. Sr. Mário Sérgio Vaz da Silva, Docente no Curso de Educação Física da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Bem-vindo. A Sra. Marília Passos Magno e Silva, Professora na Faculdade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH), da Universidade Federal do Pará (UFPA). Seja bem-vinda. Seja bem-vinda, também, a Sra. Maria Furtado de Souza, Beneficiária do Programa Paradesporto Brasil em Rede. Que bom tê-la aqui. |
| R | E também seja muito bem-vinda, Sra. Rosenilda Aoyama, beneficiária do Programa Paradesporto Brasil em Rede. É muito bom você estar, Sra. Rosenilda. Eu informo, ainda, que foi convidada a Sra. Angelina Jamily Braga Oliveira, que também é beneficiária do Programa Paradesporto Brasil em Rede, que não pôde comparecer, pois está participando do Campeonato Brasileiro Loterias Caixas Jovens de Atletismo; e também a Sra. Jéssica Pedro Francisco, beneficiária do programa, que não pôde comparecer. Antes de passar a palavra aos nossos convidados, eu comunico que esta reunião será interativa, transmitida ao vivo e aberta à participação dos interessados por meio do Portal e-Cidadania, na internet, no endereço senado.leg.br/ecidadania ou pelo telefone 0800 0612211. E o relatório completo com todas as manifestações estará disponível no portal, assim como as apresentações que forem utilizadas pelos expositores. Na exposição inicial, cada convidado poderá fazer uso da palavra por até dez minutos e, ao fim das exposições, a palavra será concedida aos Parlamentares inscritos para fazerem suas perguntas ou comentários. Agora eu quero agradecer mais uma vez a presença de todas as nossas convidadas e dos nossos convidados para esta audiência pública, que faz parte do nosso trabalho, aqui na Comissão de Esporte, da avaliação de política pública. Fazendo aqui minha descrição, eu sou uma mulher branca, de cabelos castanho-claros, nos ombros; visto um vestido azul, estou numa sala iluminada, que tem um quadro e um espelho ao fundo, e estou sorrindo de felicidade nesta audiência. O nosso foco é o Programa Paradesporto Brasil em Rede, que teve início no ano passado, uma iniciativa muito importante do Ministério do Esporte. E o meu principal objetivo aqui sempre foi tirar as pessoas com deficiência de casa, para que elas pudessem exercer cidadania. Primeiro, como Presidente de uma ONG, o Instituto Mara Gabrilli, que eu fundei em 1997, há 28 anos, e depois na vida pública, nessas duas décadas de trabalho em prol da inclusão social. Eu costumo dizer que não há ferramenta mais poderosa de inclusão do que a educação e o esporte. E, quando a gente combina em um mesmo programa a educação e o esporte, como o é no Paradesporto Brasil em Rede, a política pública se torna muito mais eficiente. Tanto que a primeiras Paralimpíadas foram promovidas em 1960, em Roma, como uma forma de valorizar e reabilitar as diversas pessoas feridas na Segunda Guerra Mundial. Foram 400 atletas inscritos, de 23 países, na primeira edição dos jogos, e o lema adotado foi "Espírito em movimento". E, depois de Roma, em pouco tempo, 40 países já integravam o movimento paralímpico e ofereceram às pessoas com deficiência a possibilidade de praticar esportes em alto nível. |
| R | Os Jogos de Barcelona, em 1992, representaram um marco, porque, pela primeira vez, os Comitês Organizadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos trabalharam juntos, e vem sendo assim desde então. Tivemos as Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, quando recebemos atletas de 165 países, celebrando a paz, a amizade, a solidariedade por meio do esporte e, sobretudo, inspirando cada vez mais pessoas. (Manifestação de emoção.) Eu me emocionei porque eu estive lá e... Ah, eu vi até crianças sem deficiência assistindo aos jogos e falando: "Mãe, eu quero jogar basquete numa cadeira de rodas". Então, é muito encantador todo esse processo e o quanto isso consegue chegar tão longe para incluir as pessoas. Agora a gente tem a oportunidade que a nossa querida Presidente da Comissão de Esporte, a Senadora Leila Barros, nos deu de acompanhar e avaliar o primeiro ano de atividades do Programa Paradesporto Brasil em Rede (PPBR), do Ministério do Esporte. O PPBR busca democratizar o acesso de pessoas com deficiência ao paradesporto em todo o Brasil, mas também tem como objetivo criar uma rede colaborativa entre universidades e institutos federais para fomentar pesquisas científicas e trocas de experiências e para a formação de profissionais para a gestão esportiva e para o atendimento da população com deficiência. O nosso trabalho de avaliação quer contribuir com o PPBR, ajudando a identificar os sucessos e os desafios encontrados nesse primeiro ano, possibilitando ajustes, aprimoramentos e sempre com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência e de promover sua inclusão por meio do esporte. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, da qual eu tive a honra de ser a Relatora na Câmara dos Deputados, está completando dez anos da sanção. A lei garantiu, entre outras coisas, acessibilidade nos estádios, ginásios, assim como o incentivo da prática do paradesporto nas escolas, para crianças e jovens. Conseguimos também triplicar os recursos destinados ao esporte paraolímpico, advindos da arrecadação bruta das loterias federais. O resultado desses investimentos que vêm acontecendo ao longo dos últimos anos é que os atletas brasileiros subiram ao pódio 89 vezes nas últimas Paralimpíadas, em Paris, 2024. (Manifestação de emoção.) O Brasil terminou em quinto lugar no quadro geral de medalhas e conquistou 25 ouros! Dá orgulho demais nos nossos atletas com deficiência! Por isso, é muito gratificante estar aqui, com profissionais gestores e atletas que batalharam e batalham para ampliar o acesso ao esporte e dar a oportunidade de mais atletas virarem campeões. Aproveito até para parabenizar o trabalho do então Presidente Mizael Conrado, do CPB, durante as Paralimpíadas e os anos que as antecederam, porque deu um salto no nosso Paradesporto brasileiro. |
| R | Eu quero agradecer mais uma vez a presença de vocês, dos nossos queridos convidados, que irão nos contar como o PPBR acontece na prática. Então, vamos dar início às falas dos nossos convidados. E peço a licença ao representante do Ministério do Esporte, aos professores e pesquisadores, para começar com as nossas atletas, as estrelas do Programa Paradesporto Brasil em Rede. Então, com a palavra, a Sra. Maria Furtado de Souza, que faz parte do PPBR no campus de Juazeiro do Norte do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. Com você, Maria Furtado. A SRA. MARIA FURTADO DE SOUZA (Para expor. Por videoconferência.) - Boa tarde a todos. Sou Maria Furtado de Souza, tenho o apelido de Leliz. Tenho uma deficiência física, desde os nove meses, por conta de uma poliomielite. Estou nesse Programa Paradesporto Brasil em Rede desde agosto do ano passado. Ele tem me ajudado muito em participar de campeonato; eles estão me orientando sobre a questão de campeonatos nacionais oficiais. E, enfim, eu estou muito feliz com esse programa, participando desse projeto. (Pausa.) Então, a natação, para mim, trouxe qualidade de vida. Ela tem me ajudado na minha mobilidade, na minha autoestima, na autonomia. E o motivo de ter participado da natação era ter essa qualidade de vida melhor, né? E desde 2006 que eu pratico natação, mas só o ano passado, através do Programa Paradesporto Brasil em Rede, o PPBR, que eu tive a oportunidade de participar de campeonatos oficiais. Sobre melhorias do projeto, como eu não moro na mesma cidade em que existe o projeto... Eu moro numa cidade distante, eu não tenho transporte, eu não tenho ajuda de custo para transporte, eu vou sozinha... |
| R | Na minha cidade tem outras pessoas com deficiências que são atletas, mas elas não podem se deslocar do Crato ao Juazeiro por conta de custos financeiros. Eu estou indo sozinha, pegando Uber, moto Uber, entendeu? E como a minha deficiência é nos membros inferiores, eu sinto dores também na coluna. Ontem foi o dia em que eu mais senti dores, entendeu? Porque eu não posso pagar o carro Uber. Eu estou indo de moto. E outra coisa também: eu gostaria de saber se teria alguma ajuda nesse sentido, na questão do transporte e sobre fisioterapia. Eu tenho a maior dificuldade para conseguir fisioterapia. Na cidade em que eu moro, só disponibilizam em um instituto, que é bem distante da minha casa. Eles só liberam dez sessões de fisioterapia. Você coloca lá no sistema, vai ao médico, pede a solicitação e passa seis meses, sete meses para saírem essas dez sessões de fisioterapia. Em 2002, eu tive a chikungunya, passei muito mal, me senti mal. O médico prescreveu 60 sessões. Só foram solicitadas 20: dez em 2003 e dez em 2004. Entendeu? Então, eu gostaria de me ampliar mais no esporte, de participar de mais outras atividades, tênis de mesa, arremesso de peso. Mas, infelizmente, não está muito ao meu alcance. Eu faço o maior sacrifício para me deslocar da minha cidade ao Juazeiro, que é onde dá esse suporte de me orientar melhor para questões de campeonatos. Então são essas. E na minha cidade, como eu falei agora há pouco, tem muitos atletas que gostam, que participam. Eu sou também usuária do Sesc, e no Sesc tem. Só que no Sesc eles não são mais voltados para o paradesporto, são só atividades educativas, de lazer. Mais alguma coisa? Acho que só isso, né? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Ô, Maria Furtado, superimportante seu depoimento para a gente. Dessas informações a gente precisa para poder aprimorar o projeto. Obrigada pelo seu testemunho e sinceridade. Eu queria passar a palavra também para nossa outra atleta, Rosenilda Aoyama, que também é beneficiária do PPBR lá na Universidade Federal da Grande Dourados. Está com a palavra, Rosenilda. A SRA. ROSENILDA AOYAMA (Para expor. Por videoconferência.) - Dá para ouvir? Dá para ouvir? Está ouvindo? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Estou te ouvindo. A SRA. ROSENILDA AOYAMA (Por videoconferência.) - Meu nome é Rosenilda Aoyama, eu sou de Dourados, Mato Grosso do Sul. Eu sofri um acidente de trânsito em 2011, tive amputação de perna esquerda. Uso uma prótese. E aí, em 2011, eu sofri um acidente; em 2012, eu entrei no esporte. Entrei primeiro no basquete em cadeira de rodas, em que estou até hoje. Depois, em 2014, eu entrei no atletismo, arremesso de peso, lançamento de dardo e disco. E participei de outras modalidades também, handebol... E fui conhecendo outros esportes, mas eu fiquei mesmo foi no basquete e no atletismo. E acho que dois anos atrás, algum tempo atrás, eu conheci o projeto que é o Brasil em Rede, que é do crossfit aqui na minha cidade, que me ajudou bastante em relação ao arremesso do peso, lançamento do dardo, do disco. |
| R | Eu fui muito bem acolhida lá. E eu encontro outras pessoas também - mesmo que não sejam atletas, elas querem participar -, e a gente já formou um grupo bem grande aqui na minha cidade, no meu estado. O projeto também atende o escolar, e me beneficia muito bem. Em relação ao transporte, de que a Maria falou, a gente aqui um ajuda o outro, um dá carona para um, outro dá carona. Eu tenho carro, e aí eu passo na casa de um, passo na casa de outro. Aí quem vai de ônibus, na hora de ir embora, na hora que acaba os treinos, um dá carona, outro dá carona, então a gente vai se ajudando dessa forma aqui. Que mais? É muito bom esse projeto, a gente tem muito apoio dos professores, dos estagiários, que acabam (Falha no áudio.)... também, tem lesão medular no nosso grupo, tem outras pessoas que precisam muito do apoio dos estagiários, e a gente tem esse apoio dos estagiários aqui. E esse programa chegou na hora certa na minha vida, na vida de muitos aqui, eu acredito também, porque tem uns que já, dia de semana... "ó, tal dia e tal dia tem crossfit". E aí a gente já se programa para não faltar, para estar sempre ali junto, todo mundo junto. Nós temos um grupo onde ficam cobrando, "ó, hoje tem treino, bora, bora". Tem apoiado muito bem a gente aqui. Eu estou muito grata. Gratidão a esse programa, a vocês que estão apoiando a gente. A gente precisa, assim, sei lá, no meu modo de ver, a melhoria mais material mesmo, assim, de uso de atleta mesmo. A gente precisa. Eu, que sou atleta, que preciso do peso, do dardo, do disco, eu ganhei um patrocínio do Sicredi, um tempo atrás, e comprei um dardo, R$2 mil um dardo. Eu precisava do dardo, aí eu fui lá e comprei para mim, porque a gente não tinha, mas não tinha o programa ainda também, né? A gente foi se virando. E acho que é só. Muito bom, muito bom. Estou muito satisfeita com o programa. Quem estiver começando... A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Ai, Rosenilda, você me deixou morrendo de curiosidade de assistir você no crossfit. A SRA. ROSENILDA AOYAMA (Por videoconferência.) - É muito bom. A Profa. Josi montou esse projeto um tempo atrás, e ninguém ia, e não encontrava ninguém. Aí, um amigo dela, que é professor de atletismo também, falou: "Ô, Rose, você não quer entrar lá no crossfit?". "Quero." Aí já fui, já levei um cadeirante, dois cadeirantes e um amputado. E aí eu vejo os outros na rua, os deficientes na rua: "Ô, vamos fazer crossfit?". "Ah, não, crossfit nós não dá conta." "Não, lá é muito bom, tem estagiário que ajuda a gente, e é crossfit adaptive, a professora falou". Você faz do seu jeito, no seu tempo. |
| R | A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Então, você vai ter que mandar um vídeo. A SRA. ROSENILDA AOYAMA (Por videoconferência.) - Oi? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Você vai ter que mandar um vídeo de vocês, porque eu fiquei doida para ver. A SRA. ROSENILDA AOYAMA (Por videoconferência.) - Mando sim, mando. A gente tem muito vídeo não só meu, de amputada, mas tem outros deficientes também. Tem amputado de braço, amputado de perna, cadeirante, lesão medular, má formação congênita, PC, DI... Vixe! Tudo. Nós abraçamos todo mundo que quiser chegar. (Risos.) A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Ai, Rosenilda, super obrigada pela sua fala. A SRA. ROSENILDA AOYAMA (Por videoconferência.) - De nada. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Maravilhosa! Mas o vídeo é sério, viu? Você me deixou curiosa. Quero ver a galera toda. A SRA. ROSENILDA AOYAMA (Por videoconferência.) - Eu vou mandar para você. Vou entrar no seu Instagram e vou mandar. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Está bom. Eu vou adorar. Eu queria aproveitar também, porque tem pessoas que estão assistindo a gente fazer essa discussão... Por exemplo, a Irina, de São Paulo, está perguntando: "Quais medidas específicas pretendem adotar para garantir a efetiva participação de pessoas autistas que podem ter desafios sensoriais?" Até estou fazendo as perguntas para os nossos professores já poderem responder. E o Felipe, do Paraná, perguntou: "Para descobrir e formar grandes atletas, é fundamental treinadores de igual nível. Esse programa tem alguma ação nesse sentido?" Então, ficam aí as perguntas. Quero passar a palavra agora para a Sra. Ialuska Guerra, que é professora titular no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. Obrigada, Sra. Ialuska. A SRA. IALUSKA GUERRA (Para expor. Por videoconferência.) - Boa tarde. Gostaria de agradecer a oportunidade de estar aqui para a gente falar sobre esse nosso projeto. Eu chamo de nosso, porque ele é uma rede de colaboração entre o ministério, entre as instituições, entre nós que fazemos o projeto e os participantes. Por isso que a gente diz que esse é o nosso projeto. Eu queria fazer uma pequena apresentação, que vou tentar compartilhar aqui com vocês. Está me pedindo para enviar uma solicitação para que eu possa fazer a apresentação. Vocês estão me ouvindo? Conseguem me ouvir? (Pausa.) Pronto, estou tentando compartilhar aqui a apresentação. Conseguem ver a apresentação? (Pausa.) Está apresentando? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Dá para ver. A SRA. IALUSKA GUERRA (Por videoconferência.) - Está em modo apresentação agora? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Está. Núcleo de atendimento... A SRA. IALUSKA GUERRA (Por videoconferência.) - Pronto, perfeito. Eu gostaria de cumprimentar a Senadora Mara Gabrilli, na pessoa de quem cumprimento todos os demais Senadores desta Comissão e todos os participantes. Cumprimento também o Rodrigo, na pessoa de quem eu cumprimento toda a Secretaria Nacional de Paradesporto e todos os meus colegas coordenadores e professores também. E cumprimento a Maria Furtado, na pessoa de quem cumprimento todos os beneficiários desse programa. A gente vai falar um pouco agora sobre o Núcleo de Atendimento do PPBR (Programa Paradesporto Brasil em Rede), que acontece no Instituto Federal do Ceará, campus Juazeiro do Norte. |
| R | O Instituto Federal do Ceará, campus Juazeiro do Norte, fica na região do Cariri, na região metropolitana do Cariri, no Estado do Ceará, é bem distante aqui, mais de 500km da capital, então nós estamos realmente bem no interiorzão, na região do Cariri. E, como ele faz parte de uma região metropolitana, esse projeto acaba abrangendo outras cidades, né? Como o caso do Crato, nós temos beneficiários como a Leliz, do Crato, a gente tem beneficiários também em Brejo Santo e em outras localidades também aqui próximas à cidade de Juazeiro. E a nossa equipe técnica é composta por mim e por mais cinco acadêmicos do curso de Educação Física, Acsa, Alexsander, Amália, Cássio e Thiago, além de outros alunos que eventualmente colaboram com o projeto em forma de voluntariado. O nosso público atendido, a nossa meta inicial do programa era de 40 atendimentos, e a gente fechou o ano, de 2024, um pouco acima, com 44; em 2025, essa meta subiu para 50 pessoas a serem atendidas, nós já estamos com 56, e ainda temos uma lista de espera para podermos atender a esse público. Então, a gente atende hoje as deficiências visuais, a deficiência física, a deficiência auditiva, a deficiência intelectual, o transtorno do espectro autista, então, para quem perguntou como é que a gente faz para atender pessoas com TEA, com essa sensibilidade sensorial, a gente tem aqui também no nosso núcleo esse atendimento. E também é uma pessoa que tem deficiência múltipla, tem síndrome de DiGeorge, que é uma deficiência que traz deficiência física, deficiência intelectual. E a nossa meta: nós estamos buscando aqui alcançar 50% de atendimento feminino, nós estamos atualmente com 21,4% desse atendimento sendo realizado para meninas e mulheres. Então, o que é que a gente faz no Programa Paradesporto Brasil em Rede? O que é que a gente faz aqui? A gente trabalha na tríade do ensino superior: a gente trabalha com a extensão, com a pesquisa e com o ensino. Com a extensão, a gente tem a participação da comunidade, tanto da comunidade interna do IFCE, quanto da comunidade externa, através da oferta de modalidades paradesportivas, também de apoio técnico na realização de eventos paradesportivos, ofertas de oficinas e vivências de modalidades paradesportivas. Na questão da pesquisa, a gente tem a produção e a disseminação científica, a gente tem um grupo de pesquisa, a gente faz publicações em periódicos e anais de Congresso e também participa de eventos científicos. E, no ensino, a gente tem um acesso, uma articulação, através do curso de graduação em Educação Física, com a perspectiva da curricularização da extensão no ensino superior; e a gente tem a formação continuada. Então, para quem perguntou também sobre a questão de formar técnicos qualificados, os nossos bolsistas fazem formação continuada específica, fazem cursos do CPB, fazem outras formações, a gente tem as sessões de estudo, e nós temos também o que a gente chama de formação flexível, que são alguns seminários, principalmente, os ministrados pelo Centro de Referência Paralímpico do Ceará (CRP), onde a gente tem vários seminários sobre as modalidades paradesportivas. E aí, falando das nossas modalidades, a gente, aqui no núcleo, trabalha com a bocha paralímpica, com o halterofilismo paralímpico, com a natação - natação para pessoas surdas, natação para pessoas com transtorno de neurodesenvolvimento, como autismo, TDAH, TOD -, o voleibol para pessoas surdas e com deficiência intelectual; o atletismo também para pessoas com deficiência intelectual; e o futsal também para pessoas com deficiência intelectual e surdas. |
| R | E há alguns destaques. Na bocha, aqui, a gente conseguiu, através do Programa Paradesporto Brasil em Rede, ter o primeiro atleta juazeirense a participar de um Campeonato Regional Nordeste de Bocha Paralímpica, né? Esse atleta foi o primeiro colocado. Ele é um atleta BC1 e fez a classificação funcional. Ele foi o primeiro colocado no Campeonato Aliança Nordeste de Bocha Paralímpica, na etapa de Fortaleza. É um evento que tem o apoio da Ande. No halterofilismo paralímpico - a gente também trabalha com essa modalidade aqui -, a gente também tem alguns destaques. A gente conseguiu medalha de prata nas Paralimpíadas Escolares de 2024; conseguimos recentemente uma medalha de prata no Meeting Paralímpico também, a etapa que aconteceu em Natal, na categoria até 54kg; medalha de bronze na categoria até 49kg; e tivemos dois atletas convocados a participar do Camping Paralímpico neste ano de 2025, que é o Itamar e o Vítor, que são atletas ainda em idade escolar, mas que já estão competindo aí nos meetings abertos. Todos os dois começaram o halterofilismo aqui no PPBR - eles nunca tinham praticado, começaram aqui com a gente - e já estão conseguindo aí resultados incríveis. Mas a gente também tem alguns desafios: principalmente com relação ao transporte adaptado, porque as pessoas com bocha têm um comprometimento elevado; também a questão do material oficial, porque a gente trabalha aqui com halterofilismo na academia do instituto, que a gente tem aqui, no laboratório que a gente tem no curso de Educação Física, mas a gente não tem um banco de para-halterofilismo oficial, as barras e as anilhas oficiais; e também a questão de conseguir mais recursos aí para participar desses campeonatos, porque são vários campeonatos durante o ano e aí a gente tem buscar alternativas para conseguir levar esse pessoal para competição. Com relação à natação, a gente tem natação para jovens e adultos pessoas surdas, pessoas com deficiência intelectual. A gente também teve alguns destaques nessa modalidade, a gente conseguiu alguns resultados. O resultado mais expressivo a gente conseguiu em maio deste ano, com a nossa atleta Klarissa, que conseguiu a terceira colocação no Campeonato Brasileiro de Natação de Surdos da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos. Ela conseguiu na prova de 50 livre uma terceira colocação. É uma atleta que iniciou nadando aqui com a gente também e que já está conseguindo aí esses resultados em decorrência do trabalho que é feito aqui no programa. Com relação ao futsal de surdos, a gente também tem alguns destaques. A gente conseguiu a terceira colocação na Copa Cearense de Futsal de Surdos e a segunda colocação no Campeonato Cearense também, já este ano. E os desafios ainda continuam: conseguir mais recursos para ampliar a possibilidade de participação em campeonatos. Como o futsal é uma modalidade coletiva, a gente tem alguma dificuldade com relação a transporte, hospedagem desses atletas para participar dessas competições, alimentação, tudo. A natação, o nosso principal... A gente tem uma natação que a gente chama de natação infantil. Essa natação infantil é com pessoas com transtornos do neurodesenvolvimento, com TEA. E o nosso principal resultado é a evolução desses meninos. |
| R | Com relação ao futsal DI, ao voleibol e ao atletismo, o nosso destaque é para a participação, para o lazer e para a saúde, porque, através dessas modalidades, eles estão conseguindo interagir, estão conseguindo socializar, estão conseguindo também melhorar a sua condição de saúde. Uma outra coisa que a gente faz aqui é o apoio técnico para a realização de eventos paradesportivos. O nosso principal evento são os jogos escolares na modalidade paradesportiva, que é o Parajejunos. É um evento organizado pela prefeitura municipal, pela Secretaria de Esporte e Juventude, mas que a gente faz, a assessoria técnica aqui. Inclusive, este ano, pela primeira vez, ele foi realizado aqui no instituto, junto com todo o suporte do Programa Paradesporto Brasil em Rede. Além disso, a gente, na perspectiva de formação profissional, oferece oficinas e vivências, falando sobre paradesporto, fazendo as vivências das modalidades em escolas, também junto à Seduc, que é a Secretaria de Educação, junto à Sejuv, que é a Secretaria de Esportes e Juventude, para ajudar na formação dos profissionais e para disseminar a prática paradesportiva, conscientizar as pessoas de que, sim, as pessoas com deficiência têm o direito social de fazer paradesporto. Então, a gente trabalha junto com essas escolas e com essas instituições na nossa cidade, fazendo essa disseminação. Com relação à produção científica, estamos produzindo os manuais das modalidades, que estão em andamento; temos capítulos de livro: três já publicados e um em andamento; artigos submetidos; apresentamos vários resumos em eventos; também trabalhamos em consonância com o ensino nos trabalhos de conclusão de curso: temos dois concluídos e dois em andamento - esses são alguns exemplos -; e a gente tem o Grupo de Pesquisa em Atividade Motora Adaptada e Paradesporto, vinculado ao CNPq e certificado aqui pela nossa instituição. Além disso, com a formação regular, a gente tem, como eu já falei, a curricularização da extensão através das disciplinas do curso de graduação em Educação Física e a formação dos nossos bolsistas através da formação continuada específica e da formação flexível. Então, tudo isso é o que a gente faz aqui no nosso núcleo do Programa Paradesporto Brasil em Rede, do Instituto Federal. Eu gostaria de agradecer ao Ministério do Esporte pelo fomento a esse programa, que consegue nos proporcionar que a gente execute esse programa aqui. Quero agradecer ao Instituto Federal na pessoa do Reitor Wally Menezes, na pessoa do Diretor do campus, Prof. Alex Jussileno, à Pró-Reitora de Extensão, Profa. Uchoa, e quero agradecer também à Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte, que também sempre nos ajuda aí com relação às passagens para levar os meninos. Quero agradecer também à secretaria estadual, que também nos ajuda quando a gente vai participar dos campeonatos, nessa logística. Enfim, quero agradecer principalmente a todos os beneficiários do programa, que acreditam no nosso trabalho, que confiam nesse programa, confiam na nossa instituição, confiam no ministério, para que a gente possa estar, cada vez mais, contribuindo para o paradesporto no nosso país. E faço um agradecimento muito especial às mães das crianças com transtorno no neurodesenvolvimento, porque elas trazem as crianças para cá. A gente hoje tem fila de espera, porque a gente não consegue atender todas, já que esse atendimento é individualizado. Embora seja feito de forma coletiva, cada criança fica como bolsista, é um trabalho que a gente faz no meio aquático, então a gente realmente precisa de que cada criança tenha um bolsista naquele momento para fazer esse atendimento. |
| R | Então quero deixar esse agradecimento todo especial. E agradecer aos meus alunos bolsistas e aos meus alunos de curso de Educação Física, que também nos ajudam a realizar esse trabalho. Enfim, esse é o nosso programa, é assim que ele acontece aqui em Juazeiro do Norte, e eu estou à disposição para quaisquer dúvidas que vocês possam ter e quaisquer perguntas. A gente está aqui para responder. Muito obrigada a todos. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Obrigada a você, Profa. Ialuska. Obrigada por todas as informações. Eu queria dizer para vocês que está presente, na nossa sala da Comissão, a querida Rosinha, Roseane Estrela - nem consigo falar esse nome, porque para mim é Rosinha, para sempre Rosinha. A Rosinha foi Deputada comigo, e hoje a Rosinha é Diretora do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos, Diretora Institucional. E quero te dar um beijo, Rosinha. E ainda quero agradecer à Rosinha, porque fui eu, a Rosinha e, na época, o Walter Tosta, que juntos conseguimos criar a Comissão permanente de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência na Câmara. Então, a gente sempre tem que agradecer a participação da Rosinha. Um beijo, minha amiga, fica com Deus! Ah, estou vendo você aí! A Rosinha faz muito pelo esporte, sempre! Bom, agora com a palavra o Sr. Mário Sérgio Vaz da Silva, Professor Titular, docente no curso de Educação Física da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Professor, com o senhor está a palavra. O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Para expor. Por videoconferência.) - Boa tarde. Vou compartilhar também a minha apresentação. (Pausa.) Estão visualizando ou eu caí? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Você não caiu, mas... O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - Ah, tá. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Você está aí, mas não estamos visualizando. O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - É, eu estou tentando compartilhar a minha tela aqui. Só um pouquinho então. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Tá. O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - Não estou localizando a minha apresentação aqui, só um momentinho, tá? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Claro. (Pausa.) Ah, apareceu, Professor! O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - Apareceu, né? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - É. O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - O.k.? Está certo a apresentação aí, está em exposição para vocês? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Está. O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - Tá. Então, primeiro quero cumprimentar a Sra. Senadora Mara Gabrilli, que está coordenando esta sessão, bem como a Presidente desta Comissão, a Senadora Leila Barros, os demais Senadores que compõem esta Comissão de Esporte, as autoridades presentes e as pessoas que estão nos assistindo. |
| R | É muito prazer estar nesta sessão, podendo apresentar os nossos trabalhos, bem como representar também os outros núcleos que compõem o Programa Paradesporto Brasil em Rede da Região Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Eu sou o Prof. Mário Sérgio Vaz da Silva, e nós atendemos o núcleo da Universidade Federal da Grande Dourados. Quero agradecer imensamente também ao Ministério do Esporte em relação à Secretaria Nacional de Paradesporto (SNPar), a todas as pessoas envolvidas no Programa Paradesporto Brasil em Rede e à Coordenação do nosso núcleo gestor. Vou comentar e fazer a apresentação do nosso núcleo. Dentro de uma linha temporal, nós começamos as nossas atividades em 2023, realizamos todos os aspectos administrativos e, quando foi efetuado o TED 05, demos início às atividades no mês de junho, fazendo a seleção dos estagiários bolsistas através de edital, juntamente com a nossa fundação que administra todo esse recurso, e realizamos a compra dos materiais esportivos. Em 2024, ocorreu o primeiro termo aditivo. Dando sequência aos nossos trabalhos, realizamos novos editais para selecionar os nossos acadêmicos, bem como as capacitações. Então, todos os acadêmicos que participam do nosso projeto recebem capacitações de forma direta e indireta, além da formação que tem com as disciplinas dos cursos. Em 2024, o programa se tornou política pública, e, em 2025, foi realizado o segundo termo aditivo em relação a recursos financeiros para o nosso programa. Dourados está localizada na região centro-sul do Estado do Mato Grosso do Sul - chama-se Grande Dourados porque abarca vários municípios - e serve de apoio para esses outros municípios menores. Dourados tem uma população em torno de 250 mil habitantes. Uma característica que eu quis expor... A UFGD, a nossa universidade, se localiza a 15km do centro da cidade. Então, nós temos esta dificuldade de deslocamento até as estruturas da universidade, e isso fez com que nós, para atender à demanda do nosso projeto, realizássemos parcerias por conta da questão da estrutura física. Nós temos duas parcerias, dois atendimentos, que são: a Academia Newin CrossFit, que está no centro da cidade, e a Associação Esportiva Dourados Paralímpico, que está localizada no estádio municipal. No ano passado, também firmamos uma parceria com uma professora da universidade que realiza uma atividade de jiu-jítsu no Município de Naviraí, a 130km de Dourados. Então, atualmente nós estamos com esses três polos de atendimento: o crossfit, o atletismo e o jiu-jítsu. |
| R | Essa é toda a nossa equipe. Então, na equipe do crossfit, nós temos a Profa. Josiane como a grande responsável pela atividade do crossfit, junto com os nossos estagiários. A Profa. Juliana está vinculada ao curso Letras Libras, que dá o apoio de Libras em relação aos nossos beneficiários com deficiências auditivas. Os Profs. Leandro e Rafael são professores vinculados à Associação Esportiva Dourados Paralímpico, e lá nós temos os nossos estagiários que dão suporte aos professores. A Profa. Mariana Dezinha, que eu falei, é Professora da UFGD e desenvolve esse projeto de extensão lá em Naviraí, junto com o Prof. Rafael e os seus estagiários. Realizamos todo o atendimento e o suporte nas atividades físicas. Também temos parceria com o curso de Nutrição, cujo núcleo de pesquisa, o Neepan, dá esse apoio e também dá orientação alimentar para os nossos beneficiários do crossfit e jiu-jítsu, e aí compõe também a comissão nossa de pesquisa, que está dando o direcionamento dos nossos trabalhos, e o curso de Letra Libras, com a Profa. Juliana e com a Profa. Mariana Dezinha. Então, no crossfit, realizamos essa parceria com a Academia Newin. Eles disponibilizaram um horário à tarde, nas terças e quintas-feiras. Não tem nenhum ganho, nenhum retorno financeiro, foi cedido esse espaço para que possamos desenvolver as nossas atividades do PPBR. O atletismo já é uma modalidade paralímpica realizada no estádio municipal de Dourados. Então, é uma parceria junto com a Associação Esportiva Dourados Paralímpico, e aí nossos acadêmicos participam junto aos treinamentos desses escolares. Então, é um atendimento aos escolares e esses escolares participam das competições em nível nacional e também em nível internacional. O jiu-jítsu, como eu comentei, inicialmente, era um atendimento às pessoas com deficiências auditivas, mas aí o projeto deu certo, começaram a fazer todo um atendimento às outras deficiências. Recentemente, fizeram um convênio com a prefeitura municipal e hoje o atendimento está com fila de espera em relação ao jiu-jítsu. Então, aqui é o momento em que nós fomos fazer as avaliações físicas e os momentos dos treinamentos físicos durante a semana. Aqui são os materiais que foram adquiridos em 2023. A aquisição desses materiais, bem como os outros materiais que utilizamos são das estruturas tanto da academia, quanto da associação, quanto da escola de jiu-jítsu. Então, nós tivemos um recurso com o qual fizemos a compra desses equipamentos e materiais de consumo para atender a essa demanda. |
| R | Em relação aos beneficiários, nós estamos com seis deficientes visuais, 28 com deficiência física, 35 com deficiência intelectual, 14 com deficiência auditiva e surdez, 22 com TEA e quatro com deficiências múltiplas. No primeiro momento, a nossa meta era de 60 beneficiários, e nós atingimos 62 beneficiários. No segundo termo aditivo, a nossa meta passou para cem beneficiários, e hoje nós estamos atendendo 109 beneficiários. Acabamos de fechar uma parceria com a Apae de Dourados, em que vamos utilizar a estrutura da escola da Apae; e aí também vai aumentar esse número de beneficiários do nosso núcleo, porque nós vamos entrar com outras modalidades, como natação, futsal, que vão ser incluídas no nosso núcleo. Dentro desses 109 beneficiários, 49 são do sexo feminino, e 60 do sexo masculino. Só repetindo, em relação às vagas abertas e preenchidas, nós estamos acima da meta proposta pelo nosso plano de trabalho. Dentro da nossa organização, já passaram conosco dez alunos, que já concluíram o curso. Em andamento, nós estamos com 20 alunos estagiários - nós estamos também trabalhando com a curricularização da extensão; então, esses alunos são voluntários. Desenvolvemos seis trabalhos de conclusão de curso desses alunos, e, atualmente, nós estamos com sete alunos desenvolvendo trabalho de conclusão de curso. Nós não temos nenhum aluno de pós-graduação, mas participamos de congressos regionais, nacionais e internacionais e temos incentivado que os nossos acadêmicos apresentem os seus trabalhos. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - Então, dos nossos treinos participa o grupo com todas as deficiências; os exercícios são direcionados de acordo com a deficiência do beneficiário, e a intensidade do exercício ou a prescrição é de acordo também com aquilo, com a capacidade de desenvolvimento do beneficiário. Então, a orientação... Existe um circuito, o crossfit tem uma dinâmica, mas essa dinâmica é adaptada em relação ao que o aluno, ao que o beneficiário consegue realizar. E também realizamos adaptações de baixo custo, como as que vocês podem ter observado no vídeo. |
| R | Está aqui a Rose. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - Então, Sra. Senadora Mara Gabrilli, a Rose realizando aqui o seu treino de crossfit. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - Nós temos dois momentos neste vídeo: um é a gente realizando a avaliação física do crossfit, e a Profa. Juliana fazendo todo o trabalho de comunicação de intérprete com os beneficiários, com as pessoas com deficiência auditiva. E nesse outro vídeo, no jiu-jítsu, tem a acadêmica Daniela, que é do curso Letras Libras, que faz uma capacitação, ela ensina Libras às outras crianças do jiu-jítsu com as outras deficiências para fazer a comunicação em Libras. Então, existe também todo esse trabalho de aprendizagem e de formação dos nossos beneficiários. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. MÁRIO SÉRGIO VAZ DA SILVA (Por videoconferência.) - Eu faço um destaque aqui para esse beneficiário que tem mielomeningocele. Quando nós fizemos a avaliação física dele em outubro de 2024, ele não conseguiu realizar o teste de seis minutos, que é caminhar por seis minutos - ele não conseguiu realizar. E já agora, em junho de 2025, ele conseguiu caminhar 70m e, na última avaliação, neste mês de outubro, um ano, ele já conseguiu caminhar 325m no teste de seis minutos. Aqui nós temos alguns certificados das nossas publicações, incentivando os trabalhos de TCC dos nossos acadêmicos, os congressos regionais, publicamos dois capítulos de livro, participamos de congressos nacionais e internacionais. Está em construção manual em Libras do crossfit, tem um artigo submetido, e estamos também trabalhando com outros artigos com os dados do nosso núcleo. Em fevereiro de 2024, os nossos acadêmicos participaram do processo de formação pedagógica junto aos professores do Município de Dourados e ministraram palestra aos professores do Município de Dourados falando sobre o paradesporto. As barreiras que nós temos encontrado, que os alunos têm relatado. Até um acadêmico nosso, o Wesley, vai desenvolver o TCC dele em relação às barreiras dos nossos beneficiários em participar do programa. A grande questão é a dificuldade do transporte: por mais que seja uma região centralizada dos nossos polos, eles têm dificuldade nesse deslocamento. No caso específico do crossfit, devido ao horário que foi disponibilizado, que é no início da tarde, no período vespertino, terça e quinta, os alunos começam a treinar, mas acabam conseguindo um emprego, uma lotação e abandonam o treino por conta de incompatibilidade dos horários. |
| R | Outra situação é a dependência do acompanhante: às vezes, o acompanhante tem dificuldade em levar o beneficiário aos treinos, por questão de compromissos. E tem a questão do horário que nós oferecemos a atividade. Como nós não temos estrutura nossa da universidade, para que possamos ofertar em outros horários, no horário noturno, por exemplo, que fica com maior acesso, maior disponibilidade para o aluno poder frequentar, esse é o grande empecilho do nosso núcleo em relação à participação nas atividades. Também tenho participado dos eventos. O estado criou o Festival Surdolímpico, nós fomos parceiros desse evento e, desde 2018, nós participamos também como parceiro do Festival Paralímpico. Isso acabou nos credenciando a participar do PPBR. Então, eu só tenho a agradecer ao PPBR, aos núcleos envolvidos, ao compartilhamento de experiências, à gestão, ao Ministério do Esporte, à universidade pelo apoio, e aos beneficiários que acabam se desdobrando para participar dos três polos. Uma coisa que seria interessante é que, como agora se tornou uma política pública, fica mais tranquilo para que a gente possa realizar um planejamento maior das atividades, porque, até então, a gente dependia da renovação dos TEDs, dependia do termo aditivo. Então, a gente também necessita desse planejamento a longo prazo, por meio do qual nós possamos planejar e melhorar o nosso trabalho, o que também requer uma melhoria das estruturas. Como eu relatei, se a universidade tivesse uma estrutura adequada no centro de Dourados, o trabalho seria muito mais rico. Não que as parcerias não sejam importantes, mas daí teria mais disponibilidade de horário. Aqui o nosso endereço nas redes sociais. Eu agradeço e termino a minha apresentação. Muito obrigado. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Nossa, Professor, muito, muito obrigada! Eu pude ver até o crossfit, fiquei feliz. Parabéns, parabéns pela extensão do projeto, de conseguir não deixar ninguém para trás. |
| R | Eu quero passar a palavra para a Marília Passos Magno e Silva, que é professora na Faculdade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e no Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento Humano da UFPA (Universidade Federal do Pará). Marília, você está com a palavra. A SRA. MARÍLIA PASSOS MAGNO E SILVA (Para expor. Por videoconferência.) - Boa tarde a todos os presentes. Saúdo a todos na pessoa da Presidente Leila Barros e também na da Senadora Mara Gabrilli. É uma honra, Senadora, poder participar deste momento e principalmente conhecê-la não presencialmente, mas ao vivo aqui, por meio da nossa tecnologia. Saúdo também todos os meus colegas, a Profa. Andressa e os beneficiários que fazem parte do programa. Eu vou tentar fazer um compartilhamento aqui da apresentação, mas está bloqueado, ainda não consegui. Acho que precisa liberar o acesso. (Pausa.) Já está aparecendo para vocês? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP) - Começou. Apareceu, Marília. A SRA. MARÍLIA PASSOS MAGNO E SILVA (Por videoconferência.) - Muito obrigada. Vou arrastar aqui ao lado. Bom, então, vou iniciar aqui a minha fala. Eu coordeno atualmente o PPBR, o núcleo que ocorre na UFPA, e vou fazer uma breve apresentação aqui sobre as nossas atividades. Um breve histórico. Nós iniciamos, ainda em 2019, como um projeto de extensão universitária, em parceria com o próprio Comitê Paralímpico Brasileiro, e, ao longo desses anos até hoje, nós já tivemos aí um crescimento tanto da extensão do nosso projeto quanto das ações e número de participantes. No período da pandemia, nós tivemos a suspensão desse projeto, e a retomada, em 2022, quando atualizamos o projeto para um programa de extensão, porque hoje tem vários projetos dentro desse programa universitário. E, depois, a partir de 2023, no final de dezembro, nós iniciamos a integração na rede do PPBR. Em 2024, tivemos recursos disponíveis para iniciar os nossos objetivos do projeto. E, em 2025, neste ano, nós nos tornamos também centro de referência junto ao Comitê Paralímpico Brasileiro. Então, acho muito interessante mostrar aqui que a integração de projetos institucionais, de projetos junto ao Ministério do Esporte e também ao Comitê Paralímpico Brasileiro, a integração dessa rede é muito importante para que a gente construa e consiga perpetuar as atividades para pessoas com deficiência na nossa região. Em referência às produções na área de ensino e pesquisa, a gente tem tido um crescente número de produções, porque nós envolvemos tanto alunos de graduação de diferentes cursos, como Educação Física, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, assim como também estamos vinculados a um programa de pós-graduação que permite que a gente faça um desenvolvimento de apresentação de trabalhos em congressos, assim como também submissão de artigos, e manuais e capítulos de livros, outras produções acadêmicas que estão no nosso objetivo de projeto. |
| R | Dentro das atividades de ensino, a gente tem as aulas de graduação, então, atualmente, alunos de graduação do curso de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional realizam atividades práticas da graduação dentro do projeto do PPBR, dentro das práticas das modalidades que são ofertadas. Temos ainda também o estágio obrigatório em Fisioterapia na área esportiva e também em Educação Física. Os alunos de estágio, já em nível de formação final, precisam passar por essa área tanto para o atendimento de atletas com deficiência, como também os alunos do curso de Educação Física, na formação e na oferta dessas modalidades. Temos ainda a participação de alunos de pós-graduação que estão vinculados ao PPBR para o desenvolvimento das pesquisas, mas, atualmente, como parte integrante da disciplina que eu ministro, os alunos têm a obrigatoriedade de participar e vivenciar também as modalidades paralímpicas, mesmo que os projetos iniciais de mestrado deles não sejam na área do paradesporto. Então, tem sido uma construção muito interessante, porque nós temos alunos dos cursos de Fisioterapia, por exemplo, que fazem mestrado em Fisioterapia, mas na área de respiratória, que não entendiam como a fisioterapia respiratória poderia auxiliar também no desenvolvimento de pesquisas na área do paradesporto. A gente começa a criar essa nova visão, esse novo olhar com relação a outras áreas que podem integrar também desenvolvimento de pesquisas nessa área. Outra ação que nós fazemos são as oficinas - como a gente já viu também, há outros núcleos que as realizam - de modalidades adaptadas, em que a gente recebe alunos de escolas de ensino médio e fundamental - nós fazemos visitas nessas escolas ou também os recebemos na própria UFPA para que eles vivenciem essas modalidades paradesportivas - e também alunos de outras instituições de ensino superior tanto públicas quanto privadas. Nós recebemos esses alunos para as apresentações dessas modalidades e vivência. Também nós realizamos, em parceria com a Educação Paralímpica do Comitê Paralímpico Brasileiro, diversos cursos de formação, formatos de seminário, para que a gente traga novas modalidades e a possibilidade de estabelecer novas práticas dentro do projeto. Aqui são algumas imagens dessas dez oficinas que a gente realiza com alunos de outras instituições externas. Essa da imagem de baixo foi realizada hoje de manhã, então, com uma turma bem grande de uma instituição externa particular. Nós realizamos atendimento em fisioterapia, cujo foco é na fisioterapia para atletas com deficiência. Com relação à pesquisa, a gente tem uma vinculação com o Laboratório de Atividade Física Adaptada, que até então é coordenado pelo Prof. Anselmo de Athayde Costa e Silva, e também com o Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano. Atualmente nós temos três TCCs com temáticas de paradesporto, seis dissertações de mestrado sendo produzidas também com temáticas variadas no paradesporto e uma tese de doutorado em parceria com um outro programa na UFPA - atualmente nós ainda não temos doutorado no PPGCMH -, além de artigos publicados e trabalhos científicos. Esse aqui é um quadro que apresenta as modalidades que nós ofertamos, de forma geral, na estrutura. No PPBR, nós iniciamos com o atletismo, a bocha, paraesgrima, paradança e o tiro com arco. Porém, com o crescimento e a vinculação ao centro de referência e a outras associações, clubes e equipes locais, hoje a gente também consegue ofertar outras atividades, como musculação, pararremo, a paracanoagem, o golbol, o rúgbi em cadeira de rodas, badminton, vôlei sentado e também tênis de mesa. E essas ações só acontecem, porque a gente realmente consegue integrar diferentes estruturas e clubes locais. |
| R | Aqui nós temos a paradança, que é realizada em parceria com a Cia. do Nosso Jeito. E o foco desse grupo na paradança são crianças com deficiência. Eles já são uma equipe de paradança muito reconhecida, com participação em competições inclusive internacionais de paradança e têm o foco na UFPA de fazer a iniciação. Então, trabalhar com as crianças é essa parte da iniciação na paradança. A equipe de atletismo é muito forte também dentro do programa, porque a gente integra tanto o nível escolar quanto atletas universitários, e eles realizam esse treinamento em conjunto. Então, a gente tem uma parceria muito grande da própria UFPA também com alunos com deficiência que são estudantes da UFPA. Eles recebem auxílio da universidade para poder participar das competições e poder representar o programa, o PPBR, nessas competições nacionais. Temos participado desde 2023 e 2024, e neste ano também já estamos com a equipe toda formada para disputar as Paralimpíadas Universitárias. Aqui é uma imagem dos atletas na canoagem, com canoa havaiana. Nós temos aqui uma parceria com a Marear Canoagem, e quem coordena é o Prof. Ricardo. Temos também uma parceria com a Associação de Remo Guajará, para a gente realizar a prática do pararremo. Temos ocorrendo dentro da universidade também a própria bocha paralímpica, em que nós temos atletas com um comprometimento maior. Aqui, no caso, ela também é aluna da instituição, da UFPA. Temos também a oferta do vôlei sentado e do tiro com arco. Aqui na imagem, com o arco na mão é o Gabriel, que inclusive participou, em setembro, de uma competição em São Paulo, no Centro de Referência Paralímpico do Camping Militar e conseguiu conquistar uma medalha de ouro nessa competição. A gente ficou muito orgulhoso dele. Temos aqui o projeto também que inclui a paraesgrima, com a Profa. Eunice, que já está com a gente. Ela é bolsista do PPBR, aluna de mestrado e está com a gente desde a graduação, quando iniciamos os projetos na UFPA, na área do paradesporto. O Otávio é um dos nossos beneficiários do projeto também, realizando a prática da paraesgrima. Aqui é a sala de musculação, disponibilizada dentro do prédio da Educação Física, que tem sido uma parceria muito importante para o desenvolvimento do projeto. Integrando ações com diferentes faculdades e laboratórios, nós conseguimos juntar esses equipamentos para que eles pudessem ser utilizados também pelo projeto. E aqui também é a equipe de atletismo, com a Profa. Kátia Tadaiesky. A equipe de rúgbi, e nós temos uma parceria também com a ABRC, que disponibilizou as cadeiras esportivas. O Pablo, aqui com a roupa preta, realiza o treinamento dessa equipe. E é importante ressaltar também que a prática da paraesgrima acontece também em parceria com a Confederação Brasileira de Esgrima, que disponibilizou um kit de prática e iniciação da modalidade. E a gente tem vários atletas também da paraesgrima que já participaram de competições desde 2024, participando das etapas nacionais da modalidade. |
| R | Outra ação interessante que nós tivemos foi a realização das oficinas na Ilha de Marajó. Foi um convite que nós recebemos da Prefeitura de Ponta de Pedras, para que nós levássemos essa vivência da oficina de modalidades paralímpicas até uma escola pública no Município de Ponta de Pedras, e nós tivemos a participação de 381 estudantes dentro dessa rede de escola. Eles vivenciaram as modalidades de paraesgrima e também atletismo. Foi uma experiência muito interessante para os alunos, porque a gente sempre acredita que, por mais que a atividade em si, a oficina não esteja sendo realizada apenas com grupos de pessoas com deficiência, essas pessoas vão sempre conhecer alguém, vão poder indicar, vão poder falar e estimular para que essa pessoa possa realizar a sua atividade. Essa aqui é a Angelina, e eu vou deixá-la falar, porque ela não pôde participar. (Procede-se à exibição de vídeo.) A SRA. MARÍLIA PASSOS MAGNO E SILVA (Por videoconferência.) - Aquela imagem ao lado da Angelina é hoje na competição de que ela está participando. Ela já ganhou uma medalha hoje na competição e mandou o vídeo, que coloquei aqui para que a gente pudesse visualizar a participação dela na competição. Essa atividade de extensão que a gente tem aqui no projeto a gente só consegue pela integração dessas diferentes organizações: o próprio PPBR; os projetos internos da universidade e do comitê; as confederações esportivas, os clubes e associações nos quais nós temos locais também. Para mostrar quem são os alunos que fazem parte, que são bolsistas do programa PPBR, esses são nossos alunos de mestrado: a Eunice e o Reyel, que atuam diretamente no Atletismo; a Bruna, que também atua em várias modalidades e tem feito uma pesquisa na área do parabadminton. E alunos de graduação, nós temos atualmente estes três: o Lucas é aluno do curso de Fisioterapia e é um aluno com baixa visão também. Então, além de ser bolsista e desenvolver projetos de pesquisa, ele é um aluno com baixa visão, treina e compete no atletismo, em provas, e já ganhou várias medalhas também no universitário. Esse é o Daniel, um aluno do curso de Educação Física, que também é um aluno com deficiência - tem uma amputação de membro superior -, é bolsista do programa, tinha parado de competir no tênis de mesa e agora começou a treinar atletismo. Então, também vai para a competição, agora, da paraolimpíada universitária. A gente fica muito orgulhoso de ter todos participando do projeto. E esse é o Eric, que é um aluno do curso de Educação Física e que atua em diversas modalidades envolvidas no PPBR, na UFPA. |
| R | E há todos os outros que trabalham com a gente, são muitas pessoas, Profa. Suellen, Prof. Anselmo, nossos alunos que já não estão mais vinculados diretamente, mas continuam como voluntários. Mesmo depois que o trabalho se encerra, eles têm interesse em continuar como voluntários. Hoje nós temos, entre bolsistas e voluntários, em torno de 20 pessoas atuando no projeto, e professores... É um grupo muito forte, muito grande, do qual eu tenho orgulho enorme de poder participar e trabalhar com eles. Atualmente, vejo como um ponto muito forte do PPBR, dentro da nossa questão do trabalho desenvolvido, o fato de que conseguimos ampliar o uso dos espaços esportivos da universidade para pessoas com deficiência. Quando nós iniciamos o projeto, nós ficávamos numa sala de em torno de 70m², e tudo funcionava ali: o nosso laboratório de pesquisa... Os alunos escreviam a dissertação de mestrado, ao mesmo tempo em que estava tendo treinamento do tênis de mesa, havia barulho do treino da esgrima... Tudo acontecia naquele mesmo espaço. E hoje, com a parceria com a Faculdade de Educação Física, nós estamos fazendo uso do espaço que é chamado Campus 3, aqui na Universidade Federal do Pará, que tem duas quadras esportivas, um prédio com a sala de musculação, espaço de sala de lutas, e nós estamos auxiliando na estruturação e no uso desses espaços. Temos também um grande reconhecimento institucional, e o PPBR, por parte do Ministério do Esporte é muito importante, porque, quando nós falamos que nós integramos o PPBR, que nós fazemos parte desse projeto do Ministério do Esporte, a gente recebe um reconhecimento e uma urgência da instituição para tentar ao máximo solucionar os problemas que a gente enfrenta. E, hoje, outro ponto positivo é que nós ofertamos várias modalidades dentro de um único espaço. O beneficiário chega e pode iniciar uma aula de rúgbi, depois passar para uma aula de paraesgrima. Então, no mesmo espaço, ele pode realizar mais de uma modalidade. E há integração de diferentes áreas da ciência. Além dos alunos de educação física, fisioterapia e terapia ocupacional, nós também temos alunos de comunicação da UFPA trabalhando em como comunicar, em como criar estratégias de divulgação dentro da ciência da comunicação. Temos também uma parceria recente com a Faculdade de Arquitetura, em que temos uma aluna realizando TCC sobre acessibilidade e em como tornar os espaços esportivos mais acessíveis. Essa rede só cresce, só aumenta, e a gente fica muito feliz de ver isso tomando corpo e fazendo parte desse processo na universidade e também em outras áreas que saem um pouco daquele critério apenas de profissões que trabalham com saúde e reabilitação. A gente vai para outras áreas das engenharias e ciências sociais que são muito importantes. E um dos pontos fracos nos quais a gente precisa de um apoio ainda para melhoria é o transporte. Acho que isto foi falado aqui por todos: a acessibilidade, o transporte público. Por mais que os locais da prática das modalidades do PPBR sejam bem próximos ao terminal de ônibus, que recebe linhas de várias regiões do entorno de Belém, região metropolitana, a gente tem muita dificuldade com o transporte público com acessibilidade, calçamento, acessibilidade de vias. São pontos que precisam ser melhorados. A gente já tentou junto à instituição solicitar à Prefeitura de Belém melhorias dessas estruturas. |
| R | Outro ponto fraco para nós é a localização atualmente do campus, porque nós ficamos em um dos bairros mais perigosos da cidade de Belém, que é Guamá, Terra Firme. Então, a gente tem problemas sucessivos de furtos de cabeamento, furtos, às vezes, de material, e isso gera uma certa insegurança. Temos, inclusive, beneficiários que gostariam de poder praticar alguma atividade no horário da noite porque trabalham durante o dia, gostariam de ter atividades, mas a gente não consegue ofertar pela falta de segurança. Temos ainda uma situação de animais abandonados no campus, que estamos tentando resolver também com envio de ofício à prefeitura, à Zoonoses; e uma demanda de investimento na estrutura esportiva do campus da UFPA, porque a gente sabe da questão de recursos que vêm sendo repassados para universidades. De uma forma geral, eles têm sido reduzidos ao longo dos anos, e o custo dessas manutenções e reformas de estruturas esportivas, principalmente porque a universidade é uma universidade antiga, de uma época em que não se via tanto o acesso da pessoa com deficiência na universidade... Isso mudou muito nos últimos anos, a gente tem um ingresso altíssimo de pessoas com deficiência dentro da universidade. Os recursos para essas demandas de infraestrutura são muito necessários ainda. Essa foi uma breve apresentação das nossas atividades aqui na UFPA, e essa foi uma parte da nossa festa junina, em junho, com a apresentação das crianças. Elas fizeram uma apresentação de carimbó, uma música típica, cultural daqui da nossa região. Agradeço a participação. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Ai, Marília, superemocionante! Nossa! Obrigada pela apresentação, parabéns! Eu queria falar que tem mais mensagens aqui de pessoas que estão assistindo à nossa audiência. Priscila, de Minas Gerais: "Como as práticas esportivas e os valores de inclusão e equidade do programa poderiam ser integrados com a educação física escolar?". Muitos já estão falando disso, né? E a Edilma, de Pernambuco, pergunta: "[...] [Como] o programa será implementado[?] [...] [E] as pessoas com deficiência terão apoio especializado [...] [?]". Fica aí aos nossos palestrantes. E agora eu vou passar a palavra para Andressa da Silva de Mello, que é Professora Adjunta no Departamento de Esportes da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Está com a palavra, Andressa. A SRA. ANDRESSA DA SILVA DE MELLO (Para expor. Por videoconferência.) - Obrigada, Senadora Mara Gabrilli. Para mim, é uma honra e uma alegria estar aqui presente nesta Comissão, no dia de hoje, para a gente falar e discutir mais sobre esse programa brilhante, que é o Programa Paradesporto Brasil em Rede. Na sua pessoa, Senadora, eu cumprimento os demais Senadores e a Presidente desta Comissão, Leila Barros. Sem dúvida é uma oportunidade incrível para nós todos mostrarmos o potencial e alavancarmos cada vez mais o paradesporto no Brasil. Estou expondo aqui minha apresentação e gostaria de saber se já está em modo apresentação. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Andressa, já está no modo apresentação. |
| R | A SRA. ANDRESSA DA SILVA DE MELLO (Por videoconferência.) - Vou fazer minha autodescrição: sou uma mulher morena, de cabelos escuros, estou com o cabelo preso, usando uma camisa branca e estou em um quarto de fundo branco. Cumprimento também os demais colegas do Programa Paradesporto Brasil em Rede; cumprimento o Sr. Rodrigo, da Secretaria de Paradesporto. Sem dúvida, estar aqui discutindo política pública mostra que estamos avançando. E me emocionou muito durante a sua fala, Mara, quando você reporta do nosso início, na Segunda Guerra Mundial, o quanto o esporte adaptado vem sendo usado para várias frentes. Destaco aqui a importância desse programa não somente no alto rendimento, mas também destaco que a prática esportiva é um instrumento de inclusão, de saúde, de educação e de cidadania. Esse Programa Paradesporto Brasil em Rede tem esta grande missão de oferecer práticas esportivas adaptadas para pessoas com deficiência em todo o território nacional. Essa democratização, essa capilarização de levar o esporte para os locais mais distantes deste Brasil é muito importante. Desde já agradeço a oportunidade da Comissão, enquanto núcleo gestor na UFMG, e destaco também que o Programa Paradesporto Brasil em Rede é um dos programas da Secretaria Nacional de Paradesporto. Hoje, esse programa é institucionalizado, regulamentado pela portaria de março de 2024, que tem como público-alvo atender pessoas com deficiência a partir de seis anos de idade, priorizando também o atendimento para meninas e mulheres com deficiência. Esse programa caracteriza-se também pela mensuração de produtividade e resultados que os núcleos de atendimento têm realizado. Compete ao núcleo gestor, então compete a nós, o núcleo gestor: acompanhar, monitorar e apoiar a execução dos núcleos de atendimento; gerir o conhecimento produzido por esses núcleos de atendimento; estabelecer a padronização de materiais pedagógicos e relatórios produzidos pelos núcleos; direcionar a realização de pesquisas desses núcleos de atendimento; organizar e coordenar eventos, criando uma rede de conhecimento; apoiar a gestão administrativa do Programa Paradesporto Brasil em Rede, e prestar contas à Secretaria Nacional de Paradesporto. Nós, enquanto núcleo gestor na UFMG, iniciamos o nosso trabalho em janeiro de 2025, e foi uma grande alegria conhecer novos colegas que estão nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, nós temos já dez núcleos em atendimento no Brasil. É importante destacar o trabalho brilhante de todos esses dez núcleos. Fomos aqui representados pela Profa. Marília, Profa. Ialuska, pelo Prof. Mário Sérgio, mas nós temos outros sete núcleos também já em atendimento, fazendo trabalhos brilhantes no Brasil. Esses núcleos de atendimento do Programa Paradesporto Brasil em Rede têm como objetivo oferecer atividades paradesportivas, incluindo modalidades paralímpicas e não paralímpicas, e nós, no núcleo gestor, fazer o acompanhamento e monitoramento desses núcleos de atendimento. |
| R | Gostaria de destacar a importância do pilar da instituição de ensino superior. Nós, dentro das universidades de ensino superior, trabalhamos com ensino, pesquisa e extensão. Esse programa também tem este objetivo de, além de fazer a extensão, unir a educação e o esporte, porque só por meio dos dois a gente consegue alavancar a importância de formar novos profissionais para atuarem com pessoas com deficiência, bem como ter evidências científicas do que a gente faz, que pode ser replicado em outros locais, em outras frentes da pessoa com deficiência. Em relação, então, ao número de pessoas atendidas pelo programa, esses são os números do relatório do mês de agosto. Nossa meta neste ano é atingir o atendimento de 622 pessoas nesses dez núcleos de atendimento. Já estamos atendendo 558 pessoas com deficiência de maneira regular, com destaque para as pessoas com deficiência intelectual, que é o nosso maior público atendido. Na sequência, nós temos o transtorno do espectro autista, seguido pela deficiência física, mas é um programa que está aberto para todas as manifestações da pessoa com deficiência após seis anos de idade. Não tem idade limite de atendimento. Importante destacar também que nós estamos em busca, com estratégias já estabelecidas nos núcleos, de atingirmos a meta de 50% de atendimento para meninas e mulheres. Nós já atingimos 31% no mês de agosto e já estamos com estratégias para captação de mais meninas e mulheres para a prática esportiva. Gostaria de deixar claro também o quanto o paradesporto é uma atividade ampla, nós temos um guarda-chuva, uma representatividade de uma imagem do Programa Paradesporto Brasil + Acessível. Dentro do paradesporto, nós temos diversas manifestações e possibilidades de prática esportiva adaptada e, nessas manifestações, no nosso programa hoje, nós temos dez modalidades paralímpicas representadas e dez modalidades não paralímpicas representadas, e o quanto isso nos mostra a diversidade de possibilidades de trabalhar com as pessoas com deficiência. Também gostaria de destacar que o programa não tem o objetivo fim de ter um atleta de alto rendimento, mas que tudo é tempo e processo, e a gente precisa dar a oportunidade na base de essas pessoas conhecerem a prática adaptada, conhecerem o esporte paralímpico, e o tempo e o processo o levarão para o caminho do alto rendimento, o caminho do atleta, e esse caminho é natural. Nem todo mundo chega ao alto rendimento, mas nós precisamos, sim, como política pública, democratizar o acesso. E que eles possam conhecer, que eles tenham essa possibilidade um dia de se tornarem atletas de alto rendimento. Em relação, então, aos nossos resultados de ensino e pesquisa, que é uma área forte também nossa nas universidades de ensino superior, da educação, o quanto nós, professores, também precisamos ensinar os nossos alunos a trabalhar com essa população. Já passaram pelo programa 60 alunos de graduação, e isso para nós é muito importante. Atualmente, nós temos vinculados ao programa, aos núcleos de atendimento, 92 alunos. Somam-se aí em torno de 164 alunos de graduação que tiveram oportunidade de ter experiência de como trabalhar com uma pessoa com deficiência. Essas pessoas, após formadas, vão para o mercado de trabalho mais preparadas e abertas também, com uma empatia maior para receber essas pessoas no dia a dia da sua prática profissional. |
| R | Nós falamos em prática profissional dos profissionais de Educação Física, que são a nossa linha de frente; nós falamos também de fisioterapeutas que passam pelo programa; de profissionais da Terapia Ocupacional. O Programa Paradesporto Brasil em Rede cria essa rede. O fomento de bolsas que o programa recebe para manter esses alunos conosco, sem dúvida, é um incentivo importante. Além disso, nós tivemos já inúmeros trabalhos de conclusão de curso e de pós-graduação, em nível de mestrado e doutorado, concluídos e em andamento; resumos apresentados em eventos científicos nacionais, locais, regionais, internacionais... Essa popularização de falar mais sobre as ações, de falar mais sobre o paradesporto é muito importante também. E a parte científica anda em conjunto com o atendimento de extensão. Gostaria de destacar a importância da organização e da produção de materiais pedagógicos. Estão sendo feitos diversos manuais que serão, em breve, institucionalizados pela Secretaria de Paradesporto para serem divulgados em nível nacional. Aqui temos alguns exemplos: manual de atletismo; Manual Pedagógico em Lutas Adaptadas; o Manual de Avaliações físicas que são realizadas no nosso núcleo, para que elas possam ser disseminadas em outros programas, em outros locais também. Além disso, gostaria de destacar a produção científica desses núcleos de atendimento. No total, nós temos 12 artigos produzidos com essa população, por esses núcleos de atendimento, sendo que três artigos já estão publicados, o que mostra a importância e também, sem dúvida, o potencial desses núcleos de atendimento para a gente avançar nessa área científica. Outras ações realizadas na formação, por meio do núcleo gestor, são cursos e palestras para os bolsistas, para os seus coordenadores, para os colaboradores dos núcleos de atendimento. Nós realizamos, neste ano, duas palestras sobre redação científica na prática, tivemos mais de 80 ouvintes, alunos participantes dos núcleos de atendimento. Também realizamos uma palestra com a Teresa, da Special Olympics, mostrando o potencial das Olimpíadas Especiais no Brasil e o quanto os núcleos do Programa Paradesporto podem estar integrados. Destaco aqui também alguns modelos de captação de alunos nos seus núcleos e de captação de monitores para trabalharem no núcleo. Estamos já com ações futuras previstas, que são: uma palestra do Prof. Ciro Winckler, ainda neste mês, sobre o modelo de desenvolvimento paradesportivo; e também, como estamos no mês de outubro, o Outubro Rosa, uma campanha de chamar mais meninas e mulheres com deficiência para conhecerem o paradesporto, conhecerem o Programa Paradesporto Brasil em Rede. Aqui, algumas imagens dos nossos núcleos de atendimento, tanto do atendimento direto à pessoa com deficiência, por meio do esporte, como também dos seus coordenadores realizando atividades de ensino e pesquisa. Toda essa rede faz com que esse programa seja brilhante, essencial e, sem dúvida, vital para que a gente tenha, cada vez mais, a possibilidade de trazer mais pessoas com deficiência para esse programa. |
| R | Nosso Núcleo Gestor da UFMG trabalha com atividades e reuniões individuais e coletivas. Nós temos reuniões todas as semanas com os coordenadores. Quando necessário, temos reuniões individuais com os coordenadores e suas equipes. São realizadas já duas avaliações padronizadas por ano nos beneficiários. Temos relatórios padronizados, então, temos um relatório que a gente chama de frequência mensal, por meio do qual a gente consegue levantar os dados mensais desses núcleos de atendimento; e também o relatório técnico trimestral, por meio do que é realizado nos núcleos de atendimento. Então, faz parte da nossa gestão esse levantamento, essa coleta de dados, tanto de dados quantitativos quanto qualitativos, a oferta de cursos de formação e o incentivo à produção científica. Estamos com a previsão de um encontro nacional do Programa Paradesporto, para março de 2026. E destaco aqui o trabalho essencial realizado pelos núcleos de atendimento, a importância de um trabalho em rede, porque esse trabalho em rede alavanca o papel das instituições de ensino superior. A gente se destaca, sim, pela tríade de ensino, pesquisa e extensão. Essas funções são cruciais para a formação de profissionais qualificados, porque a produção do conhecimento e o desenvolvimento social e econômico do Brasil passam por essas instituições de ensino superior. A instituição de ensino superior tem o papel fundamental de mudar a realidade social. E o Programa Paradesporto Brasil em Rede, neste ano, revela o real progresso de uma rede colaborativa entre instituições de ensino superior, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, por meio da oferta de programas paradesportivos gratuitos e a promoção da inclusão social. Então, assegurar o alcance dos objetivos de política pública, promovendo a inclusão e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência no Brasil. Gostaria de agradecer a todos os nossos dez núcleos de atendimento e parabenizá-los. Aqui tem a representatividade dos seus coordenadores, Profa. Marília; Profa. Elisabete, do Maranhão; Prof. Tiago, da UFC; Profa. Ialuska; Prof. Sérgio; Prof. Mário Simim; Prof. Rafael; Profa. Cristiane; Profa. Juliana; e Prof. Mário Sérgio. São esses coordenadores que fazem o programa rodar, juntamente com as suas equipes. Sem dúvida, o financiamento eu falo que não é um gasto, é um investimento na educação, é um investimento no esporte e é um investimento na visibilidade dessas pessoas com deficiência. Precisamos, sim, cada vez mais, de um olhar importante e sensível para o esporte e para as pessoas com deficiência, porque o esporte tem um poder transformador na vida dessas pessoas. Aqui, gostaria de deixar um agradecimento ao nosso núcleo gestor, nós temos uma aluna de pós-doutorado trabalhando, a Elke, dois alunos de mestrado, Gustavo e Artur, dois alunos de graduação em Educação Física, o Silas e a Luísa. O Silas é um aluno com lesão medular, nosso aluno de graduação em Educação Física. Também temos uma aluna bolsista de ensino médio. A Manu é nossa atleta no nosso Centro de Referência Paralímpico, também da UFMG, é uma aluna de ensino médio que tem uma deficiência congênita, e nós conseguimos uma bolsa na UFMG para ela estar integrada também nesse modelo nacional de entender a política pública. Que essa política pública siga lá desde a escola, passe pela graduação, pela profissionalização de futuros profissionais para ensino e extensão, e também que tudo isso seja um destaque a nível de política pública. |
| R | Gostaria de agradecer imensamente a oportunidade de a Secretaria Nacional do Paradesporto de estar à frente enquanto núcleo gestor desse programa, que me emociona, me honra e me traz muito orgulho e força para trabalhar por essas pessoas com deficiência. Quero agradecer ao Ministro do Esporte, André Fufuca, ao nosso Secretário Fábio Augusto Lima de Araújo, e agradecer a oportunidade, mais uma vez, Senadora Mara Gabrilli, da Comissão de Esporte, pelo olhar sensível de vocês em trazer esse programa à tona para a gente discutir e seguir em frente. A gente sabe que temos muitos avanços, mas também temos desafios e barreiras a serem quebrados. Ficamos à disposição também, sempre que possível, para fornecer informações. Meu muito obrigada e encerro a minha fala. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Andressa, super obrigada! Eu fiquei também emocionada de assistir a todo esse engajamento. Nossa! Muito obrigada. Quero cumprimentar também, como você cumprimentou, o nosso Ministro Fufuca, que foi meu companheiro de Câmara Federal. Fui Deputada com ele e fico muito orgulhosa de a gente ter um Ministro que olha para o paradesporto com esse olhar para sempre trazer prosperidade e engradecer o nosso movimento. Para a gente finalizar nossa audiência pública, vamos ouvir as considerações do Sr. Rodrigo Abreu de Freitas Machado, que é Coordenador-Geral de Planejamento e Monitoramento da Política Pública Paradesportiva do Ministério do Esporte. Muito obrigada pela presença, Sr. Rodrigo. Está com a palavra, e parabéns já pelo PPBR, está bom? O SR. RODRIGO ABREU DE FREITAS MACHADO (Para expor. Por videoconferência.) - Obrigado, Senadora Mara. Quero parabenizá-la também pelo requerimento para fazer esta audiência pública sobre o PPBR. É uma oportunidade de a gente estar demonstrando o programa e também vendo as dificuldades e mostrando tudo o que a gente ainda precisa percorrer para ter uma política pública robusta, que é o nosso desejo aqui no ministério. Eu quero trazer o abraço do Secretário Fábio, ele não pôde participar porque está de férias, mas já me mandou mensagem aqui querendo saber de tudo como é que está. Então, ele... A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Ah, manda um abração para o Fábio, ele é nosso parceiro! O SR. RODRIGO ABREU DE FREITAS MACHADO (Por videoconferência.) - Mando, sim, pode deixar, vou mandar. E eu também fiquei feliz também em saber que a Rosinha está aí. Rosinha foi minha chefe lá na Secretaria da Pessoa com Deficiência. Eu trabalhei dez anos na Secretaria da Pessoa com Deficiência e agora estou aqui na Secretaria de Paradesporto, e a Rosinha, quando passou por lá, foi minha chefe. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Ah, que legal, Rodrigo! Rodrigo, agora que eu estou reconhecendo você. O SR. RODRIGO ABREU DE FREITAS MACHADO (Por videoconferência.) - Sim, já trabalhamos juntos nessa pauta da pessoa com deficiência. (Risos.) A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Agora que eu vi que você é você. Ah, que legal que é você, fiquei muito feliz. O SR. RODRIGO ABREU DE FREITAS MACHADO (Por videoconferência.) - Obrigado, Senadora. Eu também estou muito feliz que você fez esse requerimento, porque sei do seu trabalho, tenho muita admiração pelo seu trabalho. Eu uso os vídeos do Instituto Mara Gabrilli nas minhas palestras. Então, eu gosto muito do seu trabalho. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Que honra, Rodrigo. Nossa, que legal! O SR. RODRIGO ABREU DE FREITAS MACHADO (Por videoconferência.) - E também quero parabenizar a Senadora Leila Barros, Presidente da Comissão do Esporte. Então, feitas essas partes iniciais, eu vou compartilhar a minha tela. (Pausa.) Vocês já estão vendo a minha apresentação? A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Já, já está aparecendo. |
| R | O SR. RODRIGO ABREU DE FREITAS MACHADO (Por videoconferência.) - Ótimo. Então, deixe-me fazer minha descrição. Sou um homem branco, alto, magro, olhos castanhos, cabelos castanhos, também, partidos de lado, uso óculos de armação fina (Falha no áudio.) ... preto com a camisa azul, e atrás de mim tem um banner do programa PPBR. A missão da Secretaria Nacional de Paradesporto é democratizar o acesso à atividade física regular e ao esporte como um vetor de vida saudável, de inclusão social, da diversidade e da cidadania plena. Então, aqui, a gente foca mais nessa parte do esporte, como esporte de formação, esporte para toda a vida. A gente não foca tanto na excelência esportiva, no alto rendimento, até porque já temos o CPB, que faz esse trabalho muito bem, e o CBCP, que também tem feito esse trabalho. Os dois são comitês que recebem recursos da Lei das Loterias. Então, a gente entende que a secretaria, ao focar mais nessa parte, em que a gente vê que tem um vazio, vai ser mais útil à população, porque nós temos, no Brasil, de acordo com o último Censo de 2022, mais de 14 milhões de pessoas com deficiência, com dois anos ou mais de idade, sendo 8,1% mulheres e 6,4% homens. E essa população está concentrada, principalmente, nos estados do Nordeste, principalmente Alagoas e Piauí, que são os dois estados com maior percentual de pessoas com deficiência. Também foi a primeira vez que a pesquisa fez uma pergunta sobre o autismo, o transtorno do espectro autista, e descobriu-se que 2,4 milhões de pessoas no Brasil, ou 1,2% da população, tem o diagnóstico de autismo, sendo 1,5% homens e 0,9% mulheres. E aí, tendo toda essa quantidade de pessoas com deficiência no Brasil, nós vemos que apenas 20% dos municípios têm ações esportivas específicas destinadas a pessoas com deficiência: 23% disseram que têm (Falha no áudio.) ... para toda a vida, e 13% de excelência esportiva. Isso eu estou falando dos municípios, não estou falando do trabalho que fazem os comitês, como já mencionei antes. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Paradesporto é uma secretaria também muito recente. Ela foi criada em 2020 e teve a sua primeira ação orçamentária, a Ação 21CK, que começou em 2021. Então, nos últimos três anos, essa Secretaria teve como orçamento... Para você ter uma ideia, em 2023, o orçamento da Secretaria foi de R$1,840 milhão e, em 2024, R$3,740 milhões. Este ano também seria R$3,740 milhões, mas nós tivemos um aporte de mais R$4 milhões aí, que chegou... Então, este ano nós estamos com R$7,740 milhões de orçamento, que foi algo inédito. A Secretaria também, quando começou, lá em 2020, 2021, eram pouquíssimas pessoas aqui, né? Quando eu cheguei aqui, acho que tinham 12 pessoas; depois, em 2024, passou para 16 e hoje estamos com 25 pessoas. Ainda assim, é uma estrutura pequena para uma secretaria nacional, né? Não estou falando de uma coordenação geral, eu estou falando da secretaria, contando com o Secretário - 25 pessoas, né? Então, é uma secretaria realmente pequena e com esse orçamento. E aqui em cima, nós vemos também as emendas parlamentares. Então, em 2023, nós tivemos R$7 milhões de emendas, e hoje, este ano, nós tivemos R$11,120 milhões. E, aqui, quero também agradecer à Senadora Mara, que tem destinado bastante emendas para o paradesporto. Obrigado, Senadora. |
| R | E o que a Snpar faz com esse recurso? Então, se você fosse pensar, 7,7 milhões só para uso do PPBR? Não, nós não temos só o PPBR; nós apoiamos eventos nacionais e internacionais de alto rendimento que não recebem apoio do CPB e do CBCP, porque, como a Profa. Andressa falou, o paradesporto é um grande guarda-chuva em que tenho as modalidades olímpicas e paralímpicas. E essas modalidades são 23 agora, 23 modalidades de verão e 6 de inverno. E nós temos aí quase 200 modalidades de que as pessoas com deficiência podem participar, como a gente viu: crossfit, tem o parasurfe, tem o paraskate, todas as modalidade para surdos, que não estão dentro das Paralimpíadas. Então, todo esse campeonato, essas coisas a gente também apoia. Então aqui há presença da Snpar com emendas parlamentares também, você vê que nós estamos presentes muito aqui agora já no Nordeste, no Sudeste, no Centro-Oeste tem um pouquinho, mas o Norte ainda continua um grande vazio e o Sul também. O nosso grande desafio agora é começar a crescer, tanto que o nosso programa TEAtivo agora vai atingir todas as capitais do Norte. Nós vamos fazer sete núcleos do TEAtivo com apoio da Apae Brasil, financiado com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte. Então, nós estamos começando já a ampliar aqui para o Norte, nós temos aqui, do PPBR, um núcleo já no Pará, mas já estamos querendo também fazer outro núcleo em Manaus. Eu vou falar disso mais para frente. Nós temos aqui o programa Semear Paradesporto, que tem dois eixos, o Semear Paradesporto e o Semear para Toda a Vida. Ele vai focar aqui na parte mais da formação mesmo paradesportiva e, no caso do Semear para Toda a Vida, o esporte como saúde, como reabilitação. Temos o TEAtivo, que é voltado para o público com autismo. A gente viu, pela primeira vez, temos dados sobre esse público no Brasil, que tem crescido exponencialmente no mundo, então a gente começou a criar um programa específico para esse público também. O Maré Inclusiva, que é um programa voltado ao parasurfe, que é uma modalidade que o Brasil tem que aproveitar, com essa costa gigante que nós temos, para a gente fazer programas de parasurfe. A água e os esportes aquáticos são muito terapêuticos e fazem muito para o bem-estar físico, social e emocional das pessoas com deficiência, aliás, de todas as pessoas como um todo. E, por último nós temos esse programa que se chama Paradesporto Brasil + Acessível, que é um programa voltado para a catalogação, produção e catalogação de conhecimento. É um repositório em que temos diversos livros, manuais, pesquisas, inclusive tem certa ligação com o Paradesporto Brasil em Rede, porque o que é produzido no Paradesporto Brasil em Rede pode vir para cá, para esse repositório. Agora, sim, vou falar do PPBR. É só para vocês verem as ações que a Snpar faz e aí como a gente chega aqui nesse programa. Esse programa, como já foi falado aí pela Profa. Andressa e pelos demais professores que participaram, é formado por núcleos de atendimento e um núcleo gestor. Então os núcleos de atendimento fazem essa parte de extensão da universidade, que é atender a população, as pessoas com deficiência, nas mais diversas deficiências e nas mais diversas modalidades paradesportivas. E o público-alvo é qualquer pessoa com deficiência, não é restrito. A gente colocou como meta a partir dos seis anos, mas vocês vão ver que existem também pessoas com menos de seis anos. |
| R | E a gente tem essa diretriz no programa, por isso que foi visto, todas as pessoas que apresentaram falaram: "Ah, nós estamos conseguindo tantos por cento de participação de mulheres e meninas com deficiência". Por quê? Porque essa é uma diretriz do programa. A diretriz do programa é garantir que 50% das vagas sejam reservadas ao público feminino. Então, isso também é uma coisa por que a gente preza aqui, por causa da questão da própria vulnerabilidade aumentada, da interseccionalidade entre a deficiência e o sexo, o gênero. E a metodologia do programa. Então, os núcleos de atendimento devem ofertar pelo menos duas modalidades. Como vocês viram, os núcleos ofertam bem mais do que duas, mas esse é o mínimo que a gente tem na nossa diretriz, sendo uma paralímpica e uma não paralímpica. E essas modalidades podem ser tanto individuais como coletivas. E, aí, o que vai definir o contexto de qual modalidade será escolhida é realmente o contexto regional ali do núcleo. E isso aqui é uma coisa muito importante, porque fala do tripé das instituições federais de ensino superior, o que já foi falado também por todos os núcleos, que o grande diferencial do Paradesporto Brasil em Rede é isso aqui, porque todos os nossos programas fazem essa parte da extensão. Todos os nossos programas atendem beneficiários com deficiência, mas nenhum programa faz o que o PPBR faz, que é formar professores nessa área. Você tem ali também discentes, alunos de pós-graduação que estão sendo formados aqui no paradesporto, como bem falou também a Profa. Marília, a pesquisa, com a grande produção que vocês viram, porque nossos núcleos já estão produzindo muitos livros, participando de congressos, participando de encontros, fazendo divulgação do paradesporto no Brasil. Então, nenhum outro programa do nosso ministério consegue fazer o que o PPBR faz. Eu vou trazer um pouquinho do histórico, porque a Profa. Andressa entrou aqui em 2025, iniciou o serviço em 2025, então, ela trouxe um pouco do que atualmente é o PPBR, mas eu queria que vocês conhecessem um pouquinho do passado do PPBR. Antes mesmo de eu chegar aqui - eu cheguei aqui, nessa secretaria, em julho de 2023 -, em 2022, a gente já tinha esse programa com outro nome, ele se chamava Rede de Apoio ao Paradesporto, por uma portaria de dezembro de 2022. Naquela época, foi descentralizado R$1 milhão, um pouco mais de R$1 milhão, para fazer seis núcleos de atendimento e um núcleo gestor, o que dava uma média de R$142 mil por núcleo, ou seja, um valor bem baixo, inclusive, para os programas paradesportivos que a gente vê, e isso por ano, né? E o que acontece? Quando você descentraliza o recurso no ano, as atividades começam no ano seguinte. Então, em 2023, começaram as atividades desses seis núcleos e desse núcleo gestor e nós também já aportamos mais quase 800 mil para mais quatro novos núcleos. Então, em 2023, nós já estávamos com dez núcleos do PPBR - aqui é uma média de 200 mil já por núcleo, a gente melhorou um pouquinho. E aí foi quando a gente viu que a gente precisava fazer melhorias no programa e nós criamos esse novo programa, que é o que está hoje aqui, que é o Paradesporto Brasil em Rede. Nós fizemos essa portaria de 2024 e revogamos a portaria anterior. Então, hoje o programa tem essa marca. Inclusive, deixe-me fazer a marca dele em libras aqui. O programa é assim, a marca dele em libras: uma pessoa e o mapa do Brasil do lado. Então, esse é o Programa Paradesporto Brasil em Rede. Em 2024, nós já investimos 900 mil no programa para manter esses seis núcleos que estavam aqui e também fazer o contrato com o novo núcleo gestor. Então, depois que a gente fez essa portaria, a gente mudou o núcleo gestor, porque a gente precisava fazer algumas alterações mesmo por conta da metodologia do programa, que mudou. Então, a gente alterou o núcleo gestor, que foi para a UFMG, que a Profa. Andressa acabou de apresentar. E, para manter, a gente gastou em torno de R$115 mil por núcleo, tá? |
| R | E, agora em 2025, o que nós já fizemos? Nós estamos mantendo, de novo, mais seis núcleos e iremos adicionar mais R$863 mil aqui, para mais quatro núcleos, o que vai dar uma média de R$215 mil por núcleo adicionado e R$100 mil por núcleo para manter, tá? Então, isso é o que nós estamos fazendo com o programa. Agora, eu vou aproveitar esse gancho que eu falei do histórico e vou falar um pouquinho do que o programa já fez até agora para vocês entenderem um pouquinho também que esse programa já existe há um tempinho. Então, nós fizemos, em agosto de 2023 - embora seja muito novo, 2023 -, o Encontro de Coordenadores do Programa Paradesporto Brasil em Rede, e agora a Profa. Andressa está organizando o próximo encontro, que será em março de 2026. Estamos atrás de financiamento para isso aí. Nós fizemos a apresentação da proposta para captar o recurso para esse encontro e fizemos algumas lives também, que eu acho interessantes. Se vocês buscarem no YouTube e colocarem assim: lives do Programa Paradesporto Brasil em Rede, olhem o tanto de temas que nós já falamos nessas lives. Em cada live dessa aqui, em cerca de 40 minutos, é possível a gente ver sobre natação para pessoas surdas, capoeira para adolescentes com TEA, esgrima para pessoas em cadeira de rodas, judô e jiu-jítsu inclusivo, atletismo para pessoas com TEA, atletismo para crianças com deficiência intelectual, natação, transtorno do espectro autista e qualidade de vida, crossfit para pessoa com deficiência, ginástica e circo para crianças com TEA, futebol feminino de amputadas. Todas essas aqui foram lives que nós fizemos do programa, que já tiveram mais de 3 mil visualizações no canal do Ministério do Esporte no YouTube. E aí também foi feita uma pesquisa no relatório final do último núcleo gestor. Eles fizeram uma pesquisa, em que, na época, eles estavam atendendo... Só fizeram com seis núcleos, que foram os seis núcleos iniciais. Tinham ali, na época, então, 287 participantes e 156 participaram dessa pesquisa, 54% dos participantes responderam a essa pesquisa; a faixa etária variava de 3 a 53 anos. Então, a gente vê que é um público bem diverso. Ainda era uma predominância masculina como hoje, mas nós queremos mudar isso. Aqui nós trazemos cor e etnia, a maioria era parda e negra e quase metade estava desempregada. Então, esses são alguns dados que nós temos, mas uma coisa que chamou a atenção é que 77% das pessoas que responderam deram nota 10 para o programa, mesmo a gente sabendo de todas as dificuldades que a gente encontra, como foi falado. Eu quero até agradecer a presença das nossas beneficiárias Maria Furtado e Rosenilda Aoyama, que falaram dos problemas e também das coisas boas do programa. Então, fiquei muito feliz de ouvi-las, tá? Essa também foi uma resposta do nosso programa até hoje. E o que a gente planeja, então, para o futuro? Nós temos dez núcleos, como já falamos, e estamos colocando mais quatro, inclusive um aqui na Região Norte, dois na Região Sul, que a gente não tinha, e mais um no Nordeste. Então, nós teremos 14 núcleos até o final de 2025, um total de investimento de R$4,182 milhões, mas, para a gente ampliar isso, por exemplo, para todas as unidades federativas, a gente precisaria adicionar mais 13 núcleos. Para adicionar cada um, seria em torno de R$220 mil. Então, a gente precisaria desse valor de R$2,860 milhões para a gente ampliar isso para todos os nossos estados, para todas as unidades federativas; e, para manter esses 27 núcleos, com uma média de R$115 mil por ano para manter, a gente precisaria de R$3,1 milhões por ano, né? É claro que isso pode variar um pouco para mais, porque às vezes você tem que comprar mais material, material que perdeu, material de consumo que precisa, que está vendo que vai necessitar, uniforme... Então, essas coisas podem variar esse valor aqui um pouco para cima, e o núcleo gestor ou núcleos gestores, porque a gente não sabe se um núcleo gestor só... Aí isso a gente vai ver, vai depender... Por exemplo, quando a gente incluir esses quatro núcleos aqui agora, Profa. Andressa, a gente vai ver como vai ser esse monitoramento, né? Então, a gente prevê aqui que vai precisar aumentar o valor também para o núcleo gestor ou núcleos gestores, para que a gente possa também monitorar uma rede de 27 núcleos de atendimento, que é o que a gente planeja, pelo menos, para um futuro mais recente. |
| R | Então, eu quero agradecer muito pela disponibilidade, pelo convite e essa oportunidade de estar falando aqui em nome do secretário e do Ministro Fufuca. Muito obrigado, Senadora Mara. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Ai, Rodrigo, muito obrigada eu. Nossa, foi uma grata surpresa poder encerrar a audiência com a sua fala, matar saudades por aqui. Eu quero agradecer todo mundo, vocês não têm noção da importância da fala de vocês, para a gente conseguir aprimorar cada vez mais um projeto que já é muito bacana, muito transformador e que pode ser cada vez mais. Eu vou agradecer as imensas contribuições de todos vocês, nossos convidados, nossas convidadas, que nos trouxeram nesse espaço de discussão, para que a gente pudesse obter dados e informações aprofundadas sobre os avanços e os desafios do Programa Paradesporto Brasil em Rede. E como eu já disse, a nossa avaliação aqui na Comissão de Esporte quer trazer contribuições e fortalecer o programa, já que os resultados do PPBR podem servir como modelo para futuras políticas públicas de inclusão social, porque é um modelo que está dando certo. E passaremos agora à segunda fase da reunião, que é destinada à deliberação de requerimentos apresentados à Comissão. Eu vou subscrever oralmente os requerimentos para que a gente possa deliberá-los. 2ª PARTE ITEM 1 REQUERIMENTO DA COMISSÃO DE ESPORTE N° 41, DE 2025 - Não terminativo - Requer, nos termos do art. 58, §2º, II, da Constituição Federal e do art. 93, II, do Regimento Interno do Senado Federal, a realização da 2ª audiência pública, com o objetivo de reunir e compreender as avaliações qualificadas sobre a execução e os impactos do Programa Segundo Tempo (PST). Autoria: Senadora Teresa Leitão (PT/PE) e outros. A votação será simbólica. Em votação o requerimento. As Sras. Senadoras e os Srs. Senadores que concordam com o requerimento permaneçam como se encontram. (Pausa.) Está aprovado o requerimento. 2ª PARTE ITEM 2 REQUERIMENTO DA COMISSÃO DE ESPORTE N° 42, DE 2025 - Não terminativo - Requer , nos termos do art. 58, §2º, II, da Constituição Federal e do art. 93, II, do Regimento Interno do Senado Federal, a realização de audiência pública, com o objetivo de debater os desafios do atleta estudante. Autoria: Senadora Leila Barros (PDT/DF) e outros. Em votação o requerimento. As Sras. Senadoras e os Srs. Senadores que concordam com o requerimento permaneçam como se encontram. (Pausa.) Está aprovado o requerimento. Agora vou ter que falar tchau para vocês. Foi um prazer enorme! Muito obrigada. Obrigada, Marília; obrigada, Andressa; obrigada, Rodrigo; obrigada, Maria Furtado. |
| R | Obrigada a todos. Obrigada, professor. Obrigada aos intérpretes de libras. Rosenilda está me devendo um vídeo. Obrigada a todo mundo, e, se eu deixei de falar alguém... Ialuska, muito obrigada. Eu queria te perguntar até a origem do seu nome. A SRA. IALUSKA GUERRA (Por videoconferência.) - Então, Senadora, a origem do meu nome é a cabecinha do meu pai. Meu pai tem essa... Tinha, porque ele faleceu neste ano, infelizmente, mas ele tem essa característica de criatividade e queria colocar o nome da última filha dele referente à iluminação. Então, ele colocou Ialuska. A SRA. PRESIDENTE (Mara Gabrilli. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - SP. Por videoconferência.) - Nossa! Mas eu ia falar isso, porque, na hora em que você fala Ialuska, vem uma luz na cabeça. Parabéns para o seu falecido pai. Então, um beijo para todo mundo. Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos e declaro encerrada a presente reunião. Beijo no coração de vocês. Obrigada. (Iniciada às 13 horas e 34 minutos, a reunião é encerrada às 15 horas e 43 minutos.) |

