Notas Taquigráficas
| Horário | Texto com revisão |
|---|---|
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Fala da Presidência.) - Bom dia. Havendo número regimental, declaro aberta a 17ª Reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS - 2025, que se realiza nesta data, 16 de outubro do corrente ano. Silêncio, por gentileza. Senhores, vou anunciar os itens. Antes de iniciarmos os trabalhos, submeto à deliberação do Plenário a dispensa da leitura e aprovação da Ata da 16ª Reunião. Aqueles que aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) A ata está aprovada e será publicada no Diário do Congresso Nacional. A presente reunião está dividida em duas partes: a primeira, deliberativa; a segunda, oitiva. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Está aqui. Vou anunciar, senhores, os itens, após a reunião com as Lideranças. Foram retirados de pauta os itens de 1 a 9 e nºs 20 e 67 - retirados de pauta 1 a 9, itens 20 e 67 -; estão destacados os itens 10 e 11, referentes ao Sr. Eli Cohen; 12 a 15, referentes à Sra. Danielle Fonteles; 45 a 55, todos referentes ao Sr. José Ferreira da Silva; o item 98 será destacado para mudança de redação; o item 100, pedido de prisão preventiva do Sr. Milton Cavalo, também está em destaque. Todos compreenderam? Os senhores querem que eu repita? Está claro? Vou repetir... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... retirados de pauta 1 a 9 e itens 20 e 67; destacados 10, 11 e 12 a 15, 45 a 55; item 98, para mudança de redação; item 100, prisão do Sr. Milton; e o item 72 também será destacado para transformação em convite. (São os seguintes os itens retirados de pauta: 1ª PARTE ITEM 1 REQUERIMENTO Nº 20/2025 Requer a quebra do sigilo telemático do Sr. Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social, entre janeiro de 2023 e julho de 2025. Autoria: Senador Izalci Lucas 1ª PARTE ITEM 2 REQUERIMENTO Nº 126/2025 Requer a quebra dos sigilos bancário e fiscal do Sr. Carlos Lupi, ex-Ministro da Previdência Social, no período de janeiro de 2023 a julho de 2025. Autoria: Senador Izalci Lucas 1ª PARTE ITEM 3 REQUERIMENTO Nº 294/2025 Requer, ao COAF, o envio do Relatório de Inteligência Financeira (RIF) referente ao Sr. Carlos Lupi, ex-Ministro da Previdência Social, abrangendo o período de janeiro de 2023 a julho de 2025. Autoria: Senador Izalci Lucas 1ª PARTE ITEM 4 REQUERIMENTO Nº 1187/2025 Requer, ao COAF, o envio do Relatório de Inteligência Financeira (RIF) referente ao Sr. Carlos Lupi, ex-Ministro da Previdência Social, entre 1º de janeiro de 2023 e 26 de agosto de 2025. Autoria: Senador Marcos Rogério 1ª PARTE ITEM 5 REQUERIMENTO Nº 1188/2025 Requer a quebra dos sigilos bancário e fiscal do Sr. Carlos Lupi, ex-Ministro da Previdência Social, entre 1º de janeiro de 2023 e 26 de agosto de 2025. Autoria: Senador Marcos Rogério 1ª PARTE ITEM 6 REQUERIMENTO Nº 1861/2025 Requer a quebra do sigilo fiscal do Sr. Carlos Roberto Lupi, ex-ministro da previdência social, referente ao período de 1º de janeiro de 2023 a 2 de maio de 2025. Autoria: Deputado Marcel van Hattem 1ª PARTE ITEM 7 REQUERIMENTO Nº 1863/2025 Requer a quebra do sigilo telemático do Sr. Carlos Roberto Lupi, ex-ministro da previdência social, referente ao período de 1º de janeiro de 2023 a 2 de maio de 2025. Autoria: Deputado Marcel van Hattem 1ª PARTE ITEM 8 REQUERIMENTO Nº 1865/2025 Requer a quebra do sigilo telefônico do sr. Carlos Roberto Lupi, ex-ministro da previdência social, referente ao período de 1º de janeiro de 2023 a 2 de maio de 2025. Autoria: Deputado Marcel van Hattem 1ª PARTE ITEM 9 REQUERIMENTO Nº 1867/2025 Requer a quebra do sigilo bancário do sr. Carlos Roberto Lupi, ex-ministro da previdência social, e, ainda, o envio, pelo COAF, de Relatório de Inteligência Financeira - RIF, referente ao período de 1º de janeiro de 2023 a 2 de maio de 2025. Autoria: Deputado Marcel van Hattem 1ª PARTE ITEM 20 REQUERIMENTO Nº 2145/2025 Requer a transferência de sigilo fiscal envolvendo as informações referentes às notas fiscais das seguintes aeronaves: Beech Aircraft modelo 58P, de prefixo PT-OOV; Cessna Aircraft, modelo 172RG, de prefixo PR-ATM; e Beech Aircraft modelo F90, de prefixo PT-LPL. Autoria: Deputado Alfredo Gaspar 1ª PARTE ITEM 67 REQUERIMENTO Nº 2087/2025 Requer a convocação do Sr. Reissanluz Sousa de Oliveira, um dos pilotos que mais realizou voos na aeronave Beech Aircraft, modelo F90, prefixo PT-LPL, ligada indiretamente a Antônio Carlos Camilo Antunes. Autoria: Deputado Alfredo Gaspar) O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Só pela ordem, rapidamente, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE. Pela ordem.) - Eu gostaria apenas de manifestar para o senhor... Eu sei que hoje nós não temos aqui, graças a Deus... Eu acho que é um ponto fora da curva, mas temos que agradecer ao STF, o todo-poderoso, que negou o habeas corpus do depoente de hoje. Isso é um ponto positivo, para que a gente possa buscar a verdade. Agora, eu me preocupo, Sr. Presidente, com os últimos acontecimentos que nós temos tido aqui nesta Comissão. Tivemos, durante essas últimas sessões, algo que eu não vi em nenhuma CPMI, Deputado Alfredo Gaspar, Relator. Eu participei aqui, desde que cheguei, em 2019, de praticamente todas as CPIs e CPMIs que aconteceram aqui no Congresso Nacional e eu nunca havia visto depoente, advogado, colocando o dedo em riste para quem quer que seja. (Soa a campainha.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim, Excelência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Então, eu acredito, Sr. Presidente, que a população lá fora quer a verdade. Nós precisamos fazer o nosso trabalho parlamentar. Claro que o respeito é a regra da boa convivência. Agora, teve situações aí... Eu quero manifestar um desagravo, inclusive, com quem eu compartilho a titularidade, que é o Senador Marcio Bittar. O senhor chegou a colocar que ele poderia sair da sala naquele momento. Eu estava acompanhando tudo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Mas eu digo assim, isso intimida os Deputados e Senadores. E eu acho que nós precisamos aqui, exatamente, fazer o trabalho, sem nenhum tipo de amarras, para que busquemos os verdadeiros culpados. Isso é algo importante. A população lá fora está nos acompanhando e quer uma atitude proativa desta Casa. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Pois não. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Certos pedidos de prisão aqui que foram feitos... eu acredito que foi um equívoco não ter sido deliberado o pedido de prisão de alguns depoentes. Mas eu queria, para encerrar... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... pedir ao senhor o seguinte, só para confirmar: o irmão do Lula, o Frei Chico, está mantido nesse requerimento para votar a convocação dele? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Excelência, como eu li aqui... Eu vou pedir a gentileza de nós darmos sequência na... Como eu li aqui, os itens que foram retirados não se referem a esse senhor, o.k.? Então, ele está mantido. O Sr. José Ferreira da Silva vai para o destaque e vai para o voto. Senhores, vou colocar em votação os requerimentos... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Pela ordem, Presidente, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS. Pela ordem.) - É para retificar. A pedido do Coordenador Marcos... (Soa a campainha.) A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - ... eu solicito uma pequena correção de erro material nos meus Requerimentos nºs 93 e 96. No 93, o ano da data é 2024 e não 2025. E, no item 96, é o Presidente do INSS e não Ministro. Apenas isso. Muito obrigada. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Pela ordem, Presidente. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA) - Pela ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instantinho. Só um instante. Senhores e senhoras, por favor. Primeiro eu preciso responder à Senadora. A solicitação está aceita, Senadora Soraya Thronicke. A Secretaria está orientada a cumprir os pedidos de V. Exa. Pela ordem, Deputado Marcel van Hattem. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Pela ordem.) - Sr. Presidente, eu quero fazer aqui uma manifestação bastante enfática. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas... Posso pedir um minutinho para cada um, por gentileza? O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - É um minuto só, Presidente... (Soa a campainha.) O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - ... mas é fundamental isso aqui. Nós recebemos ontem a notícia, pela imprensa, de que cinco Parlamentares da oposição estão sendo processados pelo PT por manifestações feitas aqui na Comissão, Sr. Presidente. Isso é gravíssimo. E manifestações que, em primeiro lugar, estão acobertadas, obviamente, pela imunidade parlamentar material, mas que de nada têm, inclusive, de ofensivas ou de fora daquilo que se espera do debate político. Aqui está o Senador Izalci, para não falar de mim, que sou um dos que está sendo, inclusive, processado pelo PT por ter falado a verdade, que Lula é o líder de um Governo em que se descobriram ladrões do INSS - é verdade; não tem nada de mentira -, mas o Senador Izalci falou algo, inclusive, muito menos direto a respeito da situação e está sendo processado pelo PT. E estão pedindo danos morais de R$30 mil para mim, para o Zucco, para o Senador Seif, para o Senador Izalci e para o Deputado Cabo Gilberto. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Sr. Presidente, mas eu espero uma manifestação de V. Exa., inclusive... O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP) - Pela ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Só um instante, por favor. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - ... porque é um absurdo que nós não possamos fazer o nosso trabalho sem o constrangimento contínuo de quem usa, inclusive, o Judiciário para processar quem está investigando. Isso é um absurdo, Sr. Presidente. Portanto, eu peço uma manifestação de V. Exa. nesse sentido. Muito obrigado. O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP) - Pela ordem, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instantinho. Pela ordem, a Senadora Eliziane Gama. (Soa a campainha.) A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA. Pela ordem.) - Presidente, só para lembrar, o Ofício, da Senadora Dorinha, 2.025... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Hum. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA) - ... e ela falou com o senhor na última sessão para que fosse... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA) - ... colocado na ordem do dia, e parece que não está. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Vou responder que já é item tratado por essa Presidência; se trata de pedido de mudança de data da CPMI. Não será avaliado, porque já foi respondido pela Presidência. Eu já manifestei que não vou mudar os dias da reunião; pelo contrário, nós vamos ampliar - duas sextas-feiras já foram acertadas aqui -, para que a gente possa dar sequência no trabalho. Pela ordem, o Deputado Orlando Silva. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF. Fora do microfone.) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instantinho, Izalci. O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP. Pela ordem.) - Bom dia, Presidente. Bom dia... (Soa a campainha.) O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP) - ... colegas Deputados, Deputadas, Senadores, Senadoras. Presidente, eu queria reforçar a tua determinação, como sempre, de iniciar os trabalhos apreciando os requerimentos... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. |
| R | O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP) - ... porque eu observo que o colega, há pouco, falou, contestando aqui e, pior, exigindo manifestação de V. Exa. sobre matéria judicializada de que o debate vai se dar na Justiça. Os Deputados e Deputadas, Senadores e Senadoras devem zelar pelo decoro parlamentar. Assim está estabelecido no Regimento das duas Casas e no Regimento Comum. E o que se vê, Presidente, sinceramente, é o comportamento, por vezes, de garotos de 5ª série. O palavreado utilizado é algo que desmoraliza o Parlamento brasileiro. Qualquer pessoa pode contestar ataques, agressões, se se sentir atingida por palavras de qualquer Deputado, porque, é sempre bom lembrar, o art. 53 garante a imunidade Parlamentar... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP) - ... formal e material, mas imunidade, Presidente, é diferente de impunidade. A impunidade deve ser combatida contra ladrões de INSS e Parlamentares que não sabem se comportar. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Muito obrigado. Eu vou... Olha, como os senhores estão observando, geralmente, as manifestações não seguem a ordem de sequência dos trabalhos da CPMI. Eu sou muito paciente e penso que todos os Parlamentares têm o direito de se manifestar, de se colocar, mas é preciso que a gente ponha um limite aqui, senão nós vamos ficar aqui o resto da manhã todo com os comentários. E não tem... Tem que ser feito num outro âmbito. Então, eu vou dar a palavra a mais dois que pediram aqui: o Senador Izalci Lucas, o Senador Rogerio Marinho - pergunto ao Líder... E ao Deputado Rogério Correia. E vou encerrar essa parte para a votação, o.k.? Está, então, com a palavra o Senador Izalci Lucas e o Paulo Pimenta, como Líder. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF. Pela ordem.) - Presidente, só para reforçar o que foi dito aqui... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Dois minutos, por favor, Excelência. (Soa a campainha.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... para reforçar o que foi dito aqui, o que está na peça de que estão me acusando. Eu disse assim: Presidente, eu participei da CPI da Petrobras, participei da CPI dos Fundos de Pensão, da Lei Rouanet, do Carf, da JBS, participei de todas elas. Eu nunca vi tanta roubalheira que aconteceu do Partido dos Trabalhadores. E o mais interessante: o modus operandi é o mesmo. E citei logo a JBS, que ganhou no INSS, ganhou... Não teve nem licitação, foi indicada para antecipar a aposentadoria dos aposentados. Foram 492 mil aposentados que foram realmente saqueados pela JBS. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio, por favor. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... que é o PicPay. Era essa a minha consideração. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Com a palavra o Senador Rogerio Marinho. (Intervenção fora do microfone.) (Soa a campainha.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Pela ordem.) - Por dois minutos, Sr. Presidente, porque eles só estão botando um... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Dois minutos. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Por favor, a Mesa. Sr. Presidente, primeiro, eu quero elogiar o trabalho de V. Exa., a condução serena que V. Exa. tem dado aqui a esta Casa e pedir aos nossos pares aqui... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instantinho, Senador Rogerio. Silêncio, por favor. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Reponha o tempo aí para mim. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio, por gentileza. Vou pedir aos assessores também, por favor, para colaborarem aqui. Dois minutos, Senador Rogerio Marinho. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Sr. Presidente, ilustres pares e aqueles que estão nos acompanhando, como eu disse inicialmente, quero elogiar a condução de V. Exa. e a preocupação que V. Exa. tem de que os trabalhos caminhem no trilho adequado, ou seja, vamos deslindar esse roubo contra os aposentados do INSS, isso é o que nos une a todos aqui, eu acredito nisso. Mas, Sr. Presidente, o que está sendo tratado aqui pelo Deputado Marcel tem a ver com a forma como o Parlamento age, como a democracia opera, com os direitos fundamentais, prerrogativas de nós todos - de V. Exa., o meu direito, a minha prerrogativa e a do cidadão que é representado por cada um de nós. Há um modus operandi. Isso é um método. Se tenta inibir, calar, emudecer, intimidar quem ousa contraditar, quem ousa apontar malfeitos. Nós estivemos aqui... (Soa a campainha.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Eu acho que esta é 16ª Reunião, se eu não estou enganado... (Intervenção fora do microfone.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - É a 17ª reunião. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Nós tivemos aqui palavras ásperas, proferidas de uma forma descuidada por membros do Governo. Eu tenho, inclusive, aqui as notas taquigráficas e oportunamente falarei a respeito delas. Palavras como "esgoto", como "ladrões", como "roubalheira contumaz", como "está no DNA"... Presidente, isso foi dito por aqueles que hoje têm a pachorra, o desplante de ingressarem com ações contra o direito de o Deputado fazer o debate. Se se sentirem ofendidos, por favor, respeitem a instituição: vão à Comissão de Ética. Na hora em que ingressam com ações judiciais, o fazem para tentar intimidar e calar este Parlamento. Isso é inaceitável! Aliás, é esse tipo de comportamento - desculpe a expressão - vira-lata que está fazendo com que a sociedade nos olhe de uma maneira vesga, enviesada. Quando você cataloga as instituições e pergunta à sociedade qual é o critério de avaliação do Congresso Nacional, via de regra está abaixo do rés, do chão, porque nós não nos damos o respeito. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Então, desculpe-me a fala um pouco mais exaltada, mas é para dizer a V. Exa. que isso é revoltante, esse tipo de comportamento, que é um método. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Deputado Rogério Correia. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG. Pela ordem.) - Presidente, alô... (Fora do microfone.) Pronto, esse aqui é meio diferente. Presidente, eu acho estranho, engraçado como que é a reação de pessoas que acham que podem chamar os outros de ladrão e daí por frente, e não querem que isso possa ser questionado na Justiça. Mas a ação deles também é a mesma. Eu tenho contra mim dois processos que foram colocados por pessoas do Governo Bolsonaro, dois processos. Um deles está aqui, que é o Senador Girão. Ele entrou com um processo, comigo, na Comissão da CPI da tentativa de golpe, por uma observação que eu fiz, em que me perguntaram qual o plural de Girão, se era "girãos" ou "girões". E eu disse: "Golpistas". E, por causa disso, eu estou com um processo, respondendo lá no Ceará. É um direito dele, vamos responder. Para mim, a questão do golpe, eu tenho opinião política sobre isso. E olha que eu não o chamei de ladrão, de safado, nada disso. Isso também é uma pachorra, é um desrespeito, é revoltante, é vira-lata, é maneira vesga, tem que se ir para a Comissão de Ética? E tem um outro recente agora... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio, por favor. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - E tenho outro recente agora, Deputado Marinho. Eu tenho, Senador Marinho, outro recente agora, também. Entraram agora contra mim com uma petição extrajudicial, agora também, um que foi Líder do Governo Bolsonaro. Então, dois pesos e duas medidas. É direito entrar na Justiça se não se considerar aquilo como plausível. Eu não acho que expressões como essas - e uma vez eu tive esta polêmica aqui - deveriam ser comuns entre nós, porque generalizam, falam que "isso aqui é tudo ladrão". É evidente que, se eu não posso aqui responder, porque não temos nem direito de resposta, isso não pode ser generalizado a toda hora. Onde eu vou reclamar disso? Na Justiça. Então, realmente, dois pesos e duas medidas. Vamos ver se as pessoas ficaram indignadas, porque eu também tenho dois processos que estão contra mim, colocados também por bolsonaristas, mesmo conteúdo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Com a palavra o Deputado Paulo Pimenta. |
| R | O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Presidente, art. 14, tá? Fui citado nominalmente. Foi o senhor que colocou essa regra aqui. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instante, Senador. Só um instante, Senador. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - De uma maneira pejorativa. De uma maneira pejorativa. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Abre mão? Dois minutos, Senador Girão. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE. Pela ordem.) - Eu queria apenas dizer, Sr. Presidente... Eram cinco minutos... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Art. 14, cinco minutos. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência, eu não vou conceder o 14, não. Eu vou dar nesse tempo aqui para V. Exa. se manifestar por dois minutos. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Tá. Em primeiro lugar, o seguinte: com que moral - com que moral - essa turma do PT tem de chamar alguém de golpista? Com que base? Com que provas? Ou o golpista é quem diz que está querendo investigar roubalheira do INSS, mas vota para blindar todo mundo que tenha alguma coisa a dizer com relação a isso? Isso é chamar de golpista? Porque eu vejo as entrevistas dos senhores, as manifestações dos senhores aqui. É o seguinte: "Temos que investigar. Temos que achar os culpados". Mas na hora de votar... e daqui a pouco a gente vai ter o irmão do Presidente de vocês, o Frei Chico, que participa... (Soa a campainha.) O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... de uma entidade que recebeu centenas de milhões de reais de descontos indevidos. Houve tráfico de influência? Porque a coincidência foi o seguinte: quando o Presidente Lula assume, explode o roubo dos aposentados. É ou não é para chamá-lo aqui respeitosamente para a gente perguntar para ele? Vamos ver como é que vai ser a votação da tropa de choque do Governo Lula aqui, hoje. Vamos ver. E não assinaram a CPMI. É importante que o brasileiro saiba que hoje têm maioria aqui nesta Comissão e não assinaram a CPMI, com exceção aqui de um colega, de um colega do PT. Então, Sr. Presidente, eu acho que é o seguinte, a gente precisa ter muito respeito, porque a regra da convivência é o respeito. Agora, a gente não pode brincar com a população... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... que foi roubada escandalosamente em bilhões de reais. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Gente pobre... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... viúvas, pessoas que têm órfãos, velhinhos... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para encerrar, Excelência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... e essas pessoas querem uma resposta. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado. Encerradas as falas. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Pela ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Encerradas as falas. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, encerradas as falas, Excelência. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Excelência, as falas neste momento estão encerradas. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Presidente, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, não... Excelência, eu fiz aqui uma série de inscrições porque neste momento o pela ordem aqui está sendo para comentários. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Pela ordem é para esclarecer. Eu estou assumindo hoje a suplência do meu partido e eu gostaria de entender alguma coisa. Só isso, posso? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Pela ordem, Excelência. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Muito obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas, se for um comentário sobre a situação, eu peço, Excelência... O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Não, não é nada de comentário. Eu estou pedindo pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por favor, Excelência. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Pela ordem.) - Se eu não posso mais pela ordem, o.k. É só alguém me informar. Obrigado, Presidente. Presidente, eu estou hoje substituindo um colega de partido que não pôde estar e pela primeira vez eu estou substituindo como membro suplente. Como eu não tenho todas as informações da CPMI, eu gostaria de entender a celeuma, que vim acompanhando no veículo até aqui, desta convocação que parece que não é fruto de acordo e em que querem botar um requerimento. É do irmão do descondenado Presidente da República, Frei Chico. É Frei? É da Igreja Católica? Não sabia. Bom, dito isso, Presidente, eu só quero entender... Porque aí quero inclusive falar como Líder do PL na Câmara dos Deputados. E aqui eu tenho alguns cinco indicados nossos e mais um do Novo... (Intervenções fora do microfone.) |
| R | O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Calma! Eu não comecei a falar. (Intervenções fora do microfone.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Não, não estou falando no tempo de Liderança. Eu pedi pela ordem. Vou encerrar. Eu gostaria de fazer um apelo, Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - ... porque eu tenho convicção de que o PT quer apurar e punir quem roubou aposentado no Brasil. Como eles querem, eu gostaria de fazer uma sugestão. Esse requerimento do Frei Chico tem que ser votado, Deputado Pimenta, por acordo. (Intervenção fora do microfone.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Então, eu quero sugerir que seja retirado hoje este requerimento, porque nós vamos votá-lo por acordo, com o apoio do PT. Eu tenho convicção disso. Sabe por quê? Porque se for pautado hoje, Presidente, o PT vai derrotar esse requerimento? A SRA. LEILA BARROS (Bloco/PDT - DF) - Então pauta o do Onyx, pauta os outros também. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - O PT vai derrotar o requerimento? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senadora... Senadora Leila, por favor. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Fora do microfone.) - Pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instante, por favor. A SRA. LEILA BARROS (Bloco/PDT - DF) - Vamos pautar o Onyx. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Deixe-me terminar, poxa! (Intervenções fora do microfone.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Deixe-me terminar. Eu não posso falar não? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para encerrar, Excelência. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Presidente... A SRA. LEILA BARROS (Bloco/PDT - DF) - Eu quero o Onyx. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores... O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Eu gostaria de pedir... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Pela ordem, Presidente. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - ... ao ilustre Presidente, que pode fazer de ofício, ou ao ilustre Relator, que retire esse requerimento, para acalmar essa coisa aqui. A SRA. LEILA BARROS (Bloco/PDT - DF) - CPI parcial. (Tumulto no recinto.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. (Tumulto no recinto.) O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores... (Tumulto no recinto.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instante. (Tumulto no recinto.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, só um instante. (Tumulto no recinto.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Não, não, vamos retirar de pauta. Vocês querem as coisas transparentes? (Tumulto no recinto.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Retira, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Meu posicionamento, em resposta ao Deputado Sóstenes Cavalcante... Seja bem-vindo. Tenho certeza de que tem muito a colaborar. Primeiro, senhores... Por favor, silêncio! Por gentileza. Primeiro, sobre a questão que foi colocada, dos processos. Esta Presidência tem a função de fazer com que essa CPMI avance. A minha Presidência se restringe às questões da investigação que foram aprovadas pelo Congresso Nacional e que hoje tem a responsabilidade de dar respostas ao povo brasileiro. Esse é o meu objetivo e a função que foi dada a mim e ao Relator, por isso estamos sentados nessas cadeiras. As demais questões, sobre embates políticos e ideológicos dos senhores, cada um aqui tem os seus votos, a sua responsabilidade; cada um aqui tem a sua importância de representação, a sua imunidade, e terá de responder pelos posicionamentos, aqui ou no Judiciário, dependendo da maneira com que se colocou. Eu, particularmente, sempre falo que penso que as questões têm que ser resolvidas dentro do próprio Poder Legislativo, por uma questão de poder e de relacionamento, mas não sou eu quem vou dizer quem não deva ir ao Judiciário ou não. Senhores, eu vou repetir aqui os itens que eu vou colocar em votação, e tem um que eu esqueci. Por favor, prestem atenção. Há o Requerimento extrapauta, em acordo, que é o de número 2.228, de convocação do Sr. Mauro Palombo. 1ª PARTE EXTRAPAUTA ITEM 102 REQUERIMENTO Nº 2228/2025 Requer a convocação do Sr. Mauro Palombo Concílio, contador de diversas empresas que, segundo as investigações e documentos recebidos por esta CPMI, teriam recebido repasses de dezenas de milhões de reais da entidade Amar Brasil. Autoria: Deputado Paulo Pimenta Esse requerimento, extrapauta, tem acordo da Liderança do Governo e da Oposição para ser colocado em pauta. Portanto, entra o Requerimento 2.228, de convocação do Sr. Mauro Palombo. Vou colocar em votação todos os itens da pauta, acordados. Vou repetir aqui, para que não fiquem dúvidas. Retirados de pauta: de 1 a 9, o número 20 e o número 67. Estão destacados os itens 10, 11, 12 a 15, 45 a 55. O item 98 será por mudança de redação; o item 72, também. |
| R | E o item 100, de prisão do Sr. Milton. E o item extrapauta que está colocado aqui para votação. Os Parlamentares, Senadores e Senadoras, Deputados e Deputadas, que concordam com a aprovação das pautas e os itens não destacados permaneçam como se encontram. (Pausa.) Muito bem, estão aprovados os requerimentos, e a Secretaria dará sequência. Vamos aos destaques. Itens 10 e 11. 1ª PARTE ITEM 10 REQUERIMENTO Nº 1944/2025 Requer, ao COAF, o envio do Relatório de Inteligência Financeira (RIF) referente ao Senhor Eli Cohen, abrangendo o período de janeiro de 2025 a setembro de 2025. Autoria: Senadora Soraya Thronicke 1ª PARTE ITEM 11 REQUERIMENTO Nº 2149/2025 Requer ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) o envio de informações consistentes na elaboração de RIFs - Relatórios de Inteligência Financeira do senhor Eli Cohen, referente ao período de 1º de janeiro de 2015 a 7 de outubro de 2025. Autoria: Deputado Paulo Pimenta O destaque foi feito pelo Líder da Oposição. Determino à Secretaria que abra o painel para a votação. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Eu quero defender, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Pois não. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Eu defenderei o primeiro, e o Deputado Paulo Pimenta, o segundo. Sr. Presidente, muito me estranha... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Do nosso lado, aqui, o Marcel van Hattem... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instantinho, por gentileza. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Quanto tempo eu tenho? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então, só um instantinho. Pelo Governo, quem será? O Paulo... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Fora do microfone.) - Soraya e eu. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra a Senadora Soraya Thronicke. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Quanto tempo eu tenho, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Cinco minutos, Excelência. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS. Para encaminhar.) - Presidente, esse requerimento solicita ao Coaf o envio do Relatório de Inteligência Financeira referente ao advogado Eli Cohen, nome citado diversas vezes nos documentos recebidos por esta CPMI. A análise das movimentações financeiras é uma ferramenta indispensável para identificar eventuais fluxos de recursos ligados às fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS. A atuação desse profissional, conforme já foi apontado aqui em outros depoimentos e investigações paralelas, pode ter servido de elo entre entidades beneficiadas por descontos irregulares e operadores financeiros desse esquema. É dever da CPMI rastrear o caminho do dinheiro. E esse pedido, Presidente e colegas, vai direto ao ponto: descobrir quem lucrou com as fraudes e quem foi responsável por movimentar valores de origem suspeita. A transparência das movimentações financeiras é a chave para romper o círculo de impunidade... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio, por favor. Silêncio. Sim, pode continuar. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Por favor, Presidente, silêncio. Agradeço. A transparência das movimentações financeiras é a chave para romper o círculo de impunidade que há anos prejudica milhares de aposentados brasileiros. Por isso, eu defendo... E muito me estranha... O Sr. Eli Cohen foi quem desbaratou isso, quem desbaratou e quem fez toda uma movimentação, inclusive com a imprensa, inclusive com delegados... Foi ele que foi acusar as pessoas, mas ele está sendo absolutamente protegido. Causa-me espécie que, naquele dia em que votamos as medidas cautelares, de 20 pessoas, foi incluído Márcio Araújo simplesmente... Eu nem sei da vida de Márcio Araújo, mas incluiu-se o pedido de prisão de Márcio Araújo, por um único motivo: porque o Eli Cohen o citou. Quem é este Eli Cohen tão poderoso, que fez o Líder se insurgir contra um pedido simples, um RIF? De todo mundo aqui foi aberto o RIF, só que ele está absolutamente envolvido. Pedido de RIF de pessoas que não tem nada a ver, o.k., mas, por conta da citação dele, uma pessoa teve seu pedido de prisão cautelar efetivado. |
| R | Eu gostaria de entender a gravidade disso e por que - por quê? - estender esse tapete vermelho para um advogado que age de uma maneira muito estranha, mas muito estranha, que não defende seus clientes? Uma defesa esquisitíssima! Tudo o que envolve ele me preocupa e preocupa a todos nós. (Soa a campainha.) A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Por isso, Presidente, eu peço que votem "sim" - não é, Pimenta? -, "sim" para a manutenção deste requerimento. Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pela oposição, Deputado Marcel van Hattem. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Para orientar a bancada.) - Sr. Presidente, considero esse requerimento aqui, sinceramente, uma temeridade para os trabalhos não apenas desta CPI, mas para qualquer CPI. Nós estamos tratando aqui do requerimento das quebras de sigilo de um delator, de uma pessoa que trouxe a informação a público; de uma pessoa que, aliás, não teve envolvimento nos fatos como parte - até onde nós temos a informação, de tudo o que foi amealhado até aqui -, como parte envolvida em direção de sindicatos, por exemplo; mas, pelo contrário, como advogado daqueles que foram lesados. Se aqui na CPI nós começarmos a usar do modus operandi do PT - do PT -, dos abusadores de autoridade, que vão para cima de quem delata e constrange essas pessoas, em lugar de ir para cima de quem roubou... Porque aqui estão querendo blindar o Frei Chico, como já blindaram assessores de Senador, já blindaram empresas lá da terra do Lula... Blindam todo mundo na base do Governo que tem a ver com o roubo lá na ponta. Mas de quem denunciou agora eles estão querendo quebrar o sigilo. Sabe o que vai acontecer, Sr. Presidente - e não só nesta CPI? Ninguém mais vai querer trazer a informação à tona. Como é que alguém vai chegar ao meu gabinete, ao seu, ou a qualquer instância aqui para o Relator e trazer informações novas, sabendo que corre risco depois de o PT querer quebrar o sigilo dessa pessoa? Querer vasculhar a vida dela e colocá-la como investigada, quando, neste caso aqui - e é por isso que eu preciso fazer, de uma forma muito veemente, esta afirmação -, neste caso aqui, não há vinculação como investigado de Sr. Eli Cohen. Tudo que nós estamos ouvindo aqui, na verdade, são ilações e narrativas do PT, tentando desacreditar quem trouxe as informações que fizeram com que esta CPI pudesse ser instalada. Sim, senhores. Porque, se não fossem as matérias do Metrópoles, se não fossem as entrevistas dadas por Eli Cohen a este jornal e à mídia, nós não teríamos hoje - não teríamos hoje - esta CPI funcionando. Isso, aliás, quebra o acordo, porque o acordo que foi feito, Sr. Presidente - eu sei que V. Exa. tem sido muito correto aqui, e, por isso mesmo, foi feito esse destaque -, quebra o acordo de que só se quebraria sigilo de quem está envolvido no inquérito, de quem está realmente relacionado. Isso me faz lembrar, inclusive, o que nós estamos vivendo hoje, os abusos do Judiciário. Eduardo Tagliaferro, por exemplo: Eduardo Tagliaferro, que trabalhou, foi braço direito de Alexandre de Moraes e de seus juízes auxiliares, denunciou e vem denunciando - lá da Itália, porque ele não pode fazer isso mais aqui do Brasil - todos os abusos cometidos por Alexandre de Moraes e por aqueles que estão perseguindo politicamente a oposição brasileira. Sabe o que aconteceu com ele? Já disse a primeira parte: ele não pode fazer do Brasil mais, está lá fora. Foi incluído ele em inquéritos. |
| R | Aliás, eu posso falar até de mim: eu denunciei, na tribuna da Câmara dos Deputados, Sr. Presidente, a fraude que foi feita, no caso de Filipe Martins, na entrada nos Estados Unidos, porque agora, na última sexta-feira, foi revelado pelo CBP, órgão de imigração, que, de fato, ele não foi para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022, e, não obstante, delegados da Polícia Federal do Lula utilizaram essa informação falsa num relatório, para que Alexandre de Moraes pudesse prendê-lo, e, durante seis meses, Filipe Martins ficou preso, inclusive numa solitária. Tentaram me intimidar, Sr. Presidente: me investigaram, me indiciaram. A Polícia Federal do Lula, com o apoio do Ministro Flávio Dino, não apenas violou a imunidade material parlamentar que nós possuímos... (Soa a campainha.) O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - ... mas também me denunciou por algo mentiroso. E é por isso, Sr. Presidente, que eu anunciei ontem - repito aqui hoje - que eu estou também entrando por denunciação caluniosa contra os delegados que me investigaram e me indiciaram. Agora, Sr. Presidente, não podemos fazer com que aqui, nesta CPI, o mesmo aconteça. Não podemos permitir que os membros desta CPI façam, da figura de um delator que veio aqui, contribuiu, que veio sem habeas corpus, falou tudo o que tinha para dizer e está disposto a vir de novo... Não podemos admitir agora que nós vamos fazer, como Comissão, essa intimidação contra ele, e pior - porque ele é um -: contra qualquer outro que um dia vem aqui a querer delatar e trazer informações relevantes. Por isso, Sr. Presidente, nós encaminhamos favoravelmente a esse destaque e, portanto, contrariamente ao requerimento. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Líder Paulo Pimenta. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Para orientar a bancada.) - Sr. Presidente, o tempo é o senhor da razão, e aqui, nesta Comissão, não foi preciso muito tempo para que as máscaras caíssem e aquele discurso da blindagem, aliás, blindagem que ontem, na Câmara dos Deputados... Mais uma vez, um Parlamentar está sendo blindado de uma investigação por crimes que cometeu. A blindagem, na realidade, está se revelando aqui hoje. Esse cidadão esteve aqui e fez um depoimento muito controverso. De fato, ele tem muitas informações, mas a imprensa, nos últimos dias, tem divulgado informações, áudios, inclusive confirmados por ele - confirmados por ele -, de que ele foi procurado e, antes de vir aqui à Comissão, recebeu treinamento de publicitário, de partidos políticos, de que ele manteve contatos e discutiu, inclusive, a possibilidade de recebimento de recursos para denunciar ou não denunciar determinadas entidades e pessoas... E é curioso, Sr. Presidente, porque o Parlamentar que me antecedeu, quando se referiu a ele, usou a expressão "delatou". Quem delata é parte do esquema criminoso. O delator é alguém de dentro do esquema criminoso que revela informações que sabe. É curioso também, Sr. Presidente, porque, em outras oportunidades... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio na sala, por favor. |
| R | O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... quando eu levantei questionamentos sobre pessoas que, eventualmente, estariam tendo seus sigilos quebrados, até mesmo por suspeita de haver erros das informações do Coaf, V. Exa. é testemunha do argumento que foi utilizado: "Mas, se essa pessoa não tem nada no seu RIF, não tem nada na sua movimentação financeira, a quebra do sigilo é até uma oportunidade de provar sua inocência". E por que, agora, essa preocupação exacerbada, que leva o Líder da oposição e os principais representantes da oposição, aqui na Comissão... (Soa a campainha.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... a pedirem esse destaque, para que nós não possamos saber, de fato, se existe alguma relação financeira entre esse indivíduo e, em primeiro lugar, essas organizações que fraudaram o INSS, pessoas que estão diretamente envolvidas nessa investigação ou que, eventualmente, estejam atuando e recebendo para fazer obstrução do trabalho desta Comissão e da Justiça, para direcionar a investigação, para que a gente, efetivamente, não chegue aos verdadeiros responsáveis pelo roubo do INSS? Eu tenho muito claro que V. Exa., como nós, tem aqui um objetivo: chegar a quem roubou os aposentados e aposentadas, responsabilizar criminalmente estas pessoas e garantir que o dinheiro roubado seja devolvido para os aposentados e aposentadas. Essa é a orientação, inclusive, do Governo do Presidente Lula para a nossa atuação aqui, nesta Comissão. (Soa a campainha.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - E nós queremos, então, que esse requerimento seja mantido, e a gente possa garantir que a verdade apareça. E, se, eventualmente, não tiver nada na movimentação dele que demonstre que tenha adotado alguma conduta inadequada, com relação a essa investigação, com certeza isso não terá desdobramentos. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Líder Rogerio Marinho. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Pela ordem.) - Eu quero cinco horas, cinco e trinta... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Cinco horas, Excelência?! (Risos.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Desculpe. É que o Pimenta me deu mais 30 segundos ali. Ele está generoso. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por cinco minutos. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - E 30 segundos. Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, eu quero chamar a atenção dos senhores, começando pelo final aqui, pois a orientação que o PT recebeu aqui foi justamente o contrário: foi de não assinar a CPMI; os órgãos praticarem uma investigação seletiva; foi procrastinar o processo; foi tentar fazer com que pessoas importantes que tinham a ver com a investigação não fossem convocadas; impedir a quebra de sigilo de empresas que receberam quantias vultosas dos envolvidos nesse roubo escandaloso... Essa tem sido a orientação que, certamente, foi recebida pelos membros do Governo aqui neste Parlamento. Aliás, permitam-me começar com uma frase que muito bem identifica a esquerda no Brasil: "Acuse-os do que você faz; chame-os do que você é". Nunca vi uma frase que coubesse tão bem nesse espectro ideológico. Nós estamos tratando aqui - vejam os senhores que estão nos ouvindo agora - de quebrar o sigilo daquele que, todos concordamos, proporcionou esta CPMI. |
| R | A partir de março de 2023... Não sou eu que estou dizendo, é o Delegado da Polícia Federal, na abertura do seu processo. Foram as notícias dadas ao Metrópoles pelo Sr. Eli que proporcionaram que esse grande roubo, que foi deixado debaixo do tapete pela administração do PT, fosse colocado à luz do dia. Pois muito bem, desse cidadão que aqui veio está sendo pedida a quebra do seu sigilo não a partir de 2023, quando ele faz a denúncia, Sr. Presidente. Srs. Parlamentares; é a partir de janeiro de 2015. Se isso não é intimidação, eu não sei o que é. Se isso não é tentativa de calar alguém, eu não sei o que é. Aliás, como eu tenho dito, é método. É a mesma coisa com o Tagliaferro em relação à questão do Judiciário. Vejam, senhores, que o Tagliaferro privou da intimidade do então Presidente do TSE e, hoje, Ministro ainda do STF como seu operador. Ele vai a público, faz uma denúncia. O Estado brasileiro, que deveria proteger o denunciante e apurar com rigor o que aconteceu, transforma o denunciante em réu, exila o denunciante, toma o seu passaporte, tira as suas condições financeiras, e o denunciado passa a ser o juiz dessa ação. Senhores, isso é para se indignar! Isso é para se indignar! O que está acontecendo no país é indignante - eu não sei nem se cabe a palavra aqui; me desculpem o excesso. Aí nós estamos vendo aqui cinco Parlamentares desta Comissão denunciados, Sr. Presidente, denunciados ao Judiciário porque fizeram o debate político, como se o outro lado fosse formado por pessoas educadas, que falam aqui de flores e de perfumes, que não adjetivam, que não falam palavras fortes em relação ao Governo do Presidente Bolsonaro. Aqui, eu tenho uma série de notas taquigráficas para mostrar que os senhores mentem e são hipócritas, mas não as falarei para evitar o art. 14, Sr. Presidente, talvez, oportunamente, convenientemente provocado. Nós estamos vendo aqui, Sr. Presidente, o fato de que, recentemente, esse mesmo cidadão que ingressou com ação contra os Deputados ingressou com ação agora contra a ex-Primeira-Dama Michele Bolsonaro. E olha o que ele fala: o Decreto 12.604, de 2025, cria uma superestrutura ou permite acesso à superestrutura para a Sra. Janja da Silva, como se não bastassem todas as benesses que essa senhora tem tido como esposa do Presidente da República. (Soa a campainha.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Alguém se dá o direito de fazer uma crítica que é normal no regime democrático. O que é que acontece? O Sr. Lindbergh vai a público e diz que "os ataques [à Primeira-Dama] sofrerão retaliações olho por olho e dente por dente". Sr. Presidente, isso é uma barbárie. Isso é uma tentativa clara de intimidação, usando o Poder Judiciário. Aliás, muita gente aqui do Governo virou cagueta e auxiliar de Ministério Público, usurpando - quem quiser que vista a carapuça - uma prerrogativa que não é dele e descuidando do fato de que este Poder tem que se dar ao respeito. Nós temos o art. 53, que fala da inviolabilidade do mandato parlamentar e da ação que o Parlamentar precisa exercer com altivez. Não é blindagem, senhores! É respeito à democracia! E é muito complicado a gente observar membro do Judiciário se aviltando e fazendo parte desse jogo de destruição do equilíbrio entre os poderes. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Por isso, Sr. Presidente, nós propomos a acareação - acareação! - entre o Sr. Eli e o Sr. Antônio Camilo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Aliás, o Governo concordou, da vez anterior... |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - ... que seria muito mais produtivo para esta Comissão uma acareação entre ambos do que se fazer um trabalho de intimidação que vai, inclusive, inibir outros... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - ... que estejam dispostos a denunciar os desmandos, os malfeitos e os roubos deste Governo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Encerradas as falas. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Só espero não ser processado por isso, viu, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Encerradas as falas, vamos iniciar a votação. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Presidente, eu queria só orientar pela Câmara o... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, não pode, Excelência. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Não? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, na CPMI, não. Aqui, somente os dois lados podem falar. Os que concordam com o requerimento votam "sim", os que concordam com o requerimento, a manutenção dele, votam "sim"; os que votam pela retirada votam "não". A votação está iniciada. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Para orientar a bancada.) - O Governo orienta o voto “sim”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O Governo orienta o voto “sim”. A Oposição... A Oposição, Senador Rogério... Senador... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Para orientar a bancada. Fora do microfone.) - A Oposição, representada aqui por mim, vota "não"... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Presidente, é a aprovação do requerimento, né? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - É aprovação... Quem aprova o requerimento... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Quem aprova vota "sim". O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Quem pela Câmara puder votar "sim" eu agradeço. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputados Sóstenes, só esclarecendo: quem aprova o requerimento, a manutenção, vota "sim". Quem é contra vota "não". O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Eu quero aprovar. Eu estou com vocês, porque vocês querem investigar. Agora eu quero ver se a Soraya... (Intervenções fora do microfone.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Presidente, o Sóstenes veio na reunião só para atrapalhar... (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência... Excelência... A votação está aberta. A votação está aberta. A votação... A votação está aberta. Quem aprova o requerimento vota "sim"; quem é contra o requerimento vota "não". A SRA. CORONEL FERNANDA (Bloco/PL - MT. Fora do microfone.) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas quem tem que pedir, Coronel Fernanda, é o Líder, é o Líder. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, pode votar. Pode votar. Não, não, não. Não escutamos, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - A Oposição orienta "não." O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - "Não". O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - O Governo orienta o voto “sim”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instante que já estão providenciando o sistema. Às vezes, o pessoal da Câmara tem alguma dificuldade de votar, mas está sendo providenciado. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Os Deputados podem votar pelo Infoleg também. Os Srs. Deputados podem votar pelo Infoleg. Vou aguardar todos. Fiquem tranquilos. Terão tempo para votar. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Senhores... Não... Pimenta. Posso. Posso, mas não vou fazer isso aí, não. Aqui a convivência... Todos têm que se respeitar, e nós vamos tocando em frente. (Pausa.) A votação está aberta. Estão em votação os destaques... (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Gente, eu não vou encerrar a votação, não. Não, eu não vou encerrar. Calma, os senhores terão tempo de votar. Estão em votação os itens 10 e 11 destacados pela Oposição. (Pausa.) |
| R | Todos já votaram? Todos já votaram? Deputado José Medeiros. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP. Fora do microfone.) - Quem está faltando aqui? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só o Deputado José Medeiros. Nesse caso, o voto do Deputado Sóstenes. O senhor é suplente dele. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Como é que é? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Do José Medeiros? (Pausa.) Aí, perde. Coronel Chrisóstomo, o senhor já votou, Excelência? Faltam ainda Coronel Crisóstomo e suplente, Deputado José Medeiros. Cadê o Vice-Presidente Duarte? Não votou ainda? Cadê? Votou, não? (Pausa.) Ah, tá. Todos já votaram? Está encerrada a votação. Determino à Secretaria a publicação do resultado. (Procede-se à apuração.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Item 6. Está aprovado o requerimento com 21 votos; NÃO, dez. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Parabéns, Soraya. Conto com o seu voto. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Em votação, para destaque, senhores, os itens de 12 a 15, referentes à convocação e quebras de sigilo da Sra. Danielle Miranda Fonteles. 1ª PARTE ITEM 12 REQUERIMENTO Nº 2067/2025 Requer a quebra de sigilo fiscal da Sra. Danielle Miranda Fonteles. Autoria: Senador Sergio Moro 1ª PARTE ITEM 13 REQUERIMENTO Nº 2070/2025 Requer informações consistentes na elaboração de RIFs - Relatórios de Inteligência Financeira e que proceda-se à quebra de sigilo bancário e fiscal da Senhora Danielle Miranda Fonteles, referentes ao período de 1º de janeiro de 2023 a 30 de novembro de 2025. Autoria: Deputado Kim Kataguiri 1ª PARTE ITEM 14 REQUERIMENTO Nº 2074/2025 Requer, ao COAF, o envio do Relatório de Inteligência Financeira (RIF) e a quebra de sigilo bancário da Sra. Danielle Miranda Fonteles, publicitária. Autoria: Senador Sergio Moro 1ª PARTE ITEM 15 REQUERIMENTO Nº 2078/2025 Requer a quebra dos sigilos bancário e fiscal da Sra. Danielle Miranda Fonteles, publicitária e ex-proprietária da Pepper Comunicação Interativa RJ RJ LTDA. Autoria: Deputado Beto Pereira Pergunto aos Líderes do Governo e da oposição se desejam defender os requerimentos? Um de cada lado. Os itens de 12 a 15, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - E que tratam de quê? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Esses tratam da convocação e quebras de sigilo da Sra. Danielle Miranda Fonteles. Quebra de sigilo. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - O Senador Moro vai fazer a... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... a defesa, e o Senador Paulo Pimenta. Com a palavra... É um só de cada lado. Vamos agilizar. Podemos? Então, com a palavra o Líder Paulo Pimenta. Ah, não, Senador Sergio Moro. O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR. Para encaminhar.) - Presidente, aqui é uma situação muito simples. Vamos aproveitar, então, que o PT está querendo investigar, a base do Governo está querendo investigar... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senador Moro, só um minutinho. Os senhores aceitariam se nós abríssemos já a votação? Não? Então, está bem. Perfeitamente. Senador Moro, cinco minutos, por favor. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Presidente... O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR) - Peço para restaurar ali o horário. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Será restaurado. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Fora do microfone.) - Pode ser, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, não. Agora já tomamos a decisão. |
| R | O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR) - Aproveitando, então, que o PT votou até para investigar quem denunciou o esquema criminoso... Concordo que é uma tentativa de intimidação, mas aqui a gente tem um caso claro da necessidade de quebra de sigilo fiscal e bancário e de convocação. A Sra. Danielle Miranda Fonteles recebeu, no período do esquema criminoso, entre 23 e 25, cerca de 5 milhões provenientes do Antônio Antunes, o Careca do INSS. Isso veio nos elementos probatórios, ou seja, nós temos aqui a prova. Esse fato foi destacado pela imprensa. E a Sra. Danielle já esteve envolvida, no passado, em outros ilícios; inclusive, chegou a ser levantada a possibilidade de ela ter recebido valores de caixa dois em campanhas políticas de agentes do Partido dos Trabalhadores. Então, aqui nós temos uma causa fundada muito clara da necessidade dessa apuração. É certo que, depois que o fato saiu na imprensa, a Sra. Danielle chegou a emitir uma nota, dizendo que isso era uma transação imobiliária, mas não há qualquer apresentação de documento. E, além disso, a explicação por ela apresentada contradita, é contrária, não é convergente ao fluxo financeiro, porque ela afirma que comprou um imóvel do Careca, mas o dinheiro só foi do Careca para ela, e não retornou. Se houve, de fato, uma compra e venda e um distrato, como a hipótese que ela apresenta, o dinheiro teria que retornar ao Careca. Então, aqui, é um caso claro da necessidade de rastreamento financeiro, porque há uma suspeita - e, claro, não vamos fazer uma afirmação aqui definitiva - de que a Sra. Danielle pode ter sido utilizada para receber esse dinheiro, como pessoa interposta, para algum agente político, especialmente do PT, por conta das vinculações que ela teve no passado, ou, eventualmente, ela é beneficiária direta desses valores. Agora, eu quero ver se a base do Governo, tão disposta a fazer essa investigação, vai ter a coragem, aqui, de votar "não", contra esse requerimento. Nós ouvimos aqui o Deputado Sóstenes, na posição dele, favorável à investigação; e agora é a hora do vamos ver, para ver quem está protegendo quem aqui. Então, aqui é um caso claro, Presidente, Senador Carlos Viana, da necessidade de uma causa provável clara do principal operador desse esquema criminoso, que é o Antônio Antunes, e da necessidade de a gente verificar esse fluxo, porque nós já vimos que ele pagou R$7 milhões a uma empresa controlada pela esposa do Virgílio Oliveira; nós já vimos que ele transferiu milhões de reais ao Eric Fidelis, que é filho do André Fidelis, Diretor de Benefícios do INSS, ambos envolvidos diretamente nessa fraude; e, agora, temos esse dinheiro, 5 milhões, que não é nada trivial, é um valor substancial, sendo direcionado, sem causa aparente, para uma pessoa que já esteve envolvida, no passado, em ilícitos envolvendo o Partido dos Trabalhadores. Então, é essa a justificativa para essas quebras e para essa convocação. Se ela vier aqui e demonstrar que essa causa foi lícita - porque até agora não o fez, e poderia tê-lo feito, apresentando os documentos que afirma, mas que não convergem com o fluxo financeiro que vai apenas na direção dela -, perfeito, mas nós temos que ter essa quebra, sim, e é essencialmente importante, para que não fiquemos aqui sendo vistos como acobertamento de investigações. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para defender a retirada, Líder do Governo, Paulo Pimenta. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Não, não acredito! Aí eu não acredito! (Risos.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Presidente, estou sem meu tempo ali. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Cinco minutos, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Para encaminhar.) - Sr. Presidente, eu fico pensando como é que o Brasil pode ter sido enganado do jeito que foi, durante um período, com tanta mentira, com tanta manipulação. E aí, quando eu vejo a fala do Parlamentar que me antecedeu, eu entendo um pouco a omissão de fatos para construir narrativas. Imagina isso, na conduta de um juiz, de um promotor, o risco que é para o Estado democrático de direito... A Sra. Danielle, de fato, em 2010, participou de uma campanha eleitoral com uma empresa de publicidade. Ela tem uma casa - ela encaminhou documentos; diferentemente do que foi dito, ela encaminhou documentos para a CPI -, e essa casa estava à venda num site, como qualquer outra pessoa pode vender um imóvel. Tem um contrato de compra e venda; este valor - da maneira como foi falado aqui, parece que ela recebeu 5 milhões - é o somatório de todas as prestações que foram pagas ao longo do tempo. Portanto, tem o contrato de compra e venda, tem o pagamento mensal das prestações. Tudo está documentado, foi encaminhado para esta Comissão. Após tudo o que aconteceu, ela foi procurada pelos advogados do cidadão que tinha comprado a casa, que não tinha mais condições de pagar as prestações, e foi feito um destrato judicial, inclusive com a cláusula de devolução dos recursos recebidos e da maneira como esse recurso vai ser recebido. E aí é tratado como sem causa aparente, sem explicação plausível, como se nós estivéssemos tratando de um episódio em que alguém recebeu 5 milhões sem explicação. Isso é tudo mentira, Presidente! Isso é tudo mentira! E o que eu estou falando aqui está tudo documentado: o contrato de compra e venda; a oferta do imóvel nas imobiliárias e nos sites onde ele estava disponível; o pagamento das mensalidades, de acordo com aquilo que o contrato estabelecia; a cópia do destrato; a forma como vai ser devolvido o recurso. Agora, querer criar uma narrativa, com uma suspeição... Porque aí vai até uma questão de uma espécie de fixação, né? "Essa pessoa que foi ligada ao PT, essa pessoa do PT". Tem um traço aí até que... Eu não sei se, se fizessem um exame mais apurado, até não ia acabar revelando alguma outra patologia, né? Pode ter alguma coisa aí de fixação, de obsessão, né? Quando fala o nome do PT, a pessoa meio que se desestrutura, se desequilibra, né? O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP. Fora do microfone.) - Sem-vergonha! O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Então, o senhor... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Continue, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Quem é que me ofendeu aí, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Bom... O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT. Fora do microfone.) - Quem mexeu com o "Montanha" aí? |
| R | O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Bom... Então, Presidente, eu peço a rejeição do requerimento. Não há nenhuma correlação com os assuntos investigados por esta Comissão, há uma tentativa evidente de forçar uma narrativa com relação a uma pessoa que não tem absolutamente nada a ver - e isso está tudo documentado - com os temas que são objetos da investigação... (Soa a campainha.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... e eu só posso entender que isso é mais uma tentativa de desviar o foco da investigação, para que a gente não chegue, de fato, àquelas pessoas que roubaram o INSS. Eu repito sempre, o objetivo desta Comissão é descobrir quem roubou o INSS, onde foi parar esse dinheiro, responsabilizar as pessoas que patrocinaram a presença desses corruptos dentro do Governo e garantir a devolução do dinheiro para os aposentados e aposentadas que foram roubados. O resto, Sr. Presidente, é retórica e tentativa de desviar o foco da investigação. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu vou iniciar a votação dos itens 12 a 15. Quem aprova o Requerimento vota "sim". Quem não aprova o requerimento vota "não" e o rejeita. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Pela ordem.) - O voto é "não". O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Para orientar a bancada.) - A oposição orienta o "sim", Sr. Presidente. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Para orientar a bancada.) - O Governo orienta o voto "não", Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Então está aberta a votação. (Procede-se à votação.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Pela ordem.) - Presidente, me dá um minuto enquanto estamos votando? Aqui fica clara a hipocrisia do PT e do Governo. No requerimento, quem quer investigar quem roubou o aposentado... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Presidente... O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Não, deixa eu terminar. (Soa a campainha.) O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Não, não deixo. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Eu não comecei. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Não, não deixo, porque essa não é a regra... O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Eu pedi um minuto. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - ... esse comportamento, Presidente. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Eu pedi um minuto. Incomoda V. Exa. eu falar um minuto? O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - A ordem não é essa, Presidente. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - A ordem é essa. Sabe, por quê? O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Isso subverte o que estamos encaminhando. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Vocês são hipócritas. Vocês, no requerimento passado, votaram contra. Quem quer investigar... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - O Líder do PL veio hoje só para tumultuar a CPMI. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - ... investiga todo mundo. Eu votei o outro, voto esse, porque eu quero investigar quem roubou aposentado. Petista e Governo, vocês são um bando de hipócritas! O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. A votação está aberta. Já há orientação. Peço aos Parlamentares que votem. Temos muitos itens e horas e horas de trabalho ainda pela frente. Por favor, vamos votar. Quem aprova os Requerimentos de 12 a 15 vota "sim"; quem vota pela rejeição vota "não" - de 12 a 15. Senador Randolfe, Veneziano, Senador Paulo Paim. (Pausa.) Senador Randolfe. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Fora do microfone.) - Estou votando, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Votado. Vou encerrar a votação. (Intervenções fora do microfone.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Encerra, que nós vamos ver os hipócritas. Agora os hipócritas vão aparecer tudinho. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Sóstenes... Vou encerrar a votação. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Faltam apenas suplentes. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não vão modificar o resultado os suplentes. Está encerrada a votação. Determino à Secretaria que faça a publicação do resultado. (Procede-se à apuração.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Votos SIM, 11; votos NÃO, 19. Estão rejeitados os requerimentos de 12 a 15. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Atenção aposentados: olhem os ladrões aí. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Olha, gente, 40... Senhores... O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR) - A hipocrisia aí, Presidente. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Presidente, questão de ordem. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Questão de ordem. Qual é o artigo, Excelência? O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Art. 22. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Para questão de ordem.) - Eu queria que V. Exa. garantisse o cumprimento do Regimento. O art. 22 é muito claro com relação à necessidade de ser observada, dentro da Comissão, a utilização de palavras respeitosas, adequadas. Não é possível que aqui ocorra... (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - E claramente está havendo aqui hoje - o senhor está observando - uma tentativa permanente de criar aqui um ambiente de tumulto, de Parlamentares sendo ofendidos, provocações, falas durante as intervenções. Então, eu queria que V. Exa. observasse o cumprimento do art. 22. Se algum Parlamentar tiver uma conduta aqui em desacordo, V. Exa. chama a atenção, como o Regimento prevê; numa segunda oportunidade, ele vai ser mais uma vez advertido; e, na terceira vez, caso ele não se comporte de forma adequada, como o Regimento prevê, o Parlamentar deve ser retirado do recinto. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Está acatado e será feito dessa forma. E tenho... Eu estou pedindo sempre aos Srs. Parlamentares que não haja necessidade de esta Presidência fazer intervenções, pela maturidade, pela responsabilidade que cada um de nós tem diante do que está sendo votado aqui e da nossa investigação. Vamos em frente aqui. O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR. Pela ordem.) - Presidente, só uma questão aqui. Desculpe. O predecessor fez uma série de ofensas morais na fala dele... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas quem, Excelência? O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR) - ... quando ele se manifestou, e vem aqui com cara de pau dizer agora... (Intervenções fora do microfone.) O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR) - ... o art. 22. (Intervenções fora do microfone.) O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR) - Ah, que é isso?! O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, senhores, só um instante. O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR) - É muita hipocrisia. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senador Moro... O SR. SERGIO MORO (Bloco/UNIÃO - PR) - Não, Presidente. Desculpe. V. Exa. presenciou as ofensas pessoais que ele fez na fala dele. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senador Moro, Senador Moro, então eu vou pedir... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Coronel Fernanda, por gentileza, por gentileza. Obrigado, vou agradecer. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Pela ordem.) - Sr. Presidente, só nesse caso agora, como se trata de uma ação, eu diria, de um requerimento que gera muita ansiedade, muita preocupação de todos aqui, a base do Governo veio em peso para cá... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - ... que, nesse caso, V. Exa. reponha o critério anterior de dois para cada lado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência, perfeitamente. Se houver necessidade de que o art. 22 seja utilizado, a Presidência o fará. Agora, os excessos têm acontecido dos dois lados. E eu tenho tido muita paciência com os dois lados, no respeito a cada um dos Parlamentares. Eu peço a gentileza da colaboração, especialmente o respeito a quem está nos assistindo e que espera desta Comissão resultados. Vamos em frente. A SRA. CORONEL FERNANDA (Bloco/PL - MT) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Fora do microfone.) - Ele tem uma questão de ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Qual é o artigo, Excelência, da questão de ordem? O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP. Fora do microfone.) - É pela ordem. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pela ordem. O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP. Pela ordem. Fora do microfone.) - O senhor fez uma consulta na votação anterior e, numa resposta imediata... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O microfone. O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP) - O senhor fez uma consulta na votação anterior... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP) - ... e, numa resposta praticamente imediata, um colega sugeriu que nós não abríssemos a votação enquanto não tivessem sido feitas as defesas. Considerando que seja correto o encaminhamento do Senador Marinho de termos duas intervenções... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP) - ... para que haja a possibilidade de exposição das ideias, eu consulto V. Exa. se, nessa hipótese, poderia ser aberta a votação enquanto os colegas fazem as suas defesas. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Perfeitamente. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP) - Calma! É só uma consulta... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Pergunto aos Líderes, Senador Rogerio Marinho, se concordam. |
| R | O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Pela ordem.) - Não, eu acho que é melhor que nós possamos escutar aqueles que vão fazer intervenção, até para que nós tenhamos a condição de fazer nosso juízo de valor... O SR. ORLANDO SILVA (Bloco/PCdoB - SP. Pela ordem.) - Presidente, retiro a sugestão. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Eu parto do princípio de que aqui todos estamos abertos ao convencimento... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O.k. Então, a sugestão está retirada. Senhores, vamos votar dos itens 45 a 55, referentes à convocação do Sr. José Ferreira da Silva. 1ª PARTE ITEM 45 REQUERIMENTO Nº 34/2025 Requer a convocação do Sr. José Ferreira da Silva (Frei Chico), vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos (SINDNAPI). Autoria: Senador Izalci Lucas 1ª PARTE ITEM 46 REQUERIMENTO Nº 373/2025 Requer a convocação do Sr. José Ferreira da Silva, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Autoria: Deputado Alfredo Gaspar 1ª PARTE ITEM 47 REQUERIMENTO Nº 456/2025 Requer a convocação do Sr. José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, Vice-Presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Autoria: Deputado Mauricio Marcon 1ª PARTE ITEM 48 REQUERIMENTO Nº 501/2025 Requer a convocação do sr. José Ferreira da Silva (Frei Chico), dirigente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos - SINDNAPI. Autoria: Deputado Delegado Fabio Costa 1ª PARTE ITEM 49 REQUERIMENTO Nº 698/2025 Requer a convocação do Sr. José Ferreira da Silva, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados - SINDNAPI. Autoria: Deputada Bia Kicis 1ª PARTE ITEM 50 REQUERIMENTO Nº 814/2025 Requer a convocação do Sr. José Ferreira da Silva, Vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). Autoria: Senador Rogerio Marinho 1ª PARTE ITEM 51 REQUERIMENTO Nº 874/2025 Requer a convocação do Sr. José Ferreira da Silva, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos - Sindnapi. Autoria: Senador Marcos Rogério 1ª PARTE ITEM 52 REQUERIMENTO Nº 1375/2025 Requer a convocação do Senhor José Ferreira da Silva (Frei Chico), Vice-Presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (SINDINAPI). Autoria: Deputado Lucas Redecker 1ª PARTE ITEM 53 REQUERIMENTO Nº 1777/2025 Requer a convocação do Sr. José Ferreira da Silva. Autoria: Deputado Evair Vieira de Melo 1ª PARTE ITEM 54 REQUERIMENTO Nº 2048/2025 Requer a convocação do Sr. José Ferreira da Silva (Frei Chico), vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos (SINDNAPI). Autoria: Deputada Coronel Fernanda 1ª PARTE ITEM 55 REQUERIMENTO Nº 2205/2025 Requer a convocação do Sr. José Ferreira da Silva, vice-presidente SINDNAPI. Autoria: Deputado José Medeiros Para defender o requerimento. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Inicialmente, o Deputado Luiz Lima. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O Deputado Luiz Lima. Espere aí, só um instante. O requerimento é de V. Exa. A Liderança, então, terá de colocá-lo como um dos dois defensores. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então ele será o segundo, Excelência? Então, Deputado Luiz Lima com a palavra. Deputado Luiz Lima. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Para encaminhar.) - Obrigado, Presidente Viana. É extremamente relevante. Nós estamos observando aqui nesta Comissão uma tentativa de blindagem não apenas desta Comissão, mas, triste, por parte da mídia também. Na terça-feira, foi noticiado no Jornal Nacional, da TV Globo, o maior jornal deste país, o bloqueio pedido pelo Supremo Tribunal Federal, através do Ministro André Mendonça, de R$390 milhões do Sindnapi, do qual o irmão do Presidente da República, Frei Chico, é Vice-Presidente. Em nenhum momento, no Jornal Nacional, foi mencionado que o Vice-Presidente é o irmão do Presidente da República. Não é... Não é um pedido político; de fato, não é. Para quem está em casa, aqui, eu não sei se vocês estão vendo, esse é o esquema do Sindnapi, um sindicato fundado há 25 anos, um sindicato que é ainda familiar. E o dinheiro arrecadado ilicitamente, segundo a Controladoria-Geral da União, de 98% dos 420 mil filiados, no ano recorde de 2023 e em 2024, foi descontado indevidamente. Ao brasileiro que está em casa: essas pessoas ganham um salário mínimo. O menor salário mínimo pago na América do Sul é o de um Governo brasileiro, US$250, e, não satisfeitos, esses descontos, em média, variavam de R$20 a R$50. É esse cidadão que hoje é Vice-Presidente desse sindicato, familiar. O dinheiro aqui fica em órbita, ele não sai dessas pessoas. A gente tem aqui a Tonia Galleti, que é filha do fundador, que é casada com o Sr. Carlos Afonso Galleti, que é genro do fundador. Nós temos o Milton Cavalo, Presidente desse sindicato, filiado ao PDT, e à sua esposa, também, faz-se referência aqui, em segmentos, operadores financeiros, prestadores de serviço que não prestam serviços aos aposentados. Qual é a necessidade de o irmão do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ser Vice-Presidente de um sindicato que, segundo a Polícia Federal, é uma organização criminosa e que, segundo a Controladoria-Geral da União, foi alertado - tanto quanto Alessandro Stefanutto, Presidente do INSS - de que esses descontos em escala, desde que Alessandro Stefanutto assume o INSS, mês a mês, vieram subindo? Qual o motivo de o irmão do Presidente da República presidir um sindicato que hoje é medalha de bronze em relação ao roubo dos aposentados? O primeiro é a Contag, com ligações fortes com o PT. A Contag é uma instituição que foi responsável pela fundação da CUT. Em segundo lugar, a Conafer - esteve aqui Carlos Roberto, presente, e teremos hoje aqui o Sr. Cícero, também, segundo a Polícia Federal, um operador financeiro do esquema. |
| R | Aqui é mais um esquema, todos os esquemas são parecidos. Todos têm Ferrari, Lamborghini, Porsche, milhões e milhões voando pelo céu do nosso Brasil, e a gente quer rastrear esse dinheiro. Nada mais justo e honesto. E eu repito aqui: vários Deputados - a maioria dos Deputados, eu acredito - querem desvendar o que está acontecendo aqui. E eu acredito que, mesmo os Deputados da situação, do Governo do PT, estão sendo pressionados aqui para não convocar o irmão do Presidente da República. Não queremos fazer juízo de valor, chamar ninguém de ladrão, de culpar antecipadamente, mas qual o motivo de esconder, a não presença do irmão do Presidente da República? A não presença de Frei Chico aqui diz muito, o silêncio faz muito barulho. (Soa a campainha.) O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Por que o silêncio? Por que os Deputados aqui que talvez vão orientar contra querem o silêncio do Frei Chico? O silêncio normalmente é usado por quem tem muito a esconder. E, olha, o que o irmão do Presidente da República, sendo Vice-Presidente desse sindicato, ele está fazendo o quê? Qual a função dele? Seria fazer contatos, seria facilitar esses descontos não autorizados? Então nada mais justo para o povo brasileiro que está em casa... E eu acredito que a maioria do povo brasileiro, que, mesmo tendo votado no Presidente da República atual, quer a verdade. O brasileiro quer a verdade. Eu recebo aqui inúmeras mensagens de brasileiros do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Amazonas, do Pará, pessoas simples, de Rondônia - o Coronel Chrisóstomo está lembrando -, de Cuiabá, eles querem saber a verdade. Obrigado, Presidente Viana. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - E para defender a retirada do requerimento, o Deputado Paulo Pimenta. Quem vai ser? A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA) - Eu posso falar? (Fora do microfone.) Presidente, eu vou falar. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senadora Eliziane Gama, por cinco minutos. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA. Para encaminhar.) - Presidente, queria cumprimentar V. Exa., mais uma vez parabenizá-lo pela condução dos trabalhos. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Excelência. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA) - V. Exa. tem sido muito coerente, Presidente. A sua postura é uma postura muito imparcial, tanto com os membros da oposição quanto com os da base do Governo, isso é nítido para todos os colegas. Então, eu quero fazer esse registro aqui e o cumprimentar pela condução. E quero dizer que os colegas aqui da oposição... A gente percebe claramente uma celeuma, um nervosismo, uma tensão generalizada e um objetivo claro de tentar colar no Governo, especificamente na imagem do Presidente Lula, o que a gente está percebendo claramente durante todo o processo de investigação nesta CPMI. A gente percebe que a oposição faz isso e não é apenas nesta CPMI, ela fez isso em várias outras Comissões. Lá atrás, Senador Rogério, eles fizeram isso na CPMI do 8 de Janeiro, tentaram apresentar uma Comissão e ao final, quando viram que realmente a investigação estava sendo aprofundada, cada dia a mais, e mostrando claramente que os integrantes ligados à oposição do Presidente Lula estavam diretamente ligados à tentativa de golpe do 8 de janeiro, eles então entraram em desespero. É o que está acontecendo aqui. Não tem materialidade, não tem fato concreto, então eles içam alguém para tentar colar na imagem do Presidente Lula. Ora, o Frei Chico, nós já discutimos isso aqui nesta Comissão. Aliás, ele leva o nome de Frei Chico não por ser padre, não por estar ligado a uma atividade específica, à Igreja Católica, mas pela sua trajetória franciscana, pela sua visão e pela sua postura, que é totalmente desprendida a materialismo, a patrimonialismo. Essa é a postura dele, um homem que foi ligado ao combate, aliás, de forma pacífica, à ditadura militar. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Peço silêncio à sala. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA) - Ele que tem uma militância... Presidente, está difícil falar, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio, por gentileza. Silêncio. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA) - Ele, que tem uma militância sindical desde os anos 60! E nós recebemos aqui, Pimenta, o Carlos Lopes, que é Presidente do Sindnapi, e ele respondeu a uma pergunta que, aliás, V. Exa. fez: o Frei Chico não tem nenhuma atividade administrativa, nenhuma atividade financeira num sindicato em que ele está há um ano. Ele não está há dez, há quinze, desde 2015, ele está desde 2024 nesse sindicato, com uma função simbólica, não tem uma atividade administrativa, não faz movimentação financeira, não participa de nenhuma atividade que o ligue ao que nós estamos investigando aqui nesta Comissão. Ora, qual outra instituição teve o seu vice-presidente convocado a esta Comissão? Qual outra Comissão teve, na verdade, a busca de integrantes com posições simbólicas? Nenhuma outra. A Amar Brasil, que fez transferência bancária a ex-ministro do então Presidente Bolsonaro; Conafer, Ambec, qualquer outra instituição não teve um chamamento de representantes de vice ou de qualquer outra posição de diretoria. Mas, o Frei Chico, simplesmente porque é irmão do Presidente Lula e porque está há um ano como Vice-Presidente nesta instituição, tentam chamá-lo para tentar colar no Presidente Lula, que freou, parou, barrou o processo de roubalheira, porque foi no Governo do Presidente Lula... (Soa a campainha.) A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA) - ... que ministro foi afastado, que presidente do INSS foi afastado, que a CGU agiu... Porque a CGU do ex-Presidente Bolsonaro recebeu em 2018 alerta por Parlamentares aqui nesta Comissão, mas nada fez - nada fez! Aliás, aumentaram os casos de autorizações dos ACTs, 60% dos ACTs que resultaram nos descontos fraudulentos foram feitos no Governo do ex-Presidente Bolsonaro. Colegas aqui, diligentes, como o meu colega Izalci, alertaram o governo de transição do ex-Presidente Bolsonaro. Nada foi feito, nada foi feito! O Presidente Lula freou essa roubalheira, e aqui os colegas, em desespero, em polvorosa, tentam colar no Frei Chico uma imagem de que tem qualquer participação. Portanto, não tem participação e a nossa orientação, Presidente, é contrária à aprovação deste requerimento. Muito obrigada. O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT) - Presidente, pela ordem. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Pela ordem, Presidente. (Intervenção fora do microfone.) O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT. Pela ordem.) - Presidente, a população brasileira inteira tem um interesse muito grande nesse tema e principalmente no que nós estamos votando agora. E, com certeza, eu acho que seria interessante blindar o nosso público, tanto de um lado quanto do outro, para que pudessem mais integrantes dessa CPI defender, no caso... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT) - ... só desse requerimento aqui. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. Nós vamos manter o rito para todos, Excelência. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Presidente, só... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Senador. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Presidente, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Excelência, eu pedi pela ordem primeiro. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instante, por favor, senhores. Deputado Alencar. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Fora do microfone.) - Só para reforçar aqui a solicitação do Deputado Medeiros, dizer que, de nossa parte também... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Está sem microfone, Excelência. |
| R | O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Reforçar aqui a solicitação do Deputado Medeiros e dizer que, se a gente puder ampliar o debate, nesta oportunidade aqui, de tanto favoráveis e contrários falarem um pouco mais, acho que a gente não prejudica o trabalho, até porque, durante a votação, a gente pode também estender o debate. Acho que é um tema relevante e as pessoas precisam ter esclarecimento adequado das posições dos Deputados e Senadores. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Olha, se houver concordância dos Líderes, esta Presidência não tem restrições. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - Mais um de cada lado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instante. Líder Pimenta, o senhor concorda? O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mais dois de cada lado. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, não. Só um instante. Se houver concordância dos Líderes... se não houver, vamos manter o procedimento. (Pausa.) Não houve concordância, então mantemos dois de cada lado. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não houve concordância, nós vamos manter o rito. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Pela ordem.) - Sr. Presidente, quero apenas pedir uma gentileza de V. Exa. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - São cinco minutos o tempo de defesa, então eu queria que esse tempo fosse dividido entre o Senador Izalci, com a concordância dele - os cinco minutos -, e o Marcon; dois minutos e meio de cada um. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - São os mesmos cinco minutos. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Os mesmos cinco minutos. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, não, não. Não é possível, Excelência. Não é possível. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, não é possível. Com a palavra o Senador Izalci Lucas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF. Para encaminhar.) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... primeiro, o seguinte: o motivo do requerimento de convocação do Frei Chico não foi questão política, é só fazer uma retrospectiva. Em fevereiro de 2023, o Presidente Lula pediu ao João Batista Inocentini para colocar o Frei Chico no Sindnapi - foi um pedido do Presidente. Agora, o que aconteceu de lá para cá? Essa instituição, Sr. Presidente, que tinha aí uma arrecadação, em 2020, de 24 bilhões, saltou para 150 bilhões... milhões, no mês de 2024... no ano de 2024. Portanto, um crescimento exponencial. Agora, isso foi graças a quê? Graças... Primeiro, não era nem para estar com o ACT assinado, porque o Frei Chico é parente, é irmão do Presidente Lula e não poderia nem sequer assinar, tanto é que a CGU agora está dizendo que não fiscalizou o Sindnapi, exatamente porque foi feita uma declaração falsa. O Milton esteve aqui e disse claramente qual é o papel do Frei Chico no Sindnapi: questão política, relações institucionais. Ele que abria as portas tanto do INSS quanto dos ministérios. Foram apresentadas diversas fotos aqui, com a presença do Frei Chico trabalhando politicamente para o Sindnapi. E mais, o Frei Chico, agora... Inclusive, o Ministro André Mendonça mandou bloquear 390 milhões do Sindnapi. Encontraram carros de luxo, dinheiro no cofre... Como não chamar o Vice-Presidente? Será que ele não sabia de nada, se ele participou de várias reuniões? Então, Presidente, não é questão política, não, é questão de blindagem. Estão querendo blindar aqui o irmão do Presidente Lula, porque foi o Presidente Lula que pediu. Foi declarado aqui, o próprio Milton disse isto: que o Presidente Lula pediu para fazer a colocação do Frei Chico no Sindnapi. O Sindnapi teve, inclusive, inclusões de cadastros que não poderiam ter sido feitos, porque dispensou a biometria. Por que aconteceu isso? Evidentemente, por questão política. Alguém interferiu no INSS exatamente para isso. Nós temos aqui, inclusive, fotos onde tem... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instantinho. Senhores, silêncio, por favor. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... a presença do Frei Chico em diversos órgãos públicos. Então, a participação do Frei Chico no esquema do INSS é clara, é evidente. |
| R | Agora, quem não deve não teme. Se o Frei Chico não tem nada, não tem problema nenhum, então por que essa blindagem? Estão com medo? Eles estão com medo realmente de chegar no Presidente Lula? Porque é inadmissível um rombo de 6 bilhões e as pessoas ficarem blindando aqui as pessoas. Não há questão política no requerimento, está muito claro. Houve uma grotesca anomalia administrativa que evidenciou o Sindnap: tratamento privilegiado, deliberação da flexibilização das normas de segurança. Em investigações preliminares, a Polícia Federal já apontou que o INSS dispensou, de forma seletiva e inexplicável, a exigência de biometria facial nas filiações do sindicato no período de 2023 a 2024. Então, é inconcebível o Vice-Presidente de uma instituição como essa, que foi inclusive visitada pela Polícia Federal, não ter conhecimento de nada. Então, essa convocação, esse requerimento de convocação aqui do José Ferreira da Silva... (Soa a campainha.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... Frei Chico, que é o Vice-Presidente do sindicato, é fundamental. E aqueles que votarem contra estão exatamente blindando. Não querem fazer o que nós temos por obrigação aqui, que é descobrir exatamente quem foi que assaltou, que roubou os aposentados e pensionistas deste país. E está muito claro que o Sindnap foi o vice-campeão. O Sindnap foi um dos que mais desviou recursos do INSS. Ora, se o cara é Vice-Presidente e foi lá a pedido do Presidente Lula, foi colocado, apadrinhado pelo Presidente, óbvio que o objetivo era exatamente que ele pudesse realmente fazer esse trabalho institucional para o Sindnap. Portanto, eu quero aqui parabenizar o Ministro André Mendonça, que conseguiu bloquear 390 milhões, o que vai ajudar a devolver parte desse recurso para os aposentados e pensionistas. Então, vamos votar "sim" ao requerimento. Quem quer investigar vota "sim", Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Senador Izalci. Com a palavra, Líder Paulo Pimenta. Pergunto se fará uso da palavra ou se indica outro Parlamentar... Cinco minutos, Excelência. Senhores, eu vou pedir para desligarem os celulares, por favor, e deixarem no silencioso. Pois não, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Para encaminhar.) - Srs. Deputados e Deputadas, Senadores e Senadoras, ilustre Presidente, o Frei Chico ingressa na diretoria desse sindicato em 2024 - 2024. A Polícia Federal fez uma operação no Sindnap demonstrando que essas irregularidades iniciam em 2019 - 2019, 20, 21, 22, Governo Bolsonaro. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - É impossível falar, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, continue, Excelência. O SR. MAURICIO MARCON (Bloco/PODEMOS - RS. Fora do microfone.) - Vamos, Pimenta, vamos! Que drama, meu Deus do céu! O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Enquanto o colega falava, ele interrompia aqui. Agora que é com ele, acha ruim. Poxa... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores... A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA. Fora do microfone.) - Dois minutos. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, Senhores... Retomem o tempo do Líder, por favor. Cinco minutos. O SR. MAURICIO MARCON (Bloco/PODEMOS - RS. Fora do microfone.) - Dá dez minutos... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores! Deputado Marcon, por gentileza. Cinco minutos, Líder Pimenta. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA) - Cinco minutos. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Sr. Presidente, eu percebo uma... O SR. MAURICIO MARCON (Bloco/PODEMOS - RS. Fora do microfone.) - Sim, estão nervosos. Vamos! O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - É, Presidente, não tem condição. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco/PSD - MA. Fora do microfone.) - Ah, Presidente, aí fica difícil. O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT. Fora do microfone.) - É briga entre gaúchos. (Risos.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não tem condição. Não vou falar, não vou falar. Ou vai ficar quieto, ou não vou falar. O que o senhor quer que eu faça? |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu quero que V. Exa. fale. Cinco minutos, por favor. (Risos.) (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. Líder Pimenta. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Sr. Presidente, eu não consigo me concentrar, Presidente, para falar, com os outros me interrompendo. Até peço desculpa, mas eu não consigo me concentrar. Presidente, o Frei Chico chegou a esse sindicato em 2024. Foi homenageado na assembleia pela sua trajetória e pela sua história e ocupa uma função simbólica. Um cidadão que tem mais de 80 anos; jamais teve qualquer função administrativa ou financeira; não tem qualquer tipo de vínculo econômico com esse sindicato e nunca teve; não foi citado nem na investigação da CGU, da Polícia Federal, no inquérito. Não há nada, em lugar nenhum, que cite ele a qualquer coisa que envolva as irregularidades que estão sendo apuradas pela Polícia Federal e por esta CPI neste sindicato. Frei Chico é uma pessoa que tem uma vida modesta, não tem posses, não tem patrimônio. Diferente do que disse aqui o colega Deputado, que é o chofer da Conafer, os carros de luxo que foram apreendidos lá... (Intervenção fora do microfone.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Presidente, tem uma montanha aqui entre eu e ele, viu, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Tem uma montanha de voto aqui. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - É, Presidente, o senhor vê que o pessoal aqui está nervoso. Não sei o que está acontecendo aqui, hoje. O carro de luxo que foi dito aqui não é do Frei Chico. Não é... As informações que foram ditas aqui são falsas, são mentirosas. Inclusive, essa narrativa de que foi o Presidente Lula que pediu para que ele fizesse parte da diretoria é outra mentira que fica sendo repetida pelo chofer da Conafer aqui cada vez que ele usa a palavra. O Frei Chico é uma pessoa que tem trajetória própria, tem uma história de vida, uma história respeitada. E todo mundo aqui, Sr. Presidente, sabe - todo mundo aqui sabe - que o Frei Chico não tem nada a ver com tudo isso. O que há é, mais uma vez, uma tentativa desesperada de uma oposição que está sem rumo, que assiste à popularidade do Presidente Lula crescer. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Pô, Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Continue, Excelência. Continue, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O rapaz tem um probleminha aí, Presidente. Acho que o rapaz aí não tomou remédio antes de vir para cá hoje. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Continue, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Então, Presidente, é evidente que isto é uma tentativa de criar uma narrativa pobre, uma narrativa primária, tentando vincular uma pessoa que não tem qualquer tipo de suspeição sobre a sua conduta, sobre a sua trajetória e sobre a sua história. Então, esses requerimentos têm que ser derrotados. O único objetivo desse requerimento é tirar o foco da investigação, é tentar criar uma narrativa para que a gente não vá, de fato, nos "golden boys", aqueles rapazes milionários com Ferraris, Porsches, iates, helicópteros, jatinhos; jovens de 35, 40 anos, todos eles presidentes de associação de aposentadas e aposentados que ganharam seus ACTs durante o Governo Bolsonaro. |
| R | Nós temos que descobrir, Sr. Presidente, quem que colocou os servidores corruptos em posição de comando dentro do INSS para que essa quadrilha pudesse roubar os aposentados e aposentadas da maneira que roubou e que permitiu... (Soa a campainha.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... que estes jovens milionários se tornassem milionários sem nunca terem trabalhado. É essa gente que nós temos que investigar. Saber de fato quem roubou o INSS, fazer com que essa gente vá para a cadeia, conseguir chegar ao patrimônio e ao dinheiro... que eles compraram com o dinheiro do roubo e trazer esse recurso, para que a gente possa devolver cada centavo que essa gente roubou dos aposentados e das aposentadas, essa é a razão da existência desta Comissão e da investigação da Polícia Federal. Então, nós não vamos, de forma alguma, permitir uma tentativa de tirar o foco da investigação e vamos rejeitar todos esses requerimentos, mostrar a nossa coerência e o nosso compromisso com a investigação e com os resultados do trabalho da CPMI. Obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado, Excelência. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Presidente, questão de ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Qual o artigo, por favor, Excelência? O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP. Para questão de ordem.) - Cento e quarenta e oito do Regimento. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Qual é o número? O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Cento e quarenta e oito do Regimento. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Um, quatro, oito. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - O 58, §3º, da Constituição Federal. Presidente, nós montamos a Comissão de Inquérito, que é um instrumento de investigação parlamentar previsto tanto na Constituição quanto no Regimento Interno... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - ... esta Casa... faz parte do Parlamento. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por gentileza. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - ... para investigar o fato... A SRA. CORONEL FERNANDA (Bloco/PL - MT) - Presidente, só para corrigir. É porque o Deputado falou "nós"... Eles não votaram nada, não. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Eu não votei, eu não assinei... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por gentileza, Coronel. A SRA. CORONEL FERNANDA (Bloco/PL - MT) - O PT não votou, o PT não assinou. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Coronel, fique tranquila. Eu não assinei e não assinaria de novo, mas faço parte como Deputado da minha investigação. Aliás... A SRA. CORONEL FERNANDA (Bloco/PL - MT. Fora do microfone.) - ... assuma, assuma isso! O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Por favor, não fique nervosa, não. O SR. MAURICIO MARCON (Bloco/PODEMOS - RS. Fora do microfone.) - Abre a votação... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Só dizer que o Presidente também não assinou. Isso não impede que... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, eu assinei. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Isso não impede que ele tenha feito parte... (Risos.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - O senhor não assinou. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Assinei. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não está no requerimento. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Assinei. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não está no requerimento. (Intervenções fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não está no requerimento. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Assinei, sim, senhor. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não está no requerimento. (Intervenções fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Eu faço aqui e vou investigar, e como... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, tá, vamos em frente, Deputado. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Está no requerimento. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Está no requerimento. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Calma, Sóstenes, fica tranquilo. Está chegando agora. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Você está chegando agora, Sóstenes, está tumultuando. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Você está chegando agora... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - ... caindo de paraquedas. O SR. MAURICIO MARCON (Bloco/PODEMOS - RS. Fora do microfone.) - Abre a votação! (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Presidente, peço... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Termine a questão de ordem, por favor. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não, mas eu estou tentando, né? Só peço que meu tempo seja revisto, Presidente, por favor. Presidente, só peço que meu tempo seja revisto! O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Excelência, não há tempo para questão de ordem. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas cinco minutos está bom, está rolando o tempo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - V. Exa. pode terminar o raciocínio. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Então, está bom, Presidente, o senhor não vai repor meu tempo, mas tudo bem. Vou fazer a questão de ordem. A censura prevalece em alguns momentos, aqui nesta Comissão. (Intervenções fora do microfone.) (Tumulto no recinto.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - O pessoal está nervoso, hein? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Vamos deixar... Vamos deixar... Vamos deixar o Deputado... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - O pessoal está nervoso, hein? O pessoal está nervoso, hein? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Vamos deixar o Deputado terminar. (Intervenções fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - O pessoal está nervoso. Nós temos uma... (Intervenções fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - ... eu não consigo falar, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Estou escutando, Excelência. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - ... esta Comissão tem a responsabilidade de buscar a verdade, esclarecer quem roubou os aposentados e pensionistas, identificar essas pessoas e levá-las à cadeia. Para isso, nós temos que agir com muita serenidade. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Excelência, qual é a questão de ordem? O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Já fiz... Calma, Presidente, estou terminando. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. Qual é a questão de ordem, Excelência? O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não, eu já falei, estou chegando ao artigo. Posso? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Qual é a questão de ordem, por favor? A SRA. CORONEL FERNANDA (Bloco/PL - MT. Fora do microfone.) - Presidente, está muita enrolação, pelo amor de Deus! (Intervenções fora do microfone.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Presidente, o art. 148. Já disse, vou chegar à conclusão do meu raciocínio. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Peço a gentileza de poder falar. E aqui atropelar... O SR. MAURICIO MARCON (Bloco/PODEMOS - RS) - Presidente, o pessoal está nervoso, chamando o colega de babaca, Presidente. É lamentável! (Intervenções fora do microfone.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor, por favor. Deixem terminar a questão de ordem, por gentileza. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Marcon, Deputado... (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, não, não! Por favor, sente-se, Excelência. Deputado Marcon, eu vou pedir a V. Exa. que, por favor, por gentileza, não interrompa o andamento da sessão. Por gentileza. Estou fazendo aqui um pedido, não é uma advertência. Um pedido. Pois não. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Presidente, só também dizer que o art. 403 do Senado Federal fala em questão de ordem de cinco minutos. Então, peço a gentileza de o meu tempo ser resposto. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Só peço a gentileza, porque não foi... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, V. Exa. já falou por uma boa parte do tempo... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não, eu fiquei... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu vou lhe dar mais um minuto. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não, Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mais um minuto. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Presidente, Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mais um minuto. Ou, então, nós vamos encerrar a questão de ordem, Excelência. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não, Presidente. Faça V. Exa., então, o que quiser. Seja o Regimento desta Comissão, seja o Regimento desta Comissão! Desrespeito aos colegas Deputados e Senadores. Não pode ter... Para um lado, age de um jeito; para outro, age de outro. V. Exa. preside a Comissão; não tem poder supremo sobre nós. E aí nós temos Regimento, o do Senado, o misto, para ser obedecido. Eu estou fazendo uma questão de ordem... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A questão... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Estou fazendo uma questão de ordem, Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A questão de ordem está encerrada. Vamos iniciar a votação. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Parabéns, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A votação vai ser iniciada. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Continue agindo dessa maneira... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A votação está iniciada. Quem mantém o requerimento, aprovação, vota "sim". Quem é contra o requerimento vota "não". A votação está iniciada. (Procede-se à votação.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Vota "não"! O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - O Governo orienta o voto "não", Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Qual é a orientação do Governo, Excelência? O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Para orientar a bancada.) - O Governo orienta o voto "não", Sr. Presidente. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Para orientar a bancada.) - A Oposição orienta o voto "sim", Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A votação está aberta, senhores. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Pela ordem.) - Presidente, um minuto aqui. Fica claro aí mais uma vez o Governo e o PT, quem é que quer... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. Vamos ao voto, senhores. Vamos ao voto. A votação está aberta. Quem mantém o requerimento vota "sim". (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, vamos votar. Vamos votar. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Vamos votar, Excelência. Quanto mais tempo nós ficarmos aqui, mais a situação caminha... (Pausa.) (Soa a campainha.) O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO. Pela ordem.) - Presidente, uma solicitação a V. Exa. Quero aproveitar o momento... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... para o senhor ratificar o que está sendo votado antes de proclamar o resultado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - É uma solicitação que faço, para o Brasil saber quem votou "sim" ou votou "não". Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Uma solicitação. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Estão em votação os itens 45 a 55, convocação do Sr. José Ferreira da Silva - 45 a 55. Os que aprovam o requerimento votam "sim", e os que rejeitam votam "não". O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Obrigado, Presidente. (Pausa.) |
| R | O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Tem gente votando ainda. Tem gente votando ainda? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, já terminou a votação. Não há mais votos. Só a Presidência que não vota. Vou encerrar a votação. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O Bruno está votando. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor... Por gentileza. Por gentileza. (Pausa.) Só falta o Bruno. (Pausa.) Vou encerrar a votação. A votação está encerrada. Determino à Secretaria que faça a publicação do resultado. (Procede-se à apuração.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - SIM, votaram 11; NÃO, 19. Estão rejeitados os Requerimentos 45 a 55. Senhores... Senhores... (Tumulto no recinto.) (Soa a campainha.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Fazendo soar a campainha.) - A sessão está suspensa por dez minutos. (Suspensa às 11 horas e 49 minutos, a reunião é reaberta às 12 horas e 01 minuto.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Está reiniciada a sessão. Dando sequência aos itens para votação, os dois próximos itens serão em votação simbólica. Item 72. 1ª PARTE ITEM 72 REQUERIMENTO Nº 1809/2025 Requer a convocação do Sr. Miguel Cabrera Kauam, Procurador Federal. Autoria: Deputado Paulo Pimenta Feito o acordo, foi transformado em convite. Portanto, no item 72, passa-se a ler: "Requer faça-se o convite ao Sr. Miguel Cabrera Kauam, Procurador Federal. Os Parlamentares, Deputados e Deputadas, Senadores e Senadoras que concordam permaneçam como se encontram. (Pausa.) Está aprovado o requerimento para convite. Nós precisamos do Líder Marinho aqui. No item 98, tem a redação... Vamos ao item 100, enquanto o Líder Marinho não retorna. 1ª PARTE ITEM 100 REQUERIMENTO Nº 2231/2025 Requer a representação pelo pedido de prisão preventiva do Sr. Milton Baptista de Souza Filho, Presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical(SINDNAPI). Autoria: Deputado Alfredo Gaspar O item 100 é o pedido de prisão preventiva do Sr. Milton Baptista de Souza Filho. Há um destaque por parte do Governo. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Pela Liderança.) - Senador, será o Deputado Marcon e a Deputada Bia Kicis. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Então, para defender o requerimento... Pois não, Líder. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Eu só não estou entendendo, Presidente: nós não tínhamos que alternar oposição e Governo? Está sempre começando pela oposição. Eu acho que o certo seria pelo autor do requerimento, mas não foi o critério anterior. Acho que vamos revezar, se puder ser Governo desta vez, primeiro; depois, a oposição. Obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Pela Liderança.) - Não, no caso, isso é uma regra do direito, né? Quem defende... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não é isso, Pimenta. É que teve um destaque de vocês e, depois, um nosso. Em ambos os casos, a oposição começou. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Van Hattem, eu vou te explicar. Existe uma regra elementar do direito: quem é contra sempre fala depois. |
| R | O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não é isso. A regra elementar não é essa. A regra elementar não é essa. Eu explico, ensino. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Aqui, Sr. Presidente, estamos tratando de diferentes destaques apresentados e... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - ... a depender do autor, obviamente, um defende e o outro... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, eu... Só um instantinho. Eu não vejo dificuldade em a gente inverter o lado, mas, já que há uma questão, vou ler aqui: "O requerimento apresentado em sessão conjunta [art. 41.] não admitirá discussão, podendo ser sua votação encaminhada por 2 (dois) membros de cada Casa [que aqui se igualam], de preferência um favorável e um contrário". Então, começa por quem defende, termina por quem é contra. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Exatamente. Agora, no requerimento do Frei Chico, por exemplo, em que o destaque foi apresentado pelo Governo, começou a defesa da Oposição, é esse o ponto. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas, Excelência... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas eu entendi, está tudo certo. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - É... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Sr. Presidente, eu peço só a V. Exa... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - ... já que há uma vontade, há uma propensão, sem prejuízo... (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, senhores... Pois não. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Sem prejuízo... Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Sr. Presidente, por gentileza... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Peço que os dois Líderes só aguardem aqui um pouquinho. Sem prejuízo aqui do requerimento, desculpe, do depoimento que nós teremos em seguida, dada inclusive a qualidade do debate, mesmo com os excessos, as pessoas, os Parlamentares querem se posicionar, que nós tenhamos dois de cada lado, como foi colocado anteriormente O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Exato, serão dois. A questão aqui é só uma discussão de quem começa. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Eu entendi. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Entendeu? O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - V. Exa. já decidiu. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não... Não... O último... Deputado Marcelo van Hatten, para defender o requerimento, V. Exa., quem vai falar? O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Presidente, se V. Exa. me permite, até para a economia processual, antes de entrarmos no requerimento, em que há controvérsia, eu acho que há acordo sobre o requerimento, o item, salvo engano, 98, de autoria do Senador Rogerio Marinho. Nós concordamos, só com um rápido esclarecimento, para que o nobre Líder possa fazer agora, no Plenário da CPMI, e em seguida já apreciarmos esse. Aí ficaria remanescente somente um requerimento. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senador Marinho, só um instante. É porque, como o Marinho não estava, eu dei sequência... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Perfeito. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... e coloquei para votarmos o item 100. Então, vamos votar o item 100... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - A gente volta depois. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... e, em seguida, retornamos ao item 98, o.k.? O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Perfeito. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então, para defender o requerimento, Deputado Marcon. Cinco minutos. O SR. MARCON (Bloco/PT - RS. Para encaminhar.) - Presidente, primeiro, eu gostaria de me solidarizar com o senhor, que foi atacado por um Parlamentar aqui do PT... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Está tudo bem. O SR. MARCON (Bloco/PT - RS) - ... que disse que o senhor está sendo imparcial... Aliás, parcial. Eu quero dizer que o senhor está sendo muito imparcial. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado, Excelência. O SR. MARCON (Bloco/PT - RS) - Porque, se tem alguém que leva mijada nesta CPMI, sou eu. Mesmo o Parlamentar do PT que eu não sei nem o nome que estava aqui, nunca vi na Casa, não o conheço, me chamou de babaca, eu ainda fui chamado atenção pelo senhor. Ele estava virado para trás me xingando, e eu estava errado. Então, quando o Alencar diz que o senhor está sendo parcial, eu quero dizer para a sociedade brasileira, que nos acompanha de Casa, que o senhor tem uma postura correta, mas, às vezes, pega um pouco no meu pé. Mas tudo certo. A gente segue a nossa vida, faz parte. Eu lhe considero um amigo e lhe respeito, está tudo certo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado, Excelência. O SR. MARCON (Bloco/PT - RS) - Presidente, antes de falar sobre o Milton Carvalho, que já deveria estar preso há muito tempo, eu ouvi da Senadora que falou semana passada, colega Cabo Gilberto, que o Frei Chico tinha começado a roubar, quer dizer, na vida sindical, com oito anos; e que ele é chamado de frei porque ele tem uma vida franciscana. Vejam vocês que eu dei um Google e descobri que o motivo de ele ser chamado de Frei é porque ele não tinha cabelo na década de 60. |
| R | Então, vocês vejam que o teatro feito para defender o indefensável vai desde dizer que o irmão do Lula, o sindicato, ali, que está com 400 milhões bloqueados, ele começou a vida sindical - palavras de uma Senadora aqui - em 1950, quando ele tinha oito anos, semana passada. Hoje, inventou que ele é chamado de Frei porque ele tem uma vida franciscana, de pobre. De pobre! Povo brasileiro, o irmão do Lula, eles querem fazer você acreditar que o cidadão, que eles não quiseram convocar para vir aqui - para se defender, porque, obviamente, ele não tinha absolutamente nada a esconder. Eu aprendi lá, quando eu tinha uns quatro anos, com a minha mãe, que, se tu não deves, tu não temes. Isso é um aprendizado básico da infância. Mas, blindar o homem... O homem não vai vir, porque ele não tem nada pra esconder. Então, ele vai ficar em casa, descansando. Falaram que é um homem de 80 anos. É triste - né? - ver idoso botando a mão no dinheiro de idoso, mas é o que a gente tem aqui. Presidente, sobre Milton Cavalo, que tinha dois cães de guerra: semana passada, ali do lado, dois advogados que apontaram dedo para Parlamentar, dentro desta Casa... No dia em que ele veio aqui, a Polícia Federal fez uma operação lá naquele sindicato do irmão do Lula. Acharam dinheiro. Rolo atrás de rolo. Passou um tempo, o Ministro André Mendonça fez o quê? Bloqueou quase 400... Para o povo brasileiro: vocês, que recebem R$1,5 mil por mês: vocês imaginem a quantidade de dinheiro roubado, para juntar R$400 milhões na conta do sindicato do irmão do Lula. O André Mendonça bloqueou, para devolver para o aposentado. E, agora, o que seria básico, colega Marcel, básico, nível um, nível um: prender o Presidente desse sindicato, que botou a mão no dinheiro de pessoas acamadas, colega Evair. Acamadas! Mas o que é que nós estamos vendo neste momento na CPI, colega Cabo Gilberto? Nós estamos vendo o Governo, que diz querer, Presidente, investigar, pegar quem roubou - aqui, ó: só da boca para fora... Eles não querem que o chefe de uma organização criminosa, travestida de sindicato, vá para a cadeia. Sabe por quê? Foi o que eu falei, semana passada: porque, certamente, é uma blindagem contra esse cidadão, para... (Soa a campainha.) O SR. MAURICIO MARCON (Bloco/PODEMOS - RS) - ... que ele viesse aqui e ficasse caladinho, com aquela cara de burro morto que ele estava semana passada, porque há uma proteção, Presidente, nas entrelinhas. A questão que nós estamos vendo aqui hoje é o Governo do Presidente Lula defendendo o sindicato do irmão do Presidente Lula, para que o presidente desse sindicato, que desviou milhões de aposentados, não vá para a cadeia. Depois, eles vão tentar fazer com que vocês acreditem que quem roubou foi o Bolsonaro para o sindicato do irmão do Lula. Esse é o discurso deles. Então, se você que está aí em casa, povo brasileiro, não tem uma inteligência minimalista, não é, assim, completamente tapado, não tem como acreditar. Tem que ser preso e tem que apodrecer na cadeia. Essa é a posição da oposição, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Excelência. Líder Deputado Rogério Correia. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG. Pela ordem.) - Presidente, não há, de forma alguma, nenhuma blindagem sendo feita aqui, e, sim, a análise de como que nós devemos ter o rumo dessa CPMI, e é isso exatamente o que estamos discutindo. Em relação ao Sr. Milton Cavalo e à prisão preventiva, não sou contra que ele seja preso, evidentemente, se a Polícia Federal assim desejar e o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal que está com este caso, que é o Sr. André Mendonça. Inclusive, chegamos a pedir isso do Nelson Wilians, depois de uma série de documentações. |
| R | Em relação ao Milton Cavalo, Presidente do Sindnapi, foi feita agora, recentemente, pela Polícia Federal, uma operação onde a sede do Sindnapi e a casa do Presidente tiveram e foram, pela Polícia Federal, investigadas. Nós ainda não temos acesso ao conjunto daquilo que foi ali encontrado e qual a conclusão da própria Polícia Federal. Não foi apenas o Sindnapi, mas também o Presidente da Amar, que virá aqui, porque também, evidentemente, nós temos que conhecer o que foi ali colocado. Por isso, Presidente, eu estou solicitando a V. Exa. que a gente possa examinar, em primeiro lugar, o que foi essa operação, tanto no caso do Sindnapi quanto no caso da Amar, porque foi uma operação conjunta, em que muitos recursos foram, naquela ocasião, solicitados pela Polícia Federal e investigados. Eu acho que, a partir daí, nós vamos ter clareza de a quem nós poderemos fazer o pedido de prisão, que eu acho que vai incluir, inclusive, o da Amar, o Sr. Felipe, que estará aí. Portanto, acho que devemos fazer essa apreciação em conjunto, sabendo, portanto - aliás, não marcaram o meu tempo, Presidente -, qual o resultado dessa operação. Apenas isso. É prudente que a gente saiba, até porque a Polícia Federal fez a investigação e não solicitou ainda, nem de um nem de outro. Portanto, o que nós queremos é que haja um conhecimento do que foi essa operação, para que a gente possa, aí, sim, fazer a solicitação, como fizemos do Nelson Wilians. Portanto, não há nenhum procedimento de blindagem posto em relação a isso, mas, sim, um caminho que a gente deve trilhar, no meu entendimento, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. É a mesma coisa, já que foi referido, ao requerimento passado que nós votamos. Não havia absolutamente nada contra o Frei Chico - eu disse isso -, nenhuma linha sobre ele, nenhuma palavra sobre o Frei Chico, em nada, em relação à CPMI. Naquilo que foi colocado em relação ao Coaf, por exemplo, não apareceu nas coisas do sindicato nenhum pagamento do sindicato. Então, havia aqui, sim, uma intenção de desviar o foco para o único foco que, infelizmente, parece ser o que a oposição bolsonarista quer: desviar para um possível vínculo com o Governo do Presidente Lula em relação a essas fraudes do INSS. Como não consegue isso, tenta-se mirar na figura de uma pessoa que, em absoluto, foi citada e não é investigada em nada. Aí, realmente, passa-se por uma perseguição política e ideológica, que não deve ser o patamar da nossa CPMI. V. Exa. tem levado muito bem os trabalhos, e essa independência tem que ser realmente colocada. Não dá para a gente fazer vínculo, pegar uma teoria do domínio do fato, malfeita, inclusive, e sair convidando quem a gente acha que pode incriminar alguém. Isso não é trabalho de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Por isso é que nós temos que ter o cuidado para saber aquilo que a gente analisa. Então, no caso do Frei Chico, o que aconteceu foi isso. Não havia justificativa plausível para que isso acontecesse. (Soa a campainha.) |
| R | O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Se nós tivermos que chamar alguém e começarmos a dizer que quem não faz isso é porque quer blindar, eu começo por uma pessoa que, pelo visto, sabia de tudo, que é o ex-Presidente Jair Bolsonaro; que, aliás, em breve vai estar também - esperamos que em novembro -, por outros motivos, já cumprindo pena por aquilo por que ele já foi julgado e condenado no Supremo Tribunal Federal - esse sim! -; e que, neste caso - eu vou falar daqui a pouco sobre isso -, sabia de todo esse processo. E o requerimento não entra em votação. É um requerimento que precisa ser votado o do ex-Presidente Jair Bolsonaro. Ele precisa de vir aqui explicar por que não fez absolutamente nada. E eu acho que, neste caso, a base bolsonarista não devia blindá-lo. Eu sei que ele está preso, mas, mesmo preso, ele pode vir aqui. Acho que não pode haver blindagem ao ex-Presidente Jair Bolsonaro... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... porque a oposição é bolsonarista. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para defender o requerimento. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Deputada Bia Kicis, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputada Bia Kicis, com a palavra. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF. Para encaminhar.) - Muito obrigada, Sr. Presidente. Nós precisamos parar... Quer dizer, nós não, nós não estamos blindando ninguém; a base do Governo precisa parar... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Cinco minutos, o tempo marcado aí, por favor. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - ... de blindar aquelas pessoas que são investigadas, ou possíveis investigadas, mas claramente envolvidas nesse escândalo que roubou milhões, bilhões dos aposentados do Brasil - bilhões! E a gente está assistindo aqui blindagem atrás de blindagem. Agora, foi o Frei Chico, irmão do Lula, que a gente entende que, como ele entrou no sindicato a pedido do Lula, devia estar pagando missão. É o irmão mais velhinho, 80 anos, e aí querem pintar uma figura como se ele fosse um frei, porque aí usam o nome dele para mostrar uma figura sacrossanta. Não tem nada de santo, obviamente. O Vice-Presidente do sindicato envolvido já foi blindado; Edson Claro, ex-sócio do Careca, blindado aqui pela base do Governo; o assessor, também, do Alcolumbre, que recebeu 3 milhões aí também de uma empresa envolvida, blindado pela base do Governo; a Daniella, publicitária do PT, blindada pela base do Governo. Nós vamos agora também impedir a prisão de alguém que está na cara que vai continuar operando? O Relator pediu a sua prisão preventiva, porque é preciso impedir que ele continue roubando os aposentados, ou, pior até, que ele, talvez impedido de roubar pela polícia, não por vontade própria, oculte provas, destrua provas, ou até fuja do Brasil! É uma pessoa que tem off-shore, tem empresas em off-shore, fora, em paraísos fiscais, tem empresas nos Estados Unidos e em outros locais. Qual é a segurança de que essa pessoa vai ficar aqui e se submeter à prisão, sendo que é uma pessoa que está o tempo inteiro ofendendo, violando as leis e a Justiça? Então, obviamente, esse pedido de prisão é mais do que necessário. Olha, eles tinham uma organização criminosa, e lá onde funciona o sindicato... No quinto andar, funciona o sindicato, o Sindnapi; no quarto andar, fica uma agência de cooperativa de créditos, que é a Coopernapi, vinculada ao sistema de cooperativas Sicoob. E eu fico aqui realmente numa tristeza, porque a gente sabe que muitos cooperados, que são pessoas simples, dependem desse dinheirinho para poder ter um pouco de dignidade e buscam o Sicoob, onde eles poderiam ter créditos mais baratos, no entanto eles são roubados. |
| R | Então, você tem, nos outros andares, no terceiro andar, outra empresa que faz parte do esquema desse roubo bilionário funcionando. Todos funcionando ali no mesmo prédio, pelo que a gente ficou sabendo, com ordens de destruição de documentos. Na semana passada, a Tonia mandou destruir documentos, e nós tivemos informações de que eles estavam lá assinando os documentos retroativamente e destruindo provas, ou seja, sem a prisão preventiva desse sujeito, é evidente, eu acho que ninguém tem dúvidas de que o crime continua. A prisão preventiva existe exatamente para esses casos. Então eu quero defender... Defendo aqui esse requerimento do Relator, porque nós não podemos impedir. Fora essas blindagens, não é possível que a gente vá impedir as investigações e permitir que criminosos ocultem provas, destruam material importantíssimo para a resolução desse roubo, desse esquema bilionário, que talvez seja o maior esquema de roubo que já houve neste Brasil e pior, de pessoas vulneráveis. (Soa a campainha.) A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Então aqui, nesta CPMI, eu peço aos colegas que votem a favor dessa prisão preventiva. Quem votar contra está, de alguma forma, dando aí um passe livre para o crime continuar e para que os criminosos ocultem provas, destruam documentos até mesmo possam fugir deste país. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado, Excelência. Com a palavra Deputado Alencar, por cinco minutos. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP. Para encaminhar.) - A oposição está desesperada. Ela sabe que perdeu o debate nesta CPMI. Já vieram depor aqui o ex-Ministro Lupi, o Ministro Vinicius, da CGU, o ex-Presidente do INSS, Stefanutto, e outros servidores públicos da gestão do Presidente Lula, e eles não conseguiram achar nada, emplacar nada em sua narrativa e estão tentando criar fatos, fatos para desvirtuar do objetivo principal da Comissão, e propondo coisas que são abusos, literalmente abusos - abusos investigativos querendo perseguir e querendo tão somente fazer disputa política, mas não, de fato, apurar para poder se chegar à verdade. Repito, o Brasil já viveu investigações de alta repercussão nacional, onde abusos repetidos eram cometidos, reiterados, em conluio de quem julgava com quem investigava diversas autoridades e depois deu no que deu na anulação de inúmeros processos. Nós não podemos cometer esse tipo de conduta aqui. As pessoas, os aposentados que foram roubados, que foram lesados, que tiveram o seu dinheiro surrupiado de uma forma covarde, vergonhosa, merecem respeito, e nós temos que chegar à verdade para que a gente apure para valer. Nós aqui combinamos desde o início, no plano de trabalho, na primeira votação que nós tivemos nesta Comissão: vamos ouvir todos os ex-Ministros, vamos ouvir todos os ex-Presidentes, vamos ouvir todos os ex-Diretores de Benefícios que assinaram os contratos, e nós não avançamos sobre o Governo Bolsonaro ainda. Ali, desde 2019, por exemplo... Aqui novamente tem uma pessoa ligada à Conafer, que entrou, começou a operar para valer em 2019, mesmo tendo o seu contrato iniciado em 2017, época do Governo Temer. |
| R | E temos mais entidades de nós queremos ouvir seus representantes, seus presidentes. E, se citarem outras pessoas, nós vamos chegar aos demais. Agora, nós não podemos fazer algo seletivo - nós não podemos fazer algo seletivo. E repito: todos os representantes do Governo Lula que aqui vieram responderam, se colocaram à disposição, colaboraram com a Comissão, trouxeram informações importantes e novas, não se esconderam. Nós não podemos achar, para criar um fato político, que nós vamos aqui pedir a prisão de A, de B e de C. É importante, senhoras e senhores que nos acompanham: o Ministro responsável do STF que conduz o processo de julgamento dos envolvidos nesse roubo do INSS é o Ministro André Mendonça, indicado pelo ex-Presidente Bolsonaro, que ali, por ora, tem muito mais elementos e informações de subsídios da Polícia Federal até do que nós, que estamos buscando esses documentos ainda. Como é que nós vamos simplesmente dizer "eu prendo A, eu prendo B", sem aprofundar mais na investigação? Só porque eu não gosto daquele ou porque eu gosto do outro. Isso é ruim para o nosso trabalho e vai prejudicar o resultado adiante - repito: vai prejudicar o resultado adiante. E nós podemos desmoralizar o trabalho de todos nós, sejamos de oposição, sejamos de situação. Então, que a gente não cometa abuso e que a gente continue a investigar. Ora, só porque nós tivemos um ex-Ministro, que à época era candidato... (Soa a campainha.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - ... a Governador no Rio Grande do Sul, o ex-Ministro Onyx, que recebeu dinheiro de uma pessoa envolvida em uma entidade, eu vou aqui dizer que ele tem que ser preso preventivamente? Porque ele também pode fugir, se for uma suposição. Ele também pode ocultar bem se, porventura, ele recebeu. E assim presidentes, como, por exemplo, da Conafer, que aqui veio, e vai vir outra pessoa. Não é só porque também ali nós tivemos o chofer da Conafer que nós temos que fazer outras relações e mandar prender A e B. Então, senhoras e senhores, nós temos uma responsabilidade, e não é conosco que estamos aqui tão somente, mas, principalmente, com os aposentados que foram lesados e roubados. Nesse sentido, quero aprofundar a investigação, ouvindo ex-Ministros, Presidente do INSS do Governo Bolsonaro, mas não cometerei abuso. Por isso, voto "não". (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Vamos à votação do item 100. Os que votam a favor do requerimento votam "sim". O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Para orientar a bancada.) - A Oposição recomenda o voto "sim", Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Os que votam contra o requerimento votam "não". O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Para orientar a bancada.) - O Governo recomenda o voto "não", Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A votação está aberta, senhores. (Procede-se à votação.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Sr. Presidente, só uma gentileza enquanto aguardamos a votação. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Pela ordem.) - Desde o início aqui, nós fomos informados, e agora está sendo reiterada essa informação, de que a TV Câmara e a TV Senado não estão transmitindo, está só no YouTube. |
| R | Como não há sessão em nenhuma das duas Casas, eu pediria a V. Exa. que, por favor, entrasse em contato com a direção das Casas para ver se é possível... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Já tenho aqui, Senador Marinho, a resposta. Pelo ato do Congresso, Senador Marinho, as Comissões Permanentes têm precedência, e tem uma Comissão em funcionamento que está sendo transmitida pela Casa. Aí, assim que encerrar a transmissão, voltará a da CPMI. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Da Câmara... Peço para verificar, para a gente poder dar uma resposta. Em votação, o destaque no item 100. Os que votam pela manutenção votam "sim". Os que votam pela rejeição votam "não". (Pausa.) (Intervenção fora do microfone.) Esperaremos o Senador Jorge Seif. A Câmara também está com uma Comissão Permanente em funcionamento. É a resposta que temos da Secretaria. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP. Pela ordem.) - Eu queria fazer só um comentário, aproveitando, é muito rápido. Eu estava fazendo até uma ponderação aqui com os colegas em relação à primeira votação, do advogado Eli Cohen. Independentemente de qualquer coisa, a Lei Anticorrupção é muito explícita quando fala que denunciantes precisam, minimamente, ter algum tipo de proteção, porque senão ninguém vai se habilitar a denunciar. E a questão de você querer quebrar sigilo e outras coisas coloca-os num sentido de constrangimento, retaliação, e aí ninguém mais... Devassar a vida, quebrar sigilo... Então, eu gostaria só de fazer uma ponderação para os próximos, inclusive, na conversa com o Líder da Oposição e do Governo, quando for, para, realmente, só colocar um requerimento desse quando tiver realmente algo grave, e não simplesmente para fazer retaliação, porque senão a gente estará impedindo que outras pessoas que queiram denunciar venham aqui, pela possibilidade de ter o sigilo quebrado. Então, isso é uma prática que, nos canais, todos os grupos de anticorrupção defendem, porque denunciante precisa ser blindado. Então, por essa razão, Presidente... O SR. CARLOS VIANA (Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - ... até porque a gente fica numa situação desagradável, porque a gente quer ouvir todo mundo, mas a gente precisa proteger quem vem denunciar voluntariamente. Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Sr. Presidente, enquanto o Seif está fora, só uma ponderação. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Eu vou aguardar o Senador Seif. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Pela ordem.) - Nós estamos com 12h35min, se eu não estou enganado. Como a inquirição do Relator, em média, dura uma hora e meia, duas horas, a proposta é a de que, após essa votação e, em seguida à questão do requerimento... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Item 98, do item 98. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - ... de que a gente deve mudar aí a redação, acordado com o Governo, que nós façamos uma pausa. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Porque senão vai interromper aí a própria oitiva e prejudicar... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Será feito. Assim que terminarmos os itens destacados aqui, nós vamos para o intervalo, e retornaremos depois de uma hora. Votou? Vou encerrar a votação. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Um minuto, Presidente, um minuto. Está votando. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Vamos... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Fora do microfone.) - Temos colegas Deputados votando... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Estou aguardando. (Intervenção fora do microfone.) O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Fora do microfone.) - Não, não votou, não. Está marcando lá... (Intervenções fora do microfone.) O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Fora do microfone.) - Não estou falando do seu, estou... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senador Rogério Carvalho, Deputado Dagoberto Nogueira... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Falta quem votar, então? O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Deputado Dagoberto. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Deputado Dagoberto é o último. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Se há Parlamentares em votação, vamos esperar. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - Espere mais dois minutos. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - É, eu não vejo problema algum. (Pausa.) Conseguiram o contato aí, Senador Randolfe? Conseguiu o contato com o... (Intervenções fora do microfone.) O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Fora do microfone.) - Segundo a informação, ele está votando... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Vamos lá, Presidente, essa nós vamos ganhar. (Pausa.) (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Está o.k. Estamos aguardando. (Pausa.) A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF. Pela ordem.) - Presidente, acho que tem limite para esperar... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Vamos encerrar, então, Presidente. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - ... porque os suplentes presentes têm que votar, têm que ter o seu voto honrado, os suplentes presentes. O titular não chega nunca para votar? O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Pode encerrar, Presidente. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Presidente, é... Cinco minutos esperando para um voto? Os suplentes estão presentes. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Nós temos muita coisa para investigar, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Um pouquinho de paciência, Sra. Deputada. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Estamos tendo, Presidente, mas... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um pouquinho de paciência. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O suplente está aqui para isso, não é? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Nós já votaremos em seguida. Falta só um último item para nós terminarmos as votações dos destaques desta quinta-feira abençoada. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Ó, são 12h35. Fechou. (Pausa.) Essa nós vamos ganhar, Presidente. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Presidente... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP. Fora do microfone.) - Presidente, atendendo ao pedido da Deputada Bia Kicis... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então, vamos encerrar a votação. Está encerrada a votação. (Procede-se à apuração.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Determino à Secretaria que publique resultado. SIM, 13; NÃO, 18. Está rejeitado o Requerimento nº 100. O último item da pauta, item 98. Mudança de redação. 1ª PARTE ITEM 98 REQUERIMENTO Nº 2186/2025 Requer seja enviado à Mesa e consequentemente ao Presidente do Senado Federal pedido para que seja incluído na Ordem do Dia do Senado Federal o Projeto de Lei nº 1.546, de 2024. Autoria: Senador Rogerio Marinho Passo a palavra ao Senador Rogerio Marinho. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Para encaminhar.) - Sr. Presidente, nós fizemos um requerimento e aqui nós acordamos previamente com o Líder do Governo de que o nosso discurso, que é recorrente aqui nesta Comissão - esta é 17ª Reunião -, ele se materializasse numa ação efetiva, ou seja, houve a votação de uma medida provisória na Câmara que revoga o inciso V do art. 115 da Lei 8.213, de 1991, que permite o desconto associativo em folha de pagamento a favor de aposentados - ou contra aposentados, no caso, me parece que agora é contra aposentados. |
| R | Então, este projeto que passou na Câmara tem esse dispositivo, e houve uma ponderação aqui por parte do Governo de que aprovaria esse requerimento desde que não houvesse um compromisso prévio com os demais itens do projeto que foi aprovado lá, mas que todos os Parlamentares aqui se irmanariam nesse propósito de propor ao Presidente do Senado que agilizasse esse projeto de lei o mais rápido possível para acabar de uma vez por todas com o desconto associativo. Então, a redação que nós propomos é que ela fique bastante explícita na revogação do inciso V do art. 115, que está disposto no art. 13 do PL 1.546 da Câmara. E o artigo citado é da Lei 8.213, de 1991. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG. Fora do microfone.) - E retirar... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Não, ele não é retirado. É: não há compromisso com o mérito com as demais... O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Não há compromisso com o mérito. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - ... demais artigos da lei. Com esse, sim. O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PT - AP) - Presidente, o Governo tem acordo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Tem acordo? (Fora do microfone.) A votação será simbólica. Item 98, conforme redação apresentada pelo Líder Rogerio Marinho e em acordo com o Governo. Os Parlamentares que aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) Está aprovado o item 98. A sessão está suspensa por uma hora. (Suspensa às 12 horas e 37 minutos, a reunião é reaberta às 14 horas e 05 minutos.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Segunda parte da nossa sessão de hoje. Oitiva do Sr. Cícero Marcelino de Souza. Antes, quero aqui... Pedi à Secretaria uma declaração em resposta ao ponto levantado por um Deputado sobre a minha assinatura com relação à criação dessa CPMI. Pedi à Secretaria que fizesse a devida correção. E foi verificado que a lista de assinaturas está correta no Portal da Câmara, mas, por uma falha de sistema, alguns nomes não apareceram na lista constante do requerimento que chegou ao sistema do Senado. Por exemplo, o mesmo ocorreu com o Senador Paulo Paim, do PT, presente na listagem da Câmara, mas ausente na listagem do Senado. Esse problema foi identificado pela área de tecnologia e, por essa razão, o avulso do requerimento será republicado. Ainda, o Prodasen, do Senado, verificou que a minha assinatura consta dos logs do Senado Digital e do Sedol. Portanto, reitero aqui, eu assinei o requerimento de constituição desta Comissão. Isso, aliás, se reflete em todos os meus atos como Presidente, que buscam contemplar o maior número de requerimentos aprovados e depoimentos realizados por esta Comissão. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE. Pela ordem.) - ... rapidamente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim, Excelência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... só para cumprimentá-lo por ter assinado essa CPMI, deixado claro. Eu tenho que cumprimentar também o Relator dessa Comissão, porque está demonstrando um compromisso no limite das suas forças com o Brasil, com os brasileiros. A senhora mãe, D. Felina, do Sr. Relator sofreu um acidente, tem quatro costelas quebradas e ele está aqui cumprindo o seu dever, honrando o povo brasileiro. Eu quero dizer para o senhor também que eu assinei essa CPMI... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... e me solidarizo com a revolta que está tomando conta da população brasileira de o instrumento típico da minoria, que é uma CPMI, ter sido assaltada, sequestrada pela maioria, pelo Governo Federal aqui, Governo Lula, para blindar investigações que nós precisamos fazer. |
| R | Hoje foi uma manhã triste. Eu espero que a sua Presidência possa, durante esta Comissão, no depoimento do Sr. Cícero Marcelino... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... trazer de volta um pouco da esperança de que este país não vai ser da impunidade. Então, que Deus o abençoe nessa condução e que a gente possa buscar a verdade, apesar da péssima manhã que nós tivemos aqui, de blindagem explícita, escancarada, do Governo Lula, para não investigar o irmão dele, o irmão do Presidente Lula, e outras pessoas que precisavam aqui justificar. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Nós vamos continuar firmes... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... no limite das forças, para buscar a verdade para o povo brasileiro, que terá essa resposta desse roubo de bilhões de reais, em cima de milhões de pobres, de pessoas aposentadas, pensionistas, até deficientes, Sr. Presidente, além de viúvas e órfãos. Que Deus abençoe o senhor e a nação. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Amém. Deputado Luiz Lima. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Pela ordem.) - Presidente Carlos Viana, me tira uma dúvida? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Eu não sei se eu vou pôr o senhor, assim, numa situação delicada. Eu acabei de receber uma mensagem aqui de um eleitor de Santa Cruz. Santa Cruz, junto com Campo Grande, são os dois maiores bairros do país, com 500 mil habitantes cada um - ficam no Rio de Janeiro, afastados do centro. O Ângelo é nosso simpatizante e torcedor para que a verdade venha à tona. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - E ele me fez uma pergunta: "Luiz, como é que nós conseguimos eleger um Presidente da CPMI e um Relator dispostos a descobrirem a verdade, e tivemos uma vitória nesse sentido, por que que hoje a gente não conseguiu convocar o Frei Chico, em uma diferença de votos tão grande?". Aí eu expliquei para ele: "Olha, Ângelo, tem uma resposta. O Governo vai movendo peças, são os partidos que escolhem os membros desta Comissão, titulares e suplentes, e vão movendo e vão direcionando os votos". É essa a resposta? Eu acertei nessa resposta? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Acertou. O senhor está correto, porque o Congresso é um jogo de forças e o Congresso é a cara do povo brasileiro. Aqui ninguém pagou ingresso, todos foram eleitos. Todos aqui têm sua responsabilidade, sua imunidade e seu voto. E, naturalmente, as forças internas de Governo, de oposição e Governo, vão sendo substituídas ou trocadas numa questão própria da democracia. Agora, o mais importante de dizer a ele é dizer também, Senador Girão, que nós vamos pautar. Nós aqui, hoje, retiramos alguns de pauta, que foi acordo, mas podem voltar a qualquer momento, desde que corrigidos no momento certo da investigação. Ninguém vai ser blindado aqui, parente, irmão, primo, amigo, amante. Agora, o jogo político é esse que nós estamos vivendo. O Relator, tenho conversado bastante com ele, inclusive sobre o tanto de trabalho que nós ainda temos nas quebras de sigilo que estão chegando. E quero dizer a todos, ao povo que está nos assistindo, que não desanimem, porque outras ações virão e não haverá impunidade nessa história. Porque as pessoas estavam tão certas que não seriam nem processadas, que elas não tiveram nem o trabalho de esconder os recursos que nós estamos conseguindo fazer... bloqueados agora. A resposta será muito firme. Eu tenho plena convicção de que o nosso relatório vai ser esclarecedor, porque qual é a nossa função aqui? É mostrar à população o que aconteceu, dar transparência às investigações, para que cada brasileiro entenda corretamente como a nossa Previdência foi roubada. |
| R | Posteriormente, a Justiça fará o trabalho dela, mas, na nossa função de investigar e de dizer aos brasileiros quem são os atores, nessa, meu amigo, nós podemos colocar a cabeça no travesseiro todos os dias, porque nós estamos cumprindo plenamente aquilo que a população espera de nós e vamos nos esforçar para fazer mais. Vamos em frente. O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT) - Presidente, só um esclarecimento. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Medeiros. O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT. Pela ordem.) - É porque, quando a gente fala acordo, às vezes, quem está do outro lado da tela acha que está havendo um acordo aqui para blindar alguém, e é importante só... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Mas acordo no sentido de que, quando um dos lados quer retirar os requerimentos, o Presidente apenas acompanha. O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT) - Exato. E eu queria explicar mais no sentido de que, em dado momento, às vezes, é da conveniência da própria investigação... Se você tem alguém que pode trazer subsídio, mas você precisa ter mais dados para poder inquiri-lo, há essa conveniência de chamar depois para que haja melhor aproveitamento dessa testemunha. É só para que as pessoas não fiquem achando que nós estamos aqui fazendo um acordo para blindar. Mas é isso, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Um bom esclarecimento. Obrigado, Excelência. Está conosco já à mesa o Sr. Cícero Marcelino de Souza Santos, assessor do Presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). Requerimentos 104, do Senador Izalci Lucas; 399, do Senador Eduardo Girão; 474, do Deputado Rogério Correia; e 1.497, do Deputado Duarte Jr. Até o presente momento, a Comissão não foi cientificada de nenhuma decisão em sede de habeas corpus acerca do depoimento do Sr. Cícero. De todo modo, mesmo sem qualquer decisão judicial, eu esclareço ao depoente que terá todos os direitos constitucionais e legais respeitados por esta Comissão. O depoente tem o dever de dizer a verdade sobre tudo o que lhe for perguntado, podendo exercer o direito ao silêncio nas questões que possam levar à autoincriminação - estritamente nessas. Igualmente, tem o direito de ser acompanhado pelo advogado, a quem dou as boas-vindas aqui - Dr. Carlos Roberto -, e consultar o advogado sempre que necessário. Durante todo o depoimento, V. Sa. tem o direito a tratamento com urbanidade e respeito pelos Parlamentares, e a Presidência da Comissão será diligente no cumprimento... Peço, inclusive, ao Dr. Carlos... Tenho falado sempre com os colegas do senhor que, qualquer manifestação que o senhor entenda seja desrespeitosa ou de prejulgamento, o senhor pode acionar esta Presidência, que fará imediatamente o cumprimento da urbanidade e do bom trato ao seu paciente. Feitos os esclarecimentos, passamos ao termo de compromisso da testemunha. V. Sa. promete, quanto aos fatos de que tenha conhecimento na qualidade de testemunha, sob palavra de honra, nos termos do art. 203 do Código do Processo Penal, dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Sim, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A partir deste momento, V. Sa. está sujeita ao compromisso de dizer a verdade quanto aos fatos de que tenha conhecimento ou tenha protagonizado na qualidade de testemunha, nos termos do art. 203 do Código do Processo Penal. Passo a palavra ao Sr. Cícero Marcelino, por 15 minutos, para a apresentação inicial. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Bom, boa tarde à Casa, boa tarde a todos. Chegamos aqui - convocação há menos de sete dias - e estamos aqui de pronto a atender e responder ao que for preciso. Uma coisa para deixar inicialmente aqui anotado da parte de assessor, etc. Eu nunca tive nenhum vínculo empregatício com a Conafer, nem em ata, nem em estatuto, simplesmente prestação de serviço. Eu estou à disposição da Casa, no que for da minha parte, para estar respondendo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. Passo a palavra ao Relator, Deputado Alfredo Gaspar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL. Como Relator.) - Sr. Presidente, em nome de V. Exa., saúdo a todos os presentes. Sr. depoente, boa tarde. O senhor tem alguma formação profissional? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Boa tarde, meu caro. O senhor fala em questão de faculdade? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Formação? Tá, profissional. Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sua vida profissional. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. Eu, desde os 11 anos, trabalho com vendas em diversos segmentos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor poderia me relatar, nos últimos dez anos, com o que o senhor trabalhou especificamente? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Posso, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor, a partir de 2015. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A partir de 2015? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não precisa se apegar tanto a detalhes. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Trabalhei em loja de roupas, como vendedor... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. E qual foi o ano que o senhor trabalhou em loja de roupas como vendedor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente foi no ano de 2015 mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. Se o senhor pudesse ir fazendo esse percurso, eu lhe agradeceria. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vou tentar lembrar o máximo aqui. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Da loja de vendas... Foi o momento em que comecei a trabalhar com consultoria e assessoria para algumas empresas da minha cidade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Deixe eu lhe perguntar. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor chegou a ser balconista após essa função que o senhor citou? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não me recordo de ser balconista. Não sei se no registro era isso, mas me falha a memória agora. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É, no registro tem isso, mas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nessa loja de roupas? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Posterior à loja de roupas. O senhor recorda onde o senhor estava trabalhando em 2017? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Em 2017, eu já prestava serviços. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Deixe eu ser mais objetivo na pergunta. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Por favor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda qual era o seu patrimônio em 2017? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não recordo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor me falou agora que trabalha desde os oito anos de... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nove, dez anos de idade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... nove, dez anos de idade. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E que, em 2015, o senhor trabalhou numa loja de roupas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual era o seu ganho em 2015 mensal? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Uma média aí de R$7 mil, R$8 mil. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Então, em 2015, o senhor ganhava R$7 mil por mês. Em 2015, o senhor já possuía alguma empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não possuía. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Então, qual foi a primeira empresa que o senhor abriu e qual ano ela foi aberta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Meu caro, pela minha memória, a empresa Santos Consultoria. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Santos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exato. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor abriu a Santos ou o senhor adquiriu a Santos de outra pessoa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu abri a Santos. Pelo que eu lembro, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual foi o ano em que o senhor abriu a Santos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Em 2017. Final do ano? Final do ano, é. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não precisa se preocupar em ser tão exato. Então, lá pelos idos de 2017, o senhor abriu a Santos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, eu acabo excedendo por questão de ter alguma - como fala? - interpretação diferente. Então, por isso eu vou a cabo aos detalhes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pode ficar na certeza... O senhor está aqui sem habeas corpus. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pode ficar na certeza daquilo que o Presidente lhe disse. Quando o senhor achar que é algo que o incrimine... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Legal. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... o senhor evita aí. Peça orientação ao seu advogado. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Obrigado, Relator. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas, toda vez que a gente notar boa-fé no esclarecimento, a gente não vai se apegar a detalhes. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aqui mesmo só para falar a verdade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me diga: o senhor abriu a Santos em 2017? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto, sim. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vamos deixar a Santos de lado. Qual foi a próxima empresa que o senhor abriu? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu creio que, no início de abertura das empresas, foi a de consultoria... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá, aqui o senhor já falou: a Santos... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, sim, eu estou indo pela... tentando me lembrar pela ordem. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mas, olha, de consultoria, de aluguel de veículos... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, mas o senhor falou da Santos, que é a consultoria, não é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aluguel de veículos, como é o nome da empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Era... Antes a empresa era a To Hire, que não me pertence mais desde 2024. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor teve essa empresa To... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - T-o H-i-r-e, To Hire. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode me dizer qual foi o ano em que o senhor abriu essa empresa ou se a adquiriu de alguém? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não lembro se foi adquirida... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... de alguém, mas eu comecei a trabalhar com essa empresa, minha propriedade... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Daqui a pouco a gente... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... provavelmente de 2018 mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Daqui a pouco nós retornaremos a elas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Perfeito. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor, diga outras empresas que o senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, as empresas eram em nome de mim e da minha esposa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá, por enquanto, por enquanto... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, é que era eu que administrava as empresas... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não tem problema. Então, se o senhor puder ir dizendo, vá dizendo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso. Santos Consultoria. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Hã-hã. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A To Hire, locação de veículos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A de apoio administrativo... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Como é o nome dessa de apoio administrativo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Era... Já, já, eu lembro e repasso para o senhor. E... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu vou ler aqui... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... a de agropecuária. O senhor pode ficar à vontade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu vou ajudá-lo para o senhor poder confirmar qual dessas empresas o senhor chegou a ter. Eu lhe pergunto: Comercial Teixeira de Tintas de Presidente Prudente. É sua? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor trabalhou lá? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Desconheço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Premícias Serviços Administrativos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não é sua? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o senhor trabalhou lá? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - New Canaã Doces e Salgados. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. Ah, isso aí é antes de tudo, essas empresas... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu sei, estou lhe perguntando aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim, trabalhei. Agora que eu estou lembrando. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu quero saber: o senhor trabalhou na Comercial Teixeira de Tintas? Deve ser uma loja de tintas, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, já trabalhei em loja de tinta, mas não era esse nome. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor trabalhava lá de quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vendedor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vendedor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Premícias Serviços Administrativos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Creio que era de vendedor, máquina de cartão, se não me falha a memória, em São Paulo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. New Canaã Doces e Salgados. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Uma padaria, como gerente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Manpower Staffing Ltda. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não lembro pelo... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vamos passar pra frente, então. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Real Sat Telecomunicações. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, fui gerente da SKY. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - G-m-a-d Casa do MDF. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Trabalhei na Gmad também como vendedor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vendedor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Rede Estacione Ltda. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nessa aí, eu cuidei da parte dos estacionamentos também, a Rede Estacione. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o que é que...? O senhor trabalhava lá com o quê? O senhor era manobrista? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, tinha cinco deles, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na minha cidade. E eu era responsável por uma unidade e acompanhava as outras. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também fazíamos a manobra, sim... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. Murilo Coutinho da Silva. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fui gerente em um mercado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aqui está dizendo asfaltador na conservação de vias permanentes. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei nem o que é, Doutor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o Murilo era um supermercado? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Era um supermercado, chamava Mercado Fred. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - AK Serviços de Vendas e Credenciamento de Cartões de Crédito. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, Almeida Krüger, é uma empresa de venda maquininhas. Na verdade, eu trabalhava dentro da agência do Santander... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... buscando clientes. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Trade e Talentos Soluções. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não lembro, Doutor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aqui está dizendo que o senhor trabalhou 2015 a 2020 nesta Trade, mas o senhor não recorda. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nossa, não... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eletro Prudente. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente foi de vendedor também numa loja de material... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Material elétrico. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... elétrico. Isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Comercial MA Modas, 2016. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Talvez seja essa a empresa de venda de roupas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. E o senhor trabalhou de quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vendedor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vendedor. Merida Consórcios Representação. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também, com venda de consórcios. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Eu estou trazendo essas empresas aqui, mostra que o senhor é um lutador. O senhor tem uma longa folha de serviços prestados, como milhões de brasileiros que saem de casa para trabalhar, só que a sua vida teve um ponto de virada. E esse ponto de virada eu gostaria que o senhor nos explicasse. O senhor já falou sobre... O senhor já falou sobre a Santos, certo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aqui... E o senhor já disse 2017, mas aqui a Santos está 2018, mas isso é natural... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, a lembrança... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas eu vou perguntar outras. C. Marcelino de Souza Santos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Essa empresa foi aberta, mas nunca trabalhamos com ela. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, essa empresa ainda hoje está aberta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vou ter que confirmar com o contador. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor nunca recebeu recurso nela? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Que eu me recorde, não. Provavelmente não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - C. Marcelino de Souza Santos Serviços de Locações. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também nunca recebi recurso. Ela também nunca foi usada - a empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Cícero Marcelino de Souza Santos... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sou eu. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aqui está dizendo que o senhor é criador de bovinos. Essa empresa aqui está registrada em Santo André, e fala criação de bovinos para corte. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Santo André? Não é...? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Santo Expedito. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Santo Expedito, correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Santo Expedito. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim, eu cheguei... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa empresa está aqui - a abertura dela - em 27 de maio de 2024. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, foi para fazer aquela documentação para compra de gado e venda... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o que eu queria saber do senhor é o seguinte... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, me lembro dela, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor tem fazenda, propriedade rural? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor... Tenho propriedade rural, uma chácara. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tem? Onde essa propriedade rural? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ela fica na região de Presidente Prudente mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantos hectares ou alqueires tem essa propriedade? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na média aí de 6 mil, 7 mil metros, não chega a alqueire. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E é por conta dessa propriedade que o senhor registrou essa criação de bovinos para corte? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, por conta dela, para eu iniciar isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E, numa propriedade com 7 mil metros quadrados, dá para criar quantos bovinos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Dá para iniciar. Você coloca aí... Dá para iniciar com três, quatro, cinco... Dá para começar do tamanho... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, a sua pretensão nisso era essa criação de cinco...? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, inicial, sim... A gente planeja para ser grande, e eu queria trabalhar com genética animal, mas não... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor poderia me dizer quantos bovinos o senhor tem hoje? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Nenhum? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Começou mal a criação, hein? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É... (Risos.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Cooperativa de Trabalho Profissional Atendentes em Consultoria. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Diga aí. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, é uma empresa que nós tínhamos, é uma cooperativa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está aberta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não é mais no meu nome há uns três anos. Então, não sei falar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa empresa, sob a sua responsabilidade, recebeu quanto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não vou saber falar para o senhor o valor correto, em média... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas, se eu falasse, o senhor poderia confirmar? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Posso sim, pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mais ou menos de R$50 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nossa... Aí eu vou pedir para que o advogado puxe isso, porque, desde o momento da operação, todos os meus aparelhos foram levados, todas as planilhas que tinha também foram, no escritório, e, automaticamente, todas as minhas contas foram canceladas. Deixa eu só terminar. Um minutinho. As contas foram canceladas, e os bancos cancelaram nossas contas. Por isso eu não tenho essa informação para passar para o senhor agora. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Seu Marcelino... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor responde como o senhor quiser. Eu estou fazendo uma pergunta. Cinquenta milhões de reais é muito dinheiro, em qualquer canto do mundo. Aí eu vou fazer, e o senhor responde da forma como o senhor entender. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá joia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa empresa movimentou mais ou menos de R$50 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não consigo dar certeza para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mas meu advogado puxa e passa para esta Casa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tem uma empresa aqui, e eu estou lendo, porque é mais fácil eu ler pela quantidade do que o senhor se recordar. Tem uma empresa aqui chamada CSS Consultoria e Gestão. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É minha mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É do senhor. O senhor abriu essa empresa quando? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Meados de agosto de 2024. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual a finalidade dessa empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Consultoria e assessoria. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode me dizer se essa empresa, desde a abertura até hoje, movimentou mais ou menos de R$50 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não consigo falar para o senhor com exatidão, para não falhar e... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Daqui a pouco a gente volta a ela. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tranquilo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - CSS Locação de Veículos, Máquinas e Equipamentos. É do senhor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Minha também, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa empresa faz o quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Locação de veículos, locação de tratores, tudo quanto é tipo de material para trabalho, seja agrário etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O senhor sabe também me dizer se essa empresa movimentou mais ou menos de R$50 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não vou ter certeza para falar para o senhor, mas, posteriormente, vamos apresentar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Nobre Serviços de Eventos... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ela foi aberta aqui, mas eu estou vendo que o senhor começou a administrar em outra data. Desde quando a Nobre Serviços de Eventos está sob sua responsabilidade? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não vou conseguir falar com exatidão para o senhor, não lembro. Não sei se em 2018 ou 2019. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. Esta empresa, Nobre Serviços de Eventos, o senhor consegue me responder se ela movimentou mais ou menos de R$50 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também não quero falar com incerteza, mas estou pronto para responder para o senhor, o nosso advogado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Santos Agroindústria Atacadista e Varejista... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Diz só isso? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, aqui só tem isso. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah tá. Não, não conheço essa empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aqui está dizendo que o senhor é sócio-administrador dela, com 100% das cotas. O senhor poderia me dizer se o senhor tem alguma empresa iniciando com o nome "Santos"? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não mais, porque até a Santos Consultoria, que eu passei para o senhor, foi finalizada no ano de 2024 mesmo. E essa empresa eu desconheço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Vamos falar dela como se fosse a Santos, a Santos Consultoria. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso: essa, sim, era a minha. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Santos Consultoria, o senhor a criou quando? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Creio que em 2017, 2018... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor comprou de alguém ou o senhor mesmo criou? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não lembro, mas, provavelmente, eu mesmo criei essa empresa. Posso confirmar com o contador. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa empresa ainda continua sob a sua responsabilidade? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe dizer se essa empresa recebeu mais ou menos de R$100 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Consigo, posteriormente, passar para o senhor, com certeza. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o senhor sabe dizer essa estimativa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Infelizmente não, para não falar coisa errada aqui. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A TB Holding... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - TB Holding... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa empresa é de que? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - TB Holdings, eu fui convidado para ser sócio do banco, Terra Bank. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Terra Bank? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então, creio que a TB Holding... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor é sócio dessa empresa desde quando? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Desde 2023... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem é o outro sócio ou quem são os outros sócios? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Carlos Lopes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem é Carlos Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É o Presidente da Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe me dizer qual é a função dessa TB Holding? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, foi para abrir um banco digital, para atender ao agro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ao agro, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa empresa movimentou dinheiro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhum centavo. Até a minha gestão lá, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aqui tem uma outra empresa, com outro CNPJ, chamada Terra Bank. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Para mim, era a mesma coisa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Terra Bank é o que? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É esse banco digital. Acabei de informar ao senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, é uma fintech, é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, uma fintech. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor entrou nela quando? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Que me recordo, 2023 ou 2024. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor ainda continua nela? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual foi o motivo do desligamento do Terra Bank? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O quadro societário me retirou. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O quadro societário... O senhor falou a TB Holding sócio do Carlos Lopes. E no Terra Bank? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então, para mim até, por leigo, achei que era a mesma empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, o senhor era sócio no Terra Bank? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode me dizer como era essa partilha societária? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A partilha é porque eu tinha prestado serviço em outras empresas... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, mas quero saber quantos por cento o senhor detinha dessas cotas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, eram 10%. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eram 10%? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Os outros 90% eram do seu sócio? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A To Hire Cars, o senhor a adquiriu quando? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ela era minha empresa, junto com a Santos Consultoria... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, mas adquiriu quando? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente, 2018 também; 17, final de 17,18. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor ainda a detém? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não? O senhor pode me dizer se essa empresa movimentou mais de R$70 ou menos de R$70 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não consigo falar para o senhor com exatidão, mas pronto a responder junto com o meu advogado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Para eu entender um pouco, o senhor saiu de balcão de atendimento, que é uma profissão muito digna... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... mas uma profissão que tem uma renda média, como o senhor falou aí, de R$7 mil, para, em menos de uma década, uma dezena de empresas que movimentaram milhões de reais, e essa é a grande pergunta aqui do Colegiado. O senhor poderia me dizer qual foi esse ponto de virada na sua vida? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, consigo, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, trabalhando com balcão, o geral sempre foi com vendas. Então, você consegue fazer um valor maior, até porque a questão de balcão ter um valor, seria um valor até menor do que eu falei para o senhor. Então, você sempre tem comissões, etc. Trabalhava por fora, vendia veículos, enfim, e, no ano de 2017, ou 2018, 16 ou 17, conheci o Carlos. Gostou do meu atendimento, uma loja em que eu trabalhava... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Carlos de quem o senhor fala, só para ficar registrado... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem é esse Carlos de que o senhor fala? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Presidente da Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor o conheceu em dois mil e... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente 17, 16... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... para não falhar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - E... |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o que é que isso mudou na sua vida, conhecer uma pessoa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mudou sim. Ele gostou bastante do meu atendimento com ele. Eu era muito conhecedor da cidade e região. Perguntou se eu podia prestar algum serviço assim, assim e assim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Só o atrapalhando... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Da cidade e da região, o senhor tá tratando de que local? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Presidente Prudente, que era a minha cidade, a minha região. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, o senhor conheceu o Carlos em Presidente Prudente? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. Não sei se foi em moradia ou em visita. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Em que circunstância? O senhor recorda? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vendendo ternos, roupas de grife. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Sim, senhor. Pode continuar. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - E, daí, comecei a falar um pouquinho da minha história de trabalho geral, desde atendimentos, como consultoria e assessorias, e ele falou que precisava de uma empresa assim. Foi aí que eu falei: "Eu vou abrir uma empresa e vou começar a prestar serviço para o senhor". O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual foi a primeira empresa que o senhor abriu para prestar serviço ao Sr. Carlos Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Meu caro, eu não lembro; provavelmente, foi a Santos, mas consigo passar posteriormente para vocês. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Posso já arremendar com outra pergunta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fique à vontade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Todas as empresas que eu citei aqui foram criadas para prestar serviços ou foram demandas do Sr. Carlos Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Foram criadas para prestar serviços sim. Algumas empresas, que o senhor citou aí, não são minhas, não existem, mas as que eu confirmei, sim; foram surgindo as necessidades, e eu fui me adaptando. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí o senhor vai me ajudar aqui... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Claro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa cooperativa de trabalho dos profissionais atuantes em consultoria... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... ela foi criada para prestar serviço, uma cooperativa. Eu lhe pergunto: ela prestou serviço à Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Prestou, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Fora a Conafer, ela prestou serviço a outra pessoa jurídica? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não sei. Consigo trazer depois a resposta com certeza, mas sim também; creio que prestou para outra empresa também, mas tenho que puxar, para falar com certeza. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, o senhor, como Presidente disso, está tranquilo aí para responder, e não vamos pegar o senhor por uma imprecisão. Eu quero saber: essa cooperativa prestou serviço para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Prestou, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. O senhor saberia dizer outro nome, fora a Conafer, a que essa empresa prestou serviço? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tenho que puxar lá para passar para o senhor... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... mas, se o senhor tiver aí, eu posso confirmar se sim ou não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A CSS Consultoria prestou serviço para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Prestou serviço para outra pessoa jurídica? Se o senhor não recordar... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não recordo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... o senhor pode dizer: "Não recordo". O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. Eu quero o máximo possível, para poder passar com exatidão, mas não recordo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. A CSS Locação de Veículos e Máquinas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... prestou serviço à Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Prestou, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda outra empresa a que ela tenha prestado serviço? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - As outras duas empresas que eu administro, que são em nome da minha esposa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Então, essa CSS Locação de Veículos, além da Conafer, prestou serviço para duas empresas que pertencem ao senhor mesmo, não é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não entendi a pergunta do senhor. Ficou confusa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, eu entendi o senhor dizer que essa CSS prestou serviço para a Conafer. Está certo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E prestou serviço para mais alguma outra pessoa jurídica, empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Eu lhe agradeço. O senhor está sendo bem objetivo. A Nobre Serviços de Eventos prestou serviço para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda alguma outra pessoa jurídica a que essa Nobre Serviços tenha prestado serviço? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não me recordo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito bem. A Santos Consultoria prestou serviço para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Prestou, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda alguma outra empresa ou pessoa jurídica a que a Santos tenha prestado consultoria? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Prestamos, sim... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A quem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... só não consigo lembrar o nome da empresa, mas posso pedir para o advogado o nome, para lhe apresentar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda quanto recebeu dessa outra empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Acho que era um contrato de 50, 56 mil, só não sei falar o nome certinho para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O contrato que o senhor prestou serviço com a Santos... O global dele era R$56 mil? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Com essa empresa? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Mas a Santos prestou serviço à Conafer, não foi isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A T.B. Holding Financeira e o Terra Bank... O senhor já até confundiu ambos. O senhor sabe dizer quanto de movimentação financeira houve nisso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Para eu não entrar em confusão, T.B. Holding, para mim, e Terra Bank era a mesma coisa. Eu fui convocado para ser sócio, mas... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vamos tratar... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Deixe eu só finalizar aqui. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... a Terra Bank - a Terra Bank. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então, tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vamos tratar da Terra Bank. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. Então, o entendimento das duas. E fui convocado para ser sócio, sim, mas não chegou a movimentar nenhum centavo, porque ela estava buscando adquirir clientes - né? -, correntistas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito bem. O senhor sabe dizer se a Terra Bank prestou algum serviço para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei dizer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A To Hire Cars prestou serviço para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Prestou, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Fora a Conafer, o senhor sabe dizer a qual outra empresa ela prestou serviço? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não sei dizer para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sr. Cícero, olhe só... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sr. Cícero, o senhor, até o presente momento, está sendo realmente verdadeiro. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Obrigado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor reconheceu as empresas, o senhor disse como as empresas trabalhavam... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... e, agora, o senhor disse o mais importante disso: a sua vida mudou, a partir do momento em que encontrou o Sr. Carlos Lopes; e, pelo que o senhor disse aí, o Sr. Carlos Lopes tinha a demanda e solicitou ao senhor as empresas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, nobre Relator. Sim, os meus serviços. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito bem. Eu estou aqui, Cícero, com a ficha dessas empresas. A grande maioria dessas empresas, a maioria absoluta não tem um funcionário registrado. Uma ou duas têm dois registrados em cada uma, sendo uma delas a sua esposa. O que é que eu queria saber do senhor? O senhor tinha funcionários e não registrava ou o senhor não tinha funcionários? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tinha funcionários, sim, para todas elas, escritório, recepção, etc., fazendo todos os serviços que eram prestados. Em alguns casos, tinha familiares que trabalhavam e que acabou não sendo registrado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mas é uma falha de registro mesmo. Não tive nenhum problema com contador. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, vou ter que perguntar ao senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fique à vontade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa cooperativa de trabalhos profissionais tinha quantos funcionários? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nós tínhamos uma média de 12 funcionários. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Doze? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso! O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não tem nenhum registrado. Eu estou aqui com a lista. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, sim... Nem sabia que tinha que registrar em cooperativa. Enfim... |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tudo bem. A CSS Consultoria e Gestão tinha quantos funcionários? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tinha, no escritório, a média de três a quatro funcionários, porque é empresa recente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Três a quatro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Também não tem... A CSS Locação de Veículos, Máquinas e Equipamentos, quantos funcionários? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Três a cinco funcionários, porque alguns viajavam levando veículos, etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Também não tem registro. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Nobre Serviços de Eventos, quantos funcionários? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Os funcionários da Nobre eram terceirizados, porque era montagem de palco, palanque, etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, não tinha diretamente nenhum? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não tinha. Só uma moça no escritório. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Santos Consultoria tinha quantos funcionários? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, no início aí, nós tínhamos uma média de oito funcionários. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Oito funcionários. Para não... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E não registrava ninguém, não? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, eu vou ter que puxar isso, porque é um caso a falar à frente... Eu tive um problema bem grande com o contador, por isso que eu mudei de contador no ano de 2023 para 2024. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Terra Bank. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Terra Bank tinha funcionário? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu já cheguei a visitar, algumas vezes, as instalações, e tinha funcionário sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda quantos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tinha o pessoal da TI na interna, tinha atendente... Vamos colocar cinco, sete funcionários. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode dizer quantos funcionários tinha na To Hire Cars? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Esse eu acabei de responder para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É porque aqui tem a CSS. A CSS Locação é a mesma coisa da To Hire? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Me dá um minutinho. Assim que eu finalizei essas empresas, eu entrei... Então, finalizei a To Hire e coloquei a CSS no lugar para trabalhar. Não trabalhavam juntos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não eram...? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu mudei as empresas, porque houve um problema... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quando o senhor tinha a To Hire, então, antes de fechar... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... quantos funcionários...? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Foi o que eu falei para o senhor: eu tinha média de oito, porque eu tinha funcionários que levavam veículos, que buscavam, o pessoal para lavagem, para entregar, etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, nós estamos falando nesse ponto de mudança do senhor, começando com essas empresas. No seu Imposto de Renda de 2022, o senhor declarou rendimentos tributáveis de apenas R$14 mil. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, foi aí que - acabei de falar anteriormente - tive problema com o contador; confiando em contador e os agentes bancários, deixei à vontade com eles. Após isso, eu fui descobrir que não tinha... O que realmente eu ganhava e tirava não tinha sido feito. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Foi aí que eu fui fazendo acerto nessas empresas e mudei para essas novas que o senhor comentou. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode me dizer o nome desse contador? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não vou lembrar de memória, mas, posteriormente, peço para o meu advogado encaminhar para vocês. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Deixe-me ajudá-lo aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Bota aqui, por favor. Pode passar já para o último. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Deputado Pimenta está se metendo aqui. O Deputado Pimenta está se metendo aqui. (Risos.) O Sr. Samuel Chrisostomo... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO. Fora do microfone.) - Oi? (Intervenções fora do microfone.) (Risos.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... que não tem nada a ver com o nosso Deputado. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não conheço o senhor ainda não. Estou conhecendo agora. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por favor, senhores, com gentileza. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Sr. Samuel Chrisostomo seria esse contador? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, ele era contador da Conafer. Quando eu precisava organizar algo de pagamentos, etc., o contato era com o escritório dele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu posso perguntar qual a sua relação com esse contador Samuel Chrisostomo? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhuma. Já passei algumas notas, algo do tipo, quando eu prestava serviço do Conafer para ele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já repassou algum recurso para ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pode ter sido que sim, porque eu recebia planilha de pagamentos para cada entidade da Conafer e repassava para o próprio escritório. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda quanto foi? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não vou saber falar para o senhor, mas a gente puxa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Traz um pouquinho para cá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A gente puxa, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - À Solution Serviços o senhor já repassou algum recurso para ela? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Lendo aqui, Solution... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu vou dizendo, eu queria saber dessa. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Dessa tem sim. Sim, já vi em planilha pagamentos para essa empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor se recorda quanto o senhor passou? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não vou saber falar para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Bicho Solto Agropecuária? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não lembro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Cifrao Tecnologia? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tenho lembrança dessa empresa, provavelmente vem nas minhas listas de pagamentos, sim, para ser feita. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Recorda quanto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não recordo, mas apresento para o senhor depois. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Expresso Serviços de Publicidade? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também vem à memória pagamento para essa empresa nas minhas planilhas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Recorda quanto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não consigo falar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - S&D Agropecuária e Análises Técnicas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Essa eu não lembro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não recorda? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não recordo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Baixa um pouquinho aqui, por favor. Cindeas, Cooperativa de Industrialização, o senhor se recorda dela? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não conheço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Volta um... Traz um pouquinho para esquerda. O senhor reconhece a Santos como sua empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Era minha empresa, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Santos recebeu da Cindeas... Depois eu chego lá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Recebeu da Cindeas R$85 mil. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual foi o serviço que o senhor prestou a essa Cindeas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não lembro, mas vou buscar e apresentar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe onde fica as Cindeas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não faço nem noção. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu vou te lembrar. Ela fica na Paraíba. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Na Paraíba. E ela tem uma certa vinculação com um cidadão chamado de apelido Junior do Peixe. Aí eu pergunto: qual a relação do senhor com o Junior do Peixe? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhuma relação. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor não conhece essa pessoa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Conheço sim, já vi. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor conheceu essa pessoa onde? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Conheci ela na Conafer. Ela era secretário ou alguma coisa do tipo dentro da Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já esteve com essa pessoa no INSS ou no Ministério da Previdência Social? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, nunca estive no INSS, nem mesmo no Senado, etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor nunca esteve no INSS? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nunca estive. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Nem na Previdência? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Nem na Dataprev? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também não; não sei o que é a Dataprev. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, o senhor recebeu na Santos 85 mil da Cindeas, mas não conhece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não conheço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Traz um pouquinho para cá. O senhor conhece Frei Anastacio, Deputado Federal que foi da Paraíba? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nem noção. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe qual a razão do Governo ter passado 4 milhões para a Cindeas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu nem conhecia essa empresa, Doutor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas olha só que situação nós estamos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Nós estamos aqui com um pagamento dessa empresa para a sua empresa de que o senhor é o sócio majoritário. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Oitenta e cinco mil reais não é um troco. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Realmente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Teoricamente, é a prestação de um serviço. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Uhum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Isso aqui está documentado. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo? Se não for o senhor que possa dizer que recebeu esse dinheiro pela prestação do serviço, estamos perdidos, porque ninguém mais vai saber. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, não, não... Desconheço a empresa, não lembro de prestar serviço. Já tive momentos de receber financeiros... |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, deixa eu lhe fazer uma pergunta. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fique à vontade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor devolveu R$85 mil recebidos da Cindeas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Preciso puxar, mas não lembro, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito bem. Então, se o senhor não devolveu, é porque isso era um pagamento justo. Não se recorda de nenhum serviço prestado à empresa da Paraíba? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não recordo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Junior do Peixe pediu algum serviço ao senhor em relação a essa empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não recordo. Na verdade, o Junior do Peixe eu conheci como um secretário da Conafer, não lembro o que que era. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, olha só: essa empresa aqui do Samuel o senhor já reconheceu... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... que fez pagamento. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Dessa empresa aqui, apesar de ter recebido recurso, o senhor não... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Posso pontuar algo sobre? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tinha casos que algumas empresas precisavam pagar alguma prestação de serviço, ou alguma venda, ou alguma coisa, às vezes, para a Conafer... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Espera aí. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa parte aí eu queria que o senhor explicasse direitinho. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Direitinho. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já teve casos - poucas vezes eu tive encontro pessoalmente com o Presidente da Conafer - de uma empresa precisava pagar e receber e se eu poderia receber pela minha. E eu disse: "Sim". Pode ser um desses casos, mas vou pedir para o advogado anotar e procurar, para a gente passar com exatidão. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora, o senhor me alertou um fato que eu achei bem interessante. Algumas vezes... Vem para cá. Volta aqui. Aqui está a Conafer. O senhor sabe dizer... Conafer recebeu mais de 800 milhões de descontos associativos. Daí, 97,6 desses descontos a CGU disse... provando que eram descontos fraudados, era roubo. O senhor recebeu, desses 800 milhões, através de algumas empresas, que eu vou listar uma por uma, o senhor recebeu R$300 milhões: 150 pelo senhor, 150 pela Sra. Ingrid, que é a sua... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, isso, minha esposa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... sua esposa. Vou aproveitar e perguntar: a sua esposa, qual é a formação profissional dela? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ela é formada em Administração de Empresas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - De empresas, tá. Aí, desses 300 milhões, tudo nasceu do encontro do senhor com o Carlos Lopes numa loja de roupa, que ele gostou do senhor e lhe ajudou a criar empresas e prestar serviço. E mudou a sua vida. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Basicamente, o senhor disse isso. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. Começamos com empresa, surgiu a necessidade, um exemplo, de locação de veículos, arrumei parceiros, fui locando; a parte do gado que eu já gostava, fazia intermédio de compra e venda de sêmen, etc... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor mostrou que é um bom vendedor. Mas o senhor disse uma coisa interessante: em determinadas ocasiões, o Sr. Carlos pediu para o senhor receber dinheiro em nome de outras pessoas, mas através das suas empresas. E fazia o que com esse dinheiro recebido em nome de outra? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente é isso que tem acontecido nessa empresa que eu desconheço... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. Fazia o quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... e eu recebia planilhas de pagamento geral, média de 2, 3 mil pagamentos mensais, e refazia os pagamentos para necessidade de uma empresa de apoio administrativo ou com consultoria. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu poderia fazer uma pergunta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fica à vontade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor tirava dinheiro em espécie? E aí é que eu quero ver a sua verdade. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já cheguei a sacar dinheiro em espécie várias vezes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E entregava na mão dessas pessoas que o Sr. Carlos Lopes pedia ao senhor? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, na verdade, era ou para compra de veículos... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, eu estou falando... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Desse caso aí? Não. Desconheço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quer dizer que esses R$85 mil... Olha só... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não, não... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Como é que o senhor recebeu R$85 mil? Estou dando o exemplo do que está aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E, se era em nome de outra pessoa, como é que esse dinheiro chegava na mão dessa outra pessoa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, era para fazer o pagamento das planilhas. Tinha vezes que o Carlos... Acho eu que pegaria algum dinheiro emprestado para complementar planilhas, né? Porque a minha função era prestar serviço para empresa Conafer. Então, provavelmente, é isso. Não estou falando com toda certeza, mas a gente busca saber desde o início. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe dizer em quantas oportunidades o senhor recebeu dinheiro em nome de outra pessoa ou de outra empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Meu caro, não lembro, porque, desde o ato, eu não tenho nem acesso às empresas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o senhor sabe dizer, aproximadamente, se foram mais de R$30 milhões ou menos de R$30 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Só um minutinho. Então, após o acontecimento, todas as minhas contas foram canceladas e bloqueadas. Então, nós vamos buscar, para ter a resposta posterior... Mas não recordo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor... Vou fazer uma pergunta mais objetiva. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fique à vontade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda se, nos últimos cinco anos, o senhor fez saques acima ou abaixo de R$30 milhões em espécie? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, o valor correto eu não vou... Pois não, senhor? Ah, tá, tá. Eu não vou recordar. Vamos anotar aqui para a gente repassar com exatidão. (Intervenções fora do microfone.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É o quê, Doutor? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, eles estão falando com... Lá, né? Aqui, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor disse que não recorda. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. Mas estou pronto para esclarecer, tá? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora... Falei das suas empresas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora eu quero saber: a IBC Prudente Apoio Administrativo é de quem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - No nome da minha esposa é que eu administro as empresas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O que é... Qual serviço a IBC Prudente presta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vinha planilhas... Eu prestava serviço também para Lagoa Alta. E vinha planilhas para pagamentos. Trabalhava com planilhas de pagamentos, encaminhava para secretaria e fim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Olha só: Lagoa Alta quem está nos assistindo não sabe o que é. O que é Lagoa Alta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É uma empresa, uma fazenda de sêmen, de cuidar de gado etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É uma fazenda? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É de quem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Essa empresa depois eu fui saber que era da esposa do Carlos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor tem procuração da esposa do Carlos para movimentar qualquer financeiro ou documento dessa empresa Lagoa Alta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aqui eu vou dar uma explicação, tá? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Li sobre isso. Pedi já para o advogado ver que procuração é essa. E por conhecer a Bruna... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Volte aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Só para finalizar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Pode ir finalizando. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Por eu morar em Presidente Prudente, ela pediu algumas coisas para eu resolver no banco, porque já teve coisa no banco da Caixa. Talvez seja isso. Mas eu não tenho a procuração correta. Não consigo te responder com certeza. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vou ajudá-lo aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mude essa página aí. Não. Essa aqui. Bruna Braz Souza Santos, quem é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É a esposa do Dr. Carlos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Do Carlos da... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Da Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Da Conafer. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Em 2021, está lá no Cartório de Registros e Notas de São Félix de Minas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por que em São Félix de Minas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, acho que o endereço da Bruna é lá, a fazenda... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vocês estiveram lá? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Passei uma vez só. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. E o senhor tem plenos poderes aqui dados por ela. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aí não mostra o que é que é? Eu não tenho noção do que é isso aí. Não lembro. Não recordo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A gente tem a procuração. |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Perfeito. Serve para qualquer tipo de atividade O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o que me interessa agora é outro ponto que o senhor tocou. Eu só queria mostrar isso aí. Volta lá naquele quadro. Não... Aí. Se puder puxar um pouquinho para cá. A Conafer pagou 16,5 milhões à IBC Prudente Apoio Administrativo... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... e, pelo que eu estou entendendo, o senhor disse que essa IBC pagava as despesas dessa Lagoa Alta. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu recebia os recursos dentro desses anos prestados, e vinham planilhas de pagamento diretamente do RH; nós pagávamos e encaminhávamos para o RH os comprovantes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me conta uma coisa, que eu não estou entendendo bem... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O que é que a Conafer tem a ver com a IBC, já que o serviço era prestado para essa fazenda que pertencia a...? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A IBC também prestava serviços para a Conafer. Foi indicada até pela Conafer à empresa Lagoa Alta. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha só, que serviço prestava a IBC para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Apoio administrativo... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O que é apoio administrativo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... mas relativamente eram planilhas de pagamentos. Planilhas de pagamentos vinham para fazer os pagamentos direto lá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A empresa recebeu R$16 milhões. Aí ela, a Conafer, utilizava a sua empresa para fazer os pagamentos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Eu prestava serviço para a empresa Lagoa Alta também. Eu prestava serviço diretamente para a Lagoa Alta. Prestava para a Conafer e prestava para a Lagoa Alta. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me diga, vamos supor que eu sou a Conafer... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... e o senhor é a IBC. Qual é o produto que o senhor iria me oferecer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O apoio administrativo em geral. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí me diga, me explique. Eu não sei. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Se o senhor precisar que nós vamos até o seu escritório, que regularize parte de notas, regularize parte de funcionário, financeiro, a gente faz essa assessoria. É o apoio administrativo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas vamos supor que eu tenha dez funcionários... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... contador, advogado, secretária, tenha tudo isso. Aí o senhor chega lá na empresa e faz o que com esse pessoal? Quem é que paga esse pessoal? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Quem paga é a própria empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O senhor está falando da Conafer? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. A Conafer me contratou para fazer essa assessoria, e vinha para mim fazer pagamento. Planilhas indígenas, planilhas quilombolas, planilha administrativa, etc., juntamente com a secretaria da Conafer. Era encaminhado para a minha planilha de pagamentos, e o dinheiro - até porque os senhores têm acesso -, dá para ver que o dinheiro entrava e ia para 200, 300, 400 pessoas diferentes, sendo pago. Isso acontecia mensalmente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, essa empresa do senhor que prestava serviço para a fazenda, sei lá, da mulher do Carlos Lopes... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não é? O senhor recebia quanto lá da esposa do Sr. Carlos Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tenho que puxar, não vou saber te passar certinho. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor não recorda também? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não recordo, mas deixo o advogado pronto para... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então eu posso dizer aqui que essa IBC Prudente era então uma organizadora de planilha? Era? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pagamentos. Para ela vinham os valores para fazer os pagamentos que a empresa pedia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E você recebia o quê? O dinheiro para isso, é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exatamente. Isso mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Esses 16 milhões foram para pagamentos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente sim. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É, exatamente: por que a Conafer não fez esse pagamento direto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não entendi a pergunta. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por que precisava de um intermediário para pagar, se já vinham as planilhas e o dinheiro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei. Isso aí eu fui contratado para... Eu não vou saber explicar para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto, ótimo. Mas essa empresa aqui é da sua esposa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor tem alguma parte na sociedade? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, somente eu que administro as empresas no nome dela. Somos um grupo, eu e ela. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - No nome dela. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito bem. Eu... dependendo de como o senhor está colaborando, talvez ela não precise nem estar aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu estou em aberto para o que precisar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. A Nobre Serviços de Eventos recebeu aqui por volta de 95, R$96 milhões. Essa Nobre é de quem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Essa Nobre acho que é sociedade, eu e minha esposa. Se não me falha a memória, mas vou puxar também para passar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, R$96 milhões é muito dinheiro. Qual o serviço prestado? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A Conafer tinha vários eventos e, dentro desses eventos, montar palco, estande, levar alimento, etc. Um exemplo, teve na Bahia uma reunião indígena, com 2, 3 mil indígenas. Então a gente fazia todo o atendimento: de palco, de estrutura, de comida, de brinquedo, de presentes, de brindes, e a gente fornecia. Era o que era pedido. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Relator, só um instante. O advogado fez uma inquirição sobre o desejo de orientar o cliente com relação a números. O senhor pode se manifestar, por favor? Vou passar... Tem que ligar aqui. Isso. (Intervenção fora do microfone.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Fora do microfone.) - Meu advogado mesmo, de Cícero. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - É só apertar e segurar. Pronto. Pronto, soltou. O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA - Meu nome é Carlos, sou advogado do interior de São Paulo. Não faço parte dos quadros da Conafer. Represento o meu cliente na sua total individualidade. Ele veio com o objetivo aqui de esclarecer fatos e colaborar com esta Comissão com ética, respeito e disciplina. E, de acordo com essa devida urbanidade, ele vai responder a todos, justamente para favorecer e dar, digamos assim, embasamento suficiente para que isso desenvolva. Em relação a todos esses valores... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Doutor. Aí o senhor vai, por gentileza, orientá-lo e ele vai responder. Está certo? O senhor não pode dar resposta por ele. Se o senhor precisar suspender... O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA - Cícero, eu gostaria que você esclarecesse essa questão dos valores. Porque nós estamos falando de um montante, um valor exorbitante que entrava nas suas empresas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA - E qual era a tua participação após esses valores? Ficaria quanto com você... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Doutor, Dr. Carlos... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A gente vai chegar lá. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instantinho. Só orientá-lo corretamente. Quando for assim, o senhor pede para esperar... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Fora do microfone.) - Uma pausa, seria isso? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... para dar uma pausa. E o senhor conversa e ele responde, por favor, tá? O senhor não pode dar resposta ou fazer a pergunta. O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA - Então, nós precisamos de uma pausa para poder... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então, só um instante, Relator. Ele vai orientar. É, ele vai orientar o cliente. (Pausa.) Vamos retomando a sessão. Relator... Senhores, um instante só. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Oi... Oi... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pronto, Relator... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vou passar aqui rapidinho. O senhor já disse que é a Nobre que recebeu 96 bilhões, mas é algo que o senhor não pode confirmar de imediato. Ela trabalhava com montagem de estrutura, não é isso? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Em geral. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Palco, tenda, seja lá o que for. Essa Pikinskeni... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pikinskeni. P-I-K-I-N-S-K-E-N-I, Pikinskeni . O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Rapaz, arrumou um nome difícil. Recebeu 6 milhões. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nobre Relator, antes de eu responder para o senhor, por indicação do meu advogado, em todas essas empresas, a média que eu tinha para receber era a média de R$20 mil, R$30 mil por mês. Era o que me sobrava aí para viver. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A gente vai chegar lá. Estou falando do dinheiro bruto que chegou. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É porque às vezes dá um entendimento de que esse dinheiro é do Cícero, né? O Cícero ganhava 800 milhões... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... mais 700 milhões, mas, enfim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor vai ter a oportunidade de explicar o destino disso. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Claro. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Fora do microfone.) - A gente já entendeu. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Se já entendeu, o.k. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A papelaria também... a papelaria com esse mesmo nome.... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É que fala lá e fala aqui, né? Fala lá, fala aqui... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... também recebeu aqui 5 milhões. Eu pergunto, porque eu perguntei das outras, mas não perguntei dessas: também trabalhavam só para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. Na verdade... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa papelaria é uma loja física? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ela... A gente... Muitos cards, fabricação de cards, como funciona a Conafer, como funciona a tal empresa, etc. E há empresas em que nós mudamos o Cnae, que eram empresas, algumas dessas aí, que estava em nome do meu cunhado. Para poder atender às necessidades, mudamos o Cnae e fomos trabalhar com outra vertente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agropecuária PKST. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, o nome da minha esposa. Eu que administro, desde o início. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É o nome da sua esposa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, desde o início. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa recebeu 30 milhões. Qual a função dessa agropecuária? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu sei de uma parte de serviços da Conafer, que ficou esclarecido aí, que era o + Pecuária Brasil, e a minha empresa prestava serviço tanto no âmbito de animais quanto no âmbito de genética animal. Então, ia ter parcerias com pessoais que trabalham, por exemplo, altas genéticas, etc. Comprava o sêmen... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O negócio que me interessa é esse negócio de genética - e entendo um pouco. Me conta o que a sua empresa fazia de genética. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ela comprava e distribuía para a Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Comprava o quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Comprava embrião, comprava sêmen... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Onde? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vários... várias pessoas. A gente fazia os contatos, onde tinha para poder fornecer, melhor qualidade, e encaminhava. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quanto uma inseminação? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não vendia tanto a inseminação em si, mas eu sei que... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E quem fazia a inseminação? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu vendia. Quem fazia, acho que era o projeto da Conafer. Eu fazia só o intermédio administrativo de compra, de venda, de contratar pessoas à parte, como veterinário, para acompanhar os animais, etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode me explicar esse processo de inseminação feito pela agropecuária? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, nós não fazíamos inseminação, tá? Foi o que eu falei com o senhor novamente aqui. Nós íamos atrás da compra do sêmen, com alta genética, com outra genética, e fornecia para a Conafer para um trabalho que ela tinha, de inseminação de animal. Entendo pouco porque são de valor... Tem sêmen de R$13, sêmen até de R$70, um animal maior... No ato de compra... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, "bora" conversar sobre isso. Quem ia atrás para comprar o sêmen era o senhor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Várias vezes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Várias vezes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Várias vezes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E quais os critérios para a compra desse sêmen? Qual era o tipo de gado utilizado? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A maioria do gado era o Nelore. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Nelore? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. E ressaltando aqui, sempre tinha uma companhia de algum pessoal diretamente com a veterinária, né? |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A veterinária da sua empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, contratava à parte, e a Conafer fornecia os veterinários desse projeto deles para aí também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu confesso que eu ainda não entendi qual é a participação da agropecuária. A inseminação não fazia... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O senhor quer que eu explique... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu queria saber... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... de um jeito que fique mais compreensível? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Por exemplo, o senhor trabalha com sêmen, com melhoramento genético, e o senhor vai pegar uma empresa para fazer a compra do sêmen, ver onde vende, onde tem, insumos, materiais, distribuição, levar, se vai por avião, se vai gelado, etc. Então, seria esse o serviço que eu prestava para a Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, o serviço no campo o senhor não prestava? O senhor prestava essa intermediação? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Várias vezes, mandei, contratava pessoas fora, veterinários, para fazer o serviço para mim nos locais que eles pediam, mas a maioria dos serviços executados devia ser diretamente pela própria área da Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor providenciava a saída do sêmen da empresa produtora até chegar ao campo, é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exato, ia para Bahia... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De avião era mais difícil de ir. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode me dizer em quais estados do Brasil o senhor providenciou, através dessa agropecuária, o envio do sêmen? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não vou conseguir falar para o senhor com certeza, porque muitas das partes também iam diretamente para a Conafer, e lá eles faziam a distribuição no projeto que eles atendiam. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor acabou de dizer que fazia o envio, isopor, gelo, seja lá o que for... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo, mas eu não consigo falar, igual o senhor perguntou, 22 estados... Sobre isso, eu não tenho ciência. Mas já mandei para Bahia, já mandei para o Paraná, que era próximo, já mandei para o MS. O senhor perguntou sobre todas as cidades do país, e eu não consigo... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda que mandou o sêmen ao Paraná, Mato Grosso do Sul e Bahia. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, lembro também da Bahia, mas consigo puxar porque temos as notas... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Lembra de mais algum estado para que foi o sêmen? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não vou lembrar aqui, prefiro apresentar após ao senhor. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Alagoas ainda não teve essa felicidade. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Opa! A gente pode correr para prestar o serviço para os senhores também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pelo amor de Deus! (Risos.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, porque a gente conversa aqui e de brincadeira para lá... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor poderia dizer algo que também eu acho muito relevante. Olha, o senhor está sendo a testemunha melhor tratada aqui na audiência. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Obrigado, agradeço a todos, de verdade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha só, por quê? O senhor está vindo aqui, falando a verdade ou falando mentira, porque eu não consigo verificar isso agora, o senhor está tendo respeito ao Colegiado. E, por isso... (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O advogado está mais ainda, orientando, mas sem querer ser o chefe do Colegiado. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, quem trabalhou fui eu. Então, eu tenho que passar a veracidade de tudo, como foi trabalhado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. E nós vamos respeitar o senhor, independentemente do que o senhor fez, porque o senhor está com espírito de colaboração. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Obrigado a todos da Casa, de verdade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sr. Cícero, o Carlos, da Conafer, tinha milhões de brasileiros para escolher e escolheu o senhor para mudar a sua vida. (Soa a campainha.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o senhor disse uma coisa ou eu entendi errado. Ele não é seu amigo, não? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nós tivemos, sim, uma amizade por questão de serviços prestados, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Algumas vezes, em um ano, a gente se encontrava, mas era mais a parte administrativa, secretaria, etc. E sim, quando tinha necessidade de uma empresa trabalhar ou algo do tipo, eu falava: "Vou correr atrás e ver se eu posso isso". Porque eu acho que tem uma média de 56 prestadores de serviços diferentes. Então, esses quatro negócios eu consegui atender, eu consegui estudar, buscar, saber como, para prestar os serviços para eles. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, o senhor já fez, pessoa física, ou recebeu, pessoa física, remessa de dinheiro para o Sr. Carlos Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu estou tentando recordar aqui, mas não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olhe, porque os documentos que eu tenho aqui são diferentes do que o senhor está dizendo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu acredito na sua boa-fé. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, sim. Eu quero lembrar, sim, partes, mas eu tenho que puxar tudo para... Para repassar ao senhor, é melhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu puxo já para o senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... confirmar, tá? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Perfeito. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor disse que prestava serviço com a IBC. É a IBC, é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Uma das... era a IBC. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - IBC para Lagoa Alta. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quanto essa empresa recebia da... Porque da Conafer a gente já viu quanto recebia... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... mas da Lagoa Alta quanto ela recebia? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tenho que confirmar isso para passar para os senhores. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sabe dizer se era R$1 milhão, mais, menos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não consigo, até porque, desde o momento, as contas foram todas bloqueadas. E só pelo método jurídico a gente consegue puxar extratos e etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Chegou aqui um documento do Banco Santander através do Coaf. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor fazia operações financeiras via mobile - ou móbile? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É o celular, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Na conta pessoal do Carlos Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nossa, isso é algo que eu preciso puxar para falar para o senhor. Pode ser que tenha acontecido, sim, mas eu não tenho a veracidade agora de lembrar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olhe, até o presente momento, estamos lhe tratando muito bem... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Claro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... e acreditando no que o senhor está falando. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora, olha só: isso é uma coisa muito pessoal. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É uma coisa que... Eu tenho vários conhecidos, mas no meu telefone aqui ninguém mexe. Então, eu quero saber do senhor: o senhor já fez algumas operações financeiras no telefone celular do Sr. Carlos Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, no telefone celular dele? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não... Bom, eu vou ter que recordar isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o senhor recorda? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu acho que sim. Eu acho que sim... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... em alguma vez de ter encontrado... Acho que sim, mas vou puxar prontamente isso aí. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha só, eu perguntei no telefone dele. Agora, o que eu queria saber mesmo era no telefone do senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... mas na conta pessoal dele. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, também pode ser que tenha acontecido, sim - pode ser que tenha acontecido -, mas vou puxar isso para passar com exatidão. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora me explica: qual o fundamento de o senhor está mexendo na conta pessoal do Sr. Carlos Lopes, já que o senhor é um prestador de serviço? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me diga: qual é a lógica disso? Eu não entendo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu queria que o senhor explicasse. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... deve ter acontecido isso eventualmente... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Hã? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... mas foi na base de uma confiança, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas confiança para fazer o quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Para algum pagamento que eu não recordo, mas deve ter acontecido isso, sim. Mas eu apresento aos senhores. (Pausa.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor conhece a Farmland holding? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É aí que eu fico na dúvida: se o Terra Bank é essa Farmland, se a Farmland é o Terra Bank. Eu sei que é ligado e eu fui sócio com 10% em uma dessas empresas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe onde ela fica situada? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É em Uberaba... É, o Terra Bank é em Uberaba... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Hã-hã. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... exatamente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E a Farmland também? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não vou saber falar, porque eu achava que era a mesma coisa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor tem alguma participação na offshore do Sr. Carlos Lopes lá nos Estados Unidos? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O que que é? Eu não sei o que é isso, doutor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está respondido. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, eu acho que o banco do Terra Bank veio do exterior, sim. Eu acho que veio de lá. Só que eu entrei, posterior a isso, né? Já estava funcionando aqui. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, recurso para o exterior o senhor já remeteu alguma vez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não, não! O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor participou do comunicado em que todos os funcionários da Conafer, ou todos os associados, teriam que operar a partir do Terra Bank? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu já fiz pedido, sim, para alguns funcionários, mas não era de Conafer, não. Para algumas bases indígenas que a gente atendia a gente dava a opção de abrir pelo Terra Bank para o banco atender. Era uma solicitação isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor sabe dizer se isso se concretizou? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não sei falar, porque era parte de TI, etc., outras pessoas cuidavam. Eu ia mais para parte do evento, de mostrar quem é o banco... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor insistiu aí - achei interessante -, o senhor insistiu em comunidades indígenas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por que comunidades indígenas? O senhor falou na prestação de serviço em comunidades indígenas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Perfeito, nós... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já foi a alguma comunidade indígena? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não fui em nenhuma, nunca fui em nenhuma. Já foram funcionários. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem o senhor enviava representando as suas empresas para a prestação de serviço nessas comunidades indígenas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Funcionários meus, porque é igual... Toda área indígena, creio que a Conafer tinha algum contrato com o Governo, distribui veículos para eles trabalharem, etc. Aí só vinha para mim a encomenda para onde era para ser, enfim... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, vou pedir para se reduzir o ruído na sala, por favor, mais uma vez. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, deixa eu fazer uma pergunta mais objetiva. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já esteve em alguma comunidade indígena? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor, não estive. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. As suas empresas prestam serviços às comunidades indígenas através da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim, prestou, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. A sua empresa de locação de veículo coloca veículo nas comunidades indígenas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, foram colocados, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me diga: quantos veículos tem nessa atual empresa CSS, de locação? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, desde o início dos trabalhos, posso colocar uma média de 40 veículos, 50 veículos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E esses veículos estão no nome de quem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Esses veículos estão no nome de um parceiro meu, porque, assim, eu não tenho dinheiro e não tinha para começar a comprar veículos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então, todos esses veículos - tenho planilhas para encaminhar - eu comprava em 36 vezes. Então, conforme ia entrando demanda, eu ia pagando os veículos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - E ainda estão em nome da... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha só, o senhor tem uma empresa que recebeu quase... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não estou conseguindo ouvir, doutor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor tem uma empresa... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Relator, só um instantinho. Por favor, vamos fechar a porta, por gentileza? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor tem uma empresa que recebeu aí R$70 milhões, mas vamos desconsiderar o valor. O senhor tem uma empresa de locação de veículos. Pergunta que eu quero fazer ao senhor: quantos veículos, em nome dessa empresa, o senhor tem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vou buscar informação para passar para o senhor. São poucos, porque a maior parte dos veículos está sendo paga ainda, né? Parou de pagar, né? Mas não está no nosso nome... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas eu não aceito uma resposta dessas. O senhor é um empresário de sucesso. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor trabalha desde os seus nove, dez anos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor é um vendedor perspicaz e o senhor conhece o seu negócio. |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor ganhou muito dinheiro por suposta locação de veículo. Então, me diga quais tipos de veículos a sua empresa disponibiliza. Vamos começar por aí. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vamos lá. O senhor não aceitar a resposta eu compreendo, mas eu não vou falar nada mais do que a verdade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está bom. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá? A pergunta final foi um... Do senhor... Foi qual? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A pergunta é: antes de adentrar em detalhes, quais tipos de veículos a sua empresa fornece? O senhor já disse que... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A maioria... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... fornecia só à Conafer. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, me diga, por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A maioria dos veículos eram caminhonetes para rodar nas estradas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Camionetes. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantas caminhonetes...? Até ser suspenso o dinheiro para a Conafer, quantas caminhonetes tinham na sua empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Quantas caminhonetes...? Eu vou responder para o senhor depois para passar com exatidão... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, mas me dê uma perspectiva. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... mas mais de 20 caminhonetes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mais de 20. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. Tudo bem. O senhor sabe me dizer qual o preço de locação de uma caminhonete através da sua empresa? Porque, conforme seja... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... se for mais barato, a gente aqui mesmo vai começar a alugar. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - "Bora", "bora", "bora". O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Diga aí. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A média é de R$3 mil, R$3,7 mil... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não. Que tipo de caminhonete? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Caminhonete 4x4, as utilitárias. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas, rapaz, eu quero o telefone da sua empresa, porque, em qualquer canto do país, o valor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Posso passar o contato. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... é completamente diferente. Então... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... na sua empresa, essas caminhonetes são locadas por volta de R$3 mil, R$4 mil. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É... Exatamente. Isso... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito bem. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... porque é um pacote grande. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. O senhor disse 20 caminhonetes, aproximadamente. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora, quais são os outros veículos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aí veículos pequenos também, carros... Aquele da Nissan, o Kicks... Uns carros menores. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantos, aproximadamente? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Podemos pôr essa quantidade também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vinte? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. Para não errar no valor certinho. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o valor de locação desse tipo de carro básico? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - R$800, R$750, por mês, R$900... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Rapaz, o senhor está de parabéns. O senhor vai quebrar a Localiza. (Risos.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, mas, se o senhor for consultar, o senhor pega carro e paga R$900 por mês, R$1 mil, R$1,2 mil, igual fazem uber, etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, tudo bem... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mas, enfim, eu estou entendendo... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Só estou dizendo que o preço está bom. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu quero saber: fora caminhonete 4x4, fora carro básico, o senhor disponibiliza moto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Disponibiliza trator? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Disponibiliza barco? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também não. Nada disso para alugar... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Disponibiliza aeronave? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. (Risos.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Estou perguntando. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nada disso para alugar... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Disponibiliza aqueles UTVs, aqueles carrinhos fora de estrada? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aí já cheguei a comprar e revender, mas particular... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, mas eu estou falando... No aluguel? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, para aluguel, não. Nada disso para aluguel. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quadriciclo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Motor de popa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, tá. Então, o que a sua empresa de locação faz é aproximadamente 20 caminhonetes 4x4 e 20 veículos... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, eu estou colocando um valor aí, uma base... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, mas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... para passar com certeza. Talvez são 40 de cada. Eu tenho a planilha tudo certinho... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Diferença danada, diferença danada... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, pode ser até mais. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas vamos para a frente. Então, o senhor já disse que não foi a nenhuma comunidade indígena. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Esses veículos são disponibilizados para as comunidades indígenas ou mais do que comunidades indígenas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A maioria dos veículos nós deixávamos na Conafer para eles encaminharem para o trabalho exercido, mas já cheguei a mandar para comunidades indígenas, chegamos a mandar para a Conafer, chegamos a mandar para associações que trabalharam junto com a Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Caminhão entra nesse pacote? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, agora, o senhor me disse aqui que podem ser 20, podem ser 40, podem ser 80. Eu queria saber, desses veículos, quantos estão no nome da sua empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Poucos, porque... Vou citar um exemplo do senhor. O distribuidor me mandou dez caminhonetes de R$300 mil reais, R$3 milhões. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Três milhões, certo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vou fazer para você em 36 vezes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vamos pagando em 36 vezes, alguns atrasos, etc. Então, eu não tenho essas caminhonetes como minhas. E tenho como débitos ainda agora, né? Então, por isso que eu não sei falar para o senhor. Eu vou puxar para falar uma quantidade exata, para o senhor fazer o cálculo de quanto entrava e de quantos veículos tinha. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu posso... Eu vou ajudá-lo nisso aí. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, por favor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Hoje de manhã, tive a oportunidade e fui ao banco de dados, e procurei, em nome das suas empresas, veículos. E não achei nenhum. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-Hum! Não, eu consigo comprovar para o senhor. A To Hire e a CSS têm veículo, sim. Não tem essa total quantidade dos alugados, igual eu falei para o senhor, por questão da compra, mas tem sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não estou duvidando do senhor. Eu estou dizendo da pesquisa que eu fiz. Então, eu fiz uma pesquisa deficitária. O senhor poderia me dizer, aproximadamente, do total de veículos que o senhor tem, apenas uma aproximação de quantos estão no nome da sua empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Dez por cento. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Eu acho uma resposta razoável, porque aí já vou olhar. Eu estava procurando os 100%. Agora, eu vou procurar, tentar localizar esses 10%. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá joia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor também fornece combustível? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A revisão desses carros, quem faz? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Às vezes, a Conafer. E, muitas vezes, me solicitavam. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí vamos supor que o senhor tenha um veículo desses. O senhor poderia me dizer, no Brasil, onde o senhor tem esses veículos, em algum lugar? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, está espalhado geral. Onde a Conafer atendia, tem veículo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas me diz... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, Paraná, Goiás, Distrito Federal. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Não, vamos trabalhar com o Paraná. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tem carro no Paraná. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Esses carros que estão no Paraná fazem revisão por conta do senhor ou da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, vem a planilha para eu pagar as revisões, diretamente da Conafer, dos veículos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tal veículo aconteceu isso, venceu documento... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essas planilhas vêm com nota fiscal da revisão? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Posso confirmar com o senhor, porque foi tudo apreendido, né, minhas planilhas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quer dizer, o senhor não sabe dizer uma pergunta tão simples dessas? É só comprovar se houve ou não a revisão. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, revisão havia, sim, mas as notas eram separadas, né? Eu tenho várias notas de revisão dos veículos, sim, mas não consigo passar para o senhor com exatidão se todos tinham, ou se era um serviço feito na região, ou na estrada, mais simples, para não falhar na resposta. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - As suas empresas tiveram conta no Terra Bank? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Acho que a Santos Consultoria, sim. Aí preciso pesquisar se outras tiveram também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, só a Santos recebeu da Conafer mais de R$100 milhões. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nesse período, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí eu perguntei ao senhor: "E o Terra Bank?". E o senhor disse que o Terra Bank não movimentou nada. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me diga. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não movimentou nada. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E para que tinha essa conta no Terra Bank? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Porque a busca do Terra Bank era de correntistas. E aí, como eu fazia parte da empresa, eu coloquei uma das minhas empresas para... Mas nunca foi movimentada. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual o banco da sua preferência para movimentar as contas de suas empresas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, não tenho um da preferência. Tinha os limites de pagamento diário que alguns bancos... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor poderia me dizer quais os bancos principais que o senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Que eu trabalhei? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Santander e Itaú. Trabalhei Sicredi também, mas bem pouco. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O Sr. Carlos Roberto Ferreira Lopes, Presidente da Conafer, transferiu para o senhor e para sua esposa, estou falando pessoa física... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... quase R$1 milhão. O senhor sabe dizer qual o motivo dessa transferência? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, em algumas solicitações, pedia para fazer alguns pagamentos para ele. Como tem a confiança da empresa prestando o serviço, já aconteceu, sim, de vir da pessoa física. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E por que a sua esposa transferiu de volta quase 1 milhão para ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Olha, isso aí eu vou procurar para passar com exatidão... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Deixa eu lhe dizer. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não lembro o porquê. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Estamos fazendo tudo aqui... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... para tratar o senhor com urbanidade... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Claro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... e evitar que a sua esposa seja chamada. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Porque está sendo um acordo aqui de não envolver a sua esposa. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim, eu agradeço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pelo senhor ter vindo aqui, estar colaborando. Então, se o senhor deixar perguntas em aberto... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... essas respostas vão ficar sob o encargo dela. Isso não é bom. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, o senhor pode refazer a pergunta para eu passar... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, a pergunta é... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vocês receberam aproximadamente 1 milhão na pessoa física. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E estão devolvendo quase a mesma quantia para o Sr. Carlos Ferreira, a sua esposa devolveu. Aí eu fico sem entender. Se vocês têm empresas e negócios... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... o que as pessoas físicas estão transacionando? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aconteceu muitas vezes também de não ter limite diário. E assim, era uma falha que depois o gerente foi me passando, que eu passava dinheiro na minha pessoa física, porque o limite diário de alguns pagamentos não conseguia fazer. E, nesse caso, eu tenho que realmente ver o porquê, mas não foi nenhum caso de pegar e mandar. Até que isso aí deve ser até um valor separado, durante algum tempo. Eu preciso ver, puxar certinho para passar para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu não entendi, mas vamos para a frente porque tem muita coisa aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, é assim, vamos supor que, cada mês, eu mandava da minha conta física 20 mil, 30 mil para o Carlos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Para quê? Para quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então, às vezes, por solicitação dele mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, então... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Às vezes, por solicitação dele mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto, então... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O que ele ia fazer com o recurso eu não consigo falar para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ah, pronto... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mas aí acontecia isso, sim; algumas vezes, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está respondido. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Estou viajando, estou numa aldeia indígena, tal, preciso de um pagamento. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está respondido. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, obrigado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O que eu não entendo, e aí eu vou dizer... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Se o senhor é o prestador de serviço, por que é o senhor que vai dar dinheiro a ele e não o contrário? Mas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É porque o recurso que vinha era dele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está bom. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, aí eu repassava o que era pedido. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, está tranquilo, vamos para a frente. Qual a renda da sua esposa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Em cada uma das empresas nós tínhamos uma média aí de 20, 30 mil, que sobrava para a gente das empresas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E por que ela declarou uma renda de R$2,9 mil? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, isso aí foi uma falha com o contador que eu vou buscar para passar para o senhor. Aconteceu realmente de a declaração... Fomos até fazer alguns parcelamentos, etc. (Soa a campainha.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aqui tinha uma pergunta: "Por que o senhor mandou dinheiro para sua sogra?". Mas vou até pular isso aqui, viu? (Risos.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Está joia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Dessa vez, o senhor vai ficar imune a essa briga. Me conta uma coisa: qual a sua relação com o ITT? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O ITT foi uma empresa indicada também pela Conafer para prestar os mesmos serviços, e aí, depois, que eu fui ver de quem que era o ITT, na última CPMI, etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor sabe quem preside o ITT? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fiquei sabendo, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Era o Vinicius. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vou aproveitar aqui... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vinicius, o esposo da Bruna Lopes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Vou aproveitar aqui que a gente tá... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vi isso na última... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... numa rede nacional: Vinicius, rapaz, pare de fugir, a gente está procurando você. Olhe aqui como ele tá sendo tratado. Venha cá pra esclarecer os fatos também porque, se você for pego numa prisão preventiva, vai demorar muito você sair. É melhor vir assim, na boa. A gente tá lhe esperando aqui em Brasília. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES. Fora do microfone.) - Eu ofereço café. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É, ainda tem isso. Então, a sua esposa recebeu... Ingrid, não é sua esposa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É minha esposa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A sua esposa recebeu R$2,1 milhões do ITT. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso nas empresas? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A sua esposa... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instantinho. Só um instantinho, Relator. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Só um minuto. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O nível de ruído está alto. Por favor, eu vou pedir, mais uma vez, para a gente poder reduzir o tom de voz, reduzir o barulho, por gentileza. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A sua esposa, ela, esposa, recebeu, ela, só ela, mais de R$2 milhões do ITT, mas eu vou lhe contar um problema - e aí não sou eu, não; é a Polícia Federal -: o ITT é alimentado por recursos de emendas parlamentares. Isso dá uma bronca grande. Bota aí, por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sabia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Avisando, mas agora já é tarde. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Sim. Sem problema. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Bota o meu quadro. Olha, rapidamente, o ITT está aqui, a Ingrid é a sua esposa. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Cooptec, ela era a Presidente. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E, através da Cooptec, ela recebeu mais de R$2 milhões do ITT, recurso de emenda parlamentar. A sua esposa, através da Agropecuária PKST, recebeu mais de R$2 milhões também. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Só aqui, só aqui, nós estamos falando de R$4 milhões de emenda parlamentar. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - De quem? Tinha emenda parlamentar de Deputados de vários partidos - certo? -, Deputados e Senadores. O ITT R$5 milhões mandou para a Coopermais, de que o senhor era sócio. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, olha só: chegaram para o senhor e a sua esposa R$9 milhões de emendas parlamentares, quase 100% do que foi recebido em emenda parlamentar do ITT, que, por sua vez, tem no comando o Vinicius, que é cunhado do Carlos Lopes. Aí a primeira pergunta que eu queria fazer ao senhor: qual a sua relação com o Vinícius? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O Vinícius eu conheci ele pela Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Conheci ele pela Conafer e, assim, realmente era disso... E, sim, prestava o serviço. Na verdade, não é meu esses 9 milhões, né, vinha para prestar serviços e trabalhar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora, eu vou perder o avião. Agora, eu vou lhe apertar mais um pouquinho para a gente ir mais rápido. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. Vamos lá. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual a tua relação com o Vinicius? Para a gente ser bem objetivo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Conheci ele na Conafer e tive as amizades de negócio, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O senhor já viajou com o Vinicius? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, nunca viajei com o Vinicius. Nunca viajei com o Vinicius. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Vinicius já esteve com o senhor na sua casa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também não, nunca. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já esteve na casa do Vinicius? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já estive uma vez na casa do Vinicius, sim, há uns sete anos, quando eu... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual a sua relação com Thamires Maia de Oliveira? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ela que é da parte do RH, a secretaria da Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu sei; eu quero saber a sua relação com ela. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Relação, estritamente, de prestação de contas mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora, aqui, R$9 milhões de um instituto que foi criado, e hoje tem provas que a safadeza dominava a prestação de serviço. Qual a prestação de serviço que a gente identificou a falsidade do ITT? Eu quero saber do senhor, para livrar o senhor, qual serviço foi prestado para sua mulher, pessoa física, receber 2 milhões, para o senhor receber 5 milhões... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... e a empresa PKST, da sua esposa e do senhor, receber 2 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A PKST também trabalhava no mesmo formato de animais e por convite... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tudo bem. Então, para a gente... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vamos lá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aqui, 2 milhões foi questão de inseminação, não é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E 5 milhões que veio para Coopermais chegaram no senhor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso aí eu acho que foi até antes de Santos Consultoria, etc. Nós abrimos essa empresa para prestar serviço também. Creio que era para o ITT mesmo, que ativava filiados dentro do ITT, cadastrava e fazia pagamentos também geral para a planilha. Mas eu tenho como passar isso para o senhor e eu posso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E a sua esposa, pessoa física? Qual a relação dela com a Cooptec? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A Cooptec era no nome dela, era a mesma empresa, quando eu parei com a Coopermais. Isso, aí nós montamos a Cooptec. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Que serviço ela prestava... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Os mesmos que os da Coopermais. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tu sabes que eu não lembro nem qual era o da Coopermais? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá! Não, sim, sim. Vinha lá... Na verdade, era um projeto que tinha, que eu acho que chamava Projeto Rapatra, junto com a faculdade da Unirio, e nós fazíamos todos esses atendimentos que eles solicitavam. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor esteve com algum Parlamentar no ITT? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, até porque nem sabia, para mim, agora, que esse dinheiro vinha de Parlamentar; mas não sabia, só prestava o serviço. Nunca estive. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor tem algum relacionamento com Parlamentar vinculado à Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor conhece algum Parlamentar, por meio da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já tive eventos de... A Conafer faz inauguração disso, projeto tal, etc. Já vi pessoas do Parlamento, mas nada que eu tenha contato; só estive junto em alguns eventos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E no ITT? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O do ITT... Ah, você fala Parlamentar também? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Também. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nem noção. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já esteve aqui, na Câmara ou no Senado, visitando Parlamentar, para pedir emenda para a Conafer ou o ITT? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, nenhuma vez. Não tenho nenhum acesso aqui. Vocês podem puxar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor poderia me dizer, em relação à CCS Consultoria e Gestão... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... qual é a sua relação com essa família Vedove? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá! Essa é a pessoa que me distribuía os veículos. Vinha lá da Conafer que precisava de 15 veículos para tais lugares, etc. Eu ia a ele, ele tem parceria com uma concessionária, distribuía veículos, parcelados em 20, 30 vezes para mim, e eu ia e repassava o pagamento para ele mensal. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, o Vedove é a pessoa que distribuía ou comprava os veículos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ela comprava... Ela me vendia os veículos, e eu repassava. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E por que o senhor bota para ele 6 milhões, quase sete, e ele lhe devolve a mesma quantia? Eu não entendo essa lógica. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Até para mim isso aí é uma... (Risos.) Ele me passou 6 milhões? (Intervenções fora do microfone.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu vou puxar e passar para os senhores. Não tenho por que mentir, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, deixa eu te dizer... Acredite, estou aqui de boa-fé, com o coração aberto, mas não estou conseguindo me segurar. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, pode falar, manda brasa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Higor Vedove recebeu 6,5 e devolveu 6,9. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Caramba! O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual é a lógica disso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tem lógica mesmo, mas eu vou puxar e passar para o senhor. (Risos.) Não tem lógica! Porque, se eu pago ao cara todo mês os carros, dou o dinheiro, e ele me devolve... Mas vou puxar de onde veio, para onde vai... (Risos.) (Intervenções fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o senhor sabe que eu prefiro o senhor falando, mesmo que não seja a verdade, do que uma postura calada? Estou gostando. Fica mais divertido. (Risos.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, mas eu consigo comprovar com o senhor tudo isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, tudo bem. A Conafer pagou mais de 60 milhões para a IBC. Está certo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Está certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A gente já tinha visto que o senhor, através da CSS, mandou seis e recebeu seis. Agora, por que é que a IBC, que recebeu 60 da Conafer, está pagando também 5 milhões para, de novo, o Vedove? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, na verdade, até uma falha. Nas minhas quatro empresas, eu tinha que fazer pagamentos, seja de compras, etc. E algumas vezes não tinha limite diário, então acabei usando... Eu mesmo usava minhas quatro empresas para mandar recurso, até porque, como o senhor tem a comprovação, nunca ficava recurso em valores picados mensalmente, nesse período de oito anos de prestação de serviço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora, deixa eu lhe... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Por favor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... mostrar aqui. Não é desconfiando da sua palavra, não, mas a gente precisa esclarecer isto aqui: o senhor recebe 60 milhões, mete 5 milhões para o Higor, o Higor vai e mete 6 milhões para o senhor aqui, depois volta esses 6 milhões. Isso me parece uma lavagem de dinheiro clara. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso aí eu vou puxar, pedir para pesquisar, porque disso aí eu estou sabendo agora também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Bora, deixa eu lhe perguntar uma coisa... Eu admiro a pessoa que, com o suor, ganha dinheiro, consegue dar conforto à família - todo mundo luta para isso. Mas o senhor saiu de uma atividade mais simples para se transformar em um conglomerado de empresas que receberam R$300 milhões. A Polícia Federal vai lá, descobre o roubo; a CGU vai lá, descobre também. Aí, veja a minha situação: eu vou atrás do dinheiro, esse dinheiro está aqui saindo, esse dinheiro todinho chega aqui... Cícero Marcelino de Souza, 300 milhões - o senhor e a sua esposa. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor mora onde? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Moro em Presidente Prudente, num condomínio. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Um condomínio? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Um condomínio, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A sua casa, o senhor poderia dizer se é uma casa de luxo, uma casa normal? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, é uma casa média. Assim, é uma casa boa e muito confortável. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito confortável. O senhor tem a sua casa há quanto tempo? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, esta casa em que eu moro não é minha, mas eu tenho uma casa na cidade, sim, que já faz uns três anos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Esta casa que o senhor mora, eu fui verificar, ela não está no seu nome. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não, é da pessoa... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas todo mundo diz que é sua. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, não. Eu estou tentando comprar ela aos poucos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está tentando comprar? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, porque ela é financiada, e eu pago as parcelas da Caixa dela. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, quem paga a parcela da casa... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, mas já estamos devolvendo, porque eu não consegui continuar, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Continuar, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu estava tentando comprar esta casa, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E, se eu perguntasse ao senhor com a certeza quase absoluta que eu vejo o senhor só como um duto de passagem da lavagem de dinheiro e que não é o senhor que é a nossa prioridade nem que a gente quer que o mundo caia sobre o senhor, mas a gente não queria fazer, mas termina sendo obrigado a direcionar para o senhor, porque o senhor está matando no peito uma bola que era para ir para outro gol. Seu Cícero? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu estou aqui e não acredito em nada do que o senhor está falando. Deixa eu lhe dizer uma coisa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Rapaz. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - R$300 milhões chegaram aqui. Esses R$300 milhões aqui por serviço muitas vezes que não foram prestados, provados. Não fui eu, não. É a CGU. A CGU tem técnicos. Tem gente que gosta até de contestar. Aqui eu fiquei com vergonha, o Presidente do INSS contestando uma servidora. Quero dizer a Dra. Eliana que ela tem o meu respeito. A gente tem que respeitar as mulheres não é de forma seletiva, não. Mas eu quero dizer o senhor: não mate no peito, não, rapaz. Isso aqui foi para onde? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Bom. É... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Porque com o senhor não ficou. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Com o senhor não ficou. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É o que eu venho... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essas voltas aqui, ó. Essas voltas aqui. Esses cavalos de pau aqui que esse dinheiro dá. A gente sabe que com o senhor não ficou. Agora, olha só. Olhe como é este Brasil. O senhor pede um habeas corpus ontem. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aham. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor não conseguiu. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora os outros que vieram para cá com mais poder, com advogado, com mais entrada, conseguiram. Nós vamos ferrar esse aqui? Pô, esse aqui é boi de piranha. Então, assim, vamos... A gente quer chegar nos que estão atrás dele. É porque o senhor não teve o prestígio de conseguir um habeas corpus que eu vou trucidar o senhor? Não. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Obrigado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu quero ir atrás dos tubarões. Então, assim, eu estou lhe dando uma oportunidade de a sua vida não ser acabada. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, assim, deixa eu lhe dizer. O seu advogado veio aqui. O seu advogado não está criando problema. O seu advogado está respeitando o Colegiado. O senhor, falando a verdade ou não, está respeitando o Colegiado. Então, quem quer pisar no seu pescoço? Eu não quero, não. Eu estou cansado deste Brasil que só prende gente como o senhor. Eu quero prender quem está acima. Eu quero saber para quem o senhor repassou o dinheiro de serviço não prestado. É isso que interessa ao Brasil. A gente está cansado. Ó, o rosto do senhor está aparecendo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O rosto do senhor está como se tivesse desviado 300 milhões de aposentados e pensionistas. O senhor é um homem que passou a vida trabalhando. Mostrou aí que desde os nove anos. Aí capturaram o senhor no esquema. E agora a gente... Não é a sua cabeça que a gente quer, não. A gente quer que o senhor continue sendo uma passagem, mas o senhor não está colaborando. Eu aqui, com cada coisa que o senhor estava falando, eu estava me lembrando. Eu digo, meu Deus, que país injusto: os bandidos sendo recebidos em gabinetes de luxo, e os laranjas sempre se ferrando. Não é isso que a gente quer. O que eu quero do senhor é colaboração. Eu quero que o senhor volte para sua casa, vá viver a sua vida, que o senhor cuide da sua família, mas a gente está precisando saber exatamente daqui para a frente. Quer que eu diga a verdade? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Nós vamos escavacar a sua vida até o fim. A gente vai descobrir. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Só que tem uma diferença: uma coisa é descobrir por conta própria; outra coisa é descobrir estando com o senhor sob a proteção aqui do Colegiado... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... sob a proteção de uma colaboração premiada. O senhor é peixe pequeno nisso aí, a gente quer ir atrás do tubarão ou dos tubarões que foram ousados - foram ousados - para colocar o senhor nisso aí. Carlos Lopes, esse aqui - bote na cabeça - já está condenado, esse aqui preside uma entidade, infelizmente, criminosa, meteu a mão em R$800 milhões roubados. Hoje, eu estou indignado. O cara do Sindnapi era para estar preso, mexeu com mais de 800 milhões, e hoje aqui, infelizmente, a prisão não saiu. Então, assim.... E, antes que digam, do Eli Cohen eu votei a favor aqui. Eu não tenho bandido de estimação, não. Agora, o senhor tem tudo para sair daqui para tocar sua vida ou para o senhor acabar a sua vida. Infelizmente essa é a verdade. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. Na verdade, tudo que eu passei para o senhor eu não preciso mentir mesmo. Vinham valores, vinham planilhas de pagamentos diretamente da Conafer e eu fazia os pagamentos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A quem? A quem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então, aí tem uma lista de 200, 300 pessoas. Eu consigo puxar essa planilha. Por exemplo, tinha uma planilha que era só de gado, tinha uma planilha que era só de indígena, tinha uma planilha que era das secretarias, entendeu? É o que vinha para passar. E aí me sobrava um troco. Era realmente isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu não tenho dúvida de que para o senhor sobrava troco. Eu quero saber para onde foram os milhões. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então, aí é que está. Se o senhor pegar essas planilhas, o senhor vai ter lá mais de mil nomes, 1,2 mil nomes, porque, assim, eu não estou sendo grosso com o Colegiado aqui, mas eu não queria perguntar da onde é, para quem que é, por que mandou mil para um, 2 mil para outro, porque eu tenho isso para apresentar para os senhores. Então, vinha, e eu fazia os pagamentos. É a pura realidade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está bom. Eu vou continuar. Eu queria te dar uma chance... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu comprovo para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... de não acabar com o seu futuro, rapaz. A gente está aqui... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu estou falando a verdade para o senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, não; infelizmente, não. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu consigo comprovar. Quando a polícia foi, eles levaram todos os meus computadores, levaram todas as planilhas. Eu cheguei a mostrar para o policial federal, cheguei a mostrar... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio, silêncio. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... os valores referentes a... Está aqui, ó: é 20 para um, é 30 para outro, está aqui, vinha, entendeu? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantas vezes... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A pedido da confederação. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantas vezes, seu Cícero, o senhor voou com o seu Vinicius ou o seu Carlos Lopes em avião pequeno? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhuma vez; com eles, nenhuma vez. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe quais os aviões que o ITT possui? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fiquei sabendo na última... Eu não sabia, fiquei sabendo na última CPMI que teve, que eu vi isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor... Qual a sua relação com o Sr. Silas Vaz? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Silas é um secretário também da... Vinha planilha dele para fazer pagamentos. Secretário da Conafer, acho que de área indígena, Amazônia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quanto era essa planilha para o Silas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não lembro de cabeça agora, mas tinha planilha de 20, de 30, de 50, porque acho que eles montavam eventos, ou cuidavam dos indígenas e pagavam. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Silas tinha capacidade econômica de comprar duas aeronaves? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Creio que não - né? -, porque ele era da secretaria... Ele cuidava de uma área indígena no Amazonas. Até porque eu passava para essas pessoas os comprovantes das áreas, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor, em algum momento... O senhor, em algum momento, o senhor ajudou a cadastrar indígenas na Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhuma vez. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Alguma empresa do senhor fazia esse serviço de cadastramento? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De forma alguma. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já ouviu do Carlos a quem ele era ligado politicamente? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Só via, pelas matérias que saíam, foto com um ou com outro. Sabia... Não sabia nem de onde era oriundo o dinheiro, né? Aí, a gente foi sabendo aos poucos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor, pessoa física, recebeu, diretamente, da agropecuária da sua esposa, R$4,617 milhões. Deixe-me dizer, já não é um troco tão pequeno, não é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. Esses valores aí, muitas vezes, para poder fazer os pagamentos diários, conseguir honrar - "Ah, eu tenho que fazer, até amanhã, a planilha disso" -, eu passava para a minha conta física, para a esposa, porque nós tínhamos um limite alto, passava para as minhas outras empresas, para finalizar os pagamentos. E, bom, o senhor tem... E vai comprovar que esse dinheiro nunca ficava, não era valor integral, que mandava para um local só, não é? Mas eu movimentava assim para poder pagar as coisas. Eu tinha cadastro dos pagamentos no celular pessoal, no celular da empresa. Então, eu fazia, realmente, essas movimentações para cumprir o limite diário, que tinha que fazer, dos pagamentos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, estou vendo aqui que o Vedove recebeu do senhor... Aliás, o senhor recebeu do Vedove quase R$3 milhões. Quem emprestava serviço era o Vedove... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo? Era o senhor que tinha que passar dinheiro para ele. E por que ele passava dinheiro para o senhor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. Eu vou passar uma coisa aqui para os senhores, seja prejudicial ou não, não tem problema. Em vários meses, as planilhas que vinham, está comprovado nas planilhas apreendidas... Por exemplo, tinha que pagar 10, 15 milhões, geral, das planilhas, e vinha 10, e vinha 7, e sempre corri para o Vedove para me emprestar um dinheiro para eu finalizar. Sempre recorri a ele. Tem também documentado isso aí, empréstimos em geral. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ou seja, o Vedove, além de prestar serviço às suas empresas, também lhe emprestava dinheiro, não é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, várias vezes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. Esse Vedove é lá de Presidente Prudente? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vou ver se ele precisa dar um passeio aqui também. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ele trabalha, há muito tempo, com venda de veículos mesmo, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí, eu até entendo que ele lhe empreste dinheiro, mas por que ele lhe emprestou quase 7 milhões para a CSS Consultoria? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então, acho que isso aí foi no último tempo, porque todo mês arrumava 200, arrumava 300, porque faltava para os pagamentos que a Conafer me mandava. Veio muito tempo isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Estamos falando aqui de R$10 milhões, não é de um trocado qualquer, não. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, mas o que eu estou querendo falar para o senhor... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E esse Vedove é tão forte assim, para ter esses recursos, R$10 milhões, para estar emprestando ao senhor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ele tem muito contato, ele trabalha com muita empresa, então, assim, não foram 10 milhões. Chegou mês de eu pedir um emprestado para finalizar o que tinha que finalizar, no mês, das planilhas. Tem mês que eram 300 mil, tem mês que eu não pedia nada, teve mês que eu falei: "Cara, arruma um...". Ele já chegou até a fazer financiamento de casa para arrumar o dinheiro para pagar as contas. Era isso que acontecia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ou seja, o seu dinheiro e o dinheiro do Vedove, em determinado momento, se misturavam de uma forma que a gente não consegue nem distinguir. Esse Vedove trabalha com o quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ele vende veículos, é o meu distribuidor de veículos, juntamente à concessionária, mas, na verdade, eram empréstimos para a planilha, não para Cícero, porque faltavam as planilhas para fazer os pagamentos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí, a gente foi fazer uma pesquisa e, nessa pesquisa, veio uma certeza muito grande de que o senhor é sócio dele. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu não sou sócio, eu não sou sócio, não, dele. Sim, pego carros com ele para vender, para revenda, sempre. Ele já financiou o veículo para mim, no nome dele, mas nunca tive sociedade. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor gosta de carro antigo, é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Gosto, tenho uns cinco carros antigos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quais são os carros antigos que o senhor tem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Chevette, Fusca... O SR. CABO GILBERTO SILVA (Bloco/PL - PB. Fora do microfone.) - Fusca tem... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí vamos lá. Um Chevette custa quanto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, a Fipe não fala, mas ele custa uns 16 mil hoje. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Dezesseis... Qual é o outro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O Fusca. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Fusca vale quanto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hoje ele vale uns R$25 mil. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ótimo. "Bora" lá. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Fora do microfone.) - É de que ano o Fusca? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De 76. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - "Bora" lá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aí tem também... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tem Saveiro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, eu tenho uma Saveiro quadrada, que era o meu sonho de infância. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quanto a Saveiro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ela é R$14 mil. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí diga mais o que o senhor tem. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tem uma Caravan, que eu comprei ela por R$9 mil, está lá parada para restaurar. E antigo... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas está bom, esses quatro... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - E tem um Golzinho quadrado também, que era sonho. Ele custa uns R$12 mil. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Olha só, brasileiro médio, trabalhador que gosta de carro antigo, esses são carros acessíveis. Quais são os seus carros pessoais? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nenhum. Os dois que eu tinha financiados, na garagem, foram levados. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí, as suas empresas receberam mais de R$300 milhões. O seu patrimônio não condiz com a quantidade de dinheiro recebida. Volto a dizer: olha, o senhor está... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É que na verdade, Doutor, o patrimônio, o dinheiro recebido não era... O lucro meu era de 30, 40 por empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já explicou isso aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então, esse dinheiro não é todo... Eu recebi 300 milhões, mas não tem como... Não são uns 300 milhões fixos que eu recebo por mês para mim, entendeu? Só no explicativo. (Intervenção fora do microfone.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não, Doutor? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Fora do microfone.) - Não, o senhor vai... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Perdão. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual a sua relação com o Tiago Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ele era o Vice-Presidente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já mandou dinheiro para Tiago Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nas planilhas tinha, sim, pagamento de empresas dele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda quanto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Às vezes 200, às vezes 300, mas não consigo falar com exatidão. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas 200 o quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mil. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sobreviveu como, em 2020, quando a Conafer parou de receber recursos? - o que eu digo é o senhor e as suas empresas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, eu, sim, fiquei sabendo disso agora - né? -, nessa semana aí. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, e o senhor já prestava serviço... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, calma, meu caro, deixe-me falar. Eu fiquei sabendo porque teve um período mesmo. O senhor é que está lembrando o período, que creio que ficamos aí nove meses sem prestar serviço para Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. E como o senhor conseguiu manter as suas empresas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - As empresas, funcionários tiveram que sair - né? -, 99% dos funcionários, organizava o contador, e as empresas foram... Porque eram escritórios, devolvi salas, teve processos judiciais, não conseguimos... Consegui sobreviver eu e minha casa. A gente conseguiu sobreviver, pagar as contas, mas... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor sabe, naquela época, como Carlos Lopes resolveu o credenciamento da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu nem sabia que esse dinheiro era de credenciamento, né? Eu só sei que a gente: "Esse mês não veio recurso, a gente não vai conseguir pagar as suas empresas", era assim, não sabia oriundo do que era. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, "bora" para um ponto aí que eu acho que isso aí vai esclarecer muita coisa. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E os 40, 80 veículos que estavam lá para ser pagos todo mês, que o senhor disse que comprava financiados? Devolveu eles também? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Perdi 99% e do dinheiro que tinha pago. Como... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quero saber se eles foram devolvidos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Foram devolvidos. Foram devolvidos para quem eu comprava, para fornecedores, porque alguma parte já estava quitada, para quitar as dívidas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí, por favor, me diga quantos veículos o senhor devolveu em 2020? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Posso pôr um número pensando aqui? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Uma média de 15 veículos em 2020. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - De 15 veículos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É. Não estava na frota que rodava até ultimamente, era menor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Então, em 2020, na frota de veículos que prestava serviço à Conafer, através das suas empresas, eram 15, não é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Creio que era... Dispor um pouco mais, eu não consigo falar com exatidão para o senhor. Mas era bem menos do que era ultimamente. Em 2020, o senhor está falando, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Estou falando em 2020. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, isso mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já ouviu falar de um cidadão chamado Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Somente agora, nas notícias, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Antes dessas notícias, o senhor já esteve com ele alguma vez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nunca, nem sabia como era a pessoa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já teve algum contato com o Sr. Danilo Trento? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Danilo Trento, tive sim. Esse nome creio que estava na planilha de pagamentos também. Danilo Trento, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Na planilha de pagamentos da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exato. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sabia qual o motivo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, não, isso eu nunca cheguei... Vi na planilha e nunca cheguei... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Já esteve com ele alguma vez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Com o Danilo... Não. Ah, já. Eu sei que na inauguração do Terra Bank... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ...essa pessoa estava lá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Danilo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, mas, assim, não conhecia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Maurício Camisotti? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nem noção quem é, Doutor... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sabe não? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E José Valentim? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também desconheço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, o senhor transferiu quatro empresas para o nome de José Valentim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Eu não sabia para quem tinha ido. Eu só repassei ao contador que eu ia abrir as novas empresas, que eu não ia trabalhar mais com essas. Não sabia que tinha sido repassado para pessoa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas olha só... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Essa pessoa também é relacionada? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu quero saber... O senhor é que vendeu a empresa não sabe. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Não, não. Eu passei para o meu contador que eu ia desfazer delas e o contador falou: "Ó, Cícero, vou me virar aqui", porque eu vou trabalhar certinho, né? E o outro contador tinha dado... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então as suas empresas foram passadas em 24 para alguém que o contador escolheu. É isso, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente sim, isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí, para ficar registrado, como é o nome do seu contador? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O... Era... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É de Presidente Prudente? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Era Diego. Era Diego. Não trabalho mais com ele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas ele é... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De Presidente Prudente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Presidente Prudente? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Onde fica o escritório dele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não vou saber falar a rua certa, local certo, mas é em Prudente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas como é o nome dele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Diego. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Diego. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Acho que era Diego, mas o nome do escritório era... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mas o advogado vai puxar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor, passe para cá. E Reinaldo de Almeida Santos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nem noção, Doutor, de quem é. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Hein? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nem noção. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Reinaldo, ele recebe auxílio emergencial e Bolsa Família. E me diga, as suas empresas tinham patrimônios multimilionários registrados. Como é que essas pessoas conseguiram adquirir elas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - As minhas empresas tinham registradas... casas, essas coisas? Patrimônios que o senhor fala? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Patrimônio, está aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, nunca... Enquanto era no meu poder, nunca tive, não. Eu só tenho a casa que eu comprei e uma chacrinha, até hoje. Nunca registrei na empresa, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Para a gente deixar claro aqui, quer dizer que o senhor não conhece nem o Reinaldo... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Nem o Valentim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Foi o seu contador, Diego, que providenciou isso aí? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, passei porque ia montar as novas empresas e repassei. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Manoel Aniceto dos Santos Neto, quem é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Esse é meu irmão. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É seu irmão? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É meu irmão. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me diga, qual serviço que seu irmão prestou à CSS Consultoria? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, essa empresa, quando eu parei, fechamos as outras, abri no nome do meu irmão. E aí, acontecia muito dessa movimentação de uma para outra, por questão de limites diários. |
| R | Quando eu parei, que fechamos as outras, abri no nome do meu irmão. E aí, acontecia muito dessa movimentação de uma para outra, por questão de limites diários. Porque, por exemplo, conseguia fazer tanto no limite diário dele, na da outra já não conseguia, mandava para lá, que era o mesmo banco, né? Conseguia maior para fazer isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual a sua relação com Jucimar Fonseca da Silva? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei quem é, Doutor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não conhece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, pelo nome, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora eu vou dizer um aqui que o senhor conhece: Dogival José dos Santos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nem imagino quem é. Dogival? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Dogival. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, posso pesquisar para ver quem é, mas... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor prestou o serviço à AAPB? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não sei o que é AAPB. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É uma associação de aposentados e pensionistas. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, vinha na planilha para eu pagar essa empresa. Vinha nas planilhas, sim, para pagar essa empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vinha na planilha da Conafer... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... para pagar essa empresa. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exato, isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor nunca esteve com o Presidente dela? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei nem quem é. Não, nunca... Porque era a planilha... Vinha valores lá e para quem era, então... Eu não tinha contrato com essa empresa, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Para deixar uma coisa bem clara... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Em algum momento, o senhor se apresentou a quem quer que seja, em qualquer repartição, em qualquer ocasião social, como assessor do Presidente da Conafer, Carlos Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, isso aí foi um título que me colocaram, né? Porque, igual eu falei inicialmente, eu não tive nada em ata ou em estatuto da Conafer, muito menos registro, etc. Porém, um dos exemplos: quando eu ia comprar sêmen, na empresa Alta Genetics, era indicado pela Conafer. Então, o pessoal começou a insistir, "ah, você é assessor da Conafer?". "Não, eu vim comprar por indicação, né?". Mas nunca fui assessor, nunca tive uma mesa, uma cadeira ao lado de Presidente. Nada. Nem sala em Conafer, nada. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Bruno Deitos, o senhor conhece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nem noção, Doutor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor conhece a empresa ou já remeteu dinheiro para ela: Premier Recursos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já me lembro desse nome nas planilhas também. Lembro desse nome. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Lembra quanto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não lembro, mas peço para... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Target Solução de Mercado. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu lembro desse nome também nas planilhas, porque tinha planilhas de fornecedores que vinham, né? E foi tudo apreendido: as planilhas, os PDFs também, mas tem tudo anotado, o valor que era, quanto era ou não era. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Cooptec ainda existe? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu comecei o processo de cancelamento dela esses tempos, porque há mais de cinco anos que não... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Cooptec já descontou dinheiro de aposentado ou pensionista? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Bom, nunca aconteceu isso. A mesma empresa nunca prestou serviço para INSS, aposentado. Nunca, nunca, nunca. Só prestava para as empresas mesmo. Mas para algum órgão... Nunca prestei para um órgão. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual a sua relação com a Fafer, federação que é ligada à Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, a Fafer vinha na planilha de pagamentos, porque acho que a federação também tinha... Acho que é a mesma coisa, né? Conafer, Fafer... Para mim, acho que a Fafer é uma Conafer nos estados. A gente prestava serviço para eles. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Deixe-me lhe perguntar uma coisa. Aqui esteve o Sr. José Carlos Oliveira. Foi ex-Ministro da Previdência. O senhor o conhece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já vi em fotos e já estive no escritório dele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O que é que o senhor foi fazer no escritório do ex-Ministro da Previdência? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tinha saído de Brasília e estava com a demanda em São Paulo. E o Presidente da Conafer, o Carlos, pediu para eu levar um quadro, um cocar, umas coisas indígenas para ele, no escritório; porém, não cheguei a encontrar com ele e deixei para a pessoa que ficava atendendo lá, creio que devia ser assessor dele ou funcionário, um atendente lá, um rapaz. Acabei até criando amizade com ele, comprei uns álbuns de figurinhas com ele, nessa época... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E como é que o senhor descobriu o endereço do Sr. José Carlos Oliveira? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Quem me passou foi a Conafer para eu ir lá levar os quadros. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já foi portador de alguma vantagem indevida para o Sr. José Carlos Oliveira? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De forma alguma. Eu não tinha contato com... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já foi portador de alguma vantagem indevida para algum Parlamentar do Congresso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O que seria portador de vantagem? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Portador. Levou propina para alguém? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, não, não, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Para servidor do INSS? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nunca tive contato com o INSS, meu caro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quer dizer que o senhor comprou um álbum de figurinhas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Dois, na verdade. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Comprou. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso foi em 2022, e meu filho colecionando figurinhas, né? E esse rapaz que atende lá tinha o álbum completo, dourado e com todas as figurinhas nele. E ele tinha também da Copa passada, de 2018. Aí comprei os dois dele. Foi - sei lá - uma média de R$2 mil cada álbum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já esteve pessoalmente com o Sr. José Carlos Oliveira? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei quem é, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Esse que o senhor foi no escritório? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, não, pessoalmente não. Não, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pagou quanto nesse álbum de figurinhas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu acho que foi uma média de R$2 mil cada um, porque era tudo dourado e já com todas as figurinhas completas. Dois e pouco. Até fiz o Pix para o rapaz lá que atendia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual é a sua relação com a Jaguar ou a Concepto Vet? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, a Concepto Vet é um veterinário da Conafer... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio, por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É um veterinário da Conafer, que, na época, quando eu tinha que ir atrás de sêmen e etc, ele me atendia. Mas só por assim contatos mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor conhece Renata Martins Costa de Siqueira? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nem noção quem é. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não conhece essa pessoa da Conafer, não? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor conhece Aleano de Sousa Guardachoni? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, é a pessoa que distribuía carros para mim também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem é essa pessoa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ele é amigo do Igor, né? Eles vendiam... Conheci os dois. Conheci, primeiro, o Aleano, quando eu comprei um carrinho pequeno, e eles me distribuíram veículos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, ele fazia o mesmo papel do outro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. Só que esse aí - misericórdia! - só me enrolava. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu não entendi bem até agora... Carlos o encontrou numa loja de roupa, mudou a sua vida, o senhor prestando serviço com exclusividade para a... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Conafer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... Conafer. Ao mesmo tempo, troca de valores milionários com o Carlos e a esposa. Mas eu não entendi ainda, porque, num negócio particular, na Lagoa Alta, o senhor era o responsável por determinadas ações, tanto financeiras quanto estruturantes. Foi o senhor quem providenciou a pista de pouso lá na Lagoa Alta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu nem sabia que tinha pista de pouso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já esteve lá? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu estive há uns seis anos em um dos locais, que era em São Félix de Minas. Já fui lá, sim. Fui para levar veículo... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E não tinha pista de pouso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não cheguei a reparar, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o que tinha lá nesse local? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu fiquei num hotel bem na frente, que tem um lago na frente, e, lá na fazenda tinha uma baia bem grande, um gado lá para dentro, mas era só... Nunca foi questão de vistoria ou ver, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E, de uso dessa procuração, quais foram as movimentações que o senhor fez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Então... Acho que essa procuração não é de movimentação financeira, não, porque... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, mas... |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu acho que isso aí é de resolver alguma parte... ou de banco... "Ah, faz acordo para mim em tal lugar?". Falo: "Faço sim, eu vejo". Pode ser isso, mas eu vou procurar essa procuração e ver o que é e ter a certeza para responder. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Bota aí o gráfico, por favor. (Pausa.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Fora do microfone.) - Mas vamos respondendo o que tem que ser respondido, depois a gente descansa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Deixe eu lhe dizer. Eu não sei se lhe trato como testemunha ou como investigado. Por isso, não vou pedir a sua prisão. Não vou fazer o jogo daqueles que aqui... seja boi de piranha sendo preso. Então, nessa coisa de blindar poderosos e lascar quem está abaixo, não conte comigo, não. Foi uma vergonha o que aconteceu e vem acontecendo nessas blindagens. Está aqui a Conafer. O senhor recebeu com a sua esposa, por várias formas, por meio de lavagem de dinheiro, R$300 milhões. Olha, essa é a última oportunidade que o senhor tem... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... para poder colaborar com este Colegiado. Aqui, se for preso em flagrante, o senhor vai sair daqui a duas horas e não vai render nada. Mas, com esse dinheiro todo no bolso, mesmo aqui muitos protegendo, como foi protegido hoje um que meteu a mão em R$800 milhões, eu, na próxima semana, vou pedir, por dever de ofício, também a prisão do senhor. Mas está aqui: R$300 milhões estão guardados com o senhor. Se o senhor pagou, se o senhor devolveu uma parte... O senhor está assumindo isso. (Soa a campainha.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o senhor está entrando num caminho sem volta. Eu lhe digo com todo o coração: aqui é a oportunidade que o senhor tem. O senhor quer contribuir com essa CPMI para dizer para quem esse dinheiro foi? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Meu caro, estou aqui para contribuir, falar o que for preciso que seja verdade. Igual o senhor falou, esses R$800 mil no meu bolso nunca existiram, tá? Mas, como eu falei para o senhor, tudo vinha planilha de pagamentos, a média de 200, 300 pessoas para fazer pagamentos, que vinha da Conafer para eu fazer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, vou lhe dar uma oportunidade aqui, está bom? Para a gente poder... Bota aquela outra planilha. Vou lhe dar uma oportunidade: o senhor vai relembrar a nós, o senhor vai relembrar aqui... Baixe um pouquinho, por favor. O senhor vai relembrar. IBC Prudente, serviço de fornecimento de algo material ou foi... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, pagamentos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pagamentos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Nobre Serviços, palco... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A Nobre teve, sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ótimo. Me esclareça uma coisa. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantos palcos o senhor tem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Doutor, eu devo ter para evento... assim, eu consigo atender, no final de semana, três, quatro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, eu quero saber quantos... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, não é palco, são estandes, né? Eu tenho doze... Só daqueles de 9x9 eu tenho doze daqueles lá. A gente aluga piscina de bolinha para as crianças, pula-pula, etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu quero saber: o senhor tem esse material ou o senhor terceiriza? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Parte de cobertura tudo eu tenho. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O que é que o senhor tem? Diga aí. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tenho as tendas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantas tendas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tenho doze só de 9x9 - doze tendas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu quero saber... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, não. Vou passar o que vem aqui na memória. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Diga aí. |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Cadeiras: mais de 200 jogos de mesas e cadeiras. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantas mesas o senhor tem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, uma média aí, para não falhar, de 100 a 150 jogos de mesas e cadeiras. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Isso dá para quantas pessoas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Se colocar 100 aí, com 4, dá 400 pessoas. Aí você pega que eu tenho 5, 6 jogos desses, que eram usados naquela época. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha só o que o senhor está dizendo. O senhor imagine quanta gente está ouvindo o senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... que tem muito mais material do que o senhor. E o senhor, com essa empresa aqui, o senhor recebeu R$96 milhões. Olha o que o senhor está dizendo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, foi nesse período de prestação de serviço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está certo, está bom. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa Pikinskeni... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pikinskeni Apoio Administrativo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Diga aí, o que é que o senhor oferece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Lá, igual eu já te falei, para o senhor, anteriormente... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, mas para a gente... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... somente vinha planilhas de pagamentos e o que - não, deixa eu terminar -, e o que precisava com funcionários, o que precisava de ajudar com nota fiscal, etc. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Papelaria com esse mesmo nome. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, ela forneceu, no começo, aqueles fôlderes, fabricação de livros, livros da Conafer, etc. E depois a gente mudou ela para outra empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recebeu dela aqui... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã, 5 milhões. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agropecuária, o senhor já disse que era inseminação, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, é, toda a consultoria... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe quantos litros de sêmen o senhor comprou? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É muita coisa. Eu consigo puxar para o senhor, mas... As pessoas compram de 50 e 100 doses para um cliente, entendeu? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não, é isso que eu estou falando. As pessoas compram... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu quero saber: o senhor comprou quantos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, eu posso colocar aí... Ah, de litros? Tipo assim, mais de 200, 300 pessoas assistidas, entendeu? Então, eu tenho que calcular litros, etc., mas eu repasso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E isso dá R$30 milhões, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Dentro da agropecuária, também vinham pagamentos, que eram para os funcionários. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Agora, muda aqui um pouquinho. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Bota aqui um pouquinho para lá. Olha só. To Hire e CSS. Essa fechou, veio para essa. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não... Isso, exatamente, isso aí. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Antes da operação da Polícia Federal... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... quantos carros estavam registrados em nome da empresa? Só para a gente deixar claro. (Pausa.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O advogado pediu um prazo para orientar o cliente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. (Pausa.) O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Fora do microfone.) - Vai suspender? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP. Fora do microfone.) - Não suspende, não... (Intervenções fora do microfone.) (Pausa.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pode voltar, por favor. Perdão, o senhor fez uma pergunta. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quantos carros registrados na CSS, locadora? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não vou conseguir falar o valor exato para o senhor agora, mas 15, 20 carros, mas puxo para te repassar, por aquele mesmo motivo da compra sem estar no meu nome. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E a Santos Consultoria foi quem mais recebeu? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo, foi ela que iniciou. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - R$107 milhões. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, nós iniciamos em 2017 com ela. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual o serviço efetivo prestado pela Santos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aí, Doutor, era geral, era geral! Eu tinha equipe que ia em assentamento para fazer aferimento de pressão, tinha equipe que ia em indígena, em quilombola. É geral, geral mesmo, assim, em tudo que a Conafer trabalhava, a Santos Consultoria prestava, resolvia. Precisa de tenda, precisa alugar ônibus para vir o pessoal para Brasília para o evento. E assim ia acontecendo. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Baixe aqui um pouquinho, por favor. E agradecer ao Senador Rogerio, que me mandou uns dados que foram muito importantes também. Diminua um pouco, mais um pouco. Olhem, a Conafer é o exemplo de como essa organização criminosa que está dentro do INSS se acoplou a outras organizações, 300 milhões vieram nesse fluxo, e aqui está este depoente responsável pelos 300 milhões, só que o negócio estava tão bom que o contador da Conafer criou para ele outra estrutura organizacional e aqui recebeu R$17 milhões nessa AAB. O ACT dessa AAB foi em 2023, e ela começou a receber em setembro de 2024 e, até hoje, recebeu R$17 milhões. Então, a mãe já deu filhote, e o filhote nasceu agora em 2023 e está fazendo o ano em 2025 com R$17 milhões no bolso com nenhum serviço prestado, chamado também AAB. Só parou de receber dinheiro roubado dos aposentados e pensionistas com a operação da Polícia Federal e da CGU. Eu... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nobre Relator... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... tenho muita vontade, Presidente, eu tenho muita vontade de pedir a prisão, mas não farei por dois motivos. O primeiro é que aqui há uma confusão entre investigado e testemunha. O segundo motivo é que neste Brasil eu não acredito, eu não acredito num Brasil em que os poderosos têm habeas corpus... (Soa a campainha.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... e os laranjas ficam soltos para serem dados como isca para satisfazer a vontade do povo. Não, povo brasileiro! Os grandes estão sendo blindados. Isso aqui é um boi de piranha. Não peço a prisão, não. Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por favor, senhores, por favor. Só um minutinho. Obrigado, Relator. Vou suspender a sessão por dez minutos. (Soa a campainha.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Presidente, o senhor me permite só um comunicado? Eu estou com a minha mãe que sofreu um acidente, eu nem consegui dormir, e só tem um voo para ir vê-la ainda hoje. Então, vou pedir licença. Fiquei aqui só para cumprir a missão, mas aí vou seguir adiante. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Estimamos melhoras. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nobre Relator, eu agradeço ao senhor, agradeço as perguntas. Em nenhum momento, aqui, ou enganar ou ludibriar algo do tipo... E tudo que veio em questão de valores, 800 que sejam milhões, sempre foi repassado às empresas, feito pagamento, etc. Agradeço as perguntas... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sr. Marcelino, descanse os dez minutos. O senhor ainda tem mais quatro horas de depoimento. (Suspensa às 16 horas e 28 minutos, a reunião é reaberta às 16 horas e 40 minutos.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Fazendo soar a campainha.) - Está reaberta a sessão. Pelo Regimento, com a ausência do Relator, é preciso designar um Relator ad hoc, que possa colaborar nos trabalhos posteriormente. |
| R | Convido o Senador Eduardo Girão para ocupar aqui como Relator ad hoc desta Comissão. (Palmas.) Vamos pela ordem de oradores inscritos. Senador Izalci Lucas, autor do requerimento, com a palavra por dez minutos. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF. Para interpelar.) - Presidente, eu quero lamentar realmente o que a base de Governo fez hoje na CPMI, ou seja... (Soa a campainha.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... sequestraram a CPMI. Apesar de ser um instrumento da minoria, realmente o que aconteceu foi isso, uma blindagem completa. Então, hoje foi um dia muito agitado nas aprovações dos requerimentos. Eu vi uma montanha blindando aqui o irmão do Lula, vi o Deputado vermelho defendendo o Presidente do Sindnapi para não ser preso. Agora, o que eu não vi foi a esquerda querer pegar os bandidos que roubaram o dinheiro dos aposentados. Eu não estou aqui para blindar ninguém ou passar a mão na cabeça de ninguém. O Brasil precisa saber quem está protegendo bandido. A defesa aqui quase chamou o Frei Chico de santo. Eu quero lembrar aqui que o delator Alexandrino Alencar detalhou como funcionava o pagamento da mesada do Frei Chico, irmão do ex-Presidente Lula. Em depoimento ao Ministério Público Federal, ele contou que o sindicalista prestou consultoria para a articulação da Odebrecht com o setor sindical antes da eleição do irmão. Depois da aposta, ele passou a receber por mês, graciosamente, o que ganhava num antigo trabalho. Os pagamentos foram feitos ao longo de 13 anos de Governo. Na planilha da empresa, o Frei Chico tinha o codinome de Metralha. Além de receber recursos, a sua filha também foi contratada pela empresa. Alexandrino fazia pessoalmente os pagamentos mensais em encontros no restaurante Galeto's no Shopping Eldorado, em São Paulo. Ficou acertado que receberia R$3 mil por mês, depois ele pediu um aumento e foi para R$5 mil. Esse é o cidadão que está sendo blindado, que não estão querendo deixar vir aqui realmente para mostrar o que fizeram com o Sindnapi, porque o Sindnapi conseguiu incluir aposentados e aposentadas na relação e não conseguiram... É evidente que a gente está recebendo aqui o Cícero hoje e, de fato, ele é um laranja. Ele criou 500 empresas, transferiu recursos para lá e ele fazia os pagamentos. Então, em vez de usar diretamente, usava essas empresas... Eu até tenho que ver na Receita Federal: será que ela não está vendo isso? Será que essas empresas todas que foram citadas aqui estão pagando imposto? Eu acho que a Receita deveria cuidar disso e chamar esses contadores também. Nós queremos saber desses contadores que milagre é esse que eles estão fazendo. Bem, tirando aqui os Parlamentares que foram eleitos, todo mundo que está em casa ou quem está assistindo em casa sempre fez uma entrevista de emprego. Fiquei curioso ao saber como foi a sua entrevista. Explique para a gente que funções e habilidades um gerente de supermercado precisa ter para se tornar assessor de um Presidente, no caso, da Conafer? Quem o contratou e qual a função específica para que você foi contratado? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Meu caro, boa tarde. Em nenhum momento eu fui contratado como assessor da Conafer. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Prestador de serviço. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exatamente. Então, no meu caso... Eu fui. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Bem, vamos aproveitar esse exemplo... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mas... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ...de empreendedorismo seu e vamos pegar aqui umas dicas para ajudar os aposentados a recuperarem o dinheiro que foi roubado, e também para outros brasileiros que sonham também em ter os seus milhões aí. Explique para a gente como um gerente conseguiu movimentar 300 milhões apenas fazendo a escala 6x1. |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, eu não fazia apenas a escala 6x1. As minhas empresas prestavam serviço. Esses 300 milhões nunca foram meus. Vinha diretamente a ordem da Conafer para fazer todos os pagamentos, e eu fazia. Então, não tive 300 milhões, não tenho 300 milhões. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - As suas empresas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... papelaria, eventos, todas elas faziam... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... exatamente a mesma coisa: recebiam o recurso, 300 milhões aproximadamente, e faziam o pagamento de acordo com o que eles mandavam você pagar. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, recebia... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Você nem sabia o que você estava pagando; só atendia, realmente, o que eles mandavam. É isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exatamente. Não via recurso. O senhor fala... Eu não recebia esse recurso, não era meu esse recurso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Entrava nas suas empresas, você... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Entrava nas empresas e vinha a planilha. Cada planilha de 1 milhão, 2 milhões, com trinta, quarenta, cinquenta, cem pessoas para serem pagas, e eu fazia os pagamentos. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - O que o Relator não entende é exatamente isso, ele não entendeu. Em vez de fazer o pagamento pela Conafer ou pelas outras empresas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, exatamente. Fazia pelas minhas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... utilizava as suas empresas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... como laranja. Na prática, é isso. Inclusive, a sua declaração de Imposto de Renda em 2022 mostrou uma renda tributável de R$14 mil apenas e, em seis meses, subiu para 6 milhões - um crescimento de 45.000%. Então, as pessoas querem saber o segredo desse sucesso. Você se considera uma pessoa humilde? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Por que eu pergunto isso? Parecia apenas um gerente de supermercado, mas também sócio de empresas milionárias, em um curto espaço de tempo. Pegando apenas três das várias empresas que você possui... Temos aqui uma papelaria, uma locadora de veículos e uma empresa de eventos, que receberam mais de 100 milhões - essas três empresas. Que tipo de papel e quantas folhas precisou vender, por exemplo, no caso da papelaria, para receber tantos milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Papelaria. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O senhor falou dentro de... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, silêncio, por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Várias empresas. As minhas empresas - eram quatro empresas que eu administrava - mudaram, cancelei e entrei com outras, tá? Papelaria foi... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Quando você recebia esse recurso, você emitia nota fiscal ou não? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Todos os 300 milhões que foram para as suas empresas... Você emitiu a nota fiscal de recebimento dos 300 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A maioria. Eu tenho que confirmar com o contador tudo, porque era passado direto, mas, nesse período de oito anos prestando serviço, sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Você se lembra de ter pagado algum imposto na vida nesse período? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Relacionado à Receita? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Era bom fornecer para a gente aqui a cópia dos pagamentos... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Teve até uma época que foi... Tinha que fazer parcelamento... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Porque R$300 milhões é muito dinheiro. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Bastante. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Tem que pagar muito imposto, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, e dentro de oito anos, trabalhando em cima disso... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Além do sucesso das inúmeras empresas que você criou, teve um feito que nem mesmo o Elon Musk, que é o homem mais rico do mundo, conseguiu alcançar: você criou empresas que, assim que foram criadas, receberam pagamentos imediatos! Criou a empresa... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... e, logo na sequência, 9 milhões, 12 milhões... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Qual é o segredo comercial dessas empresas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tem segredo... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Sem histórico nenhum comercial, já nasceram lucrando milhões. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. Tá. Igual eu passei, desde o início, essas horas falando, fui convidado para prestar serviços para a Conafer, e foi aí que foi começando a demanda. Nem sempre foi a mesma coisa. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - A Conafer, através do Presidente, transferiu para você 300 mil num período de seis meses - para você, pessoa física. Esse era salário ou era parte do esquema? Como é que... Que pagamento foi esse para você? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tinha salário nem esquema. Agora, acho que a Conafer nunca mandou R$1 para mim na minha pessoa física, mas vou apurar isso e reparar para o senhor. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - O Presidente fez, não é a Conafer; o Presidente da Conafer, Carlos Roberto, transferiu para as suas contas. Está no sigilo quebrado aí. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, eu vou... Eu vou pedir para o advogado puxar relatórios e repassar para os senhores posteriormente. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Você conhece o Higor Dalle Vedove Lourenção? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Conheço, conheço, sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Você parece ser peça central da movimentação da Conafer relacionada a isso. Quanto ele parece ser uma peça central nas suas movimentações? Por exemplo: sua consultoria passou para ele R$2,5 milhões e depois ele repassou de volta R$1,6 milhão para o senhor. Que tipo de negócio justifica esse fluxo de quase R$10 milhões por ano, nos dois sentidos? Vai para a sua empresa e depois volta o recurso. Por que acontecia isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não sou peça central de nada. (Risos.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - São 300 milhões. É fundamental. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Igual eu expliquei para o senhor: vinha pedido de pagamentos eu fazia, em nenhum momento esse dinheiro era meu, né? E do Higor eu vou ver o que é, porque com ele que eu comprava as frotas de carro e pagava para ele. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - As empresas da sua esposa eram a mesma coisa? Eram utilizadas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu administrava todas as empresas, era o mesmo formato ... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Era o mesmo modus operandi? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O mesmo formato. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Recebia o recurso... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pagava as planilhas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... fazia pagamentos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. (Soa a campainha.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Tem uma curiosidade aqui: a empresa agropecuária PKST, controlada por sua esposa... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - E por mim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... transferiu quase R$3 milhões para uma casa lotérica, Fortuna Loterias. Qual era a natureza desses pagamentos vultosos e recorrentes à lotérica? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. A empresa é administrada por mim, só era no nome da minha esposa. E... porque estava na planilha de pagamentos; não sei do que é, não perguntava para o cliente ou para a Conafer para que é isso, porque eu recebia uma média de 20 folhas... (Soa a campainha.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... 30 folhas de planilhas para fazer. Então, não sei quem é, desconheço quem é; só vinha a lista. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Chegou a lista... é igual o que aconteceu aqui com o depoimento do Milton e também do... que recebia as planilhas e ia pagando sem... mandaram fazer. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, não perguntava quem era... Exatamente, não perguntava quem era, o que é, ou para onde, não. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Olha, esse serviço do To Hire... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - To Hire... Isso, aluguel de veículos. Certo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... prestou à Conafer e recebeu quase R$100 milhões. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Foi o quê? Os veículos? Aluguel de veículos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Aluguel de veículos, venda de veículos em geral, desde o início das empresas. Então, é isso mesmo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Mas normalmente não tinha correlação com o objeto, não. Mandou emitir a nota, independente de qualquer coisa, era emitida. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Como assim? Eu não entendi. Em relação ao... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Por exemplo: você tem uma empresa locadora de eventos... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... mandava pagar realmente qualquer coisa, você não questionava: "Ah, mas isso aqui não tem nada a ver com eventos, isso aqui é para outra coisa". O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Algumas vezes, não mesmo, porque algumas vezes eu mudava o valor que vinha de uma empresa, eu mandava para outra para fazer o pagamento das planilhas que eram pedidas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - O.k., Presidente. É lamentável, mas a gente precisa chegar lá, e para isso temos que quebrar realmente essa questão aí da blindagem. Obrigado. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Para interpelar.) - Sim! Sr. Marcelino - só uma coisa, Senador Girão -, Sr. Marcelino, o senhor recebia as planilhas para pagamento. Essas planilhas vinham de quem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Diretamente da Conafer, das secretarias. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Quem é que enviava para o senhor da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - As secretarias mesmo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas quem? Na secretaria havia uma pessoa que mandava para o senhor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu só não me recordo do nome, mas havia pessoas, porque eu tinha... Vinha direto das secretarias... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sr. Marcelino, eu vou repetir: qual é o nome na secretaria que mandava para o senhor as planilhas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Secretaria... Tesouraria, perdão. Vinha da tesouraria. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Tesouraria. Quem era o tesoureiro ou a tesoureira que lhe mandava as listas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não lembro o nome, porque eram umas cinco ou seis mulheres que trabalhavam lá, e só vinha no celular pessoal, o celular da empresa; vinha e pedia um comprovante com mais agilidade possível. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Uma outra pergunta: essa listagem de pagamentos ao longo de oito anos, o senhor tem arquivados esses pagamentos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tenho 99% desses pagamentos prontos para apresentar aos senhores. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - E estão guardados onde esses pagamentos, essa listagem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, estão nos meus computadores, celular... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Que foram apreendidos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Que foram apreendidos. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tentaria até puxar pelo banco, mas os bancos encerraram todas as minhas contas. Mas pedi para o meu advogado puxar direto mesmo dos bancos os extratos desse tempo todo. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então vai ficar consignado, Doutor, e, assim que ele tiver acesso, ele vai encaminhar a essa Secretaria... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De prontidão, de prontidão. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... a relação de todos os pagamentos que foram feitos ao longo de oito anos. O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA (Fora do microfone.) - Eu já estive no gabinete do Ministro André Mendonça... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor pode falar no microfone, para ficar nos termos, Doutor. O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA - Presidente, eu já estive no gabinete do Ministro André Mendonça, inclusive para pedir a liberação de todo o processo. Inicialmente, o procedimento criminal junto à Polícia Federal se iniciou na 10ª Vara Criminal Especial aqui de Brasília, e, através de ofício, o Ministro André Mendonça solicitou que todas as investigações e todo o procedimento fosse encaminhado ao diretório. Então, eu estou aguardando ainda a liberação, para que eu possa apresentar. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA - E foi bom que foi em tempo hábil. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Fora do microfone.) - Posso dar uma sugestão? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Talvez a CPI pudesse solicitar ao Ministro André Mendonça o compartilhamento desses dados... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - ... com o Congresso Nacional, com esta CPMI. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Bacana. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Fazemos o requerimento, que não sei se precisa ser aprovado. Imagino que sim. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Tem que ser aprovado. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - E aí o Ministro, se aprovado, compartilha conosco as informações. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Relator ad hoc, Senador Girão. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE. Como Relator.) - Não, eu iria só... O senhor fez exatamente o questionamento que eu ia fazer. Estamos sintonizados. É porque essas planilhas de que o Sr. Cícero falou várias vezes aqui, durante as perguntas do Relator, são extremamente importantes. Então eu sugiro, Sr. Presidente, que a gente coloque no final, como o senhor preferir, no final coloque em votação, para que a gente possa pedir o compartilhamento dessas planilhas que a Conafer mandava para o senhor, para fazer o pagamento. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, eu já estou de prontidão para encaminhar. Nós já pedimos até para.... O advogado pediu, tentando pela Justiça, uma forma de liberar os extratos, porque as contas foram automaticamente encerradas. Então, por isso a gente não consegue puxar. Peço até desculpa de não ter muitas informações, por questão de que a convocação nossa foi há menos de sete dias. Então a gente não teve tempo de ver... Eu estou correndo pra lá e pra cá. Mas era mais fácil ouvir e trazer o que for preciso. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor sabia de onde vinha o dinheiro da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tinha nenhuma noção. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas, Doutor, o senhor desculpe, mas o senhor permitiu passar R$300 milhões na conta sua e da sua esposa sem procurar saber a origem do dinheiro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, quando eu lia documentos da Conafer: que tem 8,870 milhões de famílias, que presta serviço, etc., eu, assim, não ia indagar por quê, de onde veio e quem é. Então, vamos por 8 milhões de famílias, sei lá, te pagando R$40 por mês, R$50 por mês, pode ser disso. Mas aí... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Bem, Deputada Adriana Ventura com a palavra. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP. Para interpelar.) - Presidente, obrigada. Primeiro quero elogiar a sua postura. Hoje, para variar, o nosso Relator, como sempre, dá um show. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - O nosso Relator ad hoc eu tenho certeza de que não poderia ter sido escolhido um Senador melhor. Quero cumprimentar o depoente e o seu advogado. Sr. Cícero... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Olá! A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - ... eu trabalhei muito tempo com contas a pagar, contas a receber. Eu já contratei, inclusive, empresas que faziam o tipo de serviço que o senhor faz. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Então, assim, falando de uma maneira muito franca... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Por favor. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - ... então, eu acho inadmissível que, com essa movimentação, com essas planilhas, o senhor não se lembre das pessoas responsáveis, porque na empresa tem uma pessoa que fala com outra, até porque não é "manda a planilha e paga"; às vezes tem pagamentos altos que dão problema, questões que dão problema. Então, tem uma pessoa que é responsável, que é a chefona da galera, que fala o que paga, o que não paga. Qual é o nome dessa pessoa? A gente não quer saber das atendentes, que mandam, que planilha, a gente quer saber o nome da chefona. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu entendi, eu acho que... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Você não lembrar, eu acho um absurdo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não. Eu achei que era lembrar para quem foi pago, porque era planilha com 200, 300 pessoas... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Quem é a pessoa responsável, da Conafer e das outras empresas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, a responsável dos comprovantes, na Conafer, era a Tamires, atendente. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Tamires. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso! A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Tá, então... Você sabe o nome completo dela? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Nós temos. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Está certo. Eu queria, primeiro, começar, dizendo que a gente fala muito... Presidente, você pode pedir silêncio, por favor? Está uma "falaiada", isso atrapalha... Eu queria que devolvesse meu tempo. Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Hoje eu estou brava. (Fora do microfone.) Obrigada. Seu Cícero, continuando, a gente fala muito de diferenciar sindicato fantasma e sindicato real. O que eu chamo de sindicato real é aquele que não é de fachada, que realmente tem associado, que tem desconto, que, tecnicamente, de uma maneira muito fingida, presta algum serviço. Mas eu acho que existe essa diferenciação porque a gente viu que tem um monte de sindicato fantasma. Mas eu pensei que a Conafer e Sindnapi fossem reais no sentido de ajudar pessoas, mas a única coisa que eu estou vendo aqui, nesta CPMI, é que as pessoas que sindicatos ajudam são os próprios dirigentes, seus familiares, as empresas dos dirigentes, as empresas dos familiares ou as empresas dos laranjas e os familiares dos laranjas. E você é um laranja. Suas empresas são empresas laranjas. Então, eu acho que isso tem que estar muito claro. O senhor é uma pessoa inteligente, que, afinal de contas, tem um monte de empresa, recebia... Então, no mínimo, o senhor sabia que estava sendo usado como laranja. O senhor confirma isso para mim? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu não sabia que estava sendo usado como laranja, porque eu não ficava em casa o dia todo descansando e receberia. Não. Eu tinha serviço para fazer o dia todo. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Entendi. O senhor tinha quantas empresas que prestavam serviço? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - São quatro. No total, são quatro. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Quatro. E o senhor falou que sobravam uns trocos ali, que, daquele montante dos 300 milhões que passaram na sua empresa, dava uns 20, 30 mil por mês em cada empresa, mais ou menos, tirando as coisas tal. Correto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - O senhor não achava estranho tanta movimentação? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Assim, de começo, eu falo: "Nossa! Que valor alto". Mas quando, um exemplo, eu pegava as planilhas, o dinheiro era todo para as planilhas, sobrava algo para mim. Então, vinha a planilha - vou dar um exemplo de planilha - da fazenda: cento e poucos funcionários, planilha de 2 milhões e pouco. Eram lá dois, três dias fazendo, conforme as outras. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Eu entendo bem isso. Agora, assim, R$300 milhões é muito, muito dinheiro. Você está querendo dizer que quem sabe de tudo do financeiro da Conafer é a tal Tamires, certo, que falava com você? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, Tamires, Letícia, os nomes que eu lembro. Não conheço as pessoas pessoalmente. Mas, na verdade, assim ó, cada setor me encaminhava uma planilha. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Não, eu entendi essa parte. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, cada setor me encaminhava uma planilha. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Tá, mas tinha a chefona que cuidava de todos os setores... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Cada setor tinha seu chefe. O setor indígena era um. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Então, beleza. Eu acho que depois você pode falar o nome de todos os chefes. É uma solicitação que eu peço. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Está bom, vou pedir para anotar, para a gente passar, sim. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Muito obrigada. A outra coisa: a gente está falando que a sua empresa Nobre, só ela, R$100 milhões. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Algumas outras, agropecuária... 163 milhões. Para o senhor, que começou, fazendo as suas vendas e tal, o senhor sabe o volume desse dinheiro, e algumas coisas me chocaram na sua fala. E me chocaram assim, primeiro, você falou que não lembrava de saques acima de R$30 milhões, você falou que não lembrava. Eu lembro que uma vez eu fui sacar uma folha de pagamento de dez funcionários, porque deu problema no sistema de cheque - naquela época em que tinha cheque -, e eu ficava morrendo de medo de sacar dinheiro vivo e sair. Você faz saques milionários e não lembra. Eu acho isso muito estranho. Então, eu vou fazer de novo a pergunta que o Gaspar fez: você se lembra de saques altos, de milhões de reais, que você tenha feito? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não lembro de saques milionários. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Então, você não fez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não lembro. Não é que eu não fiz. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Você lembraria se você tivesse feito? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. Mas saques pequenos, sim. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Não, saques pequenos... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, talvez esses milhões de reais... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Saques de milhões de reais... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG. Fora do microfone.) - O que é pequeno para ele? A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Não, desculpa. Você lembra de ter feito saques de milhões de reais? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, saques de milhões de reais, não lembro. |
| R | A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - O senhor foi contratado, explicitamente, para usar suas empresas como empresas laranja da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Foi... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Você não foi pago por isso? Você não assumiu o papel de laranja... Tem muita gente que vende o serviço de ser laranja, mas não foi o seu caso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, até porque surgiu a necessidade, abrimos a empresa e fomos prestar serviço. Nunca cheguei a chamar... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Entendi. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - "Você é um laranja, você vai abrir empresa, vai entrar o dinheiro lá e você pega tanto para você e vai...". Enfim, nunca aconteceu isso. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - O.k. Outra coisa objetiva aqui, uma coisa que me assustou: você falou que vendeu a empresa e não sabia para quem tinha vendido. Eu nunca vi isso. Eu nunca vi isso, até porque eu já vendi empresas e tudo mais... A gente sabe para quem vai, até porque você assina um contrato. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Outra coisa que me assustou. Você falou assim: "Fui convocado para ser diretor do Terra Bank, T.B Holding e tal". O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Você foi convocado pela Conafer?! Quer dizer que você recebia a ordem do Presidente da Conafer, ele mandava na sua vida, em você, e você foi convocado para ser diretor, para ser o diretor laranja, o sócio adm., você foi? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, eu fui convidado para ser sócio ... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Você falou "convocado". O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá; a gente nessa hora acaba mudando as palavras e cada um tem sua interpretação. Eu fui convidado, após já estar trabalhando quatro ou cinco anos, para cuidar da parte administrativa do Terra Bank. Sim, fui convidado, com 10% na sociedade da empresa. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Tá. E outra coisa: Você conhece a Lucineide, que cuida da AAB? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho noção nem de quem é. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - É a esposa do Seu Chrisostomo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - A Mulher do... Não? Está ótimo. E agora, eu queria... A gente pediu, inclusive, o contador. É o contador da Conafer, com a sua esposa, aquela que ressuscitou 27 mil mortos, inclusive tem morto de 25 anos... Você não a conhece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nem noção de quem é. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Está certo. Porque, assim, o grande objetivo desta CPMI é recuperar dinheiro roubado. Eu vejo algumas falas aqui, de Parlamentares do PT, que são da base do Governo, dizendo que "o Governo Lula está investigando...". O Governo Lula é isso. O Governo Lula, deixando claro aqui, não moveu uma palha para reaver dinheiro roubado de sindicato. Blinda sindicato. Nada foi feito para sindicato. Inclusive, eles queriam devolver o desconto quando a gente votou o projeto lá. Tinha dois destaques para os descontos voltarem, mesmo depois dessa roubalheira. O Governo Lula, voltando aqui, não fez um... não moveu uma palha para punir qualquer sindicato. Nenhuma. E continua não fazendo. O Governo Lula fala que está devolvendo dinheiro, mas não conta que não está pegando de quem roubou. Está pegando de todos os brasileiros para fingir que é bonzinho e devolve. Quero deixar claro aqui também que a AGU, eu não vi também bloqueando o dinheiro de nenhum sindicato. A CGU foi fazer alguma coisa com os sindicatos que estão vinculados ao PT - Contag, e mesmo o sindicato do irmão do Lula -, depois que começou a CPMI. Então, eu acho que a gente não pode mais ser refém de sindicato. A gente não pode mais deixar que sindicato, pensionista, deficiente e qualquer coisa que o valha, continuem sendo roubados. A gente precisa pegar essa quadrilha e colocar na cadeia. E aqui, Seu Cícero, vou falar de uma maneira, inclusive muito sincera, até porque vocês foram conversar com o Ministro André Mendonça, ele bloqueou R$400 milhões do irmão do Lula, bloqueou bens de dirigentes, e o senhor foi um laranjão. As suas empresas foram laranjas, certo? Isso é fato. O senhor está demonstrando boa vontade, é por isso que este Colegiado está sendo dócil, mas o fato é que, laranja ou não, sabendo ou não... (Soa a campainha.) A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - ... pelas suas empresas e pela sua mão, a roubalheira dos aposentados aconteceu. E você é responsável por isso. Então, o que eu gostaria de entender é, assim: esses R$300 milhões, esses chefões, essas pessoas que estão sendo blindadas... O senhor não tem ideia, não passa pela tua cabeça quem são esses grandalhões, graúdos, que te usaram de laranja e que provavelmente querem que você vá para a cadeia para que eles não sejam condenados? Você saberia dizer nomes de alguém ou alguma coisa de que você tenha medo? |
| R | (Intervenção fora do microfone.) O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC. Fora do microfone.) - Perdão... Me perdoa. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Eu vou reformular. O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC. Fora do microfone.) - Me perdoa, Presidente. Tocou aqui... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Você tem ideia de quem sejam esses grandalhões, esses graúdos que te usaram de laranja, que você se deixou usar, que usaram as tuas empresas, talvez por conivência, por ignorância? Eu acho, sinceramente, muito difícil isso ter acontecido, mas vou te dar o benefício da dúvida. Quem são esses grandalhões e para quem você enviou R$300 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. Primeiro, boa tarde. Com todo respeito à senhora, a senhora iniciou falando de Bolsonaro, de Lula... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Eu nem toquei no nome de Bolsonaro. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... de lado, perdão, de... etc., eu não sei. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Eu te fiz uma pergunta dos R$300 milhões. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. Deputada, já encerramos o tempo. Deixe ele responder, por favor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A senhora começou... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Eu fui interrompida duas vezes... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - ... um por aqui e outro por ali. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu só estava falando... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC. Fora do microfone.) - Presidente, tem como você dar um minuto... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Desculpa. O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC. Fora do microfone.) - ... para ela, porque eu interrompi aqui... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP. Fora do microfone.) - Não, não precisa me dar um minuto, já... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Está bem. Já ultrapassamos, ele vai responder. Por favor, Sr. Cícero. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, na verdade, assim, eu não tenho... (Intervenção fora do microfone.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu entendi a senhora... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP. Fora do microfone.) - Pode falar, Sr. Cícero. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... o seu desafeto aí com a parte política... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Eu tenho desafeto com política... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, vamos voltar. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - ... mas eu te fiz uma pergunta, e a minha pergunta é: cadê os R$300 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - E eu vou terminar ela. A senhora tem o seu desafeto com política e época, quem pegou, quem não fez e descobriu. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Não precisa defender o PT aqui, meu querido. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não estou... Eu vou voltar novamente. Eu não estou defendendo ninguém, porque eu não trabalhava, nunca prestei serviço para político, né? Em nada, nunca. E os 300 milhões, reporto aqui para a senhora de novo que foram, nesses oito anos, sendo pedidos para fazer pagamentos, etc. Para quem eram os pagamentos? Igual pediram as planilhas. Vai estar tudo nas planilhas e vocês vão saber quem é. Porque eu não perguntava para quem o que estava fazendo, o que era. Em questão de grandalhões, eu não trabalho grandalhões de onde... Eu prestava serviço para o Carlos Lopes na Conafer. Então, tudo que eu estou passando, desde o início, desde as 9h da manhã que estou aqui, é a mesma verdade que fui passando até agora. Então, assim, eu não tenho grandalhões, não sei quem são grandalhões. Eu sei que me pediam para fazer um serviço, eu prestava esse serviço e finalizava. Desculpa falar a parte política. Eu quis dizer, porque, no começo, a senhora começou com esse texto, né, que eu fico meio perdido. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Deputado Luiz Lima. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO. Fora do microfone.) - Senador... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO. Pela ordem.) - Senador, é importante. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO. Pela ordem.) - Eu quero... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pela ordem, Excelência? O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ...aqui pedir a todos - pela ordem -, pedir a todos que cantem o Parabéns ao Senador Magno Malta. Parabéns... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, senhores - não. Por favor, senhores... Por gentileza. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Excelência! O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Nossos parabéns, felicidades, mas, por gentileza, Excelência... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Excelência... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por favor, Coronel. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Isso engrandece o ser humano. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Meus... Nós... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Isso é uma coisa tão importante... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Coronel, nós temos mais três horas e meia de trabalho... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Sim, senhor. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... pela frente. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Fora do microfone.) - No intervalo vamos cantar. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - É, no intervalo cantaremos, alguém pode providenciar um bolo... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Excelência... Então, no intervalo, Excelência, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... mas agora não. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - No intervalo, vamos cantar... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Vamos. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... os Parabéns ao Senador. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Luiz Lima, por gentileza, dez minutos. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Eu tenho um tempo extra aqui para voltar no clima ou não? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, dez minutos. Senhores, por favor! Dez minutos - dez minutos. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente Carlos Viana. Obrigado, Cícero, advogado Carlos. Cícero, muito obrigado pelo seu depoimento, tá? Diferentemente do Sr. Carlos Roberto, que representa a Conafer, que recebeu R$800 milhões de reais nos últimos anos, o Presidente Carlos Roberto, que esteve aqui, o amigo de casa que está nos acompanhando viu, foi um senhor com as mãos pretas aqui que fez um ritual que, segundo alguns Deputados e Senadores aqui, era para ir contra os inimigos, então, nos tratando aqui como possíveis inimigos, e o senhor nos tratou aqui como Deputados e Senadores que vão fazer perguntas para o senhor. |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Obrigado. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Cícero, quantos anos o senhor tem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tenho 38 anos. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Trinta e oito anos. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Cícero, a gente recebeu aqui o Fernando Cavalcanti. O senhor é o 16º convidado. O Fernando Cavalcanti foi sócio do advogado José Wilians... Nelson Wilians, que é um advogado muito famoso, e ele também tem uma coincidência, uma similaridade com o senhor, o Fernando Cavalcanti era vendedor de vinhos do Pão de Açúcar e, em poucos anos, ele... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por favor, silêncio! O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - ... foi responsável por milhões de reais, assim como o senhor, que era vendedor de terno em Presidente Prudente, sempre trabalhou com vendas, e, de uma hora para outra, através das suas empresas recebeu R$300 milhões. A sua relação com o Sr. Carlos Roberto transcende a relação profissional? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Acabamos tendo vínculo por esse tempo de prestação de serviço, de ter uma amizade, não de se frequentar sempre. Foi como eu expliquei anteriormente, viu um pouquinho do meu potencial, eu mostrei algumas coisas que eu podia fazer e fui abrir empresa para prestar o serviço. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Quando o senhor tem uma procuração para cuidar da fazenda de Lagoa Alta, quando o senhor tem aí, segundo o próprio senhor, que disse que fazia movimentações bancárias no celular do Sr. Carlos Roberto, quando o senhor abre empresas, e o senhor tem aqui inúmeras empresas de que o senhor é sócio: do Banco Terra Bank, do Marcelino de Souza Santos Serviço de Locações, o senhor é sócio do Nobre Serviço de Eventos, sócio da CSS Locação de Veículos, sócio da CSS Consultoria e Gestão, sócio também do TB Holding Financeira Limitada. A sua esposa é sócia da Agropecuária Pikiskeni e a sua esposa é sócia da Cooptec. Essa relação aqui que a gente observa no gráfico montado pela assessoria do Partido Novo - e eu tenho o maior orgulho, os quatro integrantes do Partido Novo aqui votaram pela convocação do Sr. Frei Chico hoje -, essa relação é uma relação familiar, por isso é que eu perguntei qual a sua relação, porque ninguém entrega de mão beijada um presente desse tipo em que o recurso não sai dessa órbita. Isso é muito parecido com o Sindnapi, só que no Sindnapi você tem uma relação na qual o Frei Chico é Vice-Presidente e em que a filha do fundador, que tem 25 anos, nesse outro sindicato, opera da mesma maneira como o senhor opera aqui. Então, eu vou fazer uma pergunta para o senhor. Quando o senhor suspeitou que esses recursos eram irregulares em relação ao recebimento de descontos não autorizados por 97% dos 659 mil filiados da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Meu caro, quando 1h, 5h30 da manhã, a polícia veio na minha casa e depois eu vi isso nos jornais, porque, igual eu expliquei anteriormente, eu não sabia oriundo o dinheiro da Conafer, por minha prestação de serviço, e, assim, igual eu passei agora há pouco ao Presidente, a Conafer faz muitos atendimentos. Não sei se é relacionado com o INSS ou não é, porque eu não trabalho com o INSS; porém, tem lá 8,3 milhões de famílias, então, se for pago R$40, cada família - não sei como é -, então, a Conafer tem o seu dinheiro, mas em nenhum momento de desconfiança que era algo que estava tirando de pessoas de que não podia ser tirado. Sei que a Conafer atendia pensionistas, aposentados, na área rural, sim, mas eu não cheguei a desconfiar do que acontecia. |
| R | O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Cícero, quando você vê um gráfico aqui apresentado e o Sr. Carlos Roberto, que veio com as mãos pretas aqui e tratou a gente muito mal, por sinal, muito mal, entre os 16 foi o que pior tratou a gente, olhar pesado, rancor: 8 milhões de pessoas para 40 veículos de atendimento. Só de aposentados, extraviados, são 659 mil pessoas, é a população de Joinville. O senhor tem cem jogos de mesa, nove palcos. Olha, é uma historinha para boi dormir. Eu espero que o senhor tenha sido pego não apenas pela vaidade, que todos nós temos, mas pela temeridade. E o senhor também, como é que o senhor passou tanto tempo sem perceber? Como é que você tem 659 mil aposentados e esses atendimentos que vocês prestavam, se comparado com o Município de Joinville, em Santa Catarina, que tem 14 mil funcionários na prefeitura, como é que os senhores tinham serviços realizados para um montante de pessoas? E vou só tratar dos aposentados, não vou chegar nem aos 8 milhões, porque isso para mim é uma fake news tamanha que acho que só ele acredita nisso, o Presidente da Conafer. Então, a gente teve aqui, a partir de 2023... No ano de 2022, eram 92 milhões arrecadados pela Conafer. Em 2023, passou para 202 milhões; em 2024, para 273 milhões. E o senhor não notou que esse recurso... Porque esse negócio só tem como dar certo se tiver roubo, não tem outra saída. E como é que o senhor deixa passar pelas suas mãos, pelas suas empresas, 300 milhões? Uma empresa hoje, para ser justificada, você vai ter um lucro, no mínimo, de 10%, de todo o trabalho que você vai ter. Como é que você passa 300 milhões e tem uma remuneração mensal de R$20 mil por cada empresa que o senhor administra? Por que o senhor se sujeitou a isso? O senhor é inteligente. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Meu caro, igual o senhor falou, eu nunca atendi aposentado, 659 mil - entendi a pergunta do senhor -, eu nunca atendi o INSS ou algo do tipo, eu atendi a Conafer. É um número, é um valor alto, sim, mas eu nunca cheguei à parte de desconfiança do que vinha e nem era da minha alçada perguntar de onde vinha. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Cícero... Cícero, eu vou novamente aqui citar Copacabana, porque sou professor de Educação Física, dou aula de natação segunda e sábado. Imagina se, de repente, eu recebo, no final do mês, R$500 mil na minha conta: "Ah, não, eu tenho aluno de natação". É muita ingenuidade. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, mas foi o que eu expliquei para os senhores. Surgiu a necessidade de abrir empresa e fomos prestando os serviços. Vinha o que vinha para pagar, enfim, entendeu? Foi assim que começou esse montante. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Mas eu agradeço muito o seu depoimento... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, doutor. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - ... e eu acompanho o raciocínio do Relator de, de maneira nenhuma, pedir a sua prisão. Eu acho que a sua colaboração aqui é fundamental. Foi o melhor depoimento até agora. E vou terminar com algumas perguntas aqui que julgo muito importantes. O senhor é sócio do Terra Bank. O Terra Bank teve uma notícia, aqui no jornal Metrópoles, de 23/6/2025: "[...] ex-diretor esteve em lançamento de banco ligado a operador". Quem convidou André Fidelis para o lançamento do Terra Bank? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Meu caro, sim, isso aí é uma resposta que eu tenho para o senhor aqui. Eu é que fazia o evento, organizava e tal. Convidados não eram da minha parte, mas eu tinha que tirar foto com todo mundo, reunir as pessoas, atender os clientes. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - A foto está aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, sim. Pode ver até que não estou do lado ou não. Então, das pessoas, eu não conhecia quem eram as pessoas. Eu sei que, quando tinha eventos da Conafer... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Sim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... iam pessoas, iam Parlamentares, etc., mas assim, não de eu saber quem é, quem estava, quem foi. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Cícero, e o Virgílio Ribeiro Filho, Procurado chefe do INSS na gestão de Alessandro Stefanutto, também esteve presente, Alessandro Stefanutto esteve presente? Alessandro Stefanutto esteve presente? O senhor se recorda? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu vim conhecer agora, depois da foto e tal, mas não me recordo. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - O senhor não se recorda da presença do Alessandro Stefanutto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, porque, quando falo, eu me lembro da imagem de ontem ou de depois de notícias que vêm saindo, mas não me recordo. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Cícero, e por que os repasses da Conafer, para as suas empresas, ocorriam no mesmo dia de depósito do INSS? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, então, como eu não trabalho com o INSS... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - No mesmo dia! O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... devia ser isso que acontecia, né? É, porque era em todo o quinto ou sexto dia útil que vinham as planilhas para eu fazer o pagamento. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - E o senhor nunca suspeitou? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, porque de onde era oriundo o dinheiro eu não sabia. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Certo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu até achava que vinha, sei lá, o dinheiro do Governo e tal, então vinha na... (Soa a campainha.) O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... data útil e vinha para mim as planilhas para serem pagas. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Em relação à procuração que o senhor recebeu da esposa, a Bruna, que por sua vez tem uma procuração para Cícero Marcelino de Souza Santos - a Bruna, esposa do Carlos Roberto -, o senhor tem noção dessa procuração? Para que ele lhe deu essa procuração? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho noção. De oito anos que a gente vem prestando serviço, você acaba conhecendo e tal. Algum favor ela deve ter pedido para eu fazer ou algo relacionado. Eu sei que tinha financiamento: "Você não consegue..." - como eu faço a parte de assessoria - "... entrar em contato, passar a procuração, ver isso, pagar?". Creio que é algo do tipo, mas estou disposto, igual falei para o Presidente, a puxar, ver essa declaração e eu prestar aqui as respostas para o senhor. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Cícero, muito obrigado pela sua colaboração. E fica muito claro aqui para mim, para outros Deputados, que o senhor é uma peça importantíssima no xadrez, mas que claramente o senhor se deixou ser usado por essas pessoas. Infelizmente, o senhor tem uma parcela de culpa, sim, porque a gente está tratando de milhões de aposentados... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - ... que foram surrupiados com R$20 a R$40, e de pessoas que recebem um salário mínimo a dois salários mínimos. Obrigado, Cícero. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu é que agradeço. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Deputado Coronel Chrisóstomo. Alô, Rondônia! O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO. Para interpelar.) - Sr. Presidente, fico feliz de o senhor iniciar a fala por Rondônia: Olá, Rondônia! Olá, Belo Horizonte! Presidente, é tão bom a gente falar do nosso estado, das nossas cidades. Parabéns para o senhor, parabéns aos mineiros... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Excelência. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... que têm aqui um Presidente conduzindo muito bem, com sucesso, esta Comissão de Inquérito, CPMI. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Parabéns, Excelência! O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado, Excelência. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Sr. Cícero... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Boa tarde, meu caro. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Eu gostaria aqui de falar para o Sr. Cícero e para todos os Srs. Parlamentares aqui e à mesa que aquele Chrisostomo, que apareceu ali na fala, nada tem a ver comigo nem ninguém da minha família - nada! Simplesmente nada, Presidente. Então, eu gostaria de falar, porque o povo ouve lá e a gente não sabe, né? Então, nada tem a ver o tal do Chrisostomo, que apareceu ali na relação do Sr. Cícero, com o Coronel Chrisóstomo - nada! Sr. Cícero... Antes ainda de tratar com o Sr. Cícero, eu gostaria de ler aqui o que o Metrópoles publicou em 1/10/2025: "Vice da Conafer fraudou cadastro de agricultores para ganhar licitação de R$526 mil". |
| R | Os senhores prestaram atenção no que eu falei? Vice, igual ao nosso conhecido Frei Chico. É vice também! E aqui disseram que, por ele ser vice, nada teria a ver, porque era uma pessoa - um santo - que estava colocado lá para dar uma força certamente para o sindicato dele. Qualquer vice, senhores, pode, sim, estar no rolo. Por que não? Por isso deveria vir aqui, deveria ser investigado aqui neste plenário. Agora vamos tratar de nós. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Por favor. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Sr. Cícero, eu vejo e ouvi aqui muitas falas e perguntas ao senhor, e o senhor respondeu praticamente tudo. Parabéns! O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Obrigado, doutor. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Porque os outros aqui viraram um poste. Mas tem um detalhe, e eu vou lhe apresentar: uma papelaria que recebe, num tempo curtíssimo, R$60 milhões não tem explicação nenhuma. Isso cheira a rolo. Não tem explicação. Uma papelaria, Cabo Gilberto, que gere R$60 milhões? Tem papelaria que fica dez anos e nunca vai ver R$60 milhões. A do senhor viu, em pouco tempo, 60 milhões. Há indício de roubo. Vamos lá. Você planejou com Carlos Lopes respostas coordenadas para o depoimento na CPMI? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Não; não tenho nem o contato. O meu único contato é o meu advogado, que é da minha cidade. Não tenho nenhum contato com Carlos Lopes e nem equipe. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Nada? Tem outra pergunta aqui. Nobre Serviços de Eventos recebeu mais de 27 milhões. Tem rolo! Tem rolo! Não tem condições de uma empresa de serviços de eventos, em pouco tempo, gerir mais de 27 milhões. Não tem condições, dentro de um processo legal, de consultoria e assessoria justificarem o recebimento, num tempo curto, de mais de 107 milhões, senhor! Onde existe isso no país? Em que lugar do Brasil? Não existe. Isso tem cheiro de roubo, de assalto aos nossos aposentados e pensionistas. Eu não estou dizendo que é o senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Entendo. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... mas que, dentro desse rolo, existe, existe. Tem mais coisa aqui. |
| R | Sr. Cícero, chegou a sua hora de falar. Não deixe de entregar os patrões desse roubo, meu caro, os patrões do roubo dos aposentados e pensionistas. O senhor tem essa oportunidade; senão, se o senhor ficar segurando as verdades, sabe o que vai acontecer? Vai sobrar isso para o senhor, e eles vão sumir porque são os mais poderosos, porque há indício - há indício - de que o senhor seja apenas uma peça que o Brasil chama de laranja. Não perca essa oportunidade. Esses Parlamentares que estão aqui gostariam... E nós gostaríamos de saber a verdade, as verdades, porque não dá para nós estarmos assistindo aos doentes morrendo por falta de remédio. E o senhor tem essa oportunidade aqui agora, o senhor está livre para falar. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá o.k. Obrigado. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Tem mais. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Então, não é para responder. O.k. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Tire a sua família desse rolo, rapaz! Como é que o senhor coloca a sua esposa? Pelo amor de Deus! Não é só o senhor, não, essa prática é igual aos outros. Não há sindicato aqui, pelo menos não passou, em que não está a esposa, não está a filha, não está o primo, o tio... Que horror, rapaz! Todos vocês envolvem a família de vocês. No final, vai ter família inteira presa. Não façam isso. Peça para a sua esposa sair logo, rapaz. Não é cabível isto, colocar família dentro de um esquema horroroso desse, de roubo dos aposentados, dos doentes, dos deficientes físicos, rapaz, das pessoas mais vulneráveis. É inaceitável. Nós ficamos indignados aqui. Até a esquerda fica indignada, embora ela fale, fale muito aqui, mas nós gostaríamos... E é por isto que nós estamos aqui: queremos as verdades. Mas é a sua oportunidade, senhor. O senhor tem verdades para contar agora? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu agradeço ao senhor, a sua preocupação com família, etc., concordo com o senhor plenamente, mas nada diferente do que eu já passei, do que eu já passei para o... A resposta é a mesma. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Infelizmente, as suas respostas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - A gente agradece porque pelo menos o senhor fala, pelo menos o senhor responde, mas mais de 300 milhões passaram pela sua vista, para algum lugar foi... (Soa a campainha.) O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... e voltou, novamente, para você. É a sua grande oportunidade, Sr. Cícero. O senhor está num emaranhado que o senhor tem a oportunidade de delatar. Delate! Não segure. Tem vários Parlamentares... Quando o senhor falou em emenda parlamentar, quem trata são Parlamentares. Fale o nome deles, divulgue para o Brasil, divulgue empresários, divulgue as autoridades que estão fazendo esse rolo; senão, isso vai ficar só na sua mão, meu amigo. Aproveite a oportunidade, entregue o nome dessas pessoas que estão roubando os nossos mais velhos, rapaz. |
| R | São os vovôs, são as vovós que estão sendo arrasados, porque as pessoas estão doentes por esse roubo. Faça isso, entregue todos os ladrões dos aposentados e pensionistas. Obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O senhor quer comentar? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim, sim. Eu agradeço. E é bastante conveniente a pergunta do senhor. Eu nunca tive, de verdade, contato com grandes ou etc. O meu contrato era diretamente com a Conafer. Então de que forma chegava esse dinheiro a mim? Nunca teve acesso a mim. Igual o senhor falou, o Metrópoles passou... O que falam lá são meramente palavras, porque eu nunca fui assessor ou Presidente ou Vice, nada da Conafer. Então, na verdade, as minhas empresas prestavam serviço para elas. De onde era oriundo? Eu poderia inventar algo para poder me safar, mas eu não tenho o que falar para o senhor, porque do formato que vinha, valores etc, vinham planilhas para pagamento, vários milhões, entendo, é um número absurdo, só que esses valores não ficavam para mim. Conforme a gente vai trazer... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO. Fora do microfone.) - Para quem então? Para quem ia, meu Deus? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Excelência. Vamos dar sequência. Com a palavra o Deputado Rogério Correia. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG. Para interpelar.) - Sr. Cícero Marcelino... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Fala, meu caro. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... o senhor fez confissões aqui graves, viu? Confissões graves. O senhor confessou um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro. Eu fiquei aqui impressionado de ver. Na CPMI da tentativa de golpe, a Senadora Eliziane Gama fez aqui uma dosimetria, na época, em relação ao Jair Bolsonaro, e ela acertou meio na mosca. Ela falou, "vai ser em torno de 35 anos". Com o abatimento da idade dele, ele acabou pegando agora 26 anos de cadeia, Jair Bolsonaro. Eu estou fazendo aqui uma dosimetria também, com a ajuda de advogados, porque eu não sou, mas a confissão do senhor de participar desse esquema de lavagem de dinheiro dá, por baixo, o seguinte: organização criminosa, art. 1º, caput e §4º da Lei 12.850, de 2013; isso dá reclusão de três a oito anos; pode ter aumento se for servidor público. Lavagem de dinheiro. Está óbvio que houve lavagem de dinheiro nesse processo, porque o senhor disponibilizava suas empresas para fazer essa lavagem de dinheiro; isso, art. 1º, caput e §4º da Lei 9.613, dá reclusão de três a dez anos, podendo aumentar de um sexto a dois terços, em razão da prática reiterada de atos de lavagem por meio de organização criminosa, que é o caso. Aumento de um sexto a dois terços pela continuidade delitiva, art. 71 do Código Penal. Penas mínimas, portanto, seriam sete anos e quatro meses, podendo chegar a 36 anos e oito meses de reclusão, mais multa. O cálculo aqui, nós estamos considerando também as causas do aumento da pena e o crime continuado. E evitamos aplicar aqui o concurso material, em que cada estelionato eletrônico contra o idoso seria considerado individualmente centenas de milhares de vezes; sem considerar isso. Então, o senhor arrisca aqui pegar de sete a 36 anos de cadeia pelos crimes que o senhor está confessando aqui. Pois bem, eu pergunto para o senhor, primeira questão: não seria melhor o senhor fazer uma delação premiada, nos entregar a planilha e dizer realmente para quem foi esse recurso? Ou o senhor não sabe mesmo para quem foi esse recurso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Boa tarde. Obrigado pela pergunta do senhor. Primeiramente, eu não confessei lavagem, o senhor que está falando isso. |
| R | Eu não confessei em nenhum momento, né? E eu não fiz nada contra idoso, tá? Reforçando: já anteriormente, já foi pedido as planilhas para repassar e pegar a veracidade do caso, e o meu advogado vai retornar para o senhor e passar qualquer dúvida que o senhor tenha, para que seja tudo resolvido. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Pois não, mas isso aqui o senhor vai ter que explicar muito bem na justiça, viu? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sem problema. Eu vim aqui para isso mesmo. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Que não teve lavagem, etc. Vai ficar muito claro isso, porque depois eu vou mostrar para o senhor de onde vem esse dinheiro, e não é possível que o senhor não tinha curiosidade de saber, de milhões, de onde vinha esse recurso da Conafer. Mas vamos lá. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É porque eram vários pagamentos... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - As planilhas, o senhor vai nos entregar... Mas me diz o seguinte: hoje o senhor está recebendo dinheiro ainda da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhum centavo. Minhas contas foram canceladas. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Acabou a mamata, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não falo mamata, porque eu trabalhava, mas entendo a opinião do senhor. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - A mamata da Conafer. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá, da Conafer. Eu pensei que era de mim. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Eu pergunto ao senhor ainda: o senhor recebia também recursos, lá na sua empresa, de emendas parlamentares? Chegou a receber? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não. Só prestava serviço para as empresas mesmo. Nunca recebi emenda parlamentar. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Nunca recebeu? O senhor não conhece nenhum Parlamentar que tenha feito emenda parlamentar para a Conafer e que isso foi parar com o senhor? Nenhum? Nada? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Desconheço. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Desconhece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Desconheço. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - É porque existem emendas. Eu não estou dizendo que Parlamentar que fez a emenda para a Conafer o tenha feito de má-fé. Bem, porque alguém chega, vende um peixe de alguma coisa, e alguém pode dar emenda. Agora, emendas de R$2,5 milhões, como Euclydes Pettersen colocou, eu acho muito estranho. O senhor já ouviu falar no Euclydes Pettersen? Já esteve com ele na Conafer? Deputado Euclydes Pettersen, de Minas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Nunca estive e, assim, emenda parlamentar, acho que minhas empresas nem podem receber, né? Eu nunca recebi emenda parlamentar. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Da Conafer, eles não explicavam de onde vinha. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, não. Eles mandam para ali o que você tem que fazer e pagar... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - O Sr. Eros Biondini também fez uma emenda de R$5 milhões. O senhor já teve contato com ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nem sei quem é, Doutor. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Eu estou falando de dois Deputados mineiros. Repito: não estou denunciando nada deles, mas acho estranho essas emendas. R$2,5 milhões e R$5 milhões são emendas grandes, né? Pelo menos para Deputado. O Senador tem um volume maior de emenda, mas, mesmo assim, seria uma emenda grande. Mas essas planilhas o senhor poderia ter trazido para a gente hoje, porque o senhor não trouxe? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. Vou repetir para o senhor novamente: a convocação minha foi há menos de sete dias. Tudo bem, dava para correr atrás. Eu não sabia o que ia ser perguntado ou não, então, vim com a minha verdade para passar. E, após isso... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Tá bom. Mais uma pergunta... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Deixe eu só terminar um negocinho para o senhor, rapidinho. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - É só porque o tempo da gente corre. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu só vou explicar aqui porque eu também não tinha as planilhas: contas bloqueadas, contas encerradas. Só pelo método jurídico a gente vai conseguir puxar os extratos. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Tá bom. José Carlos Oliveira, o senhor conhece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. É aquele de quem o senhor falou aqui do...? O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Foi Ministro, foi Presidente do INSS. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, foi acho que do relacionamento da figurinhas lá. Não, não o conheço. Fui levar um presente para ele, igual eu relatei... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - O senhor que levou um presente para ele, um cocar? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O quadro. O cocar no quadro, é. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Isso. O senhor que levou para ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Foi, mas não diretamente para ele. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Não o conhece de mais nada? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Pois bem. E o Zé Laudenor, sócio dele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Será que esse é o da questão das figurinhas, de que eu falei anteriormente? Eu não conheço por nome a pessoa, quem é, não. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Pode ser. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Porque eu comprei os álbuns de figurinhas da pessoa que recebeu o presente comigo lá. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - É esse mesmo. É esse. O senhor comprou um álbum... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tenho os álbuns também, tenho tudo. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Pois bem. Coloque para mim aí um quadro, que eu queria explicar um pouco também para o nosso telespectador que está assistindo, para ver o que era essa Conafer. Acho que eu consigo, nesses quatro minutos, colocar isso bem. Olha o caso da Conafer, pessoal. A ACT dela foi 2017; conseguiu. Começou mesmo a recolher dinheiro mais ou menos em 2018, 2019. Na época, era em torno de R$50 mil, quando ela começou; depois, ela pulou para milhões. Eu perdi aqui o cálculo: R$57 milhões. Em 2020, ela já estava com R$57 milhões, e pulou depois para R$202 milhões. |
| R | Ela chegou, ao todo, o total de descontos dela, R$809 milhões. Isso são muitos filiados aposentados. Não é crível que isso possa ter acontecido. Tantos filiados. Chegavam a 300 filiados por dia na época da pandemia, Presidente. Olha só, R$57 milhões na época da pandemia! O pessoal em casa, a Conafer arrumando filiados e pegando R$57 milhões para prestar que tipo de serviço? Para lavar dinheiro nas empresas que ela contratava, inclusive do Sr. Marcelino, se é que não tem outras. O problema disso tudo é que existiram denúncias graves contra a Conafer durante todo esse período e não quiseram levar a cabo as investigações. Olha ali, 2020. Denúncia de servidores da Dataprev e INSS. Eles suspenderam por causa da denúncia e, no mesmo ano, três meses depois, voltou a ACT da Conafer a dar dinheiro para ela. Nesse período até lá, até o final, foram milhões gastos ali que poderiam ter sido evitados, muitos milhões, em torno de pelo menos R$340, R$350 milhões. Depois, veio a denúncia do Sr. Deitos. Esse Deitos também prestava serviço para a Conafer, tomou o cano e fez a denúncia. Foi na Polícia Civil e fez a denúncia! O Sr. Presidente da Conafer, que esteve aqui, depôs na Polícia Civil também com essa denúncia do Deitos, chegou a depor. E, em 2022, ainda fizeram a renovação da Conafer depois disso tudo. Por que ninguém investigou? Olha, tinha denúncia concreta e saiu na imprensa e tudo. Só começou a ser visto 2023, 2024 e, agora, em 2025, paralisou. Continuou roubo nesse período? Sim, porque estava lá uma organização criminosa. Mas olha... E é importante colocar ali que as investigações iniciaram, as prisões estão sendo feitas. Proibição de descontos, o Presidente Lula determinou imediatamente, e devolução dos valores. Já estão devolvendo R$1,8 bilhão e ninguém mais está sendo descontado, o roubo acabou! A Conafer não tem outras entidades com condições disso. Por isso é que os bolsonaristas estão em polvorosa... (Soa a campainha.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... querendo falar de figuras que nada têm a ver com isso para tentar imputar politicamente a responsabilidade em quem não quis fazer nenhum tipo de investigação com denúncias concretas de servidores, de empresários, a Polícia Civil abrindo processo e a Polícia Federal, e nada fizeram. Tinha ministro, que, aliás, ministro que faz parte da CPMI, dois, que eram ministros àquela época e nada quiseram fazer em relação a isso. Então, eu tenho que parabenizar o Governo do Presidente Lula, sim. Por isso eles querem e hoje estão aí apavorados porque a CPMI, para os bolsonaristas, praticamente acabou. Eles não têm condições de imputar o Governo Presidente Lula, que é quem está fazendo a limpeza dessa roubalheira que vai ser feita. Eu, se fosse o senhor, faria uma delação premiada porque, por trás do que eles lhe recomendaram, está cheio de pessoas mal-intencionadas, José Carlos Oliveira, muitos ministros que estavam aí e outros. Faz uma delação premiada que é melhor para o senhor do que pegar essa cana toda, às vezes com uma responsabilidade menor do que o senhor tinha. Muito obrigado. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Obrigado ao senhor. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senador Jorge Seif. O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC. Para interpelar.) - Estou aqui, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC) - No microfone não está saindo áudio, me parece. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Está com áudio. O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC) - Está saindo áudio? (Pausa.) Está? (Pausa.) Não estou ouvindo. Pode colocar, por gentileza, a minha apresentação? (Pausa.) Sr. Presidente, eu vou, hoje a minha... Eu tenho... Quero falar em dois momentos. O primeiro é manifestar aqui o meu protesto, a minha indignação com o Partido dos Trabalhadores, que processou cinco membros desta CPMI, mas processou por falarmos a verdade; a verdade dói e a verdade incomoda. |
| R | Pode passar a primeira lâmina, por gentileza? Quando eu chamo o Partido dos Trabalhadores de uma grande quadrilha de ladrões, eles não gostam porque a verdade dói, mas aqui nós vamos fazer algumas lembranças dos membros desse partido que, para a própria Justiça, virou uma facção criminosa: Luiz Inácio Lula Silva, 29 anos, condenações anuladas pelo Supremo; José Dirceu, penas extintas anuladas, indulto; Antonio Palocci, 30 anos de cadeia, condenações anuladas pelo Supremo; Delúbio Soares; José Genoino; João Paulo Cunha; Henrique Pizzolato; João Vaccari Neto; André Vargas Hilário; Fernando Haddad; Lindbergh Farias; José Orsini; Vander Loubet ; Paulo Ferreira; Waldomiro Diniz. E eu nem estou colocando aqui outros nomes, porque daria direito de resposta. Pode passar para a outra lâmina. Aqui, Sr. Presidente, os esquemas de corrupção que o PT, no Governo Lula e Dilma, cometeu contra o Brasil: mensalão, 200 milhões; petrolão, 42,8 bilhões; operação sanguessuga, 110 milhões; bingos, sem cifra consolidada; fundos de pensão, 8 bilhões; zelotes, fraudes bilionárias também sem cifra consolidada; Porto Seguro, sem valor consolidado; cartões corporativos, 171 mil; Erenice Guerra, 5 milhões em tráfico de influência; Dnit, 32 milhões; pedaladas fiscais, 95 bilhões. Esse é o Partido dos Trabalhadores que querem se vender para a população brasileira como um partido de santinhos, anjos e salvadores dos velhinhos do INSS. Pode pular, por gentileza, para a próxima apresentação. Aqui, vocês vão ver que quando o Presidente Geraldo Alckmin, o Vice-Presidente, em 2018, falou que eles voltariam para a cena do crime, ele não mentiu. E parabéns a Geraldo Alckmin, uma pena que ele se associou à quadrilha, à facção do Partido dos Trabalhadores. Olhem aqui, hoje, saiu na CNN hoje: "Estatais acumulam perdas de quase R$9 bilhões, diz Banco Central". (Soa a campainha.) O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC) - "Governo Lula busca empréstimo de R$20 bilhões, de socorro aos Correios [...]", quebraram os Correios de novo e estão quebrando as estatais de novo. Esse filme nós já vimos. Pode pular. Sr. Presidente, e mais, quando não são desonestos, são incompetentes, quando não acumulam as duas funções. Recorde de impostos, gasto público e Selic: "Bolsa perde 14 empresas em um ano". O gasto com seguro-defeso, que eu deixei com 700 mil pescadores, está com 2 milhões de pescadores. Eu fui Ministro do Presidente Bolsonaro e limpamos o seguro-defeso, que voltou a ser motivo de escândalo e página policial: "Gasto com seguro-defeso cresce 57% em 2025 e acende alerta do governo". Com o IOF maior, você, cidadão que usa cartão de crédito, está pagando IOF dobrado: "[...] arrecadação federal soma mais R$254 bilhões [...] valor bate recorde", mais imposto para você, cidadão brasileiro. Pode pular. |
| R | CPMI do INSS: Lula pede... Aí, agora nós vamos falar desta CPMI, povo brasileiro. Lula pede... Eles falam que descobriram tudo. Nós sabemos que foi o Eli Cohen e que foi o Metrópoles. Eles hoje estão tentando se vingar do Eli Cohen pela coragem que ele teve, mas vamos lá: Lula pede ao STF para não agir no INSS! Está aqui a matéria jornalística da Isadora Peron: "Lula pede ao STF para suspender processos judiciais [...]". Pode pular. A AGU indicia apenas 12 das 38 associações. A AGU (Advocacia-Geral da União), que agora indicou este senhor aqui para Ministro do Supremo Tribunal Federal... Trinta e oito associações indicadas pela Controladoria-Geral da União! A Controladoria do Governo Federal falou: "Olha, essas 38 associações roubaram dos velhinhos!". O AGU, protegendo as associações que são metidas com esse desgoverno, só indiciou para a Polícia Federal 12 para serem investigadas. Você que está aí nos assistindo em todo o Brasil, você não é bobo e não é palhaço e não é burro como eles acham que o povo brasileiro é! E nós enxergamos claramente a blindagem nesta CPMI, em que eles conseguiram maioria. Pode pular. PT trabalha para não ter CPMI. Veja, a narrativa é: "Foi no Governo Bolsonaro! Bolsonaro é o culpado"; "Bolsonaro é o culpado!". Se Bolsonaro era o culpado, quem seriam os maiores interessados em instalar uma CPMI? Seria o Partido dos Trabalhadores! O único membro que assinou a CPMI - preciso dar crédito - foi o Senador Fabiano Contarato, do Espírito Santo. O resto trabalhou contra, com medo do que a gente vai descobrir aqui - e estamos descobrindo, mesmo com as blindagens! Pode pular. Continua: PT trabalha para não ter CPMI. "PT no Senado decide não assinar CPMI do INSS até nova ordem do Governo". Pode pular. Governistas barram convocações. Aqui, mais um DNA do crime do PT e da esquerda, blindando aqueles que roubaram vocês aposentados e pensionistas: "Base governista impede convocação de investigados na CPMI do INSS". Ora, não foi Bolsonaro que roubou? Por que é que estão com medo dos depoentes aqui? Pode pular. Na CPMI, Controladoria-Geral da União diz ter avisado Governo e INSS, mesmo com DPU. A Defensoria Pública da União avisou! "DPU já atuava contra descontos ilegais no INSS antes da operação da PF [...]". Eles sabiam de tudo e não fizeram nada! A... Vai, pode pular. Aqui eu mostrei, três CPMIs atrás, três reuniões atrás, o plano de auditoria da CGU, no tempo do Bolsonaro, do Wagner Rosário - aqui, olha -, desenhado em 22 para ser executado em 23: "Consignações realizadas [...] [em] folha de pagamento [...]". O novo CGU viu, estava com o relatório e não fez nada! Pode pular. E aqui, por último, as blindagens dos santinhos. Olha: Gustavo Marques, assessor do Weverton; Silas Bezerra, pagou passagens para a Contag; Edson Claro; Eli Cohen; Daniella Miranda; Frei Chico, irmão de Luiz Inácio Lula da Silva! Pode pular. Por fim, "INSS: [olha esse absurdo, povo brasileiro! A] AGU [do Jorge Messias, que foi indicado hoje pelo Lula para Ministro de Supremo Tribunal Federal] defende no [...] [Supremo a] manutenção [...] [dos] descontos associativos"! Isso é mais do que uma prova! |
| R | A AGU fala: "Não, podem continuar os descontos, essas associações são idôneas". Aqui mostra a conivência e conveniência deles com essa roubalheira de mais de R$6 bilhões no Brasil. Pula! Por fim, "CGU diz que Sindnapi omitiu a presença de irmão de Lula[...]". A CGU não impediu Frei Chico de assumir essa associação. Frei Chico, irmão de Luiz Inácio Lula da Silva. Pode pular. E hoje, notícia fresca: "CPMI do INSS: base governista blinda irmão de Lula". Ora bolas, o cara é Vice-Presidente - pode pular -, o cara é Vice-Presidente do Sindnapi. O codinome dele, lá atrás, na Operação Lava Jato, é Metralha. Só que vocês têm que lembrar que... irmãos Metralha - irmãos. Por isso que o Presidente da República é um Metralha e ele é outro. Está aqui: "Associados: 420 mil..." (Soa a campainha.) O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC) - "...arrecadação: R$457 milhões em 2024 [na gestão Lula]; descontos não autorizados [...] [quase 80% dos velhinhos nem sabiam o que estavam pagando]; terceira entidade que mais recebeu no esquema, R$600 milhões". Vice-Presidente - Vice-Presidente -, irmão de Lula, porque a CGU deixou ele fazer parte. E, por fim - parabéns, André Mendonça! -, "STF determinou bloqueio de R$389 milhões", determinou ontem. Presidente, eu não sei como é que é o nome lá em Minas Gerais ou no Ceará. Em Santa Catarina, quem rouba é ladrão, e quem defende bandido, quem protege bandido se chama cúmplice, e o Partido dos Trabalhadores é cúmplice e tem o DNA em toda essa roubalheira. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu vou permitir cinco minutos de resposta aos dois Parlamentares que foram apresentados na apresentação. O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC. Fora do microfone.) - Qual apresentação? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A sua foto mostrou o Deputado Rogério Correia e o Deputado Paulo Pimenta. O SR. JORGE SEIF (Bloco/PL - SC. Fora do microfone.) - Não, mas eu... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Excelência, eu sei, mas eu avisei que todas as vezes que nós usássemos... qualquer lado, e tivesse Parlamentares citados, eu iria colocar. Quem começa? O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Eu posso começar, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Rogério. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG. Para explicação pessoal.) - Olha, as coisas têm que ser colocadas, de fato, como são. Essas questões de colocar foto, eu sempre coloco também, mas eu assumo a responsabilidade das fotos que eu coloco. Agora, tem gente que coloca foto dos outros, mas não responde por fotos que foram colocadas em regabofe de Camisotti, esse, sim, um que não está para vir aqui, porque está este blindado por um Ministro do Supremo Tribunal Federal, que permitiu que ele nem venha aqui, e é um dos que mais roubou. E tinha lá políticos, Senadores, inclusive, na festa de regabofe de Maurício Camisotti, um dos maiores ladrões do INSS. Eu não gosto de ficar chamando ninguém de ladrão ou de traficante, mas, se o pessoal der um clique e olhar "322kg de maconha em caminhão" e vincular isso a algum político, poderá achar que ele é um traficante, que devia estar preso, porque é muita maconha num caminhão só. Então, eu preciso ter cuidado com as palavras para não generalizar as coisas e depois não gostar de ouvir, mas eu peço aí ao pessoal que coloque "322kg de maconha" e vocês vão ver com quem isso estará relacionado e se o crime de tráfico de drogas cabe bem ou não num caso parecido como esse. |
| R | No que diz respeito à questão da Comissão Parlamentar Missa de Inquérito aqui, o problema é exatamente este: a CPMI, ela, para os bolsonaristas, acabou. Porque para que que ela existia para os bolsonaristas? Não era para poder prender os ladrões dos velhinhos, dos aposentados. Aliás, a grande maioria deles votou foi contra a aposentadoria. Podem olhar também "voto na reforma da previdência contra a aposentadoria" e vocês vão ver vários nomes que votaram contra os velhinhos nas aposentadorias. A única intenção era ver se isso se vinculava ao Governo do Presidente Lula. Eles vendiam a seguinte opção e diziam: "Olha, isso vai derrubar o Governo do Presidente Lula. Nós vamos provar que o Governo do Presidente Lula é responsável pelos roubos dos aposentados." E não veio isso, porque não começou no Governo do Presidente Lula, isso começou lá no Governo Temer. Entidades que foram, como a Conafer, a Ambec, se avolumando, pegando associados, de forma ilícita, dentro do próprio INSS, e enchendo de dinheiro, ganhando ACTs lá. E não tem quem consiga provar o contrário. A narrativa de que foi o Presidente Lula não para em pé. Esse é o problema dos bolsonaristas. Eles não conseguem dizer que isso é algo do Governo do Presidente Lula. Aí falam: "Vamos chamar o irmão do Presidente Lula", e o irmão do Presidente Lula não tem nada a ver com isso. Ele é o Vice-Presidente de um sindicato em 2024, depois que tudo tinha acontecido. Aliás, o Sindnapi, sabe quanto ele mais cresceu de filiados, de arrecadação? No Governo Bolsonaro. Foi que ele mais cresceu, inclusive de sindicalizado, foi no Governo Bolsonaro. Então, veja bem, de fato, não conseguem comprovar. O que se comprova é que isso aí é algo de longe. É uma quadrilha ou várias quadrilhas. Essas quadrilhas começaram principalmente no Governo Temer, e adentraram, é óbvio, 2024, 2025. Mas é agora que ela está sendo eliminada. Aliás, foi eliminada do ponto de vista de continuar o roubo. Por quê? Porque não há mais descontos dos aposentados. É o que agora o Sr. Marcelino colocou. Não tem mais recurso. Não vem dinheiro da Conafer. Acabou a mamata da Conafer, acabou a mamata de várias dessas entidades, porque o Presidente Lula disse: "Não haverá mais desconto". E, portanto, o desconto acabou. É claro que o Presidente Lula tinha que mandar devolver o dinheiro. Às vezes vem um e fala: "Está devolvendo o dinheiro é do Erário público". (Soa a campainha.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - É claro, pois o problema veio do INSS! O Estado é responsável, não o Governo, mas o Estado é. As denúncias que vieram antes - por que não foram elas julgadas? Por que não foi investigado? "Ah, foi o Metrópoles, foi isso." Olha, ao Metrópoles parabéns por ter feito a denúncia. Mas denúncias da imprensa vieram durante todo o Governo Bolsonaro, e nada foi feito. Então, Presidente, as coisas são muito claras no acontecimento. Nós estamos aqui para ver quem roubou, para ir para a cadeia, devolver os recursos e manter, sim, a ausência de desconto daqui para a frente. Vamos precisar olhar também a questão dos bancos. Isso é o dever nosso. O Presidente tem encaminhado muito bem isso. Mas não vai ter relatório aqui parcial. Relator achar que vai fazer a narrativa que ele formou quando ele queria CPMI, isso realmente não vai ter. É o desespero dos bolsonaristas para fazer showzinho aqui em frente ao PowerPoint e tentar falar mentira. Nós não vamos aceitar isso. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pela inscrição aqui, está o Deputado Paulo Pimenta. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim, senhor! |
| R | O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Para explicação pessoal.) - Presidente, eu fico constrangido com a forma como a política, no nosso país, se deteriorou ao longo dos anos. Eu sou uma pessoa que tive a oportunidade de ser Vereador, Deputado Estadual, sou Deputado Federal já há vários mandatos, convivi com grandes políticos da direita, do centro, da esquerda e aprendi a respeitar essas pessoas defendendo as suas ideias. Então, eu sempre fui uma pessoa de debate político, de defesa daquilo que eu acredito. Dificilmente, o senhor vai encontrar, nas minhas manifestações, falas que não tenham como conteúdo a disputa naquilo que eu acredito, criticando a oposição, muitas vezes, um embate ideológico. Mas, sinceramente, Presidente, o que a gente tem assistido no Brasil, de um tempo para cá, infelizmente, é algo que envergonha a política brasileira. Eu fico constrangido. Eu não faço política dessa maneira. O ilustre Parlamentar que fez aqui dez minutos de ofensa, de acusações ao Partido dos Trabalhadores, de forma gratuita, ao Presidente Lula, ao irmão do Presidente Lula... Eu jamais faria esse tipo de manifestação. Eu vou chegar aqui e botar uma foto dele na festa do Camisotti e insinuar que, porque ele estava na festa lá no resort em Santa Catarina, ele é sócio do Camisotti? Eu nunca fiz isso. Ou essa história de que acharam um caminhão da família com trezentos e tantos quilos de... Vocês nunca vão ver uma manifestação minha, insinuando que um Parlamentar seja traficante, porque um caminhão que era da família dele foi encontrado com trezentos quilos de maconha ou porque ele estava na festa do Camisotti e, por conta disso, ele tem alguma relação de intimidade ou de compromisso com os crimes que foram cometidos por essa figura. Então, eu lamento essa maneira de fazer o debate político. E veja o senhor, Presidente, como é raso e deseducativo. A Advocacia da Câmara, do Senado, a AGU têm um papel institucional, que é o de defender os atos do poder o qual ela representa. A AGU, por natureza, se manifesta, defendendo aquilo que está na lei. O questionamento que foi feito à AGU sobre os descontos associativos, Sr. Presidente, é se estava na lei ou não. Não é uma questão de mérito. Por que tem um projeto para votar no Senado? Porque, enquanto não tiver uma mudança legal, o desconto associativo está na lei. Que manifestação poderia fazer a AGU além dessa, quando questionada se os descontos tinham suporte legal? Se for perguntado para a Advocacia da Câmara ou do Senado, a resposta será a mesma. Agora, querer instrumentalizar uma resposta institucional, que não teria como ser diferente, para transformar isso em um elemento de disputa política e, por conta disso, tentar atingir a conduta ou a postura do chefe da Advocacia-Geral da União... (Soa a campainha.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Que adjetivo eu deveria utilizar? Que adjetivo eu deveria utilizar para caracterizar essa maneira desleal, antiética, inadequada de fazer a disputa política? |
| R | Eu espero acreditar que é por falta de formação, por falta de convívio democrático, o que leva as pessoas a terem essa conduta que, infelizmente, envergonha este Parlamento e depõe contra o trabalho importante que a gente está fazendo aqui dentro desta Comissão, Presidente. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Na sequência das falas, o próprio Deputado Paulo Pimenta faz perguntas, por dez minutos. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Para interpelar.) - Muito bem, obrigado, Presidente. Sr. Cícero Marcelino, que ano foi aquele em que o Presidente da Conafer encontrou o senhor na loja e descobriu essas suas qualidades? Dezessete! Aí, em 2017, ele encontrou o senhor. E aí como é que foi mesmo que começou essa parceria? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Eu comecei prestando serviços, abri empresa de prestação de serviços. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Primeira empresa, de prestação de serviços? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exatamente. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Qual era o serviço que o senhor prestava para ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Toda parte de consultoria e assessoria. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Consultoria e assessoria. O senhor dava consultoria e assessoria para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exatamente. Foi isso. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor trabalhava em uma loja, vendendo terno, aí ele foi lá e falou com o senhor: Olha, estou precisando de um consultor. Eu vou contratar uma empresa para me dar consultoria e assessoria e eu achei esse cara aqui, uma figura iluminada... Quanto que ele pagava? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu nunca recebi pelo cargo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Quanto que pagava? Quanto que a sua empresa ganhava por vez, serviço? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Começando aí com 20 mil, 15 mil. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Vinte mil? Primeira empresa? Ganhava 5 mil vendendo terno e, no outro dia, o cara veio lá: "Olha, Conafer, uma empresa poderosa daquelas. Esse cara aqui vai ser meu consultor, 20 mil...". Aí o senhor abriu a primeira... Aí foi abrindo outras empresas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso aí não foi do nada, igual o senhor está falando - peço até desculpa: "Ah, o Carlos já viu, achei o brilho nele e vamos...". Não foi... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não foi assim. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, fui falando sobre trabalhos, como exercia, o que eu já fiz etc. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Aí abriu a empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Depois foi abrindo outras? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Quantas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Total: quatro empresas. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Cada uma delas ganhava 20 mil, 30 mil... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... o valor, mas posso puxar e mandar para o senhor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Aí já dava oitenta. Aí começou a abrir empresa em nome da esposa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - As quatro eram minha e da esposa. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mais 20 mil em cada uma? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não teve mais de quatro empresas. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - De cada empresa? Tinha empresa da mulher? Tinha empresa no seu nome? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Aí ganhava 80, 100 mil por mês? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Consigo puxar e passar para o senhor com exatidão. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - De 5 mil, pulou para 100 mil - consultor da Conafer... O senhor não achava estranho isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Uma oportunidade, senhor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Uma oportunidade. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não se preocupava em saber de onde é que vinha o dinheiro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, é... Não me preocupava. Quando você atende o seu cliente... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor disse que ele mandava as planilhas para o senhor, para pagar? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso foi bem após. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mas como era o senhor? O senhor não prestava o serviço? Por que eram eles que mandavam as planilhas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Era o meu serviço prestado para eles. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Sim, mas o serviço que o senhor prestava, quem tinha que fazer a planilha era o senhor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, eu não... A planilha quem faz é a Conafer. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Como a Conafer? Contrato uma empresa para prestar serviço para mim, não é? Quem é que apresenta o serviço que foi prestado no mês? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Quem tem os funcionários etc., as coisas para serem pagas, é a Conafer. Vinha para a minha empresa para pagar. Não era eu que fazia a planilha. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Aí desde 2019 tem notícias de situações envolvendo a Conafer... Foi trancado o benefício... E aí vem a pandemia. Pandemia. O período que o senhor mais cresceu foi durante a pandemia. A Conafer explodiu. Como é que o senhor conseguia? Porque o Brasil estava parado. Como é que a empresa de evento ganhava um monte de dinheiro por mês? Não podia ter evento. |
| R | Como é que a locadora de veículos locava veículos? Para quê? Não tinha atividade. Como é que a agropecuária, a inseminação funcionava? Como é que o senhor conseguiu ganhar tanto dinheiro durante a pandemia se o Brasil estava parado, a atividade econômica? Como é que... Que planilhas eram essas de prestação de serviço que o senhor pagava durante a pandemia? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Posso puxar e repassar para o senhor essa resposta? O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não, eu estou perguntando para o senhor: como é que o senhor fazia para faturar milhões de reais para a Conafer durante a pandemia se a economia estava parada? Não tinha como fazer evento, não tinha como locar carro, não tinha como fazer o trabalho da inseminação... Aí o senhor recebia lá uma planilha com milhões de reais de serviços prestados no mês, durante a pandemia, e era normal? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vou puxar para senhor... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não é puxar para mim, irmão. É como é que o senhor fazia para faturar o serviço de milhões de reais de atividades que não estavam funcionando no país durante a pandemia? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tem que puxar isso e passar para o senhor. É, porque o senhor está falando que na pandemia eu estava faturando milhões. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mas não está aqui? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, eu vou pegar as minhas para ver o que tem e para mostrar para o senhor... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor era o único... As suas empresas tinham como prestador de serviço exclusivo a Conafer. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A Conafer tinha mais de 60 prestadores de serviço, né? O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não, mas o senhor só prestava serviço para Conafer. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Somente para a Conafer, sim. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Então, Doutor? Todo o dinheiro que o senhor recebeu durante a pandemia foi da Conafer. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Se eu tiver uma dúvida, eu vou puxar depois e passar para o senhor, para não responder alguma mentira... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor está acompanhando a CPI? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não estava. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não estava? Hoje é a primeira vez que o senhor assiste? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não... Não estava acompanhando... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O advogado pediu um tempo para orientar o cliente. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O.k. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O tempo, parem o tempo do... O.k., cinco minutos. (Suspensa às 18 horas e 06 minutos, a reunião é reaberta às 18 horas e 07 minutos.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Paulo Pimenta, cinco minutos. Parou exatamente em cinco minutos, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Me dê um exemplo de um serviço que o senhor prestou da empresa de eventos durante os anos de 2020 e 21, um exemplo, um evento que o senhor organizou. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não tenho agora, mas repasso aos senhores. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mas como é que o senhor faturava numa empresa de eventos durante 20 e 21 se não tinha eventos no país? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não faturava - eu não faturava. Igual o senhor falou que eu recebi 800 ou tantos milhões, vinha a planilha da Conafer para fazer pagamento e eu fazia. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mas, doutor, o senhor tinha uma empresa de eventos que prestava... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... serviço para Conafer. O senhor chegava no final do mês... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hã-hã. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... o senhor recebia um recurso, um dinheiro, por serviços prestados. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Correto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Que serviços o senhor prestava na área de eventos durante a pandemia? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tenho que puxar essa data para passar para o senhor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mas não podia ter evento, doutor! O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tenho que puxar para o senhor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O país estava fechado. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. É isso que eu vou passar e... Puxar e repassar ao senhor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Quanto que foi o Imposto de Renda do senhor de 19? Quanto que o senhor faturou no ano de 2019 na pessoa física? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Refaz a pergunta, por favor, que o senhor... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Quanto que o senhor faturou na pessoa física no ano de 2019? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não consigo falar com exatidão para não falhar. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mais ou menos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Vinte? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Vinte e um? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Se o senhor for ficar falando... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mas o senhor veio aqui prestar um depoimento... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Certo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... não traz as planilhas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá, não tive tempo disso. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Como assim? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fui chamado em menos de sete dias e minhas planilhas foram todas... Igual eu falei anteriormente, se o senhor ouviu. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Eu ouvi. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Todas as minhas planilhas foram retiradas... |
| R | O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mas, doutor, o senhor veio aqui em sete dias. O senhor está aqui, o senhor não trouxe um documento? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não! O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Nada do que o senhor fala tem documento? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Só vou apresentar... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor não trouxe a sua declaração de Imposto de Renda? Não tem declaração de Imposto de Renda? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Mantenho silêncio, Presidente. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não tem uma declaração de Imposto de Renda? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tudo o que eu falei ele já tinha ouvido. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Quer dizer, imagina um cidadão que está acompanhando uma CPI, que sabe o que está acontecendo no país, é chamado para depor, tem 300 milhões de movimentação nas empresas e chega aqui e não traz! Quanto é que é a tua declaração de Imposto de Renda? "Não sei". Quanto faturou em 20? "Não sei". Quanto é que a tua empresa faturou na área de eventos durante a pandemia? "Ah, eu tenho que puxar". Quanto que faturou em locação de veículos durante a pandemia? "Eu tenho que puxar". Meu amigo, ninguém, ninguém viria numa CPI como esta prestar um depoimento para nós sem minimamente trazer um documento! O senhor não trouxe nenhum documento! O senhor não tem um documento de prestação de serviço, o senhor não tem uma prestação de contas da empresa, o senhor não tem uma declaração de Imposto de Renda do senhor! Todas as perguntas que foram feitas aqui para o senhor o senhor responde, e é até é interessante o jeito que o senhor responde: "Vou falar com o meu advogado, vamos puxar para encaminhar para vocês depois." Mas por que é que não trouxeram hoje? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu vou responder essa pergunta para o senhor... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mas eu não perguntei? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Se o senhor puder me ouvir, eu respondo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Eu vou concluir e vou passar a palavra para ti. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O senhor conclui e eu volto. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Então, eu quero dizer uma coisa para o senhor, eu não acredito num esquema em que o cara movimenta R$300 milhões e não sabe de onde é que vem o dinheiro! Ninguém, Presidente, que ganha 5 mil por mês, dali um pouco, começa a ganhar 100 mil por mês e acha que isso é normal! Aí abre um monte de empresa e coloca no nome da esposa, no nome dos outros parentes, envolvendo todo mundo! Cada aluguel de CPF desses era pago: 20, 30, 40 mil por mês. Então, uma pessoa que ganhava 5 mil passou a ganhar 100, 200, sei lá eu quanto por mês, e não queria saber a origem do dinheiro? Então, Presidente, o senhor me desculpe, eu não me convenço, eu não acredito que alguém, da noite para o dia, passe a ganhar 100 mil por mês e não tem interesse em saber. Nenhuma empresa pode receber um dinheiro sem saber a origem desse recurso... (Soa a campainha.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... sem saber de onde é que esse dinheiro vinha, se era um dinheiro lícito ou era um dinheiro ilícito! O senhor conversou com alguém da Conafer nos últimos dias antes de vir depor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não senhor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor foi ameaçado alguma vez com relação à possibilidade de divulgar para nós coisas que até agora a gente não sabe sobre as operações da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não tenho contato com nada relacionado a isso, somente coloquei meu advogado à disposição. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor foi ameaçado? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor tem interesse em fazer uma reunião fechada, sem a participação da imprensa, para que o senhor possa nos revelar coisas que não possam nem prejudicar e proteger a sua família? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Se o meu advogado achar que isso é viável, sim. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Hã? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Se o meu advogado achar que é viável, sim. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor se sente ameaçado, sua família, alguém? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor tem medo de revelar alguma informação? A gente sabe que a Conafer já ameaçou servidores do INSS, empresários, ameaça de morte. O senhor tem receio, em seu nome ou no da sua família, de que possa revelar alguma coisa e por conta disso possa sofrer represálias? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor. Eu vim para falar as realidades, como era e como funcionava, para... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Então, o senhor veio para falar e não trouxe nenhum documento! O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O senhor não deixa eu terminar, não é? O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não trouxe nenhum documento! O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá joia, doutor. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor veio para falar e não trouxe nenhum relatório, nenhuma planilha, nenhuma declaração... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para encerrar, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Então, eu acho que o senhor não veio para falar. Eu acho que o senhor veio para nos enrolar. (Risos.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra, o Deputado Alencar Santana. O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA (Fora do microfone.) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, só um instante. (Pausa.) |
| R | O.k. Vamos ao próximo orador, Deputado Alencar Santana. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP. Para interpelar.) - Sr. Cícero... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Boa tarde. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Boa tarde. As suas empresas e as da sua esposa tinham como tarefa, eram contratadas simplesmente para receber dinheiro - estou em dúvida, de fato, estou tentando entender -, tinham como tarefa receber da Conafer o dinheiro, receber uma planilha para quem pagar e vocês tinham que pagar, é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Existiam os dois serviços, correto. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Esse era o serviço de vocês? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Exatamente. A nossa prestação de serviço, do que a gente sabia fazer aos aluguéis de veículos, enfim, as quatro empresas, e vinham as planilhas para pagamentos, isso mesmo. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - E, bom, você disse que só prestava serviço para a Conafer, correto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Somente. Correto. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Montou as empresas então para prestar serviço para a Conafer. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, isso mesmo. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Quem da Conafer lhe dava ordens? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vinha das secretarias... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Oi? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vinham das secretarias as ordens. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Que secretaria? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A Conafer acho que tem 28 secretarias internas. Então, da área indígena, vinha lá, com certeza, com a autorização da Presidência, né: "Cícero, aí nessa planilha de pagamento, o referente é isso". O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - E quem te contratou? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, foi quando encontrei o Carlos. Não sou contratado pela Conafer, contratou as minhas empresas. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Sim, então foi o Carlos que contratou as suas empresas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto, correto. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Você tinha lá uma função, tarefa, conheceu o Carlos, montou as empresas, começou a movimentar milhões. E só recebia 20 mil por mês? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Doutor, era a média por empresa, 20, 30, era a média por empresa. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - E, mesmo movimentando milhões, aparentemente tanto tempo fazendo esse serviço... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Portanto, a Conafer gostava do seu trabalho. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Você nunca teve vontade de expandir o trabalho das suas empresas e da sua esposa e prestar serviço a outras empresas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, muito. Isso tem até projetos com datas atrás... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - E nunca teve... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... e a demanda era muito grande da Conafer e eu não estava conseguindo. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - E com essa demanda grande da Conafer, quantos trabalhadores nas suas empresas você tinha? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu vou colocar aí que, em cada uma das empresas, a média de cinco, seis; a de aluguel de veículos, mais, por questão de motorista viajando, levando veículo e voltando. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Você tinha tudo isso registrado, esse pessoal? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, não, uma boa parte não era registrada. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Rapaz, você está admitindo também que não registrava os trabalhadores? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não posso mentir, não é, senhor, eu... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Está admitindo, não estou dizendo que você está mentindo. Eu falei que você está admitindo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim, foi uma falha, disse isso, sim. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Vocês roubaram o INSS e não contribuíram para o INSS. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu nunca roubei o INSS, nunca tive contato com o INSS. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Ah, não, você está no esquema, você está na... E você falou, nos eventos que vocês organizavam, que iam Parlamentares, você mesmo disse isso há pouco. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Você lembra de quais Parlamentares? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, porque não era convocação minha, não eram eventos meus, eu nunca chamei Parlamentar... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas você organizava os eventos para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, o evento, e não os convidados. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas você falou que ficava... Não, não perguntei quem você convidava, eu falei se você lembra quem eram os Parlamentares que estavam nos eventos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não lembro, não conheço. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Você sabe que estou surpreso, porque você parece uma figura inocente, simples, tentando aqui passar de bonzinho, né, essa é a sua... Mas, antes disso, o senhor se arrepende de ter trabalhado para a Conafer e ainda ter envolvido sua esposa nesse serviço para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, eu me arrependo. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Por quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Após saber de tudo o que vinha acontecendo. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - O que vinha... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não sabia de onde era o dinheiro, o que era, ou questão de situações de desvios e etc. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Se você se arrepende, eu acho que você deveria falar mais. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu vou falar, o que eu falo para o senhor é o que eu sei, e o que eu não tiver certeza, eu vou repassar como foi em... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Porque, de fato, Cícero, desculpa. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pois não. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - O senhor e sua empresa, e a sua esposa, você envolveu num grande esquema. Você confessou aqui, de uma certa maneira, que você era o lavador de dinheiro. |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, isso eu não confessei. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não, confessou, que você só pegava... Você falou há pouco. Minha primeira pergunta foi: você foi contratado para pegar o dinheiro da Conafer e pagar quem a Conafer mandava? Olha só! E o que é que você era? Você estava lavando o dinheiro - você estava lavando o dinheiro. Você cometeu crime e, por esses crimes, você será condenado e talvez a sua esposa será condenada, uma jovem estudante. Você colocou a sua família, o seu futuro, ganhando, supostamente, como diz, 20 mil por operação, por empresa ou por mês - nós vamos levantar esses dados. Você ficará em "cana". Só que outros ganharam milhões, usando você, porque eles não usaram suas empresas, eles usaram você. É por isso que eles incentivaram que você criasse empresas e, ali, lavasse o dinheiro. Era bom você pensar bem. Reflita bem! Porque a Conafer não é de hoje que ela tá envolvida. Você foi contratado em 2017, correto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Em 2017 - correto -, para 2018. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - O primeiro ano em que a Conafer assina o primeiro ACT. Você está na origem, você não está no fim, você não está no meio. A Conafer assinou o primeiro ACT (Acordo de Cooperação Técnica) para fazer esse roubo, esses descontos, supostos descontos, em 2017. Nós estamos em 2025. Há oito anos é 2017. Você está no primeiro. Não vai adiantar você falar que você não sabia, que isso e aquilo, porque a verdade vai chegar. Começaram os descontos em 2019, é quando sua empresa também começa a arrecadar mais, e cresce na pandemia, como disse o Deputado Pimenta. Olhe o absurdo, olhe a coisa ilógica. Vocês foram campeões. Sabe o que me surpreende? Você é contratado, porque demonstrou ali que tinha conhecimento perante o Carlos, montou as empresas, um cara eficiente, próspero, empreendedor, movimenta milhões - movimenta milhões! -, disse, no seu depoimento, que foi contratado, porque mostrou sua expertise e conhecimento, tem poucos trabalhadores na sua empresa, e aqui você não se lembra de boa parte das coisas quando é perguntado de documento, de movimentação, e diz que vem trazer depois, achando que isso nos engana. Não. Talvez você tenha que vir depois aqui. Não sei se a sua esposa terá que vir, mas, se ela movimentou, se entrou dinheiro na conta dela e entrou... Não entrou só na sua conta, entrou dinheiro na conta dela. Eu, se fosse você, pensava bem, porque talvez dê tempo de fazer uma delação perante a polícia, porque senão você vai estar enrascado. E a Conafer começou lá em 2017, e você estava no início; em 2019, começaram os descontos. Teve denúncia contra ela na Polícia Civil do Distrito Federal. Ainda, vou buscar aqui o ano exato, salvo engano foi em 2020 ou 2021. Teve denúncia contra ela, teve um inquérito já dizendo de descontos irregulares. A Polícia Civil não aprofundou, estranhamente, no Governo Ibaneis, que recebeu um fusca raro da Conafer, de colecionador. Aliás, o senhor foi entregar... Engraçado, você é contratado para fazer pagamento e vai entregar um presente para o Carlos da Conafer. Para o Carlos, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas você foi entregar o presente para ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu estive num local, e ele pediu para deixar no local... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Como é que foi? Explica melhor. Fala mais perto do microfone! |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu saí de Brasília, em viagem para São Paulo, e ele pediu que eu fizesse o favor de entregar um presente no local. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Para ele mesmo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Pensei que ele era da comunidade indígena, e ele já tinha a tradição, a cultura. Ele estava ganhando um presente, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não. O Carlos estava doando um presente. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Para quem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tinha falado o nome aqui, e vocês vão relembrar. Eu não... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Rapaz, você esquece as coisas fácil, viu, bicho? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - A Conafer foi denunciada, em 2020, na Polícia Civil do Governador Ibaneis, amigo do Carlos. Não fez nada; o inquérito é remetido para a Polícia Federal do Governo Bolsonaro, que não fez nada, porque, se tivesse feito, esse roubo não teria continuado - não teria continuado. É importante as pessoas terem claro isso. Isto é registrado: o inquérito foi transferido para a Polícia Federal em 2020 e simplesmente não andou - não andou - no Governo Bolsonaro. Quem estancou esse roubo foi o Governo do Presidente Lula, através dos seus órgãos de controle e também de investigação, seja a CGU do Ministro Vinícius, seja também a Polícia Federal sob o comando do Ministro Lewandowski. E essas operações, Cícero, vão continuar... (Soa a campainha.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - ... e vão chegar a muita gente. Só que eles estão com milhões na conta, parte deles talvez até com patrimônio escondido, mas você, na querida cidade de Presidente Prudente, envolvendo a sua esposa e aqui tentando posar de inocente. Mas, não; você foi réu confesso. O Carlos veio aqui, mentiu para todo mundo. Saiu preso, depois se soltou. Você está tentando falar a verdade, mas não está falando tudo. Pode ter certeza de que vai ter implicação. E para deixar claro às pessoas mais uma vez: se o Governo Bolsonaro - foi por isso que até agora não veio gente do Governo Bolsonaro; depois, eles virão, e nós vamos saber mais verdade - tivesse feito alguma coisa, as pessoas não seriam lesadas como foram; várias delas, milhões delas, como foram. E só parou porque o Governo Lula mandou investigar, mandou punir e mandou ressarcir. E vai fazer justiça e prender quem quer que seja. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Deputado Marcel van Hattem. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Sr. Presidente... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, só um instantinho. A sessão está suspensa por dez minutos. (Soa a campainha.) (Suspensa às 18 horas e 22 minutos, a reunião é reaberta às 18 horas e 33 minutos.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Reiniciada a sessão, com a palavra o Deputado Marcel van Hattem. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Para interpelar.) - Bom, Sr. Presidente, quero começar aqui lembrando que nós estamos tratando de Conafer, que é uma das entidades que mais roubaram do dinheiro dos aposentados. Nós tivemos aqui o Sr. Carlos Roberto, ex-Presidente da Conafer, ou Presidente, aliás, atual, e pelos gráficos dos descontos a gente vê que, principalmente nos anos de 2023 e 2024, são praticamente R$500 milhões de desvio. E a gente se pergunta, né? O Governo aqui fica se manifestando a respeito da roubalheira, e entendo que, sim, tem que investigar todo mundo, mas aqui a gente vê que tem uma blindagem seletiva, mas, quando se trata de combater aquilo que aconteceu durante o Governo Lula, a gente vê que foram quase R$500 milhões até ter algum tipo de atitude. E aí eu queria aqui, ao depoente, também... Agradecer-lhe, Cícero, por ter vindo aqui. Não tem habeas corpus e tem colaborado, pelo que eu estou entendendo, mas, obviamente, também preciso deixar claro para quem nos assiste, para quem acompanha, que nós não temos ainda todas as suas quebras de sigilo, que foram aprovadas, nós não sabemos, exatamente, que transações pessoais o senhor pode ter feito, se houve alertas para o Coaf ou não, porque não chegaram esses documentos ainda. Então, nós estamos aqui com a sua palavra e com a sua vontade de colaborar. E creio que o Relator acerta também porque a prisão preventiva é requerida quando o depoente quer embaraçar a investigação, quer esconder coisa, e eu vejo aqui que o senhor está, pelo menos é a impressão de todos, querendo colaborar e falar, apesar de que eu concordo com alguns Parlamentares que o senhor poderia falar mais e, pela sua própria resposta há pouco, quando disse que uma sessão secreta poderia ajudar, me parece que há mais informações que o senhor poderia trazer a nós aqui - se o advogado concordar e aí, depois, devemos submeter à Presidência - se tivesse uma sessão, realmente, sigilosa, fechada, para que certas coisas que não foram ditas pudessem ser do conhecimento desta Comissão. E aí, Sr. Presidente, seria importante depois as quebras de sigilo. Mas eu queria começar a minha inquirição, Sr. Cícero, para perguntar: o senhor já falou várias vezes, né? Uma loja de roupas, é isso? Lá na Cidade de Presidente Prudente? Foi lá que o senhor conheceu o Sr. Carlos Roberto? É isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Correto. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas alguém que sai de uma loja de roupas e passa, depois, a ter várias empresas, é contratado por uma pessoa que faz circular mais de R$300 milhões é alguém que goza de extrema confiança dessa pessoa. Como surgiu essa confiança? A que o senhor acha que se deve essa enorme confiança do Sr. Carlos Roberto na sua pessoa? Por que ele confiou tanto no senhor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu creio que... Porque, no início, tudo que precisava resolver eu conseguia resolver. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O que era... Que tipo de coisa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu vou colocar um exemplo: deu um problema em tal lugar relacionado ao veículo; eu ia lá, colocava a pessoa para fazer e resolver. Deu um problema relacionado à montagem do evento, não vai ter, está faltando isso. Consegue colaborador para piscina de bolinha? Eu ia lá e fazia. |
| R | O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor é um faz-tudo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas ele mantinha contato pessoal com o senhor ou à distância? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade... Não, não, na verdade... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Porque em Presidente Prudente... O senhor mora em Presidente Prudente, não é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, moro em Presidente Prudente. E surgindo isso, montei a empresa para fazer essa prestação e, diretamente da Conafer, vinham as demandas - pequenas, vinham as demandas. E surgiu a oportunidade, porque precisava locar veículos. Eu falei: "Eu consigo locar veículos, vou pegar um parceiro que venda esses carros para a gente fazer as locações, etc". O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - E o senhor confiava muito nele também, obviamente? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Muito? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Muito? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Ilimitadamente, praticamente, certo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - A ponto de o senhor inclusive fazer uma procuração para a esposa, Bruna, do Sr. Carlos Roberto, não é verdade? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Ele tinha conhecimento dessa procuração? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei te dizer, porque eu não sei o que é a procuração. Provavelmente para resolver alguma coisa para ela pessoal, alguma coisa... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas se você não sabia direito, quem é que sabia? Se ele não sabia e é esposo dela fica complicado, né? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não tenho até agora essa procuração. É igual, eu queria responder por que foi que eu não consegui trazer ou levar nada. A partir do momento em que a polícia foi em casa, levou todos os documentos, todos os documentos impressos, porque eu tinha todos os anos vistos impressos, levei para eles, contas foram bloqueadas, e celulares, parece que foram todos. Por isso que eu não... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas quem recebe procuração sabe. Você está dando uma procuração para uma pessoa agir em seu nome. O senhor assinou uma procuração sem... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, na verdade, é o contrário. Eu acho que é o contrário. Ela que passou... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Olha, a Bruna tem uma procuração para Cícero Marcelino de Souza. Ela lhe deu uma procuração. O senhor tem razão. Não é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Acho que foi. Isso. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Pois é. Mas aí, para o senhor ser procurador dela, o senhor tem que saber para quê. Ou o senhor assinava a procuração, ou recebia a procuração sem saber? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu, para não falar dúvida, creio que era algo relacionado a algum acordo financeiro. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Agora, o senhor acha factível que o Sr. Carlos Roberto não soubesse que a esposa tinha lhe dado uma procuração? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não sei se ele sabe ou não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O.k. E qual foi esse acordo financeiro que envolvia essa procuração? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, então, por isso que eu falei para o senhor, eu não sei. Eu tenho que ver essa procuração para o que era. Eu não lembro do que era. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Essa história... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Porque faz, sei lá, oito, sete anos. oito anos. O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA - Com a devida vênia... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Sr. Presidente... O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA - ... gostaria que fosse observado que o meu cliente tem certos traquejos, mas ele vive sob medicamento, inclusive de tarja preta, tá? Então, qualquer esboço, ou reação... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Peço para suspender o tempo, Presidente. O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA - ... tremendo... O.k.? O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Se puder repor o tempo, pelo menos um minuto, Presidente. Não, eu entendo. A situação de saúde aqui é respeitada por todos. Agora, nós estamos... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não queria falar disso, mas estou aqui pronto. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Entendi. E aqui todos somos compreensivos com todos, ninguém faz prejulgamento, mas ao mesmo tempo, nós queremos a verdade. E aí, eu quero lembrar aqui que nós temos várias manifestações do Sr. Carlos Roberto Ferreira Lopes que foram contraditórias e, por isso mesmo, ele foi preso aqui nesta Comissão. Ele foi preso naquela noite, porque ele vinha tergiversando. E, num outro momento, ele fala sobre a To Hire Cars, em resposta ao Senador Sergio Moro, e não consegue explicar essa sua empresa de aluguel, bem como as outras de aluguel de veículos, que tipo de serviços eram prestados. Que veículos que o senhor tinha nessas empresas? O senhor tinha algum veículo nessa empresa que era usado para aluguel? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Quais eram? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Igual eu falei anteriormente, perguntaram marca, eram mais caminhonetes e carros pequenos. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Quantos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Inicial, com uma média de 20, 30 carros, igual eu falei anteriormente, posso fazer confusão, e depois subiu mais, para uma média de 40 a 80 veículos. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - É porque os valores são absurdos, são mais de R$100 milhões, e com 20, 40 carros, ainda assim fica difícil. E aí, o senhor disse, em algum momento aqui mais cedo, o senhor que tem... Onde é que está o gráfico da Conafer? Essa série de empresas aqui que receberam dinheiro da Conafer, e que depois o senhor administrava, o senhor assumiu aqui que era uma lavanderia. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. |
| R | O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Assumiu, assumiu. O senhor pode não ter dito essa palavra, mas o senhor disse: houve pagamentos... O senhor confirma que houve pagamentos que foram pedidos ao Sr. Carlos Roberto, de outras motivações, que passaram por dentro da sua empresa, não foi isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor disse ao Relator: “Isso é uma lavanderia de dinheiro”. E o senhor foi usado como laranja, ainda que o senhor diga que, na sua concepção, o laranja é aquele que não trabalha, que não está fazendo algo produtivo, que está em casa, digamos assim, apenas sendo utilizado o seu CPF para lavar dinheiro ou um CNPJ. Não. O laranja não é só isso, não. O laranja é que se deixa utilizar por outras pessoas para fazer o que o senhor assumiu que foi feito. E aí, eu queria lembrar aqui também que além, de utilizarem essas empresas - que eu não gosto de chamar de empresas, apesar de ter alguns serviços prestados, no seu caso, porque outros casos são simplesmente CNPJs de fachada, sem nenhum serviço prestado, no seu o senhor ainda teve alguns serviços prestados -, essas lavanderias passavam dinheiro para pagar várias pessoas em planilhas. E o senhor falou agora há pouco, em resposta a Parlamentar, que havia festas que o senhor promovia com Parlamentares, com políticos, mas não se lembra de nenhum. O senhor não pode citar nenhum Deputado com quem o senhor esteve nesse período? Nenhumzinho? Um? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não consigo, porque eu não tive contato com Deputados. Um exemplo que eu quis falar para o senhor foi a inauguração do Terra Bank. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Certo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - E lá, eu era o representante, com 10%. Então, eu cuidava do evento, do marketing geral do Terra Bank, e teve várias fotos nas quais o Metrópoles colocou que eu tinha uma parceria ou estava junto com um Parlamentar, mas desconheço. Venho agora, através de algumas CPMIs assistidas, vendo quem são os Parlamentares. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas nenhum nome lhe ocorre de Deputado ou de Senador? Nenhum, zero? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Zero, zero, zero. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor tem uma empresa de eventos, organiza o evento, certamente vai lá para supervisionar a realização do evento, e não sabe quem está na lista de convidados ou quem está circulando no evento? Não é possível! O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não, porque eu fui lá como representante do banco para organizar o evento... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas eu não... Eu não, eu não consigo... Ó, vem cá. Então, o senhor realmente não era o dono da empresa, não é possível. Um dono da empresa... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Era 10% só; realmente, eu não era o dono. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não, 10%, mas o senhor não está organizando o evento? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor não supervisiona se a mesa está no lugar? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio, por favor. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Se a bebida está sendo servida? Se os convidados vieram? O senhor não vê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A parte de convidados não veio de mim... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Então, mas o senhor não circula na festa? O senhor não via alguém com pin de Deputado, com pin de Senador? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não vi. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Ninguém lhe apresenta alguém? “Olha só, Cícero, você que é um empresário bem-sucedido, com R$ 300 milhões passando pelas contas, está aqui o fulano de tal, esse é um bom contato para você.” Nunca aconteceu isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nunca aconteceu. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Pois é. Sr. Presidente, aqui, olha só... E aí eu quero frisar isto: nós precisamos ter essas quebras de sigilos e precisamos ter uma participação do Cícero em sigilo aqui conosco, porque ele certamente tem mais para falar, sim. E essas listas, essas planilhas que estão no STF precisam ser de conhecimento desta Comissão. Nós temos que saber para quem foi esse dinheiro, porque esse dinheiro foi parar na mão de muita gente - e não foi parar para o Cícero, porque, sinceramente, também é verossímil, a não ser que os documentos sigilosos que venham aqui demonstrem o contrário, que o senhor diga que ganhava R$20 mil por mês, que seja, na empresa, e que tenha uma circulação de valores nesse valor nos seus CNPJs. E aí, se demonstra, mais uma vez, Sr. Presidente, aqui até... (Soa a campainha.) O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - ... à guisa de conclusão, que nós estamos tratando de dinheiro roubado de aposentados... E o senhor não sabia nunca que era dinheiro roubado de aposentados? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O que o senhor pensou quando o senhor soube que tinha dinheiro de aposentado que foi roubado e que estava passando pela suas mãos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso é... Não pode acontecer nunca. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - E qual foi o seu sentimento em relação a isso, quando o senhor viu isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É uma coisa inadmissível. O que eu consigo falar agora para o senhor é isso. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - E o senhor está aqui para resolver porque o senhor quer justiça para essas pessoas que foram roubadas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Corretamente. Por isso é que eu vim aqui de prontidão e aberto a todas as respostas. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - E o senhor continua na Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nunca estive na Conafer. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Continua prestando serviço para a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Zero? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Zero. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Rompeu completamente com a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Completamente. |
| R | O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Pois bem, Sr. Presidente, eu acho que, sinceramente, essa foi, para quem me acompanha e quem sabe da minha postura, também a minha participação mais light de todas, porque aqui eu estou tentando realmente, aliás, nas outras vezes também tentei, mas de uma forma a buscar a verdade aqui do depoente e entender como pode essa lavanderia ter utilizado tantas pessoas em tantos CNPJs diferentes e ter passado sob o radar do Governo durante tanto tempo. O Governo Lula foi completamente omisso, a CGU, o Ministro Lupi, da Previdência, o atual Weverton, que foi Secretário-Geral, a AGU. Olha, Presidente, é absurdo o que nós estamos vendo! Então, aqui, para encerrar, eu quero lamentar realmente que nós cheguemos a esta Comissão com um depoimento que, de fato, acho que até esclareceu bastante coisa para quem está nos assistindo, mas que poderia trazer mais informações sem os documentos sigilosos que nós precisamos. Então, reforço... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para encerrar, Excelência. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - ... por uma última vez, vamos pedir ao STF todas as planilhas, ali deve ter nome de político, deve ter nome de assessor... Aliás, deve não, eu sou capaz de apostar cem por um... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para encerrar, Excelência. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - ... como vai ter. Porque nós precisamos chegar em quem roubou e em quem levou esse dinheiro todo que passou por essas contas do depoente Cícero Marcelino. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Excelência. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Muito obrigado. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Só um instante. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu agradeço pelo respeito e pelas perguntas, etc. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O Relator ad hoc tem questionamentos. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE. Para interpelar.) - Pronto. Presidente, eu queria fazer um questionamento aqui ao Sr. Cícero, que tem demonstrado aqui, a gente percebe, um posicionamento totalmente diferente de outros depoentes que vieram aqui, como outros que estiveram com empáfia, com arrogância, com soberba. O senhor está vindo com humildade, tentando responder. Talvez, como algum colega falou aqui, não esteja respondendo tudo. E, talvez, também, como sugerido pelo Senador, pelo Deputado Marcel Van Hatten, essa sessão secreta, Presidente, possa ser uma alternativa, se ele se sentir mais confortável para colocar, porque, realmente, R$300 milhões é um dinheiro que não dá nem para imaginar. Eu acho que já começa a se aproximar do R$0,5 bilhão. É um dinheiro, é uma montanha de uma coisa absurda! O que eu queria lhe colocar são os RIFs que chegaram aqui, através do Coaf, que indicam que o senhor transferiu R$54 mil para a sua sogra, Márcia Morais, e R$432 mil para a sua cunhada, Tatiana Morais. Qual o motivo e a natureza de todos esses pagamentos pessoais vultuosos para a família de sua esposa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Vou puxar isso, mas tinha meses de pagamento de contas minhas mesmas, próprias minhas, que eu passava para elas para fazerem pagamentos para mim. Já teve casos bem distantes, poucas vezes, sim, já teve. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Mas o que o senhor falou aqui que, com o seu trabalho conseguia, foi dando números do que o senhor chamou até de troco, em algum momento o senhor chegou e falou que era troco. Isso dá R$0,5 milhão? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, isso tudo eu passei para as pessoas, é isso? Para os familiares? O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - É, para a sua sogra e para a sua cunhada. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu vou puxar isso e repassar para os senhores o motivo, o que eu paguei, o que não foi, com toda a verdade. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Tá. Sr. Cícero, a Cooptec Cooperativa, da qual a sua esposa Ingrid é sócia, transferiu 2,6 milhões para a Santos Consultoria... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... empresa da qual o senhor é sócio. A Polícia Federal sugere que essas movimentações circulares entre empresas do mesmo núcleo familiar operacional dificultam o rastreamento dos recursos e configuram possível ciclo de lavagem de dinheiro. |
| R | Eu pergunto para o senhor: qual foi a natureza específica da contraprestação de serviço ou produto que justificou aqui essa transferência de R$2,6 milhões para a Cooptec? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Realmente, para a questão de planilhas que vinham para pagamentos: pagava de uma, pagava de outra empresa. É assim que eu consigo falar agora com veracidade para o senhor, é isso. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Qual o serviço era feito? Serviço de quê? Da Cooptec para Santos Consultoria, exatamente qual era o tipo de serviço? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, nem prestava o serviço, eu mesmo encaminhei de uma conta para outra para poder movimentar e fazer alguns pagamentos, para onde eu tinha mais limite para fazer. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Relatórios da Polícia Federal indicaram que Carlos Lopes movimentou 1,7 milhão em apenas dois meses. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Deixe-me cortar só um pouquinho aqui, eu não consegui entender direito. Pode repetir para mim, por favor? O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Então, relatórios da Polícia Federal indicaram que o Sr. Carlos Lopes, da Conafer, movimentou 1,7 milhão em apenas dois meses. Apesar de declarar renda mensal de R$15 mil e patrimônio de R$60 mil, considerando que o senhor recebeu R$975 mil diretamente do Sr. Lopes entre 2021 e 2023, eu faço duas perguntas, que eu sei que a gente precisa sequenciar, mas depois eu quero voltar, Presidente. São duas perguntas aqui dentro dessa enumeração que nós fizemos aqui. Essa quantia foi utilizada, ainda que parcialmente, para cobrir despesas pessoais de luxo, de viagens internacionais ou manutenção de bens privados do Sr. Lopes, Presidente da Conafer, de forma a ocultar a origem real dos recursos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não sei se ele fez isso, mas vinham pagamentos pessoais que ele tinha que fazer. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Tipo viagens? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei falar se eram viagens, porque vinham com as mesmas condições de planilha. Se eram viagens... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Mas nessas planilhas estava lá dizendo para o que era. Era compra de dólar... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fulano de tal... Não, para viagens eu não me recordo disso, e também para compra de dólar, essas coisas não... Era só para repassamento, "Mande para o meu filho tanto, porque precisa do negócio da escola", isso aqui assim... Aconteceu isso... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Carro? Compra de carro. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Carro, já teve compra de carro, mas era pela empresa. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Certo. E a última aqui, Sr. Presidente, depois eu faço as demais: o senhor tinha conhecimento de outras fontes de receita ou patrimônio oculto do Sr. Lopes, além de recursos da Conafer, que justificassem essa movimentação financeira flagrantemente incompatível com a renda declarada dele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sabia se justificava ou não, porque eu não sabia valores, mas sabia que ele trabalhava no meio agro, com gado, essas coisas. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Era muito empregado nessa parte? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Provavelmente... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - De... De... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - De fazenda O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É... Eu sei que ele mexia com isso. Ele é advogado também, formado, então, provavelmente viria desses locais.... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Obrigado... Obrigado, Sr. Cícero. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu que agradeço ao senhor. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu vou fazer os dez minutos do Deputado Dorinaldo Malafaia, e vou ter que dar o intervalo da noite. Excelência... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Não, eu tenho uma consulta. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu preciso... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Eu tenho uma consulta... Eu tenho uma consulta online. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu preciso, eu tenho uma medicação que eu sou obrigado a tomar nesse horário, então, eu lamento. E eu tenho que me alimentar, porque ela não pode ser bebida... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ...sem estar com a alimentação. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Podia pedir para o Relator ad hoc... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE. Fora do microfone.) - Conduzir... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Porque vamos perder voo... Eu consegui um encaixe numa consulta médica e não dá para colocar alguém no seu lugar? Alguém preside em seu lugar? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Bem... |
| R | A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - É de praxe, Presidente. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Presidente, o Senador Girão... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Podemos devolver também a gentileza do Deputado Pimenta, que autorizou também que eu ficasse aqui. Ele poderia ficar na Presidência... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - É uma gentileza. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... e a gente, trocar aqui, sem nenhum problema. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu vejo isso aqui. Com o uso da palavra o Deputado Dorinaldo Malafaia, por dez minutos. (Intervenção fora do microfone.) O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente. Bem, obrigado pela gentileza; nós estamos aqui desde cedo. Eu queria não perder a oportunidade de fazer alguma reflexão aqui ao Sr. Cícero, porque não sei se o senhor tem total clareza e dimensão deste debate que nós estamos fazendo aqui - os Parlamentares, os Senadores e Deputados. Nós estamos acompanhando pari passu todas as declarações, conectando todos os assuntos. Eu digo isso para o senhor, na frente do seu advogado, porque aqui todos que vieram, pelo menos os últimos três que eu acompanhei - o caso do chamado Careca do INSS, depois o representante da Conafer e o senhor -, têm uma personagem; todos! O Careca do INSS, Presidente, vinha aqui dizendo que ele não era o Careca do INSS, que ele era apenas um empresário de sucesso que encontrou, na fragilidade do INSS, as condições para ter tudo o que ele tem, com uma conversa muito macia, e muito firme, por outro lado. E foi conduzindo, conduzindo, conduzindo, quando, na verdade, o Careca do INSS é um criminoso que assaltou, juntamente com uma organização criminosa - que tem uma característica muito parecida -, com os seus parentes, e deu o golpe nos aposentados. E dizia a mesma coisa: "Não tenho nada a ver com o golpe dos aposentados". Depois veio aqui a Conafer, que é robusta no processo de crescimento. A Conafer... Quando veio aqui, o representante da Conafer, o Sr. Carlos Lopes, pintou a mão; disse que simbolicamente era representante indígena; foi desautorizado pelos próprios, foi desautorizado pela associação dos povos indígenas de falar em nome desses povos originários; e também se descobriu aqui o mesmo modo: famílias, mulher, irmão fazendo parte desse processo de esquema criminoso. E o senhor chega aqui... Eu lamento também que alguns colegas tenham colocado um certo tom brando, de certa leveza para o senhor, como se o senhor fosse um colaborador. Na minha opinião e pelo que eu levantei aqui, o senhor é tão criminoso quanto os demais. Digo isso porque nós levantamos aqui o esquema criminoso em que o senhor está envolvido. O senhor não é um colaborador, o senhor é um criminoso! Está claro para a gente aqui que o senhor faz parte de um esquema de lavagem de dinheiro junto a essa organização criminosa, que utilizou... Foi demonstrada pelo Relator a relação sua, a relação de lavagem de dinheiro sua juntamente com a sua esposa, juntamente com o seu cunhado, certo? Então... Cunhado, me parece. Vocês têm o mesmo modus operandi. Então, queria lhe dizer, lhe perguntar... Porque veja: o senhor tenta se distanciar, diz que não teve crime nenhum com relação aos aposentados, mas o dinheiro do aposentado era retirado, depois passava para a Conafer, depois passava para o senhor e o senhor devolvia para a Conafer através do Sr. Carlos Lopes, não era isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Não, nunca fiz pagamento para a Conafer, nunca devolvi. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Da Conafer? Não; tem aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, das minhas empresas nunca saiu um pagamento para a Conafer. |
| R | O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Veja bem, tem uma fala sua aqui, hoje. "Os documentos mostram aqui..."; sobre origem dos recursos e planilha de pagamento, o senhor fala, disse o seguinte: "Ficava com o trocado que sobrava". O trocado que sobrava, na verdade, é dinheiro desviado. O senhor tem ciência disso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tinha. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Não tem ciência? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tinha. Tenho ciência agora, depois do que está acontecendo. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Muito bem. O senhor tem consciência de que o senhor é cúmplice e testa de ferro de uma quadrilha? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O senhor não tem consciência? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não. Agora, com até alguns Parlamentares, alguns conselhos, estou repensando sobre isso, sim. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O senhor sabe, então, ou não sabe, mas eu vou lhe dizer aqui, se o senhor não sabe, que o senhor responde por uma organização criminosa... por crime de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Crimes que, com pena combinada, dão de seis a oito meses e um máximo de 18 anos e oito meses de reclusão. Tem aqui uma dosimetria para aplicar. Então, estou lhe dizendo isso porque me parece que é importante que o senhor tenha plena consciência de que aqui nós tivemos informações da sua declaração de maneira muito sincera. Eu acredito até que foi um sincericídio, porque você, o senhor declarou aqui várias vezes - está gravado aqui - que realmente faz parte desse esquema criminoso. As empresas, por exemplo, que estão em nome de terceiros e com falsa titularidade... No seu depoimento anterior, o senhor afirmou que algumas empresas estavam em nome do seu cunhado. E o que o senhor fez para poder atender aos amigos do Carlos? O que o senhor fez? Como que o senhor fez esse esquema de ajuda? Tinha a empresa em nome do seu cunhado, que era, logicamente, uma falsidade de titularidade. E como o senhor fazia para ajudar o Carlos? Como é que funcionava esse esquema? Conte um pouco para a gente. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei de esquema. O que eu fazia era prestação. E do meu cunhado, a mesma empresa, quando surgiu uma oportunidade, coloquei nela, mudamos o Cnae, e começamos a trabalhar. Em geral, são quatro empresas que a gente trabalhou. Cancelamos umas e continuam outras. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Então, nessas quatro, já foi demonstrado aqui que o senhor recebeu mais de R$300 milhões, em contas próprias, não é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Contas... É, o que foi para a empresa é o que é; é o que foi para as empresas, sim. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - E o senhor declarava renda de R$1.500, era isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tive um problema com declaração com um contador. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Muito bem. Eu queria avançar um pouquinho para esse eslaide que foi cedido pelo Deputado Rogério Correia, porque, para mim, é muito importante ver o crescimento desse esquema de corrupção nesse período específico de 2019-20, onde tem esse laranja, inclusive, falando de questões laranjas, parece-me que essa cor é emblemática. Nós temos aí uma demonstração de um crescimento, principalmente de 2019 até 2022, e aproximadamente 23, no valor de... Saiu, em 2019, de R$350 mil, a Conafer, passou para R$57 milhões, que representou uma elevação de aproximadamente 16.000%, nesse período que o senhor está envolvido aí - o senhor está envolvido nesse esquema. E, no período de 2022, teve um outro salto que foi para 92... Aproximadamente R$92 milhões, passou de R$92 milhões, perdão, para R$202 milhões - um crescimento absurdo. |
| R | Mas, veja, esse período marca também o dia 30 de agosto, por exemplo, que foi o período que teve o Acordo de Cooperação Técnica no INSS, do Sr. Leonardo Gadelha. Teve uma suspensão nesse período. Eu queria voltar um pouco nessa linha do tempo, porque teve uma suspensão do repasse dos valores referentes aos descontos de mensalidade dos beneficiários de natureza não-previdenciária nesse período, no período Temer. Em seguida tem um fato que eu acho que nós não podemos esquecer. Nós não podemos esquecer que, no dia 8 de outubro de 2020, o Presidente do INSS, o Sr. Leonardo José Rolim, nomeado pelo então Ministro, hoje Senador Rogerio Marinho, assina a Portaria nº 1.048, que delegou a competência para a celebração de Acordos de Cooperação Técnica para a Diretoria de Atendimento (Dirat), alterando a governança da autarquia. Essa data também, para nós, é muito importante. Essa data está relacionada exatamente com esse crescimento e com o que V. Exa. está participando diretamente. Eu queria registrar que esses desvios e esse processo todo realmente... (Soa a campainha.) O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - ... ele tem - para finalizar, Presidente - um marco temporal. Esse marco temporal que aqui está tentando se blindar exatamente o período em que tem envolvimento direto do Governo Bolsonaro. Nós fechamos por aqui. Nós não podemos esquecer 2019, 2020, 2021 e 2022. Esse período é o período de maior escândalo e onde dá início exatamente ao processo de autorização de Acordos de Cooperação Técnica com entidades fraudulentas e que deram um golpe bilionário no aposentado. E, para finalizar, quero dizer que o senhor comete crime. Não adianta afastar a sua culpa desse processo. É nesse sentido que eu quero lhe dizer que, lamentavelmente, não adianta vir aqui e retornar com esse discurso de que há uma inocência por parte dos senhores. Todos vocês, os últimos três que passaram por aqui, têm o mesmo modus operandi: é tentar diminuir o seu crime, tentar se afastar da responsabilidade e transferir a ideia de que são pessoas idôneas e que tiveram sorte na vida ou são gênios das finanças ou que tiveram oportunidade de crescimento sem nenhum tipo de envolvimento com essa crise que foi aplicada ao aposentado brasileiro. Então, portanto, eu queria aqui, Presidente, mais uma vez agradecer a V. Exa. pela paciência e que a gente consiga realmente sair dessa CPI com resultado concreto. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Eu convido o Senador Girão a assumir a Presidência e o Deputado Evair de Melo como Relator ad hoc, enquanto me ausento. Com a palavra o Deputado José Medeiros. (Pausa.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Por dez minutos, com a palavra o Deputado José Medeiros. O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT. Para interpelar.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, nos últimos 20 anos, o Brasil ficou praticamente nas mãos de Governos do PT. Nas últimas seis eleições, cinco o PT venceu. Durante todos esses anos, inúmeros escândalos surgiram e nós não tínhamos nem tempo para, em dez minutos, nomear todos, nem para nomear quantos petistas de alta plumagem foram presos e também os que foram "descondenados". Mas, Sr. Presidente, todos esses escândalos tiveram um roteiro único. |
| R | Eles parecem... Para quem acompanha futebol e é mais antigo, o Sávio era um jogador do Flamengo muito habilidoso que driblava sempre para um lado - sempre para um lado. Era um drible manjado, mas dava certo. O PT tem feito isso há muito tempo. É manjado, mas eles têm tido sucesso. Eles fazem a coisa... É tipo aquele sujeito que bate a carteira e sai gritando "pega ladrão". O que nós temos visto nesta CPI... Eles já criaram muitas narrativas competentes, mas, nesta CPI e neste escândalo do INSS, eles conseguiram se superar, porque veja só: qual é o líder principal do Governo do PT? O Presidente Lula. Qual o Governo dos últimos 20 anos tem como base principal sindicatos e associações? O Governo do PT. Qual o partido que tem, nas suas bases, Deputados ligados a associações e sindicatos? O PT. As principais associações que estão envolvidas nesse esquema e que mais passaram dinheiro são ligadas a quem? Ao PT. E aí eles vêm aqui e dizem que o esquema é do Governo Bolsonaro. A pergunta que fica é: por que Bolsonaro faria um esquema para beneficiar o PT, para beneficiar o Governo do PT? Eu gostaria - para a gente deixar de uma forma gráfica e mais clara - que a Secretaria colocasse ali na tela uma coisa para a gente separar, de uma vez por toda, de que forma o Governo do PT se comportou, os Parlamentares do PT, e de que forma Bolsonaro se comportou. Olha, começa o Governo Bolsonaro... Aliás, antes de começar, no período de transição, Sr. Presidente, o Senador Izalci leva uma comitiva de peritos à transição para falar com o Presidente Jair Bolsonaro. Eles falaram: "Olha, tem fraudes assim, assim, assim". As fraudes que foram colocadas ali já foram frutos de estudos para poderem ser tratadas numa legislação que pudesse combater essas fraudes. Naquele momento, não se tinha levado... Mentira que eles têm contado aqui, cotidianamente, toda sessão eles falam isso, de que tinha sido levada já a questão dos consignados. Não foi levada. A própria nota dos servidores, dos peritos, deixou claro isso. Mas houve uma boa vontade do Governo em combater as fraudes. Está ali: "Bolsonaro sanciona Lei de Combate às Fraudes do INSS; 30% dos benefícios são suspeitos". Então, tinha todo tipo de fraude. Inclusive, nesse combate às fraudes, teve um avanço. Antigamente, levavam-se pessoas, Senador Girão, sem a maior preocupação com a vulnerabilidade daquelas pessoas, pessoas com cem anos levadas em maca para fazer prova de vida no INSS. O que o Governo Bolsonaro fez? Criou uma possibilidade de fazer a prova de vida digitalmente, trazendo dignidade para essas pessoas. Vamos passando, por favor, outro eslaide. (Pausa.) Parece que travou, né? Mas vamos ali para ver o que o Bolsonaro fez: por favor, solta esse vídeo. (Procede-se à exibição de vídeo.) |
| R | O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT) - Veja aí, Sr. Presidente. Inclusive, o nosso colega, com orgulho, o nosso Líder no Senado, Senador Rogerio Marinho. Por que um Governo que estaria direcionado a roubar aposentado iria colocar empecilhos para o próprio crime? Então, não bate essa história que o PT tem contado aqui. A grande verdade é que, além dessa legislação aí, o Presidente Jair Bolsonaro criou, dentro da CGU, um departamento para combater esse tipo de - só para tratar de INSS... E a Diretora falou aqui, foi imprescindível para que se chegasse a este momento a que nós chegamos agora. Então o que acontece? Nós temos uma situação em que há um rombo, um roubo estratosférico, e eles procuram jogar para o outro lado, jogar a culpa para outros e dizer: "Nosso Governo descobriu". Mentira deslavada. Não descobriu coisa nenhuma. E isso está mais do que provado aqui. Tanto não descobriu que estão perseguindo. E hoje, foi a prova aqui: a pessoa que denunciou, eles estão querendo o escalpo dele. Então, Sr. Presidente, o que a gente nota é que é uma narrativa contada para inglês ver, porque, quando chega a hora de buscar a realidade dos fatos... O que aconteceu hoje aqui? Blindaram o Frei Chico. Só estão faltando dizer que Frei Chico é irmão do Bolsonaro. Só está faltando negarem que o Frei Chico é irmão do Lula. Gostaria que passasse ali para a gente ver, porque aqui foi... O que Bolsonaro fez? Olha, cancelou mais de 2,6 mil... milhões de benefícios irregulares, economizou 20 bilhões, e fez uma medida provisória para combater essas fraudes. E que jeito... Isso foi o que o Bolsonaro fez. Agora vamos lá ao que o PT fez. Olha aí o que o PT fez. Está lá. A oposição critica dificuldades impostas aos trabalhadores pela MP nº 871. É tudo em nome de alguém. O PT, o discurso dele é sempre um pano de fundo para ajudar alguém, alguma minoria. Nesse caso era para proteger os trabalhadores. "Pente fino do INSS ameaça direitos e falsa economia..." Isso era o que eles diziam. Vamos lá. Isso no site do PT. Vamos para a frente. O PT, na verdade, foi o partido que tentou barrar o pente fino. Se possível... Olha, recurso no TCU. Eram contrários aos cruzamentos de dados, fizeram uma campanha de desinformação sem tamanho. Se puder colocar esse vídeo... (Procede-se à exibição de vídeo.) |
| R | O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT) - "[...] novo ministro assinou emenda para reduzir controle dos descontos", e por aí vai. Esse Ministro que está aqui agora, ele assinou para combater a medida, e aí eles vêm aqui dizer que... (Soa a campainha.) O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT) - ... quem facilitou, que esse rombo foi por causa do Governo Bolsonaro. Então, aí está bem claro o que o PT fez e o que o Governo Bolsonaro fez. Os Parlamentares todos, inclusive os puxadinhos, que eu não coloquei aí, não dá tempo de colocar os puxadinhos do Psol, que também estavam na mesma cantilena, então, combateram as medidas que iam impedir as fraudes e vêm aqui, o tempo inteiro, querer jogar para cima do Governo Bolsonaro. Está aqui bem claro para o povo brasileiro quem combateu as fraudes e quem impediu o Governo de fazer mais para que essas fraudes não acontecessem. E mais: essas associações são tentáculos do Partido dos Trabalhadores. A Contag é histórica. Não dá para a gente querer deixar de fazer esse contraponto aqui. E aí, quando a gente conta a verdade aqui, vão e entram na Justiça, porque dizem que está borrando a imagem do PT. É impossível borrar mais a imagem do PT. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Muitíssimo obrigado, Deputado Zé Medeiros, que foi Senador aqui desta Casa também. Eu imediatamente passo a palavra para a Senadora Soraya Thronicke. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS. Para interpelar.) - Agradeço, Sr. Presidente. Em nome de V. Exa., cumprimento os demais. Cumprimento o depoente, Sr. Cícero Marcelino de Souza Santos, e seu advogado, Carlos Roberto de Souza. Eu gostaria de pedir para a Secretaria apresentar um print, por favor. Olha, isso aconteceu no grupo da minha família ontem. A minha irmã acabou de falar, disse o seguinte: "Eu acabei de receber esse WhatsApp do Governo dizendo assim", e minha irmã não se chama Deolinda: Olá, Deolinda, o Governo do Brasil tem uma informação importante: identificamos que você tem valores a receber relacionados a descontos indevidos da fraude do INSS. Para receber os valores é preciso acessar o Meu INSS ou ir presencialmente em uma agência [...] [e tal]. Este [...] canal oficial [...] Não pedimos dados [...]. Mas depois, no próximo print, ele já apresenta que... Fala que não envia link, mas envia uns números para clicar. Então, é golpe. As pessoas estão mandando WhatsApp, e golpe do golpe - do golpe do golpe. Então, é para que os brasileiros fiquem atentos. Esse tipo de golpe está ocorrendo. Então, quando você vê, você cai numa cilada aí. Então, todo cuidado é pouco. Eu gostaria, Sr. Presidente, de destacar como o andar da carruagem está um tanto quanto complicado. Nós estamos aprovando requerimentos de convocação, de convite, mas temos mais de 140 nomes já aprovados. Nunca sabemos na segunda-feira quem é que vem, quem é que não vem, para a gente poder estudar. E às vezes o depoimento é de uma pessoa cujos RIFs sequer chegaram, ou, se chegaram, não foram analisados ainda pela polícia legislativa. |
| R | Então, a minha preocupação é: o rombo dos bancos, das instituições financeiras, é muito maior! Ano que vem, esta CPMI acaba em março, então, eu gostaria de que pelo menos nós trabalhássemos no sentido de pedir a documentação dos bancos que já foram aprovados: o PicPay e o BMG. Precisamos de quebra de sigilo: Ricardo Guimarães, dono do banco; do seu filho, que é o diretor, o seu filho Flavio Guimarães Neto. Nós podemos nos adiantar em relação à documentação, porque as pessoas estão nos vendo trabalhar aqui durante horas e horas e horas, mas o trabalho fora da TV é enorme, e o volume de documentos para ser analisados é imenso. Nesse sentido, eu gostaria de antecipar. Bom, Sr. Cícero, o senhor disse que, em 2017, o senhor conheceu o Sr. Carlos Lopes, certo? Foi numa loja onde o senhor vendeu algumas roupas para ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Correto. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - A partir daí, quando foi que o senhor fez o primeiro negócio com a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Creio que dois, três meses depois. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Então, dois, três meses depois, ele lhe convida para fazer algum negócio, para o senhor abrir uma empresa, é isso? Foi a primeira empresa que o senhor abriu para trabalhar exclusivamente? Qual é o nome dessa primeira empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Santos. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Santos. Tá. A Santos... Qual foi o serviço que ele pediu para a Santos fazer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade era de consultoria e assessoria. A gente fazia isso em assentados, áreas indígenas... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Qual é a sua formação? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu não tenho formação... Completa, não. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Tá. Então, o senhor se apresenta como consultor. O senhor é consultor do quê? Em quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, resolvo tudo. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Você resolve mesmo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Tu é fera, hein? Olha só o tanto de empresa... Quantas empresas o senhor tem hoje no seu nome, no da sua esposa, onde o senhor tem participação? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - São duas minhas e duas da minha esposa. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Olha só as empresas em que ele tem participação, ele mexe, ele é consultor em: agropecuária, locação de automóveis sem condutor, serviço de organização de feiras, congressos, exposições e festas. Depois a outra empresa... Olha, eu já falei uma, duas, três. A quarta: montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias. Aí a quinta: aluguel de palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário. Banheiro também? Aqueles banheiros químicos o senhor também tem? Não tem banheiro químico, não? Depois, o senhor tem uma holding de instituição financeira, aí o senhor tem também correspondente de instituições financeiras! Aí o senhor tem criação de bovinos para corte! Depois, locação de automóveis sem condutor! Depois, consultoria em gestão empresarial, exceto técnica específica! Olha, o senhor é um craque, o senhor é consultor de tudo e de nada! Engraçado que o senhor... A Conafer contratou a Santos, aí a Santos fazia essa consultoria e recebia um recurso, certo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - E aí esse recurso... A Santos recebia o pagamento desse serviço, o.k.? E outra, as suas empresas não têm funcionários, não é? Então, o senhor é o craque de tudo, o senhor chuta, o senhor defende, o senhor faz gol... Enfim, o senhor, eu nunca vi, o senhor é um ninja! Ninja! Eu estou impressionada. |
| R | Aí o senhor mesmo recebeu o pagamento da consultoria prestada para a Conafer pela Santos e aí o senhor contrata a sua própria empresa para fazer, sei lá, algum outro serviço, locar carros. Então, a empresa no seu nome, aí o senhor repassa o dinheiro. Aí a locadora, que é sua, resolve criar gado de corte. Aí o senhor passa esse dinheiro para outra empresa que a locadora quer, aí essa empresa de gado de corte quer fazer uma festa, bem na pandemia, aí ela contrata ela... E o dinheiro fica girando de uma forma impressionante. Pergunto: o senhor conhece o Sr. José Valentim da Costa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhora. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - O senhor conhece o Sr. Reinaldo de Almeida Santos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhora. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Caramba! É tudo mentira isso aqui, né? Foi para quem? Olha só, após o início da Operação Sem Desconto, a empresa Agropecuária PKST, da sua esposa e de vocês ali, IBC Prudente Apoio Administrativo, Santos Consultoria - Santos, a primeiríssima -, a To Hire Cars Locadora de Veículos transferiram suas empresas para esses dois nomes que eu perguntei, para o Sr. José Valentim da Costa, de 55 anos, e o Sr. Reinaldo de Almeida Santos. Ele vendeu as empresas para esses senhores, e ele não conhece. Os dados foram disponibilizados pela Junta Comercial de São Paulo, a Jucesp, então eu tenho fontes. Mas, gente, pasmem: constatou-se que Valentim, o primeiro, era beneficiário do auxílio emergencial em maio e novembro de 2020, e o Reinaldo, por sua vez, para quem ele vendeu as empresas, foi beneficiário do Bolsa Família, entre 2016 e 2020, e tentou receber o auxílio, entre abril e agosto, mas foi bloqueado. Pelo histórico desses novos sócios seus ou para quem o senhor transferiu totalmente, tudo indica que, sim, são laranjas... Laranja do laranja do laranja, tá? Laranja do laranja. Eu pergunto, para finalizar: o senhor sabe por que o senhor veio prestar depoimento aqui? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhora. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - O senhor não sabe? Porque o senhor se preparou para vir até aqui? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhora. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - O senhor... O seu advogado também não sabe... (Soa a campainha.) A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - O senhor não consultou o seu advogado, então? O senhor não sabe, o senhor está caindo de paraquedas, o senhor nunca ouviu falar do escândalo do INSS? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vim para dar respostas do que me perguntam sobre o escândalo do INSS. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - É, mas então o senhor sabe. Por que o senhor não trouxe... Todos os seus documentos levaram? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Todos, sem exceção. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Qual a sua renda mensal? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho renda nenhuma no momento. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Qual era a sua renda mensal até a Operação Sem Desconto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Média de R$120 mil, R$100 mil. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - O.k. O senhor recebia por trabalho em cada empresa ou o senhor recebia percentual do dinheiro que rodava? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, nada percentual, era o ganho do meu salário, prestado o serviço. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Prestado o serviço. Então, se o senhor vendeu para a Conafer ou para a sua empresa sêmen, por exemplo, de gado tal, ou se o senhor alugou banheiro químico, alugou, aí o senhor, é tudo contrato, cada um é um preço. É isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - É, mas muitas vezes passava um dinheiro, o mesmo recurso, é estranho, mas eu... O senhor poderia pensar em uma colaboração premiada. O senhor viu o que aconteceu com o Mauro Cid, ele foi realmente, ele conseguiu revelar questões e provar. De repente, o senhor entra nessa, porque senão vai ver o sol nascer quadrado. |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Muito obrigado, Senadora Soraya Thronicke. Aproveitando aqui, antes de passar a palavra para o nosso colega Deputado Evair de Melo, eu gostaria só de questionar, primeiro respondendo à Senadora Soraya sobre o termo das convocações aqui: a Secretaria, muito atenciosa sempre, trouxe a informação de que dentro do Regimento são dois dias úteis e será feita a comunicação da pauta da próxima semana. Essa questão dos RIFs, a senhora tem razão. A gente recebe muitas vezes aqui um convocado, um convidado e não tem ainda todas as informações, inclusive, quando chegam, chegam incompletas e dizendo que está faltando alguma coisa, a Receita dizendo. A gente faz um apelo à Receita Federal do Brasil para que tenha mais atenção aos requerimentos, para que mande as informações completas com boa vontade. Nós estamos querendo fazer um trabalho aqui focado e nós temos tempo para concluir esta CPMI. Então, fica um apelo também à Receita Federal, porque nós tivemos notícia, inclusive os meus requerimentos, que voltaram, aprovados aqui pelo Colegiado, porque diz que está faltando mais dados e, poxa, isso não tem cabimento. Mas eu queria aproveitar o Sr. Cícero aqui e perguntar para ele o seguinte: quer dizer que o troco, de que o senhor falou em algum momento aqui, que sobrava, é de R$120 mil por mês para o senhor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, o que eu disse, acabei falando o troco, é a interpretação de cada um. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Essa palavra foi o senhor que falou. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim, é a interpretação de vocês. Seria uma média de R$20 mil a R$30 mil por empresa. É por isso que eu falo que dava R$120 mil no mês, com as minhas quatro únicas empresas. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Tá. Antes de montar essas empresas, o seu rendimento era quanto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De R$7 mil, R$8 mil. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - De R$7 mil, R$8 mil. Aí passou para R$120 mil a partir dessas empresas, a pedido da Conafer, porque o senhor montou essas empresas a pedido do Sr. Carlos Lopes, não é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, ele viu o potencial, e eu abri a empresa para prestar serviços para a Conafer. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Perfeito, e o senhor começou vendendo roupas para ele, ternos, é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Era esse tipo de roupa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - E os ternos - desculpe-me a pergunta -, custava quanto cada terno? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - R$2 mil. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - R$2 mil? O.k. Então, vamos sequenciar, depois eu tenho algumas outras perguntas a fazer. Com a palavra, o Senador... O Deputado - falei duas vezes Senador aqui, profetizando, né? O Deputado Evair de Melo. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES. Para interpelar.) - Obrigado, nosso Presidente. Na verdade, aumenta muito a minha responsabilidade de falar aqui, na condição de também Relator ad hoc desta importante audiência, que nós estamos realizando. Eu tive a preocupação e o cuidado de procurar a Polícia Federal, os órgãos de investigação, para entender como que é a estrutura organizacional do crime organizado. Isso não agora, nos Governos passados. Ainda me lembro do Governo Temer, depois o Governo Bolsonaro. Eu tinha a oportunidade... Para poder entender um pouco mais disso. Na época, José Medeiros, eu descobri que o Hamas, o Hezbollah, as forças revolucionárias da América Central, as Farc colombiana, o PCC, o Comando Vermelho, o MST, eles têm exatamente a mesma estrutura organizacional. |
| R | Sr. Presidente, por que eu comecei por isso? Para poder dizer que aqui nós já recebemos o tal do Sr. Fernando Cavalcanti, recebemos o Sr. Rubens Oliveira, o Sr. Milton Salvador, e hoje estamos recebendo o Sr. Cícero Marcelino. E a estrutura organizacional, o modelo de resposta e a forma com que eles trabalham é exatamente a mesma. Portanto, eles podem estar combinados entre eles, eu não sei, mas é impressionante como aprenderam a organizar esse crime para poder roubar os nossos aposentados. Isso é um crime organizado, isso é quadrilha. Isso tem apropriação indevida de dinheiro - tem gente que ficou rico, tem gente que usufruiu desse dinheiro para as suas benesses do nosso dia a dia -, mas tem muita vantagem política, tem muita militância na base. Inclusive, o Conafer disse aqui... Como lá ele fala que é na primeira instância que é feita a abordagem do aposentado, a gente sabe bem o papel que se exerce lá. Sr. Cícero, eu pergunto ao senhor: o senhor conhece a Sra. Tehiana Gomes de Freitas Pataxó? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Não, senhor. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - O senhor teve alguma relação com ela? Porque consta que houve transações financeiras entre o senhor e a Sra. Tehiana. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Pode ser que esteja dentro das planilhas de pagamento, sim. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - Pois é. Quero comunicar ao senhor que... O senhor pode explicar a natureza do motivo destes repasses? O senhor lembra? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vinham as planilhas das quatro empresas, e a gente fazia o pagamento. Era uma média de 20, 30, 50, 100 pessoas para pagar. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - É impressionante! Todos os depoimentos, com o mesmo modus operandi, têm memória fraca. Eu nunca vi consultor, auditor, gente que trabalha com controle e com pagamento com memória tão fraca. Observe-se, eles têm mesmo modus operandi: não sabe, não viu, não foi com ele, tem que ver as planilhas. O senhor desculpa... Esse salário do senhor não condiz com o que o senhor está entregando. Quero comunicar para o senhor que essa pessoa, com quem o senhor tem convivência com ela, foi condenada a 13 anos de prisão por atropelar e matar uma criança no Município de Pau Brasil. Eu pergunto se ela teve algum vínculo com a Conafer ou com as empresas ligadas ao senhor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sei que trabalha na área indígena da Conafer. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - Que fique registrado aqui - inclusive, quero fazer o registro aqui à nossa Senadora Damares, que está tratando dessa causa específica - que possivelmente o senhor vai ser convocado para falar em algum momento sobre isso. Mas vou começar pelo início da nossa sessão de hoje, falando do tal do Frei Chico, o pregador da sinagoga do Satanás, porque de igreja nenhuma ele é - falso profeta. "Polícia Federal suspeita que sindicato do irmão do Lula desviou aposentadorias do INSS para empresas de fachada. [...] André Mendonça [...] [bloqueou] R$389 milhões [...]." "Sindicato [...] [do] irmão de Lula [...] [e] vice-presidente também é alvo de [...] [busca e apreensão] na nova fase de operação contra fraudes no INSS. Sindicato Nacional [...] [o tal do] (Sindnapi) [...] [são] 66 mandados de busca e apreensão [...]", inclusive o Frei Chico, irmão do Lula. "Mendonça ordena o bloqueio de R$390 milhões do Sindnapi." E o irmão do Lula é um... Santo não é, né? Quem prega na sinagoga do Satanás não pode ser santo. E, aí, querem tratar esse tal desse Frei Chico como uma pessoa decente. E está aqui a matéria de 2017: "Irmão de Lula recebeu mesada durante 13 anos [...]". A isso foi dada publicidade. Para que se possa saber, inicialmente o pagamento era de R$3 mil, mas o Frei Chico pediu aumento - não estava satisfeito, pediu um aumento - para R$5 mil. "Irmão de Lula [...] [recebe] mesada por 13 anos [...]." O 13 é convidativo, né? Ô, número atraente para corrupção! |
| R | E aqui vai na mesma direção: "Executivo da Odebrecht revela ‘mesada’ a irmão de Lula", José Medeiros, mas, para surpresa zero, o que é que acontece? "[..] a pedido do ex-presidente". O Barrabás, não satisfeito com que já estava nos seus cofres, também queria deixar o seu irmão rico e pediu para a Odebrecht pagar mesada para o seu irmão. Agora, a minha pergunta, Sr. Presidente, que acho que tem que vir aqui, é: onde estava a Receita Federal? Porque essas movimentações milionárias, bilionárias, eu não acredito que tenham passado despercebidas diante da Receita Federal, diante dos órgãos de controle, até mesmo do próprio Coaf. Porque, se isso passou aos olhos do Coaf e da Receita Federal, nós temos que questionar primeiro a competência técnica, não dos profissionais, mas do sistema, e, naturalmente, até a utilidade e o custo, porque a gente vê, por muito menos, gente caindo na malha fina, gente tendo patrimônio apreendido pela Receita Federal, e, estranhamente, esses valores bilionários, em contas completamente suspeitas, porque não posso admitir que um senhor como o Sr. Cícero tenha movimentado R$300 milhões - isso não condiz nem com a habilidade dele, nem com a fala dele, nem com a compostura dele. Possivelmente, ele é mais um desses que foi contratado para ser batedor de carimbo, para ser batedor de ponto, porque não tinha nem capacidade... Vocês observam que tem o mesmo perfil dos que passaram aqui. Porque essa Conafer culpa o INSS, culpa os aposentados. O Mancha, que esteve aqui, esse cara de pau lavado, que teve coragem de brincar com os autistas do Brasil, botando um cordão de falso autista, pintando a mão para dizer que era um rito indígena... Na verdade, aquilo era uma magia negra, alguma coisa ligada ao mal para fechar o corpo. Essa é a postura dele. E o Presidente do INSS, que esteve aqui, pagou R$15 milhões sem provar autorização. Tem que pegar esses órgãos de controle do INSS, porque isso também não pode passar no nosso meio. "Vice da Conafer fraudou o cadastro dos agricultores para ganhar licitação de R$526 mil". "[...] dirigente de Ministério recebeu R$ 50 mil [...] da Conafer". Sabe quem pagou? "O pagamento [...] foi feito pelo Sr. Cícero Marcelino de Souza Santos". O senhor sabe disso? Que o senhor pagou ao Secretário do Ministério, ao Sr. Pedro Alves Corrêa Neto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - A memória do senhor é fraca, deu um apagão, talvez tenha sido... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É igual eu falei para o senhor, vêm as planilhas e eu vou fazendo os pagamentos... O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - É, mas são valores que, desculpa, se o senhor tivesse a mínima habilidade e fosse da área, o senhor saberia: "Ah, não, mais ou menos, acho que eu lembro desse nome", "Não lembro". A gente se lembra das coisas. O senhor não lembra nada. Eu acho que, possivelmente, eu vou entender que o senhor teve covid. Eu acho que o senhor perdeu a memória na covid. "Farra do INSS: secretário da Conafer passou de beneficiário do auxílio emergencial a 'dono' de aviões". Pergunto: cadê a Receita Federal, cadê os órgãos de controle? O senhor foi sócio de um banco, do Terra Bank, que o senhor falou. Correto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - O senhor tem 10% desse banco, correto? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - Onde vocês conseguiram R$5 bilhões para poder bancar um projeto de genética? De onde é a origem desse dinheiro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Quando eu entrei no banco, já estava funcionando. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - Mas o senhor não procurou saber? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - O senhor virou sócio? Mas com qual capital que o senhor virou sócio de um banco, com 10% de um banco? E esse banco está emprestando R$5 bilhões? Quem empresta cinco tem muito mais. O senhor não procurou saber? Que consultor que é o senhor? Que assessor que é o senhor, que não se preocupou com nada? (Soa a campainha.) |
| R | O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - Isso mostra que o senhor está mais enrolado do que parece, porque se o senhor não foi o mentor, naturalmente o senhor esteve a serviço do crime, porque essa, para mim, é a prova maior, Pimenta. Está aqui, ó: a Conafer, da qual o Cícero é sócio, com 10%, vai emprestar 5 bilhões. Gente, são 5 bi, não são R$5 mil, não, R$50 mil, não, Girão. Você é pobre, você não sabe o que é isso. São 5 bi. E ele não sabe a origem do dinheiro, onde foi captado, se é no Banco Mundial, se é no Banco Interamericano, se é repasse do BNDES, não sabe a origem desse dinheiro, o que mostra o esquema que foi montado. Eu volto a dizer que é a estrutura do crime montada para poder roubar os aposentados do Brasil. Isso é vergonhoso, e naturalmente, na próxima segunda-feira, eu mostrarei aqui como é a cooptação lá na base, o papel lá da base, quem enganou os aposentados, quem vendeu falsa informação para os aposentados. Então, Sr. Presidente, diante de tudo isso, eu só posso dizer: vai vendo, Brasil. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Muito obrigado, Deputado Evair de Melo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - O senhor vai ter o tempo de Líder. Não sei como é que está o seu horário. Está corrido? Porque eu tinha mais algumas perguntinhas para fazer aqui. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - É bem curtinho. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Não, tudo bem. Então, o senhor tem a prioridade. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Eu não quero mais polemizar, está todo mundo cansado. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Tempo de Líder. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Pela Liderança.) - Mas só para que não se crie uma narrativa equivocada. O ilustre Parlamentar que me antecedeu, quando fez uma referência às medidas de busca e apreensão da Polícia Federal no Sindnapi, usou a expressão, "inclusive no irmão do Presidente Lula". Essa informação não procede. Não há nenhuma investigação envolvendo o irmão do Presidente Lula, na CGU, no Ministério Público Federal, na Polícia Federal. O despacho da operação autorizada pelo Ministro André Mendonça não tem o nome dele, não teve nenhuma medida cumprida com relação a ele. Então, não há nenhuma informação que tenha relevância e que possa, de alguma forma, justificar a afirmação que o colega fez sobre essa pessoa. Em segundo lugar, vai ser bastante rápido, é importante a gente lembrar a história da Conafer. Quando a Presidente Dilma foi afastada, em setembro de 2016, há uma mudança no INSS, de interpretação, que permite que os descontos passem a ser feitos por entidades que não tinham carta sindical. Esse pleito é feito pela Conafer. Então, em 2017, a Conafer inaugura essa nova fase, sendo a primeira entidade não sindical a receber autorização para os descontos. A partir disso, a entidade começa a crescer. Em 2018, 2019 e durante a pandemia, ela se torna uma entidade do tamanho que ela se tornou. Então, eu também estranho que em 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022, a Receita Federal, a Polícia Federal, os órgãos de controle não tenham detectado esse esquema criminoso montado dentro do Governo. |
| R | Aí chega 2023, já no Governo do Presidente Lula, quando se inicia a ação da CGU, que conclui em 2024, aciona a Polícia Federal, e nós temos, então, o processo que levou a desbaratar essa quadrilha. Então, eu também estranho que, durante tanto tempo, esse esquema criminoso funcionou sem que a Receita Federal, sem que a Polícia Federal, sem que os órgãos de controle o tenham detectado. Isso foi detectado e isso levou a uma ação da CGU, uma ação da Polícia Federal, e a quadrilha foi desbaratada no Governo do Presidente Lula, quando inclusive ocorreu a devolução do dinheiro que foi roubado, para os aposentados. Obrigado, Presidente. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - Presidente, o senhor me dá 30 segundos... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Eu vou lhe dar, mas o tempo de Líder da Oposição vai ser da Senadora, da Deputada Bia Kicis. Então, já está... Mas a senhora já falou, não? A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF. Fora do microfone.) - Ainda não... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Ainda não? Ah, então perdão. É porque o Deputado Pimenta tinha pedido, já concedemos aqui o tempo de Líder. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Rapidamente, ou pela ordem, né? O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES. Pela ordem.) - Só para contraditar o Deputado Pimenta, e a citação é só na sua fala. Quem conhece minimamente o processo de investigação sobre pessoa jurídica, quando essa pessoa jurídica é investigada de forma direta e objetiva, todos os seus diretores e os ordenadores de despesas e decisões estratégicas estão na linha de investigação. Portanto, isso não isenta o Frei Chico do processo de investigação. O Sindnapi está sendo investigado; portanto, todos os seus diretores, incluindo o Vice-Presidente e os ordenadores, automaticamente estão no processo investigativo. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Passando aqui a Presidência para o Senador Carlos Viana e já concedendo a palavra para a Deputada Bia Kicis. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Senador, eu queria aqui um pela ordem. Eu queria saber qual é a lista de inscritos que ainda temos, só para poder programar aqui a saúde mental. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - O Parlamentar que vos fala - eu vou utilizar daqui a pouco -; a Deputada Bia Kicis. E tem mais algum? (Intervenção fora do microfone.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Eu. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - E o Deputado Sóstenes Cavalcante. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Esses Parlamentares são os Parlamentares que estavam inscritos? O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco/NOVO - CE) - Estavam inscritos. Todos inscritos. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sr. Cícero e o Dr. Carlos Roberto, todos aqueles que nos ouvem... Sr. Cícero, o senhor assinou um termo de compromisso para não mentir, dizer somente a verdade. Eu pergunto: o senhor acha normal que alguém que declara uma renda mensal de R$8 mil, de repente, tenha várias empresas em seu nome e milhões passando pelas contas? Eu só peço ao senhor que, como são muitas perguntas, que as respostas sejam bem objetivas, porque vai contar do meu tempo, descontar do meu tempo. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Acho que por conta até do horário, a nossa cabeça fica até um pouquinho perdida. A senhora me pergunta novamente? Por causa do horário e do cansaço também, a cabeça fica meio perdida. A senhora pergunta novamente, por favor? A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor acha normal que uma pessoa que declara 8 mil de rendimento por mês, de repente, tenha várias empresas em seu nome e milhões passando pelas suas contas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor sabe de onde vinha o dinheiro que mantinha o funcionamento da Conafer nos últimos oito anos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sabia. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor sabia que os associados não haviam autorizado os descontos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não sabia. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor não sabia? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sabia. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor sabia que, em 2020, houve uma suspensão dos descontos por suspeita de fraude? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sabia também. Não sabia. |
| R | A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Como é que o senhor consegue, uma pessoa que tem acesso a tanto dinheiro, se manter alheio ao que acontecia na Conafer? Isso é estranho e o senhor se comprometeu a dizer apenas a verdade. Eu quero dizer que, para mim, parece muito estranho que uma pessoa com o grau de confiança que o senhor tinha para movimentar milhões, o senhor ficava completamente alheio e não sabia nada do que se passava. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu quase não tinha contato ou vinda a Brasília. Na verdade, não sabia a origem do recurso, sei que prestava serviço para várias áreas, mas não sabia. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Mas não precisa vir a Brasília, não é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não precisa. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - As pessoas fazem as coisas à distância, não precisava estar aqui. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Existe telefone celular, existem conversas por videoconferência, mas é muito estranho, alguém que... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Esse contato direto assim, eu não tinha com a Conafer. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Mas o senhor também não é uma pessoa curiosa, não é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, não. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor não é uma pessoa curiosa, assim, de ter uma curiosidade de saber de onde vem aqueles milhões que estão passando pelas suas mãos e como que o senhor conseguiu, de repente, ter tantas empresas. Como o senhor responde aos apontamentos da Polícia Federal de que o senhor atuou como braço direito de Carlos Lopes na execução das fraudes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não, eu não fui braço direito, eu só prestava serviço para a confederação. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - A Polícia Federal está mentindo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não é o que eu fazia. Não é o que eu fazia. Nunca fui braço direito do Carlos, nunca foi trabalho interno ou algo do tipo, nunca foi. Tanto que eu fui descobrir essas origens depois do acontecido, nunca fui de perguntar ao meu cliente. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor sabia que o dinheiro que pagava as suas empresas vinha de vítimas do esquema do roubo dos aposentados? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De forma nenhuma, não sabia. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Como é que o senhor se sente hoje sabendo disso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É vergonhoso. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor sente vergonha? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, é vergonhoso saber que era assim. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor gostaria de contar aqui para esta CPI, ainda que seja... CPMI, ainda que seja em caráter reservado, contar coisas que não vieram ainda à tona, uma vez que o senhor é uma pessoa que sente vergonha, porque nós indagamos antes e algumas pessoas disseram que tinham zero culpa, que vendo tudo o que aconteceu, que a sensação é que elas tinham zero culpa, zero responsabilidade. O senhor pelo menos sente vergonha, isso já é um bom sinal de que o senhor não está tão descolado assim da realidade. Essa sua vergonha seria suficiente para fazer com que o senhor abrisse o jogo, que o senhor contasse coisas que talvez agora, o senhor olhando para trás, o senhor consiga entender. "Ah, eu não tinha percebido, mas agora eu consigo juntar os pontinhos e os fatos começam a clarear." O senhor teria vontade de colaborar com esta CPMI e contar coisas que ainda não vieram à tona? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A partir de perguntas que vieram e respostas que ainda não tenho, eu vou abrir a cabeça sobre tudo isso e entender tudo o que vinha acontecendo, o porquê, de onde e o que era, mas eu não tinha ciência de tudo isso. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Mas o senhor tem... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho nada agora que pensar: "Ah, eu vou contar isso". Não tenho, mas vou pesquisar a fundo, desde o início dos meus trabalhos, o porquê que assim eu fiquei tanto no escuro ou sei lá, enfim, é isso. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O.k. Bom, o senhor disse que até gostaria de assumir contratos com outros clientes... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - ... mas que a Conafer ocupava toda a disponibilidade das suas empresas. Considerando as elevadas quantias que passavam pelas suas empresas, é um pouco difícil acreditar que o senhor não teria condições de expandir o seu corpo de trabalho para atender as outras empresas e absorver novos contratos, afinal de contas era tanto dinheiro. Por que não contratar outras pessoas que pudessem fazer com que a sua empresa pudesse atender a mais clientes? O senhor tinha contrato de exclusividade com a Conafer? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Respondendo à primeira pergunta: esse tanto de dinheiro vinha para prestações, serviços, pagamentos etc. Então, eu não tinha o valor milionário mensal, valor muito alto mensal, para continuar trabalhando na mesma empresa. Qual foi a última pergunta da senhora? Por favor. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Se o senhor tinha contrato de exclusividade com a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tinha contrato de prestação de serviços, não exclusividade. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - De exclusividade? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Então, o senhor poderia atender a outras empresas, se quisesse? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. Sim. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Certo. Qual era o valor do seu salário? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tirava em média, igual ao que eu falei: 20, R$30 mil por empresa. São quatro empresas nossas. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Em torno de R$120 mil? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, realmente, em torno de R$120 mil. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - E esse dinheiro não era reinvestido nas empresas? Era a sua retirada? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, eu investia, igual ao que eu falei: que eu tenho uma residência, tinha uma chácara e não... Alguma parte disso, sim, para a compra de alguns equipamentos, etc., mas não era totalmente revertida para as empresas, não. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Sr. Cícero, eu acho que hoje o senhor... Eu acho que o senhor até sabia que era usado como laranja, desse esquema. Talvez, como o senhor afirma, vamos dar aí o benefício da dúvida, o senhor não sabia de onde vinha o dinheiro, mas o senhor sabia que era laranja. O senhor parece querer colaborar. Levando em consideração, eu pergunto, Sr. Cícero: o senhor, por acaso, se sente ameaçado ou se sentiu ameaçado em algum momento por alguém? A sua família corre perigo? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não me sinto, não. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Nada ameaçado? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não me sinto... Assim, nós temos preocupações. O que está acontecendo? O que é isso? Nossa, foi descontado de aposentado e assim... A gente está no meio disso... Essas são as preocupações, mas me sentir ameaçado, eu não sinto, não. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Alguma coisa te assusta? Alguém te assusta? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, ninguém, nenhuma pessoa. É só essa chateação mesmo, porque, querendo ou não, a mídia coloca sem ainda ter investigado, ainda está oculto tudo: que é um lavador de dinheiro, ou que eu sou assessor da Conafer. Então, querendo ou não, isso é o que aparece para todos, entendeu? E isso é vergonhoso. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O senhor disse que rompeu todos os contratos com a Conafer, e isso se deu após o escândalo do vir à tona? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Por que o senhor decidiu romper com os contratos, sendo que não há nenhum outro cliente em suas empresas? O que levou a tomar essa decisão? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Por causa do jeito que era trabalhado, do que descobrimos que ia fazer. Então, eu não... Decidi... Até porque não haveria mais pagamento... Minha empresa não vai prestar mais serviço como uma empresa que está com investigações, etc., o que podem dar problema para as nossas empresas mesmo. Então, acho que seria... Em geral... A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - E as suas empresas fazem o que agora? Elas foram fechadas? O que aconteceu com as suas empresas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, com demissão de funcionários, devoluções de escritórios, venda até de materiais para poder pagar acertos de funcionários, etc. Venho fazendo assim, pois, apesar... Do primeiro dia que aconteceu... Todas as minhas contas foram bloqueadas, as contas foram encerradas e nenhuma... Até o que eu tinha, que sejam 10, R$12 mil guardados, essas coisas, ficaram bloqueadas pela Justiça. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Sr. Cícero, o senhor tem conhecimento de envolvimento de funcionários públicos no esquema? Eu vou perguntar especificamente: Sr. Alessandro Stefanutto, o senhor conhece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Só vi na CPMI mesmo, não conheço pessoalmente. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - André Fidelis? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Esse eu vi na foto do Terra Bank, onde eu estava na mesma foto, mas desconhecia quem era. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Você estava na foto com ele, mas não sabia quem era? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, porque foi igual ao que eu expliquei anteriormente: na inauguração do Terra Bank tinha bastantes pessoas. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O Sr. Carlos Lupi? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Desconheço. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Até hoje desconhece quem é? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Desconheço. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O Ministro Carlos Lupi? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já ouvi, mas não sei o que é, ou o que fazia não. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - É impressionante que uma pessoa tão ingênua, tão inocente tenha conseguido amealhar tanto dinheiro, tenha conseguido formar tantas empresas... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - São quatro, Senadora. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - ... com tanta ingenuidade. É uma coisa, realmente, digna de nota. |
| R | O Sr. Benedito Adalberto Brunca... O senhor já ouviu falar nesse nome? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - O Sr. Brunca? Nunca? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Desconheço. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Até hoje, agora é a primeira vez que o senhor ouve esse nome? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, sim. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - E o Sr. Virgílio Oliveira? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Também ouvi em questão de documentações, CPMI; já ouvi falar. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Saulo Milhomem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Como? A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Saulo Milhomem. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - E o Sr. Carlos Gabas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não sei também, desconheço. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Nunca ouviu falar? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Primeira vez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Primeira vez. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - É a primeira vez que o senhor ouviu falar nesses nomes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Primeira vez, sim. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Eu acho que seria corajoso da sua parte, já que o senhor sente vergonha por ter participado desse esquema, assumir sua responsabilidade nessa situação e começar a falar aquilo que é importante para nós nessa investigação. Saiba que estamos dispostos a ouvi-lo francamente, deixando um pouco essa ingenuidade toda de lado; afinal, o senhor é um homem que fez fortuna, o senhor é um homem que era atendente de balcão, foi visto vendendo um terno e conseguiu conquistar a admiração e a confiança de um homem que... Para concluir, Sr. Presidente; é só mais um minutinho. O senhor conseguiu conquistar a confiança de um homem que cuidou de um grande esquema de fraude, mas o senhor é um homem muito ingênuo, parece que está até com uma aura em volta da sua cabeça; é incrível isso, realmente é digno de nota! Eu quero dizer que não me convence, mas eu gostaria que, baseada... Algo que me convence, sim, é que o senhor sente vergonha, porque qualquer ser humano minimamente decente sentiria vergonha. Fica aqui essa proposta de que o senhor fale; Sr. Presidente, numa sessão secreta, para que ele se sinta mais à vontade, a portas fechadas, para que ele possa se sentir mais à vontade de entregar aquilo que esta CPMI realmente precisa saber, que o povo brasileiro precisa saber... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência... A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - ... e que os aposentados roubados e os pensionistas roubados precisam saber. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. A SRA. BIA KICIS (Bloco/PL - DF) - Fica aqui esta minha proposta para o senhor. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Senador Eduardo Girão. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE. Pela ordem.) - Sr. Presidente, eu peço a V. Exa. a autorização para utilizar do tempo normal, regimental de dez minutos e do tempo de Liderança. Se eu puder já usar, já que o Senador Líder da Oposição... não tiver, e algum colega me permitir, eu gostaria de fazer esse pedido. (Pausa.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Tá. Então, faça primeiro a interpelação e depois eu lhe darei o tempo da Liderança, porque não podem ser feitos os questionamentos usando esse tempo. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE. Para interpelar.) - Então, eu vou partir para as perguntas aqui diretamente. Em primeiro lugar, eu quero também saudar o Sr. Carlos Roberto de Souza, que teve uma postura aqui de respeito a esta Comissão, diferente de outros advogados que aqui tiveram uma postura totalmente equivocada. Olha, a Polícia Federal, Sr. Cícero, investiga a aquisição de duas aeronaves por Silas da Costa Vaz, Secretário da Conafer. O senhor conheceu ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Sim, conheci o Silas, sim. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - O Silas. Em que situação o senhor conheceu o Silas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ele era... Ele era, vamos dizer, o líder, o secretário da Amazônia Legal, como eles falavam. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Secretário da Amazônia? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, ele cuidava da parte de Amazônia, indígena. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Tá... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - E aí vinham planilhas, de cada secretaria, para fazer pagamentos, e eu conheci o Silas assim. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - E ele fazia... ele era Secretário da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, ele era um funcionário da Conafer. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - E o senhor sabia que ele tinha essas duas aeronaves? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nunca! Nem imaginei isso. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Pois ele, que é - Presidente, veja bem - ex-beneficiário de auxílio emergencial, morador de periferia, adquiriu duas aeronaves num prazo recorde aqui. E Vinícius Ramos, o senhor conhecia? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Fiquei a conhecer ele depois de um tempo por ser cunhado do Carlos. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Cunhado do Carlos Lopes. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, isso. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Pois ele também adquiriu aeronave, o senhor sabia disso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não sabia. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Pois é. O senhor teve alguma participação, mediação ou conhecimento da origem desses recursos que permitiram essas aquisições de alto valor por indivíduos com perfil de renda incompatível? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nunca soube disso, não tinha ciência disso. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Outra informação aqui importante também - dessa aqui o senhor deve lembrar. Entre 2019 e 2024, o senhor ou suas empresas realizaram doações, contribuições ou patrocínios a campanhas políticas, partidos, candidatos ou entidades ligadas a Parlamentares que destinaram emendas, por exemplo, a esse ITT ou que atuaram em defesa da Conafer, no INSS ou no Congresso Nacional? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, senhor. A única... a gente já fez... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Nunca doou, nunca fez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, fiz doações para a Conafer quando havia eventos indígenas, Dia das Crianças, Dia das Mães, Páscoa... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Mas doação para partido político ou para candidato o senhor nunca fez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nunca. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Olha! O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nunca fiz. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Pense... Lembre bem. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hum-hum. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Conforme o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), consta registro de doação para campanha eleitoral municipal no ano de 2012... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nossa! O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Do senhor, para o candidato a Vereador, em Presidente Prudente, Sr. Marcos Antonio Gomes. Conhece? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, sim, eu trabalhava para ele, na campanha dele. Isso é antes de... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - O senhor trabalhava na campanha dele e doou para ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - O senhor trabalhava na campanha e doou para ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É... Eu não consigo lembrar... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - O senhor foi filiado ao PT? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, nunca fui filiado. Nenhum... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - E qual é a sua relação com o PT? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhuma. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Por que ele foi candidato pelo PT. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso, nessa época, sim - foi em 2011 para 2012 -, ele me chamou para ajudar na campanha dele. Exatamente, era do PT, mas somente isso. Trabalhamos dois, três meses e... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Tá. Cinco bancos diferentes - Santander, Itaú, Sicredi - comunicaram ao Coaf que o senhor e suas empresas apresentaram resistência ou recusa em fornecer documentação sobre a origem de recursos. Por que essa resistência se as operações eram legítimas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu consigo comprovar para o senhor que foram, sim, encaminhados contratos da Conafer, de onde vinha. Consigo, pós-CPMI, mostrar... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Então, o senhor está dizendo que os bancos estão mentindo aqui? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, porque eu sempre tinha respostas. Perguntava de onde vinha, origem, etc, sempre respondia os bancos. Tenho conversas com as gerentes para puxar e etc. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Veja bem, o Banco Santander relatou que o senhor, abro aspas aqui, "apresentou certa resistência para apresentar documentos comprobatórios da origem dos recursos e capacidade financeira". O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não apresentei resistência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Banco Santander. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não apresentei resistência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Por quê? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não apresentei resistência. Tudo que me chamavam, o gerente ligava, eu respondia origem, do que, para quê. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - E o Banco Itaú? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - A mesma coisa. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - "O Banco Itaú informa [abro aspas aqui], que presta serviço para a Conafer... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - "... porém apresenta resistência para apresentar documento comprobatório". O senhor estava tentando ocultar alguma coisa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não apresentei resistência. Tudo que as gerentes pediam eu passava para os bancos, nunca tive problema com isso. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Tá. O dado aqui da Controladoria-Geral da União identificou que a Conafer utilizou o padrão semelhante na fabricação de e-mails de cadastro para beneficiários falecidos e menores. |
| R | A Santos Consultoria e Assessoria Ltda. - do senhor - recebeu aproximadamente R$107 milhões. Eu vou repetir: a sua empresa, que recebeu R$107 milhões com relação à Conafer, forneceu algum serviço relacionado à criação, gestão ou verificação de banco de dados cadastrais, e-mails, biometria de associados, que possa ter auxiliado ou se beneficiado desse padrão de fraude, como a criação de e-mails padronizados, abrangendo aí a abreviação do nome e dígitos do ano de nascimento? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De forma alguma. Nunca prestei serviços para recolher alguma informação, nada. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - E esses 103 milhões com a Conafer, da Santos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso vem referente aos pagamentos, às planilhas que vinham desse tempo, desses oito anos trabalhando. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Não tem nada a ver com o banco de dados? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Se estava na planilha e era pagamento para alguém, não sei. Eu só recebia para fazer pagamentos, etc, mas nunca buscamos isso para fornecer serviço para a entidade. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - É, eu fico assim extremamente preocupado, Deputado Sóstenes, Deputada Bia, Deputado Pimenta, todos aqui que estão, quando a gente percebe R$300 milhões circulando na mão, nas mãos aí de empresas criadas, familiares, do Sr. Cícero, a partir de um conhecimento que ele teve, porque vendia terno, vendia roupa para um senhor que esteve aqui, que era o Presidente da Conafer, e que, a partir daquele momento, houve aí uma magia, que fez com que houvesse essa transação, e ele passa de um padrão de R$5 mil, de R$7 mil, que ele faturava na vida, que ele passou por vários trabalhos de vendas, para um padrão de 120 mil, que, segundo ele, considerou troco - a palavra não foi minha, foi do senhor aqui para outro colega, que falou que era um troco de R$120 mil nessas transações. Às planilhas o Presidente vai dar um encaminhamento, no momento certo, para que a gente tenha essas planilhas aqui, para entender qual era exatamente a prestação de serviços, porque chegava esse dinheiro, esses R$300 milhões, com dados para se pagar, com contas para se depositar. Quem é que recebeu esse dinheiro? Essa é a pergunta que o Brasil quer saber: exatamente onde foi parar esse dinheiro? O senhor fez saques... O senhor disse que não fez de milhões de reais, mas o senhor fez saques altos. O senhor lembra de um saque que o senhor fez de dinheiro em caixa? Alguns números o senhor pode passar para a gente? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Primeiramente, eu usei uma expressão errada, tá, na palavra troco, referente a manifestações. Tinha saques que eu fazia, mas não saques milionários. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Não, não estou falando de milhões de reais. Mas qual foi o saque mais alto? É porque aquilo marca, né, na hora em que você vai na boca do caixa pegar um maço de dinheiro, qual foi o maior que o senhor lembra que fez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Vou lembrar de alguns. Uma vez, para compra de insumos para minhas empresas mesmo, eu fiz um saque de R$22 mil. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Foi o maior que o senhor fez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Um dos, sim. E aí eu tenho que relembrar, porque eu não tenho mais as contas para puxar saque. É coisa de oito anos atrás, não é? Chega num momento e a gente acaba não lembrando para falar com exatidão. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Quer dizer que as contas altas não eram sacadas na boca do caixa? O senhor pagava carro, fazia transferência, desses 300 milhões que o senhor movimentou. |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, sim. Em todo o tempo, os 300 milhões, vinham as planilhas de várias coisas para pagar... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Teve um número que marcou, uma dessas compras que marcou, 30 milhões, 20 milhões? Viu aquilo ali e disse: "Poxa, quanto dinheiro!". O senhor é um cara... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. Valor assim, não. Nunca foi pago valor assim. Paga 20 milhões na planilha, não. As planilhas vinham mensalmente. Dois milhões em pagamento, eu tinha que fazer. Às vezes, faltava o valor. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Chegou a ter de 2 milhões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É, mas dividido em, sei lá, 300 pessoas, não um pagamento único de 2 milhões, não. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Presidente, eu encerro esse questionamento, mas depois eu queria utilizar o meu tempo para fazer aqui o... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu vou propor a V. Exa. fazer o tempo de Liderança e depois o Deputado Sóstenes. Eu tenho uma pergunta ao Sr. Cícero: o senhor, em determinado momento, disse aqui que existiram meses em que o dinheiro não dava para pagar todas as contas e que o senhor pedia dinheiro emprestado para uma outra pessoa. Quem era essa outra pessoa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ocorreu sim. Às vezes, a minha planilha de pagamentos - funcionários, etc, que eu tinha que fazer pagamentos - dava, por exemplo, R$3 milhões, e só vinham disponíveis R$2,5 milhões. Aí eu corria a amigos que eu tinha R$20 mil, R$30 mil, R$40 mil para me emprestarem. Ia variando, pessoal da cidade, porque eu nasci na mesma cidade, tenho contato com todo mundo e sempre agi, em pagamento, de forma correta. Então, por várias pessoas, eu buscava, às vezes, algumas ajudas financeiras. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por que o senhor aceitava tomar empréstimos pessoais, usando o seu prestígio, para manter as contas do Sr. Carlos Roberto Lopes, sendo que o senhor declarou aqui que não tem nenhuma ligação direta, pessoal, com ele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, eu queria deixar as empresas todas certinhas, né? Então, eu buscava esses empréstimos. Mas é uma falha mesmo porque eu coloquei a minha cara a tapa, pegando empréstimo com as pessoas. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sr. Cícero, desse dinheiro, o senhor devolvia quando para essas pessoas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, sempre passava. Eu peguei 20 mil, passava R$2 mil, R$1 mil a mais. Era o combinado: "Olha, vou te passar e, em tanto tempo, você me paga". Falei: "Pode deixar". Às vezes, pagava parcelado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Qual era o compromisso que o senhor tinha com o Sr. Carlos Lopes, de quitar, obrigatoriamente, todos os meses, uma planilha, inclusive, com o dinheiro emprestado dos outros? De onde surgiu esse compromisso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, não era nenhum compromisso, porque muitas coisas comprava, repassava, fazia em meu nome e, para eu não falhar com o meu nome, eu pegava emprestado de amigos para poder cobrir. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então, o senhor usava o seu CPF para determinadas compras que o Sr. Carlos Roberto Lopes pedia? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Na verdade, é... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sr. Cícero... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, vou repassar para o senhor certinho. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por favor! O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, somente a verdade. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então, me responda, por gentileza. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Um exemplo, tinha planilhas lá que, dentro da planilha, tinha pagamento de veículos comprados. Porém, no mês, não veio o valor total para eu pagar esse veículo. Eu ia - porque eu que dava meu nome para comprar o veículo e repassar-, eu ia atrás de dinheiro para pagar ou tirava, às vezes, do meu mesmo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor declarou que encontrou o Sr. Carlos Roberto e que depois não tinha relacionamento com ele. Mas, até onde eu sei - e eu acredito que qualquer pessoa aqui -, tomar um recurso emprestado com amigos ou com parentes - que não é uma coisa fácil, não é uma coisa simples, é algo muito desagradável tomar dinheiro emprestado em situações - para cobrir contas de uma pessoa pela qual não se tem um relacionamento... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu tinha confiança que, no próximo mês, ia pagar e ia fazer devolução porque era um cliente. E o contato era assim, não sempre, mas falava, a cada dois meses, via como estava isso ou aquilo, porque a maioria do contato era com a Tesouraria, era com a Secretaria-Geral etc., entendeu? |
| R | Não vinha demanda, sempre, diretamente dele. A secretaria mandava: Cícero, essa planilha foi encaminhada para fazer pagamentos etc. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Quantas vezes o senhor visitou algum projeto da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Poucas vezes. Eu... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor me cite quais, por gentileza? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já visitei o projeto - vários locais do Projeto + Pecuária Brasil. Já visitei o projeto do Terra Bank. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor lembra em quais cidades ou estados o senhor esteve? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim, estive em Goiás - na verdade, em Uberaba... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então, em Minas? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Em Minas... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Minas Gerais. Uberaba é Minas, não é Goiás. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Perdão, é Goiás... Desculpa. Teve evento também indígena em Brasília, que eu cheguei, eu estava por aqui e participei. Eventos assim, esporádicos. Quero tentar lembrar mais para repassar para o senhor. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, o senhor puxe da memória, por favor, me fale os projetos que o senhor já visitou. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - O Projeto + Pecuária. Já visitei também a Alta Genetics, que era parceria com o + Pecuária Brasil, que é o projeto da Conafer. Mais projetos, pensando aqui... Ah, tá. Em assentamentos. Tinha projetos para crianças, que é pula-pula, brinquedos, presentes, essas coisas. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Tá. E o convite partiu de onde, para que o senhor... De quem? Para que o senhor visitasse os projetos da Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Das próprias secretarias. "Ó, Cícero, vai ter agora na Secretaria Indígena, festa do Dia das Crianças. Vai ter o Dia das Mães do Assentado." E aí eu gostava de ir, ia ver, apresentava, às vezes fazia algumas doações, né? Da minha própria parte. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - E o deslocamento era feito como, Cícero? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - De carro. A maioria, de carro. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Carro de quem, do senhor ou da empresa? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, carro meu mesmo, ou desses carros que eu alugava, algum deles, mas a maioria carro particular mesmo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sr. Cícero, o senhor foi perguntado aqui sobre o período da pandemia. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Em que a empresa, as empresas do senhor continuaram a faturar, mesmo com a atividade econômica do país parada. Essas atividades existiam de verdade? Os serviços eram prestados de verdade? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu mesmo... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Ou era apenas uma nota para poder lavar o dinheiro? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, nessa época vinha o financeiro para fazer os mesmos pagamentos que eram solicitados, as mesmas prestações. A gente não ia visitar lugar, não montava tenda, nada, mas vinha planilha para pagar gado, para pagar a inseminação, planilha geral. As mesmas planilhas que a Conafer mostrava todo mês, veio dentro da pandemia também. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor confirma que a sua empresa alugava caminhonetes para tribos indígenas? Cedia caminhonetes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Eu alugava para a Conafer, e a Conafer repassava, porque já teve caso de eu pedir para um funcionário meu levar diretamente nessas tribos. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - E como era feita essa negociação com as tribos? O senhor tinha conhecimento? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não; porque eu não negociava com as tribos. A própria Conafer me pedia: "Ó, preciso de tantos veículos para tal lugar", assim... E eu só encaminhava... Na maioria das vezes, diretamente para a Conafer e cada secretaria encaminhava os seus veículos. Mas, assim, eu tinha ciência, porque às vezes eu sabia onde estava o carro, para onde ia... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Alguma vez o Sr. Carlos Roberto Lopes ligou para o senhor sobre a questão dos pagamentos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já teve uma ou duas vezes. Quando acabava demorando, vinha alguma notificação, sim: "Conseguiu fazer tal planilha? Já saiu?". Porque às vezes a secretaria me acelerava: "Ó, tem que sair direto assim", talvez... Vinha lá. Falei... Meu cliente Carlos - né? - "Vou organizar para fazer esse pagamento com mais eficácia, mais rapidez". O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Quais eram os tipos de... Puxe na sua memória. Quais eram as contas que o senhor assumia para o Sr. Carlos Roberto Lopes? Que tipo de contas eram? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Em geral, a maioria das partes, de funcionários, bastantes funcionários. |
| R | Tinha planilha de indígenas, pagava praticamente quase todas... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Hum-hum. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... porque tinha bastante base indígena, não sei falar o quanto que é da Conafer, só que vinha planilha para pagar esse pessoal; planilhas, pagamento de fornecedores. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas contas em seu nome, que tipo de contas o senhor fez em seu nome, no seu CPF? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ah, tá. Em meu nome, eu, por exemplo, comprava brinquedos para repassar, porque eu tinha um contato comigo da loja de brinquedos, então ele vendia para mim para eu repassar para os eventos que a Conafer fazia; esse é um dos... Já cheguei a comprar carro, veículo, que era de compra da Conafer para trabalho, comprar com amigos meus e eles iam pagando parcelado. Já cheguei a fazer isso, sim. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A sua esposa, que é sócia, a atividade dela se assemelha à do senhor na Conafer, com a Conafer? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Nenhuma. Na verdade, nós montamos um grupo de empresas. Eu falei para a minha esposa que ia abrir uma empresa no nome dela e totalmente administrada por mim, ela nunca teve nem contato com a Conafer ou com reuniões ou com visita nem nada. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor já pagou despesas dos aviões da Conafer alguma vez? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já teve na planilha despesas de voo, em planilha já teve, porque tinha eventos que traziam muitos indígenas para Brasília e tal, aí vinha uma planilha lá de voos, planos de viagem, de locação de ônibus... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Locação de aviões? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, locação de aviões, não; de passagens... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Despesas de passagens. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - ... despesas de viagens. Isso. Muitas épocas, vinham... Ia ter alguma manifestação em Brasília, vinham 30, 40 pessoas indígenas. Outros eram mais longe, vinham de Manaus, tinha que fazer e tal e eu ia correndo atrás de comprar as passagens e... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Então, nas manifestações que acontecem, muitas vezes, a Conafer pagava as passagens? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim. De quem ele atendia, sim. Os indígenas, os quilombolas, sim. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor disse que não tem nenhuma formação em nível superior? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sua esposa tem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Minha esposa... Eu já fiz faculdade de Administração, parei no terceiro ano. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Hã-hã. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Duas vezes já. Aí, assim, precisava trabalhar ou estudar, acabei não finalizando. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O tempo de relacionamento são oito anos com a Conafer, é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - É desde quando eu presto... Isso, desde 2017, né? Dezoito. Oito, sete... Isso, exatamente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Quando o Sr. Carlos Lopes o convidou, o que foi que ele lhe disse? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Começamos a falar sobre... Comecei a atender ele, ele gostou do meu jeito de atendimento, é legal ter uma pessoa assim. Falei: "Conheço isso, faço isso, o que o senhor precisar, posso fazer para o senhor, correr e resolver". Foi aí que ele me chamou para prestar serviços para ele, né? Mas começou com serviços pequenos, organizar um carro que tinha lá, levar para arrumar; preciso comprar tais coisas em tal cidade, preciso organizar um evento em tal cidade, eu ligava na cidade, via o preço disso, daquilo, montava, passava para ele. Foi aí que eu criei minha empresa, para trabalhar com isso regularizado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sr. Cícero, já foi colocado aqui, mas eu quero perguntar mais uma vez ao senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Claro. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Em algum momento, o senhor parou para pensar que todos esses favores que estavam sendo feitos poderiam lhe trazer problemas por estar no seu CPF? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não começou a me passar isso. Dentro... Na verdade, sim. Não e sim. Eu via: "Nossa, muito dinheiro, né? Pagando muita coisa...", falava com o contador. Em alguns momentos, sim. Na resposta final: em alguns momentos, sim. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas o que que lhe chamou a atenção? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Porque, às vezes, não vinha para pagar as pessoas que eu coloquei de cara na frente. Falei: "Caraca, coloquei meu CPF aqui, o meu nome", eu falava, ou seja, da empresa, e não estava vindo para acertar com as pessoas. Então, havia muitas cobranças diretamente a mim. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor advogado já o orientou? O Dr. Carlos já o orientou? |
| R | O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sobre? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sobre o seu envolvimento? Sobre a investigação? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Sim... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - As que pesam sobre o senhor... O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Ele falou: "Cícero, olha isso, olha que aconteceu isso..." "As suas empresas precisavam de um serviço assim, isso não é correto. Você sabia disso?" Eu falei: "Não, não sabia". "Olha, você movimentou tanto como pessoa física..." Na verdade, não movimentava tanto dinheiro, acabei movimentando sem saber. Sim, ele me deixou... A partir do momento que eu o contratei para me defender, ele foi me abrindo os olhos em muitas coisas que hoje eu vejo diferente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor declarou... Na sua declaração de Imposto de Renda, o senhor disse que há erros. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. Eu tinha contratado um escritório e mandava direto. Aí pediam um documento do banco, o banco... Eu pedia para falar direto com a gerente e, quando eu fui, ver não tinha a declaração correta. Foi aí que eu mudei de contador. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor nunca devolveu dinheiros para o Sr. Carlos Roberto Lopes? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Assim, com ciência, não, porque na verdade ele mandava planilhas de pagamento e eu fazia pagamentos, né? Precisava, igual eu já falei anterior... Eu acho que não sei se você estava... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para parentes dele? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Já cheguei, sim. A mãe dele precisou passar por alguns procedimentos. Eu encaminhava lá um veículo para fazer essa assessoria, levar a um médico... Indígenas, um exemplo, já acompanhei muitas pessoas precisando de consulta para trabalhar no hospital de Barretos. Porque vinham as famílias atender etc. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Sóstenes. O Girão vai fazer o tempo? O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE. Pela Liderança.) - Eu vou. Eu vou aproveitar e fazer o tempo de Líder, Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... porque eu vou ter que viajar, mas para mim está muito claro, sabe, mais uma sessão em que nós estamos aqui desde as 9h da manhã, e ficam as entranhas do país. A gente começa a ver como os valores estão invertidos na nossa nação. Nós temos aqui, Deputado Sóstenes, um Inocentini que não combina muito com esse nome. Nós temos um Careca do INSS que disse aqui que não é o careca do INSS! (Intervenção fora do microfone.) O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - Aliás, o Senado tem uma grande responsabilidade nisso... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Cabeluda é a mentira. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... com a deliberação de um sigilo de cem anos, algo vergonhoso. A gente ainda está sob esse sigilo aqui de cem anos do Senado Federal, das imagens, saber onde é que esse homem andou, com quem é que ele falou. Nós temos um sindicato que não é um sindicato, que tem até uma offshore, que fazia outras transações não de sindicato, descontos indevidos... Nós temos um frei que não é frei! É isso o que a gente está vendo hoje no Brasil. Isso aqui independe, vamos combinar, independe, e quem está nos assistindo pouco quer saber se esse roubo efetivamente de bilhões de reais começou, explodiu no Governo do Bolsonaro, do Lula... Pensionistas, velhinhos, órfãos, deficientes, viúvas, que gostam do Bolsonaro, que gostam do Lula, foram roubados e isso independe de cor de partido! As pessoas precisam saber a verdade sobre o que aconteceu! Então, essa guerra que a gente vive muitas vezes aqui é uma guerra infrutífera. Eu posso dizer o seguinte, eu voto tudo, tá? |
| R | Se for para trazer aqui, convocar, do Governo Bolsonaro, eu voto, do Governo Lula, eu voto, eu voto para buscar a verdade, investigação, doa a quem doer. Agora, não se pode, o que hoje foi feito pela tropa de choque do Lula aqui, é querer intimidar quem denunciou esse esquema. Aí, quem é que vai denunciar coisa no Brasil, dos poderosos do Brasil? Nunca mais ninguém vai fazer isso. Então a gente não pode aceitar esse tipo de situação. E eu acho muito estranho quando vejo alguns colegas que dizem "Ah, mas isso aí veio do Governo, veio lá de trás, do Temer, veio do Bolsonaro, chega no Lula e acabou no Lula". Como é que é? Como é que é? Todo mundo sabe, está careca de saber, que foi o Metrópoles que escancarou isso para o Brasil. A partir daí foi que o Governo Lula resolveu agir, passou um ano e meio vendo a banda passar, vendo o roubo escancarado dos aposentados, pensionistas, viúvas, órfãos do Brasil. Então, Sr. Presidente, tem um dos suspeitos aí, que está enrolado até a medula, que o sobrenome dele é Feio. Eu não sei se nós vamos trazer aqui, mas feio é o que está acontecendo, feio é o que está acontecendo. Hoje, essa manhã é uma manhã para esquecer nesta CPMI. Nós já estamos de noite, mas, no período da manhã, você ver, pela quarta vez, aliás, pela quinta vez, a tropa de choque do Governo Lula barrar convocações de pessoas importantes. O que é que tem a temer? Por que não vem aqui o irmão do Lula? Por que não deixaram vir aqui o assessor da Presidência do Senado? Por que a tropa do choque do Lula não deixou vir o cara que recebeu R$3 milhões, Sr. Presidente... (Soa a campainha.) O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco/NOVO - CE) - ... de uma empresa investigada pela Polícia Federal? Não deixaram, botaram as digitais ali. Não deixaram vir o sócio do tal do Careca do INSS também, o ex-sócio, o Sr. Edson Claro. Então, com todo respeito a quem pensa diferente, porque não somos inimigos, nós podemos ser adversários, no campo das... Mas jamais inimigos, mas quem está querendo buscar a verdade aqui não é a base do Governo Lula, gente. Quem quer buscar a verdade vota para virem as pessoas, vota para quebra de sigilo de quem precisa dar esclarecimentos à população. Não vamos ter essa, vamos parar de hipocrisia. As pessoas querem saber a verdade. Agora, o mal se destrói por ele mesmo. Estão chegando sigilos, Sr. Presidente, e esses cruzamentos têm trazido muitas informações, e eu acho que talvez a gente pode chegar a outro familiar do Presidente Lula. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Deputado Sóstenes Cavalcante. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Para interpelar.) - Qual o tempo, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Dez minutos, Excelência. |
| R | O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Para interpelar.) - Ilustre Presidente; Relatora ad hoc, no momento, Deputada Bia Kicis, - frente à urgente ausência do nosso Relator, o Deputado Alfredo Gaspar -, como hoje é a minha primeira participação como membro suplente da CPMI, por ausência de um colega partidário, estou aqui, eu inicialmente quero parabenizar V. Exa., Presidente Senador Carlos Viana, por Minas Gerais, pelo belo trabalho e pela condução respeitosa, firme, quando necessária, mas equilibrada, características da personalidade de um líder, de um representante de um dos maiores colégios eleitorais do Brasil, que é a nossa gloriosa Minas Gerais, terra da minha esposa. Na mesma esteira, quero elogiar o nosso Relator, pelo belo trabalho, elogiar os Parlamentares, membros desta comissão, em especial o Líder da Oposição, o Senador Rogerio Marinho, pelo empenho, pela dedicação, que tem feito aqui nesta Comissão, em enfrentar um Governo, que já produziu, no Brasil, os maiores escândalos de corrupção já vistos, mensalão, petrolão, tudo que é "ão". Essa "petezada" e este Governo, do atual descondenado Presidente da República, é sempre envolvido nessas falcatruas. E agora, o que não é de agora, diga-se de passagem, já vem de tempos... Já tivemos uma CPI aqui do INSS, esta é a segunda e parece que nunca para o assunto. E, de verdade, eu estou aqui, neste dia de hoje, tive, mesmo com a contrariedade de alguns colegas que fazem oposição ao desgoverno do descondenado... Votei a favor de todos os requerimentos, porque aprendi, Senador Carlos Viana e Senador, meu amigo, Eduardo Girão, que representa o Ceará nesta Casa... Eu, desde o meu primeiro mandato - estou no terceiro mandato -, assino tudo que é CPI aqui, de Governo, contra o Governo, porque eu aprendi na vida, com o meu pai, que quem não deve não teme. E a segunda coisa que eu aprendi com o meu pai é que a gente pode perder tudo na vida, menos a honra. E aí, com esses princípios, me dirijo, com muito respeito e agradecendo a presença do Sr. Cícero Marcelino de Souza Santos, bem como do seu advogado, o Carlos Roberto de Souza... Aqui a gente tem que ter crítica quando é para criticar e elogio quando é para elogiar. Como eu estou Líder do PL na Câmara, eu tenho acompanhado, é a minha primeira participação efetiva na CPMI, mas eu tenho acompanhado as sessões, algumas vezes presente, outras vezes pela televisão, e eu vi aqui uma cena lamentável de um advogado, com o dedo em riste, enfrentando o nosso Relator. E eu quero aqui repudiar a atitude desse advogado e, como existem bons e maus profissionais em tudo que é profissão, hoje eu quero registrar o bom comportamento ético, correto, e a OAB deveria homenagear o advogado de hoje. E já que a OAB anda reclamando, Presidente, do comportamento de alguns membros desta Comissão, eu sugiro a V. Exa. enviar à OAB um elogio ao advogado de hoje, para que ele sirva de exemplo para todos os outros que vierem aqui, porque aqui não é um lugar para mal-educado, aqui não é um lugar para quem desrespeita Parlamentar. E sugiro a V. Exa. que, quando vier advogado aqui para desrespeitar Parlamentar, dê ordem de prisão e bote para fora da sala, porque advogado vem aqui para se comportar como esse senhor está se comportando. Eu não o conheço, nunca vi na vida. |
| R | O senhor me conhece, Dr. Carlos? O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA (Fora do microfone.) - Não conheço. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Nunca vi. Eu o vi? O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA (Fora do microfone.) - Não. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Mas isso é educação. É esse o comportamento que a gente tem que exigir de todos. Agora, tem uns advogados que vêm aqui se achando o "rei da cocada preta", que manda mais do que Parlamentar. Se ele quer ser igual ao Parlamentar, que ele se candidate e venha para cá e se comporte como tal. Então, quero registrar e pedir a V. Exa. que encaminhe à OAB - não sei qual é o seu estado, Doutor... O SR. CARLOS ROBERTO DE SOUZA (Fora do microfone.) - São Paulo. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - São Paulo. Encaminhe à OAB de São Paulo, em nosso nome, em nome desta Comissão, os elogios ao comportamento ético do Dr. Carlos Roberto no dia de hoje. Dito isso, Sr. Cícero Marcelino, qual é a sua idade, por favor? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS (Para depor.) - Trinta e oito anos. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Trinta e oito anos. Eu tenho 50. Apesar desta cara de acabado de 60, eu tenho 50. (Risos.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - O senhor tem filhos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tenho, sim. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Quantos? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tenho dois: um menino de dez anos e uma menina de um ano e seis meses. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Não, não precisa... É só para saber... Eu não quero expor família. Eu só queria entender. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Tá. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Por que, Sr. Cícero? Eu estou entendendo que a instituição de V. Exa., que passou, segundo informes que me disseram ao longo do dia, porque eu estava em outras atividades parlamentares; que passaram aí alguns 300 milhões nas empresas de V. Exa. Isso vinha da tal de Conafer, é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - V. Exa. tem ciência de que a Conafer descontava de aposentados indevidamente? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hoje eu tenho. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Hoje você tem? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Hoje eu tenho. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - À época, não? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - V. Exa. sabe em média de quanto é esse desconto dos aposentados - em média/mês? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Só o que eu vi em CPMI mesmo e em Metrópoles. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - É em torno de R$40, R$50, é isso? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Isso. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Aí eu pergunto: V. Exa. tem ciência de quantos por cento desses R$40, R$50 descontados indevidamente dos nossos aposentados ia para a conta da Conafer e quanto ficava no banco? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não, não tenho noção. Não tenho. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Não tem noção? O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Não tenho. Não tenho. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - É uma pergunta que eu gostaria muito saber. E, aí, Presidente, fica aqui... Eu sei que já tem ofícios. A gente precisa ouvir os donos desses bancos. Aqui não vai ter... E eu sei que V. Exa., o Relator e esta Comissão não passam a mão em erro de ninguém. Só quem passa a mão aqui em erro é a esquerda, o PT, que hoje não deixou vir aqui o Frei Chico, fica impedindo um monte de gente que é ligada a sindicato, para passar a mão no erro de gente ligada à esquerda. Eu - eu - entendo que aqui não se tem que passar a mão em cima de ninguém. O SR. CÍCERO MARCELINO DE SOUZA SANTOS - Correto. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - Eu soube, Presidente, que, dessas taxas descontadas indevidamente dos aposentados, ficam de 70 a 80% para o banco. E aí, Deputado Pimenta, V. Exa., que defende tanto as associações, os sindicatos, os bons - e eu tenho que registrar que V. Exa. defende as boas associações, os bons sindicatos -, como é que repassavam 80% para banco, sendo que a esquerda fala tão mal de banco? Vai gostar de banco lá no raio que o parta! Gente, é impossível alguém receber indevidamente uma taxa, de um aposentado que ganha salário mínimo, de R$40, R$50, para repassar 80% para os bancos e ficar só com 20% para essa associação. Isso é inadmissível! Se isso for verdade... Inclusive, Presidente, pergunte-se isto aos próximos presidentes que vierem aqui: quanto ficava para o banco e quanto ficava para essas associações? Porque eu estou achando, daqui a pouco, se isso for verdade, que esses donos de banco têm que começar a dar muita explicação a esta CPMI. Mas muita! Os donos. Não fica chamando diretor, quinto carimbador, não; vai nos donos, porque banqueiro, dono de banco... E aí o PT, que fala tão mal dos bancos... Mas banqueiro só ganha dinheiro quando o PT está no Governo. Eu quero ver dono de banco sentado aqui dando explicação sobre esses descontos indevidos, porque a estrutura de sindicato e associação, Deputado Pimenta, não tem capacidade para fazer isso, não; quem faz isso é banco. Nós precisamos botar esses caras aqui, sentados aqui, para dar explicações aos nossos aposentados, viúvas, órfãos, que foram roubados. |
| R | E por último, Sr. Cícero, o meu pedido a V. Sa., que hoje veio aqui tentando colaborar com esta CPMI, é que, em nome da vergonha que V. Exa. já falou ter depois de tudo que soube, salve a sua honra, tente analisar tudo o que aconteceu, pelos seus filhos, pelo futuro das nossas gerações - nós algum dia, talvez, tenhamos netos -, por eles. Se vier à sua mente qualquer lembrança pelo Brasil, por tudo que V. Sa. faz, e me pareceu ser uma pessoa que talvez tenha se envolvido nesse emaranhado sem a intenção dolosa, mas contribua com esta CPMI da melhor forma possível... (Soa a campainha.) O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ) - ... para a gente punir essas pessoas, porque é inadmissível. Eu acho que um cara que rouba aposentado de um ou dois salários mínimos, um deficiente físico, nem o inferno um desgraçado desse merece, nem o inferno, porque nem o inferno quer uma desgraça dessa. É inadmissível ver alguém que rouba esse tipo de gente e ver gente aqui nesta CPMI, Presidente, passando a mão e votando contra o requerimento de Frei Chico. Isso é uma vergonha no dia de hoje. Todos deveriam estar aqui dando explicação, porque quem não deve não teme. Quando a gente protege alguém, é porque parece que alguém está devendo ali. Encerro minha fala, agradecendo a presença de V. Exa. e deixando os segundos que me restam, se V. Exa. quiser acrescentar alguma coisa que eu não lhe perguntei... Mas eu tenho certeza de que V. Exa. tem coração de brasileiro, mente de justiça: ajude a gente a salvar os nossos aposentados dessa gente que rouba eles, não é agora, não, há mais de 30 anos. Há mais de 30 anos. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Excelência. Estão encerradas... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Fora do microfone.) - Sr. Presidente, eu não vou pedir art. 14 porque eu estou cansado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Não, mas peça. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Fora do microfone.) - Eu estou cansado. O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/PL - RJ. Fora do microfone.) - Não tem problema nenhum. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Srs. e Sras. Parlamentares, meus irmãos, minhas irmãs, brasileiros e brasileiras, hoje o Brasil assistiu a mais um capítulo da história. Nos últimos meses, temos enfrentado pressões, acordos, decisões e tentativas de abafar a verdade. Mesmo assim, seguimos firmes, olhando nos olhos do Brasil. Vou pedir aos senhores... Por gentileza. Como Presidente desta CPMI, cumpri a palavra dada ao povo, mantive a pauta, dei transparência e garanti que todos os Parlamentares, eleitos legitimamente pelo povo, votassem à luz das câmeras. O Brasil assistiu hoje à decisão de cada um daqueles que representam o nosso povo. O que está em jogo aqui, senhores, é um esquema bilionário que roubou o pão da mesa dos aposentados, o remédio da viúva e o respeito de quem trabalhou uma vida inteira. Segundo a Controladoria-Geral da União - não são minhas palavras, não são nossas, são da Controladoria-Geral da União -, 97% dos descontos foram ilegais. Isso significa que, de cada dez aposentados e aposentadas, pensionistas, que tiveram desconto, praticamente todos não aprovaram os descontos. Como exemplo, somente o Sindnapi, cujo Vice-Presidente é o irmão do Presidente da República, movimentou R$1,2 bilhão sem comprovar origem ou destino. E, mesmo depois das denúncias, dos relatórios oficiais, os descontos continuaram. |
| R | A derrota dos requerimentos nesta CPMI mostra que o poder político tenta falar mais alto que a justiça. Se fosse um cidadão comum, ele teria essa proteção? É essa a diferença entre o Estado que serve ao povo e o Estado que serve a si mesmo. Hoje também ouvimos um depoente que, em vários momentos, me lembrou uma cultura muito antiga, cunhada numa frase, que é levar vantagem em tudo. O Sr. Cícero Marcelino, assessor da Conafer, que mesmo não assumindo essa função, trabalhou como assessor, porque cumpriu as funções que lhe eram destinadas. Ele não mentiu. E, ao não mentir, confirmou o que esta CPMI vem denunciando há meses: mais de R$300 milhões passaram por conta das empresas criadas para fazer pagamentos e desviar o dinheiro dos aposentados roubado pela Conafer. Dinheiro de aposentado, dinheiro de quem já vive com o mínimo. Essas transações atravessaram convênios públicos e, segundo os documentos que temos analisado, podem ter chegado a agentes políticos e intermediários que favoreceram os acordos dentro dos órgãos públicos, especialmente da Previdência. Por isso, determinei o reforço do pedido de acesso às planilhas financeiras e uma reunião reservada, para aprofundar nomes e repasses ainda sob sigilo. E ficou evidente o elo direto entre Conafer, Conafia e Sindnapi. Juntas, movimentaram mais de R$500 milhões em apenas dois anos, enquanto a CGU e o Ministério da Previdência ficaram em silêncio. É por isso que esta CPMI existe, para romper esse silêncio, para mostrar o que fizeram com o dinheiro de quem construiu este país com as próprias mãos. Faço tudo isso na lembrança do meu pai, motorista de caminhão, da minha mãe e dos meus avós. (Manifestação de emoção.) (Palmas.) Cada desconto ilegal é uma ferida. Cada fraude é uma traição. Cada silêncio é um tapa na cara do povo. E o que mais me revolta é ver o contraste. Enquanto uns moram em mansões, outros contam moedas, na esperança de comprar o remédio no final do mês. Enquanto uns voam em jatinhos com dinheiro roubado, outros esperam a pensão cair para pagar o supermercado. Mas aqui dentro desta CPMI, a verdade não tem dono. Aqui ninguém é intocável. Nem amigo, nem aliado, nem adversário, nem parente de gente importante. Quem deve tem de responder. Quem rouba aposentado rouba o Brasil. A base do Governo hoje usou a maioria para impedir uma convocação. É do jogo, mas os requerimentos podem voltar. E vão voltar se dados aparecerem durante as investigações. Nós vamos bater a porta, o tempo todo, contra qualquer tipo de impunidade. E quando a verdade amadurece, senhores, ela cai sozinha, como fruta madura, no chão da história. Nos últimos dias, vimos o contraste do poder. Há os que têm advogados milionários, amigos dos poderosos, e há os que têm apenas a verdade como defesa. Há os que frequentam gabinetes e os que esperam na fila do INSS. |
| R | Mas este Parlamento, esta Presidência, não se curvará. Aqui o Brasil assiste, aqui o Brasil julga. A minha função é fazer com que todos os brasileiros saibam o que aconteceu, acompanhem as investigações e possam formar a própria opinião. Por trás de cada tentativa de blindagem existe uma porta nova que se abre para a justiça. As quebras de sigilo estão revelando o que antes era segredo. O poder pode atrasar, mas não pode impedir o curso da verdade, e esta Comissão vai até o fim. A CPMI do INSS é mais do que uma investigação, é uma fronteira entre o poder e a consciência. De um lado os que temem a verdade, do outro os que lutam por ela. Podem ganhar votações, mas não podemos nunca perder o coração do povo. Nós estamos aqui não por vaidade, estamos aqui por justiça, pelos aposentados que foram roubados, pelas viúvas que ficaram sem o que comer, pelos idosos que morreram esperando uma resposta. Narrativas podem ser manipuladas nos discursos, mas não apagam a consciência de um país inteiro. A CPMI segue firme, com fé, com coragem e com compromisso de revelar diante do país o que fizeram com os aposentados e, quando isso for revelado, ninguém escapará do peso da justiça nem do julgamento do povo deste país. Muito obrigado. Deus abençoe o nosso Brasil! (Palmas.) Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos, convidando-os para a próxima reunião, na segunda-feira, dia 20 de outubro, às 16h, para as oitivas de Felipe Macedo Gomes, da Amar Brasil, e de Tonia Galleti, ex-integrante do Conselho Nacional da Previdência Social. Declaro encerrada a presente reunião. (Iniciada às 10 horas e 07 minutos, a reunião é encerrada às 20 horas e 42 minutos.) |

