Notas Taquigráficas
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| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Fala da Presidência.) - Boa tarde, senhoras e senhores. Boa tarde, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, Srs. Senadores e Sras. Senadoras. Havendo número regimental, declaro aberta a 20ª Reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS, de 2025, que se realiza nesta data, 27 de outubro do corrente ano. Antes de iniciarmos os nossos trabalhos, submeto à deliberação do Plenário a dispensa da leitura e a aprovação da Ata da 19ª Reunião, realizada em 23/10. Aqueles que aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) A ata está aprovada e será publicada no Diário do Congresso Nacional. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Presidente, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Senador Izalci. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF. Pela ordem.) - Presidente, no encerramento da última reunião, V. Exa. fez um apelo muito grande ao Ministro André Mendonça, com relação às prisões preventivas cujo requerimento foi aprovado aqui. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Até agora, não aconteceu nada. E olha que nós comprovamos aqui diversos documentos, com os RIFs, com o Coaf, muito material consistente, que justificaria realmente a prisão de outros. Eu indago a V. Exa.: V. Exa. chegou a procurar também a PGR, para a gente ver se, através da PGR, a gente poderia pressionar um pouco isso? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não. É uma boa pergunta, Senador Izalci. |
| R | A manifestação que tenho, por parte do Supremo, é de que serão consultadas a PGR e a Polícia Federal, com relação aos pedidos, para a sequência das investigações. Então, o Ministro recebeu, já está com ele há bastante tempo, e agora dará sequência, ouvindo tanto a Polícia Federal quanto a Procuradoria-Geral da República. Outra questão também, com relação ao que pedi uma resposta, foi com relação à oitiva do Sr. Maurício Camisotti. Nós pedimos para ouvi-lo na Polícia Federal ou ouvi-lo aqui. O Ministro disse que vai levar para a turma, para a decisão do Colegiado, posteriormente, para decisão do Camisotti, se ele aceita ou não fazer um depoimento conosco. Então, estamos aguardando que essas respostas nos sejam dadas, ou sim ou não, o mais brevemente possível. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - O que não falta é comprovação, não é, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Exatamente. Aqui está muito claro. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Excelência, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Senador... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO. Pela ordem.) - Aproveitando a fala... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Chrisóstomo. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... do nobre Senador, essa é uma fala do povo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - O povo está nos cobrando. O povo também precisa mais de explicação, porque ele diz: "Pô, o pessoal fica calado lá, o pessoal não fala nada, o pessoal não explica" - os ouvintes que vêm aqui, as testemunhas... É uma fala que o povo está nos cobrando, exatamente isso que o Senador tratou. Eu acho que o STF... A gente precisa enfatizar novamente para ele, Excelência, através de V. Exa., para que ele realmente entenda que a CPMI é um instrumento independente e que eles possam nos respeitar, conforme a Constituição Federal reza. Portanto, Presidente, então vamos enfatizar isso ao STF... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... para que as pessoas possam realmente falar, explicar tudo o que fizeram dentro do INSS. Obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Coronel Chrisóstomo. A questão, eu a tenho colocado aqui, Excelência: existem os chamados vácuos jurídicos, que é o que eles chamam de limbo jurídico, ou seja, não há uma definição clara sobre os assuntos. É essa questão, por exemplo, que gera a polêmica aqui de testemunha, se é investigado, se é testemunha, porque o inquérito da Polícia Federal é um, a nossa atribuição e a nossa forma - de certa forma - de ser um inquérito é outra, mas gera toda uma discussão jurídica, que eu entendo poder ser uma das boas contribuições desta CPMI na área legislativa, que é nós tirarmos daqui conclusões sobre como nós podemos avançar, inclusive, em ampliar o poder da CPMI, fazer respeitar o poder e deixar claras as linhas de investigação, muito bem definidas em relação às pessoas que são convocadas para essa... Mas é uma decisão do Congresso que nós precisamos, o mais brevemente possível... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Pela ordem, Sr. Presidente. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Sr. Deputado. Sempre. Deputado Zé Trovão. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Sr. Presidente, eu quero, primeiramente, cumprimentá-lo. É início de semana, um início muito importante para todos nós, aqui nesta Comissão, tendo em vista que nós teremos hoje e amanhã, devido às agendas legislativas... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Quero também parabenizar o senhor e nosso nobre Relator por tudo que os senhores têm feito. Eu fiz, na semana passada ou retrasada, não me lembro exatamente o dia, um requerimento a esta Comissão, para que a gente solicitasse a apreensão do passaporte de todos os investigados deste primeiro núcleo, que está, inclusive, exposto pela grande imprensa, tendo em vista que é muito importante que a gente não tenha evasão de divisa para outro estado de nenhuma dessas pessoas. E eu não sei se nós votamos, se foi votado... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Ainda não, Excelência. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Ainda não. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - E amanhã terá deliberativa? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Não? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, nós... Se tivermos deliberativa, será na próxima semana. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Na próxima semana? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Exatamente. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Nada. Estou à disposição. Oitiva... |
| R | O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG. Pela ordem.) - Pela ordem, Presidente. Pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Deputado Rogério Correia. Boa tarde. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Meu pela ordem vai no sentido do que o nosso último Deputado falou, reforçando a preocupação dele. V. Exa., então, está prevendo para a semana que vem, mas ainda não definiu... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não. Não, ainda não. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... se haverá... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - As deliberativas. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... as deliberativas. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Possivelmente, na terça-feira, mas eu vou avisar com antecedência. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - O.k. Eu pediria a V. Exa... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - A minha sugestão, que eu dei semana passada, foi neste sentido: de que, pelo menos, aquilo que fosse comum, consensual, nós pudéssemos estar votando e o que tem, evidentemente, urgência. Uma delas o Deputado colocou bem agora: é a questão da prisão preventiva dos chamados golden boys... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... porque já há elementos suficientes, e o próprio Relator frisou isso, em especial, o Felipe Macedo, mas todos estão ali no mesmo modelo - não é? - de corrupção e de fraudes no INSS, dos chamados golden boys. O segundo são os passaportes. Esse me preocupa mais, porque, por qualquer demora nisso, eles poderão simplesmente se evadir do país. Então, acho que isso teria uma urgência muito grande e não seria bom que nós, da CPMI, ficássemos, depois, arrependidos de não ter votado rapidamente o confisco desses passaportes. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Acho que esse é um extrapauta que poderia ser colocado. Eu sempre digo que extrapauta é sempre com consenso... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... mas acho que esses dois teriam consenso. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - E eu cheguei a citar também uma posição importante da nossa Comissão em relação à devolução dos recursos para os aposentados. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sim. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - A medida provisória vai caducar em 11 de novembro, está próximo. Ela ainda está na Comissão Especial de análise da medida provisória. Uma parte do recurso já foi devolvido - acho que quase 3,1 bilhões já foram devolvidos aos aposentados -, mas ainda falta. E a medida provisória é exatamente para que esse restante do recurso possa ser pago aos aposentados. Que nós tirássemos aqui um documento comum, solicitando ao Presidente Hugo Motta e ao Presidente Davi Alcolumbre a agilização do processo de votação desta medida provisória... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... para que ela não tenha que caducar e, com esse sentido, os aposentados ficarem sem receber. Acho que isso também é consensual entre nós. Não há quem seja contra que eles recebam, como também não há quem seja contra - e nós aprovamos isso aqui por unanimidade - que não se tenha mais os descontos associativos e seja votado o projeto de lei que veio da Câmara. Como nós votamos esse, a minha solicitação é que nós votássemos também... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... porque esse está certo, mas, com o que eu estou propondo, espero que o nosso Líder também concorde, que é para não deixar os aposentados sem receber. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Então, eu acho que também é muito importante. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL. Como Relator.) - Presidente, pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Diante do esclarecimento dos Parlamentares anteriores, quero dizer que já foi dada entrada no pedido do Sr. Igor, do Sr. Américo, do Sr. Anderson, do Sr. Felipe, do Sr. Mauro Palombo, da Sra. Tonia Galleti e do Sr. Milton Baptista. Além desses aqui, Sr. Presidente, também quero reiterar que é uma pena a Comissão ter, por maioria, bloqueado a vinda da Sra. Danielle Fonteles. Cada vez mais, está evidente a relação dela com o Sr. Careca. Também é uma pena em relação ao Gustavo Gaspar e, especialmente, também ao Paulo Boudens. Eu acho que todos os três foram uma grande perda para a apuração. Evidentemente, nós voltaremos a discutir isso em breve, com as novas informações que estou arrecadando. Obrigado, Sr. Presidente. O SR. CARLOS JORDY (Bloco/PL - RJ. Pela ordem.) - Presidente, Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Deputado Carlos Jordy. O SR. CARLOS JORDY (Bloco/PL - RJ) - Só para ir na linha aqui do nobre Relator... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. |
| R | O SR. CARLOS JORDY (Bloco/PL - RJ) - ... ele falou que foi rejeitado o requerimento de convocação da Danielle Fonteles. Na verdade, foi uma quebra de sigilo, se eu não me engano, que foi rejeitada. Mas eu tenho um requerimento de convocação da Danielle Fonteles. Eu falei isso na reunião passada e quero aqui reiterar, para que nós possamos, na próxima sessão deliberativa, pautá-lo, para que possamos convocá-la a prestar esclarecimentos sobre os fatos que estão envolvidos com ela e o Careca do INSS. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Será feito. Nossa Secretaria já anotou, e, havendo a deliberativa na terça-feira, faremos as votações dos requerimentos. Senhores, primeira parte do nosso trabalho, oitiva do Sr. Alexandre Guimarães, ex-Diretor de Governança, Planejamento e Inovação do Instituto Nacional de Seguro Social. Requerimentos: 80, Senador Izalci Lucas; 393, Deputada Adriana Ventura; 394, Deputado Duarte Jr.; 662, Deputado Rogério Correia; 778, Senador Randolfe Rodrigues; 952, Deputado Sidney Leite. Já está com assento à mesa o Sr. Alexandre. Informo que, até o momento, a Comissão não foi cientificada de nenhuma decisão em sede de habeas corpus que envolva o depoente de hoje. Mesmo sem decisão judicial, informo que estão assegurados todos os direitos constitucionais da testemunha, como o direito de estar aqui acompanhado de advogado, de consultar com ele a qualquer momento e de ficar em silêncio nas perguntas que o incriminem. Advirto, no entanto, que, por estar aqui como testemunha - foi convocado nesse sentido -, o direito ao silêncio se aplica única e tão somente às perguntas que levem à autoincriminação, sendo vedado o silêncio absoluto e o silêncio relativo às demais questões. Quero dar boa tarde... (Pausa.) Pois não. Dr. Bruno, seja bem-vindo. Muito obrigado. Quero reforçar aqui - Sr. Alexandre, boa tarde -, mais uma vez, que o senhor poderá interromper a sessão a qualquer momento, ou para questões pessoais ou para orientar o seu cliente. Peço apenas que não dê as respostas, que o faça apenas em termos de dados. E, se houver, em algum momento - porque nós temos tido muita dificuldade com isso -, algum tipo de tratamento que o senhor considere desrespeitoso, fale comigo, para a gente evitar as discussões, porque aí eu vou tomar as providências necessárias aqui. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA (Fora do microfone.) - Respeitaremos as regras estabelecidas. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado. Passo agora à leitura do termo de compromisso do depoente. V. Sa. promete, quanto aos fatos de que tenha conhecimento na qualidade de testemunha, sob palavra de honra, nos termos do art. 203, falar a verdade a esta Comissão? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Sim. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - A partir deste momento, V. Sa. está sujeito ao compromisso de dizer a verdade quanto aos fatos de que tenha conhecimento ou tenha protagonizado, na qualidade de testemunha, nos termos do art. 203 do Código de Processo Penal. Passo a palavra ao Sr. Alexandre Guimarães, por 15 minutos. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Estou aqui para realizar esclarecimentos, de forma muito transparente, da minha atuação como Diretor do INSS e como cotista da empresa Vênus Consultoria. Eu sou Alexandre Guimarães, sou formado em Economia, Pós-Graduado em Administração Financeira. Iniciei minha carreira no mercado financeiro de capitais num fundo de pensão, em 81. Depois, fui para alguns bancos, passei por quatro ou cinco bancos, distribuidora... Abri minha própria empresa, inicialmente a Plenus Investimentos, depois AEG Investimentos, e, em 2017, eu tive um convite para ingressar como Diretor Financeiro da Infraero, na qual permaneci por um pouco mais de 40 dias, um mês e meio. |
| R | Saí. No mesmo ano, em novembro, recebi um convite para assumir a o cargo de Diretor de Gestão de Pessoas do INSS. Fiquei lá por um ano e dois meses. Tive um convite para assumir a Diretoria Financeira da CEB (Companhia Energética de Brasília), e fiquei também um ano e meio, dois anos, e depois fui Vice-Presidente da Investco, que é uma empresa de que a CEB é acionista junto com a EDP (Energias de Portugal). E retornei ao INSS também como Diretor de Governança, Planejamento e Inovação, e saí em abril de 23. Sou proprietário da Vênus Consultoria desde novembro de 22. E estou... A empresa está sendo fechada, fechou já; está sendo fechada, e estou aqui para responder a todas as perguntas de forma bastante esclarecedora. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Relator Alfredo Gaspar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL. Para interpelar.) - Sr. Presidente, boa tarde. Em nome de V. Exa., saúdo todos os presentes, inclusive o depoente e o doutor advogado. Sr. Alexandre, V. Sa. bem sabe o motivo desta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito a respeito do INSS, e é por suas passagens no INSS que nós estamos aqui a ouvi-lo. O primeiro ponto. Gostaria de saber quem o indicou para o INSS, no ano de 2017, e qual foi a função que o senhor exerceu lá? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Eh, como em qualquer cargo público, tem a indicação de um político. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu estou... Deixe-me lembrar aqui. E esclareço que eu não tenho um relacionamento com nenhum deles, mas é... Como eu, precisando de colocação, espalhei currículos, acabou chegando lá na 17, né? Lá na Liderança do Governo, na época, que era o Andre Moura. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Andre Moura. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas o contato não foi com ele, foi com assessores dele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. Depois nós voltaremos a esse tema. Antes de o senhor assumir o cargo no INSS, V. Sa. também tinha sido indicado antes para a Diretoria Financeira da Infraero. E, se eu não me engano, foram alguns meses à frente dessa Diretoria Financeira. Foi também em 2017? E, se foi, quem fez a indicação de V. Sa. a essa diretoria? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Bem, como eu disse anteriormente, eu não tenho relacionamento com esse político... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas, na época, foi janeiro de 2017, que eu entrei através do Waldir Maranhão, acho que era Vice da Câmara. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu não... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E saí dia... E saí em fevereiro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu confesso ao senhor que eu nunca ouvi falar nessa pessoa. Quem é Waldir Maranhão? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Deputado Federal, na época. Ele era, se não me engano, Vice, Vice-Presidente da Câmara, na época, em 2017. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, o senhor foi indicado para a Diretoria Financeira da Infraero... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... através do Sr. Waldir Maranhão, Deputado Federal. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Na época. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda qual o partido dele na época? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ah, não, tem que ver. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda qual era o partido do senhor Andre Moura, também Deputado Federal à época? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Se eu não me engano, era PSC. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - PSC. Eu vi aqui o seu currículo. O seu currículo é bastante extenso na área bancária. Como é que foi essa ida para a Infraero? É até importante para a gente esclarecer como funciona o sistema de indicação política aqui em Brasília - o brasileiro tem muita curiosidade. O senhor disse que espalhou o currículo para alguma colocação. Como é que foi essa chegada ao nome do senhor? Sabe informar? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente por isso... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Na Infraero? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Na distribuição dos meus currículos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Mas, na Infraero, o senhor sabe como é que esse currículo chegou às mãos do Sr. Waldir Maranhão? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não recordo agora. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - No INSS, o senhor teve alguma conversa com o Sr. Andre Moura para ser colocado na diretoria? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem foi que tratou com o senhor sobre esse assunto? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Assessores dele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Recorda o nome? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o que ficou combinado neste momento? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Que eu assumiria a Diretoria de Gestão de Pessoas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha só, e funciona assim no país, é? Uma diretoria tão importante do INSS, uma indicação política sem o indicador conhecer sequer o indicado, sem saber nem os propósitos do indicado? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É através do currículo mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, isso é uma boa notícia... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Parte técnica. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Isso é uma boa notícia para o Brasil. O senhor espalhou o seu currículo e virou Diretor da Infraero e Diretor do INSS, não é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sem nenhuma conversa preliminar com os Parlamentares? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nenhuma. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, isso... O que vai chover de currículo aqui para Brasília agora não está no gibi, não. Mas não vou desconhecer que isso seja verdade, não. E por que o senhor passou tão pouco tempo à frente da Diretoria Financeira da Infraero? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não entendi. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por que o senhor passou tão pouco tempo à frente da Diretoria Financeira da Infraero? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ah... Precisaram do cargo, me tiraram. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não houve nenhuma intercorrência? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. Pelo contrário. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E aí o senhor voltou a espalhar currículo e foi convidado para assumir a Diretoria do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual foi a diretoria que o senhor assumiu? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Diretoria de Gestão de Pessoas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, essa diretoria é responsável exatamente por quais áreas do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Pessoal. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, mas detalhe mais um pouco, porque o senhor, como técnico, pode dizer em que áreas a sua diretoria tinha interferência. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, apenas pessoal, gestão de pessoas. Nós estávamos... Na época, quando eu entrei no INSS com essa diretoria, nós tínhamos 34 mil funcionários, servidores, e tinha uma previsão de saída de 12, 13 mil pessoas já em janeiro de 2019, por um acordo sindical deles. E eu trabalhei bastante em cima disso para tentar conseguir concurso público para amenizar os problemas que lá dentro do INSS tinha, nas agências... Rodei essas agências todas, conversando com todos, a maioria dos servidores, e tentando ver como é que a gente podia compensar isso através de tecnologia. Foi quando surgiu - não foi eu que montei, foi o grupo lá que montou - o Meu INSS. Quer dizer, então eram vários trabalhos em cima dos servidores. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sr. Alexandre, o senhor já disse aqui que não foi politicamente indicado; o senhor foi indicado por político, mas tecnicamente. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor disse que assumiu lá a Diretoria Financeira da Infraero e depois foi para a Diretoria de Gestão de Pessoas do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso aí foi... ou seja, eu saí em fevereiro e ingressei no INSS, no final de novembro de 2017, do mesmo ano. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E permaneceu até quando nessa diretoria no INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Até janeiro de 2019, quando eu fui convidado para assumir a Diretoria Financeira da Companhia Energética de Brasília. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Deixe-me perguntar uma coisa ao senhor: nesse período em que o senhor passou no INSS, quem era o Presidente da autarquia? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Veja bem, se somar os dois períodos em que eu estive no INSS... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, não, não. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, só uma observação. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Se o senhor me permitir, lógico. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Claro, claro. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Esses dois períodos em que eu estive no INSS, somando os dois, vão dar três anos como diretor. Eu passei por sete presidentes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Quer dizer, eu entrei com um presidente que estava saindo, não lembro o nome dele agora, ele era um Deputado, ia concorrer a Deputado Federal pelo Nordeste. Depois entrou uma pessoa do STJ, e depois entrou o Edison Garcia, que depois foi ser Presidente da CEB, e foi ele que me convidou para assumir a CEB, para ir com ele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, só para a gente retomar isso, que é importante. Em 2017, quando o senhor assumiu o INSS, o senhor falou que tinha um presidente. O senhor recorda o nome dele? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Agora não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele era candidato - se não me engano - a Deputado Federal por... Agora não sei nem... não lembro nem o estado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, Senhor. O senhor recorda quem era essa pessoa que o senhor citou como do STJ? Achei até interessante o senhor dizer do STJ, por quê? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É porque ele era servidor, se não me engano. Se pegar aqui os ex-Presidentes do INSS, vai ter os nomes deles todos aí, que eu... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas de cabeça o senhor não se recorda? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não vou lembrar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor, quando assumiu a primeira vez o INSS, o senhor conseguiu perceber se a autarquia estava sob a responsabilidade de algum partido político? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Com os outros diretores indicados, o senhor não conseguiu fazer essa distinção? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, tinha outros diretores que foram também indicados pela Liderança do Governo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. O senhor se recorda de quem era o Diretor de Benefícios, ou quais eram, ou quais foram os diretores de benefícios nessa primeira época que o senhor assumiu a Diretoria de Gestão? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não... Com certeza, eu não consigo falar, mas eu conheci, lógico, porque trabalhei com eles. Eu não lembro o nome de quem era o Diretor de Benefícios. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor, nessa época, o senhor conheceu a figura do Sr. Virgílio Antônio? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O Virgílio, eu o conheci na Previc. E depois, foi depois dessa, dessa... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Dessa sua primeira passagem. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, ou foi durante. Eu não lembro, mas o Virgílio era Procurador da Previc, e, como eu atuava muito no mercado financeiro, eu tinha sempre, eu estava atento aos atos lá da Previc, que era o... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Sr. André Fidelis, o senhor chegou a conhecê-lo na primeira passagem pelo INSS? |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Conheci. Ele era Superintendente daqui de Brasília, do Centro-Oeste. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Superintendente? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Superintendente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - De quê? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Da Região Centro-Oeste. No INSS, se eu não me engano, são cinco superintendências. Ele era o Superintendente aqui do Centro-Oeste, Brasília. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda quem o indicou essa época... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... para ser Superintendente? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu lembro que ele trabalhou com alguns Ministros: Gabas... Acho que o... Como é o nome dele? Eu estou ruim de memória. Acho que Garibaldi. Ele trabalhou com alguns ministros, mas, quando eu o conheci lá na... quando eu entrei no INSS, ele já estava como Superintendente da Região Centro-Oeste. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Na época em que o senhor exerceu a primeira vez o cargo de Diretor do INSS, quem era o Presidente da República? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Era o Temer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Temer? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Presidente Temer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor teve algum relacionamento com o Presidente Temer? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nem com ele, nem com nenhum outro Presidente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. O senhor é filiado a algum partido político? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu já fui filiado ao PFL. Aí tem que dar uma observação: é que, no mercado financeiro aqui em Brasília, me convidaram para representar o mercado financeiro da região, então me filiei ao PFL. Fui candidato a Deputado Distrital, tive quatrocentos e poucos votos. Depois eu me filiei... Teve mais dois partidos: PDT e PSDB, mas eu não fui candidato a nada. E depois saí. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor se filiou ao PDT? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, o PDT não. Do Gim Argello, era PTB, se eu não me engano. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - PTB. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu acho que era. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu perguntei porque aqui na sua ficha de filiação não aparece esse... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, são os três. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... partido. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o último partido foi... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O PSB, quando era o Governador Rodrigo Rollemberg. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Todos vinculados aqui à... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - À região. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - À região, né? Rapidamente aqui, o senhor falou aí sobre a Plenus. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Plenus... o senhor foi sócio-administrador. Quais as atribuições da Plenus? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Acho que era eu e um sócio: Nonato, Francisco Nonato. Nós dois exercíamos esse papel. Mas a Plenus, como a AEG Investimentos, era uma empresa de agente autônomo no mercado financeiro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu não sei o que é isso. O senhor pode me explicar, por favor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Posso, sim, senhor. O agente autônomo, antigamente, era só pessoa física; eu já exerci esse papel como pessoa física há muitos anos atrás. Depois, surgiu o papel de pessoa jurídica de agente autônomo. Eu fiz a prova e consegui ser... aprovei e montei então a empresa. Primeiro foi a Plenus, depois a AEG Investimentos. Então, era intermediária financeira. É uma empresa que trabalha com intermediação financeira. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E isso tinha alguma coisa a ver, isso tinha algo a ver com o sistema previdenciário? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor, antes de assumir o INSS, o senhor exerceu alguma função correlata ao sistema previdenciário brasileiro? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nunca. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Nunca? Essa Previc... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Previc é a agência de governo que trabalha com os fundos de pensão. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Também foi criada... Eu era Presidente de uma associação e até fui convidado para participar das reuniões na criação da Previc. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor me falou aí dessa primeira passagem; ainda quero falar sobre ela. Qual é a sua relação com o Sr. Eliseu Padilha? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não conheço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não conhece? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi Ministro? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não estive com ele. Nas reuniões, geralmente quem participava era os presidentes. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E Edilson Garcia? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Edison, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Para mim aqui... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Edison Garcia... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É, desculpa, Edison. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... era o Presidente do INSS. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Em que período? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele entrou em 2018 e saiu no início de 19; foi quando eu saí também. Eu pedi minha exoneração no início de... no mês de dezembro, e saiu depois da dele. Ele foi assumir a Diretoria, a Presidência da CEB e me convidou para assumir a Diretoria Financeira. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, só recapitulando, o senhor assumiu a Diretoria de Gestão, por indicação do então Deputado André Moura, no Governo Michel Temer, e saiu, a pedido, no início de 2019, mas tinha pedido a exoneração, isso já no Governo Bolsonaro, no final de 2018, não é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí o senhor já disse aqui que foi para essa companhia energética, ou conselho, não sei. E aí vem o senhor e retorna para a Diretoria do INSS. Qual o ano, qual o Governo, a convite de quem? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá. Só quero antes esclarecer também que uma nomeação não tem nada a ver com a outra; ou seja, fui embora do INSS, vida nova na companhia de energia, depois fui para a Investco, depois voltei também com o mesmo... do mesmo jeito. Eu espalhei os currículos, me convidaram, eu tive uma reunião... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Reunião com quem? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi com o Deputado... Como é que é? Euclydes Pettersen, PSC. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. O Deputado Euclydes Petterson... Petterson, é? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Fora do microfone.) - Pettersen. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pettersen. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Pettersen. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Deputado Euclydes Pettersen, de qual partido? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - PSC; na época, pelo menos, era. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha só, o senhor está me dizendo que, em 2017, assumiu a Diretoria de Gestão de Pessoas através do Sr. André Moura, que era do PSC. Agora, em 2021, o senhor volta e tem uma reunião com outro Deputado do PSC. Como é que o Deputado do PSC Euclydes encontrou o senhor também? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Através do currículo também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sendo muito sincero, sabe, Sr. Alexandre, o Brasil tem milhares de pessoas capacitadas com currículos impressionantes. Que uma vez o nome do senhor tenha chegado pelo currículo, eu acho bem provável. Agora, da segunda vez também, com outra pessoa, do mesmo partido, o nome do senhor chegar através de currículo... Aí eu vou dizer, já dá para tirar na loteria, porque eu acho muita coincidência. Aí eu queria saber isso. Esse Deputado foi quem convidou o senhor para o encontro? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Foi? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E ele disse ao senhor em quais circunstâncias chegou ao nome do senhor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ora, como eu disse anteriormente, ele só pode ter chegado através do meu currículo, que chegou à mão dele. E, como eu tinha já uma experiência como Diretor de Gestão de Pessoas lá do INSS, eu acho que deve ter facilitado a minha ida para a Diretoria de Governança. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor disse que, com o Sr. André Moura, o senhor não teve nenhuma conversa antecipada... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora, com o Sr. Euclydes o senhor já teve essa conversa. Como é que funciona uma conversa com um Parlamentar que vai indicar um técnico para uma diretoria tão importante? Qual é o tipo de diálogo que é feito? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi uma conversa simples e rápida que tive com ele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode dizer como foi? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele falou: "O seu currículo chegou à minha mão e tem um cargo lá de Diretoria de Governança. Você está interessado em ocupá-lo? Você já foi lá de Gestão de Pessoas". E outra coisa: a Diretoria de Governança estava começando. Quando eu entrei lá na diretoria, eu tinha... Para a diretoria toda, nós estamos falando de um titanic que é o INSS. Então, eu tinha quatro servidores para trabalhar comigo, para montar toda uma área de governança, um sistema de governança, que isso aí não é de uma hora para a outra. E dentro do mercado de capitais, como analista de mercado de capitais, eu cobrava muito governança das empresas de que a gente fazia análise para investimentos. Então, isso aí já era um cotidiano nosso, dentro da profissão de analista de investimentos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vamos chegar a esse ponto. Uma coisa que eu esqueci de perguntar ao senhor: o senhor é funcionário de carreira? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ah, o senhor não é funcionário de carreira? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, eu sempre trabalhei na área privada. Só em 2017, quando eu fui para a Infraero, que eu comecei a assumir aquela diretoria que foi para a área pública, mas sempre privado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Privado, né? Então, o senhor não é funcionário de carreira. Sr. Alexandre, aí o senhor assume... Antes de a gente adentrar nesse tópico, aqui há uma discussão muito grande de que em determinada época houve um desmonte do funcionalismo do INSS e esse desmonte também ocasionou a ausência de pessoal para fazer fiscalização de acordos de cooperação técnica. O senhor falou uma coisa interessante, e eu queria entender. O senhor disse que tinha 32 ou 34 mil, e foi para não sei quantos funcionários. Por que aconteceu isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi um acordo junto com o sindicato, um acordo com os servidores; eles estavam pretendendo um percentual de recebimento, e na época foi acordado que dividiria em três vezes, receberiam em três parcelas. Só depois de receber... Então, o servidor, não pediria demissão até receber a terceira parcela. Isso aí foi acumulativo e, quando chegou em janeiro de 19, quando eu já estava saindo, já tinha uma previsão da saída dessas 12 mil, 13 mil pessoas do INSS. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E esse acordo foi feito em qual governo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Agora o senhor... Eu fiquei na dúvida se esse acordo... Eu acho que foi antes do Temer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Antes do Temer. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Esse acordo, eu acho, já vinha sendo trabalhado antes do Presidente Temer. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor não recorda em que ano esse acordo começou a ser...? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não, não lembro. Eu não fazia parte da companhia, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, quando eu entrei, o processo já estava encaminhado. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá, só para a gente esclarecer isso. Eu vou voltar a falar do Deputado Euclydes, porque aqui, inclusive, esta CPMI está devendo, e vou fazer esse pedido, Sr. Presidente, para que a gente possa tomar o depoimento do Senador Weverton Rocha e pedir o depoimento do Deputado Euclydes também. Eu acho que aqui a gente está na hora de esclarecer alguns pontos. |
| R | E eu falo especificamente do Deputado Euclydes, que eu não conhecia, mas houve um repasse de recursos para o ITT, ligado à Conafer. E nessa investigação foi vista uma negociação entre uma aeronave que era do Deputado Euclydes, foi repassada para alguém ligado ao ITT (Instituto Terra e Trabalho), também ligado à Conafer. E nessa mistura eu fiquei sem entender como é que essa aeronave foi negociada, depois voltou ao Deputado, depois foi negociada de novo. Espero que também não haja nenhuma blindagem, porque isso é bom para o Deputado e será bom também para o Senador esses esclarecimentos. Assim como será muito importante a vinda do Sr. Paulo Boudens, a vinda da Sra. Daniela Fonteles e a vinda do Sr. Gustavo Gaspar. Afinal de contas, aqui a gente não pode ter blindagem, fica muito feio essa blindagem. Vou tocar sempre nesse ponto para ninguém posar de paladino da moralidade... para não posar de paladino da moralidade nem a gente proteger ninguém. Então, o Deputado Euclydes tem essa negociação da aeronave que exige uma explicação. E agora o senhor está vindo depor, dizendo que foi indicado para a diretoria no ano de 2021, após uma conversa com esse Deputado. Mais algum Parlamentar conversou com o senhor sobre essa indicação? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. E depois que eu assumi, inclusive, tivemos uma reunião lá na Secretaria de Previdência com, acho que, na época, era Bruno Bianco, com o Presidente do INSS e falando sobre a diretoria que eu tinha assumido e... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem era o Presidente do INSS nessa época? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Em 2021, nessa época era o... Esse que eu estava querendo lembrar o nome aqui, que saiu logo em seguida, antes do Edison Garcia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. O senhor falou que a Diretoria de Gestão de Pessoas só tinha quatro funcionários, tinha sido recentemente criada. Uma pergunta bem objetiva, Sr. Alexandre... Antes eu queria até fazer uma pergunta: o senhor pediu habeas corpus para vir a esta Comissão? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, eu quero lhe dar os parabéns. Eu acho que, quando a gente exerce uma função pública e tem que prestar contas do exercício dessa função pública, precisa primeiro ter coragem e lealdade ao país. O fato de não ter pedido habeas corpus vai lhe dar ainda um tratamento mais respeitoso, porque a relatoria não vai se aproveitar deste momento para poder tomar qualquer medida de força em relação ao senhor. Eu acho uma covardia institucional exercer um cargo público e vir amparado por habeas corpus. Então, quando o senhor foi Diretor de Gestão de Pessoas - o senhor com a longa jornada em instituições financeiras ou correlatas -, o senhor tomou conhecimento em algum momento sobre a questão de desconto associativo de entidades ou sindicatos? |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito bem. Aí o senhor vem para 2021. Coloca ali, por favor. (Pausa.) O senhor conheceu uma pessoa chamada Antônio Carlos Camilo Antunes, Careca do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Bota aquela foto na mesa lá, por favor. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, pelo amor de Deus! Aí não tem como! Essa é uma das fotos mais famosas. O senhor se encontra aqui nessa foto? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ah é, o senhor está aqui. Deixe-me lhe dizer. Aqui tem personagens importantíssimos. Mas tem um importantíssimo, porque não deveria estar nessa foto. Essa foto foi em 13 de janeiro, na reunião com o atual Ministro Wolney Queiroz. Aqui está quem não deveria. Antes desta reunião, o senhor já conhecia essa figura aqui, Careca do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode me dizer o que tantos personagens, que eram da área pública ou que são ainda, estavam fazendo na reunião do ministério junto com esse que está denominado como líder de organização criminosa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Bem, esta reunião já tinha começado e ele chegou após a... Já no meio da reunião. A reunião foi muito rápida. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. Mas o senhor pode... O senhor disse uma coisa que ninguém tinha dito até agora. A reunião já tinha começado e quem chegou depois foi esse senhor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, ele com a pessoa que está do lado dele. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe quem é essa pessoa que está ao lado dele? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. E quem convidou essas duas figuras para sentar a essa mesa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu fui chamado - até foi informalmente - para conhecer... porque eu acho que nessa data não estava definido quem seria o ministro. Eu acho que seria ele, o Deputado Wolney. Então, eu não sei se estava definido quem seria o ministro. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL. Fora do microfone.) - Sim, senhor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E nós fomos aí para nos apresentarmos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, essa foi uma reunião de apresentação ao... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ao Wolney. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... possível ministro? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso. Eu não sei se ele já era... eu estou aqui... Depois veio o Lupi. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o objetivo da... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nós nos conhecermos, nos apresentarmos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quando o senhor se sentou nessa mesa aqui, sem a presença do Careca, o senhor já conhecia todos os outros personagens? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Os servidores do INSS, sim, os outros, não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá, mas o senhor já conhecia o Virgílio? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Já conhecia o Virgílio, conhecia o Brito, o Marcos de Brito, o André Fidelis e o Rogério. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. Aí, qual foi o momento que essas duas figuras chegaram? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, como eu falei anteriormente, a reunião foi rápida, mas ele chegou alguns minutos depois, dez minutos. E se sentaram, se cumprimentaram... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas deixe-me dizer uma coisa para o senhor... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... e foi tirada a foto logo em seguida. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Deixe-me dizer uma coisa... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu nem sabia dessa foto, não me lembrava mais, ou seja, eu soube aqui - né? - na CPMI. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas aqui ninguém se senta nessa mesa, estou dando um exemplo, de condução dos trabalhos que não seja alguém convidado. |
| R | Eu pergunto... (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu convidei o Caveira para sentar aí. (Risos.) Mas, para eu não dizer que só se senta aqui se o ministro que estaria na posição do Presidente da... Alguém convidou. Dessa reunião, primeira pergunta: foi o senhor quem convidou Careca do INSS e Leandro Fonseca para se sentarem à mesa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Então, quem foi? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não lembro quem foi que chamou, ou seja, que convidou, mas eu sei que essa pessoa que está do lado do Antônio... Eu acho que ele trabalhava com o pai do Wolney. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E chegaram depois; eles estavam no ministério. Mas a nossa reunião aí, ou seja, foi uma reunião rápida para nos apresentarmos. Agora, quem chamou eu não sei se foi algum dos servidores ou dos colegas meus lá. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Essa foto é bem simbólica: uma reunião de apresentação de trabalho, sentado à mesa do Ministro atual da Previdência, um criminoso que lidera o roubo aos aposentados e pensionistas. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não foi uma reunião de trabalho; foi nos apresentarmos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pior, de apresentação. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A gente não foi para apresentar um trabalho. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não deixa de ser uma reunião de trabalho. Aí volta aqui. Volta para o gráfico anterior. Aí vamos para cá. Qual a sua relação com o Careca do INSS? Essa é a pergunta mais importante. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá. Eu conheci o Antônio... Me convidaram para ir lá à distribuidora da QI 15 - quem é de Brasília conhece. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL. Fora do microfone.) - O que é isso? Eu não sei. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É um bar, é um bar, tá? E o Antônio estava lá, e foi quando nós nos conhecemos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Em que ano foi isso e quem o convidou? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu já estava como Diretor de Governança. Foi no início de 22, se eu não me engano, ou final de 21; foi por aí. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem o convidou? Porque é o principal. A gente quer saber quem o convidou. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, mas foram amigos em comum, ou seja, que não têm nada a ver com o INSS e não têm nada a ver com isso tudo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu sei, mas... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Porque o assunto depois, Deputado, que correu é que eles queriam... O Antônio estava com um projeto de importação de frutas para a China. E eles queriam financiar esse transporte. Então, eles me chamaram lá - quem me conhecia -, para nós tentarmos fazer um trabalho de estruturação de um ativo financeiro que coubesse ali; só que isso aí não foi adiante. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sr. Alexandre, eu tenho a maior vontade de acreditar no que o senhor está falando, mas o senhor, como Diretor do INSS, que foi assaltado pelo Sr. Camilo, o senhor disse que foi chamado para um bar ou para um encontro e lá tratar de importação e exportação de frutas. Não é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu fui lá, inicialmente, para tomar uma cerveja com meus amigos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Hã? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E lá eu encontrei o Antônio, e a conversa... Eu até não... Foi para esse lado. Eu falei que ia estudar, e, se tivesse informações necessárias para que a gente pudesse estruturar um papel desse, a gente iria adiante. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Deixa eu lhe perguntar: nessa conversa, o senhor foi apresentado como Diretor de Governança do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu fui apresentado como um operador de mercado, um analista de mercado. O Alexandre tem muitos anos de mercado, porque é desde 81, muita gente me conhece, e fui Presidente da associação por cinco mandatos eletivos. Então, eu tinha um conhecimento muito grande do mercado de capitais e financeiro. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor, depois dessa conversa com Antônio Carlos Camilo, poderia me dizer, na verdade, qual foi o ponto, qual foi a pessoa que, mesmo para tratar de outra coisa, convidou o senhor e o Antônio Carlos para isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi um amigo que não tem nada a ver. Vou falar o nome dele aqui, vai parecer que... Eu vou acabar é botando ele no meio, porque ele não tem... São amigos pessoais que não têm nada a ver com o assunto da CPMI. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu até entendo, mas o senhor, por exemplo... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas eu prefiro... Não sei, eu prefiro não falar para não prejudicá-lo, porque não tem nada a ver uma coisa com a outra. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É um direito do senhor. O senhor está sem habeas corpus aqui, o senhor responde aquilo que o senhor achar que não vai comprometê-lo. Aqui a gente não vai ter tratamento diferente, quem pode mais, quem pode menos, não. Vamos estabelecer como se com habeas corpus o senhor estivesse, doutor, pela coragem de vir aqui sem um habeas corpus preventivo. Qual foi a outra vez que o senhor se encontrou com o Sr. Careca do INSS? O senhor já disse que o conheceu nessa circunstância. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, eu encontrei com ele outra vez lá no Gilberto Salomão, lá na Catedral. Não foi nada marcado, foi quando eu soube que ele tinha um produto, que era um app. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Isso foi em que ano? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Início de 22, meio de 22, não lembro a data. Foi aí que... Eu queria só fazer uma observação, que, 2012, 2013, apesar de a minha empresa, a AEG Investimentos, estar aberta, os negócios... A gente fala no mercado que micaram, pararam. Eu fiquei de 2013 a 2017 sobrevivendo de venda de patrimônio. Então, foi quando eu fui mais aceitar... Na época, eu falei: "Não quero nunca trabalhar em governo", mas hoje eu estou... Eu estava certo. Então, eu fui mais pela... ADS? Como é que é o nome do salário lá da Comissão? ADS, GD? Como é que é? O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - DAS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - DAS. Pelo DAS, porque era um DAS 5. Então, em vez de... Foi aí que eu fui. Mas a pergunta do senhor... Depois aí, no Antônio, nós conversamos, nos sentamos a uma mesa, e foi quando ele me apresentou que tinha um app e que tinha diversos benefícios a serem ofertados para clientes dele, e não tinha também... Eu até vi que ele não tinha nada de educação financeira. E, na época de 2022, que foi quando eu voltei a falar e ofereci - já passando o segundo semestre de 22 -, eu não vislumbrava que eu ia continuar na diretoria. Foi quando eu ofereci para ele: "Eu posso produzir assunto de mercado, de educação financeira", e foi aí que a coisa começou a andar. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor pode me dizer em que época o senhor começou a tratar de negócios, como o senhor está dizendo aí, com o Sr. Antônio Carlos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi logo... A empresa que eu montei... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu sei, mas só o mês aproximado. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi segundo semestre, perto das eleições, ou seja... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto, era isso que eu queria saber. Para tratar de negócios com o Sr. Careca do INSS, o senhor fez no segundo semestre de 22...? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu fiz o contrato com ele em janeiro de 23... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tudo bem, mas... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... porque eu já sabia que ia sair, mas a empresa foi montada em novembro de 22. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas começou a tratar negócios com ele ainda em 22? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ainda em 22. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito bem. E por quê? Isso é crime? Não, não é crime, mas começa a ficar escandaloso quando se descobre que esse elemento utilizou a estrutura do INSS, cooptando servidores públicos, e montaram uma estrutura criminosa que desviou bilhões de reais de aposentados e pensionistas. Aí por que o senhor está aqui? Depois a gente fala um pouco sobre esse gráfico. Porque o senhor aqui, Alexandre Guimarães, Diretor por duas vezes por indicação política, apesar do currículo técnico, no INSS, está no centro e no momento em que essas associações conseguem retirar bilhões de reais do INSS, e se descobre pela CGU e se descobre pela Polícia Federal que isso era dinheiro roubado dos aposentados. "Sim, Alfredo, mas estava na Diretoria de Governança." A gente chega já lá. Qual é o papel da Diretoria de Governança? É garantir a integridade do sistema no INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Também. E como é... Bota o gráfico aqui, por favor; o outro gráfico. Pronto. O outro. Como o senhor está no INSS em 2017, 2018, eu perguntei: "E sobre desconto associativo?". O senhor disse: "Eu nunca tive conhecimento nesse período". Aí o senhor volta aqui, 21 para o início de 23. Então, o senhor foi gestão Temer, dois anos; gestão Bolsonaro, dois anos; Lula, alguns meses. Mas deixe-me lhe dizer: o senhor pegou um gráfico que, depois de 22, a partir de 22, deu uma exponencial alavancada. Volta para aquele outro gráfico. Ali é de descontos, e aqui é de reclamações - de reclamações. A Ouvidoria foi criada quando? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A...? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Ouvidoria. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Ouvidoria sempre existiu onde o INSS estava vinculado. Então, mudava de ministério, a Ouvidoria antes. Nós levamos a Ouvidoria para dentro do INSS em 22. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Então, "bora" falar da Ouvidoria em 2022. A Ouvidoria saiu de 745 reclamações para 1.556, em 21; depois, quase dobrou em 22; depois, quase dobrou de novo em 23; e, depois, quase dobrou de novo em 24. O senhor estava na Ouvidoria em 2022, como chefe, e o senhor também estava nesse período inicial da Ouvidoria. A Ouvidoria estava sob a sua responsabilidade? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Ouvidoria é mais independente. Ela estava dentro da Diretoria de Governança, mas ela tinha uma independência, ou seja, as reclamações chegavam, nós não resolvíamos, mandávamos direto para a diretoria responsável para respondê-las. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu lhe pergunto: o senhor nunca fez reunião com a Ouvidoria? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sempre. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sempre. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mensalmente, pelo menos, fazíamos reunião não só com a Ouvidoria, como com todas as coordenações. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha, o senhor tem um currículo extenso aí - capacidade -, o senhor tem conhecimento de sistema de integridade, de tudo isso. Essa alta de reclamações aqui não chamou a atenção do senhor, não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Veja bem, quando nós levamos a Ouvidoria lá para o INSS, facilitou nós recebermos reclamações. Aí está a explicação do aumento, mas isso aí foi um trabalho bastante exaustivo para conseguir levar a Ouvidoria para dentro do INSS. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas a pergunta foi: isso não lhe chamou a atenção, não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Todas as reclamações chamam a atenção. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe... O senhor sabe dizer quais foram as providências adotadas pela sua diretoria em relação a essas reclamações? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nós não fazíamos, ou seja, não resolvíamos os problemas. Nosso papel era transmitir à diretoria responsável por reclamações para que isso fosse resolvido. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Que diretoria era essa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Dependendo da reclamação, se fosse pessoal... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Que diretoria... Que diretoria era essa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Como assim? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Para qual diretoria o senhor transmitia isso aqui? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Ouvidoria estava na Diretoria de Governança. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu sei. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Chegando a reclamação, se fosse de benefício, ia para benefício. Se fosse pessoal, ia para pessoal. Se fosse tecnologia, ia para tecnologia. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A pergunta... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nós enviávamos para onde era a responsabilidade para ser respondido. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A pergunta, então, é bem simples: a Ouvidoria, sob responsabilidade da sua diretoria, enviava cada uma dessas reclamações às diretorias responsáveis? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, senhor. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Cobrava a Ouvidoria... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Cobrava. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... também a solução? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Cobrávamos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor sabe qual o índice de resolução desses...? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Agora eu não sei te responder, aí tem que pegar à época. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor conversou com algum diretor do INSS, Presidente do INSS ou Ministro de Previdência Social sobre essas reclamações? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Deputado, eu saí em início de 23. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O senhor está indicando... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu estou falando... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... ali... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu indiquei errado, eu estou falando 2022. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ah, está o.k. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor conversou com alguém relacionado ao sistema de previdência sobre esse aumento de número de reclamações? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Como com a Ouvidoria ficou mais fácil o cidadão fazer as reclamações dele, porque tinha uma Ouvidoria dentro do INSS... Porque, antes, faziam reclamação para o ministério, às vezes não tinha pessoal adequado, não tinha pessoal em quantitativo adequado, e acabava que as reclamações não chegavam na totalidade para a gente. Quando houve esse crescimento aí, você vê que é por causa de a Ouvidoria estar dentro do INSS, e nós botamos uma equipe, contratamos mais de 50 estagiários ou iniciantes para poderem nos ajudar com isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, o senhor está querendo dizer que botou a Ouvidoria para funcionar, é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está tudo bem, mas as reclamações chegaram. O senhor tratou isso aqui com alguma outra autoridade? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Todas essas reclamações, nós fazíamos um relatório - nós, eu digo, a Ouvidoria... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... porque tinha um responsável lá pela Ouvidoria. Ela era quase como se fosse independente. A Ouvidoria, ninguém... |
| R | Inclusive, tinha uma portaria lá, em que nós isolávamos a Ouvidoria, que as pessoas não podiam entrar, só quem trabalhasse na Ouvidoria. Quer dizer... Então, esse aumento aí se deu até por nós trazermos a Ouvidoria para dentro do INSS. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu estou entendendo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, nós mandávamos o relatório. Sempre foram enviados para... Agora, quando não tinha um retorno... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... que atendesse aos objetivos... A gente estava sempre falando: "Olha, está tendo um aumento aqui, está tendo um aumento ali...". O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda, nesses relatórios, quais eram as entidades associativas ou sindicatos mais citados? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, senhor. E a Diretoria de Governança não tem ingerência nenhuma em relação a essas associações e sindicatos. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda quais bancos foram citados com reclamação dos consignados? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A reclamação dos consignados... Nós fazíamos reuniões direto, quando tinha algum... Sobre taxa de juros, sobre... A gente fazia reuniões direto com todos, não um apenas, mas nós tínhamos, na época, uma relação. Se eu for responder ao senhor agora, eu não sei. Tem que ir atrás lá, ver qual era a relação de quem tinha maior reclamação para estar... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, vou lhe pedir dois favores: para o senhor fazer chegar a esta Comissão os relatórios de 19... Não: de 22, quando foi criada a Ouvidoria, a 23, quando o senhor saiu. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá. Eu não sou do INSS... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu sei. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... eu não sou servidor. Então, eu posso, lógico, fazer o pedido, lá, para quem está na diretoria hoje... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu lhe agradeço. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... enviar para a Comissão. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu lhe agradeço. E que isso inclua também... Porque isso aqui é dividido em quê? Reclamação, denúncia ou o quê? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ah, tem de tudo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas os três principais? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ah, eu não, não vou chutar aqui agora. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá. Então, que o senhor possa, de 22 a 23, até quando o senhor ficou, fazer esse pedido, porque o senhor sabe exatamente o que vai pedir. Agora, vamos voltar pra cá, pra gente adiantar isso aqui e dizer, especificamente, onde pesa a suspeição sobre o senhor. Volta lá para aquele gráfico. (Pausa.) Volta lá. O outro. Esse. Deixe-me dizer: por que o senhor está sob suspeição? O senhor disse que sentou com o Careca do INSS e que trataram de negócios a respeito de aplicativo e que o senhor estava para sair do INSS. E me aparece, nesse cruzamento de dados, 85 mil da Prospect, que é uma empresa lavanderia do Careca do INSS, e me aparece para o senhor R$85 mil. "Ah, Alfredo, é pouco." Aqui a gente pouco importa se está tratando tostão ou milhão. A questão aqui é o relacionamento do senhor, pessoa física, com pessoa jurídica, que é a Prospect. Isso foi em 2023, no início de 23. Depois me aparece, para essa mesma empresa do Careca do INSS um envio de R$228.025 mil para a Vênus, e o senhor é sócio da Vênus. |
| R | Depois me aparece mais de 2 milhões de reais da Curitiba ou da Prospect, não me recordo, direcionada a Vênus, de que o senhor é sócio. Daqui a pouco, o senhor explica. Eu estou fazendo logo o contexto geral. Depois, eu descubro que a Vênus tem como sócio Rubens Oliveira Costa, que é tratado como operador financeiro, entregador de mala de propina de quem? Do Sr. Antônio Carlos Antunes. Depois, eu descubro que o contador das empresas de Careca - olha só... - é também contador da sua empresa Vênus. Depois, descobre-se que o filho do contador, que é da Vênus, da Brasília, da Voga e de outras empresas do sistema, foi empregado no gabinete do Senador Weverton Rocha, o filho do Alexandre Caetano. Agora me diga: depois... O senhor está dizendo que eu não sabia que a sua indicação para a Diretoria do INSS partiu de um Deputado de que a gente quer saber essa questão do avião. No meio disso tudo aqui, está o senhor recebendo aproximadamente 2,5 milhões, ou pessoa física ou pessoa jurídica, pela Vênus. Então, a primeira pergunta que eu faço ao senhor, por etapa: por que o senhor criou a Vênus com um operador financeiro de uma estrutura criminosa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá. A Vênus foi criada para atender àquele APP para fornecer, ou seja, produzir material sobre educação financeira, em relação à empresa que o Antônio tinha. Quando fui montar a empresa, eu falei com ele: "Eu não tenho... Eu tenho que ir atrás de contador, de...". Ele falou que acabou resolvendo. E eu fui, conheci o Rubens. O Rubens não é sócio da Vênus. O Rubens é contratado. Ele é o administrador, gestor da empresa. Quer dizer, então, como eu tenho aqui, nós fizemos... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então me desculpe, vou retificar: como administrador da Vênus, que foi fundada pelo senhor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Justamente que o Antônio, ou seja, indicou o Rubens para que abrisse a empresa. Foi o Rubens que me ajudou. Ele que fez toda a tratativa de abertura da empresa, e nós fizemos depois o contrato. Então... E outra... Eu posso ir respondendo, ou o senhor vai... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, não, eu queria ir perguntando e o senhor respondendo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, vamos embora. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu perguntei aqui, primeiro, por que o Rubens entrou nessa história na Vênus, que o senhor criou? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi indicação do Antônio... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... para que ele me ajudasse a abrir a empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, já está esclarecida a primeira. Rubens, operador financeiro da organização criminosa, também foi indicado para a Vênus pelo Sr. Careca. Agora, vamos para a segunda pergunta: R$85 mil pessoa física do senhor recebeu da Prospect, que por ela passou milhões de reais de dinheiro roubado de aposentado e pensionista. Qual foi o serviço prestado à Prospect, em pessoa física, para o senhor receber R$85 mil? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Vamos lá. O Antônio também tinha uma empresa de carro. E, nessa época do Tiggo, eu estava querendo trocar de carro. Então, foi vendido... Eu tenho aqui o recibo - recibo ou aquele documento... - do recebimento da venda do carro, porque eu fui lá vender, na concessionária, eles me deram R$80 mil. Eu comentei com o Rúbio, ele falou "eu te compro, R$85 mil". Só que era pessoa física. Ele tinha que me pagar através da pessoa física. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor recorda o nome da loja de carro do Seu Careca? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não? O senhor recorda onde ela ficava? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu acho que era São Paulo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - São Paulo. E o carro do senhor estava em São Paulo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, o carro estava comigo. Era um Tiggo 7. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor vendeu o Tiggo 7, o Tiggo 7, por R$85 mil para o Seu Antônio. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Para Brasília Consultoria. Foi quem pagou. Eu tenho aqui o recibo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Certo. Aí, deixe-me lhe dizer... E a Brasília Consultoria mexia com carro? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. Ele só fez o pagamento pra mim. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor sabe como que... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - De onde que veio? Aqui, ó: Brasília Consultoria Empresarial. Está aqui. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor comprou... O senhor comprou esse carro zero? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Comprei zero. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E esse carro tinha quantos anos de uso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Poucos. Eu, eu, eu... Isso aí foi através de um recebimento de seguro, porque eu tinha um Jeep Compass, deu perda total num acidente que eu, que eu tive, e o seguro eu comprei o Tiggo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O Tiggo tinha, acho que dois anos, um ano e pouco, dois anos de uso. Acho que era dois anos de uso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E me diga uma coisa... E tinha quantos quilômetros? Só para eu ver se estava muito usado... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, meus carros não ficam muito... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí lhe pergunto: o senhor se recorda... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... 40 mil, quarenta e poucos mil, 50 mil. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor se recorda quanto o senhor pagou nesse Tiggo 7? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele foi muito desvalorizado. Eu paguei cento e vinte e poucos mil. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha só... Rapaz, o senhor está destruindo a... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O Tiggo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... a indústria do Tiggo, que eu não sei nem qual é. Acho que é Chery, né? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É. Isso aí. Até eu me assustei também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pelo amor de Deus. O senhor vendeu um carro... O senhor vendeu um carro que o senhor comprou de quase R$130 mil por R$85 mil, dois anos depois. Não, não recomendo. Mas, o senhor sabe, o senhor sabe o que é que foi feito desse veículo pelo Sr. Careca? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí deixe-me contar outra história para o senhor. Chegou aqui uma senhora, chegou uma senhora aqui depondo, eu acho que foi na última reunião. O Careca liberou um carro para ela, não sei nem que carro foi, se foi uma BMW, se foi uma Volvo... Foi uma Volvo. Depois foi vendido outro carro para o Careca... Esse Antônio Carlos gosta muito de comprar, de comprar carro e ceder carro. Agora está explicado porque R$85 mil, na perspectiva do senhor, para... Foi o Tiggo. Eu não recomendo mais, depois dessa informação, a compra de Tiggo. Aí, essa... Ah, vou tomar processo, mas é a verdade, né? Desvalorização dessa não é justa. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Hein, Deputado, era o mercado, tá? Eu fui à concessionária tentar vender, eles me deram bem abaixo... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Olha aí. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... e eu comentei com o Antônio, ele falou: "Eu te compro". E me paga R$85 mil. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi em dois mil e... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É um Tiggo 7. Não sei... (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O Careca pagou 5 mil a mais porque o Careca dá, dá carro de luxo para os outros usarem, imagine pagar 5 mil a mais... Aí, essa mesma empresa, essa mesma empresa... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Aqui no documento está 83, mas foi 85 mesmo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O ano do carro? Foram dois anos de comprado. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - 21. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - 21. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E vendi no 23. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Vendeu em 23. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Dois anos e pouco. |
| R | O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. Aí, a Prospect também... (Soa a campainha.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A Prospect também, 225 mil para Vênus. O que foi esse serviço? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Vamos lá. Eu estou aqui, ou seja, tem 336 serviços prestados desde janeiro de 22 até maio desse ano para a Brasília Consultoria. Meu contrato era com Brasília Consultoria. E esse serviço foi todo prestado... Foram 336, no mínimo, nesse período. E eu tenho tudo registrado com as datas respectivas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aí eu faço outra pergunta, então: como é que o senhor... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Esses 200... Viu... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... como é que o senhor tem a prestação pela Brasília e recebe pela Prospect? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Pois é. Tem que ver por que ele me pagou, mas foi o grupo que me pagou. Meu contrato aqui está como Brasília. E esses 200 e pouco, Deputado, são referentes ao período que eu estava como Diretor de Governança, que foi janeiro, fevereiro e março. Só que eu recebi... Eu comecei a prestar serviço em janeiro e eu só recebi a primeira parcela em fevereiro. Então, isso aí corresponde a fevereiro e março. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu ia chegar a esse ponto. Primeiro, o senhor disse que prestou serviço à Brasília, foi pago pela Prospect. Tem que perguntar é ao Careca do INSS por que ele pagou pela Prospect. Segundo, esse recurso aqui... O senhor estava como Diretor de Governança do INSS. Eu não tenho dúvida nenhuma da imoralidade... não do senhor; estou falando da situação. O senhor está transacionando com o chefe de uma organização criminosa que vem saqueando o INSS. Aí eu lhe pergunto: qual foi esse serviço aqui nesses três meses? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O serviço foi continuado, só terminou em maio de 2023. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, mas eu queria saber qual foi... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Em maio de 2025. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Qual foi esse serviço? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Educação financeira, eu fazia duas inserções semanais e passei a 16 por mês. Eu comecei com oito e depois cheguei a 16, 17. Quase todo dia eu passava um material em relação à educação financeira e... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem era o destinatário disso? Eram os aposentados e pensionistas? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A empresa contratada, a Brasília Consultoria. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas o destinatário final desse programa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O meu contrato era com a Brasília. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E outra coisa: no contrato, ele estava livre para fazer a distribuição desse material para quem quisesse. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está certo. Olhe, eu não vou me adentrar mais nesse emaranhado aí, mas eu vou dizer ao senhor o seguinte: o senhor virou Diretor do INSS por uma indicação política. Depois, o senhor fez uma empresa que o administrador é o operador financeiro do chefe da organização criminosa. Depois, o senhor recebeu por volta de 2 milhões e meio do sistema aí desse conglomerado de empresas que saquearam os aposentados e os pensionistas. E o senhor está dizendo que o senhor fez tutorial, pelo que eu entendi, de educação financeira. Eu... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Formação de conteúdo... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... de educação financeira e segurança. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. Eu, Alfredo, não estou acreditando nessa versão. O que eu estou vendo aqui é uma corrupção enviesada. O que eu estou vendo aqui é um vínculo que não deveria ter existido entre um Diretor do INSS e um chefe de organização criminosa. Mas o senhor não está aqui com habeas corpus, não vou me aproveitar dessa situação, mas, infelizmente, me parece que o senhor foi cooptado também pelo Sr. Careca do INSS. Se foi ou não, o senhor juridicamente vai ter a oportunidade de provar. |
| R | Essas notas fiscais, nós já a vimos em outras oportunidades, e elas eram ideologicamente falsas - ideologicamente falsas -, fabricadas para justificar recurso. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Relator. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Permita-me apenas uma pequena interrupção até, Sr. Alexandre. Um outro ponto também que seria interessante o Sr. Alexandre esclarecer, dentro de toda a colocação que foi feita: um homem com a experiência dele, com o currículo que ele tem, com toda uma trajetória, inclusive por empresas internacionais, pelo sistema financeiro, qual a explicação para que o Sr. Antônio Carlos Camilo colocasse o Sr. Rubens Oliveira Costa para ajudar a abrir uma empresa? Um homem que... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Posso? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Perfeitamente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá. É, o senhor falou em notas fiscais falsas, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, eu estou dizendo que tem chegado aqui muita nota fiscal ideologicamente falsa. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá. Eu, eu posso estar... Hein? O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA (Fora do microfone.) - O que não é necessariamente o caso. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá, exatamente, não é o caso da Vênus. Eu tenho todas as notas fiscais e os serviços prestados, 300; como eu falei anteriormente, 333 serviços foram prestados. Quer dizer, em dois anos e pouco de existência do contrato, a gente faz aí uma presença bastante significante junto ao nosso contratado. O senhor perguntou? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sobre... O senhor tem uma... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O Rubens... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - É o senhor tem uma larga experiência em... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... mercado financeiro, mercados internacionais O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas eu não sou contador... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mas ali ele foi colocado como administrador da empresa, Sr. Alexandre. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. Eu não podia ser administrador, porque eu estava indo num cargo como diretor, então, a empresa foi criada, e o Rubens foi o administrador, porque eu não poderia ser o administrador. Eu teria que ser cotista, como eu fui. Então, e sabendo que eu iria sair, ou seja, não tinha mais... Eu não sou funcionário público, eu não tinha um salário depois para poder garantir o meu dia a dia. E o Rubens tem uma empresa de prestação de consultoria... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... E eu indicado pelo Antônio... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Está bem. Sr. Alexandre, o senhor falou aí que gravou esse conteúdo. O senhor poderia mandar todo esse conteúdo... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Todos. Todos e com datas respectivas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Por favor. Mande aí e com os metadados para a gente poder... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Com metadados, exatamente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Tá? Olha. Deixa eu perguntar uma coisa ao senhor - olha como está difícil de acreditar -: o senhor disse que prestou à Brasília, e não sabe por que recebeu pela Prospect. O senhor dá para... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É o mesmo grupo, não é, Deputado? É o mesmo grupo. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele tinha que ser feito... O pagamento tinha que ser feito pela Brasília. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor como contador entende mais do que eu. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, eu não sou contador. Eu sou economista. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Ah, eu entendi o senhor dizer que era contador. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, eu falei para o Presidente que eu não era contador. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me diga uma coisa: na Brasília Consultoria o senhor encontrou uma pessoa chamada Carolina Fontinelle, irmã de Danielle Fontinelle prestando serviço? |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não conheço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sabe quem é? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor conhece a Camilo Comércio e Serviços, do Sr. Antônio Carlos Camilo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Também não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor... Qual a sua relação com o Sr. Alexandre Caetano dos Reis? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele é contador da Vênus, mas não o conheço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E quem indicou ele para ser contador da Vênus? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O Rubens. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor, enquanto foi Diretor do INSS ou após a sua passagem pelo INSS, o senhor recebeu, solicitou ou exigiu vantagem indevida de alguma associação ou sindicato? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Jamais, nunca. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim, senhor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mesmo porque, como eu vou só confirmar aqui, na nossa diretoria nós não tínhamos ingerência em relação à Diretoria de Benefícios. Todos esses elementos que estão sendo discutidos na CPMI são em relação a benefícios, e nossa diretoria não tinha nenhuma ingerência, nunca participamos de ACT, nenhuma dessas. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Reforçando, esses mais de 2 milhões recebidos pelo senhor do chefe da organização criminosa de descontos roubados de aposentado e pensionista, em algum momento, dizem respeito à vantagem indevida? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nenhuma. Eu não recebi do Sr. Antônio. Eu recebi da empresa para que eu prestava serviço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu lhe pergunto outra coisa: o senhor ainda mantém relação com o Sr. Antônio Carlos Camilo através de suas empresas ou pessoa física? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Encerramos... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quando? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Assim que saiu a Operação Sem Desconto, eu ainda prestei serviço em maio desse ano e depois encerrei. E pedimos, é lógico... A empresa, com a imagem negativa que estava, e meu nome também, nós optamos por encerrar a empresa e dar por... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agora, deixe-me fazer uma pergunta que me chamou a atenção: me diga a lista de clientes da Vênus Consultoria. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Como eu falei anteriormente, eu abri a empresa para atender a demanda da Brasília Consultoria. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pergunta... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, é lógico que eu estava trabalhando em diversas frentes para abrir outras possibilidades, só que agora, com essa operação, eu encerrei a empresa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pergunta mais específica: o senhor tinha algum outro cliente na Vênus Consultoria além das empresas do Sr. Careca do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito bem. Olha só a situação em que nós estamos, está se repetindo exatamente... As empresas do Cícero Marcelino - só um exemplo - foram abertas exclusivamente para atender a Conafer; aqui foi aberto exclusivamente para atender a Brasília. O carro foi vendido, recebeu 85; o serviço prestado de tutorial financeiro e de segurança, R$2 milhões, mais duzentos e poucos mil reais. Se a gente visse uma empresa que tinha uma lista de clientes, se não fosse um Diretor do INSS sentar com Antônio Carlos Camilo e receber isso aí, a gente poderia até discutir. |
| R | Mas, deixa eu lhe dizer: para mim, o senhor está diretamente envolvido no sistema de corrupção, mas, se o senhor não estiver, eu quero dizer que o que o senhor fez enquanto Diretor do INSS, se juntando com o Sr. Antônio Carlos Camilo e colocando um operador financeiro do esquema criminoso, é totalmente imoral. Eu espero que o senhor consiga provar, mas o senhor é mais um funcionário público do Brasil, infelizmente, mesmo em cargo comissionado, que está diretamente envolvido nesse sistema emaranhado de corrupção. De qualquer forma, queria fazer um registro. O registro que eu faço é que o senhor teve a coragem de vir sem habeas corpus e, falando a verdade ou não, o senhor respondeu a todas as perguntas, e isso vai ajudar muito nossas investigações. E o outro alerta que eu faço é que, se foi escolhido pelo currículo, muito bem; mesmo assim, está inserido no sistema. Se foi escolhido por indicação política, como foi dito, terminaram vidas aqui se encontrando: o mesmo Deputado, para deixar isso bem claro, do avião do ITT foi quem o indicou para a Diretoria do INSS. O Senador... O mesmo contador, o filho dele, das empresas criminosas, trabalhou no gabinete do Senador. Então, eu acho que está na hora de a gente adentrar na política e ter coragem de enfrentar a participação política e o esclarecimento dos fatos. Muito obrigado. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. Na sequência das inscrições dos trabalhos desta tarde, Senador Izalci Lucas, o autor do requerimento. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF. Para interpelar.) - Presidente, primeiro cumprimento o Alexandre e o Bruno, parabenizo-o por estar aqui... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Silêncio, por favor. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - ... sem o habeas corpus, porque uma das coisas que tem atrapalhado muito a nossa investigação aqui é exatamente o Supremo Tribunal Federal com esses habeas corpus que tem dado aí. Bem, eu passei o tempo todo, Alexandre, estudando os RIFs que chegaram de você aqui. E é evidente que, a cada análise que eu lia aqui, eu ficava de certa forma indignado. A gente tem que explicar isto para o Brasil, o que está acontecendo, essa ideia que surgiu dentro do INSS. Esse esquema que foi apresentado pelo Relator é muito parecido em todas as áreas. Se você pegar o Sindnapi, a Conafer, pegar a questão da Contag, os "golden boys" aí também, todos eles saquearam os recursos do INSS, criaram várias empresas e aí lavavam o recurso disso aí. Eu pergunto se você tem conhecimento: esse esquema, essa forma como foi feita surgiu de dentro do INSS ou veio de fora do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Desconheço qualquer esquema. Eu o conheci junto com a divulgação desta CPI... CPMI. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - O bar que V. Sa. falou, com relação a se encontrar com o Careca, onde é que era? Vila Planalto, ou não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu me encontrei com ele foi no Gilberto Salomão. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Onde? Gilberto Salomão. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Gilberto Salomão. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Como é que se chama o bar de que você falou? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Catedral. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Catedral. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Bem, a primeira vez foi na distribuidora, na QI 15, quando eu fui chamado... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - A distribuidora onde é que é? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Na QI 15, Lago Sul. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Bem, eu não tenho nenhuma dúvida aqui de que, realmente, o modus operandi do Careca e desse grupo todo realmente foi exatamente isso: criando as empresas e repassando o recurso. E a verdade é que não foi também tomada nenhuma ação para beneficiar os aposentados, e, sim, para beneficiar os envolvidos, como o Careca do INSS. Aí vêm os repasses do Careca para a Vênus Consultoria. Aliás, a sua empresa Vênus Consultoria foi criada com e-mail, inclusive, da prospectfinanceiro@prospectconsultoria.com. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O contador, ou seja, que o Rubens pediu para poder... Ele me ajudou na abertura. Ele inicialmente - nós não tínhamos ainda e-mail formado -, ele informou esse e-mail, mas logo em seguida nós fizemos as mudanças. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - V. Sa. tinha conhecimento de que o Careca tinha envolvimento com o INSS, naquele momento? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Naquele momento, não. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - O Careca se apresentou como o quê? Qual era o...? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Como eu falei anteriormente, era um empresário. Por acaso nós estávamos lá na distribuidora, na QI 15, e o assunto depois... Não foi para esse assunto que nós fomos chamados, que eu fui chamado, porque eu estava lá, e foi me apresentada uma possibilidade de uma operação de exportação de frutas do Nordeste para a China. E ele sabia que eu era do mercado financeiro de capitais, já desde 81, e eu falei a possibilidade, ou seja: "Nós podemos montar, fazer uma estruturação de um papel, de um ativo financeiro para atendê-los", mas isso aí não andou, não... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Agora, você recebeu 2 milhões da Brasília Consultoria Empresarial, empresa do Careca do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu tenho todas as notas fiscais, Senador... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Não, sim... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... mas eu não sei o valor total, ou seja... Mas eu fiz um cálculo antes de vir para cá... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Alexandre, deixe eu dizer para você: todos os que aqui estiveram - a Thaisa, por exemplo, que tem uma empresa também, em Curitiba, de consultoria -, todos eles disseram que têm documento para apresentar. Temos que saber se o produto realmente foi entregue e para quem foi entregue. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não só entreguei como eu tenho as datas de entrega. Eu não acumulei serviço. Eu desde o contrato... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Mas V. Sa. sabe para onde é que foi esse...? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Para a Brasília Consultoria. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Não, sim, foi para eles... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - De lá adiante, não, senhor. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - É lógico que você tem conhecimento, não é, Alexandre? Você não vai pegar um contrato de 2 milhões para fazer um produto sem saber para onde é que vai esse produto. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não foi um contrato de 2 milhões. Foi um contrato de prestação de serviço que depois o recebimento seria através da quantidade de pessoas que iriam receber isso e utilizá-lo. E eu deixei em aberto, foi muito mais do que estava previsto. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Da forma como os outros também fizeram, esses 2 milhões, evidentemente, depois foram para pessoa física, como distribuição de lucro. Está certo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, ela entrou na Vênus... Inclusive, Presidente, eu abro aqui o extrato, tá? Se precisar, eu abro o extrato não só o da Vênus, como o meu pessoal. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Tá. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, entrou na Vênus. No primeiro ano, eu fiz uma retirada no final do ano. No outro ano, de acordo com as necessidades, eu ia sacando. E esses valores foram brutos. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Agora, deixe-me dizer, meu tempo está terminando já, eu preciso concluir aqui. Você foi Diretor de Governança, Planejamento e Inovação, ou seja, com o seu cargo, você poderia ter impedido tudo isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, senhor. Na Diretoria de Governança, nós não tínhamos ingerência nenhuma em relação a benefícios. Benefício era tratado na Diretoria de Benefícios. Nunca tive ingerência, não tive contato... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Mas governança e planejamento de quê, então, se não é do INSS como um todo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente, mas não de ACT de benefícios. Nós, dentro da governança... Primeiro que, como falei anteriormente, eu peguei uma governança praticamente inexistente. Nós fizemos isso acontecer, abrimos outras coordenações. Nós trabalhávamos em vários, vários, vários segmentos. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Nessas reuniões que vocês faziam mensalmente, praticamente, com a diretoria, foi levantada essa questão... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não, não... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Assim, as reclamações, o valor... Porque, veja bem: ninguém falou nada do INSS na diretoria para impedir o que estava acontecendo? Ninguém detectou nada disso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sempre, quando tinha denúncias, nós enviávamos para a diretoria responsável para poder fazer as ações. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Você tem conhecimento de que o TCU apontou, em 2023, um crescimento exponencial e anormal das cobranças associativas? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Quando ele apontou isso, já não estava mais lá. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Em 2023, quando saiu o relatório? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Saí em abril de 2023. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - E, com relação também a ACTs, vocês não tinham nenhum conhecimento e nunca se interessaram em saber? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não tinha, não chegava para a gente isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Bem, o que eu quero registrar aqui é exatamente isso, né? Esses 2 milhões que foram repassados - e não foi de uma vez só... A empresa também transferiu valores para sua conta: 788 mil, 213 mil, 400 mil. Os valores ultrapassam 2,6 milhões. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, os valores que entraram na Vênus, tirando as despesas e o que tem hoje de saldo que está bloqueado, foram repassados para minha conta. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Esse material que você prestou, você tem cópia de quê? Qual é o documento que você tem? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tenho todas as cópias, todos os serviços prestados com as datas. Eu comecei já a fazer a prestação de serviço em janeiro de 23. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - E você entregava que produto? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Educação financeira... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Sim, mas o que é? É livro didático ou material? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, ela eram inserções de educativos, inserções educativas que eu fazia. Isso aí semanalmente; comecei com duas semanais e terminei com mais de 16 por mês - oito mensais, depois mais de 16. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Agora... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Se nós fizemos uma conta nisso aí, para não ficar "ah, recebeu 2 milhões", fizermos uma conta em cima de 50 mil visitantes - que isso aí não é nada demais, porque você vê aí no Instagram, isso aí, qualquer um que entra em alguma coisa, você vê lá as entradas, isso aí daria em torno de 20 centavos por trabalho realizado. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Esses R$788 mil foram de outubro de 2024 a abril de 2025; e de maio de 2024 a maio de 2025, 1.281. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É o que eu falei para o Presidente aqui: eu abro, eu abro o meu extrato da Vênus e o meu pessoal. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Agora, quando é que você soube que o Careca estava envolvido com a questão do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Quando foi... surgiu a CPMI. A CPMI, não; a Polícia Federal, a Operação Sem Desconto. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Só depois da Polícia Federal que você tomou conhecimento? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sobre esse esquema, sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Vocês encontravam, de vez em quando, com o Careca, conversando? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - De vez em quando, a gente tomava alguma coisa, a gente... Não era sempre. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - E não tinha comentário nenhum de que estava acontecendo no INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, eu não comentava sobre isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Que eram bilhões, Alexandre, bilhões foram desviados. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas eu não tinha nada a ver com isso, Senador. (Soa a campainha.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Agora, esse Rubens... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Meu objeto de conversa era... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Só para encerrar aqui, só falando do Rubens aqui rapidamente. O Rubens Oliveira também está envolvido, porque é sócio também lá da Thaisa. E que o esquema... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não é sócio, não, Senador. Ele não é sócio de nenhuma, ele é prestador de serviço, o Rubens. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Pois é, mas ele prestava serviço então também lá com a Curitiba. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas não como sócio. Aí eu não sei. Ele prestava para mim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Pois é, e também era material, material didático na área de saúde. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não sei, aí eu desconheço. Eu conheço da Vênus. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Pois é, o Rubens é sócio da empresa Vênus e também é sócio da Thaísa, que é a esposa do Virgílio. Ele também é sócio do Careca. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não é sócio. Não é sócio, Senador. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Ele é sócio. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não é sócio. Não, não é sócio. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Administrador. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Administrador. Eu tinha... Eu pagava para ele 7,5 mil por mês, como pró-labore. Ele não era sócio da Vênus. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Na Vênus. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso aí é com certeza. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Pagava quanto para ele? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sete e quinhentos. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - Esse contador, o senhor também não... o senhor não conhece o contador? Ele que indicou o contador? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi ele que indicou. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco/PL - DF) - É estranho, né, Presidente? É muita coincidência. O modus operandi de todo o esquema é exatamente igual. Careca, as empresas, o roubo do INSS dos aposentados e pensionistas, é um negócio... Mas eu parabenizo vossa coragem de vir aqui, realmente, sem o habeas corpus. Então, é isso aí, Presidente. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado. Com a palavra o Deputado Beto Pereira. O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS. Para interpelar.) - Presidente, hoje nós estamos aqui na oitiva do Sr. Alexandre Guimarães. (Intervenção fora do microfone.) O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - Alexandre Guimarães. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Fora do microfone.) - Mas um dia ele vai estar aqui também. O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - É, eu vou na mesma esteira... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, silêncio, por favor, por gentileza. O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - Eu vou na mesma esteira daqueles que me antecederam, primeiro, parabenizando o depoente por não ter utilizado esse escudo que vários estão utilizando, de um habeas corpus para vir a essa CPI depor. Mas eu quero aqui fazer uma referência, Sr. Alexandre, à oportunidade que o senhor está tendo. A oportunidade que o senhor está tendo é uma oportunidade única para o senhor se excluir de algo que não tem precedente na história deste país. E o senhor está se incluindo, junto com pessoas que lesaram de forma significativa grande parte de aposentados e pensionistas deste país. Por que eu estou dizendo isso? Porque essa oportunidade, essa oportunidade que lhe está sendo dada, e o senhor corajosamente está vindo aqui, poderia ser esclarecedora. Veja bem, o senhor vem da iniciativa privada, adentra o serviço público federal por indicações. E essas indicações, que são conhecidas por vários de nós e repudiadas por grande parte da sociedade, o senhor indica os nomes e diz que foi o seu currículo que patrocinou esses encaminhamentos. Ora, por último, o senhor aponta o Deputado Euclydes Pettersen como a sua última indicação para comandar aquilo que o senhor chamou de "titanic", o INSS, comandar uma das pastas do INSS, que tinha, para baixo da sua competência, dentro do seu guarda-chuva, um órgão de extrema importância e relevância, principalmente para o momento que nós estamos vivendo: a Ouvidoria. A Ouvidoria era comandada pelo senhor, ou por um comandado do senhor, ou por alguém que lhe devia obrigação, informação, e a Ouvidoria foi surda, não ouviu, ou, se ouviu, o seu chefe fez que não. Porque os dados são objetivos, são exatos. |
| R | O número aumentou. Ah, não, mas o senhor fala que o número aumentou porque se abriu a possibilidade de os demais falarem ou acessarem a Ouvidoria; mas o senhor não teve o cuidado sequer de ouvir o que aquelas pessoas estavam falando, porque, das milhares de manifestações, dos milhares de pedidos, não é possível que nenhum deles ou grande parte deles não fosse sobre os descontos associativos que estavam lesando os aposentados e pensionistas. Ora, no mínimo, o senhor pisou na bola de forma gigantesca com a população brasileira, na função que lhe foi confiada - no mínimo! Mas vamos lá. Na iniciativa privada, nas relações do serviço público, nós temos lei que proíbe. O senhor estabeleceu uma ligação direta - uma ligação direta - com quem presta serviço, que tinha relação com o INSS. Mesmo se o Sr. Careca do INSS não tivesse culpa nenhuma dentro de toda essa organização criminosa, o senhor tinha que se dar como impedido para manter relação com alguém que tinha interesses diretos no órgão em que o senhor trabalhava. O senhor não vê, de forma alguma, nenhum impedimento, nenhuma imoralidade em todo esse episódio que o senhor presenciou e, aqui, foi lhe apresentado pelo Relator? Não, o senhor não pode, advogado, o senhor não pode responder. O senhor não pode responder à pergunta que eu fiz. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Beto, ele pode orientar o cliente. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Isso. Deixa ele orientar o cliente. (Intervenção fora do microfone.) O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - Não, então ele responde, então ele responde. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - É uma... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Fora do microfone.) - Eu posso responder. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Claro, ele pode responder. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Eu estou aqui ouvindo. Vocês podem ter certeza de que, se houver, eu vou me manifestar aqui, está certo? Mas ele está orientando o cliente. O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - O senhor pode repetir e repetiria tudo isso que aconteceu? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Bem, eu não cometi nenhuma irregularidade. Eu tinha um contrato com a Brasília Consultoria e cumpri. Esse contrato eu recebi pelos serviços prestados, emiti nota fiscal, e eu tenho todos os serviços, que nós vamos estar disponibilizando aqui, para a CPMI. E outra coisa é que a Brasil Consultoria não tinha contrato com o INSS e não prestava serviço direto para o INSS. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eles tinham os clientes deles. O meu contrato era com a Brasília Consultoria. Ele não... E a montagem dessa empresa, como eu falei anteriormente, foi para atender a essa demanda da Brasília Consultoria, que foi conversado. O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - O senhor, na sua fala, disse que a relação, inclusive para a formação da Brasília, teve a participação do Careca, teve a participação... |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não entendi. O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - Para formar a empresa que o senhor criou... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele me indicou... O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - ... ele lhe indicou sócio... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sócio, não. O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - ... contador... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele me indicou o administrador O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - Ele lhe indicou... O administrador, o contador, e o senhor não vê nenhuma imoralidade nessa relação, mesmo só tendo a questão da prestação de serviço? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Bem, eu fiz o contrato com uma empresa privada e montei uma empresa privada. Quando eu montei a empresa, eu tinha o cuidado, porque eu não podia ser o administrador. Eu fui cotista. Então, a empresa foi criada para atender a essa demanda, e eu estava sócio como cotista. A empresa era minha? Era. Agora, eu não podia receber como pessoa física, eu não podia abrir um... Eu não tinha a experiência de montar a empresa, porque ela foi... É uma capital aberto... É uma S.A. de capital fechado. O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - O senhor sabe por que que o senhor não poderia ser o administrador dessa empresa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Porque eu estava como Diretor de Governança. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Exatamente isso! O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Por isso que eu fiz assim, Senador. O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - O senhor, por estar na relação de governança, não poderia - não poderia -, pela moralidade, assumir um compromisso ou ter relação próxima com alguém que tinha interesse direto no INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Quando eu abri a empresa... O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - Agora, nós temos que entender e acreditar nessa história para boi dormir? Ora! O senhor deveria aqui... (Soa a campainha.) O SR. BETO PEREIRA (Bloco/PSDB - MS) - ... no mínimo, em respeito a esta Comissão, dizer: "Errei, não deveria ter assumido tal compromisso, não poderia ter ali participado". A relação do senhor com o Sr. Careca do INSS é uma ligação umbilical. O senhor trabalhou para ele, o senhor cumpriu missão para esse grande bandido. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Encerrou? Muito obrigado, Deputado. Deputado Rogério Correia com a palavra. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG. Para interpelar.) - Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Obrigado pela palavra. Eu vou direto ao assunto; afinal de contas, o depoimento do Sr. Alexandre está me parecendo mais interessante do que eu achava. A minha opinião é que existe aqui uma quadrilha que já é antiga dentro do INSS, que vem roubando os aposentados. Descontava R$30, R$40, R$50 de cada aposentado, que sequer sabia que era filiado a entidades, entidades essas picaretas, como a Ambec, a Conafer e tantas outras que existiram por aí, a Amar, e assim por diante. Pois bem, essa quadrilha antiga começou a roubar dos aposentados, especialmente 2017, 18, 19 - Governo Temer. Isso é o que a gente apurou até hoje disso. E o senhor trouxe... E por que isso? Porque essas entidades passaram a existir ali, ali é que começaram a existir os ACTs. Os ACTs eram muito ligados a entidades sindicais, e a partir desse momento é que surgiram essas entidades que, no final das contas, não tinham associados e passaram a ter associados, que foram trazidos de dentro do INSS, como aposentados, descontados, e eles roubados ali. Isso se deu em 2018, 2019. O senhor entrou exatamente no bojo disso, em 2017, e o senhor disse que uma pessoa importante, que não tinha aparecido ainda, que o indicou, embora o senhor diga que seja por currículo, que é o Deputado Andre Moura. |
| R | O Deputado Andre Moura, Srs. e Sras. Deputados e Deputadas, era o Líder do Governo Temer. O Deputado Andre Moura, o Pimenta me dizia aqui - eu não era desta época aqui da Câmara, mas o Pimenta era -, era conhecido como o dono do INSS e era muito amigo de Eduardo Cunha. Dono do INSS, já era conhecido o Deputado Andre Moura. O senhor sabia disso? Sabia dessa função do Sr. Andre Moura? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Não sabia. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Não sabia. Pois era ele, exatamente esse que, coincidentemente, o senhor teve o seu currículo por ele apresentado. Mas, junto com ele, depois, e junto com o senhor, vieram também José Carlos Oliveira... O senhor conheceu José Carlos Oliveira? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, senhor. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Era amigo dele? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Amigo, não. Ele foi meu Presidente. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Foi seu Presidente... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi meu colega como Diretor e depois meu Presidente e depois Ministro. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Durante todo esse período? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Na época em que eu era Diretor de Gestão de Pessoas, o Oliveira era Superintendente de São Paulo. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - São Paulo. Depois ele veio a ser Dirben... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Depois Dirben, já aí em outra fase... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Presidente do INSS... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E Ministro. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - E Ministro. E é engraçado, se esqueceram de perguntar sobre José Carlos Oliveira nesta trajetória toda. Esqueceram. José Carlos Oliveira passou em branco até agora. É bom colocá-lo aí junto com Virgílio, Fidelis e o próprio Careca. Pois bem, eu já disse que o INSS retirou a obrigatoriedade da carta sindical, então passou a apresentar essas entidades. Quando foi em 2021, o senhor retornou. Então, olha: primeiro, essa ligação com Andre Moura, dono do INSS, que passou então a articular ali algo novo no INSS, que foram essas entidades picaretas que apareceram. O senhor estava lá, exatamente neste momento. Ali apareceu José Carlos Oliveira, apareceu Temer e posteriormente veio a aparecer o Governo Bolsonaro. E, no Governo Bolsonaro, o senhor retorna, em 2021, e diz que quem o indicou foi Euclydes Pettersen, que - a gente viu - tem também aí alguma coisa com a Conafer, que nós vamos ver. O senhor foi apresentado também com o apoio da Conafer? Chegou a apoiar o senhor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, senhor. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Não? E o José Carlos Oliveira? Te deu aí também um aval? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - José Carlos Oliveira... Como eu falei, eu o conheci como Superintendente, e vou até repetir: eu, como Diretor de Gestão de Pessoas e Governança, não tinha ingerência nenhuma sobre benefícios, sobre acordo de cooperação técnica, nenhuma. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Sim, mas a pergunta que eu faço... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, fiz meu serviço de gestão de pessoas e fiz meu serviço na governança. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Sim, mas a pergunta que eu faço é se, na hora de o senhor retornar, o José Carlos Oliveira também o recomendou como... O retorno também em 2021. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, recomendar, não. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Não? Mas apoiou? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas ele... Apoiou. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Apoiou. José Carlos Oliveira apoiou. Então, vamos lá, vamos ligando aí os casos, pessoal, porque José Carlos Oliveira é figura importante nisso, hein? Pode esquecer não. Pois bem, então ele retornou. Quando foi novembro de 2022, olha só, acabou. O Governo Bolsonaro já tinha perdido eleição, estava tentando dar golpe no Brasil, não tinha fugido, mas ia fugir. Todo mundo sabia das pretensões lá de Bolsonaro. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Só... Só... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - O senhor então fundou a Vênus - fundou a Vênus - em novembro de 2022, e o Careca depois vai fazer uma série de inserções financeiras também junto à Vênus. Depositou, está nos RIFs: 228 mil, depois 2 milhões, 85 mil... E a Vênus depois passou para o senhor 2 milhões e tanto. Então, o senhor faz a Vênus em novembro de 2022, durante 2023 opera bastante com a Vênus e o Careca, e o senhor sai logo em abril. Sai demitido, o senhor foi demitido, porque iria depois... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exonerado. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... se aposentar, está certo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não ia me aposentar. Fui exonerado. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Foi exonerado. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ou seja... Quando há mudança de Governo, existe a... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Claro, é natural. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... transição de cargos. |
| R | O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Ainda bem, o senhor foi então exonerado depois de prestar grandes serviços no Governo Temer, onde o senhor foi indicado pelo dono do INSS, e depois o senhor voltou em 2021, indicado por Euclydes Pettersen, como indicação também - ele, como base do Governo Bolsonaro -, o José Carlos Oliveira apoiou que isso acontecesse, e. em novembro de 2022, o senhor funda uma empresa chamada Vênus, que vai depois ganhar dinheiro do Careca, que estava roubando o INSS. Esses são os fatos, o senhor vai acabar tendo que responder isso na Justiça. Mas, veja bem, esses fatos são esclarecedores e nos colocam aí esse Andre Moura - viu, Pimenta? - na rota de investigação. Que indicações foram essas que ele fez em 2019, além do senhor? Ele é pessoa, Presidente, importante de vir aqui. Vou apresentar requerimento para o ex-Deputado Andre Moura vir explicar como é que foi esse início do processo. Ele passa a ser uma figura importante. Mas, veja bem, eu também não gosto de blindagem. Coloque a primeira foto aí, para ver se o senhor conhece algumas pessoas. Vamos botar a foto, porque tem gente que gosta muito de foto. (Pausa.) Não, não é essa foto, não. Mandaram a foto errada, meu Deus. É a foto... (Pausa.) Também, não. A outra. Não... (Intervenções fora do microfone.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - É a outra foto. Vamos lá. (Risos.) Passa lá. Vamos ver as fotos. Não, a outra. (Pausa.) A outra. (Pausa.) A outra. (Pausa.) A outra. (Pausa.) A outra que tem lá Tarcísio, Fernando Camisotti... Desconta um tempinho aí, Presidente, porque é importante eu mostrar essas fotos. As fotos não podem sumir assim. (Intervenções fora do microfone.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Então, a primeira foto que eu queria apresentar vai apresentar pessoas que eu queria perguntar se o senhor conhece. Vamos ver qual foto que é, se o senhor conhece na foto essas pessoas que estão ali... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. Srs. Deputados... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Eu sei que dói, pessoal, mas... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - ... por gentileza. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Vamos lá. (Pausa.) Calma, não fiquem nervosos, vocês vão ter oportunidade de ver as fotos aí e reconhecer quem estava lá, porque eu queria saber se o senhor conhece. Foi aí? A primeira foto. (Pausa.) Não sei quem entrou nesse sistema e não quer que eu mostre a foto. Ah, olha essa foto. Essa foto é importante. Olha quem está ali! Ali é o Sr. Cavalcanti... Vamos pegar aqui. O Sr. Cavalcanti, que está aí com a gente. O Sr. Fernando Cavalcanti está ali à esquerda. Fernando Cavalcanti é aquele das adegas de vinho caríssimo, Ferrari, MacLaren, era muito amigo do Camisotti e também era amigo do Careca. O senhor conheceu esse Fernando Cavalcanti? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, senhor. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - E o outro em seguida? O advogado, o advogado ostentação. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Também não. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - É o Sr. Nelson Wilians, que, ao que tudo indica, lavava dinheiro do Camisotti, que é aquele que não veio aqui. E, depois dele, vem aí o ex-Governador Tarcísio. (Intervenções fora do microfone.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Isso parece... Ah, é Governador Tarcísio! Governador Tarcísio. Não sei se ele conhecia já, se convidou essas pessoas para estarem lá pelo roubo que essas pessoas faziam ao INSS. Eu acho que não é uma conclusão plausível de ser feita, mas tem gente que gosta de concluir com fotos essas coisas. Ponha a próxima foto para ver uma pessoa que está sendo... (Soa a campainha.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... aqui blindada, que tudo sabia, mas está sendo blindada. A próxima foto... Do ex-Presidente Jair Bolsonaro, junto com os fiscais. Olha lá! "Bolsonaro foi alertado de 'desvios, fraudes e irregularidades' no INSS durante transição, dizem peritos". Estão lá os peritos com o Bolsonaro, e não aparece o requerimento dele. Mas cada um tem a foto que merece, não é, Presidente? Vamos botar a outra foto para mostrar as diferenças. Essa é a foto, essa é a foto que incomoda os bolsonaristas, que estavam, portanto, aflitos. |
| R | (Intervenções fora do microfone.) O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - O Presidente Lula fazendo, evidentemente, aquilo que um Presidente da República deve fazer: distensionando, negociando, não roubando, e devolvendo o dinheiro dos aposentados que foi roubado... Mais um minuto, Presidente, porque eu não consigo falar. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Não? Um minuto é só quando agrada a V. Exa. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não tem nada a ver com a CPI. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para encerrar, Excelência. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Não consigo terminar, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Para encerrar, Excelência, por favor. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Esta CPMI é séria... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por gentileza. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Frei Chico é irmão do Bolsonaro? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por favor. Por gentileza. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - As fotos demoraram mais, estou tentando falar... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, só um instantinho, Deputado. Eu vou, eu só... O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Tem que dar um minuto, né? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Aqui todos têm o direito de se posicionar, colocar da maneira que desejar. Eu só gostaria de lembrar, com muita tranquilidade, com muita simplicidade aos senhores o ambiente em que nós estamos. Esta é uma CPMI, uma Comissão de Inquérito, e as pessoas que estão nos assistindo, que não são poucas, esperam de nós respostas, posicionamentos e principalmente compromisso com os cargos que nós temos. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Exatamente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Mais um minuto para V. Exa., para encerrar, por gentileza. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - Obrigado. Então, eu estava fazendo a ligação... É porque eles não escutam, Presidente. Bolsonarista é uma pessoa difícil: tudo que não agrada é no grito, é no berro e tenta calar as pessoas. Por isso é que a gente ganha os minutos aqui para, pelo menos, poder concluir as coisas. Então, o que é que eu disse? Há uma ligação clara de uma quadrilha que veio do Governo Temer, passou por todo o Governo do Jair Bolsonaro, nada foi feito para se apurar, e agora este aí, o Presidente Lula, que está ali com o Temer, numa foto ilustrativa, está devolvendo o recurso - já foram devolvidos mais de 3 bilhões para mais de 2 milhões de aposentados. E, além disso, o Presidente colocou a Controladoria-Geral da União, como não tinha sido feito no passado, e também a Polícia Federal, o que Bolsonaro não fez, para investigar esse caso, que está levando a gente a elucidar a roubalheira que veio desde Temer, passou por Bolsonaro, e está sendo agora resolvida por este Presidente, que é um grande ativista... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... e um grande internacionalista... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. ROGÉRIO CORREIA (Bloco/PT - MG) - ... que apresenta o Brasil ao mundo. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra... Senhores, por favor. Com a palavra o Deputado Dorinaldo Malafaia. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente. Boa tarde a todos e todas. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores, por gentileza, silêncio. Vamos deixar o Parlamentar... Deputado Luiz, por gentileza. Deputado Luiz... O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Eu pediria só que guardasse aqui o tempo... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Perfeitamente. Dez minutos para o Deputado Dorinaldo Malafaia. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Presidente, mais uma vez, boa tarde. Eu, antes de mais nada, queria... Eu não vou parabenizar o depoente, primeiro, porque acho um absurdo, diante de todo o currículo e de toda a relação duvidosa e bastante antirrepublicana, para não dizer o mínimo - não é? -, para dizer o mínimo, que a gente esteja aqui elogiando o depoente. Algumas pessoas estão elogiando. Presidente, eu queria fazer algumas perguntas ao depoente. Sr. Alexandre, o senhor ocupou cargo estratégico do INSS em diferentes governos, não é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - O que o senhor chama de estratégico? Eu assumi... Dentro do INSS, está perguntando? O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Claro. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, eu assumi a Diretoria de Gestão de Pessoas... O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Perfeito. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - No final de 17... O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Michel Temer, correto? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Michel Temer. Depois, assumi a Diretoria de Governança, que foi em maio de 21 e saí em abril de 23. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - No Governo de Jair Bolsonaro? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim. |
| R | O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O.k. Qual é a função dessa Diretoria, especificamente? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - De Governança? O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Sim, de Governança. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, lá nós tínhamos três departamentos. Um deles foi a mudança que nós fizemos dentro do INSS, comandada pelo então Presidente Oliveira. O nosso objetivo é fazer com que o cidadão que entre dentro do INSS saia na outra ponta com os casos resolvidos no menor prazo possível. Então, dentro das funções que nós tínhamos, tínhamos também o combate à fraude, que era junto com o BPC e o seguro-defeso. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Por gentileza, silêncio, senhores. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nós fazíamos um trabalho junto com um departamento, uma sessão lá da Polícia Federal. Tínhamos reuniões mensais. Tínhamos também a LGPD. Depois, passou à Ouvidoria... Quer dizer, então, eram três departamentos em que nós atuávamos dentro disso tudo. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Então, como Diretor, cabia ao senhor coordenar o Programa de Integridade, monitoramento de risco, aprovar servidores em cargos sensíveis e adotar medidas para prevenir irregularidades, não é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Aprovar servidores, não. E irregularidades, nós tínhamos o combate à fraude somente em BPC e também em seguro-defeso. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - E me diga uma coisa: com relação aos ACTs, o senhor também tinha algum tipo de responsabilidade sobre isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nenhuma. Dentro da Diretoria de Benefícios, a minha Diretoria, nas duas oportunidades, não tive ingerência nenhuma na área de benefício. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Me diga uma coisa, em 19/05/21, o senhor foi nomeado, então, Diretor, é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Saiu a minha nomeação. Se não foi em 19, no dia 20, não lembro. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Em 14/06/21, houve uma alteração das competências relativas aos ACTs. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi a mudança... ACTs, não sei. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Sim. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, de ACTs, eu não sei. Não tinha ingerência nenhuma com ACTs - nenhuma. O que nós fizemos, não sei a data certa, foi que nós promovemos uma mudança geral dentro do INSS, quer dizer, botando as coisas no seu lugar e fazendo com que acontecesse que o cidadão fosse melhor atendido. Uma das medidas foi a Ouvidoria de que o Deputado falou ali. Nós trouxemos a Ouvidoria para dentro do INSS. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Mas deixe-me lhe falar o que aconteceu: o tema saiu da sua Diretoria... O tema saiu da Diretoria de Benefícios - perdão -, da Dirben... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não era a nossa área. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Só para eu concluir... E foi para a Diretoria de Atendimento, a Dirat, certo? Foi para a Dirat. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não tenho... O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Como o senhor não sabe? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não tenho ingerência nem na de benefícios, nem na de atendimento. A minha Diretoria é de governança, somente isso. Eu não tinha gerência em outra Diretoria. Eu fiz o nosso trabalho dentro da Diretoria. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O senhor foi para esse cargo exatamente para coibir corrupção, está correto? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, senhor. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Como não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - A governança era o quê? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Na governança, como eu falei anteriormente, nós fazíamos o trabalho, ou seja, além da LGPD, que eu citei, da Ouvidoria que nós trouxemos, integridade... Não para coibir corrupção. Nós não fazíamos esse trabalho. O trabalho que nós fazíamos era combater fraude de BPC e de seguro-defeso, e nós trabalhávamos junto com a Polícia Federal, inclusive. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Não é o que diz aqui o preâmbulo do cargo que V. Sa. ocupava. V. Sa. ocupava exatamente... A atribuição da Diretoria de Integridade incluía coordenar o Programa de Integridade, monitorar risco, planejar controles, aprovar indicações de servidores e promover as ações contra fraude e corrupção. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Indicar servidores, não. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Bem, é o que está dizendo aqui no escopo das atribuições da diretoria, na Portaria nº 1.308, de 2021. A portaria ainda delegou à Coordenação-Geral de Combate a Fraudes a competência que era antes da Birden... da Dirben - perdão -, ou seja, vocês acumularam ainda uma outra atribuição. É o que está dito aqui na portaria. Não procede? Ou seja, o senhor não era responsável por exatamente evitar... |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Para aprovar indicações, não. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - ... evitar que o beneficiário... evitar que tivesse esquemas de corrupção dentro do INSS? O senhor não fazia parte dessa governança? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O nosso trabalho era, justamente, quando se refere a combate a fraude, só em BPC e seguro-defeso. Em relação a ACT com sindicatos ou associações, não fazia parte do nosso trabalho. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Correto. Me diga uma coisa: o seu papel - para eu traduzir aqui para as pessoas que estão nos assistindo - basicamente era o de estabelecer essa... Me parece, assim, para tentar um pouco ser mais claro, que esse processo todo se deu num processo onde V. Sa. exercia um papel, por tudo que me consta e foi dito aqui, de corruptor - de corruptor. Tudo indica que V. Sa. usava exatamente essas atribuições para flexibilizar os processos, tendo estabelecido relações diretas, inclusive, com o próprio Careca do INSS, o que demonstra claramente que o senhor se utilizou dessa prerrogativa para flexibilizar procedimentos e estabelecer exatamente uma relação de corruptor dentro do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Se eu não tinha ingerência nenhuma sobre o assunto, como é que eu poderia ser corruptor? O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O senhor tinha relação direta com quem... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu tive, mas, na época... O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - ... gerou a completa fraude do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... não tinha isso, não tinha esse escândalo. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O senhor, como todos os outros que vieram aqui, tem a mesma narrativa, dizendo que não tem nada a ver com isso, que tem nota fiscal, que prestou serviço e que, no final... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Serviço prestado, confirmado, contado. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Mas isso é coisa... Juridicamente, é a coisa mais simples a fazer. O senhor está dentro de um esquema de corrupção em que cada um... Cada uma das pessoas que vieram aqui estabeleceram exatamente um tipo de defesa parecida, no entanto, todos estão relacionados, todos estão ligados. O senhor é corruptor do processo. O senhor estabeleceu essa relação para dentro do INSS. É o que me consta aqui, como membro da CPI, trazer essa questão para reflexão da CPI, porque, ao que tudo parece, V. Sa. utilizou essa relação muito privilegiada de informações, de flexibilidade e de relação direta com o Careca do INSS. Então, para nós isto é importante: tentar esclarecer cada vez mais qual é esse tipo de relação, apresentar aqui como foi flexibilizado o processo de ACTs e em que período isso foi feito. O senhor se considera um cidadão de bem? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Fora do microfone.) - Não entendi... O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O senhor se considera um cidadão de bem? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Lógico. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O senhor tem na rede social algumas publicações de combate à corrupção. Procede? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu? O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Sim, na sua rede social, o senhor coloca aqui. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não publico nada! O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O senhor... Tem a rede social sua aqui. Deixa eu ver se eu acho. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não publico nada. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Até na campanha... Na campanha... Deixa eu pegar para o senhor aqui - eu ainda tenho um minuto. Na campanha... Aqui. Nós conseguimos resgatar aqui três posicionamentos seus: um, o senhor publicando como se previne, como se prevenir contra fraudes financeiras - aí, o senhor publicou -; depois, o senhor faz umas declarações, como cidadão de bem... (Soa a campainha.) O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - ... acerca exatamente do caráter patriota. O senhor se considera, realmente, diante de tudo isso, essa figura exemplar? |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não estou reconhecendo isso. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - O senhor não reconhece? É da sua rede social, está aqui. Alguém pode... (Intervenções fora do microfone.) O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Aqui? Publicação da sua rede social. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso é meu? Eu não publico nada. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Está aqui, é sua. Está aqui, foi retirado. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Será que não é outro Alexandre Guimarães, não? O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Não, não, é V. Sa. mesmo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não publico nada. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - É V. Sa. mesmo. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA (Fora do microfone.) - É no passado... O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - É no passado, mas tem uma declaração exatamente em torno disso. E eu termino por aqui, dizendo exatamente dessa posição lamentável de pessoas que se utilizaram de estruturas em Governos do Temer, de Bolsonaro, e que implementaram um processo de fraude absurdo. Que bom que V. Sa. foi exonerado; foi exonerado ainda em 23. Que bom. Que bom para esta nação, que bom para este país que V. Sa. tenha saído desse processo e esteja hoje nesta CPI respondendo a essas acusações importantes e a essa ligação dessa gangue que se instalou dentro do INSS. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Excelência. O senhor quer comentar, senhor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É que não fui eu que publiquei, eu fiz um compartilhamento. Isso aí... Não fui eu que publiquei isso. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Não, exatamente... Quem compartilhou? A rede social não era sua? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas era outra coisa... O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Era sua a rede social? Nós compartilhamos o que... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Dorinaldo, por gentileza. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Nós compartilhamos o que a gente tem acordo. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Vamos só deixar o comentário dele para gente passar ao próximo? O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP. Fora do microfone.) - Compartilhou, tudo bem. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O senhor quer continuar comentando ou já encerrou? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra do Deputado Alencar Santana, por favor. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP. Fora do microfone.) - Sr. Alexandre... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Está sem áudio, Excelência. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP. Para interpelar.) - Sr. Alexandre, o senhor foi nomeado no Governo do ex-Presidente Jair Bolsonaro, em 2021. Qual era de fato a sua competência? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - O cargo que eu assumi? O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Sim, a competência da diretoria que exercia. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - De governança, era integridade e gestão. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Também tinha, sob o seu guarda-chuva a ouvidoria? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E inovação foi depois. A auditoria não estava... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Auditoria ou ouvidoria? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Aliás, a ouvidoria. A ouvidoria não estava dentro da diretoria. Nós fizemos o trabalho de tirar do Ministério ao qual o INSS estava vinculado e trazer para dentro do INSS, aí demonstrou ali o aumento que teve... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Tá, mas sob qual, debaixo de qual diretoria, quando ela veio? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Da minha diretoria. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Então... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas a ouvidoria tinha um chinese wall ali... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas estava na sua... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Estava... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas a sua diretoria, também, era, por governança, acompanhar as reclamações que chegavam à ouvidoria para, eventualmente, tomar providência? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A ouvidoria recebia as reclamações, analisava e mandava para o órgão competente... O órgão não, a diretoria competente. Nós não respondíamos nada, nenhum. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Vocês não respondiam ao beneficiário? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, a gente só recebia e enviava para a diretoria. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Vocês não respondiam ao beneficiário? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A governança, não; a diretoria de governança, não. Quem respondia era a diretoria responsável pela reclamação. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Quando o senhor era diretor, chegou alguma reclamação sobre desconto indevido? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não vou lembrar agora que... As reclamações eram muitas. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Tá. O senhor disse... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tinha de aposentadoria, tinha dias que tinha de empréstimo, tinha reclamação de atendimento, que foi mal atendido, tinha sobre tudo. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - E o senhor não se preocupava com isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tanto nos preocupávamos que nós trouxemos a ouvidoria para dentro de casa. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas para não fazer nada? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Para fazer muito. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas de que adiantava? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nós fizemos nosso papel. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Qual? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nós enviávamos a reclamação para a diretoria responsável. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Você não se preocupava? E para que... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Agora... A resposta vinha de lá, a gente não desenvolvia a resposta. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Deixa só eu fazer uma pergunta: o senhor só recebia, então, e só mandava para área? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Para área responder para a gente... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - E não fazia mais nada? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... mandar para quem reclamou. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Então, você mandava para quem reclamou? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não era meu papel resolver o problema das reclamações; meu papel era enviar para que fosse respondido e nós depois retornávamos. |
| R | O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - E o senhor não se preocupou com a qualidade das respostas, se o problema foi resolvido ou não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sempre, sempre. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Tinha... O senhor disse que vocês tinham competência para resolver problema de fraudes, mas não combater corrupção, é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, aí também, não é? Mas o nosso papel... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Não, tinha de combater corrupção ou não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O nosso serviço que nós fazíamos lá, em combate à fraude, era em cima de BPC. É lógico, a corrupção, ou seja, em BPC, nós criamos diversas trilhas, foi trabalho nosso, para identificar o roubo. Não a corrupção, o roubo. E nós identificamos. Teve um caso lá de uma senhorinha que tinha cinquenta e poucas identidades, quer dizer, então são casos que nós fazíamos... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Qual a sua relação com o Careca, afinal? Onde você começou a ter algum contato com ele? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Comecei quando eu fui chamado, como falei anteriormente, lá na distribuidora da 15. Fui chamado por um amigo comum, fomos tomar cerveja, e depois aí, eu o encontrei depois lá no Gilberto Salomão. Foi quando nós conversamos, que ele falou que tinha uma empresa que fazia PP, e eu poderia fazer uma, como é que chama? O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Prestação de serviço. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Prestação de serviço. Mas não foi ali que nós fechamos, nós só fechamos em janeiro. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Tá. E qual a sua relação com os demais diretores do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - De colegas. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Lembra-se de algum deles? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Todos. Da minha época? O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - É. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Qual deles tinha responsabilidade pelos descontos? Pelos ACTs? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Descontos? Do benefício, passaram alguns diretores. Então foram uns dois, três. Foi o... Antes do Oliveira, teve um, depois entrou o Oliveira, depois foi o Guilherme, depois foi o Edson, depois foi o Sebastião. Então teve vários diretores. Então minha relação era só de profissional, ou seja, de colega de instituição. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Nada de uma relação de amizade, de negócio, nada? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nenhum. De negócio, muito menos. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Por que muito menos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Porque eu não tinha relação de negócio com nenhum deles. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas por que muito menos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Porque não tinha isso. Eu não faria negócio com um colega meu de diretoria. Eu sou do mercado financeiro, eu sou do mercado e sempre fiz negócios. Tive duas empresas, sempre fui uma pessoa de negócios. Representei diversos bancos, também como gerente de negócios e de captação de recursos. Isso aí é minha formação, quer dizer, então, mas fazer negócio com um colega meu do serviço público, eu não. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - A sua fala, desculpa, é contraditória. O senhor está tentando aqui se colocar como um paladino, como uma pessoa correta, como uma pessoa que tinha uma integridade, que seguia. Apesar de ser diretor, que deveria cuidar da integridade, o senhor não cuidou da integridade a partir das reclamações que chegaram à sua diretoria, na ouvidoria. Você, pelo que explica da sua competência, é como se você só recebesse e passasse a outra diretoria. Não se preocupasse com a solução do problema daquele aposentado que foi roubado, que foi enganado, que foi lesado. Isso que o senhor disse, "não, eu só repassava. Não, eu só repassava". Aí o senhor diz que não tinha relação de negócio e coloca isso como um absurdo, em relação ao seu colega. E está correto nesse sentido. Mas o senhor teve relação de negócio com aquele cara que tinha negócio no INSS. E disso, o senhor se lembra muito bem. Foi lá tomar cerveja por acaso, não fala o nome do amigo. Mas esse cara fazia negócio. Mais do que negócio, ele roubava os aposentados e pensionistas. Com milhões. E o senhor cria uma empresa para prestar serviço somente a ele. Bela competência, de fato, do mercado. Trabalha só para uma pessoa. E justo a pessoa que trabalha lá dentro, roubando os aposentados e pensionistas. |
| R | Disse, em determinado momento: "Não, a gente não estava lá para combater corrupção". Ora, se tem uma diretoria - e está aqui a competência dela, isso num documento de 2019... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu vou corrigir... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Em dezembro de... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nós combatíamos também. Então o papel nosso lá também... Nós combatíamos, mas, naquela área em que nós trabalhávamos, o trabalho era junto com a Polícia Federal, inclusive. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Mas aqui, ó... Desculpa. O senhor encaminhou alguma denúncia à Polícia Federal sobre o desconto indevido? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. Toda reclamação - o senhor falou que eu falei que só passava, né? - eu passava para a área competente e depois cobrava as respostas. Então, isso aí é fluxo... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - O senhor tem documento sobre isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É o fluxo de trabalho lá do INSS. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Desculpe, o senhor falou que só repassava? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu repassava para ter as respostas. Quando vinham as respostas, a área de ouvidoria recebia as respostas e repassava para o cliente, porque, quando você faz um trabalho de análise de reclamações, às vezes é um percentual... Às vezes é a mesma pergunta, não uma resposta. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Tinha reclamação sobre descontos indevidos ou não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não posso te afirmar... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Tinha sobre seguro-defeso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tinha de tudo - tinha de tudo. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Então tinha ou não tinha sobre desconto indevido? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tinha de tudo - tinha de tudo. Tinha... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Tinha sobre desconto indevido? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Desconto indevido... Eu não posso confirmar se tinha ou se não tinha, mas tinha diversas reclamações, desde atendimento pessoal dentro de uma agência, desde... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Os números são claros, Paulo. Os números são claros... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - ... instalações quebradas... O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Sr. Alexandre... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... tinha de tudo. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - Os números são claros. Aqui, em um documento da CGU, há a quantidade de ocorrências registradas no site Reclame Aqui, entre fevereiro, de 2021 e fevereiro de 2024 - pegou dois anos da sua diretoria -, referentes a descontos indevidos de entidades associativas e à reputação dessas entidades. As campeãs: Ambec, 81%; Conafer, 68; Universo, 86; Unaspub, 87; Acolher, 87. Houve reclamações, mas vocês não tomaram providência, apesar de a sua diretoria ter a competência. E está aqui documentado. Isso aqui é um documento, deveria ser... O documento é lindo: plano de integridade. Isso aqui foi elaborado para a gestão 2022/2023. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso. O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - E está aqui a competência expressa, mas ela não foi exercida. (Soa a campainha.) O SR. ALENCAR SANTANA (Bloco/PT - SP) - As pessoas não eram, para vocês... Vocês não estavam preocupados com o sofrimento delas. Por isso que esse roubo continuou crescendo e mais entidades entrando, ao longo de 2020, 2021, 2022, no Governo Bolsonaro. Se providências tivessem sido tomadas à época, se a polícia tivesse sido comunicada, para parar com esses descontos, esse roubo não continuaria. Essa quadrilha não continuaria dentro do INSS com servidores participando em 2023 e 2024. Quem teve a coragem de mandar apurar para valer foi a Controladoria-Geral da União do Governo do Presidente Lula; quem mandou parar com o desconto foi o Governo do Presidente Lula; quem mandou investigar foi o Governo do Presidente Lula, com a Polícia Federal, é por isso que, inclusive, nós temos esta CPMI que veio à tona. Portanto, o Governo Bolsonaro foi omisso, como V. Exa. mesmo afirmou. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Perfeitamente. A pedido do depoente, a sessão está suspensa por cinco minutos. (Suspensa às 18 horas e 53 minutos, a reunião é reaberta às 19 horas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Está reiniciada a sessão. Com a palavra o Deputado Zé Trovão. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC. Para interpelar.) - Sr. Presidente, nobre depoente, advogado, eu vou... A gente tem pouco tempo, dez minutos, né? Parece que é uma eternidade, mas não é. Vou direto às perguntas. Sr. Alexandre, quantas empresas o senhor tem ou teve em seu nome? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Ixe, eu tive uma bem antiga... Não, mas a... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - No total. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi a Plenus, foi a AEG Investimentos e a Vênus. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - São três empresas? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu tive uma bem antiga, que eu não estou lembrado agora. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Tudo bem, são quatro empresas. Tá. Quantas dessas empresas estão ativas hoje? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nenhuma. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Zero. Importante. O senhor foi exonerado do cargo. Correto? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, senhor. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Correto? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, senhor. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - E as suas empresas todas estão inativas. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - As anteriores já estavam inativas. Eu só fechei agora, nesse mês agora de... Comecei em setembro o fechamento da Vênus. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O.k. Então, hoje, qual seria a fonte de renda de que o senhor está sobrevivendo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A minha aposentadoria. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O senhor é aposentado? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sou aposentado. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Entendi. Olha, eu quero fazer uma triangulação com o senhor aqui de algumas coisas que me causaram muita estranheza. Dentro dos relatórios que foram emitidos pelo Coaf - e não houve aqui nesta Comissão nenhum questionamento sobre isso, só sobre dois valores; sobre um valor, na verdade, que é o de 2 milhões -, mas o Coaf, entre as transações, ele nos apresenta que a empresa Acca Consultoria transferiu um valor total de R$3,650 milhões à sua empresa. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Pode ser. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Pode ser, não é? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - De fevereiro de 2023 até abril de 25. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O.k. E a Prospect Consultoria Empresarial um valor de 742 mil. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, aí, aí, os três é o total. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Não, é que não é o total. Na triangulação... Por isso que eu estou perguntando para o senhor. É porque pode ser uma triangulação equivocada. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, eu tenho que pegar os valores, mas o total... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - É que o total eu vou falar para o senhor. O total, segundo tudo o que foi transacionado, segundo o Coaf, é de R$7 milhões... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não, não, não, não... (Risos.) É os três e coisa que eu estou falando... (Intervenções fora do microfone.) O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É. Não teve, não existe isso. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Não, é porque o Coaf vai apresentar entradas e saídas, correto? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ah, aí pode ser! O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Ah, entendi. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Está duplicado, né? O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - É só para a gente tirar essa dúvida, porque o que acontece? E, e... Para que o senhor entenda, né? Como o senhor teve transações por empresas que têm fortes indícios de serem as operadoras do esquema bilionário de mais de 6 bilhões... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não foi... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - E eu quero, com esta fala minha... Não, as empresas que roubaram os aposentados: a fraude passou dos 6 bilhões. |
| R | Com esta minha fala, eu quero dizer aos Deputados que falaram anteriormente, que tentaram e tentam todos os dias aqui colocar a pecha de que esse crime aconteceu porque o Bolsonaro deixou, primeiro, eu queria dizer aos Deputados, falando no setor masculino, que vocês devem ter algum problema e uma paixão muito grande por um homem. Deveriam ser, talvez, mais apaixonados pela mulher desse homem, não por ele, fica feio isso. Agora, os senhores são mentirosos. Por que os senhores são mentirosos? Porque os senhores querem colocar a pecha no Bolsonaro quando o maior roubo, de 4,7 bilhões, aconteceu no Governo Lula. Nós temos que refrescar a memória de vocês. Sr. Alexandre Guimarães, há quanto tempo o senhor conhece as seguintes pessoas: o famoso Careca do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu conheci ele, se não me engano, foi no início de 22. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Vinte e dois? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Vinte e dois. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O senhor faz parte do INSS... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Acho que foi aí. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - ... desde 2017. É isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas eu nunca tinha ouvido falar no... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Não, não, só para eu saber. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não tem nada a ver, estão falando, estão juntando a minha... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Tá. André Fidelis, há quanto tempo o senhor conhece? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O André Fidelis eu conheço desde quando eu cheguei em 2017, 18... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Em 2017. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... que ele era Superintendente aqui do Centro-Oeste. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O.k. Virgílio Antônio de Oliveira Filho, é o Procurador-Chefe do INSS, está afastado pela PF. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso. Eu conheci ele na Previc; foi em 2019. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Em 2019. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Por aí. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Entendi. O Sr. Aroldo Portal, atual Secretário-Executivo do Ministério da Previdência. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não conheço. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Não conhece? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não conheço. Aroldo... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Aroldo Portal, atual Secretário-Executivo... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não conheço. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - ... do Ministério da Previdência. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não conheço. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O senhor não conhece ele? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não conheço. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O Sr. Rogério Souza, Superintendente do INSS da Região Nordeste. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Conheci. Ele foi Diretor de atendimento. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Qual ano? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É... Quando eu entrei agora na governança, ele já estava como Diretor. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Dois mil e? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu entrei em 21, então ele já estava como Diretor. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Aí foi lá que o senhor conheceu ele? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi lá. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Em 2021. O.k. Adroaldo, desculpa. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Já ouvi falar, mas não conheço. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O senhor não conhece? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É do ministério também, não é? O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Entendi. Perdão pela... Eu... Realmente está escrito Adroaldo, esse eu li muito rápido. Tá. Eu sou uma pessoa bem pragmática e, ao contrário dessa esquerda que adora ou pular do galho ou inventar histórias, eu gosto de ser pragmático. Quando o senhor começou a relação do senhor com o Careca do INSS, nós temos... O senhor inclusive afirmou aqui que foi no restaurante aqui na Vila Planalto. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não foi na Vila Planalto. (Fora do microfone.) Foi na... Naquela distribuidora, na QI 15, Lago Sul. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O senhor está falando do mesmo restaurante que eu? O restaurante Figueira La Parrilla? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, foi... A gente chama distribuidora, na QI 15, Lago Sul. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Tá. Mas aqui, esse... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Essa Parrilla é lá na... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Na Vila Planalto. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É Vila Planalto? O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - É Vila Planalto. Foi, inclusive, uma matéria que saiu da Veja São Paulo, em que o Sr. Careca do INSS fazia todo o esquema dele lá. Lá ele se reunia, se reunia inclusive com Ministros, teve vários encontros. O senhor nunca esteve nesse restaurante da Vila Planalto? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Já estive no restaurante, não com o Antônio. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Mas o senhor esteve nesse restaurante da Vila Planalto por alguma questão de trabalho ou foi só mesmo particular, para passear, tomar uma cerveja? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ah, a gente costumava, à época, ou seja, alguns colegas de INSS iam almoçar e almoçávamos juntos. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Hum-hum. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Um aqui, outro lá, não tinha restaurante certo. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Vou lhe fazer uma pergunta. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Posso ter ido lá na Vila Planalto, mas não com... o Antônio. (Fora do microfone.) O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Qual empresa em que o senhor passou mais tempo do setor privado? |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mais tempo foi agora, como governança, dois anos... Como é que é? Abril, maio... Quase dois anos, um ano e dez meses. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - As outras foram tudo menos tempo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Um mês... A Infraero foram quarenta e poucos dias, a... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - E por que isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Como eu não era funcionário, eu assumia o cargo a convite, precisavam do cargo e eu saía; e nesse último agora foi mudança de governo. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Mas a gente pode afirmar, então, aqui, que, dentro disso... A gente pode afirmar que, dentro disso, é porque o senhor recebia algum tipo de pedidos que não compatibilizavam com a sua postura? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O senhor nunca foi assediado por nenhuma dessas pessoas... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - ... a fazer parte... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - ... desses esquemas de corrupção? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Não? Muito bem. O senhor se compromete com todos nós aqui, documentalmente, a nos apresentar todas as provas que levarão a sua inocência desses processos? Quebras de sigilo... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Já falei com o Presidente, eu quebro o meu sigilo bancário pessoal e da Vênus. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Telefônicos? Da Vênus? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É... Já está aberto. A... já... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Muito bem. Sabe por que eu estou pedindo isso, Sr. Alexandre? Porque, ao contrário desses aqui, que têm os seus estimados a proteger, porque protegeram, protegeram vários... Protegeram quebras de sigilo, protegeram convocações, inclusive protegeram a convocação do irmão do Lula aqui, do Frei Chico, que anda processando as pessoas por ligarem ele ao roubo do INSS. Esses que gostam de proteger... (Soa a campainha.) O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - ... essas pessoas, ao contrário de nós, hoje, quando chegaram nessa CPMI, chegaram achando que iam fazer uma carnificina contra o senhor, quando, na verdade, eu quero descobrir a verdade, se o senhor tem ou não tem envolvimento. Porque, se o senhor tem o envolvimento, o senhor tem que pagar por isso. Se o senhor não tem o envolvimento, o senhor tem que ter o nome limpo por isso. Porque, inclusive, esta Comissão fez o pedido de prisão do senhor e de mais 20 pessoas, e, até agora, misteriosamente, não aconteceu. Agora, eu também fiz o pedido da apreensão do passaporte, e eu vou lhe fazer uma pergunta final: o senhor, se for provado, ao longo desse processo, que ainda é muito novo, que o senhor tem algum envolvimento, o senhor toparia fazer uma delação premiada para entregar esse esquema? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não tenho por que fazer isso, mas o meu comprometimento é com o Antônio, com a minha empresa Vênus e a empresa dele, com todo o serviço prestado, com cronologia, ou seja, com datas, desde janeiro de 2022... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - O.k. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... quando eu firmei. E tenho todas as notas fiscais também. E eu abro o meu sigilo bancário, pessoa física e da minha empresa, para ver que não tem... Porque aqui eu escutei... É Senador ou Deputado? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Zé Trovão O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Deputado Zé Trovão, aqui eu escutei que passaram 24 milhões pela minha empresa, que a Vênus recebia e passava adiante. Eu abro o meu sigilo bancário. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Não, não, eu até acho que esse número deve ser... A não ser que eles tenham algum sigilo que a gente não recebeu, talvez eles foram privilegiados, mas, na verdade, é que aqui tem muita gente que gosta... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência... O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - ... de inventar números. Só pra encerrar, Sr. Presidente... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - ... eu quero deixar clara uma coisa nesta Comissão. Por mais que o Governo tente atrapalhar a nossa vida aqui dentro, através das blindagens que eles estão fazendo, eu tenho certeza de que, no final desta CPMI, muito vagabundo vai para a cadeia, muito bandido vai para a cadeia. |
| R | E eu tenho certeza também que muita gente inocente que, por algum motivo ou outro, teve o seu nome fomentado no meio de tudo isso terá a sua inocência provada. Eu quero agradecer. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Muito obrigado. O SR. ZÉ TROVÃO (Bloco/PL - SC) - Muito obrigado aí pelas respostas. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Pela ordem, Presidente! Pela ordem! O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS. Pela ordem.) - Presidente, considerando o prazo exíguo desta CPMI, sabemos que não podemos perder tempo. Eu gostaria de solicitar que o depoente já nos enviasse, já fizesse a juntada do contrato com a Brasília Consultoria desde já. Na segunda-feira passada, nós ficamos aqui até 3h22, 3h30 da manhã, porque é muito difícil inquirir o depoente, doutor, sem esse documento. Ele foi convidado única e exclusivamente para tratar deste contrato de prestação de serviços. Sem ele em mãos e sem as provas dos vídeos, fica muito difícil. Então, creio que não custa nada; ele é o único proprietário, 100% da empresa é dele. Já pudesse enviar para nós, para até o final... Eu até vou mudar a minha ordem de inquirição, vou passar para o final... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - ... justamente porque seria inócuo, doutor. O.k., Presidente? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O.k. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Ele já parece que aquiesceu. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Solicitação recebida. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência, ela pediu pela ordem, tem que respeitar. Com a palavra a Deputada Adriana Ventura. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP. Para interpelar.) - Obrigada, Presidente. Eu quero saudar a mesa, a sua Presidência, o Relator, o Deputado Duarte, e quero cumprimentar aqui o depoente e o seu advogado. Sr. Alexandre, eu ouvi o seu depoimento e algumas perguntas do Relator e eu fiquei com algumas dúvidas que são muito pontuais, eu gostaria que o senhor esclarecesse, porque me causa estranheza. Você sabe que a minha formação é Administração Pública, e me causa estranheza, sim, porque, desde a década de 80, você ocupa cargos estratégicos, diversos cargos estratégicos, não sendo um servidor público concursado... É isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - De 80, eu só fui assumir qualquer cargo público, que foi na Infraero, em 2017, janeiro de 2017. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Tá, mas você passou... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O resto foi sempre privado: bancos, fundos de pensão... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Então, o.k., mas depois você passou pelo Governo Federal, pelo GDF, teve participação na Frente Parlamentar de Fundo de Pensão e no INSS, que foi Diretor, mas, assim, você transitava entre público e privado, mas, desde 2015, você começou a assumir cargos na Previdência... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Fora do microfone.) - Desde 2017. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Hã? Desde 2017, né? Então, foi Diretor de Gestão de Pessoas, foi Diretor de Integridade e Governança e, querendo ou não, o senhor estava lá nos períodos em que foram pontuadas, tanto por gráficos, as irregularidades. Então, na minha visão, o senhor tem um papel a cumprir aqui de realmente fazer esclarecimento, porque todo... Quando teve aquele crescimento exponencial, o senhor estava lá. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, quando eu... Eu saí em abril, o crescimento foi segundo semestre de 23 para a frente. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - É, então, de 22... Em 22 teve um crescimento, depois em 23 dobrou, em 24 dobrou. Os gráficos, os números estão ali. Eu acho que a gente não precisa entrar no preciosismo. Eu queria... Então, eu tenho três perguntas para o senhor muito objetivas... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Quero pedir silêncio, por favor, na sala! A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - ... e a primeira é o seguinte: entre março e maio de 23, a Vênus, que é a empresa do senhor, recebeu 228 mil da empresa Prospect - o que já foi falado aqui -, quando o senhor era de Diretor de Governança. |
| R | Então, a primeira pergunta, que já foi dita, mas eu vou perguntar para ver se eu entendo, é como é que o senhor concilia isso, porque você era diretor do INSS...Na minha visão tem um superconflito de interesse aí, muito conflito de interesse, porque você recebe dinheiro por um serviço prestado fora da tua função, e empresas... O dinheiro vinha de empresas ligadas aos grandes operadores do INSS, que é o Careca do INSS. Então, para mim, isso é um conflito de interesse claro, isso para mim é mais do que conflito de interesse; isso para mim é crime, sendo clara. E eu queria entender se o senhor não acha que isso é uma coisa, no mínimo - no mínimo -, muito conflituosa, conflitante. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu tinha um compromisso contratual entre a Vênus e a Brasília Consultoria. Esse contrato, o objeto desse contrato foi montar, como é que é, criar, criar... Esqueci, me fugiu o nome... (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... conteúdo para a empresa dele, que tinha um app de diversos benefícios. E o que eu fazia, dentro do INSS, eu trabalhava na área de governança, não trabalhava na área financeira nem na educação financeira. Então, não há conflito de interesse. E outra coisa que... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - O senhor ganhava dinheiro prestando serviço, o senhor era diretor... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A uma empresa privada de consultoria... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Uma empresa privada sendo diretor. Eu acho isso muito conflitante. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Você pode ser diretor, ou seja, não, você não pode ser gestor nem administrador, mas você pode ser cotista, isso não tem impedimento. Eu posso ser cotista de uma empresa, mas não ser o administrador. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Não, mas aí é o subterfúgio - aí é o subterfúgio. Você é cotista, opera por ela, tua mulher pode ser administradora, um parente seu, um amigo seu, mas, na real, você está cumprindo um protocolo, assim, é que na minha visão isso é muito conflitante. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Se eu tenho um negócio a fazer, um contrato a ser assinado, eu tenho que ter caminhos para que eu não fuja da legalidade. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Tudo bem. Eu discuto a lei, eu discuto o modus operandi, mas assim, o.k., se a lei é malfeita. O que você está falando para mim é assim: essa lei é um lixo e dá para ter um monte de brecha para sair. Então, a gente precisa rever isso, tudo bem. Agora a minha outra pergunta, após maio de 2024, a Vênus recebeu os 2 milhões, mais de 2 milhões da Brasília Consultoria, que é a empresa do Careca. Minha pergunta aqui: o senhor, sendo diretor ali do INSS, o senhor estava no cargo... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Aí eu já tinha saído, né? Quando diretor, eu recebi duzentos e... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Maio de 24? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Já tinha saído, eu saí em abril de 23. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Então, mas a minha pergunta é: mesmo quando você estava lá, você chegou a pedir autorização da Comissão de Ética Pública para atuar nesse segmento, porque, após deixar o INSS, essa é a minha pergunta... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Não? Tá. Minha outra pergunta para o senhor: o senhor manteve reuniões com dirigentes de sindicato e associações no período de 23 e 25? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nunca. A única, a única associação... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Para tratar de serviços da Vênus? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... com o governo, como Diretor de Gestão de Pessoas, eu tinha reuniões com sindicatos de servidores do INSS, nada a ver com ACT nem benefício... A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Hum-hum. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E também tinha, às vezes, algumas reuniões com a Anasps, que é a Associação dos Servidores, que o INSS parece que é... Mas nunca tive ligação nem com sindicato, nem com associações que fizeram desconto previdenciário. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Então, é assim, seu Alexandre, vou falar, eu estava ouvindo falas de uns colegas assim, vou até fazer um desabafo, porque eu olho outro tipo de coincidência, indo para um lado mais político aqui da vida, porque são coincidências que não têm nada de coincidência, porque a empresa do senhor, o senhor abriu, se não estou enganada, em outubro... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Em novembro de 22. |
| R | A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Isso, foi logo após a eleição do Lula. O Sr. Alexandre cria a empresa Vênus Consultoria, o Careca do INSS também, logo que o Lula se elegeu, ele criou a Brasília Consultoria para praticar seus crimes. A Thaisa Hoffmann você conhece - a Thaisa Hoffman? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Conheci num evento um dia. É a esposa do Virgílio, né? A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - É. Então, ela se recusou, inclusive, a responder se tinha grau ou não de parentesco com a Gleisi Hoffman, que foi Presidente do PT até julho deste ano. Ela também abriu a Curitiba assessoria logo depois da eleição do Presidente Lula, para praticar os crimes que a gente discutiu aqui. Os "golden boys", todos eles, os que vieram aqui também, depois do Lula, criaram a empresa para praticar crime. Então... (Intervenção fora do microfone.) A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Dá licencinha? Obrigada. Então, para mim é muito claro que foi só o Lula ser eleito para todo mundo abrir empresa para saquear aposentado e para roubar aposentado. Então, essa é a minha visão muito política, muito clara, que mostra que tem um flanco superaberto, porque, a partir de 2023, querendo ou não, começou a jorrar dinheiro nessas empresas que foram abertas depois da eleição do Lula, e isso não é uma coincidência. E a sua empresa, a Vênus, querendo ou não, recebeu os R$2 milhões ou R$3 milhões - o valor que vai ser apurado - depois disso. Então, a minha pergunta para o senhor, Sr. Alexandre, é que o senhor saiu do INSS, mas, mesmo depois de ter saído do INSS, o senhor continuou operando, continuou lucrando, continuou operando, articulando com os mesmos parceiros de quando você estava lá. Está correta a minha afirmação? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Continuei a cumprir o contrato que eu tinha com a Brasília Consultoria, dei continuidade, não tinha porquê fechar. Quer dizer, então, como eu falei anteriormente, eu também procurei... Nesse tempo, eu não fiquei parado, eu tentei outras operações para que a gente atuasse dentro do mercado. E outra coisa: quando eu resolvi abrir a Vênus, eu já sabia que ia sair. Inclusive, no início de 2023, já tinha até nome para assumir meu cargo. Quer dizer, então, eu já sabia que ia sair e eu estava me preparando para ter um rendimento. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - Entendi. Porque o que a gente vê, e eu estou colocando um todo dentro do pacote, é que a estrutura do INSS foi completamente corrompida, foi criada lá uma rede de propina de lavagem de dinheiro à custa dos aposentados. E nós vimos aqui, por vários depoimentos, muita omissão, muita conivência, muita corrupção e muitos servidores que poderiam ter feito alguma coisa, e não fizeram nada. (Soa a campainha.) A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - E sempre... E aí a gente entra na questão da discussão desse... A gente está normalizando a barbaridade. É um absurdo, na minha visão, o senhor, Diretor do INSS, operando com empresa paralela, o senhor e todos que fazem isso. E a gente vê várias dessas lambanças e misturas do público e do privado acontecendo, porque, para mim, não faz sentido nenhum a gente falar que servidor é público, porque a única coisa que muitos servidores fazem - não o todo, mas muitos servidores, e com muito respeito aos bons servidores - é o uso da máquina pública, seja para se enriquecer, seja para olhar o próprio umbigo. A gente vê isso em todos os níveis: vê no Judiciário, quando eles usam o cargo deles para beneficiar escritórios de advocacia de esposa, de filho, a gente vê isso quando eles não se julgam suspeitos para julgar os próprios casos; a gente vê no Executivo essa questão de indicação política, troca de cargo, essas indicações políticas que não são técnicas; a gente vê no Legislativo, dentro dessa lambança, não só de indicação política, mas também de uso de emenda e compra de apoio. Quer dizer, onde vamos parar? |
| R | Estou acabando, Presidente, por favor... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - ... aonde nós vamos parar se isso está completamente desvirtuado e normalizaram barbaridades? Quem serve... E tem muito servidor público, inclusive, que mora no exterior e acha que está servindo o país. Então, está na hora de moralizar. E o senhor teria um papel muito importante, porque a gente quer saber quem é o mandachuva e quem é o padrinho. Se o senhor quer fazer um bem para a nação... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. A SRA. ADRIANA VENTURA (NOVO - SP) - ... deleta. Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. Antes de passar a palavra ao Deputado Paulo Pimenta, o Relator tem alguns esclarecimentos. (Pausa.) O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL. Como Relator.) - Presidente, rapidamente. Eu fiquei com uma dúvida em relação ao quantitativo de recursos recebidos pelo depoente e pela Vênus Consultoria. Poderia dizer, em relação ao Sr. Antônio Carlos Camilo, o Careca do INSS, por ele, pessoa física, ou pelas suas empresas, qual foi a totalidade de recursos recebidos pelo depoente ou pela Vênus? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Agora de... Corretamente, mas por volta de... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Aproximadamente. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... 3,6 milhão, se não me engano. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Três milhões e seiscentos. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... e seiscentos, durante janeiro de 22 a abril de 25 - 22, não! -, janeiro de 23 e abril de 25. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor se recorda quais empresas do Sr. Antônio Carlos Camilo repassaram esses recursos para o senhor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O que teria que repassar é a Brasília Consultoria, mas aí eu vi que tem alguns repasses pela Prospect. Mas é... O serviço prestado deu uma média de R$150 mil mensais. Era o que a Vênus emitia as notas. E, como eu falei também, o serviço prestado, que eu comecei com oito mensais, no início, e terminei com mais de 16 mensais, que era praticamente quase todo dia... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor fala... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... a prestação do serviço. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor fala que começou com oito e terminou com 16. O quê? Horas, é? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso aí é... Trabalhos entregues. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor... Então, o senhor entregava por volta de 16 trabalhos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É; comecei com oito, dois por semana... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... e terminei com mais de 16. Eram mais de... Eram quatro por semana. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E recebia por mês aproximadamente R$150 mil? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A média foi R$150 mil... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor poderia dar um exemplo... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... bruto, né? O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor poderia dar um exemplo bem prático de que trabalho foi esse? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Na área de educação financeira, ela é constantemente atualizada, dependendo do momento, mas a gente fala sobre a garantia da autonomia, gestão de renda e prevenção de... Evitar endividamentos... São vários. Eu tenho todos os serviços prestados. Quer dizer, então... E outra coisa é que eu terceirizei esse serviço. Então, eu tenho todo o... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor terceirizou? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Terceirizei. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Para quem? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Para a Investforma, que é a que me servia de educação financeira; e, depois, em 24, eu fiz um outro contrato sem aumento de valores, mas aí eu comecei a produzir mais... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas foi bom o senhor esclarecer isso. E o senhor, por essa terceirização, o senhor pagava quanto à Invest? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - R$5 mil. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas R$5 mil... O senhor recebia 150 e pagava cinco? |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Veja bem, quando você... Quando eu compro dele o serviço, ele está vendendo para uma pessoa. Isso aí, essa produção... Eu estava sempre com ele, porque a Investforma foi criada um tempo atrás e estava do lado da minha empresa em reinvestimentos. Quer dizer... Então, ele vendendo para uma pessoa é R$5 mil; eu vendendo para uma quantidade que, teoricamente, você iria receber, daria menos de vinte e poucos centavos, daria R$0,22, R$0,23 por pessoa. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me esclareça aí, por favor: o senhor foi contratado para prestar esse serviço de consultoria ou... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... de educação financeira. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quem produziu o material? Queria esse esclarecimento. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Investforma Ltda. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. E o senhor pagava quanto a ela? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Cinco mil reais mensais. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Cinco mil reais mensais. E o senhor ganhava quanto por conta desse material produzido por R$5 mil? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Cento e cinquenta mil. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Muito obrigado. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Só lembrando da quantidade, tá, Deputado? Ou seja, eu estava comprando por 5 mil e vendia para uma pessoa. Com o contrato que eu tinha junto ao app de benefícios do Antonio Antunes, eu alcançava um número de... O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sr... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... ele tinha um número de clientes muito maior. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sr. Alexandre, eu só queria que o senhor me voltasse a esclarecer. Do material que o senhor comprava de terceirizado, o senhor acrescentava alguma coisa a ele para revender? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu sempre participei da criação. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, eu quero saber se... O senhor pagava R$5 mil e recebia um material. Era esse material que o senhor repassava para o Sr... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Pronto. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu... Desculpa. Eu também atuava na produção desses eventos, desse trabalho. Quer dizer, então, independentemente do dia a dia, eu estava sempre atuando junto com a empresa na elaboração disso. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas, pelo que o senhor está falando, eram R$5 mil que o senhor pagava mesmo o senhor atuando, não é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não entendi. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor, mesmo atuando, independente da sua atuação, o senhor pagava R$5 mil fixos... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - ... para essa terceirizada. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor disse, em algum momento, que trocou a empresa. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não troquei, eu contratei outra empresa para fazer mais produção. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E pagava quanto essa empresa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Cinco mil também. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Cinco mil. O senhor poderia afirmar quanto é que o senhor tinha de lucro em percentual? Porque eu sou ruim de conta. Quanto o senhor tinha de lucro? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tirando os impostos e o pagamento dos contratos e despesas da empresa, eu tinha por volta de uns oitenta e poucos mil. O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Oitenta e poucos. Está certo. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Deputado Paulo Pimenta. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Para interpelar.) - Sr. Alexandre Guimarães, o senhor disse ali no início que o senhor foi filiado do PFL... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Eu me filiei ao PFL... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - PFL... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... em 2006. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Depois do PTB. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A eleição foi em 2006, não me lembro mais. Eu me filiei e fui candidato a distrital... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - PFL, depois PTB... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... do PFL. Depois eu fui do PDT... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - PTB, o senhor falou. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... PTB, e depois para o... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - PSC. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - PSB. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - PSB. Muito bem. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Depois me desliguei totalmente. |
| R | O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Se desligou. A Parlamentar aqui que fala sempre e se retira fez uma série de insinuações aqui, como se o senhor tivesse algum vínculo com a vitória do PT, com a vitória do Lula. Por curiosidade, o senhor poderia me dizer em quem o senhor votou para Presidente? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Votei para o Bolsonaro. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Para quem? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Para o Bolsonaro. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Bolsonaro. (Palmas.) (Risos.) O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Senhores. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Eu vi que, nas suas redes sociais, tem várias postagens: "Sou patriota", "Jair Bolsonaro". O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não postei nada, eu não posto nada. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não, está postado, eu tenho aqui. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, aí foi compartilhado, alguém mandou para mim, e eu... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Certo. Está bom. Não, mas não vem ao caso. O importante é que fique claro que a Parlamentar e o "Zé Chuvinha" também, que faziam... "Esses aqui que mentem, da esquerda, do PT...". Então, vamos parar com essa bobagem. O Sr. Alexandre Guimarães é um homem que tem história no PFL, no PTB, eleitor e apoiador do Bolsonaro, ponto. O resto é narrativa para enganar bobo, certo? Aí deu o golpe contra a Dilma, e o senhor resolveu distribuir currículos. Aí o Andre Moura, que era o braço direito do Eduardo Cunha, um dos líderes do golpe, resolveu chamá-lo. Foi assim? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não tem nada a ver com golpe, não tem nada de... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Como é que o senhor chegou ao Andre Moura? Como é que o senhor chegou ao Andre Moura? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu distribuí meu currículo, e chegou a ele. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Distribuiu onde? Distribuiu onde? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ao mercado. Eu já fui Presidente da associação. Distribuí para as pessoas. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Sim, mas eu estou perguntando como foi que o senhor chegou ao Andre Moura? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Cheguei através dos contatos, da liderança lá, que me chamou para conversar, que tinha recebido meu contrato, meu currículo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Aí o senhor... O Líder do Governo do Temer, que era conhecido, na época, como o dono do INSS... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não estive com ele, viu, Deputado? O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... indica o senhor para ser Diretor de Pessoal, Gestão de Pessoal do INSS, mas o senhor não é de carreira do INSS; quer dizer, por que botaria uma pessoa que não é do INSS? Pega um currículo do LinkedIn no mercado e colocam-no Diretor de Gestão de Pessoas? Eu confesso para o senhor que eu imaginava que o senhor fosse do quadro, porque o cara, para ser gestor de pessoal de uma empresa que tinha, na época, quase 30 mil funcionários... Aí bota uma pessoa de fora do quadro? Uma pessoa que não é da estrutura do INSS? Não parece um negócio meio esquisito? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu só posso te responder que eu assumi o cargo e fiz o que o cargo pedia, ou seja, eu cumpri meu papel. Não fui eu que me coloquei lá, eu fui colocado lá... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor foi colocado lá pelo Andre Moura. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... e fiz o... O indicado... Não sei se sai na nomeação quem é a pessoa, deve sair. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor já disse para nós aqui... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas eu não conheço o Andre Moura pessoalmente. Estive com ele uma vez... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Aí o senhor foi para o mercado, para outras andanças. Daí o senhor volta para o INSS, o Ministro era o Paulo Guedes. o Secretário de Previdência era o Bruno Bianco, o Presidente do INSS era o Leonardo Rolim, e o senhor volta indicado pelo Deputado Euclydes Pettersen, é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exato. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Como foi que chegou no seu currículo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mesma coisa... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Mesma coisa. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mesmo procedimento anterior. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Botou o currículo... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. |
| R | O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... o Deputado achou o seu currículo, chamou o senhor... Chegou a conversar com ele ou não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Cheguei a conversar com ele. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Com o Euclydes Pettersen? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Inclusive, é, tivemos... Foi um contato telefônico, depois eu estive na Presidência do INSS, com o Rolim, e depois saiu a nomeação e fizeram uma reunião lá com o Bianco... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O Bianco? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... e o Presidente do INSS. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Então, o senhor passou por todos esses camaradas? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, quando você é nomeado, você passa por uma série de... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... exigências e sabatinas. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito. Então, o senhor virou Diretor de Integridade, Governança e Gerenciamento de Riscos, indicado pelo Sr. Deputado Euclydes Pettersen, que recebeu o seu currículo e resolveu indicá-lo para ser Diretor de Integridade, Governança e Gerenciamento de Riscos, sendo que o senhor não é da carreira da INSS, o senhor é de fora da INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não sou funcionário público. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu sempre atuei na iniciativa privada. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Para mim, já está bastante claro isso. E aí, então, o senhor começa a estabelecer uma série de relacionamentos. Em 2022, o senhor conhece o Antônio Camilo, o Careca, lá num bar, na Asa Sul, começam a fazer tratativas e aí criam a Vênus. Curiosamente, o sócio da Vênus também contou para nós aqui que foi contratado pelo LinkedIn. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não é sócio... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Ah, é o administrador - desculpe -, o administrador da Vênus também... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, ele não foi por LinkedIn... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Foi recrutado pelo... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele foi indicado pelo Antônio e entrou em contato comigo para me ajudar a abrir a empresa. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Sim... Não, mas foi indicado para o Antônio, Doutor. Ele foi indicado para o Antônio pelo LinkedIn. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - É um processo semelhante ao da... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu acho que o senhor está confundindo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... contratação do senhor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu acho que esse aí foi o outro que entrou no lugar dele. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Fora do microfone.) - Foi o Milton. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi esse aí. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Ah, foi o Milton? Pô, mas o senhor conhece todos os caras que trabalham com o Careca e até a maneira que foram contratados. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu conheço muita gente, mas o Milton eu conheci aqui na CPMI. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Muito bem. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Fora do microfone.) - Conheci pela televisão. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - E aí, então, com o senhor ainda no Governo, em novembro de 2022, é criada a Vênus, num esquema que envolve Careca, Camisotti, Cecília Montalvão, que estão no centro, no núcleo de um dos maiores esquemas de desvios do INSS. O senhor percebe a furada em que o senhor se meteu. Aí o senhor estava prestando serviço para uma empresa que tem vínculos diretos com o Careca, com o Camisotti, com a Cecília Montalvão... Quantos funcionários tinha na Vênus, Doutor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ah, o serviço da Vênus era terceirizado. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Quantos funcionários o senhor tinha na Vênus? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Era só eu... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Só o senhor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... e o Rubens, que é o administrador. Era terceirizado. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Só o senhor e o Rubens? Servidor, não? Não tinha lá registrado ninguém contratado? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não tinha nenhum trabalhador com a gente. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Aí vocês pagavam R$5 mil por mês para alguém que produzia o conteúdo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Para alguém não, para uma empresa que eu contratei - tem o contrato aqui -, que produzia, fazia a produção, junto comigo, eu também estava sempre junto com quem produzia... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor pagava 5 mil... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... para atender a Brasília Consultoria. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - É, mas o pagamento não foi feito pela Brasília Consultoria. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O pagamento... O senhor está falando de quê mesmo? O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Foi feito pela... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O contrato, para a Vênus, foi da Brasília Consultoria para a Vênus. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Certo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Vênus tem contrato terceirizado, Vênus para a Investforma, que me ajudava a produzir o conteúdo. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito. É que o carro o senhor vendeu para uma empresa e recebeu pela Prospect; os 228 mil, o senhor prestou serviço para uma empresa e recebeu pela Prospect. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A venda do carro não tem nada a ver com o serviço. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Já foi falado aqui, Deputado. |
| R | O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Sim, mas o senhor recebeu pela Prospect, que está diretamente envolvida no esquema do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não podia adivinhar, alguns anos atrás, que estaria envolvido, porque não tinha, não tinha escândalo nenhum. (Soa a campainha.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - E depois? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Por mim, era um empresário em quem eu confiava, confio hoje. Eu sou... O Antônio... Não tem nada que impeça de não ter feito negócio com ele anteriormente. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito. Era um negócio em que o senhor gastava 5 mil e vendia por 150 mil. Eu confesso para o senhor que o senhor é um homem de sorte. É um cara de sorte porque bota um currículo, o Andre Moura acha o senhor e o senhor vira Diretor do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu ajudava também a fazer os conteúdos. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Depois, bota o currículo... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, pagava 5 mil e a empresa... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... o Euclydes Pettersen acha seu currículo. Depois, o Careca precisava de alguém para produzir conteúdo... E olha que o Careca é um cara esperto para negócios, hein? Em vez de ele pagar 5 mil para alguém pelo conteúdo, ele resolveu pagar 150 mil para alguém que pagava 5 para outro gerar conteúdo? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele não conhecia quem fazia isso. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu... Atuando no mercado financeiro, eu tinha... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não, o senhor é um homem... De fato, o senhor é um homem de sorte, bem-sucedido e azarado. Azarado porque acabou entrando numa furada, e a sua empresa agora está vinculada, envolvida no centro de um mega esquema de corrupção, do qual... O Careca, o Camisotti e a D. Cecília Montalvão estão no meio de tudo isso, e o senhor foi puxado para dentro de tudo isso com a sua empresa. Então, lamento lhe dizer que eu acho que a sua sorte acabou, entendeu? Acho que gastou a sua cota de sorte. E agora... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu tenho um compromisso contratual com a Brasília Consultoria e junto com a Vênus... E foram cumpridas todas as exigências contratuais. Agora, é... Fora isso, não tem nada que... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - E o serviço foi, é... Está comprovado? Tudo está comprovado e com data de entrega. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sr. Alexandre, antes de passar a palavra ao Duarte Jr., uma pergunta aqui: por um acaso, foi o Careca quem indicou o seu currículo para os dois que o indicaram? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não, não conhecia o Antônio quando foi... Em 2017, eu nem pensava em... Não tinha nem... Em 2021, também não conhecia ele, fui conhecer depois. Foi em 22, antes de 22. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - O Duarte trocou. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Deputado Duarte Jr. Não, não... É que foi... Ele trocou com o Paulo Pimenta. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não, ele trocou comigo agora. Eu pedi licença, se fosse possível, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, tudo bem. Como é que é? Mas cadê ele? O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Você vai falar? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Ah, vai falar... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Eu ia, mas... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Se eu pudesse falar logo, eu agradeceria muito, mas... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Com a palavra o Deputado Duarte Jr. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - É que, com o Marcel pedindo tão gentilmente assim, eu fico até... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - Vai para 13º, né? O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - É... Não, tudo bem, tudo bem. Não, com toda a... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Posso passar, Excelência? O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Pode, pode fazer a permuta. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Perfeitamente. Deputado Marcelo Van Hatten. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Fica registrado o crédito em ata. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS. Para interpelar.) - Não, eu agradeço. Fica registrado o crédito em ata aqui, até porque eu tenho um compromisso fora e volto depois para os depoimentos. E nós estamos, inclusive, com sessão plenária na Câmara dos Deputados neste momento. Sr. Presidente, eu queria começar perguntando ao depoente quando ele conheceu mesmo o Antônio Camilo, o Careca? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Início de 22. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Início de 22. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não posso afirmar o mês, mas foi mais ou menos... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não, tudo bem. E, durante o período entre o início de 2022 e novembro, o senhor encontrou quantas vezes o Careca? Tiveram outras conversas? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tivemos outras conversas. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Sobre? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tivemos... Sobre a possibilidade de fazer esse contrato. |
| R | O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - De fazer o contrato enquanto estava na Diretoria de Gestão e Governança do INSS, em 2022. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, senhor. Sim, senhor. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Então, o senhor teve contatos com o Careca até chegar o dia 3 de novembro de 2022, se eu não estou enganado, quando o senhor abre... Onde é que está aquele... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Dia 1º, abro a Vênus. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Aqui... Bom, o Relator diz 3 de novembro. É dia 1º? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Fora do microfone.) - É, mas aqui a abertura está... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - É 1º. Está bom. (Intervenção fora do microfone.) O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Em 3 de novembro de 2022... Isso é dois dias depois da eleição do Lula, junto com a empresa, na mesma data em que foi aberta a empresa Curitiba Consultoria da Thaisa Hoffmann, esposa do Virgílio, Procurador do INSS. Isso é coincidência? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não sabia que ela tinha sido aberta. Eu não sabia, eu sei da minha. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - É coincidência? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Estou respondendo pela Vênus. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não, eu estou perguntando se é coincidência. Sim ou não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Se foi aberta, eu não sabia. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor não sabia, então, é coincidência. Bom, é coincidência. Agora, Sr. Presidente, eu não acredito muito em coincidência, para ser sincero nesses casos. Ainda que eventualmente o Sr. Alexandre não soubesse, mas a gente vê que tem uma organização criminosa, uma quadrilha por trás, que preparou todo esse roubo, porque o Sr. Alexandre disse há pouco também que ele já sabia que seria trocado do INSS na gestão seguinte. É verdade isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Verdade. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - E por que motivo o senhor seria trocado? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mudança de Governo. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas foi exonerado só em abril. Por quê? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu esperava que fosse em janeiro. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor foi exonerado em abril, mas... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas eu esperava que fosse em janeiro, não é? O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Está bem. E aí como é que funciona esse negócio? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Esse período de... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor era de um Governo, mas já sabia que ia ser exonerado do outro, mas, ao mesmo tempo, já estava em contato com o Careca, que também sabia que ia receber dinheiro dos sindicatos... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Como eu não sou funcionário público e não tinha um emprego certo... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Certo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Quer dizer, então, eu, sabendo que iria sair, eu procurei alternativas para me manter depois que eu saísse do Governo. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - É, mas deixe-me corrigi-lo. O senhor era funcionário público. O senhor pode não ser de carreira... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, eu estava como... É, de carreira. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não, mas o senhor era funcionário... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O senhor está certo. O senhor está certo. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Na prática, o senhor era servidor público, certo? E o servidor público... O senhor disse, em determinado momento, que abriu empresa e colocou o Sr. Rubens... Está aqui, Rubens Oliveira Costa. O senhor confirma que o senhor botou o Sr. Rubens de sócio-administrador porque o senhor sabia... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sócio, não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O que era, então? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele foi contratado para ser o administrador. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas por quê? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não sócio. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas por quê? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Porque eu era servidor público, estava como servidor público e não podia ser administrador da empresa. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas o senhor era Diretor de Governança e Integridade do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor tem obrigação de conhecer a lei. A Lei 8112, de 1990, diz que é vedado ao servidor público - o senhor é servidor público - ser sócio-administrador de empresas... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Administrador. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Administrador. ... inclusive, se for de fato. Isso é jurisprudência da CGU. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas o senhor era de fato. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu era sócio cotista. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor não era administrador da empresa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não era? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não era. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O senhor não colocou só no papel o Rubens? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O.k. Agora, me parece que, na prática, é. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Você pode pegar todas as assinaturas de abertura de empresa... É a assinatura do Rubens. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - E por que o Rubens? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Porque foi indicado... Foi indicado pelo Antônio. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Pelo Careca. E aí, a Lei 12.813, de 2013, diz duas coisas muito interessantes também, e o senhor, como Diretor de Integridade, deveria saber: primeiro, durante o cargo... Está aqui a lei, está marcadinha aqui: durante o exercício do cargo, o senhor não pode prestar serviço para pessoa jurídica que tenha interesse na decisão do seu órgão. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu fiz o contrato com a Brasília Consultoria. Eu não fiz com... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas a Brasília... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Brasília Consultoria não tinha nenhum contrato com o INSS. A Brasília Consultoria prestava serviços a outras empresas privadas. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas recebia... Prestava serviços para as entidades que roubaram no INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Hoje nós estamos sabendo, né? |
| R | O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - É, mas fez. E depois isso... Isso é um conflito de interesse tremendo, porque, depois de deixar o cargo, o senhor tem impedimento por seis meses de prestar serviço a pessoa jurídica que tenha relacionamento relevante com o órgão. Então, o senhor deveria, pelo menos nos próximos seis meses, deixar de prestar serviço a uma empresa que está prestando serviço ao INSS, porque, até onde o senhor nos disse, as consultorias que eram dadas tinham relação com o INSS. O serviço prestado não tinha relação com o INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O objeto contratual não tinha nenhum vínculo com o INSS. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Ah, não? Então, esse serviço de gestão que era oferecido pela Vênus Consultoria, que o senhor oferecia... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Era para a Brasília Consultoria. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Pois é, mas não tinha nada a ver com o que a Brasília... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Brasília Consultoria tem prestado serviço a outras empresas privadas. Não tinha contrato com o INSS. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Olha, a Brasília Consultoria e a Curitiba e a Prospect, todas elas - está muito claro, Sr. Alexandre - lavaram dinheiro... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Hoje, nós estamos sabendo, Deputado. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Não, mas é o seguinte: já sabia antes... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas como é que eu ia saber quem eram os clientes dele? Eu fiz contrato com ele. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Mas o seu produto tinha... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não sou obrigado a saber quem são os clientes da minha contratante. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Olha só, eu entendo que o depoente está aqui sem habeas corpus, mas ninguém aqui é bobo. O senhor sai do INSS, deixa de ser Diretor de Integridade em abril de 2023, mas sai já com uma empresa montada para atender as empresas do Careca, com quem o senhor esteve dentro do Ministério da Previdência em fevereiro de 2023 em uma reunião de trabalho e não sabia que os serviços que o senhor ia oferecer para o Careca eram serviços para empresas como as dele, que supostamente atendiam ao INSS. Não faz sentido o senhor ter estado com o Careca dentro do INSS, dentro do Ministério da Previdência, e não saber que ele atendia ao INSS. Isso aqui é nos fazer, na verdade, de trouxas. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - No objeto contratual que eu tinha e que eu prestei serviço... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - O papel aceita tudo, Sr. Alexandre, nós sabemos que o papel aceita tudo. O objeto contratual pode dizer, pode ser muito bonito. A nota fiscal fria vem com um valor e com uma descrição que não corresponde, muitas vezes, à realidade. O que nós estamos vendo aqui é que essa quadrilha foi montada na transição do Governo Bolsonaro para o Governo Lula. Olha só a coincidência: no mesmo dia 1º de novembro, tanto a Thaisa Hoffmann, que é esposa do Virgílio, como o Alexandre Guimarães - Virgílio era Procurador do INSS e o Alexandre Guimarães já sabia que ia sair, mas era justamente Diretor de Gestão e Integridade... Aí ele monta uma empresa para receber das empresas do Careca, que são empresas de fachada, R$150 mil por mês, dos quais sobram mais de R$80 mil... E aí eu quero perguntar, Alexandre: esse dinheiro também era utilizado para pagamento de propina para algum político? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Como eu disse anteriormente, eu abro o meu extrato bancário, tanto da Vênus como o pessoal. Nunca paguei propina para político nenhum, nem para político, nem para servidor. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - E o senhor fazia saques em valores altos em dinheiro? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, não fazia saque. No meu extrato, o senhor vai verificar que todo o dinheiro recebido pela Vênus que passou para minha pessoa física era pago, ou seja, tinha gasto lá tudo... O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Então, ficava para o senhor mesmo como serviço que era prestado... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Pode, pode... Eu já abri o extrato. O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - Olha só, Sr. Alexandre, era um dinheiro que veio da roubalheira dos aposentados - R$150 mil por mês o senhor está admitindo aqui. O senhor está admitindo aqui... O senhor pode não dizer que foi tipo legal, mas é claro que o senhor infringiu a Lei 8.112, a vedação de o servidor público ser administrador de empresas que têm contrato com o Governo. É claro que o senhor infringiu a Lei 12.813, de 2013, de conflito de interesse durante o seu exercício no cargo, e depois... Pelo menos uma condenação precisa se dar de multa civil de até 24 vezes o valor da remuneração. |
| R | Mas vai mais além, porque o senhor ficava com R$80 mil, um dinheiro que foi mal havido, que foi roubado dos aposentados. E aí a gente percebe, Sr. Presidente e caro Relator, que onde tem PT, tem roubo. O pessoal se preparou, o PT se preparou para chegar e, no primeiro dia... (Soa a campainha.) O SR. MARCEL VAN HATTEM (NOVO - RS) - ... começar a roubar e passar a lavar esse dinheiro todo do roubo dos aposentados, porque é o modo do PT de agir. Infelizmente, isso aqui... Isso chega a dar um desânimo, Presidente e Relator, porque eu sei que é prática, lamentável, no poder público, esse tipo de contrato de empresa de fachada, que diz que presta serviço... Mas é um absurdo a pessoa dizer que recebia 150 mil, pagava 5 mil para outro CNPJ fazer o serviço e ficava com mais de 80, porque tem os impostos, tem não sei o que mais, e achar que isso é normal. Não é normal. Não é normal. Lamentavelmente, aqui está, mais uma vez, comprovada a roubalheira do PT, a forma como age e, sinceramente, Presidente e Relator, se há lei e justiça neste país, o Sr. Alexandre vai precisar pagar pelos crimes cometidos, pelo menos, da Lei de Improbidade Administrativa, da Lei de Conflito de Interesses... E, certamente, se houve lavagem de dinheiro e pagamento de propina, como nós também suspeitamos - houve em tantas outras empresas -, vai precisar também pagar por esses eventuais crimes de uma forma muito dura. Mas, lamentavelmente, nós confirmamos, mais uma vez, onde tem PT, tem roubo e aqui roubo do dinheiro dos aposentados. Obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Muito obrigado, Deputado Marcelo Van Hatten. Aceito, duplamente, o seu agradecimento, a sua gratidão. E passo aqui a palavra, agora, para o Senador Rogerio Marinho, por dez minutos. Em seguida, Deputado Carlos Jordy e, logo após, Deputado Ricardo Motta - Ricardo Maia -, por dez minutos. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Para interpelar.) - Motta está lá do meu estado. Bom, Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, em especial o nosso depoente, preciso dizer a V. Sa. que é importante, muito importante a sua presença aqui, despido de um escudo que é o habeas corpus, que é um direito que V. Sa. teria de pleitear. E quero dizer a V. Sa. que tem todo o meu respeito no sentido do cumprimento da Constituição, ou seja, da presunção de inocência. Dito isso, vou fazer uma pergunta a V. Sa. e depois eu quero discorrer um pouco sobre o tema, porque me parece, Sr. Alexandre, sinceramente, que, dada a importância dos fatos em que nos debruçamos, o seu papel não foi dos mais relevantes. V. Sa., na minha opinião, pelo que tenho ouvido até agora, é uma peça pequena dessa engrenagem. E aqui, nesta Comissão, nós estamos vendo, assim, uma vontade muito grande de ouvir algumas pessoas e deixar de ouvir outras que poderiam ser mais relevantes para essa investigação. V. Sa., como membro da diretoria, Chefe da Diretoria de Governança e Integridade, conhece a Comissão de Ética do Governo Federal? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Se eu conheço a Comissão? O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Que ela existe... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Existe. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Que ela funciona... A pergunta que eu faço a V. Sa., e essa foi uma preparação: o senhor não achou que essa sua transição abrupta da área pública para a privada, pelo que o senhor respondeu ao Relator - a partir de janeiro de 2023, mesmo no exercício do cargo, V. Sa. começou a ser remunerado por esses serviços extraordinários -, o senhor não acha que o senhor pelo menos deveria ter consultado a Comissão de Ética no sentido de perguntar se era necessário uma quarentena? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá. Eu acho que poderia, mas, até o Deputado anterior comentou... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Marcel van Hattem. |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... o Marcel Van Hattem. Ele falou que é vedado ao servidor público ter contratos com empresas... prestar serviço para empresas que têm contrato com o Governo. Então, mais uma vez eu repito que o meu contrato com a Vênus e com a Brasília Consultoria era privado para privado. Bom... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Eu quero dizer a V. Sa. que V. Sa., na verdade, é um produto do momento em que nós vivemos. Eu tenho escutado aqui nesta Comissão, assim, repetidamente, um discurso de que este Governo atual é um Governo probo, honesto, formado por vestais, por pessoas que não conhecem a corrupção, que não roubam nem deixam roubar, e que, quando se depararam com o problema, incontinentemente agiram para evitar que a situação perdurasse e se aprofundasse. Isso é a mais deslavada mentira! Aqui é dito também, caro depoente, que o Governo Bolsonaro preparou a situação para perpetrar esse crime hediondo contra aposentados, em desfavor de hipersufientes, de pessoas desprotegidas, e a favor de sindicatos e associações da esquerda brasileira. Isso é tão inverossímil, tão, tão maluco, que só pode ser engendrado por um cérebro que está impregnado das informações dadas pelo marqueteiro chefe, o cidadão aí, o mágico, o Sidônio, que deve estar orientando aqui a maneira como tem que se comportar a esquerda aqui nesta Comissão. Mas o mais interessante é que eles não se cansam. Eles aqui fazem uma fila numa reunião de dervixes, balançando a cabeça no mesmo ritmo e dizendo a mesma coisa. Bom, primeiro, corrupção, o Brasil e qualquer país do mundo tem. Nós temos é uma má sorte, porque, desde 2002, terminando em 24, em 20 e 26 anos, 24 anos do nosso século, a partir de 2002, 18 anos de PT. E 18 anos de PT nenhum país merece! E aqui está, ó: o ex-Ministro Paulo Bernardo, em 2010, ó: "Escândalo com consignados." Aí, dizem: "Ah, apareceu agora". Em 2010, faz 15 anos. Em 2010, descontos associativos. A manchete é: "Contribuição compulsória: aposentados são descontados sem saber e sindicatos faturam milhões", em 2010. "Idosa descobriu que teve descontos indevidos do INSS por 30 anos", após o conhecimento da fraude atual. Aí, um discurso aqui... "Nós queremos acabar com a contribuição associativa". "Projeto que acaba com contribuições vai 'sepultar movimento sindical no Brasil', diz [o atual] ministro da Previdência". Mudaram pelo peso da opinião pública. "Lula diz que se reúne 'todo ano' com a Contag, [que é] investigada pela PF e a principal beneficiária desde 1994 do desconto associativo." "Acusada de fraudes no INSS, Contag ganha de Lula dois assentos no Consea." É o prêmio. Aí nós estamos vivendo num país - e eu queria que V. Exa... a Comissão colocasse o primeiro post aí - em que a moral está sendo relativizada: - 2004: escândalo dos bingos(Waldomiro Diniz, José Dirceu); - 2005: Mensalão; - 2006: Aloprados; - 2006: Palocci (caseiro Francenildo); - 2010: Operação Porto Seguro; - Valec/Dnit (superfaturamento/propina); - Erenice Guerra, do BNDES; - Convênios irregulares no Ministério do Esporte; - Lava-Jato; - Fundos de pensão (Greenfield); - INSS; O Supremo Tribunal Federal - pode passar para a próxima... O Supremo Tribunal Federal, no início do Governo Lula, atendendo a um pedido do Partido Comunista do Brasil, suspendeu a Lei das Estatais durante quase um ano. Depois essa lei foi ratificada. Nesse meio tempo, eles fizeram o que sempre fizeram: aparelharam a máquina pública. |
| R | Estão utilizando o Estado novamente, repetindo o mesmo método em favor da perpetuação do poder; não têm projeto de país, têm projeto de poder. O STF validou depois as restrições, um ano depois, mas o que é que aconteceu? Não retroagiu no tempo e está tudo aparelhado: banco público, fundo de pensão, autarquia, a Petrobras, o BNDES. Tudo aparelhado! E qual o resultado? Está aí, déficit nas estatais, prejuízo nas estatais, má gestão, desvio de recursos públicos, malversação de recursos públicos. Vejam o que está acontecendo nos Correios. A primeira entrevista dada aqui pelo Ministro da Justiça, Lewandowski, que na época foi quem suspendeu essa situação e permitiu o aparelhamento da máquina pública, na primeira entrevista dele, quando ele foi perguntado: "Seu filho, o senhor que comanda o STF... a investigação, o Ministro da Justiça, ele é um dos principais advogados de uma dessas empresas fraudadoras". "Não há conflito de interesse". V. Sa. tem razão em dizer que não há conflito de interesse. Se o STF, através do seu Ministro Lewandowski, diz que não há conflito de interesse, se ele conduz a investigação, como é que V. Sa. poderia se comportar de maneira diferente? Infelizmente! Aí vem o STF, que é o mesmo que definiu, por 7 votos a 4, que não há conflito de interesse quando um cônjuge ou um parente atua em um processo que ele é juiz. Que país é esse?! É o país da moral do PT. A próxima, por favor. Então, nós estamos aqui num processo em que tudo isso tem causa e consequência, porque na hora que se comporta dessa forma com a administração pública, na hora que se banaliza essa situação, na hora em que se acha que está naturalizado, que é normal, que ninguém deve achar ruim o fato, por exemplo, de que nós estamos aqui imersos, sobrecarregados por um processo de insegurança que grassou no país, aí nós temos um Presidente da República que diz o seguinte: "Olha, roubar um celular não pode ser motivo para prender ninguém, porque quem roubou, certamente, é uma vítima da sociedade e utilizou essa ação para tomar uma cervejinha". Não faltaram milhares de formadores de opinião para dizer: "Olha, foi um escorregão, uma pisada no tomate". O Lewandowski está comemorando que, em 50% daquelas audiências de custódia, solta-se o criminoso. Quem está sendo protegida, infelizmente, não é a sociedade. Aí o Presidente da República vai agora à Malásia e diz a seguinte frase que do que a boca fala, o coração está repleto: "Traficante é vítima de usuário". (Soa a campainha.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Aí se faz uma grande articulação com os formadores de opinião para dizer: "Não, não foi bem assim, foi um escorregão, foi a dialética". Essa é a moral do partido, é a maneira como a esquerda enfrenta esse processo. São 18 anos de PT, este país é muito forte para aguentar isso, gente! Se aparelhou a máquina pública para se roubar, para se dilapidar patrimônio público, para se malversar recurso da população brasileira. Eu, sinceramente, fico preocupado, porque esse tipo de situação aqui é uma situação que é uma forma recorrente de comportamento que é relativizada ou é relativizado... (Soa a campainha.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - ... por setores importantes da opinião pública. Então, eu espero, de verdade, sinceramente, que as coincidências que foram colocadas possam ser esclarecidas. Como eu disse no início, e vou concluir, Sr. Presidente, a presunção de inocência é um princípio constitucional. |
| R | Eu acredito na lei, eu acredito na justiça. Agora, existe uma série de fatos, Sr. Alexandre, que mostram que há uma situação que o coloca, no mínimo, numa repetição de um padrão, exatamente o que a Thaisa faz. Ou seja, no processo de transição entre dois Governos, duas empresas são montadas e recebem recursos, fruto de desvio de finalidade dos descontos associativos. Então, esperamos que a justiça seja feita e que a disputa política se mantenha na disputa política, porque não dá para a gente ficar escutando aqui a mesma conversa todas as reuniões. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Muito obrigado, Senador Rogerio Marinho. Por dez minutos, Deputado Carlos Jordy. O SR. CARLOS JORDY (Bloco/PL - RJ. Para interpelar.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Cumprimentá-lo, cumprimentar o nobre Relator, cumprimentar também o depoente, o seu advogado. Inicialmente, eu queria aqui fazer coro aos Parlamentares do Governo sobre as convocações que foram propostas aqui, inclusive a convocação do ex-Secretário, e ex-Deputado também, Andre Moura, que possivelmente teria indicado o Sr. Alexandre em 2017 para o INSS, até porque nós não passamos pano para ninguém, não temos aqui bandido de estimação. Nós queremos apurar, de fato, quem roubou os aposentados, quem estava por trás desse grande esquema e se teve realmente pessoas que, inclusive, fizeram parte do Parlamento, estão na estrutura do poder público. Essas devem ser punidas com mais rigor ainda, ao contrário deles, que, quando há algum requerimento que os atinge, que atinge a classe política relacionada a eles, eles fazem vista grossa e fazem aqui a blindagem, como aconteceu já com diversos requerimentos, inclusive com o irmão do Lula, Vice-Presidente do Sindnapi, que foi barrado aqui; o requerimento também para obtermos dados do RIF da Sra. Danielle Miranda Fonteles, que eles barraram aqui. Também peço aqui ao Presidente para que nós possamos, na próxima reunião deliberativa, pautar o meu requerimento de convocação da Sra. Danielle Miranda Fonteles, publicitária, que já fez campanhas para o PT, que recebeu já alguns milhões, se não me engano, 3 milhões do Careca do INSS. Bom, a essa altura do campeonato, é difícil de nós falarmos aqui sem sermos repetitivos, sem abordarmos questões que já foram trazidas aqui por outros Deputados e Senadores, mas eu vou trazer novamente aqui essa famigerada foto, que, inclusive, eu trouxe também na semana passada. É que é uma foto muito emblemática para mim. Nesta foto aqui nós temos o Careca do INSS; nós temos o André Fidelis, que era o Diretor de Benefício, Dirben; nós temos aqui o Sr. Alexandre Guimarães; o Virgílio, que foi depoente também, alvo da nossa oitiva na semana passada; e o então Deputado Federal que, alguns dias após, assumiu a Secretaria-Executiva do Ministério da Previdência, o 02 da Previdência, e que hoje é o atual Ministro da Previdência, que, inclusive, fez chacota da CPMI, dizendo que nós estamos aqui fazendo pirotecnia. Eu queria questionar ao depoente o que ele estava estaria fazendo aqui nessa reunião, se ele estaria aqui entregando currículo, porque... É uma pergunta retórica, na verdade. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor. Fora do microfone.) - Já estava como Diretor... O SR. CARLOS JORDY (Bloco/PL - RJ) - É uma pergunta retórica, porque, na verdade... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... lá no final de... O SR. CARLOS JORDY (Bloco/PL - RJ) - Pois é, mas aí o senhor entra numa contradição, porque essa reunião aqui foi no dia 12 de janeiro de 2023. |
| R | O depoente disse aqui que ele fez a empresa Vênus Consultoria, aberta dois dias após o segundo turno, que ele fez essa empresa porque ele já sabia que ele seria retirado do cargo, já haveria uma reorganização por conta da mudança do Governo, mas aqui ele está numa reunião, dia 12 de janeiro de 2023, uma reunião com grandes figuras da Previdência, do INSS, figuras centrais desse esquema, figuras centrais do roubo dos aposentados. Inclusive, eu trago aqui, por exemplo, o Eric Fidelis, Dirben, que autorizou o desbloqueio em lote da Contag, e também o Virgílio, Procurador-Geral do INSS, que também endossou o desbloqueio em lote da Contag. E é bom que a população possa entender aqui o que é o desbloqueio em lote e o que é a Contag. Que entidade sindical é essa? A Contag é uma das maiores entidades sindicais envolvidas com o roubo dos aposentados, e essas duas pessoas permitiram que houvesse o desbloqueio em massa. Mais de 30 mil aposentados foram lesados em massa. Porque o Governo Bolsonaro instituiu uma instrução normativa e diversos dispositivos infralegais para determinar que os descontos começam bloqueados, e há de ser, há de ter a necessidade, é preciso que haja o aceite dos aposentados para que sejam autorizados os descontos. E essas pessoas aqui na reunião com o depoente foram responsáveis por fazer com que a Contag pudesse desbloquear mais de 30 mil descontos. E a Contag, vale destacar, tem como Presidente Aristides Veras, que é irmão do Deputado, do PT, Carlos Veras. Aqui eu trago também algumas coincidências da Vênus Consultoria que me causam muita estranheza, acredito que a todos que estão nos assistindo. A Vênus Consultoria, que foi aberta no dia 3 de novembro de 2022 - inclusive ele disse que foi no dia 1º, mas no espelho da Receita Federal está dia 3 -, ela tem uma coincidência com a Curitiba Consultoria, que é da Thaisa, que inclusive estava aqui na semana passada. Ambas foram feitas dois dias após o segundo turno e ambas receberam recursos da Prospect Consultoria e da Brasília Consultoria, que são empresas do Careca do INSS. Agora, o que mais têm em comum a Vênus e a Curitiba? Além desse fato de terem sido constituídas após o segundo turno e receberem milhões de empresas do Careca do INSS, fruto da fraude dos aposentados, ambas têm como administrador financeiro o Sr. Rubens Oliveira Costa, que também é administrador financeiro de todas as empresas do Careca. O Rubens Oliveira Costa é administrador financeiro da Prospect, da Brasília, da Vênus. Inclusive, quando cria a sua empresa Vênus, ele tem, ele coloca como e-mail da empresa, um e-mail da Prospect. É uma coisa também inacreditável! (Risos.) É mais do que um batom na cueca. |
| R | E o que é que tem em comum também essas duas empresas? Os seus proprietários, inclusive, está aqui, o Sr. Alexandre Guimarães e, no caso, a D. Thaisa Hoffmann, justificam os valores milionários recebidos com supostas prestações de serviços. A Thaisa veio aqui na semana passada e nós demonstramos aqui todo o fluxo financeiro dela de mais de 15 milhões. E ela dizia aqui, de forma muito veemente, que prestou todos os serviços e tinha provas da prestação de todos esses serviços, falando que eram pareceres médicos para idosos. E o Sr. Alexandre aqui também recebeu quase 4 milhões e fala que foram cursos de educação financeira. Agora, o que eu não entendo, uma grande coincidência também, é como, entre tantos médicos, tantos economistas no Brasil, foram escolhidos logo a Thaisa, que é esposa do Virgílio, ex-Procurador do INSS, e foi escolhido como economista para fazer os cursos de educação financeira justo o Alexandre Guimarães, que é, que foi Diretor de Governança do INSS. Não dá para acreditar que vocês acreditem que o brasileiro e que nós aqui vamos acreditar numa coincidência como essa. Mesmo que você seja extremamente competente. E, mais do que isso, além de imoral, porque você era... (Soa a campainha.) O SR. CARLOS JORDY (Bloco/PL - RJ) - ... Diretor de Governança do INSS, isso é extremamente ilegal: aceitou fazer cursos de educação financeira para empresas do Careca do INSS. E diz aqui que não sabia que estaria prestando esse serviço para aposentados, que estaria prestando essa assessoria para pessoas que estavam tendo descontos irregulares?! Aqui não tem nenhum bobo, me desculpe, perdoe, mas não dá para acreditar numa baboseira dessas. Duas figuras centrais do INSS como vocês serem contemplados com contratos milionários com essas entidades sindicais que roubaram, assaltaram os aposentados. Eu não vou fazer perguntas porque eu acredito que muito já foi respondido aqui pelo depoente... (Soa a campainha.) O SR. CARLOS JORDY (Bloco/PL - RJ) - Acredito que a única coisa que eu tenho é parabenizá-lo por ter tido aqui a postura de não vir com habeas corpus para se blindar, para se resguardar, e respondeu a todas as perguntas. Mas a meu ver - somente para concluir, Sr. Presidente -, a meu ver, seguindo a linha aqui do nosso Líder Rogerio Marinho, você é um peixe muito pequeno, tem gente muito maior para que a gente possa fazer as inquirições aqui e... O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Para concluir. O SR. CARLOS JORDY (Bloco/PL - RJ) - ... se não houve dolo da sua parte, ao menos culpa e negligência houve. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Agora por dez minutos, Deputado Ricardo Maia. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Relator, Sr. Alexandre Guimarães, Bruno, o seu advogado, demais Parlamentares, a Governança, em 19/05/2021, o senhor foi nomeado diretor; em 14/06/2021, houve uma alteração de competências relativas aos ACTs. O tema saiu da Diretoria de Benefícios (Dirben) e foi para a Diretoria de Atendimento (Dirat). Está claro que aconteceu porque a Dirben havia cancelado o ACT da Conafer. Depois da mudança, a Dirat salvou a Conafer, a mesma Conafer que é acusada de ser o maior operador financeiro do desvio dos recursos dos aposentados e pensionistas, devolvendo-lhe o ACT fraudulento. Qual foi o seu papel nessa mudança e como ela afetou a capacidade de controle de risco? |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Deputado, mais uma vez, a minha diretoria não tinha gerência nenhuma em ACTs e descontos associativos - nenhuma. Então, não tive influência nenhuma. A nossa diretoria não tinha influência em relação a isso, nem com associações, nem com sindicatos. E qual foi a outra pergunta? Eram duas, né? O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Em relação ao ACT, que a Conafer recebeu, que foi cancelado pela Dirben, foi tirado da Dirben e botado na Dirat. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu era Diretor de Governança. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Que tipo de serviços a empresa do senhor prestava, a Vênus Consultoria? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Era educação financeira, com as informações atualizadas dependendo do dia a dia, desde investimento... Como é que é? Investimento... Eu reproduzia material de educação financeira. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Quantos clientes o senhor tinha nessa empresa do senhor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A única era a Brasília Consultoria. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - O Careca do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu evito falar esse... O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Ele também não gosta não de ser chamado de Careca do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, mas eu evito. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Ele ficou bem nervoso. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu evito. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - O Sr. Rubens Oliveira Costa afirma ter sido convidado pelo senhor para abrir a Vênus Consultoria e receber R$7,5 mil por mês como diretor. O senhor confirma isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Está correto. Está correto. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Qual é a função real dele? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele é que fez a abertura das empresas, fazia toda a parte administrativa da empresa, geria os impostos. Toda a parte administrativa e de gestão ele é que fazia, ele era o responsável. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Quem o remunerava? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Vênus remunerava ele por R$7,5 mil. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Segundo ele, teria havido reuniões no mês de agosto para tratar do encerramento das atividades com o desdobramento da Operação Sem Desconto. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Correto. Correto. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Em relação ao Sr. Antônio Carlos Camilo Antunes, o operador, o Careca do INSS, quando e por intermédio de quem o senhor conheceu o Sr. Antônio, o Careca? E vocês são amigos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nos tornamos, vamos dizer, quase amigos, não de frequentar a casa um do outro, mas éramos bem conhecidos. Mas eu conheci o Antônio lá na distribuidora da QI15 do Lago Sul, chamado por um amigo em comum para tomar uma cerveja e lá nós nos conhecemos. E lá eles tinham uma possibilidade de um projeto para exportação de frutas do Nordeste para a China, e ele queria fazer uma estrutura financeira. E esse meu amigo, sabendo que eu era do mercado financeiro... Eu fui lá, escutei, vi se tinha a possibilidade de fazer alguma estrutura, algum ativo do mercado e foi isso. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Foi o Sr. Careca do INSS que apresentou o Sr. Rubens Oliveira para o senhor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi. |
| R | O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Por que a sua empresa Vênus e a Prospect, de propriedade do Sr. Antônio Carlos Camilo e seu filho, tinham os mesmos e-mails de recebimento? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Quem fez a abertura da empresa, ou seja, foi a contabilidade. No início, nós não tínhamos... Assim que a empresa foi aberta, nós não tínhamos e-mail ainda. Ele, para poder fazer o registro, ele colocou esse e-mail. Mas foi a contabilidade. Depois que eu fiquei sabendo que esse e-mail estava... E foi alterado logo em seguida. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - A Vênus Consultoria, no meu pequeno conhecimento investigatório, porque sou um Parlamentar, ela foi criada, exatamente, com um fim. Qual o fim? De dar uma consultoria. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - De atender a empresa do Antônio e na produção de produtos que iriam fazer parte da APP que ele possuía, de benefícios. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - No meu pequeno entendimento, a Vênus prestou serviço ao Careca do INSS, não de relatório médico nem relatório de aposentadoria. No meu entendimento, ela foi criada para colocar a parte obscura financeira do Careca do INSS, prestando serviço de economista. Como tinha um volume de milhões, de bilhões de reais, ele precisava de alguém com a expertise para poder ocultar a ilegalidade do recebimento dos recursos dele. Esse é o meu entendimento. É isso que a Vênus Consultoria, no meu entendimento, prestou serviço ao Careca do INSS. Presidente, quem responde é o advogado ou o Sr. Alexandre? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Fora do microfone.) - Ele não está respondendo. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA (Fora do microfone.) - Eu não estou respondendo. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Eu estou aqui acompanhando as orientações. Não tem nenhum conteúdo de resposta. Pode ter certeza de que eu estou bem atento a isso. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Pronto, Presidente. Obrigado. O Deputado que antecedeu aqui, algum deles... Eu venho me colocando um pouco neutro na questão de dizer aqui que a culpa é de governo ou de presidente A ou presidente B, já desde o início da CPMI, porque a gravidade aqui não é política, ela é social, econômica e financeira; é muito maior do que qualquer sigla partidária. Mas um Deputado, na própria fala dele, diz que se começou no Governo Bolsonaro. Fato. Foi criado um esquema fraudulento no final de um governo. Por que, Ricardo Maia, foi criado no final de um governo? No final de um governo que se finaliza, tinham que achar superfície para eles continuarem mantendo o que já vinha tendo durante os quatro anos do Governo Bolsonaro. E aí criou n empresas durante, depois das eleições. Aí querem dizer que foi o Governo Lula. Como o Governo Lula vai criar empresas que o senhor era funcionário do Presidente Bolsonaro, como vários outros que passaram aqui e são ligados às pessoas que eram do Presidente Bolsonaro? Nunca citei, mas aqui, se querem colocar, o senhor é correligionário do Presidente Bolsonaro. Vários reposts o senhor fez, não foi post de cada um, foi repost que o senhor fez... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - São três aí só, né? O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - Exato. Basta um para dizer a posição política - não precisa de três, não -, a posição política do senhor, mas o senhor tem o direito democrático de escolher em quem o senhor vota, independentemente de se ocupa cargo comissionado ou não. Também em relação à questão do histórico curricular do senhor, é muito fantasioso, né? Tanto nós políticos, como também as pessoas que estão nos assistindo sabem que, para conseguir um cargo, seja no Governo Federal, no governo estadual, no governo municipal, ele tem que ter indicação, seja de Vereador, de Governador, de Presidente da República ou de Deputado Federal. |
| R | O currículo do senhor - parabéns! - é um excelente currículo, mas o senhor teve indicação política, não tenho dúvida disso. Não adianta, aqui, alguém querer dizer que não teve, porque teve, sim. Em relação ao que se fala aqui muito do Governo, que querem jogar do Governo para o Presidente Lula, o Ministro da Justiça, o próprio Ministro da Justiça... (Soa a campainha.) O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - ... do Governo Bolsonaro... (Soa a campainha.) O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - ... deixou o Governo Bolsonaro esbravejando, aos quatro cantos da mídia nacional, porque deixou o Governo... Porque o Presidente Bolsonaro não queria que investigasse corrupção no Governo dele. Isso é fato. E ele está aqui na Comissão, pertencendo à Comissão. Secretário, também da pasta da Previdência Social, que está aqui também, pertencente a esta Comissão. Um Ministro, que era do posto Ipiranga... Por que também não identificaram essa roubalheira que teve durante os quatro anos do Governo Bolsonaro? Mas, no Governo Lula, quando a CGU e a Polícia Federal acionaram as buscas e investigações, não houve impedimento do Presidente da República, nem de Ministro da Justiça e de nenhum ministro, tanto que as investigações estão aí e foram feitas. Em relação... Para encerrar, Presidente, em relação à quarentena, a lei é clara, é nítida, o senhor não poderia nem ter dialogado com o... (Soa a campainha.) O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - ... maior esquema, o maior fraudulento que era o Careca do INSS, por isso que ele está naquela foto... O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Para concluir. O SR. RICARDO MAIA (Bloco/MDB - BA) - ... ele queria levar essa fraude para o outro Governo e entrou no outro Governo, por intermédio de quem eu não posso lhe dizer, mas a CPMI vai declarar. Obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Muito obrigado, Deputado Ricardo. Passo a palavra ao Coronel Chrisóstomo, por dez minutos. Como é praxe: atenção, Rondônia. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente. Eu gostaria de fazer uma questão de ordem antes, Presidente, me permite? O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Pode utilizar o tempo da... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Eu gostaria de explicar para o Brasil, porque muitos têm me perguntado, não só no meu Estado de Rondônia... As pessoas perguntam: "Deputado, por que o senhor fica de pé para falar?". E eu, Relator, tenho que responder para eles, agora pela primeira vez, e vou explicar, senhores. Eu fico de pé porque eu sempre realizei isso durante meus bancos escolares, durante minhas faculdades. Todas as vezes que eu falava com os professores, eu ficava de pé porque, nas escolas militares, nós consideramos os professores a sumidade, temos um respeito profundo pelos professores, por isso que, na hora em que nós vamos tratar com os professores, tratar com eles, que são os nossos gestores ali naquela sala... São autoridade suprema. E os bancos escolares das escolas militares, das faculdades militares, prescrevem isto: ao falar com essa autoridade, fique de pé e dê as respostas necessárias. Então, eu gostaria de passar isso para o Brasil. E, aqui, por que eu fico de pé? Em respeito ao meu povo de Rondônia e em respeito a todo o povo brasileiro - esse é o motivo pelo qual eu fico de pé. Excelência, agora o senhor poderia me passar o meu tempo para eu falar? (Intervenções fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Já... O seu tempo já está... (Intervenções fora do microfone.) O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Não, não. Tem que zerar... O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - É porque, na questão de ordem, não foi citado o artigo. |
| R | O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Não, eu pedi uma questão de ordem, Excelência. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Não, pode ficar à vontade. Fale, e a gente... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Não, mas... O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - O senhor ainda tem oito minutos. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - É melhor, senão os Parlamentares vão achar ruim, Excelência. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Mas é porque não foi questão de ordem. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Não, não, a questão... Pela questão de ordem... O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Não teve artigo. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - É pela ordem, Excelência. Eu pedi uma coisa, não estou no discurso, não. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Não tem esse papo furado. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Não, não, eu não estou no discurso, Excelência. Eu pedi... O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Coronel, posso fazer o seu tempo. Fique tranquilo, faça aí o seu tempo, por gentileza. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Sim, senhor. Então... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - Ele vai lhe dar um minuto então. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Pode começar. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Mas eu falando com o senhor... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Está passando o tempo, hein? (Tumulto no recinto.) O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Eu falando com o senhor, falou que passamos dois minutos. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Pode continuar. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Sim, senhor. Então, bom, senhores e senhoras, ouvi, semana passada: "Traficante é vítima dos usuários". Meu Deus do céu! E quem falou isso foi um Presidente da República. Isso envergonha todos nós brasileiros. Que triste, senhores, nós ouvirmos isso de um Presidente da República! Que tristeza e que vergonha! Sr. Alexandre, não sei ainda se o senhor recebeu mais de 2 milhões do Careca do INSS de forma ilegal, sabendo que ele é um dos patrões do roubo dos aposentados, dos nossos idosos, das nossas crianças, doentes e deficientes físicos. Eles merecem todo o nosso respeito. Mas diante disso que eu falei, parece que o senhor está enrolado. Parece que o senhor faz parte desse rolo do Careca do INSS. Parece, eu não posso afirmar ainda. Nós Parlamentares estamos aqui sempre focando os nossos idosos, porque eles que são a vítima desse roubo dos aposentados. Eles, na verdade, merecem dignidade. Os nossos idosos merecem o nosso respeito, o nosso apoio humano, nossa atenção ao máximo. Mas os que roubaram e roubam essas pessoas cometeram esse crime sem dó, sem qualquer respeito a essas pessoas. Um crime potencializado no Governo do Lula, o barbudinho mentiroso, os ladrões dos nossos idosos e idosas. Muitos desses velhinhos são avós que pagam a faculdade dos seus netinhos e netinhas. Muitos deles, desses idosos, são quem coloca o pão com o leite de cada dia na sua família, para atender a sua família, que já vive numa situação precária. Muitos desses aposentados são os que pagam o transporte público para atender o seu netinho ou seu filhinho - do transporte público -, fruto do seu trabalho ou fruto da sua aposentadoria. Assim fazem os idosos que estão sendo roubados. |
| R | E esse pouco dinheiro atrapalha a vida desses idosos para atender a sua família, o remédio, que às vezes não é só para ele, é para a sua família. Esses aposentados, que ajudam a comprar o ovo de cada dia para as suas famílias - eu estou falando como o povo pensa -, ovo, porque não tem a picanha prometida pelo Presidente do Brasil, que mentiu ao povo brasileiro mais pobre, dizendo que ia ter picanha na sua mesa. Eu estou falando a voz do povo. O senhor, Alexandre, ouviu muitas falas aqui, mas fale para os velhinhos, aposentados e pensionistas, da minha Rondônia e do Brasil, sobre esses descontos. Iniciaram em que Governo? Quando é que bombou? Me diga. Quando, os descontos, mais o senhor viu? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Do segundo semestre de 23 para a frente. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Ah, agora, sim, Brasil! Então, foi no Governo do Lula que o roubo potencializou. É isso o que o senhor quer dizer? Por favor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Pelo gráfico aqui apresentado, então, a partir do segundo semestre de 23... Começou em 22, 23, depois explodiu no final de 23 e 24... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Explodiu em 23? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... através dos gráficos aqui apresentados. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Ah, sim! Então, o Brasil agora está sabendo a verdade. Muito bem. O senhor soube, ou viu - ou viu - roubos dentro do INSS? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Na área de governança, nós tínhamos uma coordenação que era contra a fraude. Então, a gente escutar isso... A gente estava trabalhando contra isso. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Então, o senhor escutou? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nós tínhamos a de BPC e de seguro-defeso. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - A pergunta é: o senhor escutou sobre roubo no INSS? Sim ou não? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, sobre roubo, não; irregularidades... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Sim. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É exatamente... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Ah, obrigado... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu falei, anteriormente, que tinha... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Obrigado. Irregularidades, sim O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... uma senhorinha com 50 identidades. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - O senhor soube ou viu transações de roubos... (Soa a campainha.) O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... em associações e sindicatos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não tinha conhecimento. A minha diretoria não lidava com sindicato, nem a associação, nem ACTs. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - O.k. Quando o senhor soube que estavam roubando os nossos aposentados? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Quando veio a Operação Sem Desconto. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Ah, muito bem. Quando a Polícia Federal agiu, né? Agiu porque este Governo estava escondido. Inclusive o Ministro tinha conhecimento. O Ministro Lupi tinha conhecimento, ficou caladinho, sabendo do roubo, e nada fez. E aí veio a Polícia Federal e botou... (Soa a campainha.) O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... ordem na casa. O que o senhor pensou sobre esses roubos, sabendo que o Careca do INSS é o principal gestor do roubo dos nossos vulneráveis, já que o senhor recebeu recursos diretamente dele? O que o senhor pensou quando o senhor soube disso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, esse... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Fale para o Brasil, hein! O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Esses descontos... Ninguém pode concordar com isso. A gente fica estarrecido com o que aconteceu. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Sim, senhor. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Coronel, para concluir. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Então, muito obrigado. Então, o senhor ficou estarrecido com o roubo porque o senhor também recebeu um dinheiro do Careca. Então... Não, o senhor recebeu sim. Então, Brasil, é o que nós temos dito. Muita gente sabe, mas não fala. E mesmo o senhor recebendo... (Soa a campainha.) O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - ... diante dos outros, um pouco menos de dinheiro, eu acredito que o senhor tem que dar muita explicação para a Justiça, porque há indício de que o senhor recebeu dinheiro ilícito. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Obrigado Coronel. Obrigado. Agradeço, Coronel, pela pergunta. Antes eu queria só fazer um esclarecimento aqui, duas questões importantes de serem pontuadas. Quando o Deputado Coronel Chrisóstomo fez o questionamento sobre quando iniciou o período de fraudes, quando iniciaram esses descontos indevidos. Você pode confirmar qual o período que você respondeu ao Coronel? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Fora do microfone.) - Ele falou quando explodiu. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - No microfone, por favor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O Deputado... O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Só um momento. Deputado, você pode só repetir esse questionamento, por gentileza? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele falou quando explodiu. Não foi isso, Coronel? O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Vou fazer novamente a pergunta para não ficar dúvida (Fora do microfone.) porque eu sei que o Presidente está preocupado com o Brasil. Eu perguntei para o senhor, Alexandre, qual foi o momento em que mais explodiu o roubo dos aposentados? Aí a resposta que eu entendi... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Diante do gráfico aqui apresentado, a gente vê um crescimento bastante exponencial... É final de 23 em adiante. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Pronto, está explicado. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Houve um crescimento em 22 e 23, mas explodiu... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Está explicado, Excelência: no Governo Lula! O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Eu faço esse questionamento só para esclarecer realmente. A informação que nós temos também, com base na documentação, é que no período de 2021 a 2023, a Ouvidoria do INSS informou o recebimento de 762 manifestações envolvendo esse tema do desconto da mensalidade. Foi nesse período em que você estava... Acerca desse período é que você estava à frente da diretoria. Não é isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Em 21 e 22. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - E aí tem ciência do recebimento... Eu estou fazendo a pergunta para ele, Doutor. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Excelência, mas ele está falando de quando era... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Só um momento. É com base na sua pergunta. Só preciso deixar clara essa questão. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Está certo. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Foi com base nesses... Após essas denúncias... Você recebeu na sua diretoria, essas denúncias; então, tem ciência delas. Não é isso? O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Pela ordem, Presidente. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu recebi as denúncias... Eu recebi não, as denúncias são realizadas pela ouvidoria. Todas as denúncias, nós... O nosso papel é repassar as denúncias para os órgãos competentes para respondê-las. Então, não é que eu soube de... Ou seja, eu tenho conhecimento que tem. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Não, perfeito. Era só para registrar. Então, você recebeu a denúncia e encaminhou para a ouvidoria. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A própria ouvidoria faz isso. Não passa por mim. A gente recebe a denúncia e passa à diretoria competente. Eles mandam a resposta para a ouvidoria, e a ouvidoria responde. Não é que eu, como Diretor, recebia as denúncias. É a própria ouvidoria, já é automático. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Pela ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Deputado Dorinaldo. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP. Pela ordem.) - Presidente, só para esclarecer. Eu acho que cabe a esta CPI estabelecer um cronograma. Nós aqui estamos apurando o Sr. Alexandre Guimarães, que passou pelos governos do Temer, pelo Governo do Bolsonaro, sai com três meses de Governo Lula, na transição. É isso? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Correto. O SR. DORINALDO MALAFAIA (Bloco/PDT - AP) - Por que isso? Por que eu falo isso, Presidente? Porque tem que ficar com muita honestidade para fora, porque tem gente gritando coisas absurdas aqui. Tem que ter responsabilidade enquanto Parlamentar. Não procede, não procede que houve continuidade das atuações do senhor no Governo Lula. |
| R | O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Sr. Presidente, nós, ao invés de estarmos escutando o depoente, nós estamos entrando em discussão novamente. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Peço, peço... O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Eu quero só explicar, não quero atrapalhar o senhor, não. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Não, já foi feita a explicação. Eu fiz a questão de registrar. O SR. CORONEL CHRISÓSTOMO (Bloco/PL - RO) - Entendi. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - O Dorinaldo levantou uma questão pela ordem, foi feito o registro. Agora, por dez minutos, a Senadora Soraya. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA (Fora do microfone.) - Presidente... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS. Pela ordem.) - Eu vou... Presidente, eu vou passar a minha vez para o Deputado Kim, porque eu acabei de receber uma documentação, ainda estou averiguando, o.k.? Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Então, em razão dessa suspensão, ele pede esse segundo de intervalo. A gente abre esse segundo de intervalo. (Suspensa às 20 horas e 40 minutos, a reunião é reaberta às 20 horas e 45 minutos.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Informo aos Deputados, Deputadas, Senadores e Senadoras que a assessoria jurídica do Alexandre Guimarães acabou de compartilhar com essa CPMI os atos constitutivos da Vênus Consultoria, o contrato com a empresa do Careca... E tem um terceiro documento, né? (Pausa.) O contrato social. Somente o contrato social, não é isso? (Pausa.) Contrato social. (Pausa.) Contrato social e o CNPJ. Então, está compartilhado já com as assessorias de V. Exas. (Pausa.) Autuado na Comissão, nos documentos, no DOC, está tudo compartilhado com V. Exa. Caso queiram fazer a leitura antes da oitiva, fiquem à vontade. Por dez minutos... O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Presidente, podia só para... Quantos têm inscritos ainda hoje? O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - Mais seis. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Agora, por dez minutos, o Deputado Kim Kataguiri. Deixe-me fazer logo a leitura de todos aqui, só para... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - Presentes aqui, seis ou sete. O SR. PRESIDENTE (Duarte Jr. Bloco/PSB - MA) - Deputado Kim Kataguiri; em seguida, Deputado Sidney Leite, Evair Vieira de Melo, Senador Randolfe, Senador Sóstenes, Deputado Luiz Lima, Senador Marcos Rogério, por fim, Senadora Soraya Thronicke e Delegado Caveira. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - E pelo tempo de Líder. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - Perfeito, pelo tempo de Líder. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - No caso, esse Presidente que vos fala. Então, por dez minutos, Deputado Kim Kataguiri. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP. Para interpelar.) - Presidente, depoente, defesa... O senhor confirma que chegou à diretoria da Infraero - salvo engano, me corrige se estiver errado -, depois à diretoria do INSS, segundo o senhor, espalhando currículos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Está ligado? Está ligado. Eu fiquei de 2012, 2013... A minha empresa, na época, a AEG Investimentos... O mercado ficou bastante ilíquido - as operações eram quase zero -; então, eu sempre estava enviando currículo. Não foi em seguida, em 2017, eu sempre estava enviando currículos; e foi através do currículo que me contactaram. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Eu pergunto porque todo mundo aqui é Parlamentar e sabe como é que funcionam as indicações políticas. E sabe que, por trás de toda indicação política, tem um interesse. Por exemplo, se há uma indicação para o Ministério do Esporte, o Parlamentar quer aparecer do lado do ministro do seu partido, entregando as quadras, aparecendo junto com as obras... Se está dando Bolsa Atleta, quer aparecer junto, quer capitalizar politicamente naquilo. Um Parlamentar não nomeia alguém para um cargo estratégico a troco de nada. E eu não digo "a troco de nada" por questões não republicanas; acabei de dar um exemplo republicano. Acabei de dar um exemplo republicano: um partido pode querer nomear um Ministro do Esporte para entregar obras, estar ao seu lado e render os seus dividendos políticos. |
| R | Eu não consigo enxergar qual seria o ganho republicano para um Parlamentar indicar um diretor do INSS. Qual é o benefício que um Deputado tem para chegar a gastar o seu capital político para chegar até o ministro ou para chegar até o Presidente da República e falar: "Eu quero indicar uma diretoria do INSS". O que o Parlamentar faz de republicano ao lado de um diretor do INSS que justifique ele queimar o seu capital político para fazer essa indicação? O senhor entende o meu raciocínio? Por qual razão um Deputado indicaria o seu nome para ser um diretor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não sou Parlamentar. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Sim. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá? Então, em relação, vamos dizer, a esse último cargo que eu assumi, que é a Diretoria de Governança, que está bastante em pauta aqui, qual que era a diretoria que eu estava assumindo? Eram três, quatro funcionários, servidores do INSS. Eu estava... eu ia montar essa diretoria. Quer dizer, então, nós passamos ali, tinha um projeto de integridade que a gente montou para ser... O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Não, mas, o senhor me perdoe, a resposta do senhor de que ela tinha pouca estrutura só aumenta a desconfiança, porque por que um... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas eu não vejo vantagem, qual vantagem que a pessoa que iria.. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Exato. Daí o ponto... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não tive nenhum compromisso. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - ... daí o ponto aonde eu quero chegar: de maneira republicana, não haveria por que fazer essa indicação. Sem um retorno político não haveria por que fazer essa indicação. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas não houve, não houve nenhuma contrapartida ou solicitação de contrapartida. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Assim o senhor diz. Salvo engano - mais uma vez, o senhor me corrija se estiver errado -, quando o Relator perguntou sobre o contador da Vênus, o senhor disse que não conhecia? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não conheço ainda. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Ué, a Vênus não é sua empresa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É minha empresa, mas quem era o administrador era o Rubens, ele que fez o contrato com a contabilidade... O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Sim, mas a empresa... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... que ele já usava para outras empresas, então... O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - ... a empresa só tem você e só tem o Rubens... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas não conhecia, Deputado. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - ... e aí o contador você não conhece, da sua própria empresa. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Deputado, eu conheço até hoje. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Não, o senhor me desculpe, mas isso me parece, assim, no mínimo... Talvez você possa até receber um processo do Ministério Público de gestão temerária, porque... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu estou aqui para falar a verdade, mas é ... O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - ... não faz o menor sentido o senhor não conhecer. Era... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas é verdade. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - ... a sua única empresa, você não tinha mais nenhuma empresa à época, correto? (Intervenção fora do microfone.) O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - E o contador da sua empresa que você tirava... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não conheço ainda. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - ... salvo melhor juízo, 80, R$85 mil líquidos por mês em média, o senhor não conhecia o contador? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não conhecia, não; não conheço ainda. E quem cuidava dessa parte administrativa para mim era o Rubens. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Muito bem. O senhor confirma que consta no cadastro da Receita da Vênus Consultoria que o e-mail seria financeiro@prospectconsultoria.com? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, isso aí depois eu fiquei sabendo disso, eu fiz a consulta. E quem... o contador, quando abriu a empresa, a Vênus, ele colocou esse e-mail, que depois foi trocado, ele foi mudado, mas ele para fazer... O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Mas você perceba... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... para fazer o cadastro ele usou esse. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Perceba como soa mal: o senhor chega a uma diretoria do INSS por indicação política - e, mais uma vez, repito: ninguém aqui é menino de achar que um Parlamentar queima capital político, a troco de nada, para fazer uma indicação. Segundo, você monta uma empresa. Essa empresa tem o administrador indicado pelo Careca do INSS, que é o sócio administrador da empresa. Aí o e-mail... essa empresa recebe recursos de uma empresa do Careca do INSS. Não bastando isso... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Recebe recursos, não; recebe pagamentos de serviços prestados. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Perfeito, que não deixam de ser recurso. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sobre... por serviços prestados. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Não, tudo bem, a título de quê... estou falando que recebe, recebeu recurso. E aí o e-mail cadastrado da empresa é da mesma empresa enrolada do Careca para fazer diversos pagamentos. Você entende? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Deputado. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Coloque-se no meu lugar, Alexandre Guimarães. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu estou, eu estou... O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - É complicado para eu não desconfiar. |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Estou me colocando no seu lugar. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - É complicado para mim não desconfiar, não achar que tem uma coisa muito esquisita nessa história toda. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Com toda certeza, absoluta certeza. Mas acontece, a verdade... Foi aberta a empresa; o Antônio que indicou o Rubens; o Rubens fez a abertura da empresa, e quem fez a contabilidade, que era a Voga... Ele, a contabilidade, na hora de registrar a empresa, num cadastro, nós não tínhamos ainda e-mail; então, ele colocou, a contabilidade, colocou o e-mail da Prospect que depois nós trocamos. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Eu entendo, mas assim não ter o e-mail também é uma resposta frágil, porque qualquer um abre um e-mail a qualquer tempo, no nome de qualquer empresa. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nós fizemos isso logo depois. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Tudo bem. O senhor confirma que a Vênus Consultoria recebeu 13 transferências, via Pix, da Brasília Consultoria, totalizando R$2.028.723,60? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não; não foram três... Foram pagamentos mensais... O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Foram 13. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foram 13 o quê? O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Foram 13 transferências, via Pix. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foram mais. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Foram mais? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foram, porque foi de fevereiro de 2022, até abril de 2025. Então, nós temos mais... Foi tudo através de Pix e notas fiscais emitidas. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Perfeito, mas você confirma o valor: 2 milhões... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foram 3 milhões e... O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Foi mais. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Acho que foi mais que isso. Foram 3,7 milhões. Dá uma média de R$150 mil por mês. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Tá. O que eu estou separando aqui, o recorte temporal aqui, só para o senhor ter claro, é: após a deflagração da Operação Sem Desconto, houve... Após a deflagração da operação, houve 13 transferências, via Pix, no valor de, mais ou menos, R$2 milhões? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. Depois da deflagração não há nenhuma. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Nenhuma transferência depois da deflagração? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nenhuma. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Não, é isso que nós temos na quebra de sigilo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Pode... Eu abro o sigilo, inclusive. Eu já falei com o Presidente que eu abri, da empresa e a minha pessoal. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Um dos últimos pontos, que para mim é o que mais chama a atenção, de longe... O senhor afirmou aqui que contratava o material de uma empresa terceirizada, por R$5 mil. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu participava da condução desse programa. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Participava como? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Essa empresa, Investforma, quando foi aberta, ela abriu numa sala que era da minha empresa, AEG Investimentos, lá para trás. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Certo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, quando houve essa possibilidade, eu contratei essa empresa... Eu ia inclusive ser sócio. Não fui sócio porque não quis, mas estava sempre com a pessoa responsável lá, e a gente trocava ideias do que seria o assunto a ser produzido. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Certo, mas vamos voltar... O senhor contratou essa empresa terceirizada, por R$5 mil, da qual você não era sócio - disse que poderia ser, mas não era sócio, de fato. Não era sócio. Aí afirmou que depois vendia o que você comprava por R$5 mil, por R$150 mil, o que mais uma vez... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi uma média, né? O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Em média R$150 mil. O que... Mais uma vez, Sr. Alexandre, fica muito difícil a minha situação, porque, veja, não é razoável. O senhor disse que vendia... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso foi o que ocorreu, Deputado. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - ... que vendia serviços sobre educação financeira. Há ampla oferta no mercado de serviços... Basta dar um Google que você encontraria - você comprar um pacote de R$5 mil para servir para várias pessoas. Aí você está me dizendo que, quando você respondeu ao Relator, você disse: "Ah não, mas o Careca não conhecia, eu era do meio, eu sabia quem prestava esse tipo de serviço". (Soa a campainha.) O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Mas esse é um tipo de serviço que você dá um Google e você encontra, pelo mesmo valor ou por valor inferior. Aí o que você disse é o seguinte: "Eu paguei R$5 mil para a empresa terceirizada e vendi por R$150 mil, em média". E uma coisa... Eu repito, Presidente, uma coisa que eu disse aqui em reuniões anteriores... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - A TV Senado está perdendo a chance de fazer o Shark Tank aqui, porque, assim, é só empreendedor de sucesso. |
| R | Veja, a Berkshire Hathaway, do Warren Buffett, teve o retorno do investimento, Presidente, de 24%. No negócio narrado aqui pelo Sr. Alexandre Guimarães, ele teve um lucro de 2.900% - assim, não é verossímil - em cima do valor bruto, em cima do valor que foi adquirido da empresa terceirizada para aquilo que foi vendido, né? Então... (Intervenção fora do microfone.) O SR. KIM KATAGUIRI (Bloco/UNIÃO - SP) - Em cima do valor. Não estou dizendo que foi... É claro, não estou... Mas eu quero só reforçar, Presidente, se o senhor me concede mais 30 segundos, que eu concordo plenamente com o que foi dito pelo Relator: nós devemos votar e nós devemos chamar, sim, nesta CPMI, o Vice-Líder do Governo, do PDT do Maranhão, o Senador Weverton Rocha. O Governo conseguiu blindar a convocação do Gustavo Gaspar, o Governo conseguiu blindar a do Paulo Boudens, mas, assim, não faz o menor sentido a gente ter duas indicações em postos-chave do INSS feitas pelo Senador - e o Senador, mais uma vez, que me processou, porque ele não gosta que diga que ele foi o primeiro citado nas investigações da CPMI do INSS. O Senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão, Vice-Líder do Governo Lula, não gosta que digam que ele foi o primeiro citado na CPMI do INSS. Peço que os senhores não façam isso, para não serem processados como eu fui. Mas eu acho de fundamental importância escutar o Senador aqui em uma convocação. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado a V. Exa. Eu vou passar a palavra ao Vice-Presidente da CPMI, o Deputado Duarte Jr. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA. Para interpelar.) - Sr. Presidente, eu começo iniciando os questionamentos aqui ao Sr. Alexandre e peço que ele me defina, de forma clara e objetiva - eu estou aqui, ao seu lado direito -, em três palavras... Se pudesse sintetizar em três palavras a sua função enquanto Diretor de Governança e Integridade do INSS, quais seriam essas três palavras, essas três definições? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - O próprio nome da Diretoria: governança, gestão e integridade. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Integridade. Nesse aspecto, dentro da sua direção, qual era a sua relação no que diz respeito aos ACTs, aos Acordos de Cooperação Técnica? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nenhuma. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Não tinha nenhum tipo de poder de gerência, de autorização... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nenhuma. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Não passava pelo seu poder de decisão? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nada, nada, nada. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Nunca ouviu falar em ACT? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É lógico que eu já ouvi, porque ACTs têm diversos, não é só com associações. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ACT diz respeito a associações? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Associações eu não conhecia, ou seja, não... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Então, o senhor, como Diretor de Integridade... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O único ACT com que eu tive proximidade foi o ACT com as Prefeituras naquela época. Foi um dia em que eu substituí o Presidente em relação à gente arrumar um espaço de treinamento para servidor de uma Prefeitura... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Mas, como Diretor de Integridade e Governança do INSS - não é de um setor do INSS, é governança e integridade do INSS como um todo -, nunca ouviu falar sobre os ACTs, os Acordos de Cooperação Técnica, que dão autorização às associações... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, lógico. Eu conheço... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Só um minutinho... Deixa eu só fazer a pergunta para você poder responder o que eu pergunto, não o que acha que eu vou perguntar. A questão é: sobre os Acordos de Cooperação Técnica com as associações, em nenhum momento, ouviu falar sobre esses ACTs? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ouvi falar, mas nunca participei. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Ainda nessa linha de questionamento, sobre a Prospect Consultoria, você sabia que a Prospect recebia valores dessas associações? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Já ouviu falar da Prospect? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Já, porque é do Antônio. Inclusive, eu tive alguns recebimentos, porque o contrato é com a Brasília Consultoria, e teve alguns pagamentos feitos através da Prospect, que era do grupo do Antônio. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Então, vamos lá. Você quer nos convencer, quer que, de fato, a gente creia que você, como Diretor de Integridade do INSS, sabia que essas associações existiam, mas não sabia que essas associações, essas entidades realizavam descontos nas contas dos aposentados? |
| R | O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Que havia desconto sim; de irregularidades, não. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Então, sabia que havia descontos. E sabia, então... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A associação não tinha descontos. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ... que essas entidades fazem descontos na conta dos aposentados. Disso tem ciência? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sim, sim. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Perfeito. Nessa mesma linha, como Diretor de Integridade, como é que explica não ter identificado nenhuma irregularidade nessa magnitude? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Quem cuidava de todos os ACTs era a Diretoria de Benefícios. Nós não tínhamos, mais uma vez, ingerência nenhuma em relação à Diretoria de Benefícios, nem de ACT, nem de... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Mas, vamos lá, quando se fala de integridade do INSS, é importante, para que nós possamos preservar a integridade do INSS, que saiba o que os órgãos de fiscalização e controle, o que a sociedade, através dos controles que a sociedade exerce, pensa sobre a atividade do INSS. Concorda? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Concordo. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Sobre as denúncias que chegam através das ouvidorias, você nunca ouviu nenhuma dessas denúncias? Nunca soube de nenhuma dessas denúncias? Nunca teve a curiosidade de saber? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não posso, Deputado, confirmar agora, porque já tem dois anos e tanto que eu saí de lá. A Ouvidoria foi montada por nós lá dentro do INSS. Nós trouxemos a Ouvidoria para o INSS, ou seja, as reclamações iam direto, a própria Ouvidoria fazia isso. A Ouvidoria era um setor que era protegido, até para ninguém se envolver. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Então, você afirma que a Ouvidoria foi criada durante a sua direção? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Foi trazida para o INSS, porque a Ouvidoria anteriormente era vinculada ao ministério em que o INSS estava. Então, na época do... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Foi para dentro da sua gestão? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... Presidente Oliveira, ele fez questão de que nós trouxéssemos a Ouvidoria para dentro da Governança. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - É mais um motivo que, assim, depõe contra o senhor, porque, se durante a sua gestão a Ouvidoria é trazida para dentro do INSS, é óbvio que você tem que dar mais atenção ainda para aquilo que vem através da Ouvidoria. E foi exatamente na sua gestão que houve um crescimento de 762 manifestações, denúncias envolvendo especialmente as mensalidades associativas. Então, como você sabe que as associações fazem descontos na conta do aposentado, se esses aposentados estão reclamando desses descontos, como é que você negligencia, como você prevarica, como você nada faz, como você quer nos convencer de que não tomou ciência, nada fez, porque não deu o valor devido a essas denúncias? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O tratamento das denúncias era realizado lá na Ouvidoria. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Isso já ficou claro. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Exatamente. A Ouvidoria manda para o órgão que... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Mas você, como Diretor de Integridade... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Diretoria responsável... Nem todas chegavam para mim, ou seja, isso aí era um trabalho automático... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Mas algumas chegavam então? Nem todas chegavam, mas algumas chegavam? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Algumas chegavam não em relação a isso. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Então, algumas chegaram. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas era reclamação de todos... Toda... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Eu estou perguntando sobre o desconto... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A reclamação é de toda a área do INSS, que era enorme. Chegava reclamação de tudo que é maneira: atendimento do funcionário, de tudo... Então... Inclusive o crescimento que houve aí foi justamente porque nós trouxemos a Ouvidoria para dentro. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - O senhor é sócio da Vênus Consultoria. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sou. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - O senhor tem algum outro sócio nessa sociedade? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tenho. O Antônio entra com 3% de uma das empresas dele, a Acca. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - O Antônio Antunes? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O Antônio Antunes. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Além do Antônio Antunes, tem algum outro personagem? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, mais ninguém. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - E o Rubens? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É administrador, não é sócio. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - O Rubens é Diretor... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É Diretor Administrativo. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Certo. Qual é a contraprestação que o Rubens recebe nessa... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - De R$7,5 mil por mês. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - De R$7,5 mil. E como é que o senhor teve conhecimento do Rubens? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Indicação do Antônio. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Então, o Antônio tem, aparentemente, 3% dessa sociedade... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ele colocou até porque eu não podia... Era uma sociedade de capital fechado, uma sociedade anônima de capital fechado, e eu não poderia ser sócio sozinho. Como foi o Rubens que me ajudou na abertura da empresa, junto com a contabilidade, colocou a Acca como 3%. |
| R | O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Essa empresa Vênus Consultoria, em que você tem, como sócio, o Careca do INSS... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Acca... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ... que tem como Diretor... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Uma das empresas de consultoria do Antônio. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - É dele, é o CNPJ dele. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Por trás desse CNPJ, está o Careca do INSS. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Está. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Então, o seu sócio na Vênus é o Careca do INSS, com 3%, mas é. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - A Acca... É. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Perfeito. Da mesma forma, tem um Diretor administrativo e financeiro que foi indicado pelo Careca... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ... que é o Rubens. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Que é o Rubens. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Então, eu lhe pergunto... O senhor aqui afirmou durante o seu depoimento que não considera ilegal, mas confirma que há muita substância para afirmar a imoralidade dessa relação, você como Diretor, servidor do INSS... Sr. Presidente, o advogado está respondendo, porque você balançou com a cabeça um negativo. Você não está orientando, você está respondendo. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA (Fora do microfone.) - Não, não estou. Você não está deixando ele responder. O senhor está atropelando... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Não, eu estou perguntando. Quem vai responder é ele, não é o senhor. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Excelência... O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA (Fora do microfone.) - O senhor está atropelando as respostas... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - A pergunta ao depoente... O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA (Fora do microfone.) - Sim. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ... clara: você tem, como sócio, o Careca do INSS; um Diretor indicado pelo Careca do INSS; é Diretor de Integridade - parece ser ironia, mas é verdade - do INSS, e afirma que não há ilegalidade, mas confirma que há imoralidade? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não enxergo assim, Deputado. Eu tive o cuidado de, ou seja, dentro da lei, eu ser um cotista de uma empresa e não um administrador. Eu não podia ser o responsável, administrativamente, pela empresa. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Que bom que... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Então, eu fiz a parte legal. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ... encontrou um caminho dentro da lei para... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Mas isso é... Quando eu era Presidente de uma associação, quando eu fui convidado para ser Diretor da Infraero, eu tive que sair da Presidência... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Isso está claro. A questão é... Aqui está claro que você, de fato... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... para não ser responsável pelo CNPJ. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ... não descumpriu esse ponto da lei, mas que há uma imoralidade, há, porque você está tergiversando, você está defendendo interesses opostos. Enquanto você tem que defender os interesses do INSS, você está defendendo o interesse de uma empresa que recebe recursos oriundos de descontos ilegais, descontos que foram realizados na conta do aposentado. Quais são os seus rendimentos hoje? Você trabalha com qual atividade hoje? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Hoje, só minha aposentadoria... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Sua aposentadoria. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... do INSS. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Perfeito. Imagina na sua aposentadoria ter descontos que você não autorizou, de que você não tem ciência, com que você não concordou. O que você acharia de um desconto dessa magnitude? O senhor ficaria feliz com os descontos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ninguém iria gostar, mas... O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Não, você gostaria? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Lógico que não. Nem eu nem ninguém. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Perfeito. Agora imagina milhares, milhões de brasileiros aposentados que não têm o grau de instrução que você tem, que foram roubados. A gente fala roubado... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não posso responder por isso, Deputado. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ... porque há uma violência... Não, porque eu não estou lhe perguntando sobre isso. Eu estou fazendo uma afirmação. Quando eu perguntar, o senhor pode fazer a sua resposta se entender devida. Agora, eu não vou aqui parabenizá-lo. Não tem que parabenizar porque não impetrou um habeas corpus, porque não tem a defesa de habeas corpus. Não é o caso. Não é isso. Tem que lamentar, porque você devia defender os interesses do INSS, daquele aposentado que acredita na Previdência deste país, e não foi isso que aconteceu. E o que a gente percebe aqui é que você, enquanto sócio da Vênus Consultoria, recebeu, pela Vênus Consultoria, mais de R$313 mil - mais de R$313 mil... (Soa a campainha.) O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ... mais de R$2 milhões através de um Pix da Brasília Consultoria, essa Brasília Consultoria que recebeu milhões de reais de várias associações. E é exatamente essa questão que aqui a gente, às vezes, não tem mais o que se perguntar, mas apenas afirmar quais são as consequências de tudo isso, porque, se você, através dos privilégios que tinha enquanto servidor do INSS, utilizou sua influência para poder receber valores indevidos, utilizando dessa influência, se entende que não há nada de mais, eu vou dizer a você - o seu advogado está ao seu lado - que há clara configuração aqui de uma série de crimes: corrupção passiva, com pena de dois a doze anos; lavagem de dinheiro, de três a dez anos; organização criminosa, de três a oito anos; peculato, de dois a doze anos; concussão, de dois a doze anos; advocacia administrativa, de um a três anos; improbidade administrativa, lavagem de ativos internacional, com penas que ultrapassam trinta anos! |
| R | Agora, não tem como afirmar aqui que não foi nada demais, que não vê problema nisso. A lei penal vê! Infelizmente, pessoas foram roubadas, pessoas tiveram descontos na sua aposentadoria, porque, infelizmente, você ultrapassou os limites da sua atuação: em vez de exercer o cargo de integridade para com o INSS e suas atividades, você utilizou os seus privilégios e as suas prerrogativas para roubar aposentados, para roubar pensionistas. É por essa razão, Sr. Presidente, que esta CPMI precisa continuar, e ela vai continuar doa a quem doer. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - Eu espero que o Supremo Tribunal Federal defira, atenda ao nosso pedido que foi aprovado aqui por unanimidade... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. DUARTE JR. (Bloco/PSB - MA) - ... de prisão e que V. Sa. possa responder com todo o rigor pelos crimes que cometeu. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - O Deputado Sidney Leite não está. Deputado Evair de Melo. O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sr. Relator, Sr. Alexandre, eu vou ser bem pragmático. Essa história do currículo não cola. Não há na história da República algo parecido, e não seria o senhor que faria essa inovação, tendo essa indicação política, distribuindo currículo. Isso, literalmente... Me perdoe, isso não vai passar. Até eu pergunto... Já que o senhor foi contratado por currículo, vou dizer para o senhor: enganaram o senhor, o senhor foi usado. No mundo do crime, pelo que está processando, se o senhor fez essas operações, a palavra é feia, mas o senhor foi usado como mula, como transportador de algo ilegal. O senhor foi muito inocente e, por ser inocente - e aí é a minha área de gestão -, o senhor não tem nenhuma aptidão para governança. Eu poderia lhe perguntar a diferença entre governança e gestão aqui, a diferença entre as duas. Naturalmente, o senhor ia ter dificuldade, porque o senhor, como consultor financeiro, cometeu erros grosseiros. Naturalmente, embora tente justificar, com toda certeza, o senhor, ao abrir uma empresa e indicar um terceiro como Diretor Administrativo, na verdade, foi para ocultar o seu nome. Isso levanta forte indício de conflito de interesse! O senhor pode ter infringido a Lei de Conflito de Interesse, a Lei 12.813: ato de abrir uma empresa enquanto Diretor de Governança de uma autarquia. Isso é insano! O senhor infringiu a Lei 8.112, o Regime Jurídico dos Servidores Públicos, que estabelece deveres, proibições e penalidades para servidores públicos: "participar de gerência ou administração de sociedade privada". A indicação de Diretor Administrativo... Servidor? O senhor atua de fato. A ocultação da participação também viola o dever da lealdade às instituições, art. 116, e de observar as normas legais e regulamentares. O senhor infringiu a Lei de Improbidade Administrativa, a Lei 8.429. E o senhor é Diretor de Governança, hein? Ao senhor caberia a fiscalização e inclusive punir outro diretor que estivesse nessa mesma condição! O senhor infringiu o art. 11, atos que atentam contra os princípios da administração pública. Configurou uma conduta que atenta contra a honestidade, a lealdade às instituições e a moralidade administrativa. Vai vendo, Brasil. O art. 9 pode configurar enriquecimento ilícito ou prejuízo ao Erário. E há ainda crime cometido, crime de violação de dever funcional, prevaricação ou corrupção passiva, art. 317; prevaricação, art. 319; crime de falsidade ideológica, art. 299. |
| R | A conduta do Diretor de governança configura, em tese, uma infração administrativa grave sujeita a penalidades como demissão e cassação da aposentadoria, no âmbito da Lei 8.112. Muito grave, porque o senhor foi contratado para fazer, para não permitir que essas operações de que o senhor participou acontecessem. O papel da governança é fiscalizar, acompanhar, estar ao lado da controladoria, orientar, zelar pelo bom trâmite do processo, e o senhor acabou se perdendo com isso. Volto a dizer, o senhor pode, no final do processo, o senhor pode perder a aposentadoria, porque o senhor, até como gestor financeiro, me admira muito o senhor não perguntar ao seu contador... Ninguém abre uma empresa, o senhor é consultor financeiro... se o senhor fosse, tivesse só o ensino médio, igual aos anteriores que montaram um esquema igual, a gente até perdoa, mas o senhor, não. Um homem do mercado financeiro contratar um contador sem perguntar quem são os clientes dele, qual a origem dos clientes dele, falar que não conhece o contador... Você pode não conhecer o seu padre, o seu pastor, o seu vizinho, agora, quem tem empresa é obrigado a ter uma relação íntima, de intimidade, quem sabe da sua vida é o seu contador. Aí como que o senhor não sabe quem que é o seu contador? Que consultor é o senhor? Que governança que o senhor estava preparado para poder gerir? É por isso que roubaram esses milhões de brasileiros. A CPMI do INSS não pode virar um inquérito de ocasião. Olha no que o senhor está envolvido, o senhor deveria estar no posto feito para isso. E assim acontece o crime organizado, as quadrilhas organizadas: eles se infiltram e vão se enraizando, se apropriam de espaços e oportunidades e vão aprendendo um com o outro, é sempre uma indicação, é sempre assim que funciona, porque todos os lavadores de dinheiro que passaram aqui têm o mesmo modus operandi, o mesmo modus operandi. Porque, como bem disse aqui, consultoria financeira, desculpa, ninguém ia contratar um consultor financeiro que não tivesse expertise no mercado, até mesmo para os dias atuais, sabendo que o INSS pode interromper o processamento da folha de pagamento de benefício por falta de recursos. Olha o que você está fazendo. Os nossos aposentados correm o risco de ficar sem recursos por causa do roubo em que o senhor estava envolvido nele. Santa inocência! O homem da governança foi iludido pelo Careca do INSS, contratou um contador que ele não conhecia. Por isso, Relator, Presidente, nós temos que, sim, levar às prisões. Eu acho que o senhor, Sr. Alexandre, tem que ser fortemente investigado, porque qualquer auditoria mínima, por alguém que entende minimamente de governança, vai te dar nota zero, sem nenhuma habilidade para o senhor fazer o que o senhor fez. E, claro, o Ministro tem que vir aqui, porque o Ministro, naquela fotografia, como está envolvido ali, precisa vir cá explicar porque, assim, tem a conivência, os gráficos mostram que foi sob sua governança que explodiram os descontos irregulares. Que reunião que o senhor tinha com a controladoria, com as informações, com o gráfico? O homem de governança tem que ver o gráfico, quando percebe qualquer variação fora da curva, ele tem que acionar os órgãos de controle. "Ex-assessor do relator da anistia vira foco da CPMI do INSS", olha aqui: só política envolvida, infiltrada em todas as instâncias. E é óbvio, né, o PT ironizando a prisão, o PT tem muita dificuldade com prisão. "Justiça determina retirada de posts com vídeo que associa irmão de Lula a desconto do INSS". Absurdo! O cara é diretor de um sindicato envolvido com roubo. |
| R | Ele é diretor, ele é responsável! É Vice-Presidente ou ele é um fantoche? Se ele é Vice-Presidente, ele tem as suas responsabilidades. Portanto, é uma vergonha saber que a Justiça está a serviço do Sr. Lula. Dificuldade de nós convocarmos aqui o tal do Frei Chico. E isso vai ligando pontas. "[...] alfaiate de famosos alvo da Polícia Federal foi sócio de empresários da farra", lavagem de dinheiro. Eu acho que o vendedor de terno que passou aqui vendia o terno que esse rapaz faz, só pode ser, porque, se o cara foi encontrado, identificado como um talento, vendendo terno, possivelmente, Sr. Relator, sem esses ternos aqui... "[...] investigado pela ligação com empresários que descontaram R$700 milhões [...]", olhe o terno aparecendo. Talvez o vendedor tenha vindo dessa loja aqui. E, é claro, a AGU já afastou o Sr. Stefanutto e afastou outro diretor, que tem que ser afastado mesmo, deveria estar preso. "Restaurante próximo ao Planalto era ponto de encontro do 'Careca de INSS' com suspeitos". O senhor já foi questionado aqui e sabe, Brasília. Os jantares, os restaurantes, os encontros de ocasião, os cafés, é onde se faz as maracutaias. Infelizmente, toda maracutaia em Brasília passa por esse, tem o mesmo modus operandi. "Procuradoria alertou, mas INSS ignorou riscos de acordo com Amar Brasil". O senhor era o homem da governança, na sua gestão. A Procuradoria do INSS alertou, a Procuradoria-Geral da República alertou, e o senhor recebendo para isso, ou seja, o senhor estava lá simplesmente esquentando cadeira. "Farra do INSS: homônima entra na Justiça e acusa de entidade de má-fé", só tem falcatrua. De novo, o senhor era o homem da governança. Vai vendo, Brasil. "Antes do Coaf, governo e oposição [...]", o Sr. Nelson Wilians está sempre envolvido, porque sempre tem um advogado, infelizmente, para a desonra da classe, da categoria. Muitos advogados fizeram a opção pelo crime, foram envolvidos pelo crime e estão no crime. "Foi um terror", o Governo falando que foi um terror... (Soa a campainha.) O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP - ES) - ... autoriza a roubalheira dos aposentados e agora fala que é um terror. E aí o Rogério me emprestou o material dele que mostra a conivência do Governo, e o senhor estava a serviço de uma máfia. "Lula diz que se reúne 'todo ano' com a Contag [...]", nós precisamos trazer a Contag aqui, porque a Contag fez nessa preparação do roubo bilionário dos aposentados... "Projeto que acaba com contribuições vai 'sepultar movimento sindical no Brasil', diz ministro da Previdência", sindicatos que foram criados para roubar as pessoas. "Contribuição compulsória: aposentados são descontados sem saber e sindicatos faturam milhões", e o senhor lavando esse dinheiro. "Entidade alvo da PF por fraude no INSS contratou filho do Lewandowski", é preciso sempre requentar essa história aqui, porque é o filho do Careca, trabalhando no Senado, o contador do agropecuário no Maranhão é o mesmo do Careca e o mesmo do senhor, e o senhor, como homem de governança, não quis saber o histórico do seu contador. Portanto, é lamentável aquilo que o senhor serviu, são lamentáveis os resultados. Que a punição seja a exemplar. Vai vendo, Brasil. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Deputado. Com a palavra o Deputado Luiz Lima. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente Viana. Obrigado, Alexandre, pela presença, Bruno. Sr. Alexandre, a primeira pergunta que eu lhe faço: foi o senhor que contratou o advogado Bruno? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - Foi. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Excelente. E parabéns pelo senhor ter vindo sem habeas corpus. |
| R | Muito obrigado pela sua verdade, porque o senhor é o 21º convidado, e muitos advogados ficavam incomodados. Como na última semana o Deputado Evair perguntou para a advogada que estava aqui trabalhando, honestamente... Nós defendemos a advocacia, mas esta Casa precisa rever a Lei 8.906 quando se trata de desvio, roubo de dinheiro público nessa magnitude, tráfico de drogas. Olha, eu pedi aqui para a minha assessoria fazer pontos negativos da blindagem dos advogados. A gente vê escritórios recebendo milhões e milhões sem a necessidade de dizer de onde vem, de quem contratou. E isso aqui traz um risco de blindagem para a corrupção e tráfico de influência, favorece a lavagem de dinheiro, falta de transparência quando há influência política, desigualdade em relação a outras profissões e dificulta o combate à corrupção. Quando a gente tem pessoas investigadas e, claramente, é evidente o envolvimento de desvio de recurso público, é preciso, sim, saber de onde vem o recurso, tanto nesse caso como no do tráfico de drogas. Sr. Alexandre, o senhor está sendo rifado pelo PT. Não só o senhor, como o Sr. Virgílio, o Sr. Fidelis. É, nitidamente, que essas pessoas faziam um grupo, faziam parte do grupo do PDT, né? E num nicho de mercado que o PT disputa a ferro e fogo. Lupi foi Ministro do Governo Lula, anos 2007 até 2011, e Ministro da Previdência, 23, 24 e 25. Dos 21 convidados, Carlos Lupi foi defendido pelo atual Governo, até por uma questão aí de relação com o PDT; Vinicius Carvalho, Ministro da Controladoria-Geral da União, também foi defendido por eles; Tonia Galleti, que é filha do fundador do Sindnapi, um sindicato com 25 anos - esses três defendidos pelo alto Governo. Mas o segundo, o terceiro e o segundo do terceiro escalão, que é o Sr. Virgílio e o André Fidelis - o senhor deve estar lá no quarto, quinto -, os senhores estão rifados. E eu falo aqui... Eu gostaria até de mostrar uma foto, por favor, porque eu gostaria de refletir sobre isso. Essa foto, apresentada pelo Relator Alfredo Gaspar... Ali, a gente que está olhando a imagem, no lado esquerdo de quem olha, está o Sr. Alexandre Guimarães, que é o segundo de baixo para cima; e, depois, vem o Sr. Virgílio de Oliveira Filho, pernambucano - pernambucano -; o Sr. Osório Chalegre de Oliveira, ex-Presidente da Caruaruprev - Caruaru, em Pernambuco -, pernambucano. Caruaru, cidade natal do Wolney Queiroz - Caruaru. A gente tem Rogério Souza, graduado em Direito em Garanhuns - Garanhuns, ó, cidade do Lula -, pernambucano. A gente tem o Sr. André Fidelis - eu vou dar um prêmio aqui para quem acertar -, pernambucano. Esse grupo está no INSS há muito tempo. E, quando o atual Governo fala aqui "foi depois de 2017", é claro, cara pálida, que foi depois de 2017, quando houve a reforma trabalhista do Temer, porque a contribuição era obrigatória. De 2003, de 1º de janeiro de 2003, quando o Lula assume, até o impeachment da Dilma, eles não quiseram fazer nenhuma reforma trabalhista. Eles queriam que a Contag de 1960 continuasse; que a Conafer de 2011 continuasse, fundada no Governo Lula em 2011; que o Sindnapi, fundado no ano 2000 - tem 25 anos -, continuasse. Quando vem a reforma trabalhista, esse pessoal se mexe, bota a cabeça para funcionar, usa a inteligência para fazer maldade e começa a fazer esse arco da velha que a gente descobriu aqui. Todos os sindicatos são parecidíssimos. |
| R | Então, todos esses três aqui... À Contag a gente nem chegou, né? O Sindnapi, do Frei Chico, ninguém quer comentar. Nenhum Deputado subiu na tribuna durante o Governo Bolsonaro para apontar alguma irregularidade. Então, Sr. Alexandre, eu acho, sim, que houve um conflito de interesse da sua parte, sendo um Diretor de Governança, tendo uma empresa, da qual você é sócio, oferecendo um serviço de onde você tinha que ter governança. Bom uso do recurso... Você tinha que ter regras mais apuradas, mas o senhor é café muito pequeno perto dessa turma, mas muito pequeno, muito pequeno. E aí eu faço algumas perguntas aqui. Relatórios da Controladoria-Geral da União criticam a inércia da Diretoria de Governança em coibir fraudes, apesar de alertas internos. A Sra. Eliane Viegas, da Controladoria, foi a segunda aqui a estar presente, servidora, e disse isso aqui para a gente. A Operação Sem Desconto identificou que o... Quais auditorias internas sua equipe realizou sobre descontos associativos e quais irregularidades foram encontradas? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Auditoria? O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Sim. Quais auditorias... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Sob a minha diretoria, não. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Nenhuma? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Então, não fez nenhuma, apesar de a Sra. Eliane Viegas ter dito aqui que houve inércia da Diretoria de Governança em coibir fraudes, apesar de alertas internos. Segunda pergunta: a Operação Sem Desconto identificou que o INSS liberou descontos em massa para a Contag em 2023, contrariando decretos e instruções normativas. Sua diretoria participou da análise de riscos dessa liberação? E qual foi sua recomendação interna? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não participou... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Não participou, e não teve vontade, também, de participar. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... nem dela, nem de outras. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - O senhor poderia ter participado, se fosse da sua vontade? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não fui nem convidado, nem fui convocado para fazer... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - E se o senhor tivesse... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não sabia nem como é que isso estava se dando, não tinha conhecimento. A Diretoria de Governança não tinha... Como... Eu vou repetir, não tinha gerência nenhuma em relação ao benefício. Tudo o que a Diretoria de Benefícios fazia, nós não dávamos palpite, a gente não estava... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - O senhor pessoalmente não recebeu nenhuma visita da Controladoria-Geral da União alertando o senhor? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Nenhuma? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... mas nós respondíamos à CGU. Nós tínhamos um trabalho sempre juntos... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - E, se chegassem ao senhor todas essas informações que vieram à tona, frutos da Operação Sem Desconto, o senhor iria fazer alguma coisa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu acho que isso aí teria que fazer através do Presidente para ver benefício... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Mas o senhor faria alguma coisa? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Se pudesse fazer, faria. Agora, só... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - O que o senhor faria? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Hein? O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - O que o senhor faria? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu ia convocar a equipe de benefícios para se explicar. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Certo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Agora, só uma observação... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Por favor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - ... se eu puder, sem atrapalhar o tempo do senhor. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Por favor. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Quando eu saí da governança, da Diretoria de Governança, foi feita a prestação de contas e eu fui o único diretor a que não houve nenhuma vírgula sequer contestando a minha gestão. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Fora do microfone.) - Certo. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Isso aí está registrado. (Intervenção fora do microfone.) O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Nenhuma contingência, zero. O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - Depoimentos apontam que o esquema usava falsificações de autorizações para descontos. Quais ferramentas de inovação sua diretoria implementou para verificar a autenticidade de autorizações de descontos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Como eu falei anteriormente, nosso trabalho, até de combate à fraude, se resumia, ou seja, era em cima de BPC e seguro-defeso. Nós não trabalhamos em relação a ACTs. Nenhuma. Nosso trabalho era inclusive, como estava formando a diretoria, era muito trabalho. Começou com muito pouca gente, a gente foi crescendo em um ano e dez meses que eu fiquei lá. |
| R | O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - A última pergunta, o senhor já respondeu. Eu ia perguntar se o senhor se reportou ao ministério ou à Presidência do INSS qualquer suspeita de irregularidades contra os seus ativos. O senhor falou que não. Então, Presidente, eu finalizo aqui com uma observação. É muito claro tudo que aconteceu, é muito claro que há um núcleo político, é muito claro que as três instituições recordistas, tanto a Contag, que nós ainda não recebemos... (Soa a campainha.) O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ) - ... não tivemos a honra de receber um representante, como o Sindnapi, que é a medalha de bronze, do Frei Chico, não é? O Frei Chico não é irmão do Bolsonaro, não; o Frei Chico é irmão do Lula. E os Deputados aqui presentes não fizeram questão de ele estar presente, que seria até... O senhor está presente, Sr. Alexandre Guimarães, e o Frei Chico, irmão do Lula, que é Vice-Presidente do Sindnapi, que recebeu 600 milhões, a gente não conseguiu fazer a convocação aqui infelizmente. E a Conafer, que é a medalha de prata, que a gente teve aqui, com o Sr. Carlos Roberto, também envolvimento explícito em irregularidades, em serviços não prestados. Mas fica muito claro aqui que há um núcleo, há muitos anos, político infiltrado nesses sindicatos. E aqui o Sr. Wolney Queiroz, do PDT, é muito nítido que as pessoas que o cercam são pessoas pertencentes a um grupo político presente nessa área de política pública do Governo há mais de 20 anos. Obrigado, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Obrigado, Deputado. Como nossa última inscrita, Senadora Soraya Thronicke. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS. Para interpelar.) - Boa noite, Sr. Presidente, caros colegas. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Boa noite. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - A todos que nos assistem. Boa noite, Sr. Alexandre Guimarães. Boa noite, Sr. Bruno Junqueira. Eu vou iniciar a minha fala trazendo aqui a diferença entre inteligência e esperteza. A inteligência é a capacidade de aprender, compreender e resolver problemas complexos, enquanto a esperteza é a habilidade de usar a inteligência, ou até mesmo a astúcia, para se adaptar e se sair bem em situações práticas e imediatas. A inteligência foca na cognição e no raciocínio, sendo mais duradoura e voltada para o conhecimento profundo, enquanto a esperteza se volta para o uso rápido e sagaz desse conhecimento em cenários específicos, podendo ter conotações positivas ou negativas. Pois bem. Diante do quadro que se apresenta... Cumprimento, não cumprimentei V. Sa., Dr. Bruno Ladeira Junqueira. Diante desse quadro, eu vejo que aqui, no seu comparecimento, Sr. Alexandre, houve mais esperteza do que inteligência, apesar do seu currículo. Não o parabenizo tampouco por não ter impetrado um HC. Era justamente essa sensação que os seus advogados inteligentemente resolveram trazer. Primeiro que o senhor chega desmuniciado completamente de documentos. O senhor vem única e exclusivamente para responder sobre um contrato. E o senhor não traz esse contrato. Eu tenho em mãos o contrato que o Dr. Bruno passou, sem assinatura, e que depois o senhor irá disponibilizar. |
| R | Mas eu começo aqui trazendo a seguinte questão: primeiro que o estatuto da sua S.A. tampouco nos mostra qual é o percentual seu. Eu creio que seja 100%. Não está no estatuto. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES (Para depor.) - O percentual de pagamento? A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Não, o percentual das cotas - das cotas. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Ah, das cotas, é 97. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Os outros três são de quem? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Da Acca, do Antônio. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Não consta na documentação. E aí, o contrato de prestação de consultoria e assessoria foi avençado entre a Brasília Consultoria e a Vênus, no nome de V. Sa. O que eu destaco: o conteúdo, o conteúdo seria o objeto. "O conteúdo programático e a técnica pedagógica que se fizerem necessários serão [a inteira... perdão, perdão] de inteira responsabilidade do contratante". O objeto, perdão. "O presente contrato tem como OBJETO, a prestação, pela Contratada, serviços através de consultoria e assessoria em administração, gestão e educação financeira, análise de viabilidade de investimentos, gestão financeira, análise de mercado e educação financeira especializada". Educação financeira especializada. No entanto, curioso aqui é que, na cláusula quarta, que trata da remuneração, não consta a remuneração. Diz o seguinte: "4.1. Pela prestação dos serviços, a Contratada fará jus a uma remuneração mensal conforme estipuladas pelas partes de comum acordo, desta feita a remuneração será variável". Aí tem multa de 2% sobre o atraso e 1% de juros de mora por mês. E é interessante também destacar o item 4.4: "Sobre os valores brutos a título de remuneração, a Contratante NÃO procederá com nenhumas [nenhum... nenhumas retenções - nenhumas, sic, tá?] retenções em virtude de a Contratada estar no regime do simples nacional". A não ser que a legislação tenha sido alterada, para mim, mesmo que seja uma sociedade aberta de capital... uma S.A. de capital... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Fechado. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - ... fechado, ela não pode estar no Simples Nacional, mas, enfim, isso é quirera perto do que nós precisamos apurar. Vamos lá. O serviço... Eu gostaria que o senhor anotasse para o senhor me responder depois, Sr. Alexandre. Serviço terceirizado: eu gostaria de ter o nome dessas pessoas com quem o senhor efetuou essa terceirização - nome e contrato, se era CNPJ, se era via CPF, como é que o senhor pagava, etc. O senhor diz que o trabalho era prestado por meio de um aplicativo e o senhor ministrava essas aulas. Concordo que, realmente, não é exatamente ilegal a abertura de uma empresa, mesmo estando em um cargo público. Não é ilegal, se o senhor não for administrador, mas o que a gente percebeu é que o senhor... Não foi o senhor que escolheu o Rubens, o senhor conheceu o Rubens via Sr. Antônio Carlos, correto? Quando foi que o senhor conheceu o Sr. Antônio Carlos? A data? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu não sei a data precisa, mas foi, se não me engano, no início de 22. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Início de 22... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Março... Fevereiro, março. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - E quando o senhor conheceu o Rubens? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu primeiro o conheci através do telefone, contato telefônico, mas, pessoalmente, foi em novembro de 23 quando conheci ele pessoalmente. |
| R | A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Então, o senhor entrega a administração de uma empresa sua para um desconhecido. Estranho. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - É, indicado pelo Antônio, que eu já conhecia. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - O Antônio mais parece um sócio aqui. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - O contrato... Quem? O Rubens? A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - O Antônio mais parece um sócio. O Rubens eu sei que não é. Um sócio oculto. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Não, ele é sócio através da Acca. Está aí: 3% dele. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - O.k. Quem é o amigo em comum que apresentou ao senhor o Antônio? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Pois é, eu gostaria de não comentar porque não tem nada a ver com o que está sendo investigado. Isso aí foi na área do mercado financeiro de capitais, que me chamaram para, talvez, fazer uma estruturação de um ativo financeiro. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - O senhor disse que a Acca é sócia, mas é realmente porque não consta aqui. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA (Fora do microfone.) - Senadora... Não, é porque na S.A o boletim de subscrição fica à parte. O boletim de subscrição está aqui, Excelência. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Está aí? Porque eu não tenho esse documento. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA - Não? A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Não. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - De acordo com o seu sigilo fiscal, que eu não vou detalhar aqui, antes de o senhor ser um expert , virar um coach para receber essa verdadeira fortuna por aula, o senhor não tinha uma evolução financeira a contento. Então, o senhor, do dia para a noite, virou um ás na fórmula de ganhar dinheiro. É o que nos parece, de acordo com o que dizem os seus Impostos de Renda, as suas declarações. Eu gostaria que o senhor também nos passasse, Sr. Alexandre, quem eram os seus alunos, qual o perfil dos alunos, quantos alunos, quantos alunos fizeram inscrição nessa plataforma? Qual o número de acessos dessa plataforma? Quanto tempo durou o curso? Porque o contrato apócrifo, mas fornecido por vocês, não determina limite de prazo de entrega, nada disso, nada. É algo assim... Quantas vezes por semana o senhor ministrava aulas? Durante o período em que o senhor trabalhou dentro do INSS, eu gostaria também de saber se o senhor ouviu falar em fraudes. Porque, segundo saibamos, o seu cargo era de Diretor de Integridade, Governança... (Soa a campainha.) A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - ... e Gerenciamento de Riscos do INSS. O senhor disse que a sua alçada não chegava à questão de ACTs, que se restringia ao seguro-defeso e tal. Não sei, nós não temos documento nenhum sobre isso. Eu não tenho resolução interna sobre isso. Então, é muito limitado o seu trabalho e parece aqui conveniente para se responder sobre. Mas, gerenciamento de risco... Eu, no mínimo, no mínimo, estranho. Aguardo a documentação, Sr. Alexandre, Dr. Bruno, real, porque, sinceramente, não me convenceu. O senhor achou que poderia nos convencer ou nos deixar de uma forma assim.... a ponto de parabenizá-lo. Eu não o parabenizo. |
| R | Estou absolutamente desconfortável ainda, e não supriu nenhuma das minhas questões. Eu aguardo, por escrito, agora, a... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA - É só para esclarecer a requisição: quais são os pedidos efetivos de documentação que a Senadora requer que sejam juntados? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA - Só para a gente não juntar coisas... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Vou protocolar. É, o contrato... o contrato sim, que o senhor me disponibilizou... O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA - É porque o que a gente tinha em mãos aqui agora, Senadora... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - É, até não tem problema, mas se é esse o... O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA - Geralmente, pede prazo de dilação, mas... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Não, não tem problema. Eu... Na minha opinião, o depoente deveria ter vindo municiado de materialidade. Então... Porque a única coisa que ele veio responder aqui; é o único ponto. É o ponto nodal da questão. Então, eu... Para mim, não adiantou nada o dia de hoje. Por isso, a nossa grande preocupação quando os depoentes vêm e nós não temos ainda uma... os documentos para trabalharmos no ponto controvertido. Este é um ponto controvertido. Este é exatamente o ponto. Então, é o contrato. O SR. BRUNO LADEIRA JUNQUEIRA - O contrato... O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Que eu já conheço... Eu já considero assim, insuficiente. Então, já fica registrado. E essas perguntas, Sr. Alexandre: número de acessos, cadê a plataforma? Os vídeos que os senhores falaram que iam disponibilizar... Muito obrigada, Presidente, pela paciência. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Serão disponibilizados. O contrato da Vênus com a Brasília Consultoria era a reprodução, a produção de conteúdo de educação financeira através, ou seja, para... Isso é incluído naquele APP que ele já tinha, com diversos benefícios ofertados. Quer dizer, então, isso aí... A evolução financeira. Eu estou no mercado desde 1981, tá? Então, a minha casa em que eu moro hoje, eu tenho há 18 anos. Eu morava ali na... Quem conhece Brasília... A senhora é de Brasília? Não, né? Morava ali perto de Gilberto Salomão, na QL 6. Vendi a Casa e comprei uma no Park Way. Quer dizer, então, eu não saí do nada; eu vim desde antes. Eu tinha, na AEG, eu tinha quatro salas que era meu escritório, sete garagens. Eu tinha dois apartamentos em Goiânia e outros. E eu fui vendendo esse patrimônio para eu conseguir sobreviver, de 2013 a 2017, quando eu fui para a Infraero - que eu fiquei só 40 dias -, depois continuei gastando e vendendo o patrimônio. Então, a minha evolução financeira... Hoje, eu tenho muito menos do que eu tinha, mas muito menos mesmo. De 2010, 2011... não, não tem isso. Qual foi o outro? Ah, cursos! Não eram cursos. A gente não dava curso. A gente produzia material sobre educação financeira, e vou disponibilizar. Já foi comprometido, já, com a CPMI. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Que é educação financeira especializada. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Especializada, exatamente. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Para quem? Então, o senhor não tinha alunos? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Eu fornecia isso para contratada, e ela utilizava. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Para a contratada fazer o quê? O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Utilizar para os clientes dela, e não era... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Quem são os clientes dela? É isso que eu gostaria que o senhor... O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - São as empresas com as quais eles tinham contrato de gestão. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Sim, eu aguardo, então, porque não compreendi ainda. O SR. ALEXANDRE GUIMARÃES - Tá o.k. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco/PODEMOS - MS) - Eu aguardo as respostas por escrito. Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pela Liderança, Deputado Paulo Pimenta. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Pela Liderança.) - Uma questão de ordem, antes, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não, Excelência. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Pela ordem.) - Nós vamos suspender os trabalhos hoje para continuar amanhã? Nós vamos fazer uma...? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não, Excelência, vamos encerrar. Amanhã retomaremos às 9h. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - O senhor acha que esse é o melhor desenho? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pois não. É. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS. Pela Liderança.) - Muito bem. Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sra. Deputadas, Senadores e Senadoras, hoje nós tivemos aqui uma noite muito interessante, né? Porque... O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - São cinco minutos, Presidente? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Cinco minutos. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... a oposição, que é tão ciosa, né?, tão corajosa, fala grosso, fala alto, tem uns até que gritam... |
| R | O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Fora do microfone.) - São cinco minutos? O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Cinco minutos. O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... a oposição, que é tão ciosa, né? Tão corajosa, fala grosso, fala alto - tem uns até que gritam -, depois que eu fiz uma pergunta... uma pergunta simples, que foi: "Em quem o senhor votou, Sr. Alexandre Guimarães?" E ele respondeu que tinha votado no Bolsonaro. Depois que a gente mostrou que ele era uma pessoa que postava coisas da campanha do Bolsonaro, depois que ele disse que foi indicado pelo Andre Moura, pelo Pettersen, a oposição se liquidou e não queria mais falar sobre o INSS. Eu pensei: "Qual o motivo que poderia ter causado tamanha desorganização na estratégia da Oposição aqui hoje?" Cheguei à conclusão, Presidente, que só pode ser o extraordinário sucesso da reunião do Presidente Lula com Donald Trump, o aniversário do Presidente Lula, Líderes mundiais cumprimentando o Presidente Lula. Isso deve incomodar, né? Incomoda até porque olham para o líder político deles, Bolsonaro, em casa, de tornozeleira eletrônica, né? Uma situação constrangedora, às vésperas de ir para cadeia, o medo maior do Bolsonaro... faz um vídeo, os olhos cheios de lágrimas, incomodado agora até com o Donald Trump. Então, isso aí cria, Sr. Presidente, eu entendo, um ambiente, porque o que restou para a Oposição aqui hoje? Repetir uma narrativa, e já está ficando chata essa narrativa, o Líder da Oposição, em todas as reuniões, vem aqui repetir essa narrativa dele, para tentar convencer as pessoas daquilo que ninguém acredita. A CPI já demonstrou, de forma inequívoca, para a sociedade brasileira: o esquema da corrupção se inicia dentro do INSS a partir de 2019, 2017, 2018, eles prepararam as condições. Mas as ACTs fantasmas passam a ser distribuídas a partir de 2019 - 19, 20, 21, 22. Todos os personagens que apareceram aqui até agora, todos eles, sem exceção, exerciam algum tipo de função de comando no INSS dentro do Governo Bolsonaro. Os "golden boys" surgiram e ficaram milionários, sem nunca terem trabalhado na vida, no Governo Bolsonaro; foi na conta do Ministro Onyx, do Bolsonaro, que o dinheiro foi depositado na campanha eleitoral. Botaram dinheiro na campanha do Bolsonaro, dos candidatos do Bolsonaro, votaram no Bolsonaro, e querem fazer crer para a sociedade brasileira que foi o PT, que foi o Governo do Presidente Lula que montou esse esquema vergonhoso que roubou bilhões de reais dos aposentados e aposentadas do nosso país. Ninguém acredita. Isso aí já ficou até algo cansativo, né? Mas é o que resta para a Oposição, porque nós vivemos hoje um momento no país que é um momento praticamente de pleno emprego... (Intervenção fora do microfone.) (Soa a campainha.) O SR. PAULO PIMENTA (Bloco/PT - RS) - ... de recuperação do prestígio internacional, e uma Oposição atormentada, Presidente. O senhor vê que eu falo aqui, eles já começam a se movimentar, atormentados porque não tem discurso, não tem o que fazer, não tem o que falar. Aí ficam aí repetindo essa mentira. Essa mentira. |
| R | O senhor percebeu, Presidente, o que acontece hoje em dia? O Zé Chuvisco, que gritava e ficava até o final, agora fala e vai embora. O Sargento Pincel levantou, deu dois, três gritos, foi embora. A capitã - não é? - a Delegada, veio aqui, fez um discurso, levantou, foi embora. Todos eles fogem. Sobrou aqui dois, três, né? Antigamente ficavam 15, 20. Isso é o quê? É uma demonstração de que não têm o que dizer, que não sabem o que dizer, estão acovardados, não sabem como defender, porque a sociedade brasileira já tem todos os elementos para concluir. Esse esquema foi montado pelo Bolsonaro e acabou no Governo do Presidente Lula. Para concluir, Sr. Presidente? O dinheiro começou a drenar do cofre dos aposentados, das aposentadas e das pensionistas. Mudaram o decreto, na época do Onyx, para poder roubar também das pensionistas. Foi desbaratada a quadrilha no Governo do Lula, e o dinheiro foi devolvido, está sendo devolvido. Presidente, mais de 3 milhões de aposentados e aposentadas já receberam o dinheiro roubado. Mais de R$2 bilhões já foram devolvidos, Presidente. E o Presidente Lula já disse que nós vamos devolver para todos. E vamos ir atrás dessa turma que roubou. Então, o nosso presente para o Presidente Lula, hoje, é o nosso trabalho, a nossa dedicação, o nosso empenho, para que o nosso país seja um país cada vez melhor e que os nossos aposentados e aposentadas nunca mais sejam roubados por quadrilhas iguais a essas que foram montadas no Brasil, dentro do Governo Bolsonaro, Presidente. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pela liderança, Senador Rogerio Marinho, da Oposição. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN. Pela Liderança.) - Bom, vamos terminar mais cedo, Sr. Presidente. São dez para as dez da noite. Então, vamos lá. Eu não vou repetir o que já disse anteriormente, já está registrado, de que há uma disciplina férrea na esquerda. Eles repetem o mantra até a exaustão. Sidônio realmente tem merecido, inclusive o fato de que hoje está sendo denunciado que um seu sócio recebeu 12 milhões da Secom. É a moral do PT, né? Sempre muito frouxa, de aparelhamento do Estado. Mas ele vai ter a oportunidade de se explicar a respeito, ele deve ter uma boa justificativa. A gente está ouvindo aqui uma teoria da conspiração que não tem nenhum nexo com a realidade. Como se pode imaginar que um Presidente de direita, que foi o primeiro em 30 anos que enfrentou a corrupção sistêmica do INSS, apresentando inclusive uma medida provisória contra fraude - que o PT votou contra, trabalhou contra, discursou contra, quis impedir que houvesse a revalidação anual... Várias emendas foram apresentadas, estão nos Anais da Casa... Mas não tem jeito, essa turma repete até a exaustão a mesma conversa. E aí falam do Trump. Trump que foi, durante dois anos e nove meses, descrito como nazista, misógino, inimigo da sociedade, alguém que não deveria poder ter convivência... Seria uma nova forma de nazismo no mundo. Aí o Lula consegue uma foto com o Trump e usa como troféu. Olha que hipocrisia! Mas tudo se faz - né? -, pela narrativa da política. |
| R | Nós estamos vendo os mesmos métodos, os mesmos personagens, e nós já sabemos o final dessa história. Um Governo populista e irresponsável, que todos os dias... Aliás, hoje há um contrassenso paradoxal que a gente pode olhar: enquanto o Milei ganha a eleição lá e diz que vai extinguir 20 impostos, hoje o Haddad anuncia que quer mais dois novos impostos - são 27, com dois, 29. A inadimplência, senhores, já atinge 30 milhões de famílias e bate recorde em setembro. O Brasil registra um rombo recorde de quase US$10 bilhões nas contas externas de setembro. O Brasil teve 6.041 mortes por dengue, e é histórico no Brasil. O feminicídio atingindo o maior número de casos desde 2024. Nós estamos batendo o maior número de queimadas, e não se vê um artista gritando aqui: "Salve a Amazônia!" A gente já sabe... O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Fora do microfone.) - O menor salário mínimo da América Latina. O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - Nós já sabemos o que é que vai acontecer. O Governo está aparelhando o Brasil, estourando as contas públicas, aparelhando a máquina pública. O maior rombo dos Correios que era... Aliás, é impossível de ser privatizado porque era... Como eles diziam? Como era? "Era patrimônio do povo brasileiro." Não, é patrimônio de uma corporação que assalta o Brasil de forma sistemática. E o pior é que eles não... Parece que ou não se apercebem ou estão anestesiados, porque para eles vale tudo para preservar o poder. Sr. Presidente, nós estamos assistindo a um drama, porque no Brasil, desde 2002, são 18 anos de PT. Que país aguenta isso?! Tem que ser muito rico, muito forte, muito resiliente, ter muita fé, muito foco, porque a noite está negra. Eu sei que está negra, mas vai clarear, vai clarear, e o PT vai passar, se Deus quiser, e o povo acordar! Não é possível continuarmos sobre esse tipo de mentira reiterada e repetida até a exaustão. Senhores, nós temos aqui uma dificuldade que está sobre os ombros, sob a responsabilidade do Sr. Relator, que tem feito um excelente trabalho, e V. Exa. também, Presidente, de se debruçarem sobre fatos, de compulsar os autos. Eu gostaria muito de estar ajudando o Relator com perguntas... (Soa a campainha.) O SR. ROGERIO MARINHO (Bloco/PL - RN) - ... com inquirições, com indagações, mas eu sou obrigado, até pelo meu dever aqui, de Líder da Oposição, a fazer um contraponto na luta política, que é natural. Só que a luta política tem que ter minimamente algum critério de civilidade e de respeito à verdade. Nós estamos, na verdade, aqui, agredindo fatos. O Governo, nós sabemos o que é que vai acontecer. Aliás, foi dito pela Ministra do Planejamento, pelo Ministério do Planejamento, no começo deste ano: o país está quebrado a partir de 27, do ponto de vista fiscal. Quem vier atrás, feche a porta e apague a luz! E o que é que o Governo faz? Muda os critérios dos precatórios para abrir um novo espaço fiscal de mais de R$100 bilhões, a partir de 2027, e só aumenta a dívida pública. Aumentando a dívida pública, por isso que os impostos são os maiores do mundo e por isso que o Brasil virou um risco para quem quer empreender e quer investir. Tudo bem! Para eles, está tudo bem: pode quebrar o Brasil, pode assaltar a máquina pública, pode aparelhar o Brasil, contanto que o projeto de poder de continuidade permaneça. Mas o Brasil não vai permitir. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Pergunto ao Relator se tem mais algum esclarecimento. (Pausa.) O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Fora do microfone.) - Tempo de liderança e da suplência, por favor. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Não tem, Excelência. (Risos.) O SR. LUIZ LIMA (NOVO - RJ. Fora do microfone.) - Vai que cola. O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) - Sr. Alexandre, o senhor, pelo Regimento, tem mais cinco minutos, se quiser. (Pausa.) Não? (Pausa.) Então, senhores, permitam-me aqui, antes das minhas palavras finais, usar uma passagem bíblica que mostra como os seres humanos são capazes de superar momentos difíceis. Está no Livro de Josué, no Capítulo 1:2 a 6. Diz assim: Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, Josué, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. [...] Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. |
| R | Depois da morte de Moisés, Josué caiu numa tristeza muito profunda e estava muito desanimado, e veio para ele essa ordem, para que se levantasse e tivesse bom ânimo. Nós, brasileiros, também perdemos os nossos Moisés, líderes que um dia prometeram libertar o povo, mas deixaram o caminho inacabado. Agora é tempo de nós, brasileiros, olharmos para o exemplo de Josué, tempo de atravessar o Jordão das promessas quebradas e devolver ao povo a terra da dignidade e da justiça. Quando esta CPMI nasceu, diziam que seria somente mais uma Comissão qualquer. Muitos aqui, inclusive, falam isso, aqui dentro: "Mais um relatório engavetado, mais um escândalo esquecido". Mas nós decidimos levantar, decidimos atravessar e, como Josué, escolhi e escolhemos não olhar para o tamanho do rio, mas para a promessa do outro lado. Nessas 20 reuniões, o que encontramos aqui não foram apenas números; são rostos, nomes e histórias: a aposentada que chora porque o desconto diminuiu o pouco que ela tem para sobreviver; o rosto da viúva que perdeu o marido e ainda paga por um erro que não cometeu; o rosto do órfão que viu o pai morrer e depois perdeu o direito que era dele. É por eles que esta CPMI existe, é por eles que nós estamos aqui. Às vezes, o Plenário se silencia, e esse silêncio diz mais do que qualquer palavra, é sinal de um país cansado. Nós brasileiros estamos cansados, esperando que dessa vez a justiça venha de verdade. Deus ordenou a Josué: "Levanta-te e passa este Jordão". É isso que estamos fazendo, levantando o Brasil e atravessando o rio da vergonha, um rio cavado por anos de descaso, de corrupção e de silêncio e, do outro lado, está a terra prometida, o Brasil da verdade e da justiça para todos os nossos filhos. A cada testemunha que mente, a verdade aparece mais forte; a cada prisão decretada, o país entende que ninguém está acima do povo; a cada passo dessa travessia, a fé vence o medo, porque quem luta pela verdade não afunda, atravessa. Eu também carrego marcas dessa travessia, não as de quem sofreu o golpe do desconto, mas as de quem decidiu enfrentar o sistema que faz o povo sangrar em silêncio, e digo isso com autoridade. Quando fui Relator da CPMI de Brumadinho, tive a coragem de pedir a prisão do Presidente do maior grupo econômico brasileiro, o Presidente da Vale. Fiz isso sem medo e sem cálculo, porque a verdade não se negocia. Era o maior grupo econômico do país, talvez hoje ainda, mas fiz o que a consciência e o dever exigiam: pedi a prisão do Presidente da Vale, responsável pelos crimes de Brumadinho. Ali não havia espaço para a covardia, porque a verdade sempre vale mais do que qualquer poder. Naquele momento não estava em jogo um partido, mas o respeito à vida, à justiça e à responsabilidade. E é esse mesmo espírito que me move hoje nesta CPMI, o de enfrentar o sistema, doa a quem doer, e honrar o povo que acredita que a justiça ainda é possível. E, hoje, nesta CPMI, digo ao Relator Alfredo Gaspar: "Estamos juntos". Temos que estar prontos porque as retaliações virão e nós sabemos como elas funcionam, Relator, mas também sei que, assim como eu, você dorme em paz. Dorme com a consciência tranquila de quem está no caminho certo, lutando por justiça, pelos órfãos, pelas viúvas e pelos aposentados deste Brasil. |
| R | Dou a vida por essa justiça. Não falo em figura de linguagem, não; falo em verdade. Cada hora longe da minha família, cada ataque, cada pressão é parte do preço de quem escolheu servir à verdade, e sirvo com paz no coração, porque sei que estou do lado certo da história. Sei também que levantar a voz contra interesses dos poderosos tem consequências. Já percebemos, aqui, dentro desta CPMI, que há muita gente envolvida, e não é pouca, não; é muita gente, gente importante, em todos os níveis da República, nos mais altos escalões do país, gente milionária, gente que debocha dos pobres, ostentando o que roubaram de aposentados e pensionistas. Eu sei que as retaliações podem vir, as pressões já estão aí, as tentativas de calar esta Comissão também se tornaram múltiplas desde o início; mas nós estamos prontos, porque quem teme perder o cargo nunca vai mudar o país, e quem serve ao povo não se curva diante do poder. Em toda a minha trajetória pública, nesses sete anos, tenho lutado por justiça e continuo lutando, porque o Brasil precisa de justiça e porque o povo, esse povo que trabalha, que paga imposto, que acredita, tem pedido esperança para nós, e a esperança começa quando a verdade é dita e a lei é cumprida. A corrupção é o pecado que mata essa esperança, e a justiça é o remédio que devolve a fé no amanhã. Não é CPMI; é o Brasil reagindo, é o povo acordando, as pessoas que nos cumprimentam nas ruas, que acreditam no nosso trabalho. É a justiça descendo para o papel da vida real. Quem rouba aposentado, rouba o descanso de um país; quem se silencia diante disso, rouba o futuro das próximas gerações; mas quem enfrenta, quem se levanta, escreve história, e nós estamos escrevendo história, Srs. Parlamentares. O povo cansou da promessa bonita. O que as pessoas nas ruas querem é ver resultado, ver gente sendo responsabilizada, ver dinheiro voltando para o bolso certo. É isso que vai acontecer, é para isso que nós estamos lutando. Essa CPMI nasceu do clamor dos inocentes e vai terminar com a justiça feita. Não somos perfeitos, mas estamos tentando, talvez como poucos, fazer o certo, num tempo em que o certo custa caro. E se isso for lutar contra gigantes, então que venham os gigantes, porque o povo brasileiro merece que alguém lute até o fim. Quando tudo isso acabar, não quero que se lembrem de nós pelos cargos que tivemos, mas pela coragem de atravessar o rio quando tantos preferiram ficar na margem. Atravessar é o que o Brasil precisa fazer, é atravessar com fé o que nós faremos. Assim como Josué atravessou o Jordão, o Brasil também precisa atravessar, com fé, com determinação. Pode demorar, pode doer, mas a travessia, senhores, precisa começar. E do outro lado, tem a justiça que nós esperamos, tem o futuro que queremos para as nossas gerações, e nós precisamos trabalhar e lutar para chegar lá e sermos vitoriosos. Muito obrigado a todos. (Palmas.) Obrigado. Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos, convidando para a próxima reunião a ser realizada amanhã, dia 28, às 9h, neste mesmo Plenário, para oitivas de Domingos Sávio de Castro e de Henrique Traugott Binder Galvão. Declaro encerrada a presente reunião. (Iniciada às 16 horas e 22 minutos, a reunião é encerrada às 22 horas e 03 minutos.) |

