30/10/2019 - 8ª - Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - Fake News

Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Boa tarde a todos!
Havendo número regimental, declaro aberta a 8ª Reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada pelo Requerimento do Congresso nº 11, de 2019, para investigar os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia, o debate público; a utilização de perfis falsos para influenciar o resultado das eleições de 2018; a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre agentes públicos; e o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.
A presente reunião destina-se à oitiva decorrente do Requerimento n° 96, de 2019, da CPMI Fake news.
Esclareço que, para fins de organização dos trabalhos, o uso da palavra seguirá os dispositivos regimentais, bem como as normas enviadas a todos os membros, e que passo a ler.
Os Parlamentares poderão fazer uso da palavra de acordo com a ordem contida na lista de inscrição, que estará disponível para assinatura exclusivamente no Plenário em que será realizada a reunião da Comissão, com antecedência de 30 minutos do horário marcado para o seu início.
Nos depoimentos e inquirições, o Presidente poderá franquear inicialmente a palavra ao depoente. A Relatora, então, interpelará o depoente pelo prazo que for necessário. Em seguida, os Relatores parciais, se assim o desejarem, poderão fazer perguntas ao depoente por até dez minutos cada um, assegurado o mesmo prazo para resposta. Após a resposta, é franqueado o prazo de dois minutos para réplica e de até dois minutos para tréplica. Após a Relatora e os Relatores parciais, os autores dos requerimentos aprovados na ordem de apresentação e os demais membros da Comissão, pela ordem de inscrição, poderão dirigir perguntas ao depoente pelo prazo de até cinco minuto cada um, assegurado o mesmo prazo para resposta. Após a resposta, é franqueado o prazo de até dois minutos para a réplica e de até dois minutos para a tréplica.
Os demais Congressistas que não sejam membros da Comissão poderão participar dos trabalhos podendo usar da palavra após os membros da referida Comissão.
A Relatora e o Presidente poderão interpelar o depoente a qualquer instante do depoimento.
O Presidente deverá alertar o interpelante sobre a pergunta que já houver sido respondida pelo depoente, a fim de se evitar repetições desnecessárias.
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Concedo a palavra, por 15 minutos, ao Deputado Alexandre Frota, para sua exposição.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, o Senador Humberto.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Pela ordem.) - A minha proposição iria no sentido de que nós pudéssemos utilizar, por exemplo, aqueles 14 minutos - 5 mais 5, 2 mais 2 -, sem necessariamente ser aquele bloco, porque existem perguntas que nós pretendemos fazer ao depoente que ele pode responder "sim" ou "não", e já interferem na outra pergunta, se você vai fazer ou não. Será que poderia ser usada essa forma? Talvez ela pudesse ser mais eficiente para o que gente quer.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Responderei logo mais.
Pela ordem, o Deputado Rui.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Pela ordem.) - Presidente, talvez seja desnecessário, dado que o depoente foi convidado e já havia assentido antes inclusive, mas talvez fosse importante relembrar sempre que os que participam da CPI na condição de depoentes estão obrigados a falar a verdade.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu acredito que todos que chegarão aqui falarão a verdade. Não tenho a menor dúvida disso, nobre Deputado.
Eu vou deferir favorável à questão de ordem do Senador Humberto Costa.
Com a palavra, por 15 minutos, o Deputado Alexandre Frota.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Boa tarde, Senadores e Senadoras, Deputados e Deputadas, Presidente, nossa Relatora, todos aqui, os convidados, imprensa.
Vamos ao que interessa.
A CPI tem o poder de polícia. Eu sei tudo o que eu vi, ouvi e vivi. Temos a tarefa de investigar o modus operandi de milícias digitais, tão comuns nas redes sociais: ataques combinados, fogo amigo, assassinato de reputações, fake news, ameaças contra aliados, contra mulheres, contra nossos filhos ou qualquer um que não aceite compactuar com que eu chamo hoje de seita. Um terrorismo virtual, assédio digital que vai aos extremos, pessoas que atuam de maneira perversa em cima da intimidação. De amadores iludidos passaram a assessores parlamentares credenciados e remunerados. Saíram do esgoto, ratos de web. Essa milícia virtual existe, está clara e é de conhecimento nacional e da maioria que quer enxergar o que vem acontecendo. São responsáveis por muitos problemas que acontecem, com suas ideologias: indicações de cargos, fomento da raiva e do ódio. Ministros, secretários e assessores indicados no que eu posso chamar hoje "a farra do cargo". A farra dos cargos é extensa: para vocês verem, até o Queiroz reapareceu com 500 carguinhos de 20 mil contos - 20 mil contos cada - e ainda falou: "Pode indicar para qualquer comissão". Ora, se isso não é uma confissão, isso é o quê?
Bolsonaro mente quando diz que governa para todos e sem viés ideológico. É óbvio que ele tem um viés ideológico, e todos nós sabemos disso. Os meninos do Bolsonaro, como ele próprio gosta de chamar, já conhecidos nas mais diversas reportagens de revistas de cunho nacional, trabalham com perfis falsos em excesso.
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Sabemos o quanto é grave a existência da rede de intrigas de Bolsonaro, que produz o material em escala, atacando quem estiver na frente ou venha a discordar, venha a fazer o contraditório. Os ataques coordenados contra a Joice nas últimas semanas foram covardes. Durante a campanha, existiu fake news de ambas as partes, o.k.? Eu mesmo fui muito atacado e fui vítima do PT e hoje sou vítima do bolsonarismo.
São muitos perfis, Bolsonéas, Bolsonaro 2.0, SnaPiru. Eles estão também - também - em gabinetes de Deputados, aqui na Câmara, que usam as horas vagas para atacar. Criam grupos de WhatsApp e operam dessa maneira. E eu estou muito perto de descobrir. Por isso, solicitei ao meu partido, o PSDB, que me colocasse posteriormente como membro desta Comissão, porque tenho certeza de que poderei colaborar e, muito em breve, poderei apresentar aqui esses gabinetes que mantêm alguns milicianos digitais travestidos de assessores parlamentares.
Não falei antes - talvez alguém pergunte isso - porque, além de não ter sido perguntado, eu não sabia que se tratava de uma rede de pessoas. Recentemente, ficou claro que o Palácio do Planalto virou um porto seguro desses terroristas digitais. Assim que soube, fui o primeiro a falar, fui o primeiro a denunciar e, por isso, também fui expulso do PSL.
Terroristas virtuais, pessoas que compõem esse grupo... Está claro que há interferência do Poder Executivo no Legislativo, inclusive com ameaças virtuais. Posso citar o exemplo do Presidente Jair Bolsonaro interferindo no processo de escolha do Líder do PSL.
Por isso, hoje é um dia importante para analisarmos o que vem acontecendo, pois vêm de dentro do Palácio os três personagens que vieram das redes bolsonaristas e tiveram oficializadas as suas redes de ataque com dinheiro público. Eu tenho aqui em minhas mãos a foto dessas pessoas e pretendo mostrá-la aqui se vocês me derem alguns minutos. Não, não. É do Tércio, do Matheus e do outro Mateus.
Enquanto isso, eu vou continuar lendo aqui.
Vieram das redes bolsonaristas, tiveram oficializadas suas redes de ataque com dinheiro público. E quem coordena? Carlos Bolsonaro. Carlos Bolsonaro, direto do Rio de Janeiro, coordena, realizando reuniões, disparando, via WhatsApp, os seus comandos. Inclusive, eu sou a maior testemunha. Eu fui almoçar com o Presidente Jair Bolsonaro, no Palácio, e os três, Matheus, Tércio e o outro Mateus, e mais o filho Carlos Bolsonaro estavam na sala do Presidente. Eu esperei alguns minutos e depois entrei. Eles saíram assim que eu cheguei. Estavam os três. Vocês podem confirmar, a qualquer momento, a minha entrada, o meu almoço com o Presidente e, inclusive, a entrada dessas pessoas e também do próprio Carlos Bolsonaro.
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E ainda falo mais: lembro-me de que ele havia me dito que o filho dele não comparecia, não frequentava o Palácio. E, por diversas vezes que fui, lá ele estava.
Sabemos que esse grupo trabalha com injúria, ódio, calúnia e ideologia. Acho que tudo isso atrapalha em muito a nossa democracia.
Recentemente, Joice Hasselmann declarou que existem 1,5 mil perfis falsos. Acredito que haja até mais. Acredito que tudo isso que vem acontecendo fere a Lei nº 1.079, que trata do crime de responsabilidade do Presidente da República, de improbidade administrativa e de segurança nacional, pois ele aumenta, ele estimula, ele apoia, ele bate palmas, ele ri e ele paga - essas pessoas são pagas; e cada uma dessas pessoas recebe um bom dinheiro -, coagindo, humilhando e ameaçando.
Ao contrário do que eles dizem, a liberdade de expressão não representa um salvo conduto para divulgar fake news e achincalhar críticos, Deputados, Senadores, Secretários, Ministros, adversários na internet, inclusive por meio de perfis falsos e de robôs, os famosos bots, nem usar servidores pagos com o dinheiro público para promover linchamentos virtuais, tampouco representa uma tentativa de instaurar o "ministério da verdade" para arbitrar o que seriam e o que não seriam fake news.
Imaginar que a divulgação de notícias falsas e difamação em rede possa continuar a ocorrer impunemente é querer institucionalizar o vale tudo que existe hoje em dia na web, para o qual não faltam exemplos e testemunhas. Não é preciso ser iluminado pela luz divina para apurar o quanto isso acontece e identificar os responsáveis pelos atos de vandalismo.
É uma honra abrir as apresentações. Fui convidado e, com muito orgulho, gostaria de dizer algumas palavras para que nós possamos entender a gravidade do tema de que estamos tratando.
A CPMI trata de fake news e cyberbullying nas redes sociais. Este é um dos problemas mais graves da atualidade, e, se não tratarmos disso, a nossa democracia vai pagar um preço.
Assim que as eleições terminaram, já víamos diversas notícias falsas: de um lado, a famosa mamadeira de piroca; de outro, as afirmações de que as urnas eram fraudadas. Aliás, sobre a mamadeira de piroca, já notaram que os bolsonaristas não falam mais sobre isso?
Vimos um autointitulado filósofo, um charlatão que mora na Virginia, que se apresentou como influencer do Governo. O Brasil havia eleito um governo de direita, mas foram usados linchamentos públicos dentro da própria direita.
Se há Deputados do Novo aqui dentro...
Eu gostaria de pedir silêncio, por favor.
Desculpe-me, Presidente.
Se há Deputados do Novo aqui dentro, eles devem estar cientes de que, talvez, o número de liberais de direita fosse ainda maior no Parlamento, mas candidatos do Novo foram linchados nas redes sociais pela ala olavista, os mais extremos da direita, com mentiras do tipo "o partido é globalista", por apoiar a Agenda 2030, agenda com objetivos claros de desenvolvimento sustentável que deverá ser implantada até 2030.
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Queríamos saber até onde esse Governo seria civilizado, como esse Governo restabeleceria pontes, quais os danos. Quando esse Governo começou, muitos pensavam que o Presidente era vítima dos filhos, que era alguém que se deixava enganar por filhos precipitados e mimados, que tocavam o terror nas redes sociais. Não demorou muito para acontecer comigo e com outros Deputados aquilo que aconteceu com vários adversários na campanha. Eu, por exemplo, sofri linchamento público quando, em 17 de janeiro, Olavo de Carvalho, principal influenciador, guru, chefe do Bolsonaro, da ala mais selvagem e sectária do Governo... Deputados que viajaram para a China sofreram ataques enormes. Olavo entrou, deu um chilique, ameaçou os Deputados, que ficaram conhecidos como a bancada da China. E foi aí que me solidarizei com esses Deputados que tinham viajado e começou a minha guerra com esse charlatão, esse Herculano Quintanilha, que mora na Virgínia. Ele falava que os Deputados tinham ido em busca de negócios para o Brasil. Entre os Deputados agredidos, estava Carla Zambelli, vejam, que apanhou tanto que deve ter perdido toda a sua dignidade e hoje age feito uma das principais puxa-sacos do Jair Bolsonaro.
Uma curiosidade aqui: Jair Bolsonaro fez, dias atrás, uma viagem à China para fechar negócios. Todos nós sabemos disso. Vocês, por acaso, viram, ouviram ou leram os linchadores que atacaram os Deputados, em fevereiro, abrirem o bico? Não. Não falaram nada. Isso mostra o quanto eles são seletivos. Eles vão atrás daqueles que têm um pouquinho de autonomia e pensamento e que querem o contraditório quando não concordam com essa lambança que vem sendo feita pelo Governo Bolsonaro, que, infelizmente, eu ajudei a eleger.
Mas vamos voltar para janeiro, novamente, a partir de Olavo de Carvalho. A partir do dia 25 de janeiro, ele começou a atacar o Presidente Mourão desenfreadamente, e não houve por parte do Presidente da República nenhuma ação para proteger o seu Vice-Presidente. E eu fiz uma pesquisa enorme, que está aqui e vou deixar para o uso dessa relatoria e de todos vocês, sobre as convocações e o linchamento de Mourão. É óbvio que não vou ler tudo aqui para vocês, mas aqui eu tenho a data em que ela inicia, a data em que ela termina e o número de postagens humilhando, desprezando, acabando com o Vice-Presidente. É algo inadmissível, e o Presidente nada fez. Muito pelo contrário, seus filhos, seus comandados no Palácio e todos aqueles que trabalham nessa rede podre da internet, todos eles atacaram o Presidente Mourão. Ataques intensos, ataques intensos, ataques intensos!
E aqui eu tenho todo o conceito de milícias virtuais utilizado atualmente. E tenho vários aqui.
(Soa a campainha.)
O SR. ALEXANDRE FROTA - Tem os formadores de opinião - só mais um tempo, por gentileza -, tem os formadores de opinião, tem os "youtubers", tem aqui os "blogosferas", tem aqui a mídia e tem aqui os políticos que concordam com o que é feito.
Golpe do Vice, o bizarro caso do golpe do Vice no primeiro mês de Governo. Um dia depois, Olavo começa a campanha difamatória contra Mourão. Primeiro, diz que o decreto assinado por Mourão, que fora feito na época de Temer e validado por Bolsonaro, ampliava direito ao sigilo, citando o caso do crime de Adélio, e por aí. Olhem bem...
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O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para questão de ordem.) - Presidente, uma questão de ordem.
São revelações chocantes. Eu nunca tive conhecimento de muitas delas. Talvez dar um tempo adicional para o depoente seria importante para o esclarecimento da CPMI.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, não terá problema, porque eu já olhei o painel. O Deputado Alexandre já faz parte da Comissão, então, mesmo que a gente não desse a extensão no tempo, ele, como membro da Comissão, terá mais uma dilação.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Obrigado, Presidente.
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC. Para questão de ordem.) - Sr. Presidente, só uma observação: na verdade eu não estou vendo nada de novidade, não estou vendo nada que não tenha saído na imprensa, mas, de qualquer forma, também não tenho nada contra ele continuar a falar.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Muito obrigado. Mas vai ver daqui a pouco.
Eu fiquei de apresentar para vocês os contratados de Bolsonaro, conforme saiu na imprensa. Todos sabem que esse se chama Tercio e que veio exatamente das redes sociais do Bolsonaro; hoje está praticamente do lado da sala do Bolsonaro essa figura, que é uma das figuras comandadas por toda essa rede e essa pessoa que está aqui do lado do Bolsonaro.
Aqui tem o tal do Matheus. Quero mostrar. Um é o Matheus e esse aqui é o Tércio. O Matheus é o maior.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente, só para ficar claro: eles estão no gabinete do Presidente da República?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Estão no gabinete. Os três estão no gabinete, contratados como assessores parlamentares ou assessores técnicos do Presidente Bolsonaro. Eles foram trazidos de fora, vieram da campanha, tinham suas páginas, páginas fakes, brigavam, arrebentavam... O Jair Bolsonaro se encantou por eles e trouxe essas três figuras para trabalhar dentro do gabinete. Estão lá hoje. Se vocês quiserem sair daqui, a gente vai até lá. Eles estão sentados lá, trabalhando e, naturalmente, falando muito mal de todos nós aqui.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, para manter aqui a ordem dos trabalhos, eu gostaria que os nobres Parlamentares que estão nesta Comissão não interrompessem essa exposição do nosso depoente, porque depois vai haver o debate de perguntas e respostas e gostaria também que o nobre Deputado desse celeridade para mostrar suas provas no momento adequado, quando for questionado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito. Para vocês verem: ele tem até o crachá - aqui. É importante mostrar isso para vocês.
Então, eu vou entregar todo esse material. Infelizmente esse material a imprensa não tem. Esse material aqui é um material de pesquisa, que eu vou entregar para a CPI, que prova aqui a convocação do Olavo de Carvalho, pedindo o linchamento do nosso Vice-Presidente.
Mas eu vou aqui... Eu quero falar para vocês que o guru do Jair Bolsonaro, o cara que indica ministro, que trabalha em cima de ministro, ele e a milícia dele fazem isto aqui, por exemplo... Eu espero que o Caetano tome cuidado. Vocês acham que pode, seja ele, seja da milícia dele? Isso é certo?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Não é o perfil dele.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Tudo bem que não é, mas é da turma, é da turma, né? Vamos lá.
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Esse sujeito aqui postou o vídeo, disse que foi pai, o pai disse foi ele. Agora ele acabou de dizer que foi o pai que postou o vídeo que fala tanto combatendo, trabalhando em cima da injúria, da difamação, da calúnia, do ódio... Está aqui.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Hã?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Quer falar?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pessoal, por favor, eu gostaria que as pessoas que estão aqui, nesta Comissão, permanecessem caladas...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Está intimidando o depoente, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - ... até o depoente concluir seu relacionamento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Isso é intimidação ao depoente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Outra coisa...
(Tumulto no recinto.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Se houver alguma pessoa que não seja Parlamentar e que provoque qualquer problema para constranger o depoente, eu vou solicitar à segurança que a retire da sala.
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC) - Sr. Presidente, só mais uma breve observação. Eu concordo com nossos colegas, mas pediria aos nobres amigos e colegas que, quando for o contrário, ajam assim também, porque eu estou cansado de ver Comissões... Historicamente, quando você está defendendo algum tipo de reforma a que algum sindicato é contra, acontece a mesma coisa do outro lado. Portanto, deveriam ter o mesmo comportamento.
ORADOR NÃO IDENTIFICADO - Estão intimidando um Parlamentar numa CPI.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com certeza.
Vamos dar sequência, Deputado Alexandre.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Vamos.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente, tem que tomar uma providência. Está conturbando o trabalho da CPI. Está intimidando o depoente, Presidente. É necessária uma providência.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu vou voltar a avisar...
(Tumulto no recinto.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - ... que as pessoas...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Solicito a V. Exa. que peça à Polícia para retirá-lo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Quero que reforce o meu tempo, por favor.
ORADOR NÃO IDENTIFICADO - Vai identificar quem é.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Fora do microfone.) - Manda identificar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu solicito à segurança da Casa... Se alguém que está aqui, que vamos chamar até de plateia, se exacerbar nas suas críticas ao depoente, a favor ou contra, que a segurança aja de acordo com o Regimento Interno da Casa.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Muito obrigado, Presidente. Mas só para avisar a ele que eu não fico intimidado com nada.
Como é de conhecimento, tivemos linchamentos... Como é de conhecimento, tivemos linchamentos contra o Bebianno contra o Santos Cruz, contra a Joice, eu, Bivar e diversos outros, e isso não para, mas ficou ainda pior depois de fevereiro ou março, quando até pessoas ligadas ao Governo começaram a usar uma estética chamada vaporwave. Eu tenho ela aqui, inclusive. Isso foi apreendido como uma alt-right nos Estados Unidos, que fazia a mesma coisa, mas com uma diferença: nos Estados Unidos, eles defendem racismo e eugenia. Certo? Aqui, pelo menos não chegaram a isso, mas são misóginos, são antissociais, é uma espécie... São pessoas que se apresentam hoje nas redes sociais com... São identificadas com um processo neon, psicodélico, golfinho voando, tudo muito lilás... Eu tenho... Inclusive, aqui eu mostro para vocês, eu trouxe aqui... (Pausa.)
A gente vai achando aqui e vai mostrando aos poucos para vocês.
Mas, enfim... (Pausa.)
Com esse excesso de perfis falsos, agressividade descomunal, emporcalhamento do debate e intimidação, qualquer pessoa civilizada que entre em seu caminho sofre ataques. Eu mesmo sofri muitos ataques, tive minha família ameaçada, tive meus filhos ameaçados, tive minha esposa... Enfim, muita gente... Tive, sim. Você não acredita, mas tive. Eu mostro para você.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Fora do microfone.) - Manda para a polícia.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Vou mandar para a polícia. Eu não sou...
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu gostaria de fazer um apelo aqui à nobre Deputada Caroline. A senhora vai ter tempo suficiente para questionar, para inquirir o depoente. Por favor, eu gostaria que V. Exa. não atrapalhasse os trabalhos da Casa.
Volto a palavra ao Deputado depoente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Aqui eu tenho uma das ameaças, por exemplo.
Vamos lá.
Um cara que se diz Diego Smizero, militante de direita e conservador. Está aqui. E aí ele fala para mim: "Pensa que é super-homem, mas não é, viu? É de carne e osso". Está aqui. Ele se apresenta como militante da direita.
Esse aqui, olha, é o famoso vaporwave. É assim que eles se apresentam. Todas as vezes que vocês tiverem conhecimento dessas pessoas com isso aqui, fazem parte dessa gangue digital, muitas vezes orgânica, muitas vezes contratados ou grupos, mas eles se unem e se autointitulam os vaporwaves. Está aqui. Eu queria mostrar para vocês.
Esse aqui também é curioso. Juliano Neres da Silva, zero seguidor - zero seguidor -, em busca da verdade objetiva. Ele tem zero seguidor, mas ele entrou, atrás de mim, e falou o seguinte: "Deixe de ser ridículo, sujeito! O público inteligente não deixará de confiar no Terça Livre. Não deixará também de acreditar no Bolsonaro. Você, Joice e tutti quanti foram impelidos a despirem-se de seus avatares". Zero seguidores.
Paulo César, cristão, educador... Vejam bem, cristão, educador: "Deus é meu guia, família meu porto seguro, quero apenas um país justo onde todos sejam iguais perante a lei". Ele é cristão, educador, mas ele entra no "traíra pornô".
Maria Laura - vive falando com Abraham Weintraub: "Esse fruta não passa de um parasita, sustentando [na verdade, sustentado] com o dinheiro público. Nojo define".
Estou mostrando os ataques...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - O que isso tem a ver com fake news, Deputado? Não estou entendendo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A senhora fala na sua vez, por favor.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Não estou entendendo só.
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC. Fora do microfone.) - Presidente, só lembrar que o Deputado Frota está aqui na condição de depoente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Ele foi convidado, nobre Senador, e ele está expondo.
Depois da exposição dele, V. Exa. vai poder inquiri-lo.
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC) - Só para lembrar que ele está na condição de depoente aqui, hoje.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu fui convidado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Convidado, Senador.
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC) - De qualquer maneira, está aqui na condição de depoente, não está aqui com a prerrogativa de Deputado. Está aqui como depoente.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Convidado, foi meu convite, que foi aprovado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Deputado eu sempre sou. Desculpa.
Deixa eu mostrar para vocês agora o que os robôs fazem. Vejam aqui esse texto. Leiam bem esse texto: "Urgente flagrante nas eleições argentinas". Quem fala é Margareth Jogaib, certo? Um seguidor. Está certo?
Olha o texto: Milton Higger, o mesmo texto; quatro seguidores.
Todos, praticamente, na mesma hora.
Reginaldo Miguel, oito seguidores. Marcos Pontes - não é o Ministro -, sete seguidores, o mesmo texto.
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A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Deputado, o problema é fake news ou é a pessoa ter poucos seguidores ou nenhum seguidor na rede? Eu não estou entendendo qual é o problema.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente, é relevante a informação. Ele está informando como funciona o sistema de robôs na internet.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu vou garantir a palavra aqui ao nobre depoente. E depois todos os Parlamentares terão a oportunidade de inquiri-lo e de questionar o seu depoimento.
Eu solicito, inclusive, ao nobre Deputado Alexandre, se puder dar celeridade...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Vamos lá. Tudo bem.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela ordem.) - Presidente, me permita.
Continua tendo... Talvez o depoente nem esteja percebendo, mas continua havendo manifestações na plateia e ameaças - e ameaças! Presidente, isso torna impossível a continuidade dessa CPI. Torna impossível. Se eles querem conturbar e impedir o funcionamento, se nós permitirmos, assim vamos deixar.
Então, arguo o Regimento Interno para V. Exa., porque está havendo uma conturbação do ambiente, para que V. Exa. determine a retirada desses indivíduos que querem, primeiramente, impedir que esta CPI conduza suas investigações; segundo, obstruir um depoimento que é importante para os trabalhos desta CPI.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Pela ordem.) - Presidente, em primeiro lugar, eu gostaria que fosse esclarecido se neste momento o Alexandre Frota está como depoente ou como Parlamentar, porque, como depoente, o tempo dele já acabou. Mas V. Exa. disse que ele continua por ser membro da Comissão. Então, eu gostaria, em primeiro lugar, que fosse esclarecida qual a natureza da presença dele neste momento à Mesa?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, Deputada Luizianne.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Pela ordem.) - Eu só gostaria de esclarecer para a Deputada Bia e para os demais que o Deputado Alexandre Frota veio por requerimento de minha autoria, de convite ao Deputado Federal Alexandre Frota. Ele está convidado nesta Comissão. Então, eu acho que, como a gente convidou, e ele atendeu ao convite, ele tem o direito de falar e ter o tempo para falar o que ele quer falar. Ou a gente não quer ouvir porque está com medo do que ele vai dizer?
Então, eu só peço para respeitarem...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Ninguém tem medo aqui. Nós queremos só o esclarecimento.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Eu gostaria apenas...
(Tumulto no recinto.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Nobres Parlamentares...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Com relação a obstrução, muito me espanta...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Eu gostaria apenas...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Nobres Parlamentares, vamos manter a calma, vamos manter a tranquilidade no Plenário.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - ... as pessoas que estão atrapalhando.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - ... vir falar de obstrução, eles que são os mestres da obstrução.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter a tranquilidade.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Há uma claque que vem organizada aqui. O pessoal está atrapalhando. Deixe-o falar. Presidente, dá o tempo...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter a tranquilidade.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - E a gente depois faz o debate.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O nobre Deputado Alexandre Frota está aqui a convite. Como para qualquer um que for convidado, sempre nós vamos dar uma extensão do seu tempo. Porque o importante é que hoje não temos nenhum outro membro a depor, nenhum outro membro convidado, nem convocado, então esta Presidência vai elastecer mais o tempo do Deputado Alexandre Frota. E garanto aos senhores que qualquer outro que venha aqui terá o mesmo tratamento, seja de um lado, seja de outro lado.
Com a palavra o Deputado Alexandre Frota.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente, e as manifestações em Plenário de intimidação ao depoente?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu vou solicitar, nobre Deputado, à segurança da Casa... Ou, então, eu vou pedir, pelo menos, antes de utilizar do Regimento Interno: gostaria que os nobres membros que estão ali atrás das galerias, se pudessem, recolhessem esses cartazes, a Presidência ficaria muito grata, já que o Regimento da Casa proíbe esses banners.
Obrigado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Posso continuar, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - À vontade, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Já que a Deputada Bia Kicis queria que eu falasse de fake news, ela como uma das maiores defensoras do Jair Bolsonaro, essa semana postou esta fake news... Não é, Bia? Vamos falar agora sobre fake news. Então, ela postou esta fake news e depois, quando ela viu que era fake news, "Deputada do PSL diz que apagou suposto vídeo das Farc". E aquilo foi uma palhaçada; nem o Gugu Liberato fez aquilo. Foi um suposto vídeo das Farc, após saber que seria fake. Já que ela gosta de falar aqui sobre fake news, estamos aqui.
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A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Perfeitamente, Deputado. Quando eu...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A maior difusora...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Quando eu...
Não sou maior difusora de fake news.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Está me interrompendo, Presidente.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Não, porque você agora está me acusando.
(Tumulto no recinto.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu quero manter a palavra, nobres Deputados e Deputadas, Senadores.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Você me citou e está me acusando. Direito de resposta, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O convidado está com a palavra.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Sim, Presidente. Direito de resposta tão logo ele acabe de falar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos lá.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ela não tem direito de resposta.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Não, só se fala como ofendida.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Prossiga, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A maior defensora do Bolsonaro assume que é fake, mas disparou para criar fato, emoção e coitadismo. Mudaram o foco inclusive. Ex-Procuradora da República, Deputada Federal, está aqui, olha, lançou. Aí o Nando Moura, que é o principal articulador, um dos principais alunos de Olavo de Carvalho, mandou este tuíte aqui, olha: "Gosto do Olavo, mas gosto mais da verdade. A Bia Kicis apagou a postagem e depois me agradeceu em privado." Está aqui, certo?
E é para vocês entenderem como faz.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Presidente, antes que ele passe para outros fatos, eu exijo meu direito de resposta agora, Presidente, porque eu estou sendo ofendida.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu não acabei ainda.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Após o depoimento, Deputada.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu não acabei.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Eu quero esclarecer, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Após o depoimento do depoente. A senhora vai ter tempo à vontade.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Não, ele já está passando para outras pessoas. Eu quero meu direito de resposta, Presidente, por gentileza.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu vou lhe dar tempo à vontade para a senhora responder.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu não acabei.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Por gentileza, Presidente, eu gostaria agora.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Alexandre Frota, para continuar o seu depoimento. Espero que seja breve, para que a gente abra para o debate.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Porque aí a Deputada Bia...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu estou acabando, eu estou acabando.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - ... e qualquer outro vai ter a defesa para poder utilizar.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Estou acabando aqui esta primeira parte.
Então Olavo de Carvalho, que é o mentor, o guru, esta semana idealizou, no curso on-line dele, e aí pessoas como esse Clicktime falam o seguinte sobre o vídeo que a Deputada Bia Kicis postou: "Ainda sobre o vídeo das Farc, eu afirmo que é fake. Porém, nem de longe podemos menosprezar a intenção de ação". Vocês entenderam como eles querem trabalhar a cabeça das pessoas? Mesmo sendo falso, não é? Está aqui a prova.
E há mais outro aqui também, é o tal do Oswaldo Eustáquio, também figura carimbada no Twitter. Ele fala: "As Farc...
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - "As Farc...
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/REDE - AP) - Presidente, não é possível. Presidente, V. Exa. tem que tomar uma providência.
ORADORA NÃO IDENTIFICADA - Presidente, não há condição mais.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Tem que retirar, Presidente.
ORADORA NÃO IDENTIFICADA - Não há condição.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - "As Farc ameaçam Bolsonaro."
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Solicito ao... Ah, já saindo dali. Por favor.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - "As Farc ameaçam Bolsonaro. As manifestações violentas na América Latina não são coincidência. Meu Deus, Bolsonaro está sendo ameaçado." Aí, aqui embaixo ele posta dizendo que é fake e concordando e retuitando a Deputada.
E termino com ela aqui falando sobre o vídeo das Farc: "Removi assim que fui informada de que seria fake. Postei porque recebi de uma fonte muito respeitável, acreditem." Quais são as fontes? As milícias digitais, não é?
Então eu tenho um vasto material aqui, que à medida que vocês forem me perguntando, eu vou mostrando para vocês.
Só para encerrar, este aqui...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Para concluir, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Este aqui é de Amanda Verso. Isto aqui é como eles fazem quando eles querem comandar, dar uma ordem de comando nas redes sociais. Então um posta: "Sabia por que o MBL não quer que o Governo Bolsonaro dê certo? Saiba por que o MBL não quer que o Governo Bolsonaro dê certo. Conheça as maracutaias do verdadeiro partido político do Kim, que quer censurar quem fala a verdade".
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Eles soltam isso. Eles fazem uma trade, que é uma linha de raciocínio. E, aí, começa a disseminação geral. Então, à medida que vocês foram me perguntando e forem falando, eu vou mostrar mais um vasto material que tenho aqui.
Eu entreguei para o senhor o linchamento do Mourão.
Nós temos aqui os dados da convocação ao linchamento contra Rachel Sheherazade, em 2017, quando ela compara Lula e Bolsonaro no populismo. Foi uma crítica política. Nada de baixo foi falado. Foi um negócio que não foi pessoal. Aí, o Allan dos Santos ativa um seguidor, e esse seguidor inicia o linchamento.
Está aqui também toda a pesquisa feita. Vou deixar aqui para que todos os que quiserem tenham o acesso. Ela é minuciosa. Há aqui a hora em que começam os ataques e a hora em que terminam os ataques.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluindo, Deputado, essa primeira fala.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Vou concluir agora só esta primeira parte aqui.
Perfis que comemoraram a demissão do Santos Cruz. Há todos. Esses são os mesmos do Mourão, são os mesmos da Rachel Sheherazade, são os mesmos do Alexandre Frota, são os mesmos da Joice, são os mesmos do Bivar. São os mesmos! Vocês podem fazer um cruzamento e vocês vão ver que é sempre a mesma milícia fazendo isso.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Fora do microfone.) - Deixe aqui os documentos, por gentileza.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluiu, não foi, Deputado?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Concluí.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Então, invocando aqui o art. 14, no seu inciso VIII, eu concedo a palavra por cinco minutos à Deputada Bia para fazer a defesa, pois foi citada nessa primeira parte do pronunciamento do Deputado Alexandre Frota, para demonstrar assim, Deputada, que esta Presidência age com isenção, mesmo que alguém pense que é ao contrário.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Para explicação pessoal.) - Pois não, Presidente. Nem se poderia esperar de outra forma.
Em primeiro lugar, eu quero deixar muito claro que eu sou uma pessoa muito honrada e sou uma pessoa que nunca propaguei fake news, e o Alexandre Frota sabe disso porque me conhece há muito tempo, esteve comigo em cima de caminhões, fez junto comigo campanha para Jair Bolsonaro. Então, se há alguém aqui que é fake, certamente não sou eu.
Então, quero deixar claro o seguinte: de fato, eu recebi de uma fonte muito respeitável, que não tem nada a ver com milícia, é uma pessoa de carne e osso, respeitada. Eu não vou dizer o nome, mas me mandou.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Fora do microfone.) - Por quê?
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Porque eu estou preservando essa pessoa.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Fora do microfone.) - Tinha de dizer.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Então, essa pessoa me mandou o vídeo. Em razão exatamente da honradez dessa pessoa, eu tomei por verdadeiro o vídeo. Ela também foi enganada. Essa pessoa também recebeu de outra e me passou. Mandei o vídeo. Meus editores de vídeo normalmente colocam a minha logo, e mandei o vídeo.
Pouco tempo depois, logo de manhã cedo, alguém me falou: Bia, esse vídeo parece ser falso. Não foi o Nando Moura. O Nando, eu vi depois o vídeo dele. Parece ser falso.
Diante da hipótese de ser falso, eu removi e imediatamente fiz uma explicação aos meus seguidores de que removi porque o vídeo podia ser falso, e eu estou sempre pela verdade. Prefiro perder um vídeo, números, curtidas, mas sou uma pessoa íntegra, sempre fui. Isso não está em questão, porque, se há alguém que não é falso, que não produz fake news, sou eu. Não sou falsa nem nas redes e nem em pessoa, porque, quando eu apoio, quando eu faço uma campanha, como fiz para o Presidente Bolsonaro, eu me mantenho fiel aos princípios que me trouxeram para o Parlamento, diferente de outras pessoas que já viraram as costas para aqueles que colocaram seu nome nas urnas.
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Mas quero dizer aqui que esse vídeo foi removido, sim, porque era falso, e não há nenhum problema nisso; isso não me torna uma pessoa que dissemina fake news. Quem dissemina fake news normalmente é uma pessoa que, sabendo da falsidade dos fatos, continua propagando esses fatos.
Então, quero dizer aqui que não aceito esse tipo de insinuação. Repudio veementemente. Sou uma pessoa honrada, sim, sou uma procuradora, sim, agora Deputada, sim, e isso só se soma aos meus valores. Então, eu rejeito esse tipo de imputação.
Quero dizer que tudo que foi colocado aqui não tem nada a ver com fake news, tem a ver com uma pessoa que está se aliando a outras que querem calar as redes, querem tirar a plataforma da internet, a liberdade que existe exatamente de pessoas comuns, que o único lugar que tem para propagar a sua voz é exatamente a internet. São pessoas que não têm acesso à mídia.
Eu estive este ano no Parlatino e para minha nada surpresa, ao chegar lá - porque eu já percebi que o Parlatino é um olho do Foro de São Paulo, é um braço do Foro de São Paulo -, um dos temas que estava sendo debatido era exatamente como regular as redes. E todas as pessoas falavam: "Ah, nós temos que regular; as pessoas não podem falar o que quiserem nas redes", e eu me opus e disse: "Por que não?" As redes têm que ser livres, nós temos a liberdade de expressão garantida na Constituição. Quem é que vai regular as redes: um burocrata sentado numa cadeira, na ONU, na OEA, seja onde for, ou o Estado vai regular e dizer o que eu posso ou não falar? Porque a legislação dos países democratas já prevê que a pessoa que causa injúria, que propaga mentira seja punida, mas a punição nunca pode ser uma censura, ela tem que ser a posteriori e nunca numa forma de censura. Tantos aqui que dizem que lutaram tanto contra a censura estão defendendo aqui esta CPMI, cujo objeto a gente já sabe muito bem qual é, que é fazer um terceiro turno nas eleições.
Então, vamos falar a verdade: se estão tão preocupados com fake news, por que não falar a verdade? Por que não desnudar aqui o verdadeiro interesse desta CPMI, que não tem nada a ver com buscar mentira nas redes; tem a ver com calar aquelas pessoas que querem exatamente expor a verdade? Mas a verdade dói quando contraria interesses como esse que nós vimos ontem na Rede Globo, fazer uma grande mentira, jogar uma fake news na cara do povo, como se o Presidente Bolsonaro, esse homem honrado, honesto, tivesse alguma coisa a ver com o crime da Marielle.
Então, chega! Se vamos falar de fake news, vamos falar das fake news que estão aí povoando a mídia tradicional, não ficar buscando nas redes robozinhos ou coisas ocultas, insinuações para querer dizer que o povo brasileiro e o povo do mundo inteiro, que tem a internet como seu único ponto, única plataforma para poder se expressar livremente, possa ser calado.
E lá no Parlatino eu pude ver Deputado e Parlamentares de Cuba, da Venezuela, da Bolívia, da Argentina, todos dizerem: "Não; nós amamos a liberdade, Deputada, nós só queremos que regule."
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Conclua, Deputada.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Quem é que vai regular? É o Estado que vai regular? Eu não quero o Estado regulando a minha voz, eu não quero o Estado regulando a voz de ninguém. Eu quero as pessoas com liberdade de expressão.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Conclua, Deputada.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - E eu quero uma internet livre. E eu quero que a verdadeira intenção desta CPMI da Fake News seja trazida à tona.
Muito obrigada.
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Para responder à Deputada, se assim desejar, o convidado Deputado Alexandre Frota.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Será bem rápido.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Fora do microfone.) - Eu não citei...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu quero agradecer à Deputada Bia Kicis por reconhecer aqui que ela postou fake news, a primeira coisa.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Não postei fake news. Postei uma notícia enganosa. Não foi fake news.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Mas é um fake news.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Não foi fake news.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada, V. Exa. teve oito minutos, com três de tolerância.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Quero agradecer por ter postado fake news e também ter reconhecido aqui.
Também, no passado mais recente, ela também compartilhou outro fake news que foi, no caso, da overdose do Glenn. Lembra que "ele deu entrada, que cheirou cocaína", e que isso não foi verdade. A senhora também postou isso.
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC. Pela ordem.) - Presidente, uma questão de ordem!
A Bia pediu, baseada no art. 14, direito de resposta. O senhor concedeu a ela cinco minutos...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Não, eu concedi a ela oito minutos, Senador.
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC) - Deixa eu terminar. Deixa eu terminar, Presidente.
Foi concedido a ela como direito de resposta. E, além disso, ela não fez pergunta para o depoente. Portanto, ele não tem que interpelá-la de novo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Esse é o diretor do negócio?
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC) - Eu não sou diretor de nada.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ah, bom.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mas, nobre Senador, em nenhum momento ela interpelou ou foi...
(Tumulto no recinto.)
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC) - Só gostaria que, dessa maneira,...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mas, esta Presidência entende que qualquer pessoa, quando for feito o debate, tem que ter o direito de resposta.
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC) - Não, Sr. Presidente. Mas é...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Esse é o trabalho, essa é a condução dos trabalhos.
O SR. MARCIO BITTAR (MDB - AC) - O direito de resposta está com a Deputada...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Questão de ordem, Presidente.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu vou concordar com ela para ela não falar...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Presidente, o direito de resposta é meu.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Presidente.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Ele não tem direito a contrarresposta, não existe isso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Questão de ordem, com o Deputado Rui Falcão.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Pela ordem.) - Presidente, o senhor concedeu o direito de resposta à Deputada. Ela o fez e até se excedeu, transpondo o direito de resposta e se manifestando sobre a suposta intenção da CPMI. Eu gostaria que o senhor encaminhasse para que essa polêmica bilateral se encerrasse.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Claro.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - E a gente pudesse dar ordem aos trabalhos, dando a palavra à Relatora.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A Relatora vai falar em seguida, nobre Deputado. Obrigado por sua participação.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para depor.) - Eu só quero deixar claro que eu não defendo aqui censura. Eu defendo a responsabilização pelo que é praticado.
E quero falar do art. 5º aqui: "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato". Qualquer pessoa tem o direito de se manifestar em qualquer assunto, inclusive emitindo opiniões e divulgando notícias. Porém, o anonimato é vedado, ou seja, não pode o Twitter ou qualquer outro meio de comunicação, seja privado, seja público...
(Soa a campainha.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... garantir o anonimato de quem quer que seja, ainda mais aceitar contas anônimas em seu portal de comunicação.
Só para deixar isso aqui claro.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluindo, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pode continuar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu passo a palavra agora à Deputada Lídice da Mata, Relatora desta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.
Antes, porém, quero avisar aos Srs. Parlamentares que a nobre Relatora tem o tempo livre que assim desejar.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu quero, primeiro, chamar a atenção para o fato de que nós não estamos aqui nem numa Comissão especial nem numa Comissão ordinária da Casa Legislativa, e sim numa Comissão de inquérito. Portanto, nós temos procedimentos regimentais que devem ser assegurados por todos nós. Em determinados momentos, nós poderemos, inclusive, ter a possibilidade de fazer sessões secretas. Portanto, é importante que cada Parlamentar possa até analisar o Regimento previsto para CPIs, para que a gente possa ter um nível de participação que permita assegurar uma investigação. E é isso que nós estamos fazendo aqui.
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Eu quero me dirigir ao convidado, o Deputado Alexandre Frota, para requerer e solicitar dele a possibilidade... Saber se o senhor tem mais algum documento que o senhor queira deixar conosco, porque esses documentos integrarão a nossa CPMI. E, na medida em que não são documentos secretos, nós vamos colocar à disposição de todos os membros, para que possam ter acesso a eles.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Tenho, sim. Tenho, sim, Relatora. Tenho vários documentos, que, ao longo do trajeto aqui da nossa Comissão, da nossa reunião, eu vou disponibilizando mediante os assuntos que forem surgindo aqui.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Pois não. Então, eu agradeço e quero novamente reiterar a solicitação de que o senhor possa deixar tudo conosco, inclusive fotografia, se for...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Todas elas.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - ... no seu caso, uma constituição de prova daquilo que está falando.
Há nas... Recentemente, além de V. Exa., alguns meios de comunicação denunciaram a formação de milícias digitais para dispararem fake news.
Diferente do que alguns podem imaginar, esta CPMI foi feita com uma intenção clara: investigar se as fake news interferiram no processo eleitoral e os casos em que a fake news ameaçam a democracia em nosso País, com ataques a instituições, inclusive à instituição parlamentar a que pertencemos. Houve também... Eu vou, portanto, dirigir perguntas nessa direção.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Há também afirmação de V. Exa. e também de algumas reportagens, como é o caso da reportagem da revista Crusoé...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Muito boa, por sinal.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - ... em que se identifica, veja bem, se identifica, no Governo Federal, a existência do que se chama o bunker do ódio. Eu gostaria de saber se V. Exa. confirma essa ideia de que existe, no Governo Federal, no Gabinete do Presidente da República, a formação de um grupo de trabalho com o objetivo de disseminar o ódio, portanto, recebendo recursos públicos salariais para este fim. O senhor confirma?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Confirmo. É um gabinete. Hoje há três pessoas trabalhando nesse gabinete, talvez até um pouco mais.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - E o nome dessas pessoas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É... Tércio, Mateus e Matheus. Eu tenho os nomes aqui todos.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - E sobrenomes?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu vou dar os sobrenomes para a senhora.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - O senhor também afirmou aqui, eu queria que confirmasse...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Mas só para encerrar essa resposta...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada e Deputado, eu vou solicitar à nossa Relatora que, quando ela solicitar algum documento e V. Exa. aferir que existe...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Passo para ela?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - ... que passe para ela ao final da oitiva.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito. O.k. Está bem.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - O interesse da Câmara dos Deputados e do Senado nesta investigação é justamente para que se possa identificar quem produz, quem distribui, quem financia... O senhor, que participou da campanha, tem conhecimento de algum empresário, o nome de algum empresário, de alguma empresa que tenha financiado essas equipes de fake news ou de disseminadores de notícias fraudulentas?
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Posso responder aqui?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Pode.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Esse é um almoço de que participei após uma palestra com o Jair Bolsonaro. Ele fez uma palestra. Eu o levei a essa palestra. E, nesse dia, nesse almoço, em que está Eduardo Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Alexandre Frota e o então candidato a Presidente Jair Bolsonaro, houve ali uma discussão entre o Carlos e o Flávio, entre o Carlos e o Bolsonaro sobre impulsionamento de Facebook. Não falaram em Twitter, não falaram em Instagram; falaram em impulsionamento de Facebook. E a conversa continuou. A pergunta era: "Quem iria financiar? Quem poderia financiar?". E aí surge o nome de um empresário chamado Otávio...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - O nome completo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu não tenho o nome completo aqui.
Nesse almoço, surge o nome de um empresário chamado Otávio, surge o nome de um empresário chamado Meyer e, pela primeira...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Meyer Nigri?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Meyer.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Não é Meyer Nigri?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu não sei. É Meyer que ouvi.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Pode repetir os três?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Posso. Otávio...
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Fakhoury?
O SR. ALEXANDRE FROTA - Não sei se é Fakhoury. É Otávio. Meyer...
A conversa era sobre impulsionamento de Facebook. Não era de Twitter. Não era de Instagram. Era de Facebook.
Pela primeira vez, também ouvi falar ali de uma pessoa chamada Victor Metta, que poderia conseguir esses patrocínios ou essa doação. O Victor Metta, depois, eu estive com ele, quando eu fui filiado ao PSL. Encontrei-o no escritório dos advogados do Eduardo Bolsonaro. E, pela primeira vez, nessa conversa, nesse almoço aqui, eu também fiquei conhecendo e ouvindo o nome de Letícia Catel, que, posteriormente, veio a ser diretora da Apex, Letícia Catel, que também participou da minha filiação no PSL, no escritório em Pinheiros, em São Paulo. Estava ela, Rodrigo, que atende pelo nome de Rodrigo, Victor Metta. Foi quando nós fizemos a reunião para que eu entrasse para o PSL.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ah, vocês queriam os nomes. Bom, são dois Matheus, mas um é Matheus Sales Gomes. Ele está atualmente lá. Todas as revistas já divulgaram isso. Isso não é novidade nenhuma. Todo mundo sabe. E o outro é Tercio Arnaud Tomaz. Eu mostrei aqui, inclusive, as fotos deles. E o outro é o Tomaz.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Estão todos convocados.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Estão todos convocados. Inclusive, eles vão vir aqui, e eu faço questão de estar aí desse outro lado também.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Uma das questões nebulosas relativas à propaganda eleitoral da eleição do então Presidente Jair Bolsonaro envolve a utilização da casa do empresário Paulo Marinho para a produção e disseminação de conteúdos eleitorais.
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Em entrevista à GloboNews, o próprio Marinho admitiu que dessa casa eram retransmitidas fake news durante a campanha. Sobre esse tema, o senhor tem conhecimento desta casa, já esteve nela, sabe informar quem participou desse QG eleitoral que atuou na casa do Sr. Paulo Marinho?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Essa casa do Paulo Marinho realmente foi um QG da campanha do Bolsonaro. Eu apenas fui uma vez lá a essa casa. Estava o Bebianno, estava o Julian Lemos, o Bolsonaro chegou depois... Dali ele gravava alguns vídeos, passavam algumas informações para a imprensa, enfim.
E aí o Paulo Marinho... Hoje, eu perguntei para o Paulo Marinho, antes de vir para cá, porque eu também havia ouvido falar, o próprio Paulo Marinho parece que havia mencionado em algum lugar que dali disparavam mídias sociais, mas mais para o PSL do que para o Governo Bolsonaro. Porém, eu liguei para o Paulo agora à tarde... Não, agora de manhã, às 10h 43min, Senador Humberto Costa, e o Paulo Marinho falou que eu procurasse - e eu quero dividir isso com vocês - o Marquinhos da M4. Foi ele que fez a campanha do capitão. Está aqui: Marquinhos da M4. Eu tive o cuidado de falar com o Paulo Marinho antes de vir para cá, e perguntei a ele sobre isso, porque até achei que seria perguntado aqui. Então, o próprio Paulo Marinho me enviou isso aqui, que eu também vou passar para vocês: Marquinhos da M4. Eu acho que ele deveria ser convocado a vir aqui também, já que ele fez toda a campanha do capitão. Está certo?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Eu também iria perguntar, em relação à M4, se o senhor tem conhecimento de se, através da M4, eram pagas as pessoas, as equipes que faziam as fake news.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu não posso lhe afirmar isso porque eu não tive nenhum contato com a M4, e muito menos conheço esse Marquinhos da M4. Minha campanha foi totalmente independente. Apesar de ter apoiado o Bolsonaro e ter viajado com ele muitas vezes, ela foi extremamente independente. Não fiz parte desse tipo de coisa, até porque eles não me queriam ali no meio. Então, eu não tenho acesso ao Marquinhos da M4, mas acho que é de grande relevância a informação do próprio Paulo Marinho, que foi um idealizador ali da campanha do Bolsonaro, que geriu ali a campanha, um gerente da campanha. Eu acho que eles vão poder falar melhor sobre essa situação.
Sobre a pergunta que a senhora me fez, sobre pagamento, quem paga esses grupos, enfim,... Durante a campanha eu acredito que tenha havido, sim, financiamento. Ninguém trabalha de graça. Então, acredito que empresários... E, ao longo aqui desse processo, eu vou mostrando documentos, enfim, coisas que podem nos ajudar a chegar a essas pessoas, haja vista que hoje elas trabalham, algumas delas trabalham aqui dentro... O próprio Allan dos Santos...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Fora do microfone.) - Está convocado também.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Está convocado?
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Ele, até um tempo atrás, não tinha onde cair morto e hoje está numa mansão aqui, em Brasília, com carro alugado, um tal de um Corolla, alugado, um carro de luxo.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Tem endereço?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Tenho o endereço. Eu passo para vocês.
Ele inclusive anda aqui, dentro da Câmara, credenciado. Anda ao lado do Presidente como se ele fosse um assessor de comunicação, não é? Eu, inclusive, tenho aqui fotos dele dentro da Câmara. Tenho...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não precisa agora, não.
Tenho fotos dele dentro da Câmara. Enfim, é uma pessoa que trabalha, e ele é, sem dúvida nenhuma, é do conhecimento de todos, o maior incentivador das fake news. O cara que ataca, o cara que solta, e aí vêm as pessoas para publicar, os publicadores, os replicadores. Enfim, existe todo um processo que, ao longo desta sessão aqui, eu vou mostrar para vocês.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Deputada, só pela oportunidade, a senhora fez uma pergunta que eu acho que o Deputado responder...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado Rui, a palavra está com a Relatora. V. Exa. terá tempo suficiente no seu momento.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Eu perguntei para ela se podia, pela oportunidade.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mas passe pelo "zap" ou, então, venha aqui, se não for incômodo.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Um minuto Deputado.
A lei eleitoral define como gasto eleitoral propaganda, publicidade direta ou indireta por qualquer meio de divulgação destinado a conquistar votos. O senhor classificaria as atividades exercidas do QG de Paulo Marinho como gasto eleitoral?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Olha, eu fui apenas uma vez no QG do Paulo Marinho, não é? Então, eu também não fiz... Não participei desse processo da pós-campanha do Bolsonaro de prestar contas e etc. Então, eu não posso lhe falar se esse QG do Paulo Marinho... E o Paulo Marinho vai vir aqui? Não sei se o Paulo Marinho está convocado, se está convidado. Mas, enfim, acho que deveria vir aqui, também, porque ele pode falar melhor sobre isso, entendeu? Eu não tenho como falar para vocês isto aqui, se ele realmente... Se isso foi colocado na prestação de contas, se não foi. Todo mundo sabe, passou no Jornal Nacional, passou nas mais diversas reportagens, a casa, o QG, as pessoas entrando, as pessoas saindo, entrevistas na porta da casa. Enfim, a gente sabe que a gente está lutando contra um processo, contra uma gangue digital, uma gangue virtual, e cabe à gente aqui investigar e trabalhar isso da melhor maneira possível.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Queria...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Só um minuto, Relatora.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Pois não.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu gostaria de agradecer ao Carlos Bolsonaro, que está assistindo neste momento e está aqui tuitando, xingando e falando um monte. Queria agradecer sua audiência. Fique com Deus aí. (Risos.)
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Queria só mais duas perguntas, Sr. Presidente. Embora tenha muitas aqui, mas selecionei duas aqui para dar um roteiro aqui...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pois não.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - ... da nossa investigação.
O senhor se referiu a um possível colaborador da campanha, um empresário de nome Otávio.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Coincidentemente ou não, a matéria da revista Crusoé que ouve o jornalista Felipe Moura Brasil...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, aliás, foi uma grande denúncia.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - ... cita alguns nomes de pessoas que são responsáveis por disseminarem diversas informações classificadas como fake news pelas principais agências de checagem de notícia brasileira.
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Por exemplo, Allan Lopes dos Santos, do blogue Terça Livre; Luciano Ayan, do blogue Ceticismo Político; Paulo Oliveira Eneas, do bloque Crítica Nacional. Todos eles atuaram, segundo a reportagem, intensamente, durante as eleições, disseminando fake news. Portanto, é possível afirmar que a milícia virtual bolsonarista foi responsável claramente pela produção e disseminação de propaganda política na forma de fake news durante a eleição?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu acredito que sim. Eu acredito que sim, inclusive, acompanhando a sua leitura, aqui a senhora está se referindo a Otávio Oscar Fakhoury...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - É, Fakhoury.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... Fakhoury, o investidor por trás do site bolsonarista Crítica Nacional, o qual eu conheço. Esse é o Prof. Paulo Eneas. O Prof. Paulo Eneas, até três anos atrás, estava extremamente falido, mas proprietário do Crítica Nacional, um jornaleco, um portal. E ele, na época, já falava para mim que ele não podia deixar esse jornal fechar, acabar, e que ele gostaria imensamente de ter um financiador. Depois eu leio, na matéria brilhante do Felipe Moura Brasil, que o Otávio Fakhoury comprou, virou acionista do Crítica Nacional, uma rede que inclusive, antes da eleição obviamente, quase se especializou em atacar a esquerda. Está aqui, esse é o Paulo Eneas.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - E o senhor não tem nenhuma informação a respeito de como se deu esse financiamento?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Apenas com base na matéria?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, e com o que ele me falou também.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Sim, sim.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não foi só matéria.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Certo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele falou para mim...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Certo.
A Lei Eleitoral no Brasil proíbe que candidato ou partido receba doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, de entidade estrangeira. Contudo, há notícias de que alguns grupos internacionais, inclusive da chamada alt-right, especialmente na pessoa do Sr. Steve Bannon, contribuíram com recursos logísticos em campanha de candidatos conservadores, incluindo a do Presidente Jair Bolsonaro.
Pergunto se houve esse fato, se o senhor tem conhecimento de que houve contribuição de organismos internacionais na campanha; e, se houve, como se deu essa contribuição, de que maneira; e se existiu aplicação de ferramentas nos moldes das desenvolvidas pela Cambridge Analytica no disparo de matérias de campanha durante as eleições brasileiras. Se sim, quais foram as ferramentas usadas? Isso se o senhor tiver conhecimento dessa área mais técnica.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu gostaria de que os Parlamentares, os convidados e a imprensa pudessem reduzir um pouquinho o volume da voz, porque está atrapalhando aqui os trabalhos da Comissão.
Obrigado.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Só essas duas perguntas.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É... Com toda certeza, nós sabemos aí que o Eduardo Bolsonaro é um trumpista, amante do Steve Bannon. Nós sabemos o que o Steve Bannon fez durante o processo de candidatura da eleição do Trump. Depois foi demitido. O que eu posso falar é que eles receberam estratégias.
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Gostaria de saber se, inclusive, alguns que fazem parte da ala que está defendendo Bolsonaro conhecem esse senhor aqui, esse garoto especialista em estratégias marxistas, que fez uma conferência, inclusive com a Dona Bia Kicis, presente. Ele implantou na cabeça do Bolsonaro a saída da ONU, chamou a ONU de reunião de comunista. Foi uma conferência que aconteceu em Nova York, onde uma ideologia começou a ser construída. Esse garoto, esse rapaz se chama Jeffrey Richard Nyquist, que inclusive é citado pelo Felipe Moura Brasil, que participou - muito bem falado na entrevista aqui, na matéria da Crusoé... Ele fala, tem uma passagem do Jeffrey Richard Nyquist, que participou dessa conferência ao lado do Bolsonaro. Agora, Sr. Paulo Pimenta, quem indicou Jeffrey Richard Nyquist? Olavo de Carvalho. Olavo de Carvalho.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, eu só estou falando o que eu sei, o que eu vi e mais nada. Está aqui. Pode não ser um problema agora; pode ser um problema mais tarde.
A senhora pode continuar?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Estou satisfeita. E para dar oportunidade dos Srs. Deputados também usarem da palavra.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos ouvir agora a nossa autora do requerimento de convite ao Deputado Alexandre Frota, a Deputada cearense Luizianne Lins.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Bom, em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer o Deputado pela disposição de ter aceitado o convite e a disposição de colaborar com o País através desse depoimento nesta CPMI, porque, embora as coisas que foram colocadas aqui tenham saído pontualmente em um ou outro veículo de imprensa, a narrativa não se construiu de forma integral. Eu acho que agora começa a ficar claro para o Brasil, para a população brasileira exatamente com o que nós estamos lidando e por que o temor e por que a dificuldade... Membros desta CPI, em especial do PSL, tentaram obstruir e tentaram fazer com que esta CPMI não andasse. Está ficando claro cada vez mais.
V. Exa. declinou nomes de pessoas reais. Eu gostaria só de, inclusive, confirmar que Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes, Mateus Matos Diniz, Allan dos Santos e Paulo Marinho estão convocados - não convidados como V. Exa. - para prestar depoimento nesta CPMI pelo requerimento do Deputado Rui Falcão e o requerimento da Deputada Natália Bonavides. Portanto, eles virão aqui, e nós saberemos exatamente guardar essas informações para perguntá-los sobre isso.
V. Exa. também usou uma expressão que anotei aqui: "Vi, ouvi e vivi". Portanto, é um depoimento forte.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - É diferente de quem ouviu falar.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - É diferente, quando você está dentro de um processo, acredito que com muitos arrependimentos certamente, mas, quando V. Exa. afirma que gabinetes com milicianos digitais - chama também de terroristas digitais - estão convivendo entre nós, Deputados e Deputadas na Câmara e aqui no Senado, isso é muito grave. Nós temos que identificar quais são as pessoas que vieram para cá para, através de um novo nome de fake news... A Deputada teve que sair, mas ela usou essa expressão. "Não, não é fake news, apenas são notícias falsas". Bom... Traduziu assim, mais ou menos assim, pelo que eu entendi.
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Eu gostaria, Deputado Alexandre Frota, de fazer, a partir das suas próprias considerações, algumas perguntas...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Preste atenção, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Vamos lá, desculpem.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - ... a partir de manifestação de V. Exa. em veículos de imprensa. Aí são três que eu gostaria de assinalar.
No Twitter saiu uma matéria, no Blog do Tales Farias, de V. Exa. conversando com a Deputada Joice, que diz o seguinte. Num dos posts postados por V. Exa., V. Exa. conclama a Joice, que também foi convidada a depor aqui nesta CPMI, a revelar fatos de Curitiba, que, segundo afirma V. Exa., poderiam causar uma crise - abre aspas: "Joice, sei que é forte, mas meta a boca e fale de Curitiba. Acho que a casa cai geral". Então, primeiro, gostaria de que V. Exa. colocasse que fatos tão graves poderiam estar por trás, digamos assim, de Curitiba. O que seriam os fatos de Curitiba?
A segunda coisa seria no que diz respeito a também uma colocação de V. Exa. sobre o último fato acontecido...
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Se V. Exa. puder falar sobre Curitiba, eu agradeceria, porque eu tenho mais outros... Para não se perder.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito.
Quando eu falo "vi, vivi e ouvi" é porque eu estava lá.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Pode acrescentar "participei" também.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Participei não, eu vivi intensamente. Está aqui. Esta foto é de minutos antes de o Bolsonaro ser anunciado como Presidente da República. No chão, eu; do lado, Julian Lemos, que nós sabemos que foi muito humilhado após a eleição; do lado, Paulo Guedes, Jair Bolsonaro e Magno Malta, que, depois daquela oração, sumiu, nunca mais apareceu. Então, está aqui.
Sobre Curitiba, foi uma das cidades a que eu fui também, onde havia todo aquele estardalhaço de gente, enfim... E, conversando com Joice, já existia ali uma discussão sobre quem seria um possível ministro, enfim, secretários etc. e tal. E me chamava muito a atenção porque a gente estava numa campanha absurda, grande e desonesta - desonesta no sentido de que, no dia 14 de outubro de 2016, Bolsonaro fez um vídeo onde ele fez uma brincadeira em que ele fala: "Alexandre Frota, se você quer me ver Presidente da República, eu quero te ver Ministro da Cultura".
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Em 2018 ou em...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, é de 2016 esse vídeo. Ele mandou para mim no meu aniversário. O que aconteceu com isso? Esse vídeo passou, ninguém comentou absolutamente nada.
Já em 2018 e já em Curitiba, esse vídeo foi ressuscitado, e foi ressuscitado pela própria direita, como se o Bolsonaro tivesse lançado o Alexandre Frota - e aí eles entraram com aquela discussão do ator pornô, do maluco, do bad boy, etc. e tal. E aí eu estou participando de um programa de rádio com o Bolsonaro, e ele não sabia que haviam feito um linchamento virtual. Ali eu participava de um linchamento virtual - ele não sabia que o tinham feito - colocando-o na parede. Como? "Você vai colocar... Como pode você colocar o Alexandre Frota como Ministro da Cultura?", e ele nunca me convidou.
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E aí, o que acontece? O repórter, o apresentador, faz essa pergunta para o Bolsonaro, e o Bolsonaro foi pego de surpresa ali, naquela hora, porque ele não sabia o que falar, ele não lembrava nem do vídeo, na verdade. E, com isso, o Julian Lemos desce, me chama no canto e fala: "Frota, saiu um negócio de um vídeo agora, o Bolsonaro está te convidando... Cara, você sabe, o Bolsonaro é muito brincalhão, vamos gravar um vídeo aqui com você dizendo que o Bolsonaro é brincalhão e que esse convite não existiu, foi uma brincadeira dele". E isso eu fiz. E eu confidenciei à Joice, nesse momento, que eu estava sentindo que a própria direita já começava a fazer - essa direita radical, vamos dizer assim - esse linchamento e que seria difícil, seria uma campanha difícil, com puxadas de tapete, gente querendo te apunhalar pelas costas. Enfim, foi a partir daí que eu comecei a entender a dificuldade que nós sofreríamos nessa campanha.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Bom, eu gostaria também de saber, a partir também da sua manifestação ontem pelo Twitter que estarreceu o Brasil, acerca da possibilidade de o atual Presidente da República estar vinculado ao assassinato da Vereadora Marielle Franco - não sou eu que estou dizendo, foi o Jornal Nacional que usou uma matéria que foi muito significativa e forte. É que você imaginar que quem é suspeito de matar estava lá e foram encontrados 170 rifles no mesmo lugar... Ou seja, é um condomínio, mas parece uma quadrilha que foi se organizar e morar todo mundo junto para fazer marmota, só penso assim, porque é muita coincidência. V. Exa., inclusive, usa no Twitter... O senhor levantou a hipótese sobre quem poderia estar na casa 58, que é a pergunta, que teria autorizado esse PM Elcio Queiroz a entrar e ir direto para a casa do Ronnie Lessa. V. Exa., inclusive - abro aspas -, disse: "Talvez quem tenha atendido tenha sido o Queiroz ou o Renan, o Mito Jr.", que seria o Jair Renan, o filho mais novo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - "De qualquer forma quando iríamos imaginar que os assassinos de Marielle [...] [morassem] dentro do condomínio do Mito. Nem Aguinaldo Silva escreveria esse roteiro". Gostaria de saber o que o senhor tem a falar sobre ontem, essa notícia que estarreceu o Brasil, digamos assim.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Bom, eu fiquei estarrecido como todos. Eu acho... O Rio de Janeiro é a minha cidade, cidade maravilhosa, as pessoas costumam dizer: "Nossa, como o Rio é pequeno". Mas eu nunca iria imaginar na minha vida - e já tinha algumas vezes ido, inclusive, à casa do Jair - que...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Que todos moravam juntos.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... o suspeito de ter matado, de ter assassinado a Marielle morasse dentro do condomínio do Bolsonaro, eu jamais iria imaginar isso. Fiquei mais surpreso ainda quando soube que o filho namorou a filha desse cara, desse Ronnie Lessa. Então, assim, eu fiquei estarrecido com isso. Acho que como todo o Brasil...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Tudo em família.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A gente já tem...
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O próprio Jornal Nacional foi coeso em mostrar que ele tinha dado entrada aqui, que ele fez votação nominal, enfim, que ele estava aqui. Agora, a pergunta que não quer calar é: quem atendeu o interfone com a voz parecida e deixou, autorizou o carro a entrar? Quem? Essa é uma pergunta que a gente quer saber. E o próprio porteiro ainda vai mais longe, ele diz que o carro caminhou até perto da casa, mas virou e foi para a casa do tal do Elcio - o nome dele, né? Enfim... E aí ligou pela segunda vez para informar que o carro não teria ido para o endereço, mas para o outro, e de novo uma pessoa atendeu. Isso tem que ser extremamente investigado - salvo erra de memória, acho que o Senador Randolfe já pediu a proteção para esse...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Porteiro.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... porteiro, muito bem feito isso. Isso precisa ser desvendado, é um absurdo essas coisas que estão acontecendo.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Inclusive, Deputado, é só para dizer que ontem mesmo foi informado na própria matéria...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Nobre Deputada, por favor. Eu gostaria que os Srs. Parlamentares, quando fizessem qualquer pergunta ao convidado, se ativessem ao nosso tema, que é o combate a fake news. Se formos derivar aqui para uma questão política, uma questão de crime, não vai ser mais uma sessão de CPMI, vai ser um tribunal de júri até qualificado. Então, nós não somos aqui juristas para poder... Tampouco há aqui algum perito para ver se a voz é de José, Pedro ou João. Então, vamos nos concentrar no tema, que é a CPMI, por favor.
Obrigado.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - O.k.
Por fim, a última pergunta, que é diretamente ligada a isso, embora eu ache que sejam crimes da mesma forma, né, porque o Deputado usou essa expressão: " [...] a campanha de Bolsonaro trabalhou com uma 'milícia digital'".
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, eu fui o primeiro a relatar isso.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Exatamente.
Portanto, em cima disso, eu gostaria de fazer algumas perguntas - algumas já foram até contempladas, por isso vou passar. Se V. Exa. puder anotar, a nossa Relatora, de algumas, já até colocou.
Sobre essas empresas que promoveram disparos em massa na campanha de 2018 - isso foi largamente anunciado por alguns poucos veículos de imprensa -, a primeira pergunta já foi respondida, se V. Exa. conhecia a empresa AM4, empresa que tem como sócio - bom, já colocando - Marcos Aurélio Carvalho, que ele, o Deputado, disse que não conhecia; Magno Carvalho; Alexandre José Martins, que é apontado por diversas matérias jornalísticas como produtora e distribuidora de fake news. Então, queria saber o que V. Exa. sabia disso, mas V. Exa já respondeu à nobre Relatora.
A segunda pergunta seria a seguinte. As Sras. Taíse de Almeida Feijó, Rebecca Félix da Silva Ribeiro são ex-funcionárias da AM4 que atuaram na campanha do então candidato Jair Bolsonaro e hoje trabalham no Governo Federal. Ambas são apontadas como tendo participado da produção e distribuição de disparos em massa na campanha de 2018, o que é vedado pela lei eleitoral. O que V. Exa. sabe sobre isso? Essas pessoas atuaram na produção e distribuição de fake news durante a campanha do atual Presidente Jair Bolsonaro?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Infelizmente, não posso te ajudar porque não conheço nenhuma das duas, primeira vez que eu ouço falar... Primeira vez que eu ouço falar sobre elas.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - O.k.
As agências Quickmobile, Yacows, Croc Services e SMS Market são apontadas como tendo realizado disparos em massa, inclusive de fake news, inclusive, algumas delas foram - não sei se todo mundo acompanhou nessa semana passada - denunciadas pelas operadoras telefônicas, que se juntaram e denunciaram essas empresas. Agora não é possível que as pessoas continuem achando que não é verdade, não somos mais nós que estamos denunciando, são as operadoras telefônicas hoje que atuam no Brasil. São apontadas, como eu falei, por terem realizado disparos em massa.
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V. Exa. tem conhecimento, sabe se essas empresas trabalharam para a campanha de Jair Bolsonaro? Vou repetir os nomes: QuickMobile, Yacows, Croc Services, SMS Market. Se sim, por que essas empresas não aparecem na prestação de contas do então candidato? Quem teria remunerado essas empresas? V. Exa. tem alguma coisa que poderia ajudar nesse sentido?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Infelizmente, não. Não conheço nenhuma dessas empresas. Gostaria também de saber quem financiou, mas chamo a atenção de todos vocês aqui para o fato de que o WhatsApp admite envio maciço ilegal de mensagens nas eleições de 2018. "O WhatsApp admitiu, pela primeira vez, que a eleição brasileira de 2018 teve uso de envios maciços de mensagens, com sistemas automatizados, contratados por empresas" - Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp. Quer dizer, acho que essa pergunta fica muito bem respondida a partir do momento em que um CEO ou um diretor técnico do WhatsApp, dessa ferramenta, já manifestou, já avisou, já falou sobre esse processo.
E chamo mais a atenção - só um minuto, pedindo à nobre Deputada - para a questão da Patrícia Mello.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - A jornalista.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A jornalista Patrícia Mello, com muita propriedade, fez um trabalho, foi agredida na rua, ameaçada, etc. e tal.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Está convidada também para cá.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A Patrícia Mello fala que isso é um escárnio. As nossas matérias mostram com fotos que as agências compravam centenas de chips e registravam com CPFs de terceiros, ilegalmente, para fazer os disparos de WhatsApp. "O que adianta o TSE pedir às operadoras as linhas dos sócios? Quem acha que os donos das agências faziam disparo em massa de fake news da própria linha de celular?". E ela fala mais aqui: "Olha só [...] como eram feitos os disparos em massa. De que adianta pedir pras operadoras as linhas das agências e donos? Que tal pedir para o WhatsApp as linhas que foram bloqueadas? Aí, com metadados ou IP, dá pra chegar a quem enviou".
Então, ela falou aqui porque o relator da investigação do TSE, o Juiz Jorge Mussi, resolveu fingir...
(Soa a campainha.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... que investigava e anunciou que pediu às operadoras de telefonia as linhas dos donos das agências de marketing, das agências que foram citadas, o que é absolutamente ridículo, porque saíram várias matérias mostrando que eles usam chips de terceiros e registravam no CPF dos outros para fazer esse disparo. Ninguém é idiota de fazer disparo em massa de WhatsApp da própria linha. O que adiantaria, sim, seria o TSE pedir essa investigação no próprio WhatsApp.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Eu acabei de sugerir isso aqui à nossa Relatora.
Por fim, Deputado Alexandre Frota, V. Exa. conhece Steve Bannon? Conhece Steve Bannon?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu queria pedir desculpa. Chamei a senhora de Deputada, e é Senadora.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Sou Deputada.
V. Exa. gostaria de...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É uma profecia.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Gostaria de saber se V. Exa. conhece Steve Bannon.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Conheço Steve Bannon das redes sociais, das matérias.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - E sabe informar se ele trabalhou antes, durante e depois da campanha eleitoral de 2018 de Jair Bolsonaro?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu sei informar que ele foi... Sei que quem promoveu, pela primeira vez, o encontro do Steve Bannon com o Eduardo Bolsonaro foi o Filipe G. Martins, que é uma espécie de Louro José do Bolsonaro. Ele fica no ombro do Bolsonaro, recebendo os comandos do Olavo de Carvalho, lá na Virgínia, e ele, enfim, foi a pessoa que promoveu esse encontro, inclusive com o Eduardo fazendo aquela foto ridícula com o bonezinho do Trump.
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A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Matérias e sites de blogs insinuam que a campanha de Bolsonaro contou com disparos cuja origem seriam países estrangeiros, citando inclusive que seriam oriundos até de Israel. O publicitário Fabio Wajngarten teria alguma relação com isso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Fabio Wajngarten.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Ele teria alguma relação com isso? V. Exa. sabe algo sobre isso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não. O Fabio Wajngarten hoje é o diretor-geral da Secom. O Fabio viajou com o Bolsonaro para Israel, mas, assim, é um empresário, é uma pessoa que mexe com publicidade, é uma pessoa íntegra, e não tenho nada para falar do Fabio. Não posso ajudar vocês nisso.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - E a última, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Nobre Deputada, a senhora já falou que era a última quatro vezes!
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - E a última! É a última!
V. Exa. tem conhecimento da existência de uma rede de produção de fake news e ataques virtuais montada em gabinetes da Assembleia Legislativa de São Paulo, notadamente dos Parlamentares Gil Diniz e Douglas Garcia?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Tenho.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Gostaria de saber, se sim, se o Deputado teria alguma coisa a falar sobre isso.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu gostaria de falar e, pela quantidade de material que eu vou entregar a vocês, eu não vou me estender. Aqui existe uma pesquisa de cinco meses - até porque fui muitas vezes agredido - referente a todas essas pessoas que a senhora acaba de mencionar, tanto o Gil Diniz, que é o principal braço direito do Eduardo Bolsonaro, como o Douglas Garcia, que eu ajudei a se eleger - o Douglas Garcia.
Então, nós temos aqui o modus operandi de todo esse pessoal, que antes era do Direita São Paulo e agora fundou um movimento chamado Movimento Conservador, que inclusive teve o seu lançamento no CPAC, aquele projeto em que o Eduardo Bolsonaro se apresentou no sábado. A bancada, inclusive pelo PSL... Conversei até com o Rueda, o Vice-Presidente. Realmente foram gastos R$800 mil. Foi uma espécie de stand up comedy que o Eduardo Bolsonaro fez ali naquele dia. E esse pessoal se lançou ali.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Fora do microfone.) - V. Exa. vai nos dar esse material?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu vou dar esse material todo para vocês. Há as críticas, a maneira como eles arrebentam as pessoas. Aparecem aqui os mesmos nomes que aparecem em todos os linchamentos: linchamento da Joice, linchamento do Major Olimpio, linchamento do Alexandre Frota, linchamento do Bivar, linchamento do Vice-Presidente Mourão, do Bebianno, do Santos Cruz.
Enfim, aqui está o trabalho. Vocês podem pesquisá-lo e vocês vão chagar a todos esses nomes que hoje muitos...Inclusive, o próprio Deputado Estadual Douglas Garcia confidenciou para todo mundo que os assessores dele atuam na hora do intervalo, quando eles escolhem um personagem: "Ah, vamos bater no Deputado Celso Russomanno". Aí eles escolhem o Celso Russomanno e, segundo eles, durante o intervalo na Alesp, eles trabalham com isso, mas são remunerados, etc. e tal.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Gostaria de agradecer, Sr. Presidente, e só dizer que eu vou apresentar requerimento convocando Gil Diniz e Douglas Garcia para também prestarem depoimento nesta Comissão.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - E deveria chamar também Edson Salomão.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - E Edson Salomão.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O Deputado Russomanno foi citado. Gostaria de fazer alguma contestação na citação?
O SR. CELSO RUSSOMANNO (REPUBLICANOS - SP) - Não, de jeito nenhum.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - V. Exa. que é afeito aos microfones...
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O SR. CELSO RUSSOMANNO (REPUBLICANOS - SP) - O Deputado Alexandre Frota é meu amigo há 30 anos e fez essa menção só porque eu estava aqui assistindo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. CELSO RUSSOMANNO (REPUBLICANOS - SP) - Só por esse motivo.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra agora à Deputada do Rio Grande do Norte Natália Bonavides.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Obrigada, Presidente.
Boa tarde, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Boa tarde.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - De início, eu queria dizer que esta Comissão agradece a sua disponibilidade de vir colaborar com os nossos trabalhos.
Eu vou buscar ser bastante objetiva para que aproveitemos o nosso tempo da melhor forma.
De início, eu queria perguntar... Nós sabemos que está havendo uma investigação sobre o ex-assessor do Senador Flávio Bolsonaro, o Queiroz, por um suposto esquema de "rachadinha" da família Bolsonaro, e há até o registro de depósito de valores por Queiroz na conta da esposa de Bolsonaro. Então, a primeira pergunta que eu gostaria de fazer é se o senhor tem algum conhecimento se as supostas "rachadinhas" de Queiroz ajudaram a financiar as milícias virtuais de Bolsonaro, da família Bolsonaro.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Deputada, obrigado pela pergunta.
Eu não sei se eles ajudaram a financiar - tudo levar a crer que sim, as investigações caminham para isso -, mas ajudaram a desestruturar a base do Governo, o PSL, o meu ex-partido. E, como um faixa branca, caí na provocação do nobre Deputado Paulo Pimenta. Eu não me esqueço mais do dia em que o Paulo Pimenta subiu do outro lado - era início de mandato, eu como faixa branca -, vira, aponta para o meio do grupo do PSL e fala: "Quero saber se vocês, depois de todas as notícias sobre o tal do Queiroz, se alguém aqui do PSL vai subir e vai pedir a prisão do Queiroz". E o Alexandre Frota caiu!
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Mas sobre se...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - E eu subi... Desculpe.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Sim.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Subi e pedi a prisão do Queiroz. Meu telefone tocou, meu telefone tocou. Era Jair Bolsonaro, reclamando que eu teria, no Plenário, pedido a prisão do Queiroz. E, posteriormente a isso, 15 minutos depois...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Nobre Deputado, um minutinho, por favor.
Usando o Regimento: V. Exa. dispõe da quebra do seu sigilo telefônico para comprovar se houve esse diálogo de V. Exa. com o Presidente Bolsonaro?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, claro.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k., obrigado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sem problema nenhum.
Na sequência, aparece o Senador Flávio Bolsonaro, aparece o Senador Flávio Bolsonaro, que me dá um abraço e fala: "Papai ficou chateado com você por você ter se expressado dessa maneira ali, no Plenário". Inclusive, está gravado aqui, na Câmara, o dia em que eu subo e falo que quero a prisão do Queiroz, tem lá. Então, foi isso. Eu acho que...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Mas sobre se essas supostas rachadinhas financiavam as milícias virtuais...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso eu não posso... Eu não sei, porque realmente... Eu fiquei tão desestruturado, porque, quando o... O Queiroz apareceu na largada do ano, na largada da corrida. Ninguém ia esperar que ia aparecer o caso Queiroz. Nós fizemos uma campanha falando que era o mais ilibado, que era o mais sério, contra corrupção, e, na primeira ou na segunda semana de... E, na primeira semana de Legislatura, acontece o caso Queiroz! Isso, com toda a certeza, perturbou o andamento das nossas estratégias etc. e tal.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Deputado, obrigada pela resposta.
Existem - ainda sobre as milícias virtuais - muitas ameaças e ataques que são feitas por essas milícias.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - O senhor mesmo nos mostrou alguns exemplos. A minha pergunta é se existe alguma relação que você tenha observado entre as milícias virtuais e aquelas milícias não virtuais, os milicianos que a família Bolsonaro costuma homenagear.
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não. A milícia que eu venho combatendo, a milícia da qual eu tenho conhecimento de causa é a milícia virtual, a digital, na qual já me atacaram diversas vezes... Enfim, eu posso, ao longo dos próximos meses aí, dos próximos dias, trazer aqui para vocês, com precisão e detalhes de requintes, as ameaças que eu já sofri de todas as maneiras possíveis.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Obrigada.
Na época do assassinato da Vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, é de amplo conhecimento que muitas fake news foram disparadas para tentar manchar a história da Vereadora. Eu queria saber se o senhor tem conhecimento se essas milícias virtuais que atuaram na campanha, que estão atuando ainda hoje, durante o mandato do Presidente Bolsonaro, estavam ligadas a esse disparo de uma campanha de difamação contra a memória da Vereadora que foi assassinada.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, não tenho. Não tenho conhecimento sobre isso. Nunca nem ouvi falar a respeito dessas milícias envolvidas com esse processo do assassinato da Vereadora Marielle.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Obrigada.
No dia 25 de outubro, o senhor publicou no Twitter uma série de mensagens, uma série de tuítes, mencionando, entre outras coisas, que há pessoas que fingem ser assessores, mas que, na verdade, trabalham unicamente na difamação de opositores no Palácio do Planalto. Você teria condições de indicar quem são esses supostos assessores e falar mais sobre essas suspeitas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Já foram indicados aqui. São as três pessoas...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Da Assembleia...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, não da Alesp...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Seria o trio...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Do Palácio. Seria o trio.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Aquele tuíte se referia a eles três.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Exatamente.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Além disso, o senhor postou no Twitter que tem informações de que tem uma outra base, que o senhor chamou de MAVs, as tais Militâncias em Ambiente Virtual, MAVs bolsonaristas, que estariam em gabinetes na Câmara dos Deputados. Inclusive, na sua exposição inicial, o senhor disse que ainda estava investigando essa questão e esperava em breve trazer mais informações sobre isso. De toda forma, o senhor disse que já tinha suspeita de que... O senhor disse que achava que funcionaria em dois gabinetes. Aí eu queira saber se o senhor pode nos responder quais seriam esses dois gabinetes, por qual razão desconfia desses dois gabinetes especificamente e quais são os indícios para essas suspeitas.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu ainda não posso responder porque ainda não cheguei ao final dessa investigação, mas, com toda a certeza, assim que eu souber, eu serei o primeiro a falar aqui para vocês quais são os gabinetes que abrigam assessores parlamentares que trabalham nesse grupo virtual atacando as pessoas, influenciando outras, enfim... Eu estou atrás e estou quase chegando lá.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Obrigada.
Ainda sobre a resposta que o senhor nos deu anteriormente sobre o dia em que falou no Plenário, na tribuna, sobre a prisão de Queiroz: então o senhor afirma que o Presidente lhe telefonou para tentar obstruir...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, tentar obstruir não. Eu já havia falado. Ligou mais para reclamar mesmo. Ligou mais para reclamar. E, posteriormente, o Senador Flávio veio e também trouxe esse recado. Inclusive, também - é uma pena ela não estar aqui - a própria Deputada Bia Kicis, que estava aqui agora, também veio me falar sobre isso. Posteriormente, eu fui a um evento no Palácio. Tenho até um vídeo gravado - nós temos o vídeo gravado - do momento em que o Jair me puxa pelo braço e fala: "Frota, cala essa matraca. Porra!" Entendeu? Eu tenho esse vídeo, está aqui. A gente tem o vídeo.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/REDE - AP) - Quem falou isso?
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Vai disponibilizar para a Comissão?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Jair Bolsonaro.
Fui a um evento no Palácio. Ele já estava atordoado comigo porque eu já vinha batendo, já vinha entrando em rota de colisão com ele, com o Eduardo, com o filho, enfim... E, quando eu chego ao Palácio, ele me cumprimentou muito bem, só que me puxa pelo braço, bota a mão na mão e fala, mas dá para ver no vídeo: "Cala essa matraca. Porra!" E ainda brinca depois e fala assim: "Quero continuar casado com você, hein? Está o.k.?"
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/REDE - AP) - Isso foi no Palácio do Planalto?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Foi no Palácio do Planalto.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - O senhor disponibilizaria o vídeo para a Comissão?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Assim que puder. Temos o vídeo aí.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Deputado, numa entrevista que o senhor deu ao programa Roda Vida, chegou a dizer que o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Filipe Martins - que inclusive já foi mencionado aqui no dia de hoje -, seria uma das figuras que mais influenciam o Presidente da República.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - E, na última semana, a conta do Presidente da República, em um claro ataque, em um indignante ataque às instituições, publicou aquele famigerado vídeo em que o Presidente é um leão ameaçado por hienas, que no vídeo são instituições como a ONU, o STF, como o próprio Partido do Presidente e outros partidos de oposição. Mesmo após o pedido de desculpas do Presidente da República, pois ele viu que teve uma repercussão ruim, o assessor ao qual me referi, Filipe Martins, reiterou o conteúdo do vídeo - parece-me que o senhor está mostrando o tuíte que se refere a isso - na sua rede social dizendo que as instituições são hienas mesmo que atacam...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Aqui está!
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - ... quem - abro aspas - "ameaça o esquema de poder".
Nesse episódio ficou muito claro que o assessor tem uma influência forte na comunicação do Presidente, afinal ele saiu em defesa do vídeo que fazia ataque às instituições. Queria saber do senhor que papel Filipe Martins cumpre hoje no Governo. Mas, principalmente, gostaria de saber que papel esse assessor cumpriu na campanha de 2018. É possível que, enfim, esse assessor também comande o gabinete do ódio, que tem sido usado para difamar os opositores políticos do Governo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele é uma pessoa que trabalha lá dentro, é assessor do Presidente para assuntos internacionais. Como a Deputada falou, aqui está o Twitter dele, em que ele fala que "o establishment não gosta de ser retratado, mas ele é o que ele é". Ou seja, ele afirma, mesmo depois de o Presidente da República pedir desculpas, de o STF pedir que ele pedisse desculpas. Acho que ele comete um crime de responsabilidade, porque ele é um agente público e ele fala do STF, fala da OAB, fala do PSL, coloca todos como hienas.
Mas, sobre o Filipe Martins... Eu sabia que nós iríamos passar por esse figura. Ele também é conhecido como Robespirralho. Filipe Martins é assessor especial da Presidência de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais, é a ponte entre o Itamaraty e o Planalto. Só que sua figura é muito mais abjeta do que a de qualquer um que já tenha ocupado essa função antes. Para começar, Martins não tem nenhuma qualificação profissional. Seu currículo menciona que ele é formado em Relações Exteriores, mas sem nada de relevante em seu histórico profissional. Nunca fez nada, mas é conhecido como um dos principais alunos de Olavo de Carvalho - e novamente aparece o nome desse senhor. Nós sabemos o que isso significa: teorias da conspiração e assassinatos da reputação de quem discorda.
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Martins age feito um bozó das relações exteriores, isso porque busca viver de aparências para obter vantagens. É claro que o seu dedo está por trás da indicação de Eduardo Bolsonaro à Embaixada dos Estados Unidos. É claro que ele influencia essa política de puxar o saco de Trump nos isolando de outros países - autoritários sempre adoram isolar seus países do mundo civilizado. Foi ele, o Filipe Martins, esse assessor, que levou o Eduardo Bolsonaro para se encontrar com Steve Bennon.
Também existe algo muito suspeito em sua relação, ele é uma das pessoas da Presidência mais apoiadas pelos perfis que eu mostrei para vocês aqui, os vaporwaves, que são aqueles perfis psicodélicos que fazem linchamentos virtuais nas redes, mas o seu cargo não tem visibilidade como o dos Ministros, por isso o seu apoio entre os vaporwaves é muito suspeito. Sem nunca ser nada de relevante em sua vida, aproveita-se da influência sobre os dois filhos de Jair Bolsonaro, Eduardo e Carlos Bolsonaro.
Os olavistas, nas redes, fazem propaganda de Filipe Martins dizendo que ele acertou os resultados das eleições de Trump em 2016, mas ele apenas replicou a análise de Nate Silver. Também disse ele...
(Soa a campainha.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... que acertou os resultados das eleições de 2018, mas era barbada. Como Constantino apontou, o Rodrigo Constantino, a tática dele é tipo a do Alex Muralha, dos pênaltis: joga-se para a direita e fica torcendo para a bola ir na sua direção. Dá errado em 90% das vezes, mas, quando dá certo, ele grita: "sou o maior goleiro do universo!" Errou feio em várias análises, como na eleição do Reino Unido e da França.
Martins vive de truques, um deles é fingir que representa uma ala anti-establishment - como vocês viram aqui no Twitter dele - no Governo, e que, na verdade, são os olavistas que não possuem qualificação alguma e dependem dos linchamentos virtuais para se sustentarem. Se uma pessoa se segura no cargo por causa desse jogo tão sujo é porque não presta.
Agora tiramos a dúvida com a matéria brilhante que o Felipe Moura Brasil fez na Crusoé, no dia 11 de outubro de 2019. Ele compareceu a uma reunião dessas milícias virtuais, mas foi escondido. A senhora acredita? Ele foi escondido. Martins tem muito mais a esconder, como se percebe.
Até agora Jair Bolsonaro não abriu o bico para justificar a contratação de alguém tão desqualificado e de histórico tão obscuro, além das ações incompatíveis com o cargo de assessor da Presidência.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Por fim, Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Conclua, Deputada.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - A Deputada Luiziane perguntou sobre um outro tuíte do senhor, que se referia à Joice e pedia para ela falar de Curitiba.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, já expliquei.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - O senhor já respondeu essa pergunta.
Neste tuíte o senhor dizia que, se ela falasse de Curitiba, "a casa cai geral". Eu queria saber se há algum outro episódio de Curitiba além desse que o senhor relatou.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, esse é o principal. Ali começa, ali inicia um linchamento virtual, ali inicia uma problemática dentro do próprio contexto, dentro da própria campanha, começa uma puxação de tapete. A gente entende que o que poderia ter sido plantado pela esquerda foi plantado pela direita. A troco de quê ressuscitar aquele vídeo?
Enfim, é isso que eu tenho a falar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Passo a palavra para o nobre Senador do Amapá Randolfe Rodrigues.
Antes, porém, a Relatora gostaria de fazer uso da palavra.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Antes de o Senador falar, eu peço licença a ele, ao meu querido amigo, apenas... V. Exa. pode responder junto com a pergunta dele, não precisa ser imediatamente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pois não, claro.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - O senhor disse que o Presidente Bolsonaro ligou para o senhor para reclamar de Queiroz, para defender Queiroz.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Sim.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Alguma vez ele já tinha... Alguma outra vez ele já tinha feito isso, de ligar para o senhor para defender alguém, se colocar?
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, principalmente... Pelo Queiroz, foi a primeira vez que eu o ouvi, que ele falou isso comigo. Não só falou via telefone, falou também pessoalmente, no Palácio, puxou meu braço, falou comigo. Enfim, como eu expliquei aqui: ele já me ligou várias vezes para diversos assuntos, os mais variados, como eu também falava com ele normalmente, afinal eu estava lutando para que o Governo dele se estabelecesse neste País e mudasse, de alguma maneira, o que a gente viu aí nos últimos anos.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - O.k.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Senador Randolfe.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Obrigado, Sr. Presidente.
Presidente, continuo na mesma sequência, porque me parece, aliás, está claro, que a revelação que o Deputado faz neste momento é a mais grave de todo o depoimento. Pela primeira vez, existe um depoimento que dá conta de que o Presidente da República entrou em contato com outra pessoa, sendo essa pessoa um Parlamentar, um membro do Congresso Nacional, para que ele não se manifestasse em relação a alguém que está sendo investigado pelo Ministério Público e que, várias vezes, tem sido chamado a depor no Ministério Público e não tem ido.
Essa revelação é gravíssima, e eu quero partir desse liame, que, me parece, tem a ver... Além de a gravidade dos fatos, notória gravidade dos fatos, ter relação com esta CPMI, a gravidade dos fatos tem relação com tudo que está acontecendo no Brasil neste momento.
Então, só para ficar bem claro, Deputado Alexandre Frota: os dois momentos em que houve contato do Presidente da República com o senhor em relação ao Sr. Fabrício Queiroz foram logo após o senhor utilizar a tribuna da Câmara depois de ter sido instado pelo Deputado Paulo Pimenta e, logo em seguida, no Palácio no Planalto? E eu pergunto: V. Exa. sabe declinar em que data ocorreu isso? A primeira já ficou clara, mas pergunto quanto à segunda, o encontro no Palácio do Planalto.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Olha, o Santos Cruz ainda estava no Governo. Então havia Santos Cruz, estava eu e Paulo Guedes juntos. Nós tiramos até uma foto, eu tenho a foto desse momento. A gente tem que procurar no arquivo certinho quando foi esse evento.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O convite? Não, eu não tinha o convite.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ah, o vídeo? O vídeo, sim, o vídeo eu tenho aqui.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - O vídeo da sua ida ao Palácio do Planalto?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Da minha ida ao Palácio do Planalto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Quando o Presidente o abordou?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Quando ele me aborda, ele me pega pelo braço e novamente fala: "Frota, fecha essa matraca, porra. Senão... Eu quero continuar meu casamento com você".
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - O senhor não tem como declinar a data, não é? O senhor não tem como declinar a data? Mas, se tem o vídeo, o vídeo deve ter a data.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Mas, com o vídeo, a gente vai saber qual foi o evento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Perfeito.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pelo vídeo, a gente sabe identificar qual foi o evento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - O senhor pode disponibilizar, então, essa informação?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, já está disponibilizada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Perfeito.
Assim, só para reafirmar: V. Exa. também declina seu sigilo telefônico para confirmar...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - ... o telefonema do Presidente da República para V. Exa.?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente, eu fiz questão de ressaltar isso porque se trata de obstrução à Justiça por parte do Presidente da República. É este o grau, é esta a gravidade do que acaba de ser relatado nesta CPMI.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - E posteriormente, no mesmo dia, no mesmo horário, quase no mesmo horário, o Senador Flávio Bolsonaro também se dirige ali... Ele já estaria indo fazer algo ali, e ele me abraça ali e repete a situação.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - O senhor sabe declinar a data em que o Senador...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Foi no mesmo dia, no mesmo dia.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Foi na mesma data?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Na mesma data.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Perfeitamente.
Bom, talvez ainda não esteja respondida a pergunta "onde está Queiroz?", mas, pelo menos, nós, a partir de agora, podemos começar a saber quem pode estar escondendo o Queiroz.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele está no Morumbi, a gente já sabe. Vale a gente perguntar é quem paga o hospital, o tratamento, a comida, o táxi do Queiroz, porque ele está reclamando aí.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Então, só quero ressaltar, Presidente, a gravidade dessas informações que, obviamente confirmadas, levam esta CPMI a uma outra conduta também de investigação.
Ainda em relação ao Fabrício Queiroz, Deputado Alexandre Frota, o senhor o conheceu... Vou fazer logo três perguntas...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - ... para a gente encerrar o Fabrício Queiroz e passarmos para outra.
O senhor o conheceu? Qual foi a participação dele durante a campanha, se V. Exa. sabe? E qual é a ligação do Sr. Queiroz com a milícia virtual?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Vamos lá.
A ligação dele com a milícia virtual, eu não sei qual é; sei o que todos vocês sabem, o que sai nos jornais, porque eu não o conheço. A única vez em que eu vi o Queiroz foi agora, há pouco tempo, num vídeo, porque ele esteve no mesmo evento que nós, mas eu ainda não sabia que ele era o Queiroz. Então...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Mas, na campanha, o senhor ouvia falar dele?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, nunca tinha ouvido falar dele. Outro dia foi que ouvi o Bebianno falando, acho que numa entrevista, que ele fazia a segurança do Senador Flávio Bolsonaro.
Enfim, foi postado um vídeo da convenção que nós tivemos no Rio de Janeiro, e naquele dia seria lançada à Vice-Presidência a Janaina Paschoal. Ali, depois de muita discussão, chegou-se à conclusão de que não era bom lançar a Janaína Paschoal naquele momento.
De qualquer forma, outro dia, revendo esse vídeo, revendo o vídeo da convenção, quem é que eu que vejo em cima do palco? O Queiroz.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Qual foi essa convenção?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Foi a convenção no Rio de Janeiro, a convenção do PSL, do Bolsonaro, enfim.
Então, foi a primeira vez. Eu vi o Queiroz naquele palco. Chamou-me atenção porque era um vídeo. Eu não o conhecia pessoalmente, nunca tinha ouvido falar do Queiroz, nunca tinha ouvido falar dessas milícias, mas, naquele vídeo, depois de tudo isso... Há pouco, há poucos dias, eu estava vendo o vídeo, que eu até postei no meu Twitter. Eu falei: "Gente, olha o Queiroz no palco". Eu postei, está no meu Twitter.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - O senhor falou... Aproveitando que o senhor citou o Sr. Bebianno... Em entrevista recente, o Sr. Bebianno falou que temia que o Senhor Presidente da República Jair Bolsonaro pudesse dar um golpe de Estado. O senhor acredita que esse esquema que foi denunciado pelo senhor neste momento, de milícia virtual, tem também esse papel de desestabilizar a democracia?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Olha, eu acho que o Bebianno pode responder isso melhor, porque o Bebianno viveu 26 horas ao lado do Jair Bolsonaro. Eu realmente, nessa parte, não posso responder. Posso responder sobre as milícias digitais, o que elas têm causado na democracia do País, o que elas têm causado no meu ex-partido, o que elas têm causado no Congresso, enfim, muitas agressões em cima do Senado, muitas agressões em cima da Câmara dos Deputados Federais. Vocês sabem que a maioria... O Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já sofreu linchamento; o Alcolumbre, Presidente do Senado, já sofreu linchamento também, e sempre partindo... Isto é que tem que ficar claro aqui para todos nós: se nós fizermos o cruzamento dos linchamentos, seja aquele que foi feito em maio ou seja esse que foi que foi feito agora, vocês vão ver que sempre cruzam as mesmas pessoas. São sempre as mesmas pessoas! Isso se torna uma gangue, isso se torna um culto, uma seita que ataca, e você vê sempre os mesmos personagens, que antes amavam e agora te chutam, por um simples comando.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Perfeito.
Há uma série de denúncias de contratação ilegal de empresas de mídia para realizar disparos em massa nas redes sociais. V. Exa., inclusive, dá pistas nesse sentido aqui.
O senhor tem conhecimento desses contratos? O senhor tem conhecimento de quais empresas podem ter sido contratadas? O senhor tem conhecimento de quem pode ter financiado esses contratos? Sabe se esses contratos foram financiados por empresas? Sabe se tem alguma participação do PSL? Se há empresários, quem são os empresários? O Presidente da República tem total conhecimento da existência desse esquema?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Olha, eu não tenho conhecimento desse esquema, mas todos nós sabemos, e nós estamos vivendo isso - inclusive, muitos aqui na pele - o que é ser atingido por essa melícia.
Eu ouvi muitas vezes, assim como vocês ouviram também, que houve financiamento, que houve disparo em massa. Já falamos sobre isso aqui, inclusive eu citei dois nomes: Otávio e, se eu não me engano... Como é que é o nome do outro?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Méier... Para impulsionamento em Facebook, mas, realmente, eu não posso me aprofundar nisso, porque eu não fiz parte disso. Eles me jogavam para o lado nesse momento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Essa milícia virtual que V. Exa. já citou... V. Exa. já deu uma pista aqui de quem são os líderes do grupo. O senhor disse também que existe um bunker da milícia, ou que parte desse bunker atua na Câmara dos Deputados.
O senhor pode confirmar essas informações? Onde é o bunker? Quem são os responsáveis por esse bunker na Câmara dos Deputados?
Só complementando essa pergunta: em um tuíte, V. Exa. disse "Vamos descobrir essa milícia virtual; eu já sei que tem uma parte no Palácio, a outra em um gabinete da Câmara e uma numa casa na QL 19...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - ... em Brasília. A suspeita é que, na casa, esteja o núcleo e a direção dos ataques virtuais".
Eu só queria confirmar com V. Exa. se V. Exa. pode, primeiro, confirmar esse endereço da QL 19...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Confirmo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - V. Exa. pode confirmar que parte dessa milícia atua junto ao Palácio do Planalto?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Confirmo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - E qual é o gabinete da Câmara dos Deputados onde funciona esse...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Esse eu não posso confirmar. Esse eu estou investigando, mas vou chegar lá e tenho certeza de que, até o final desta CPMI aqui, nós vamos poder falar aqui quem é que abriga essa gente fantasiada de assessores parlamentares.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente, Sra. Relatora, quero só pedir a atenção de V. Exas.
Há três informações aqui que eu considero centrais para esta CPMI, prestadas pelo depoente, o nosso convidado Deputado Alexandre Frota.
A primeira: a confirmação de que existe no Palácio do Planalto o funcionamento de um esquema de disparo em massa de fake news ou, como foi dito pelo próprio depoente, de uma milícia virtual.
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A segunda. Foi declinado nesse momento o endereço QL 19, aqui em Brasília.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, do Sr. Allan dos Santos.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Do Sr. Alan dos Santos. Onde funciona esse QG?
Parece-me será necessária uma providência complementar por parte desta CPMI. E aguardamos, obviamente, que o Deputado possa depois prestar a informação sobre o gabinete da Câmara dos Deputados onde funciona esse banker de ataques virtuais.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito.
Só para deixar claro, Senador...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Pois não.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Os disparos em massa do Palácio: nós acreditamos que sejam feitos de lá. O que eu afirmei aqui é que lá existem os três personagens, que eu mostrei aqui inclusive, que atuam e que vieram das ruas, vieram do ativismo digital para dentro do Palácio, mas eu ainda não posso afirmar que dali eles também disparem em massa os tuítes deles, mas eles colaboram com isso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Só voltando a uma pergunta anterior que eu considero relevante, uma informação que poderia passar despercebida.
Quando o senhor recebeu o telefonema do Presidente da República logo após ter subido à Tribuna da Câmara: o senhor lembra se o telefonema era procedente de um número funcional do Palácio do Planalto ou se era procedente de algum número de celular?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, não posso. Isso eu não tenho como afirmar. Eu sei que eu atendi o telefone, que eu já nem esperava que fosse...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Foi o Presidente da República diretamente ou algum assessor passou...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, diretamente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Ele diretamente?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele sempre teve o meu telefone, e eu, o dele.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Perfeitamente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Só para completar aqui.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Pois não.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Nós estávamos falando do Filipe G. Martins, do assessor do Presidente, e sai agora, neste minuto aqui, em primeira mão: "Filipe G. Martins, assessor internacional da Presidência, virou alvo de inquérito inconstitucional aberto por Dias Toffoli para apurar ofensas contra o STF" - é aquele tuíte que eu mostrei aqui - "e seus integrantes."
Martins foi ao Twitter na segunda-feira, 28, defender o vídeo abusivo que ataca as instituições - OAB, Supremo Tribunal Federal -, tratando todos como hiena.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Por fim, Deputado...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É o vídeo que, diga-se de passagem, foi publicado pelo Presidente da República e confirmado pelo filho. Ele confirmou aqui hoje que foi o pai que publicou. Aliás, quero agradecer mais uma vez ao Carlos Bolsonaro, que está nos assistindo, por ter feito essa confirmação.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - A propósito, Deputado, quem opera o Twitter do Presidente da República? É o próprio Carlos Bolsonaro? É o próprio Presidente?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Até onde eu sei, são os dois. Ele tem a senha e o filho tem a senha. E aí acabam acontecendo problemas, porque às vezes o filho posta alguma coisa, o pai não queria, ou o pai queria, enfim, aí fica essa confusão.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Perfeito.
Já concluí Presidente... Já concluindo... Eu tinha uma pergunta final, mas acho que já foi esclarecida. Era sobre quais eram os papéis desempenhados na milícia virtual pelos Srs. Carlos, Allan dos Santos, Eduardo, Robespirralho e Olavo, mas o depoente aqui já esclareceu o papel de cada um desses.
V. Exa. poderia só me confirmar se o Presidente da República alguma vez se dirigiu a V. Exa. para se orgulhar do papel, da atuação dessa sua milícia virtual?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim. Eu tenho aqui um vídeo onde ele próprio mostra, inclusive, a quantidade de grupos e comunidades de WhatsApp que realmente...
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - O próprio Presidente da República?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O próprio... Não, tem ele...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - O senhor tem o vídeo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Tenho o vídeo aqui, e com ele falando, inclusive, com a voz dele.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Perfeito. Isso está disponibilizado para a CPI? Certo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Está disponibilizado ele falando aqui... Deixa eu ver se eu aumento... Aumenta aí.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - É bom aumentar isso.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É, mas na época da campanha mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluiu, Senador?
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Sr. Presidente, não cabe nesta Comissão colocar áudio ou vídeo sem autorização judicial. Não cabe.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Nobre Deputado, seu colega vai entregar o vídeo para a Comissão.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - O depoente pode falar, mas ele não pode colocar, a não ser que tenha uma ordem judicial.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Ele vai entregar o vídeo para a Comissão.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pois não, eu entrego o vídeo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Para concluir, Presidente, todos os que foram citados pelo Deputado, todos os Deputados citados...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Peço silêncio, por favor, no plenário.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - ... já são objeto de convocação desta CPMI.
Eu só queria, Presidente - me parece que é inevitável em uma futura sessão administrativa, a ser convocada por V. Exa. e pela Relatora no momento mais adequado -, apreciar o requerimento de convocação do Sr. Carlos Bolsonaro. E comunico também que protocolaremos requerimento convocando a Sra. Letícia Tatel, que também...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Catel.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Catel, que foi citada pelo depoente.
Era o que tinha, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu vou aproveitar aqui, nobre Relatora, e fazer uma pergunta ao nosso convidado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, V. Exa. tem saudades do PSL?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Olha, eu vou falar para vocês que eu fui muito feliz no PSL. O PSL me deu...
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Eu acho que é uma pergunta também inoportuna, com todo o respeito ao Presidente. Não tem nada a ver com a CPI. O senhor está sendo... Com todo o respeito, é uma pergunta leviana, para expor o Partido PSL numa condição...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Mas eu gostaria de responder, e não vai expor porque eu não vou expor o partido, porque eu só guardo boas recordações do partido, tenho grandes amigos lá dentro, fui muito respeitado lá dentro.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Então, que fique respondida a pergunta do Presidente, que foi inadequada, covarde e irresponsável.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A palavra está com o convidado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Apesar da...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, o senhor deve ter vindo aqui a serviço de alguém para ficar com essa exacerbação de pensamento. Se V. Exa., porque tem um cargo de delegado... Isso não quer dizer nada. Então, não venha com valentia aqui na Comissão não!
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - E o senhor, porque tem o cargo de Presidente desta Comissão, também não pode estar fazendo pergunta que não cabe nesta Comissão!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Baixe a voz! Baixe a voz, por favor!
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - O senhor está sendo inoportuno nisso! Ou o senhor não sabe que não pode fazer pergunta que não tem nada a ver com a CPI? Como é que o senhor vai perguntar se ele sente saudade do PSL? Que pergunta imbecil a sua, Sr. Presidente!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Me deu vontade de perguntar. V. Exa. fique tranquilo, mas ele vai ser atendido nas suas demandas.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Isso é quebra de decoro, Presidente.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Mas eu queria dizer, terminar aqui, que eu tenho grandes amigos lá, inclusive um deles está aqui na minha frente, que é o Deputado Filipe Barros. Guardo boas recordações de lá.
Não deu certo, fui expulso. Saí tranquilamente, vida que segue, mas eu não tenho absolutamente nada a falar do PSL. Muito pelo contrário, o partido sempre me respeitou muito bem, fiz grandes amigos lá, e gostaria, inclusive, de deixar um abraço grande aqui para o meu ex-Líder Waldir e também ao Bivar e ao Rueda, que são pessoas que sempre me respeitaram muito, me deram todas as oportunidades para esse início de Legislatura - é muito difícil quando você chega a Câmara.
Então, muito obrigado, Deputado Waldir.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Nobre Deputado Frota, ainda no setor de nostalgia, já que o senhor está elogiando muita gente, pergunto: o senhor tem saudade de ter saído do convívio do Presidente Bolsonaro? É que eu vi nas fotos que o senhor, no início da campanha, bem... Até no chão sentado e tal...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, eu não tenho saudade porque a nossa relação entrou em rota de colisão profissionalmente, politicamente. Eu tenho meus motivos, ele tem os dele. E eu acho que agora é um caminho novo que eu vou seguir e ele que siga o caminho dele também, com tudo que ele vem fazendo aí.
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A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada Lídice da Mata.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Presidente, no sentido de confirmar...
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Para interpelar.) - Deputado Filipe, eu prometo que é apenas uma pergunta, uma pergunta que se faz necessária para o pensamento que estou desenvolvendo aqui na linha de raciocínio da investigação.
V. Exa. se referiu algumas vezes à presença do General Santos Cruz...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Isso.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Posteriormente, o General Santos Cruz veio a perder o seu cargo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Exonerado.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Foi exonerado.
Eu queria saber se o senhor sabe por que houve esses ataques ao General Santos Cruz e se eles foram coordenados por esse tal gabinete do ódio. Queria saber também se o senhor pode identificar, além do gabinete do ódio, outros casos de fake news conhecidos por V. Exa. nessa ação contra o General Santos Cruz.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Bom, o General Santos Cruz é um herói brasileiro. É uma pessoa que trabalhou incansavelmente no Exército Brasileiro, é uma pessoa respeitada no meio, na classe dele, e que se tornou meu amigo ao longo da gestão dele.
Eu vou contar aqui para vocês exatamente um episódio que, acho, mostra bastante o que vem acontecendo.
O General Santos Cruz entrou primeiro em rota de colisão com essa ala bolsolavista, com essa ala do Filipe G. Martins, com essa ala daqueles que sempre estiveram lá dentro do Palácio e que gostariam... Eu acho que o que mais criou esse distúrbio foi a verba que há na Secom. E o Fabio Wajngarten, que... Aliás, a chegada dele lá à Presidência, à Secom - está aqui o Deputado Celso Russomanno que não vai me deixar mentir -, teve a minha participação, a do próprio Celso Russomanno e também a do proprietário e CEO da Rede TV, Marcelo Carvalho, que é meu amigo também. Nós iniciamos essa conversa para que o Fabio Wajngarten viesse a ser o que ele é hoje na Secom. Houve muita confusão com isso, mas chegamos a esse momento.
Eu recebi uma ligação das maiores produtoras e produtores do cinema: Gullane, Conspiração, Pródigo... Enfim, todos eles vieram aqui, e nós fizemos uma audiência pública onde existia uma preocupação enorme com os caminhos que o audiovisual e o cinema do País iriam seguir. Eles me procuraram, pediram que eu tentasse interferir junto à Secretaria de Cultura - infelizmente se tornou uma Secretaria de Cultura, deixou de ser um Ministério -, e me relataram o seguinte: desde 2008, se eu não me engano, a Apex patrocinava o Festival de Cannes; ela levava os artistas, diretores, produtores e filmes ao Festival de Cannes, há muitos anos levava. Passou por todos os governos e sempre foi assim - parece-me que era um patrocínio de R$500 mil. Os governos vieram trabalhando com esse patrocínio, mas, quando chegou o Governo Bolsonaro, por acaso, acaba o convênio da Apex com o Governo Federal e, aí, então, esses proprietários das maiores empresas - volto a repetir - do cinema nacional, as grandes produtoras, me procuram para tentar reverter o caso. E aí eu vou a quem eu considerava meu amigo, e que é meu amigo, o Gen. Santos Cruz, e passo para ele o que vinha acontecendo. É que essa mesma turma do cinema tentou acesso à Apex e, pela primeira vez em muitos anos, não conseguiu acesso à Apex, a partir do momento em que o Presidente Jair Bolsonaro assumiu; não conseguiram acesso à Apex.
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O que acontece com isso? Eles me procuram para tentar reverter. Eu vou ao Santos Cruz e conto para ele o que estava acontecendo. Volto a lembrar a vocês aqui que, na época, a Diretora-Geral da Apex era a Sra. Letícia Catel, e eles ouviram de lá, os produtores, que não haveria esse dinheiro para o patrocínio do Festival de Cannes.
Então, eu tentei junto ao Santos Cruz que ele fizesse exatamente isto, que ele entrasse em contato com o Vilalva, que na época era o CEO da Apex, para tentar viabilizar esse patrocínio. E me lembro, inclusive, de ter falado por telefone com o Major Cid, que acompanha o Presidente Jair Bolsonaro, e eles estavam em Israel. Qual era a nossa preocupação? Nossa preocupação era que artistas consagrados e diretores pegassem suas redes sociais, como o Instagram, e começassem a falar que justamente agora, no Governo Bolsonaro, a Apex encerraria a negociação para uma possível renovação de contrato. E foi exatamente isso que aconteceu.
O Gen. Santos Cruz entrou em contato com o Vilalva e posteriormente recebeu uma ligação inesperada do Chanceler, do Ernesto Araújo, dizendo que era para ele não interferir nesse processo, que não haveria forma de patrocinar ou de se negociar um novo adendo por 40 dias, para que pelo menos eles pudessem ir para o Festival de Cannes. Com isso, encerrou-se ali o patrocínio, os produtores do cinema viajaram por conta própria. Porém, logo após a saída da Letícia Catel da Apex, logo após a saída dela, eu ligo para o novo Diretor da Apex, Almirante Segovia, e ele me atende imediatamente, coisa que a Apex, via Dr. Vilalva, não tinha feito. Ele me atende, me pede desculpas e me relata que poderia, sim, ter patrocinado o Festival de Cannes. Então, esse foi um momento em que eu vi pessoas que talvez nada tivessem a ver com a Apex influenciarem uma decisão. E, com isso, as produtoras acabaram viajando sem o patrocínio da Apex. Hoje não sei se já foi renovado ou se não foi renovado, mas sempre foi um patrocínio importante. Acredito que tenha passado pelo Governo Lula, passou pelo Governo Dilma, pelo Temer, mas posteriormente não passou pelo Governo Bolsonaro.
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Rui Falcão.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Presidente, inicialmente eu queria pedir que fossem colocados como documentos oficiais desta CPMI todos os vídeos de que o Deputado Alexandre Frota diz dispor, que esses vídeos fossem colocados como documentos oficiais, e depois, inclusive, através dos poderes judiciais desta Comissão, que pudessem ser exibidos aqui.
Em segundo lugar, embora o Deputado já tenha disponibilizado, eu gostaria que a gente pedisse a quebra do sigilo telefônico nessas datas citadas - não de todo o seu sigilo -, para que a companhia telefônica - Presidente, é importante isto aqui - pudesse identificar não o número do Deputado, que já tem, mas qual é o número que ligou para ele.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Perfeito.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Então, queria pedir formalmente a quebra do sigilo.
Segundo: o Deputado faz depoimento aqui em uma extensão que transcende até os objetivos iniciais desta CPMI. O Deputado fez afirmações aqui que, se verazes, podem implicar o Presidente da República em crime de responsabilidade, e nós, como Deputados e Senadores, estaríamos prevaricando se não tomássemos medidas legais e oficiais em relação a essas afirmações do Deputado, que precisam ser confirmadas, periciadas se for o caso.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Claro.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Mas, para que tenham mais verossimilhança as declarações do Deputado, eu queria fazer algumas perguntas de ordem pessoal. Não queria que o Deputado levasse a mal...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito, claro.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - São só perguntas de sim ou não, para que depois eu possa prosseguir. São perguntas simples. Passo a fazê-las.
Deputado, o senhor é comunista?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor é de esquerda?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor já integrou o Foro de São Paulo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor é do Grupo de Puebla?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Qual é a sua caracterização política? Direita, extrema-direita ou centro-direita?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu comecei na extrema-direita e...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Não, a sua qualificação hoje. O senhor foi da extrema-direita para...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Para o centro-direita.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Centro-direita. Então, não há nenhuma das suas afirmações que esteja beneficiando, pelas suas características, pelo seu passado e pelo seu presente, qualquer intenção de qualquer partido alinhado com outra ideologia?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor é, portanto, uma pessoa de centro-direita. Já foi de extrema-direita e transitou para o centro-direita.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Então, passo a fazer algumas perguntas ao senhor.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O.k.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Em algum momento, o senhor disse que tinha um áudio bomba. São esses áudios a que o senhor se referiu ou tem outros?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, tenho outros.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Então, gostaria que o senhor também pudesse... Peço que todos esses áudios que o senhor diz ter sejam entregues à CPMI.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Quantos são além desses que o senhor mencionou?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Como?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Quantos são além desses que o senhor mencionou?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Muitos. Acho que pelo menos uns nove.
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O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Dez?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Uns nove.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Nove?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Então, eu gostaria que todos eles pudessem ser disponibilizados.
O senhor afirmou, durante o programa Roda Viva, que houve fake news na campanha do PSL e do Bolsonaro. Como é que o senhor sabe disso? O senhor viu algum desses materiais circulando?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu não afirmei. Eles me perguntaram isso...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - E o senhor negou?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - E eu falei que não tinha conhecimento disso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Talvez porque, em algum momento, o senhor privava muito do círculo íntimo...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Mas o senhor disse que, em determinados momentos, o senhor era "jogado para o lado".
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Para isso? Para não ficar sabendo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Talvez. Talvez sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor disse também, logo no começo, "o que eu fiz, vi e vivi".
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Mas eu perguntei e o senhor disse que não. Mas o senhor não participou? Estava no meio de tudo isso...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não participei.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Não participou de nada?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Nesse ponto eu não participei.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Em qual ponto o senhor participou?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu participei no ponto da minha própria campanha e das viagens que eu fiz com o Jair Bolsonaro.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor produziu fake news?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não produzi fake news. Não fiz parte dessa milícia, não fiz parte desse negócio.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Por que o senhor é contra?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não só contra, como eu estava preocupado com outras coisas, estava fazendo outras coisas e não tinha esse interesse.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Por exemplo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Minha campanha na época. Eu estava viajando...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor disse que fez uma campanha...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... fiz 35 mil quilômetros de carro, fiz 90 cidades..
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Fez uma campanha independente?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Fiz.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Mas o senhor, por acaso, usava os serviços da agência Vinix, de Vinicius da Silva Gonçalves?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Que também prestava serviço para a Deputada Carla Zambelli?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não. Nunca ouvi falar.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor citou alguns empresários aqui e se referiu a um tal de Meyer.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Os jornais, na ocasião, falavam que há um grande empresário, CEO da Tecnisa, Meyer Nigri. O senhor só ouviu "Meyer"?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Não ouviu "Nigri"?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor sabe se empresários contratavam agências na Espanha, na Colômbia, na Bolívia, ou em outros países? Há um tal de Luis Novoa, dono de uma agência espanhola chamada Enviawhatsapps, que também há outros nomes, que afirmou que empresas brasileiras compravam disparos a favor de Bolsonaro. O senhor também não tem conhecimento ou tem conhecimento?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não. Não tenho conhecimento disso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Quem é que fazia os disparos de WhatsApp com fake news para os grupos de apoiadores do PSL? Era o núcleo que o senhor mencionou aí e que hoje está no Palácio ou os empresários, também eles, que contratavam agência de marketing digital para fazer os disparos?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Bom, o Paulo Marinho hoje relatou que essa AM4 foi que fez toda a campanha, ele próprio me falou isso; fora as pessoas, os amantes, os publicadores e replicadores que existiam nessa campanha toda. Mas a única empresa de que eu ouvi falar, hoje inclusive, porque liguei para ele, foi essa AM4.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor ligou para o Paulo Marinho?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Liguei para o Paulo Marinho.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Que tinha mais subsídios para...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso. Mas ele falou para mim que...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Só se falou sobre isso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele falou para mim que quem poderia nos ajudar seria o próprio Marquinhos, que é o dono da empresa.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Eu vi que o senhor já foi reinquerido sobre essa questão de que "a casa vai cair lá em Curitiba". Parece-me muito pouco um vídeo de dois anos atrás dizendo que o senhor ia ser Ministro da Cultura, não creio que isso fosse suficiente para causar um terremoto, a ponto de a casa cair. Geralmente, quando a gente fala "casa cair", são fatos gravíssimos.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - E, por mais que se possa imaginar que o senhor não pudesse ser Ministro da Cultura, que isso pudesse ser uma bomba, e realmente algumas pessoas achavam que sim, não havia outros fatos? Por exemplo, nessa ocasião não houve nenhum contato, nessa visita a Curitiba, com o atual Ministro Sergio Moro?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não. Eu nem vi o Moro.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor nunca teve contato com ele na campanha?
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não. Nunca tive contato com ele.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O que teria levado o senhor... Eu vi aqui as faixas do público, provocadoras, dizendo que o senhor era traíra...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - As faixas diziam isso, não sou eu.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Passei a ser traíra, é o que eles falam.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Dizem que o senhor "transitou pelas malhas do poder, traidor". A que o senhor atribui esse tipo de increpação ao senhor?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Essa manifestação toda que fizeram? Ué, porque...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - "Nadaram entre nós pelo poder." Eles veem que o senhor transitava no poder e, por algum motivo ainda desconhecido, o senhor nadou ali como traíra para outras...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É a partir do momento em que você passa a ser contraditório, passa a não concordar com determinadas coisas, que você se torna traidor, você se torna o judas, você se torna o cara que está cuspindo no prato que comeu, e mais uma série de coisas que a gente tem visto aí.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor mencionou um fato, de ruptura talvez, que foi aquele seu pronunciamento na tribuna da Câmara. Aliás, Presidente, eu gostaria que fosse requisitado o vídeo desse pronunciamento do Deputado Paulo Pimenta e, em seguida, do Deputado Alexandre Frota.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Teria sido esse o detonador da sua exclusão?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso também. A gente já vinha entrando em rota de colisão com o Governo...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Por quais motivos?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Por vários motivos. Quando nós chegamos na transição...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Fake news eram motivo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Quando nós chegamos na transição, o PSL foi o partido que já foi preterido pelo Governo. Se a gente fosse perguntar hoje qual partido que foi mais apoiado pelo Governo, a resposta seria que foi o DEM. O PSL foi um partido que ficou preterido ali dentro da transição. E isso não sou só eu que falo; a maioria dos Deputados, inclusive do PSL, falam e reclamavam disso. O problema é que ninguém tinha coragem de falar.
Fora isso, houve vários outros momentos de colisão: em relação à Ancine, em relação a esse caso que contei da Apex aqui, do patrocínio com as produtoras de cinema e, principalmente, também o processo que nós fizemos para a Secretaria de Cultura junto com o Deputado na época, o Secretário Henrique Pires. A partir de uma reunião que nós fizemos com o Osmar Terra, nós planejamos seis secretarias para apoiar, dar total estrutura ao Ministro, que tinha relatado inclusive que o que ele entendia de cultura era tocar berimbau - ele próprio falou isso. Então, nós começamos a preparar um processo de seis secretarias. Envolveu também a Ancine... Enfim, vários processos foram entregues a esse Governo, e depois não foi cumprido com a gente. Então, a partir daí começa uma rota de colisão sem parar.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Deputado, o senhor afirmou aqui duas coisas em momentos diferentes. Uma, que o Sr. Fabio Wajngarten é um homem honrado - ninguém colocou isso aqui em dúvida, não estamos fazendo juízos morais aqui -; e o senhor mencionou também que, para que ele fosse indicado como Secretário da Secom, houve muita confusão.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Houve confusão e discussão.
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O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Então, primeiro eu gostaria de fazer a seguinte pergunta: que o senhor esclarecesse que confusão foi essa. E, segundo, ele tinha uma agência de marketing antes de ser...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele era publicitário.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Isso. O senhor sabe se ele ofereceu disparos de mensagens para alguns candidatos? Ele estava envolvido nesse processo da campanha eleitoral? Então, que o senhor respondesse qual é a confusão e essa segunda pergunta.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Tá. Ele não estava envolvido, até onde eu sei, nesses disparos. Eu levei o Fabio para lá...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Foi o senhor que indicou?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu, o Celso ajudou nessa indicação, o Celso Russomanno, que está até aqui dentro, e o Marcelo de Carvalho. Era uma coisa que o Fabio...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Então, o senhor não foi tão preterido assim, porque conseguiu nomear o secretário da Secom.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não, mas não sabe a guerra que foi e a luta que foi. Era um sonho dele, ele gostaria, não sei se só pelo poder, pela maneira como ele queria. Ele trabalhou na campanha, várias vezes eu encontrei com ele pela campanha do Presidente. E nós fomos à sala do Presidente, eu, o Marcelo de Carvalho, o Santos Cruz estava e mais o Jair Bolsonaro. E fomos pedir para que o Fabio se tornasse o diretor da Secom, enfim. Eles queriam dar algo menor, o Santos Cruz não queria contratá-lo, só se o Bolsonaro quisesse muito que contratasse, enfim. E, a partir daí, se estabeleceu uma discussão. Posteriormente a isso, nós estivemos outras vezes lá com o mesmo assunto, o Fabio também várias vezes ligando: "E aí? Acho que vai dar certo". Ele pediu também que o Flávio Bolsonaro interferisse nessa contratação. Enfim, ele acabou se tornando o diretor da Secom.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O senhor chama isso tudo de confusão?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Foi uma confusão porque levou mais de um mês para resolver um processo que talvez pudesse ter sido resolvido com mais rapidez, até porque, até onde eu sei, o Fabio é um empresário, é qualificado, publicitário, como você mesmo falou aqui. Então, essa foi a confusão.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Presidente, para concluir, eu percebo que o Deputado Alexandre Frota, que veio aqui espontaneamente colaborar, talvez tenha muito mais coisa a nos dizer no correr desta CPMI. Então, que o senhor se disponha, Deputado...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Claro.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - ... a ficar aqui como uma espécie de colaborador permanente...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - ... inclusive porque o senhor é membro suplente aqui da CPMI.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso aí. Eu pedi, inclusive, para entrar.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Certamente tem coisas que o senhor não pôde falar hoje ainda, pode falar no futuro...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito.
(Soa a campainha.)
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - ... e pode trazer novos documentos, novas provas para que esta CPI possa avançar nos seus objetivos. Como colaborador, o senhor nos ajudou bastante.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Muito obrigado.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Tempo de líder...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Na condição de líder, o Deputado Eduardo Bolsonaro solicita a palavra, conforme o art. 6º: "Ao Líder é lícito usar da palavra, uma única vez, em qualquer fase da sessão, pelo prazo [...] de 5 (cinco) minutos, para comunicação urgente".
ORADOR NÃO IDENTIFICADO - Sr. Presidente, Sr. Presidente, me inscreva como líder também.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Sr. Presidente, antes somente gostaria de perguntar qual é a condição do Deputado Alexandre Frota aqui, é de Deputado, é de inquirido?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Convidado.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Convidado, mas não de Deputado, né? Convidado como outro qualquer.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Convidado.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Pela Liderança.) - Perfeito.
Sr. Presidente, primeiro, só a presença do Alexandre Frota aqui já é um escárnio com a sociedade brasileira. Achar que ele vem aqui para tentar trazer luz sobre fake news? A palhaçada começa em si só quando ele próprio já demonstra aqui um print de um post do Olavo que não foi o Olavo que escreveu. Em 29 de março, o Olavo já desmentiu essa fake news que o senhor acaba de propagar aqui, Sr. Alexandre Frota.
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Mas eu não vou ficar aqui fazendo perguntas nem nada desse tipo não, porque eu tenho mais o que fazer. Eu tenho que trabalhar, ao invés de ouvir baboseiras e ilações sem qualquer conexão com a verdade. Espero que o senhor aproveite os seus tempos aqui, com o pessoal de PT...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Estou aproveitando.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - ... fazendo massagem no ego do senhor.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Estou aproveitando. Estou aproveitando.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Conheci o senhor quando o senhor mendigava carona para o então candidato Jair Bolsonaro; disputava para ver quem iria levá-lo à Jovem Pan, lá no Aeroporto de Congonhas.
Eu fico pensando, o que passa pela sua cabeça? Olha para mim aqui, Alexandre!
Eu nunca... Eu nunca cheguei...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - O que passa pela minha cabeça só interessa a mim; não interessa a você.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, V. Exa. pediu a palavra...
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Eu nunca cheguei a trocar uma ideia...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Desculpe, mas o que passa na minha cabeça só interessa a mim, e não a você.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Porque é o seguinte, as pessoas, a população, em geral, Sr. Presidente, tem aversão a esse tipo de conduta. A pessoa é muito sua amiga, dá tapa nas costas, aí é eleito, depois muda de lado. Eu fico impressionado de ver...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Quem te falou que eu mudei de lado?
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Eu fico impressionado de ver... Eu fico impressionado de ver...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Corta o microfone! É o tempo de Líder, Presidente.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Eu estou fazendo o uso da palavra, Sr. Presidente. Poderia só me assegurar a palavra, por favor!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pois não. Eu gostaria que o nobre Deputado Alexandre, após a fala...
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Depois você constrói as mentiras aí. Eu não tenho medo de cara feia, não! Para mim você é só mais um! É só mais um...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Tá bom! Você também para mim é só mais um...
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - ... é só mais um traíra, que traiu e apunhalou o Presidente pelas costas, lamentavelmente!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos deixar o aquário para outro momento. A palavra está com o Líder - viu, Deputado Alexandre Frota? -, por favor.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - O senhor era menos promíscuo quando só fazia filme pornô. Hoje em dia essa promiscuidade enoja o Brasil inteiro...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Mas você assistiu muito, não é? (Risos.)
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Não, nem um pouco! Nem um pouco!
(Tumulto no recinto.)
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Nem um pouco!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu sei que você gosta! Eu sei que você gosta!
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Aproveite... Aproveite os seus momentos... Aproveite os seus momentos... Quatro anos passam rápido, Sr. Presidente! Depois de quatro anos...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter o nível do debate, com tranquilidade, com paz. Isso é importante.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Presidente, vamos manter a ordem.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - É o nível do nosso Parlamento, não é, Presidente? É o nível do nosso Parlamento: Alexandre Frota falando sobre fake news...
Vamos lá.
Deputado Rui Falcão perguntando para Alexandre Frota se é de direita, de esquerda... Ele não tem intelecto para se definir com relação a isso. É lamentável que a gente esteja aqui... E ele fala um monte de besteira, um monte de baboseira. Aí, aqui, é levado com seriedade pelos Deputados do PT, que ignoram o fato de que Lula foi denunciado por Marcos Valério como mandante do assassinato de Celso Daniel. Mas, aqui, parece que é muito foco e energia para tentar dizer que existe um gabinete de ódio, uma milícia virtual. E disso tudo, Sr. Presidente, a gente sabe qual é a intenção - o Rui Falcão acabou de falar aqui: são coisas que podem levar ao impeachment. Eu duvido que isso daí ocorra, porque o Presidente Jair Bolsonaro tem...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Crime de responsabilidade leva a quê? A impeachment. Não rebaixe minha intelectualidade, não, Deputado Rui Falcão! Os senhores podem muito bem usar o Alexandre Frota, mas a mim, não!
Então, quero só fazer esses registros aqui, Sr. Presidente, neste pouco tempo que me resta, porque realmente esta CPMI aqui não serve para outra coisa, que não criar essa narrativa.
O próprio proponente desta CPMI da Fake News, Deputado Alexandre Leite, diz que a intenção dele era investigar outras coisas, mas uma CPMI a gente sabe como é que começa e não sabe como é que termina. E a gente está hoje aqui, ouvindo Alexandre Frota, chamando Joice... Mais quem? Bruno Gagliasso, Caetano Veloso, pessoas que só têm como única missão tentar destruir o Governo Bolsonaro. Então, aqui, na verdade, virou um palco político. Eu vou me retirar porque não vou perder meu tempo. Vai continuar falando aí à vontade as mentiras que ele quiser, e eu espero não retornar mais a esse assunto aqui. Quem sabe, voltando a ser ator de filme pornô, como o senhor diz...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Que você gosta!
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para expor.) - Não gosto, não! Rita Cadillac é...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para depor.) - Tu gosta! Tu gosta, sim, que eu sei!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter o nível do papo. Vamos manter o nível, gente!
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Sr. Presidente, só me assegure a palavra. Estou terminando!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pois não, Deputado! Para concluir...
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Esse prazer não nos interessa!
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - E o próprio Olavo de Carvalho já desmentiu!
Mas, no mais, Sr. Presidente, espero que o pessoal que esteja assistindo aí no Senado continue se deleitando com esse conto de fadas que o Alexandre Frota vem aqui falar.
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E, olhe, hoje é dia 30 de outubro de 2019. Eu vou me encontrar com o senhor em outubro de 2022...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Que bom!
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - ... e a gente vai ver o julgamento não que eu estou fazendo, o julgamento que o povo fará com essa sua carinha de deboche aí. Vai ser um prazer!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Vamos lá! É isso aí! Vamos lá!
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - O apressado come cru, não se esqueça disso!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - É, come (Trecho editado nos termos do art. 48, inciso XXXI e art.19, inciso I. do Regimento Interno.).
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Um abraço, Sr. Presidente. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra, para contraponto, o Líder do PT, Deputado Paulo Pimenta.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Agora vai sair? Vai embora? Não vai ouvir?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Só um momentinho, por favor!
O SR. PAULO PIMENTA (PT - RS. Para interpelar.) - Sr. Presidente, eu acho que o Deputado Eduardo Bolsonaro deveria ficar porque...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Só um minuto! O moleque vai embora... Ele não quer ouvir agora. Olha lá! Já fez o show dele.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter o nível da Comissão, minha gente.
O SR. PAULO PIMENTA (PT - RS. Para interpelar.) - Devolva o meu tempo, por favor, Presidente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - É um mimado o nenenzinho!
O SR. PAULO PIMENTA (PT - RS. Para interpelar.) - O meu tempo, por gentileza!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado Paulo, por favor, a palavra é sua.
O SR. PAULO PIMENTA (PT - RS. Para interpelar.) - Só corrija o meu tempo ali, Presidente.
Olha, eu gostaria de falar na frente do Deputado Eduardo Bolsonaro.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Ele correu, não é?
O SR. PAULO PIMENTA (PT - RS. Para interpelar.) - Infelizmente, ele teve uma atitude aqui, digamos assim, não vou dizer covarde; vou dizer deselegante, porque falou, ofendeu várias pessoas, levantou e foi embora.
Sr. Presidente, eu quero dizer o seguinte: o fato mais importante aqui, no dia de hoje, foi um fato que desestrutura a família Bolsonaro. Sempre que alguém fala em Queiroz, esse nome provoca o que foi provocado aqui no Eduardo Bolsonaro. Quando o Deputado Alexandre Frota revela que a proteção ao Queiroz é comandada pelo próprio Jair Bolsonaro, que é o próprio Jair Bolsonaro que liga para Deputados para exigir proteção a essa figura que foi denunciada no dia 15 de dezembro e até hoje não apareceu para depor, protegido pelo novo Filinto Müller do Brasil... Sergio Moro é o novo Filinto Müller, a política dos bolsonaros é comandada por ele. Os bolsonaros estão desesperados. Por quê? Por causa dos áudios do Queiroz. Esses dois cidadãos - se é que dá para chamá-los de cidadãos -, esses dois indivíduos - um mora no condomínio; o outro visitava o condomínio -, os dois têm como chefe um cara chamado Capitão Adriano, que está foragido e que, ao que tudo indica, é quem comandou o assassinato da Marielle. A mãe e a mulher do Capitão Adriano estavam até dezembro nomeadas no gabinete do Flávio Bolsonaro.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Onze anos!
O SR. PAULO PIMENTA (PT - RS. Para interpelar.) - As duas depositavam o dinheiro na conta do Queiroz, e da conta do Queiroz foram pagas despesas, inclusive, da Primeira-Dama, na conta em que entrou dinheiro do principal envolvido na investigação da morte da Marielle... A mulher dele, a mãe dele botavam o dinheiro na conta do Queiroz, e o Queiroz pagava a conta até da Primeira-Dama. É isso que os deixa desesperados.
Ninguém aqui está dizendo que o Jair Bolsonaro estava dentro da casa 58, mas o Brasil quer saber quem estava na casa 58. Quem estava na casa 58? Ninguém está dizendo aqui que o Jair Bolsonaro participou. Ninguém disse isso.
Agora, senhoras e senhores, esse Capitão Adriano, miliciano foragido, recebeu a Medalha Tiradentes na cadeia. O Flávio Bolsonaro levou para ele. Ele estava preso quando foi proposta uma homenagem para ele na Assembleia Legislativa. Assassino! Bandido! Tinha a mulher e a mãe nomeadas no gabinete há 12 anos. A mulher nunca tirou o crachá da Alerj, o dinheiro ia para a conta do Queiroz. É fácil para a família Bolsonaro provar a sua inocência. Por que vocês não deixam a quebra do sigilo bancário do Queiroz? Vamos trazer o Queiroz aqui nesta CPI, gente, vamos! Vamos ver se da conta do Queiroz saía dinheiro para pagar milícia digital. Vamos aprovar nós todos juntos aqui - eu queria pedir para o Eduardo Bolsonaro, inclusive, assinar o requerimento comigo -, vamos quebrar o sigilo do Queiroz.
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(Soa a campainha.)
O SR. PAULO PIMENTA (PT - RS) - ... o sigilo fiscal, telefônico, bancário, telemático. Vamos ver se dessa conta que o tesoureiro da família comandava saiu pagamento para a milícia digital. Resolve o problema.
Mas não, ofendem o Supremo Tribunal Federal, chamam de hiena. Esse que saiu daqui agora postou uma foto do Tim Lopes esta semana. Queria dizer o quê para os jornalistas quando postou a foto do Tim Lopes? O que ele quis dizer? Foi para a tribuna ontem ameaçar o País de golpe. E aí, na hora em que está no debate...
O SR. ANGELO CORONEL (PSD - BA) - Concluindo, Deputado.
O SR. PAULO PIMENTA (PT - RS) - ... fala o que quer, vira as costas e foge. Além de mimados, são covardes, e vão acabar tudo na cadeia, junto com o Queiroz, que é o lugar onde ele tem que ... Miliciano tem que estar é na cadeia, esse é o lugar em que eles todos vão parar, Sr. Presidente.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Presidente.
O SR. ANGELO CORONEL (PSD - BA) - Senador Humberto Costa.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Presidente, no momento oportuno eu gostaria de falar pela Liderança do PDT.
O SR. ANGELO CORONEL (PSD - BA) - Pois não.
Senador Humberto Costa.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, Sras. Parlamentares, Sr. depoente, Deputado Alexandre Frota, em primeiro lugar, pelo que nós vimos aqui hoje, talvez o Congresso Nacional não tenha, nos últimos anos, tomado uma decisão tão correta quanto a de instalar esta CPI. Esta CPI e V. Exa., Deputado, que veio aqui, poderão ter dado uma contribuição à democracia no nosso País que talvez demore muito tempo para nós termos outra semelhante.
Aqui, menos do que investigar 2018, que é importante, ouvindo um depoimento desses a gente identifica como o Tribunal Superior Eleitoral é incompetente, ou não é incompetente, para chegar a isso que foi determinante para a resolução da campanha eleitoral do ano passado. Mas a importância é para o futuro. Talvez nem todos aqui tenham sido vítimas dessas milícias. Eu já fui, outros foram, a gente sabe o que isso representa, e qualquer um aqui, se nós não desmontarmos isso daqui para frente, vai ser, pode ser vítima desse tipo de ação. Primeiro.
A segunda constatação que eu faço é que o motor desse projeto político que está à frente do nosso País não são ideias, não são propostas, mas é uma coisa: é o ódio, é o ódio! Eu antes pensava que nós éramos as únicas vítimas do ódio, mas, observando o tratamento que é dado a pessoas como o próprio Alexandre Frota... Mas aí eu até fico calado, porque ele foi para o enfrentamento com esse grupo, ele rompeu. Mas e no caso do Vice-Presidente, que ele narrou aqui? E no caso do Gen. Santos Cruz? E de tantos outros? É um ódio, é a incapacidade de conviver com qualquer tipo de diferença de opinião, de ideia. Isso é uma constatação que nós temos que fazer e mostrar para o Brasil. O que move o projeto desse Governo, desse bloco político é o ódio, coisa que não casa com o nosso País.
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Mais, Presidente, eu queria colocar aqui: esta CPI, até pelo papel fundamental que ela tem, tem que funcionar o tempo previsto pela Constituição. Não podemos aceitar qualquer tipo de interpretação de que, agora em dezembro, a CPI acaba. Nós temos que trazer todos esses atores aqui. Isso é fundamental para a democracia, é fundamental para o nosso País.
E quero fazer uma sugestão: a julgar pelo que foi dito pelo Deputado, existem três pessoas que poderiam entrar imediatamente na fila de depoimentos aqui: o Sr. Bebianno, a Deputada Joice Hasselmann e o Gen. Santos Cruz, porque eu acho que são pessoas que têm credibilidade, inclusive, para virem aqui, confirmarem ou não as colocações do Deputado Alexandre Frota e trazerem novas questões.
Mas a minha pergunta a V. Exa., Deputado, é a seguinte: essas milícias funcionaram na eleição, e V. Exa. confirma que elas continuam funcionando hoje em dia...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Sim, confirmo.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - ... moendo adversários, principalmente...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Os ex-aliados.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Dizia o ex-Senador Antonio Carlos Magalhães que o pior inimigo é o último, e geralmente acontece exatamente isso.
Mas eu lhe pergunto, porque isso é importante, inclusive, para podermos fazer cruzamentos fundamentais: é do seu conhecimento que essas milícias estejam sendo utilizadas ou estão ou foram utilizadas para atacar, por exemplo, o Presidente da Câmara ou o Presidente do Senado?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para depor.) - Sim.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - É possível nesse cruzamento identificar...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para depor.) - Sim.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - ... que as coisas partem do mesmo lugar?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para depor.) - Sim.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Isso é... Relatora, essa é uma coisa muito importante que está sendo dita aqui. Com certeza, o Presidente do Senado e o Presidente da Câmara devem ter orientado as suas Casas para fazerem investigações e eles devem ter documentos que podem fazer...
E eu pergunto: e em relação ao Supremo, os ataques que o Supremo recebeu?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para depor.) - Também.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Então, sinceramente, nós temos aqui uma matéria-prima extremamente farta para trabalharmos.
E a última pergunta. Aqui, nesse processo de votação de várias coisas - nós nos lembramos aqui -: Estatuto do Desarmamento, essa proposta de mudança do Estatuto do Desarmamento, reforma da previdência; medida provisória de mudança da estrutura administrativa do Governo, inclusive com a mudança do Coaf do Ministério da Fazenda para o Ministério da Justiça... E aqui muitos, pelo menos Senadores - não posso falar pelos Deputados -, mas muitos Senadores ficaram fortemente impressionados, pressionados e influenciados no seu voto por esse tipo de ação e de milícia digital. V. Exa. confirma que essas milícias possam também ter atuado no sentido de fazer esse cerco ao Congresso Nacional para fazer valerem determinados interesses de votações aqui nas duas Casas?
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Sim, sim, foi tentado, por diversas vezes, todos nós sabemos disso. A pressão como... Vou falar pelo Deputados, que, muitas vezes, se comportam pensando no que vai acontecer lá fora, na maneira como vai acontecer, por pressão externa, por pressão dessas milícias, dessas gangues virtuais que têm esse comportamento que vocês viram aqui do embaixador...
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Sim.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... que infelizmente não está aqui, saiu correndo com os seguranças dele e não ficou aqui para ouvir falar porque falar que é um escárnio o convite, atendendo a um gentil convite de vocês aqui... Escárnio foi a tentativa dele de passar por cima de tudo e de todos e tentar se tornar embaixador nos Estados Unidos. O escárnio foi ele falar que vai fechar o STF com um jipe e com um cabo, não é?
E, quando ele me chama de caroneiro, ele está chamando todos os Deputados que apostaram um dia no pai dele. Agora, eu acho que é melhor ser caroneiro do que fura fila.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Ainda, Sr. Presidente, eu queria perguntar se V. Exa. conhece a Sra. Bruna Luiza Becker, que foi assessora no Ministério da Educação. O senhor tem conhecimento de que essa senhora também seja produtora de notícias falsas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, não conheço. Nunca ouvi falar de Bruna Becker.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Pois não.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu tenho os nomes aqui de quem já ouvi falar e conheço. Posso passá-los aqui.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - O.k.
Por último, eu só queria aqui, para respaldar o que disse V. Exa... O senhor citou José Matheus Sales Gomes.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Esse é assessor presidencial...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - ... com um salário de R$13.623,33.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso. Confirmo.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - O Sr. Felipe Martins, com um salário de R$16.944,90.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Confirmo.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - E o Sr. Tercio Tomaz, com um salário de R$13.623,33.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito. Confirmo.
Ainda tem mais um Mateus, mas a gente não conseguiu achar aqui.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Essa...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, o salário quem está confirmando é o nobre Senador.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Não, eu estou confirmando, sou eu que estou confirmando o salário.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu estou confirmando aqui a existência deles.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - É importante confirmar isso porque...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Claro.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - ... V. Exa. fez uma afirmação gravíssima de que essas pessoas recebem dinheiro público para fazer esse tipo de ação.
O.k. Muito obrigado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - De nada.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra ao Líder do PDT, na condição de Líder, o Deputado do Rio de Janeiro, Paulo Ramos.
O SR. MARCELO RAMOS (PL - AM) - Sr. Presidente, só para pedir o tempo de Líder do PL após o Deputado Paulo Ramos, Sr. Presidente.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Sr. Presidente, estamos atravessando uma fase em que estão tratando da fauna: já falaram de vaca, de veado; agora, tem leão e hienas, não é isso? Eu não sei se vamos recuperar aqui também as fábulas de Esopo e La Fontaine, aliás, sem nenhuma espirituosidade, porque as fábulas trazem ensinamentos.
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Eu quero, Sr. Presidente, diante da gravidade das afirmações feitas aqui pelo nosso convidado, que está no exercício do mandato... A Constituição diz que o Deputado é inviolável por suas opiniões, palavras e votos, mas o depoente está fazendo aqui afirmações, atribuindo a outros comportamentos também delituosos. Na verdade, eu não sei, pela seriedade com que está se comportando o depoente, se ele se dispõe a assumir que tudo que ele disse é a expressão da verdade, submetendo-se às penas da lei se as afirmações feitas não forem verdadeiras.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Claro, eu estou aqui falando a verdade.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Então, eu sugiro, Presidente, e submeto a V. Exa. e aos membros da Comissão, que ele deixe a condição de convidado para se transformar em testemunha, senão tudo aquilo que estamos tratando aqui será algo que depois não teremos...
ORADOR NÃO IDENTIFICADO - Sem problema nenhum, teria que ter prestado o compromisso antes.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - ... a possibilidade de exigir a responsabilidade
ORADOR NÃO IDENTIFICADO - Teria que ter prestado o compromisso antes, Deputado, eu acho.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Não, eu estou sugerindo.
ORADOR NÃO IDENTIFICADO - Foi? Então, se foi...
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Esta é a minha sugestão e submeto-a, Presidente, para que não deixemos passar, porque assumir o compromisso é numa velocidade muito grande, e poderia V. Exa., já que o convidado se dispõe, colher dele o juramento, porque as coisas têm uma gravidade muito grande...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Claro.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - ... e nós não podemos ficar aqui, em alguns momentos, com muita espirituosidade, com muita alegria, mas é preciso que esta CPI assuma também as suas responsabilidades.
Então, quero pedir a V. Exa., antes das minhas indagações, que o convidado assuma o compromisso.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Por ser Deputado, eu nem preciso prestar esse juramento. A gente está aqui já trabalhando e falando a verdade aqui.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Se ele mentir aqui é cassação, é quebra de decoro, se ele mentir aqui como Deputado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, Deputado...
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Presidente, eu submeti a V. Exa.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Certo. A Constituição, no seu art. 6º, é bem clara: "Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações".
Se o Deputado quiser apor sua assinatura espontaneamente, não seremos nós que iremos impedir.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Não sei se voluntariamente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mas ele já se comprometeu até...
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - ... o Deputado assume esse compromisso.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Presidente, só uma questão de ordem.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu vou continuar aqui como convidado, isso me dá o direito... E vamos continuar aqui o nosso trabalho.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Está bem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O próximo orador inscrito...
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ. Para interpelar.) - Não, eu quero fazer minha indagação, ainda não terminei, porque as coisas não podem ser levadas no campo da possibilidade de depois invocar a proteção constitucional pelo exercício do mandato, somente isso, porque são graves. Porque as redes sociais não são apenas redes de intrigas, também são utilizadas para caluniar, injuriar, difamar, e eu não sei se ele conhece casos de calúnia, de injúria e difamação nas redes sociais.
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Foi tudo falado aqui inclusive.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Conhece?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu abri falando sobre isso, inclusive, sobre injúria, calúnia, difamação, ódio.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - O senhor trouxe uma foto de Curitiba...
(Soa a campainha.)
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - ... onde há também a pessoa do Ministro da Economia, Paulo Guedes.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - De Curitiba, não; do Rio de Janeiro.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Do Rio de Janeiro.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Em que estava o Ministro Paulo, que seria o futuro Ministro.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso. Isso.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Paulo Guedes.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Exatamente.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ. Para interpelar.) - O senhor conhece a vinculação do Sr. Paulo Guedes também com qualquer empresário que tenha de alguma forma contribuído para bancar essas redes sociais?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não, não conheço. Não conheço. O Paulo Guedes para mim foi apresentado, seria o futuro Ministro da Economia, só, ponto. Nunca vi o Paulo Guedes fazendo absolutamente nada ou nenhum tipo de reunião ou presenciei qualquer coisa nesse sentido. Inclusive eu vim a conhecer o Paulo Guedes mais na Comissão da Reforma da Previdência.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Houve aqui, Sr. Presidente, eu vou encerrar porque as perguntas já foram feitas e há mais outros Parlamentares inscritos... Sobre se haveria em São Paulo ou na Assembleia Legislativa uma espécie também de central de disseminação de notícias.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, existe.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Somente...
E em outras Assembleias Legislativas? O senhor tem conhecimento?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não sei. Eu tenho a de São Paulo, na Alesp, só. Só na Alesp.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Mas em nenhuma outra?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Nenhuma outra.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Muito obrigado, Presidente.
Muito rapidamente, agradeço.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra à nobre Deputada Caroline de Toni, do PSL, de Santa Catarina.
O SR. MARCELO RAMOS (PL - AM) - Sr. Presidente, depois eu peço o tempo de Líder do PL, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k., está inscrito, Deputado.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para questão de ordem.) - Presidente, só uma questão de ordem antes de computar o meu tempo. Só quero que pare o meu tempo para a questão de ordem.
O art. 148, do Senado, §2º, fala o seguinte:
No exercício das suas atribuições, a comissão parlamentar de inquérito terá poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, facultada a realização de diligências que julgar necessárias, podendo convocar Ministros de Estado, tomar o depoimento de qualquer autoridade, inquirir testemunhas, sob compromisso, ouvir indiciados, requisitar de órgão público informações ou documentos de qualquer natureza, bem como requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de inspeções e auditorias [...].
§ 2º Os indiciados e testemunhas serão intimados de acordo com as prescrições estabelecidas na legislação processual penal [...].
Ou seja, nós só temos a figura de indiciado ou da testemunha, por isso que eu peço aqui que o Deputado Alexandre Frota preste o compromisso de declarar apenas a verdade. Nós queremos que ele preste esse compromisso porque só temos esta figura em nosso Regimento. Então, ou é indiciado ou é testemunha.
Gostaria que fosse esclarecida esta questão de ordem.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu não tenho obrigação nenhuma disso.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Mas é que estão sendo relatadas coisas que extrapolam a questão do mandato parlamentar.
Ele foi convidado ou convocado e está aqui...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Ele foi convidado, Deputada.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Mas sobre coisas que extrapolam o exercício do mandato. Então, nem sempre vai estar abrangido pela imunidade, que não diz atinência só ao exercício do seu mandato, faz referência às eleições, faz referência a várias coisas.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu fui convidado, acho que isso já é o suficiente.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Então, qual condição em que ele está dentro do Regimento? É isso o que a gente quer saber.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada, respondendo à sua questão de ordem, o Deputado tem imunidade parlamentar e se alguém for atingido em sua honra cabe, via o Código Penal, impetrar uma ação contra o Parlamentar. Mas, nesta Comissão, ele veio como convidado, está garantido o seu direito de externar o que ele achar pertinente e, se alguém achar, repito, que foi prejudicado pelas palavras do Deputado Alexandre Frota, acione a lei.
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V. Exa. agora com a palavra.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Gostaria que começasse a computar meu tempo então de 15 minutos, como foi dado para os demais parlamentares.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Fique tranquila, Deputada. Se V. Exa. quiser prorrogação, concederemos.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - O.k. Muito obrigada.
Então, Presidente e Deputado Alexandre Frota, qualquer teoria básica da comunicação diz que uma fonte de informação deve ser confiável. E, se houver conflito de interesses ou uma possibilidade de favorecimento pessoal, essa fonte deixa de ser confiável. Isso em teorias de comunicação, jornalísticas, quanto mais judicialmente. Já no Direito brasileiro, a gente vê que uma pessoa pode falar, testemunhar fatos, desde que ela não seja considerada suspeita ou impedida. No presente caso, nós temos várias evidências pelas quais nós colocamos sob suspeita...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Silêncio, por favor, Plenário.
Agradeço.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - ... o depoimento do Deputado Alexandre Frota. E aqui eu vou evidenciar alguns motivos e gostaria até de fazer alguns questionamentos a ele sobre isso.
Por exemplo, no seu Twitter aqui, Alexandre Frota, peço que você averigue a veracidade, mas a nossa assessoria acessou o seu Twitter... É alefrota77?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - O.k. Aqui está escrito no dia 20 de outubro, palavras suas, abro aspas: "Minha guerra com Bolsonaro será sem sentimentos até o fim. Meu nojo, desprezo e ódio por eles são grandes, que vale até o Lula solto para criar um radicalismo no Brasil. Jair é confusão e, se é confusão, ele quer" -, Brasil, bandeirinha do Brasil — "terá essa confusão. Eu não vou medir esforços para tirá-lo de lá".
Você confirma essas afirmações?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Confirmo. E não vou medir esforços para tirá-lo da Presidência.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Bom, então nós estamos vendo aqui, e também o povo brasileiro que nos assiste, aqui está escancarado que não temos condições de isenção e imparcialidade por parte do depoente, o Sr. Deputado Alexandre Frota, porque ele realmente nutre, apesar de ele dizer que não tem sentimentos, está falando aqui: nojo, desprezo e ódio. Ou seja, uma pessoa que destila essas palavras em rede social, logo, e afirma que quer tirá-lo, vai fazer de tudo para criar uma narrativa com esse fim, para dar todo esse subsídio que nós sabemos ser inverídico para a oposição aqui se esbaldar e criar essa narrativa contra o nosso Presidente.
Outra coisa que coloca suspeição, até quero pedir para você se há essa confirmação, de que, no início do Governo Bolsonaro, o senhor tentou emplacar alguns homens na Secretaria do Audiovisual, na Ancine e na Secretaria de Cultura. Confirma? Tentou fazer algumas indicações para o Presidente?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, não fiz indicações. O Presidente me pediu que fizesse, que levasse essas pessoas, inclusive tenho essa gravação aqui, ele me pedindo, ele me solicitando, já disponibilizei outro dia...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - E esses nomes que o senhor indicou foram emplacados em algum cargo do Governo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Inicialmente sim. Depois não.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - O senhor teria se indisposto com o Ministro Osmar Terra ou o Onix, com relação a isso, por não acatarem eventuais sugestões para cargos?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, não me indispus por causa disso. Eu me indispus com eles pela maneira como eles trataram uma coisa que estava sendo previamente acordada.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Então, se o senhor tivesse tido sucesso nas indicações, o senhor teria um grande poder, seria o rei do audiovisual brasileiro?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não seria. Não seria porque as indicações... Eu não estava indicando nenhum amiguinho meu, estava indicando pessoas técnicas, solicitadas pelo Presidente da República, que sabia que tinha um Ministro fraco, que não entendia absolutamente nada de cultura, que deu uma entrevista dizendo que de cultura ele só sabia tocar berimbau. Então, o Jair Bolsonaro me procura e pede que eu auxilie na formatação dessas secretarias, que eram seis secretarias que apoiariam o secretário de cultura.
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A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - O senhor, com base nessa rejeição, por não ter emplacado, o senhor acha que isso contribuiu para a sua indisposição com o Presidente?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não. Isso mostrou só a maneira como ele trata muitos dos temas dentro desta Casa e dentro da condução dele como Presidente. Eu, para mim, era indiferente. Eu não ia trabalhar no Ministério da Cultura nem na Secretaria de Cultura.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Deputado Frota, o senhor se utilizou dessa mesma estrutura que agora você acusa e do próprio nome do Presidente Bolsonaro para se eleger. Agora você tenta denegrir, caluniar o Presidente e sua família porque é público e notório que o senhor está fazendo parte de outro movimento político... É fato público e notório que o senhor ingressou agora para o PSDB. Se o senhor tinha todos esses indícios, por que o senhor trouxe só agora? Por que o senhor foi, em tese, conivente com tudo que aconteceu? Não seria uma conveniência o senhor trazer agora, já que você está fazendo parte de um projeto do próximo futuro candidato à Presidência, que é o João Doria?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Vamos lá. Vou responder às suas perguntas.
Primeiro, a Deputada falou aí que é inverídico, que é mentira. Eu acho que ninguém pode vir a esta CPMI mentir ou falar qualquer coisa que não seja provado. Então, acho que a senhora está equivocada quando se dirige a mim falando que é mentira.
Em relação a usar a estrutura, que eu usei a estrutura do Bolsonaro, a senhora acaba de revelar que o Bolsonaro tinha uma estrutura. Eu gostaria de saber qual é a estrutura, se a senhora tem esse conhecimento, porque eu não tive esse conhecimento.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - No sentido do apoio popular que ele tinha...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, a senhora falou de estrutura. Estrutura é, eu entendo...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Cinquenta e sete milhões de brasileiros estavam apoiando ele. Era um apoio maciço...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim. E daí?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - ... nas manifestações etc. É nesse sentido, apoio popular dele. O senhor se aproveitou. Vestiu "Bolsonaro Presidente" na época da eleição, se aproveitou dessa onda.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Mas é óbvio que eu tinha que apoiar o Bolsonaro e surfar na onda Bolsonaro. Eu fui eleito na onda Bolsonaro. Eu não sou eleito na onda do Haddad. O Haddad não era o meu candidato. O meu candidato era o Bolsonaro. Portanto, eu só poderia surfar na onda do Bolsonaro. Eu só poderia fazer as coisas junto ao Bolsonaro, e não ao rival ou a outro adversário que estivesse ali naquele momento concorrendo.
Então, quando a senhora fala de estrutura, eu não usei nenhuma estrutura. Vou dar um exemplo para a senhora. Eu gastei R$10 mil na minha campanha. E o PSL, quando me chamou para o partido, a primeira coisa que eles falaram para mim é que não haveria...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Presidente, eu só peço que pause meu tempo enquanto eu não estiver falando porque senão... Eu tenho várias perguntas.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... que não haveria financiamento de campanha. E duas semanas depois que eu assinei com o PSL, eu descubro que a Deputada Joice Hasselmann e o Deputado que saiu daqui, o que fugiu daqui, o Eduardo Bolsonaro, são os dois que tinham ganho dinheiro para a campanha.
Eu não sei se a senhora recebeu do PSL...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Não recebi nada.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... se o Deputado Felipe Maia... Eu também não recebi nada. Então, eu não usei estrutura. Eu não usei banda, não usei foguete, não usei trio elétrico, não usei absolutamente nada disso. Eu fui na cara e na coragem.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - E com relação à futura candidatura do João Doria, já que você faz parte do PSDB, você não acha que é muito vantajoso vir para aqui denegrir e tentar tirar o Presidente?
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Olha só, o João Dória não está em campanha; quem está em campanha é o Jair Bolsonaro. Então, eu não posso responder pelo João Dória. Neste momento João Dória é o Governador do Estado de São Paulo.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Muito bem.
Eu gostaria de perguntar ao Deputado Alexandre Frota, no caso do ex-Ministro Santos Cruz, se você sabia que quem viralizou o vídeo em que ele diz que é necessário regulamentar as redes sociais foi o apresentador Danilo Gentili, que por acaso é um dos maiores influenciadores em língua portuguesa do Twitter. Não passa pela sua cabeça, Deputado, que muitas vezes influenciadores podem gerar um efeito cascata nas redes sociais? O senhor ignora este tipo de situação de que influenciadores realmente têm um poder de influenciar um vasto número de pessoas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Mas é por isso que esta CPI está sendo feita aqui, justamente pelo poder da influência que essa gangue suja tem em cima das pessoas.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Danilo Gentili fazia parte da gangue?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, eu não sei se o Danilo Gentili... Até porque não conheço muito o Danilo Gentili.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Eu estou usando um caso específico aqui. Por gentileza, o senhor tem que falar de fatos que o senhor presenciou; não do que o senhor acha.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O Danilo Gentili, até há pouco tempo, era bloqueado na minha rede social, entendeu? Então, eu não posso falar pelo Danilo Gentili. Se ele usou alguma coisa referente ao Santos Cruz, ele e o Santos Cruz que se entendam.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - O senhor participou das manifestações populares desde 2014, foi às ruas...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Em 2013.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Em 2013, 2014, etc.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Qual foi a manifestação que o senhor participou de maior número? Qual era o número mais ou menos preciso de pessoas que havia, assim, aproximadamente?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Ah, na Avenida Paulista, acho que coisa em torno de quase 2 milhões de pessoas.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - O senhor acha que essas manifestações foram legítimas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu acho que foram legítimas essas manifestações, claro; eu não acho que elas tiveram nenhum cunho diferenciado além disso.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Se um grupo de pessoas, assim como as pessoas se unem para ir às ruas se manifestar, resolve entrar na página de um político para criticá-lo, fazer uma opinião, o senhor acha que isso pode ser qualificado como milícia virtual?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu acho que a senhora tem que fazer essa pergunta para o Allan dos Santos, que é a pessoa que costuma fazer esse tipo de coisa. De qualquer maneira, eu acho que é extremamente preocupante quando a gente junta aqui uma série de coisas e a gente entende que as mesmas pessoas estão sempre atuando e desencadeando esse ódio, esse assassinato de reputações, essa humilhação nas redes sociais. Isso se torna uma gangue.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Eu só fiz o raciocínio, Deputado, se, da mesma forma que as pessoas se unem para ir a manifestações exigindo mudanças, apoio à Lava Jato, etc., essas pessoas não podem ir às suas casas e se manifestarem livremente na internet?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Podem, mas depende de como elas se manifestam, não é?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - O que o senhor define como um ataque coordenado?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Um ataque coordenado...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Qual é a sua definição?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu já mostrei aqui diversos, mas eu posso ler aqui, se a senhora quiser.
Saiu uma matéria muito boa, que eu peço a todos que leiam. É esta matéria que tem aqui o Eduardo, o Flávio e aqui vem um mapeamento de todo o processo. E aí o ataque coordenado eu vou falar como é: "O mecanismo para engajar. Como funciona a mobilização pró-governo nas redes". "'Fábricas' de conteúdo". Circulando em redes sociais.
R
Apoiadores de Bolsonaro se reúnem virtualmente, muitos deles no WhatsApp [ou por um] fórum de discussão. São elaborados conteúdos sobre causas bolsonaristas ou alvos específicos. Empresas de marketing digital também atuam na produção.
O conteúdo elaborado nos grupos chega às principais redes sociais - Twitter, Facebook e Instagram. Imagens, vídeos, hashtags e notícias falsas ou distorcidas são publicadas por contas com comportamentos humanos e sem indícios de automatização.
Distribuição, grupos pró-Governo, WhatsApp, usuários, todos disparam em massa, compartilhando o conteúdo, produção de conteúdos e de comunidades.
A transmissão de conteúdos. Há fluxos orgânicos e [também] automatizados. Ao mesmo tempo em que usuários compartilham conteúdos entre si, há disparos de mensagens automáticas que espalham a produção.
Isso fica muito claro aqui nesse processo desse post que eu estou lendo aqui para a senhora.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Deputado, qual é o Twitter do Prof. Olavo de Carvalho?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - O Twitter do professor eu não sei, porque eu já bloqueei tantos twitters do Olavo de Carvalho que eu não posso te falar qual é o Twitter. Você sabe...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Esse que o senhor... Mostre para mim aquele que o senhor trouxe, hoje, por gentileza.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Este aqui...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Mostre, por gentileza.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... não é o Twitter do Olavo de Carvalho.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - O senhor tinha conhecimento disso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Do quê?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - De que esse não é o Twitter oficial do Prof. Olavo de Carvalho?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não, eu não tinha conhecimento. O Olavo tem tantos twitters que eu não tinha...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Não, ele só tem um Twitter, que se chama: @opropriolavo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Obrigado. Eu vou ver se eu sigo ele.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Então, o que o senhor fez aqui foi espalhar fake news.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para depor.) - Não. Por que espalhar fake news?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Porque esse Twitter é de 26 de março. No dia 29 de março, ele foi lá e desmentiu, dizendo...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ah, tá, tudo bem! Mas alguém postou, não é?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Ou seja, com uma antecedência de meses.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Mas alguém postou.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Ele já desmentiu!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Tudo bem.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - E o senhor vem aqui nesta CPI, em outubro...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - ... trazendo uma notícia falsa.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Mostrar... Aqui o que nós estamos fazendo é juntando documentos e toda uma história. A gente está fazendo uma linha de raciocínio.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Fake news.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A gente não está aqui provando nada.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Fake news.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não estou falando de fake news. A senhora quer ver o que é fake news? Tem as imagens aí, por favor?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Fala tanto em fake news... Outra fake news que o senhor fez foi uma fake news relacionada a meu nome, inclusive. Fui vítima.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Só um minuto, por gentileza.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Eu convidei a Deputada Chris Tonietto...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu estou acabando a minha resposta.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Não. Eu estou fazendo um comentário, depois passo a palavra, porque o meu tempo, inclusive, não está pausado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Deixa o tempo dela rolar mais.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Depois eu quero mais tempo.
Eu chamei a Deputada Chris Tonietto e o Príncipe para a gente fazer um lanche, outro dia, no restaurante do Plenário. Por um acaso, o Sr. Allan dos Santos estava ali no restaurante, eu não sei como ele entrou, e ele se sentou à mesma mesa da gente. E um agente seu, infiltrado aqui, na Câmara dos Deputados, tirou fotos que você publicou no Twitter espalhando fake news acerca de minha pessoa também, de que seria a milícia digital, etc. Não mencionou meu nome, mas eu estava na foto. Até porque eu sou há muitos anos de direita, acompanho o Bolsonaro há muitos anos e sei que é tudo um movimento espontâneo de 57... Eu queria saber se os 57 milhões de brasileiros que votaram no Bolsonaro são robôs ou pertencem à milícia.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Não, quem votou no Bolsonaro foram 30 milhões de brasileiros.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Foram robôs que foram às urnas eletrônicas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Os outros votaram porque não tinham em quem votar.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Foram robôs que foram votar, Deputado?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Mas não é isso que a gente está...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Essas pessoas não têm Twitter, não têm WhatsApp?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Têm. Têm.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - E eles não podem se manifestar livremente?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Podem se manifestar, ué. A gente...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Isso seria uma milícia virtual?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Isso seria uma milícia virtual quando eles partem para uma agressão, quando eles partem para um sufocamento...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - O senhor fala muito em agressão. Então, eu gostaria de saber de alguma... O senhor fala que ele, no Palácio, haveria...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Só mostrar aqui.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - ... que no Palácio haveria...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Mas a senhora fala.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - ... haveria um ataque coordenado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Está bom. Vou mostrar.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Cite um ataque coordenado que teria vindo do Palácio de que o senhor tenha provas efetivas, e não só ilações genéricas acerca de supostos ataques feitos por sei lá quem, porque até agora eu só vi narrativa que junta uma série de conceitos que não têm ligação. Uma coisa é fake news; outra coisa seriam milícias virtuais; outra coisa seriam robôs; outra coisa, disparos em massa; outra coisa, gabinete do ódio.
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Está certo.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - E o senhor junta tudo isso para fazer uma narrativa.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - É porque tudo faz parte de uma única coisa só.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Cadê a prova concreta dessas coisas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Vamos lá.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Para concluir.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Posso falar agora? Posso falar?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Pode.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - A senhora não estaria na foto se não estivesse com o Allan dos Santos, o chefe da milícia. Foi a essa foto a que a senhora se referiu aqui.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Eu vou trazer a Deputada Chris e o Deputado Príncipe para mostrar o que de fato aconteceu.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não, mas tudo bem. Mas a senhora está mostrando para o cara que comanda, um dos caras, que comanda essa milícia toda, um dos caras que mais ataca as pessoas, que mais interfere em todo o processo... A senhora sabe disso, eu não estou aqui mentindo. Eu mostro aqui...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Não posso responder por ele.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu mostro aqui a quantidade de posts que o Allan dos Santos desferiu...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Críticas!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Críticas, não!
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Liberdade de expressão!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - São ataques...
Eu preciso falar!
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Liberdade de pensamento, Deputado!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Para concluir, nobre Deputada e nobre Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Queria eu falar agora. Posso falar?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Trinta segundos, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, 30 segundos?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Então 45.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ela falou tanto...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - É que eu fui vítima do Deputado de fake news.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu quero mostrar. A senhora não foi vítima. Eu apenas fiz uma foto e mostrei que o Allan dos Santos...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Não era o senhor. Quem era seu agente lá? Quem foi que tirou essa foto?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... que o Allan dos Santos...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Quem tirou essa foto, Deputado? Eu quero saber quem tirou essa foto?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada, se V. Exa. pergunta...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não interessa para a senhora quem tirou...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Interessa! Eu estou nessa foto!
(Tumulto no recinto.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu tirei a foto, pronto!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deixe o Deputado responder a sua pergunta com celeridade.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Olha só, essa foto aqui... Ela não estaria nessa foto se o Allan dos Santos não estivesse aqui nesse momento, até porque é dentro do café, um local que é só para os Deputados, até então, e ele estava lá, e com crachá, andando com um crachá e conversando com eles. Eu só apenas bati a foto porque achei interessante. Eu queria ver o Allan dos Santos e presenciei o Allan dos Santos ali dentro. Então, está aqui o Allan dos Santos. Essa foi a foto...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Quem tirou a foto, Deputado?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não interessa para a senhora quem tirou.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Foi o Vinícius, assessor do Deputado...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não, não foi o Vinícius, não! Não foi o Vinícius, não!
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Quem foi que tirou essa foto?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluindo...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Eu estou na foto. Por que o senhor não quer dizer? O que o senhor quer esconder, Deputado?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu não quero esconder nada. Fui eu que tirei a foto. Pronto.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Com relação a...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada, o seu tempo...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Não, é que eu não fui pausada enquanto ele estava falando.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mas não existe pausa, não, Deputada. O tempo é corrido, 14 minutos.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Só mais um último comentário.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - O tempo é corrido.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Mais um último. O senhor disse que ia me dar mais um tempo.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mas eu vou lhe deixar; eu vou dar mais 30 segundinhos, Deputada.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Um minuto.
O senhor fala aqui, Deputado, em linchamento do Prof. Olavo contra Mourão.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Isso.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - E não sei mais o quê, que o Prof. Olavo seria guru do Presidente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Gente, qualquer pessoa séria... Eu sou aluna do Prof. Olavo há mais de dez anos.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Nossa!
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Qualquer pessoa, qualquer pessoa que vê... É só ver uma entrevista que ele deu ao Bial, ele fala que ele não é guru de ninguém...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Está bom!
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - ... que ele não assessora o Presidente. Que se ele falou três vezes na vida com o Presidente Bolsonaro foi muito!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ah! Tá bom!
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - O próprio Prof. Olavo fala que pediu para todos os alunos dele saírem do Governo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Entendi. E eles saíram?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Quem tem seriedade, compromisso intelectual...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não saíram!
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - ... não faz essa outra fake news que o senhor fez aqui.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não saíram. A senhora está falando que pediu para sair... Ele pediu para sair, mas não saíram. Estão todos lá, e a senhora sabe disso, e a senhora sabe quem é quem lá dentro.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Eu estou falando o que o Prof. Olavo fala.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Fala. Então, o que o Prof. Olavo fala vira lei!
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Qualquer pessoa que ler os livros do Prof. Olavo sabe que a influência dele não é a política do dia.
Na entrevista do Bial, eu até fiz uma anotação outro dia aqui e peguei por acaso, o Prof. Olavo fala escancaradamente que o objetivo dele não é influenciar a política do dia. Ele tem um compromisso com a parte cultural do Brasil. Ele fala aqui, há mais de uma década, que o primeiro sujeito que fizesse um programa conservador ganharia as eleições porque a gente não tinha era meio; o que a gente não tinha era meio de se expressar. Com as redes sociais...
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A senhora está fazendo o curso aqui do Olavo.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Eu estou falando. Com licença!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Fora do microfone.) - Mas não acaba esse tempo?
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - O povo brasileiro não tinha meios de expressão para poder eleger uma pessoa que ele quisesse.
O Prof. Olavo disse, com uma década de antecedência, que a primeira pessoa que tivesse um discurso conservador ganharia o povo, e foi isso que aconteceu: 57 milhões de pessoas se identificaram com a proposta do Presidente Bolsonaro. E não é esta CPMI, querendo cercear a liberdade de pensamento e de expressão do povo brasileiro...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k., Deputada.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - ... e criando uma narrativa falaciosa, de milícia, etc., que vai conseguir aplacar a vontade do povo. E o povo está alerta ao que está acontecendo.
E esses robôs, os supostos robôs, são pessoas. Não existem robôs. Essa é uma narrativa falaciosa, e o próprio povo vai demonstrar isso se for necessário.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k., Deputada.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Se ela quiser depor, ela pode ser...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Líder do PL, pelo PL, o Deputado Marcelo Ramos, do Amazonas.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Deixe-me só responder antes.
O SR. MARCELO RAMOS (PL - AM) - Sr. Presidente...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu poderia responder antes?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Na próxima oportunidade, Deputado. Vamos ouvir aqui...
O SR. MARCELO RAMOS (PL - AM. Para interpelar.) - Sr. Presidente, eu vou usar bem menos que o tempo de Liderança, e, assim, o Deputado Alexandre vai ter tempo suficiente.
Eu quero, Sr. Presidente, tentar trazer este debate, esta CPMI para um caminho de ponderação, racionalidade e de busca de um objetivo concreto que interesse ao País.
Eu acho que, primeiramente, nós temos de fazer uma constatação: a eleição de 2018 não foi a primeira eleição em que candidatos foram vítimas de achincalhamento virtual, ou nós não nos lembramos do que foi feito com a candidata Marina Silva na eleição de 2014?
Portanto, nós não temos que perseguir simplesmente o combate à fake news como prática do Governo Bolsonaro, que, a meu ver, acirrou isso bastante. Nós temos que combater a fake news como uma prática que não interessa ao País, como uma prática que contraria os valores democráticos do País, como uma prática que enxovalha reputações, como uma prática covarde e criminosa, não só na política, mas também nos negócios e na vida social das pessoas. O buraco é mais embaixo! A política acabou ganhando uma expressão em relação a isso.
E, aí, eu quero relatar aqui a minha experiência pessoal quando fui Presidente da Comissão Especial que analisou a reforma da previdência. Por várias vezes - o Deputado Alexandre e eu dialogamos muitas vezes sobre isso, assim como dialoguei com membros do Governo sobre isso -, eu fui vítima de achaques, de enxovalhamento da minha honra nas redes sociais pelo Governo... Pelo Governo, não; por governistas, por esse movimento.
E eu separo muito bem o que é crítica política legítima, às vezes até despropositada, exagerada e mal educada, e mesmo criminosa, do que é mentira...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A Deputada vai embora também. Ela não vai ficar para ouvir.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Fora do microfone.) - Estou aqui desde uma da tarde, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não aguentam.
O SR. MARCELO RAMOS (PL - AM) - ... do que são mentiras.
Então, o que faz toda a diferença aqui não é o direito de emitir opinião...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Fora do microfone.) - Não aguentam.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. MARCELO RAMOS (PL - AM) - ... o que faz toda diferença aqui é o conteúdo do que é divulgado. Se o conteúdo for uma crítica política, isso é legítimo, é da democracia. O problema é que nós estamos com as redes sociais tomadas por conteúdos mentirosos que atacam a honra das pessoas.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Exatamente.
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O SR. MARCELO RAMOS (PL - AM) - Então, não. Alguém pode fazer o mesmo. E pode. Cinquenta e sete milhões de brasileiros podem se manifestar pró-Bolsonaro? Podem. Agora, nenhum brasileiro pode criar um meme com uma mentira que enxovalha a vida de uma pessoa pública e distribuir de forma coordenada nas redes sociais. Esse é o problema. Esse é o problema.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Exatamente.
O SR. MARCELO RAMOS (PL - AM. Para interpelar.) - Nós não estamos falando aqui de liberdade de expressão. Cada um responde pelos seus atos quanto ultrapassa os limites da liberdade de expressão. E a Constituição prevê isso. Então, a questão principal é o conteúdo, se o conteúdo do que é formado é verdadeiro ou falso.
E, aí, eu acho que o resumo dos esforços desta Comissão deve-se dar para responder a algumas perguntas.
Primeira: havia ação coordenada de divulgação de notícias falsas sobre candidatos, não de divulgação sobre candidatos, mas de notícias falsas sobre candidatos? Houve ação coordenada disso no processo eleitoral e há ação coordenada disso hoje?
(Soa a campainha.)
O SR. MARCELO RAMOS (PL - AM) - Primeira coisa.
Segundo: houve pagamento dessas divulgações por empresários? Isso é crucial nas nossas investigações.
Terceiro: se houve pagamento, esses recursos foram contabilizados na eleição? É um tema que nós temos de responder.
E o último: há pessoas pagas com recursos públicos divulgando fake news contra adversários do Governo?
Eu acho que, se a gente conseguir responder isso, a gente pode dar um sinal para o País de que nós queremos preservar a liberdade de expressão, porque a liberdade de expressão não protege quem usa a rede social para distribuir de forma coordenada notícia falsa.
Não tenho nem prova de que isso aconteceu e não quero ser leviano, mas nós temos que investigar e chegar a um resultado sobre isso.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra ao Deputado Filipe Barros, PSL, do Paraná.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Para interpelar.) - Sr. Presidente, colegas Deputados, Deputadas, Senadores, Senadoras, meu amigo Alexandre Frota, Deputado, permita-me chamá-lo de meu amigo, pois de fato o somos.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Fora do microfone.) - Claro.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Para interpelar.) - Neste momento, Srs. Parlamentares, estou aqui cumprindo o meu dever como Deputado, e é necessário, neste primeiro depoimento que estamos tomando na CPI - é fato que já houve outras audiências públicas, mas é o primeiro depoimento -, claro, esclarecer e fazer alguns questionamentos importantes para a sociedade brasileira que nos acompanha neste momento.
O seu discurso, Deputado Alexandre Frota, na minha opinião, na minha visão, foi um discurso político, repleto de ressentimento, repleto de ódio, sem nenhuma prova cabal daquilo que você disse, daquilo que V. Exa. disse, apenas repetindo os fatos que foram noticiados pela imprensa desde que Jair Bolsonaro tomou posse no início do ano. Nada mais nada menos, todo o seu discurso se resume em uma reclamação de pessoas que, eventualmente, se juntam para criticar determinadas posturas da classe política, determinadas posturas de nós, que estamos investidos num cargo político. Um exemplo disso foi aquilo que V. Exa. disse sobre Curitiba. Disse no seu Twitter que tinha uma bomba, e, na verdade, era um traque, não uma bomba. E, parafraseando V. Exa. mesmo, quando disse que você viu e viveu, eu também estava lá quando V. Exa. estava em Curitiba. Aliás, foi lá que nós nos conhecemos pessoalmente, quando o Jair Bolsonaro foi a Curitiba. Então, eu estava lá e vi que a bomba que V. Exa. disse que soltaria através do Twitter, no caso de Curitiba, era apenas um traque.
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O fato, Deputado, é que nossa relação sempre foi muito próxima, e nos aproximamos muito quando participamos - eu tive a honra de participar com V. Exa. - da Comissão da Previdência, onde ficávamos inúmeras horas, junto com o Deputado Marcelo Ramos, inclusive debatendo a previdência. Eu tive a oportunidade de te conhecer um pouco mais e de te elogiar publicamente várias vezes. E, nessas oportunidades em que estávamos juntos na Comissão Especial da Previdência, V. Exa. trouxe para mim reclamações, diversas vezes, sobre algumas pessoas que V. Exa. teria indicado ao Presidente da República, como V. Exa. mesmo já disse, e até disse que foi um pedido do próprio Presidente, mas V. Exa., nessas oportunidades em que estávamos juntos, trouxe para mim inúmeras reclamações sobre a Ancine, a Secretaria da Cultura, a Funarte...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - ..., que V. Exa. teria indicado nomes e que esses nomes não estavam andando. Então, na minha visão, Deputado e amigo Alexandre Frota, seu discurso hoje, nesta Comissão, nesta CPI, reflete o ressentimento que V. Exa. tem pelo Governo Jair Bolsonaro por não te ter dado a atenção que V. Exa. achou que teria. V. Exa. achou que seria Ministro, e não foi Ministro. V. Exa. indicou pessoas para as áreas da cultura do Ministério da Cidadania, e os nomes que V. Exa. indicou não foram emplacados, não foram nomeados. V. Exa. disse aqui também que fez lobby com o ex-Ministro Santos Cruz para algumas áreas, para alguns contratos existentes na Apex. V. Exa. disse aqui.
Eu queria saber de V. Exa. - e esta é a primeira pergunta - se V. Exa. insistiu com o ex-Ministro Santos Cruz, se V. Exa. pediu para o ex-Ministro Santos Cruz que mantivesse outros contratos com agências de publicidade. Essa é a primeira pergunta que faço a V. Exa.
Continuando meu raciocínio, Deputado Alexandre Frota, eu quero mostrar aqui uma notícia que foi divulgada pela Globo - não que a Globo seja uma fonte boa de notícias; vide o que aconteceu ontem no Jornal Nacional -, que está aqui: "Expulso do PSL, Alexandre Frota subiu tom nas redes sociais contra o governo nos últimos meses". Isto, na minha visão, meu amigo Alexandre Frota, reflete o ressentimento que V. Exa. tem pelo Governo Federal.
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Mas o que eu quero dizer aqui é aquilo que já foi inclusive questionado a V. Exa. no programa Roda Viva. V. Exa. aqui hoje está supostamente combatendo supostas fake news. V. Exa. já divulgou inúmeras vezes no decorrer de sua vida pública várias fake news. Rachel Sheherazade, que V. Exa. citou aqui, já lhe processou por você ter comparado ela a uma prostituta. Jean Wyllys também já lhe processou por difamação e injúria. Alexandre Frota, no programa do Rafinha Bastos, V. Exa. chegou a assumir que transou com uma mãe de santo quando ela estava desmaiada - não sei se isso é fake news ou se essa notícia é verídica. Então, meu amigo Alexandre Frota, se estamos aqui falando sobre fake news é importante que a gente pontue que, no decorrer de sua vida pública, V. Exa. divulgou inúmeras fake news e se aproveitou delas.
Falando em fake news, no início de sua fala, V. Exa. mostrou um tuíte do Prof. Olavo de Carvalho e, naquele momento, você disse - ergueu a placa agora aqui -, afirmou que esse era o guru do Governo e ainda fez uma brincadeira com o cantor Caetano Veloso, que também foi convidado para estar aqui presente nesta CPI. E, neste ato, V. Exa. comete uma fake news na CPI da Fake News porque esse tuíte foi desmentido pelo próprio Prof. Olavo de Carvalho. O próprio professor já disse que esse perfil não é dele, e que, portanto, V. Exa. poderia ter tido - ou sua assessoria - obviamente o cuidado de averiguar essa situação.
Eu quero aqui, Sr. Presidente, subscrever e concordar com a solicitação feita por V. Exa. da quebra do sigilo telefônico do Deputado Alexandre Frota, com a qual ele mesmo já concordou.
Quero aqui também, Sr. Presidente, deixar claro que o argumento das milícias virtuais virou uma tentativa de justificativa para alguns Parlamentares que desrespeitam o seu eleitorado e depois não aguentam uma pressão das mídias sociais. Outros inúmeros Deputados, nessas últimas semanas, estão se utilizando desse argumento, dessa justificativa, na minha visão, mequetrefe, fajuta, que, na verdade, é um manto para tentar esconder os seus próprios erros.
Eu finalizo aqui, Sr. Presidente, já passo a palavra para o meu amigo Alexandre Frota, dizendo: Frota, eu e você sempre tivemos uma relação muito respeitosa. Eu com os seus assessores, a mesma coisa; e V. Exa. com os meus assessores, a mesma coisa. E eu falo olhando nos seus olhos porque, toda vez, V. Exa. foi muito sincero e muito honesto comigo. Inclusive, em algumas divergências ali na Comissão da Previdência, chegamos a discutir, etc. Mas nossa relação sempre foi muito amistosa, amigável, uma relação de confiança.
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V. Exa. sabe, e eu afirmo isso aqui com base no conhecimento e na confiança em V. Exa., que parcela dos fatos que trouxe aqui não são verdade. V. Exa. sabe que alguns fatos que trouxe aqui foram fatos criados, aumentados, exagerados.
Sr. Presidente, a Deputada Caroline de Toni, que precisou sair, fez um questionamento a respeito de em qual condição o Deputado Alexandre Frota estava aqui presente. O Deputado Rui Falcão, no início da reunião, fez o mesmo questionamento e solicitou o compromisso da verdade. E o Deputado Alexandre Frota naquele momento prontamente disse que, se estava aqui, obviamente estava falando a verdade.
Eu queria, Sr. Presidente, no momento cabível, que V. Exa. encaminhasse o que aconteceu nesta tarde para as autoridades competentes, porque de pronto já houve um falso testemunho do Deputado Alexandre Frota, que foi a divulgação do tuíte do Olavo de Carvalho dizendo que era ele, quando na verdade não era ele.
E digo, Frota, que continuo tendo respeito por V. Exa. E digo mais, V. Exa. sabe que não precisa disso.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Posso agora responder?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Alexandre Frota.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Obrigado.
Obrigado, Deputado Filipe Barros, pela sua colocação. O que eu sei é que eu aqui estou falando a verdade e tudo que eu falo eu provo aqui. Tanto é que trago documentação exatamente para isso. Não criei fatos, não criei nenhum tipo de distúrbio aqui dentro que possa fazer com que possam achar que isto aqui seja uma encenação ou uma mentira. Autoridades competentes eu acho que somos nós. A CPMI está sendo feita justamente para isso. Ela já tem poder de polícia. A CPMI é para isso.
Quando o senhor fala que eu queria ser ministro, sinto informá-lo de que não é verdade. Eu nunca quis ser ministro, nunca. Aquilo foi uma brincadeira que o Bolsonaro fez comigo no dia do meu aniversário. Jamais deixaria a minha legislatura para me tornar ministro. Até porque sei a pressão que há e sei também que o Bolsonaro não era fã do Ministério da Cultura, que ele iria transformar o Ministério da Cultura numa secretaria de cultura. Então, eu nunca quis ser ministro.
Quando o senhor fala o que aconteceu, que eu fiquei chateado ou, enfim, desiludido... Houve um acordo profissional para ajudar o Governo, para colocar e fazer o que aqui eu já falei que são as próprias secretarias, secretaria de audiovisual, da diversidade, secretaria de fomento, para ajudar o Ministro. Nada mais. Nada mais!
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E é óbvio que eu fiquei chateado com isso, porque eu tirei profissionais de determinados lugares para trazê-los para o Ministério, como, por exemplo, o Sr. Pedro Peixoto, que saiu da Fox para assumir a Secretaria do Audiovisual e um mês depois foi tirado, porque houve distribuição de cargos, porque tentaram de alguma outra forma fazer os arranjos dentro do Governo, tinham feito acordos com muitas pessoas e acabou tendo que estourar na mão de algumas. E essas pessoas, por acaso, a maioria, eram das secretarias. Então, eu nunca quis ser ministro e muito menos estava colocando lá dentro qualquer cidadão ou amiguinho meu.
Quanto ao lobby, eu também não fiz lobby, eu apenas fui apagar mais um incêndio do Governo Bolsonaro, que era o caso da classe do audiovisual que me procurou, não fui eu que os procurei. Eles me procuraram relatando um processo que eu nem sabia que existia, a tal da Apex. Então, eu não fiz lobby nenhum, em nenhum momento, eu apenas quis ajudar uma classe que vem há algum tempo sendo desprezada, estrangulada no País.
Sobre a agência de publicidade, não é a agência, era só a Apex. Quando o Deputado mencionou aí as agências, se eu tinha conhecimento, era só a agência Apex. Foi essa.
Em relação a ter divulgado uma fake news, ou compartilhado, que esse é o segmento do processo que tem, eu fui condenado, eu estou sendo julgado em outro, e estou pagando por isso, por ter compartilhado uma coisa que realmente... Mas eu assumo.
Então, eu não tenho ressentimento, eu acho que realmente falta ao nosso Presidente cumprir os acordos decentemente, decentemente.
Eu nunca tive cargo na direção... No PSL. Eu não tenho cargo lá na liderança do PSL. Sei que alguns Deputados têm. Eu não tenho nenhum. O senhor tem algum lá?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Tenho.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Quantos o senhor tem? O senhor poderia falar?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Dois.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Tem dois. Eu não tenho nenhum cargo, nenhum cargo. E também não tiro a sua... Acho que você tem que ter porque você é um dos mais nobres Deputados aqui dentro, você merece, você lutou por isso. Mas eu não tive. Então, basicamente eu queria falar isso.
Em relação à Carol de Toni, que saiu daqui...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Para concluir, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É. Ela não deixou que eu concluísse aqui, mas como o Deputado estaria, posteriormente àquela foto que vocês viram, que eu fiz, da Carol de Toni conversando com o Allan dos Santos no cafezinho da Câmara, eu posteriormente falei que eu estou atrás de gabinetes que estejam apoiando esse tipo de milícia dentro desse gabinete, dentro dos gabinetes. Eu falei isso, tuitei isso e saiu na imprensa isso.
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Aí eu tomei uma porrada de um ativista militante!
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Jefferson dos Santos?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não. Eu tomei uma porrada de um ativista militante, e aí eu fui ver, eu peguei e respondi muito forte a esse ativista. Dias depois, para a minha surpresa, eu estava dentro do Plenário - e podem chamá-la aqui porque ela vai confirmar isso -, e a Carol de Toni, a Deputada, vem para mim e fala assim: "Olha, você está batendo no meu assessor! Você está batendo no meu assessor!". Eu falei: "Eu não sabia que era o seu assessor. Mesmo sendo seu assessor, não retiro a devolutiva que eu dei a ele". Aí, sem eu perguntar absolutamente nada, a Deputada Carol de Toni virou para mim e falou assim: "Olha, eu vi que você falou que um ou dois gabinetes possuem, possivelmente, os militantes...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Fora do microfone.) - Virtuais.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... virtuais travestidos de assessores. Eu ouvi o que você falou. Eu queria falar que eu não tenho nenhum no meu gabinete". Mas eu não perguntei isso para ela e não a acusei em nenhum momento. Mas eu recebi o ataque desse rapaz. Por isso, eu queria que ela estivesse aqui. Esse rapaz chama-se Nicholas Mello. Você o conhece? Conhece. É o Nicholas Mello. Ele está aqui com o Embaixador e com a Carol de Toni, que acabou de sair daqui.
Então, para vocês entenderem, eu recebi ataque desse rapaz por ter falado que existiam - eu acho que existem e estou procurando e investigando - dois gabinetes que mantêm ativistas virtuais propagando tudo que a gente está falando. Ele bate em mim, eu respondo, mas não sabia que ele era do gabinete dela. E ela é uma fervorosa "olavete". Ela, inclusive, compactua com a mesa do Olavo de Carvalho. A Roxane, o que ela é dele? É a esposa? É a esposa. A Sra. Roxane é a esposa. Aqui eles estão comendo... Eu preservei as outras pessoas que estavam aqui. Então, para vocês verem a relação dela...
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Eu posso só acrescentar um fato, Deputado Alexandre Frota?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pode, é claro.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - V. Exa. comentou dos cargos, mas o Sr. Cleber dos Santos Teixeira, indicação sua, era nomeado na 2ª Vice-Liderança desta Casa com CNE-9.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, mas não no PSL lá.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É, mas estava contemplado lá.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, mas não no PSL. Era isso que eu queria falar. Ele estava contemplado mesmo, mas não no PSL.
Este aqui é o rapaz, o Nicholas, que, para a minha surpresa... Eu fui fazer uma pesquisa nas redes sociais, e olha quem é que eu vejo nas redes sociais: Nicholas; o Embaixador; Letícia Catel, que era a diretora mão de ferro da Apex, que deu todo aquele problema, que pulou a catraca e tentou invadir a Apex depois que foi demitida - foi ela que colocou uma porta de vidro para que o Presidente da Apex não conseguisse entrar no escritório -; e Gil, o Carteiro Reaça. Esses dias, o Ministério o está investigando por rachadinha na Alesp.
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Então, olha aqui no que se transformou isso: o garoto que trabalhava aqui dentro, o Embaixador, o carteiro e a dama de ferro, que não é atendida aqui pelo Eduardo Bolsonaro há mais de cinco meses, Senador Humberto Costa. Depois que ela saiu, ela tem tentado falar e não vem aqui, não é recebida aqui. Por que não é recebida aqui? E essa é uma pessoa influente, uma empresária influente no mercado financeiro. Ela é capaz de agregar empresários. Ela é capaz de agregar empresários. Ela tem conhecimento para isso.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Conclua, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pois não.
Eu fui pesquisar e descobri que Nicholas Mello, aquele que me atacou, ao qual a Deputada se antecipou e disse que não existia ninguém do gabinete dela... E eu não estou falando aqui, não estou acusando. Ele entrou aqui no dia 5/02/2019. Ele foi admitido. E acredite, quatro dias ou cinco dias depois do dia em que ela veio me indagar e falou que não havia ninguém no gabinete dela, que não existia ninguém no gabinete dela, ele foi demitido. Aqui está. Então, havia uma pessoa dentro do gabinete dela que me atacou na rede social. Ela...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Talvez, por isso, ela o tenha demitido.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Então, ela disse que não havia ninguém lá no gabinete. E eu acredito. Só que está aqui o Nicholas. Está aqui o dia em que ele entrou, em que foi admitido, e a exoneração dele. Então, do gabinete dela veio um ataque para mim. Se ele é miliciano ou não, eu não sei, mas que partiu de dentro o ataque, no Twitter, a meu respeito, partiu.
Então, eu entrego ao Presidente e à Relatoria também esse caso, porque era um caso que realmente existia e existe.
Que pena ela não estar aqui também! Mas o nobre Rui Falcão pode anotar. Eu iria fazer a pergunta para ela - não sei se o Deputado conhece - sobre se conhece esta pessoa aqui. Não conhece?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Ô Frota, o inquirido é você.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, mas eu estou lhe perguntando se você conhece ou não conhece. Ninguém conhece?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Eu já ouvi falar de nome.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Quem é?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - É o Jeferson Monteiro.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pois é! É o Jeferson Monteiro. Nós ainda iremos falar muito do Jeferson Monteiro numa próxima oportunidade. Eu não vou me estender aqui.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k., Deputado!
Concedo a palavra ao Senador do Estado de Sergipe, pelo PT, Rogério Carvalho.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT - SE. Para interpelar.) - Obrigado, Sr. Presidente, e Sra. Deputada Lídice da Mata, Sra. Relatora.
Quero cumprimentar o Deputado Alexandre Frota.
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Senador, só para esclarecer, faltam dois oradores inscritos, o Deputado Éder Mauro e o Deputado Alencar Santana. Após isso, nós vamos encerrar porque há a ordem do dia, e já estamos estourados.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT - SE. Para interpelar.) - Eu queria cumprimentar o Deputado Alexandre Frota.
Preocupa-me esse debate sobre fake news, que deve ser uma preocupação de toda a sociedade brasileira, porque de alguma forma interfere no debate político e distorce a visão das pessoas sobre as propostas, o que pensam os políticos, o que eles pensam para o País. E a gente tem visto a utilização de notícias falsas ou de outro tipo de expediente juntamente com as notícias falsas, que é a comunicação dirigida...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT - SE. Para interpelar.) - ... ao se ter acesso a bancos de dados que não são legalmente adquiridos, com a utilização desses bancos de dados para dirigir mensagens para grupos específicos, com objetivo de induzir as pessoas que são alvo dessas mensagens a pensarem ou a formarem opinião equivocada sobre fatos e sobre personalidades da política. Isso é muito danoso porque sai do ambiente público, onde se deve dar o debate político, e você leva a mensagem para o ambiente privado, onde não se conhece o conteúdo do que se veicula para quem precisa formar opinião em um processo democrático.
Então, dito isso, eu farei a primeira pergunta ao Deputado Alexandre Frota, aqui como colaborador.
V. Exa. teve acesso a alguma informação sobre esses grupos ou sobre a aquisição de bancos de dados para os quais ou através dos quais se encaminhavam mensagens falsas ou não? Essa é a primeira pergunta que eu deixo para o senhor responder logo na sequência.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Perfeito!
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT - SE. Para interpelar.) - A segunda questão que me preocupa também, porque o debate é a democracia, é o que nós ouvimos hoje. Diante de uma crise provocada por notícias... Eu fico, às vezes, pensando sobre o que passa na cabeça dessa nova geração que chegou ao Congresso Nacional diante de fatos de tamanha gravidade como os que a gente ouviu hoje, diante do fato de ter sido noticiada uma ilação ou uma denúncia, ou seja lá o que for, da proximidade de um assassinato com familiares do Presidente da República ou com o ambiente por que caminha o Presidente da República. Isso para mim é uma questão policial. Eu não vou entrar no mérito nem vou fazer juízo de valor sobre essa questão.
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Nós testemunhamos, e o Brasil inteiro viu, a posição do Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, Líder do PSL, ao fazer uma ameaça de golpe, uma ameaça não velada à democracia. E o que mais me deixou estarrecido é que esta Casa não parou para tomar satisfação, porque não se trata de qualquer um, trata-se do Líder do Partido do Presidente da República, do filho do Presidente da República, que diz que, se não for do jeito que eles querem, vão interromper o funcionamento institucional democrático do País! E a gente acha isso normal? E a gente acha isso... "Ah, não, vejam, se vem deles, eles estão acostumados a fazer isso!" Mas nós estamos falando de algo de extrema gravidade. Nós estamos falando de algo que é o que há de mais caro na nossa sociedade, que custou milhares de vidas e décadas de sofrimento de milhares de famílias, de submissão de uma Nação inteira a um regime autoritário. E ele está propondo fazer uma intervenção militar para restabelecer a ordem que ele quer ou a vontade deles. Isso é muito grave. Isso é gravíssimo! Isso é o que há de mais grave neste momento!
Aí eu pergunto ao Deputado colaborador.... Primeiro, há uma conversa de que o Sr. Carlos Bolsonaro criou uma Abin paralela para investigar pessoas que são desafetos da política e produzir dossiês para, através dessa milícia, fazer a destruição de imagem, a destruição de vidas. Também pergunto a V. Exa. se há, nesse campo, um pensamento que sempre namora, flerta com a possibilidade de intervenção militar. V. Exa. presenciou, nos momentos em que o senhor esteve no convívio, conversas sobre a possibilidade de intervenção militar em momentos de crise? Deixo essas perguntas para V. Exa.
Para terminar, quero dizer que eu não tenho nenhum ressentimento em relação a V. Exa. Eu não tenho nenhum ressentimento com relação a ninguém.
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Eu também não enganei meu eleitor, eu disse que votaria contra armar a população, eu disse que votaria contra a reforma da previdência, eu disse que votaria contra a abertura da utilização de agrotóxico irrestritamente, eu disse que votaria a favor das políticas relacionadas à defesa da Amazônia e dos índios, à defesa dos quilombolas. Eu não enganei ninguém, mas eu sou vítima de fake news. Então, não é verdade que eu tenho medo do meu eleitor. E eu fui ameaçado - inclusive, mandei para o Presidente Davi Alcolumbre - quando da votação do decreto de armas, que a gente votou contra aqui. Eu fui ameaçado por alguém que se dizia caminhoneiro, que dizia que ia fechar a Esplanada e ia quebrar todo mundo de cacete. Eu também fui vítima dessa milícia virtual.
Então, além da questão da democracia, além do flerte permanente com o autoritarismo iminente que eles apresentam quando são contrariados, nós estamos diante de uma ação coercitiva permanente dessa milícia, que, inclusive, nos ameaça fisicamente através das redes sociais.
Então, eu deixo essas perguntas a V. Exa.
Fica aqui o meu estarrecimento com as declarações e, pior, com a apatia das Casas em relação à declaração de utilização do art. 142 da Constituição Federal de intervenção militar para estabelecer a ordem. Isso significa fechar o Congresso e fechar o Supremo, significa acabar com nós todos, para, com um poder de outra natureza, dirigir o País. Isso, para mim, é o mais grave de tudo que aconteceu de ontem para hoje, que saiu do Sr. Eduardo Bolsonaro. Eu não consigo me conformar desde a hora em que eu ouvi. Imagino V. Exa. ouvindo todas as barbaridades todos os dias. Eu queria saber de V. Exa. como é que foi esse convívio.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Obrigado, Senador.
Realmente, essa nova... Pegando as coisas que o senhor falou, realmente essa nova geração é complicada, ela ataca, ela é covarde, ela não quer ouvir, eles falam e saem, falam e saem correndo, são poucos que ficam e permanecem para ouvir.
Nessa ameaça de golpe, realmente eu compactuo com o senhor, esse golpe à democracia. Eu já havia falado no início aqui e no passado, o Eduardo já tinha falado, o embaixador já tinha dito que fecharia o STF com um jipe e com um cabo, mas ele é extremamente frouxo, ele não faz nada. Ele não faz nada. Ele fala muito, mas não faz absolutamente nada.
O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT - SE. Fora do microfone.) - Quem faz?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Quem faz são aqueles que realmente vão para o embate, vão para a briga. Ele não faz, ele apenas fala, ele apenas coloca fogo, e, ali atrás, vem toda aquela gente trabalhando nas redes sociais, enfim.
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Também acho que, como Líder do Partido, como filho do Presidente, enfim, ele erra, erra inclusive como ele se comporta naquele momento em que ele entra aqui e vem especificamente para isso. É até um momento que a gente deve guardar porque poucas vezes durante essa legislatura ele apareceu. Ainda bem que ele veio aqui dessa vez! Ele tem frequentado pouco. Ele tem frequentado mais a partir do momento em que ele não conseguiu no Senado os votos para embaixador. Então, ele passou a frequentar um pouco mais. Eu também não quero ficar falando dele porque ele não está aqui. Eu queria falar na cara dele, mas ele foi embora com os seguranças dele.
Relacionado à intervenção, eu, sinceramente, nunca ouvia sobre essa intervenção militar.
(Soa a campainha.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu ouvi, sim, durante todo o processo de campanha, dos intervencionistas, que não queriam no início o Bolsonaro, queriam o Mourão e queriam a intervenção. Nessa época, realmente, ouvi muito isso.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - O Mourão faria isso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, os intervencionistas tinham o Mourão como o cara que pudesse ser o presidente deles. Enfim, acabou não sendo por um acordo do Bolsonaro com o Levy Fidelix.
E dessa conversa do Carlos Bolsonaro, que disparou e que montou algo para verificar a vida das pessoas, eu também não sei, mas eu posso esperar tudo. Aqui dentro tenho visto acontecer de tudo. Então, não será uma novidade se amanhã a gente for surpreendido com esse tipo de coisa.
E só para...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Peço para concluir, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... concluir aqui, uma das coisas que eu vivi agora, recentemente, junto com a Joice Hasselmann, junto com o Deputado Abou Anni, também com o Presidente Bivar, do PSL, e com o Eduardo, deu-se em uma reunião na sala da 2ª Secretaria, quando nós fomos ali indagar a possibilidade de a Joice se tornar candidata à Prefeita do Estado de São Paulo - da cidade de São Paulo, perdão - e o Eduardo fala nitidamente que ela não é a candidata do PSL. Isso gerou um conflito ali dentro. E é a primeira vez em que ele também, olhando para mim, fala... Eu anotei bem aqui quando ele disse, quando ele falou para mim... Desculpem-me a palavra, mas ele fala: "Estão te fodendo nas redes sociais. Você vai perder com isso. Uma tuitada acaba com você, no caso. Estão te arrebentando nas redes e vão continuar te arrebentando nas redes". Eu entendo que isso, naquele momento ali, era quase uma ameaça velada daquele que tem uma rede: "Olha, vão te arrebentar nas redes".
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - Quem falou isso, Deputado?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O Eduardo Bolsonaro.
Então, foi isso.
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Em relação... O senhor não me perguntou, mas, em relação aos contatos que eu tinha, o Bolsonaro me ligou às 5h30 da manhã e fala que o Philippe, que o Luiz Philippe, o Príncipe Luiz Philippe não poderia ser o Vice e se eu tinha o telefone do Levy Fidelix para que eles pudessem tomar uma atitude referente a isso. Era o dia da convenção, Luiz Philippe já estava lá, mas eles decidiram que ele não fosse sair como Vice-Presidente. Eu já sabia disso às 5h30 da manhã.
Então, é isso. Acho que eu respondi tudo que o senhor me perguntou.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra ao nobre Deputado do Estado do Pará, do PSD, Éder Mauro.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Tutuca!
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Senador Angelo Coronel; Sr. Alexandre Frota, Deputado Federal; Dr. Rogério Lopes; Deputada Lídice da Mata, obrigado por estarem aqui e por estarmos tratando desse assunto.
Eu iniciaria dizendo que, quando eu fui escalado para fazer parte, Deputado Filipe, desta CPMI para tratar de fake news, eu imaginei, sinceramente, que nós iríamos fazer um trabalho sério, transparente, sem qualquer ideologia, para que nós pudéssemos, como falou ainda há pouco - não sei se foi um Senador ou um Deputado - verdadeiramente procurar aqueles que, dentro dos nossos Estados, dentro da própria União como um todo, estivessem prejudicando pessoas aqui ou ali, como eu, Alexandre, sou prejudicado dentro do meu Estado constantemente!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É claro!
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA. Para interpelar.) - Eu sou atacado diuturnamente dentro do meu Estado por defender o conservadorismo, por defender tantas coisas que eu entendo como corretas, respeitando quem pensa o contrário.
Aí eu vejo uma CPI, do tempo em que eu venho frequentando, desvirtuar os interesses de uma forma parcial, de uma forma ideológica. É uma CPI que, como está claro, é política, que tem o objetivo único de tentar, como fake news, prejudicar determinado ente. Isso nós não podemos aceitar aqui.
Inclusive, falando em fake news, eu vejo uma composição dentro desta Casa e dentro desta CPI não só de quem compõe a CPI, mas daqueles que virão aqui depor sem qualquer moral para tratar de uma simples CPI de fake news. Muitos aqui falaram e criticaram o Governo Bolsonaro por aí afora, quando a gente sabe que participaram de esquema na Petrobras nas eleições de 2010, recebendo R$1 milhão para suas campanhas, caso que foi parar no Supremo Tribunal Federal, caso claramente destacado em todas as mídias deste País e que está na Lava Jato. Mas está aqui, direcionando para um único lado esta CPI. Que moral um político como esse pode ter para vir aqui falar, direcionando e não sendo sincero e honesto e com senso de justiça, para tentar procurar o objetivo único desta CPI, que é poder punir e achar um rumo, uma solução para os ataques que são disparados de todos os lados neste País?
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Então, minha gente, não se pode aceitar isso. É impressionante ver essas pessoas neste momento caladas, caladas!
E se viu ultimamente agora que até a própria Globo recuou, sentiu vergonha pela covardia que ela fez de jogar o nome do Presidente da República ligado ao caso Marielle. Ela esqueceu que o Presidente estava aqui nesta Casa, falando, dando presença e votando. Então, nessas covardias que a Globo fez nesse sentido e que muitos Deputados e Senadores que aqui compõem esta CPI o fazem também, vão ter que recuar em algum momento porque o povo lá fora não vai aceitar, de jeito nenhum.
Então, minha gente, eu não vou aqui mencionar nome de ninguém - de ninguém -, mas cada um sabe o calo que tem e onde aperta. Eu queria que cada um chegasse aqui e dissesse: "Não, eu tenho uma podridão tão grande que eu não tenho sequer coragem de fazer uma pergunta para uma testemunha que aqui venha depor".
Então, Deputado Alexandre, com o qual, como pessoa, como Parlamentar, não tenho qualquer divergência, eu diria a você, em primeiro lugar, amigo: não se deixe iludir com confetes da esquerda para tentar fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Pense, você, como pessoa, como político que agora o é, para seguir a sua vida, pense no que você defendeu e defende sempre, para que depois não se arrependa.
Eu diria e tenho praticamente, Alexandre, duas perguntas a você. Eu queria que você voltasse, amigo, ao passado, esqueça tudo que está acontecendo agora e que aconteceu recentemente entre você e o Governo Bolsonaro ou qualquer outro tipo de pessoa ligada ao Governo. Vamos voltar à campanha política de 2018. Você era um candidato a Deputado Federal ligado ao então candidato Jair Bolsonaro. Naquela ocasião, você ouviu falar, ouviu, como candidato, esquecendo os problemas atuais, alguém, nas redes sociais, emitir fatos ou notícias falsas ligadas ao Presidente da República Jair Bolsonaro? O senhor lembra de fatos como esses? O senhor chegou a mencionar na sua rede social fatos que o senhor criticou como sendo fake news em relação ao Sr. Jair Bolsonaro, o então candidato a Presidente naquela época? Esta é uma pergunta que eu gostaria, a princípio, que o senhor respondesse "sim" ou "não" e que pode até responder agora. Depois o senhor pode complementar, quando eu acabar.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Está...
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - O senhor se lembra disso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Não se lembra de nenhuma fake news em relação a que Bolsonaro era homofóbico, a que Bolsonaro não gostava de negro, não gostava de mulher? O senhor não se lembra de nada disso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, isso aí, sim. Mas eu não acho que isso seja uma coisa... Acho que isso fez parte da minha campanha.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Mas o senhor se lembra disso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Lembro.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Lembra isso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Lembro, fake news vem de ambas as partes.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - O.k.! Aí, eu lhe pergunto: naquela ocasião, quando o senhor ouvia falar isso e via isso nas redes sociais...
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, não.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - ... o senhor, ao lado do então candidato, o senhor, que andou com ele, viu, alguma vez, o atual Presidente, o então candidato, não gostar de homossexuais ou de negro ou de mulher?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, eu não vi isso.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Então, era fake news. Então, o senhor admite que era fake news?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Havia fake news de ambas as partes.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Obrigado. Obrigado, amigo.
Faço a segunda pergunta, Deputado Alexandre: o senhor já foi interpelado aqui por um Senador, perguntando se o senhor participou do Foro de São Paulo, se o senhor é de extrema direita, se o senhor é de direita, dando a entender, certamente, que o senhor estaria aqui com ânimos, independentemente de não ter nada contra quem o senhor vai falar.
Como lhe foi perguntado isso, nessa questão do direcionamento, eu lhe pergunto: dos últimos três meses para cá... E aí o senhor me responde "sim" ou "não", até porque talvez nem precisasse responder, porque o senhor, claramente, Deputado, já falou que tem problemas com o Presidente da República, tanto é que o senhor já foi claro em dizer aí que o senhor fará de tudo para tirá-lo do poder. Isso aí está registrado, o senhor falou.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É claro! Sim.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Então, eu lhe pergunto - mas eu quero ouvir da sua boca: o senhor tem e teve, nesses últimos meses, um problema com o Presidente da República ou com os filhos do Presidente da República?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu tenho quase todos os dias, nos últimos...
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Beleza! Era só isso que eu queria da sua resposta.
Bem, Sr. Presidente, diante do que fora, nessas duas perguntas, colocado pelo Deputado Alexandre Frota, eu, como pessoa - e, particularmente, não tenho absolutamente nada contra -, gostaria que fosse registrado um requerimento oral meu aqui, dizendo o seguinte: o Regimento a que esta CPI está subordinada certamente deve fazer analogia ou similitude - e aqui está um advogado - ao Código de Processo Penal. Como foi claramente dito anteriormente, aqui - e fora cobrado inclusive por um Senador -, a testemunha que está aqui prestou juramento. Ou não prestou?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Prestou.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Eu gostaria de ouvir da Mesa. A Mesa é que tem que me dizer: a testemunha prestou ou não prestou juramento?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O Parlamentar, no exercício do seu mandato, não precisa fazer essa declaração, mesmo se, aleatoriamente, liberalmente, ele está à disposição.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Mas ele, para prestar depoimento como testemunha, tem que prestar o juramento. Então, eu quero lhe dizer - e o meu requerimento é este...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Até porque eu sou convidado aqui. Não sou testemunha.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Está bom.
Não, Alexandre, não tenho nada contra você.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não, eu sei. Mas, no caso aqui, sou convidado.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - O meu caso, agora, é apenas técnico e uma questão jurídica.
Se o Deputado Alexandre foi convidado para prestar testemunho e se ficou claro e evidente, como testemunha... Se foi convidado para prestar declarações como testemunha e se ficou claro e evidente que ele se declara um inimigo de Jair Messias Bolsonaro, eu gostaria de invocar, se não estou enganado, o art. 447 do Código de Processo Penal, onde se diz: "Podem depor como testemunha todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas". Diz o §3º que são suspeitos um inimigo da parte e um amigo íntimo.
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Portanto, eu quero, em meu requerimento à Mesa, que considerem todas as declarações prestadas pelo Deputado Alexandre Frota apenas como informações, e não como testemunhos, mas apenas como informações, e todas as documentações por ele também apresentadas apenas como documentações de caráter informativo, e não como provas, conforme estabelece o Código de Processo Penal brasileiro.
Eu gostaria que ficasse registrado esse meu requerimento e que me fosse dada a resposta a respeito do meu requerimento.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O.k.!
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Nobre Deputado Éder, tenha a certeza de que, dentro do prazo regimental, que é de 48 horas, segundo reza o Regimento, V. Exa. terá a resposta.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, tem a palavra o Deputado Rui Falcão.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Pela ordem.) - Independentemente da resposta que V. Exa. venha a dar a essa questão de ordem, eu mantenho o meu pedido, seja em que condição...
(Interrupção do som.)
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Pela ordem.) - ... para que o telefonema que o Deputado diz ter recebido do Presidente Bolsonaro...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Que se quebre o sigilo telefônico, naquele período, do Deputado Alexandre Frota, para que a gente identifique se esse telefonema ocorreu, de onde ele partiu, porque isso é uma revelação gravíssima, seja feita como testemunha, seja feita como colaborador, seja feita como convidado!
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Não pode...
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Há algum crime nisso? Isso é crime agora?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Está assinado aqui, inclusive.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Vai sair quebrando o sigilo de todo mundo agora porque deu uma ligação? É assim que funciona, doutor?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Presidente, posso rapidamente fazer uma pergunta, antes de V. Exa. encerrar?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - É uma pergunta ou uma questão de ordem?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É um questionamento ao Deputado Alexandre, rapidamente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado que quer fazer um adendo ao seu questionamento, o Deputado Filipe Barros.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Para interpelar.) - Isso, isso.
Deputado Alexandre Frota, o que exatamente o Cleber, nomeado na 2ª Vice-Presidência e indicado por V. Exa., fazia?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O que ele fazia?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele estava prestando assessoria para mim. Por quê? Qual o problema?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Porque ele é dono de uma das páginas de Facebook...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Podemos fazer mais perguntas, Presidente?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Ele é dono de páginas de Facebook também, e eu gostaria de entender o que ele prestava na 2ª Vice-Presidência.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim. Ele é dono de página de Facebook, sim.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Nesses relatórios que V. Exa. entregou à Presidência da CPI, há alguma página dele?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não há nenhuma dele, nenhuma dele.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Não?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Nenhuma.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - O.k.!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra à Deputada Bia Kicis, do PSL, do Distrito Federal.
A senhora estava inscrita anteriormente, saiu, mas já vi que a senhora retornou.
Está à disposição.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Para interpelar.) - Obrigada, Presidente.
Estamos assistindo aqui a um verdadeiro show de horrores, porque estamos assistindo a um Parlamentar que se elegeu na chamada "onda do Presidente Jair Bolsonaro", que da campanha fez parte, como eu disse, subiu em caminhão de som na Paulista, junto comigo, puxou grito de guerra, vestiu camiseta amarela com "Bolsonaro". Eu acho que a virada desse Parlamentar é a maior prova de que mentira sempre existiu; não precisa de internet para isso. Falsidade sempre existiu, não depende de internet. E a gente nunca precisou ficar calando as pessoas, procurando calar ou cassar as pessoas porque estavam mentindo.
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A internet - até vou usar o exemplo do vídeo que eu, por engano, postei; eu o postei, enganada sobre a veracidade do vídeo -, a própria internet, a sociedade a regula! Ela trata de afastar, de coibir, de censurar socialmente aquelas pessoas que mentem, enganam, traem. E nós não temos que fazer uma CPMI de fake news no intuito de buscar mentiras, no sentido de censurá-las, porque a própria rede vai fazer essa censura. A sociedade faz essa censura.
Então, eu, realmente, não entendo o sentido disso. Estou vendo aqui uma pessoa que hoje, para mim, representa, é um símbolo, é um marco da falsidade, da mentira. Se a fake news pudesse ser personalizada em carne e osso, seria exatamente essa pessoa que hoje depõe aqui, acusa o Presidente, acusa seus filhos, mas estava lá, no dia em que o Presidente venceu as eleições, no dia 28 de outubro de 2018, desfrutando a intimidade do lar do Presidente, de sua família. Tão poucas pessoas estavam presentes, tão poucas pessoas eram recebidas, e ele estava lá, e eu estava junto!
Então, realmente, não entendo o sentido de tudo isso, ver uma pessoa que... A troco de quê? Será que a troco de cargos que não foram concedidos, de cargos pedidos no Governo que não foram dados, por algumas desilusões, então, essa pessoa encheu a rede de fake news? Essa pessoa postou que o meu vídeo havia sido passado para mim, aquele vídeo das Farc, pelo Terça Livre. Não sabe das coisas e posta, engana o público, dizendo que o Terça Livre teria me passado o vídeo. Não foi o Terça Livre. Eu disse que recebi de uma pessoa que me passou privadamente e que recebeu de outra. Também foi enganada. Então, é muito fácil sair acusando os outros de fake news, quando a própria pessoa produz fake news, quando ela própria é uma fake news.
Então, era isso que eu queria deixar bem claro aqui, Presidente, porque a gente percebe que mentira existe, não só na internet, mas existe na vida, existe na mídia, existe nos jornais, no Jornal Nacional.
Agora eu acabo de receber uma notícia de que o Ministério Público falou que o depoimento do porteiro não condiz com a gravação que existe no condomínio. E aí? Quem vai pagar por isso? E o estrago da imagem do Presidente, que estava lá para receber, para se encontrar com 300 empresários, e não pôde dormir? Teve que ficar, às 4h da manhã, gravando live, vídeo.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - É, coitadinho sim, porque isso é desumano! É uma pessoa que quase morreu, que levou facada de um ex-filiado do PSOL. E há outra fake news com a qual a gente tem que conviver, como se a gente fosse idiota!
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Houve, nesta Casa, registro da entrada do Adélio por duas vezes! E a gente tem que acreditar que foi um servidor que, por curiosidade, resolveu pesquisar no registro da Casa se essa pessoa já tinha entrado aqui e aí, sem querer, registrou duas vezes. Se eu quero saber quem é alguém, eu vou ao Facebook da pessoa, eu vou ao Google. Agora, eu não vou ao sistema da Câmara dos Deputados para saber quem é Adélio.
Então, é tanta fake news, é tanta mentira deslavada! Fake news é um nome bonito para canalhice, para mentira canalha! E a gente tem que engolir isso?
E aí vem uma CPMI para tratar como se o Presidente, os seus amigos e as pessoas que usam as redes livremente se tratasse de milícia? O que é isso? São 57 milhões de brasileiros que votaram no Presidente, 57 milhões de brasileiros indignados com as mentiras que a esquerda contou. O Lula está lá preso, na cadeia, e a gente fica ouvindo fake news o dia inteiro que ele é inocente, que ele é preso político.
A fake news vem até da Argentina, do Presidente eleito: "Lula, querido", "solta", "Lula livre". O que é isso? Onde estamos? Há fake news que não respeita nem a soberania de uma nação? Onde estamos?
Então, isto aqui me parece... Desculpem-me os Parlamentares aqui presentes, mas isto me parece uma enorme palhaçada! E, se não for palhaçada, eu não estou fazendo fake news; eu estou emitindo uma opinião.
Então, aquelas pessoas que vão às redes e falam coisas de que o depoente não gosta, com as quais não concorda, não estão fazendo fake news; estão dando uma opinião divergente da dele, e ele está doidinho para cassar a palavra dessas pessoas. Isso muito me espanta! E é alguém que lutava tanto pela liberdade. Muito isso me espanta!
Muitos aqui... Este é o objetivo da esquerda, calar as redes, porque sabe que é com elas que nós contamos para falar a verdade! Ninguém quer usar as redes para contar mentira! Nós queremos usar as redes para contar a verdade! Aí está!
Então, eu estou aqui usando desse espaço, para deixar muito claro que o Presidente Jair Bolsonaro é a maior vítima de fake news na história deste País. É o Presidente mais atacado que já houve na história deste País. E é vítima de "trairagem", é vítima de falsos amigos, que lhe viram as costas agora.
Então, vamos combater a mentira, a falsidade, a "trairagem". É isso que a gente tem que combater. Agora, mentira nas redes, deixem, que as redes vão resolver; não precisa do Estado para isso, não! Menos Estado, mais liberdade! "O Estado não é a solução, o Estado é o problema", já dizia Ronald Reagan. Nós vamos querer agora que o Estado regule o que nós podemos falar ou não? Se alguém mentir nas redes, como mente na vida, como mente na rua, no boteco, em qualquer lugar, como mente no jornal, na revista IstoÉ ou na Exame, que falou que o Eduardo Bolsonaro viajou e foi ter lua de mel paga pelo Fundão... Quem tem que cuidar disso é o Código Penal.
Então, meios para que a gente cuide de quem mente, engana, nós já temos na nossa legislação. Calar as redes não! Calar a voz do povo não! Imputar às pessoas que estão nas redes, desmontando as mentiras... Isso seria uma censura e seria uma censura muito mal-intencionada, e a esquerda faz isso no mundo inteiro. No mundo inteiro, a esquerda só está preocupada em regular a internet.
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Vamos deixar a internet livre, vamos deixar as pessoas livres! Neste País, querem soltar um bandido, mas querem prender e calar a voz do povo. Isso não é possível, Presidente. Isso é um absurdo!
Então, eu aqui peço que tenhamos todos nós consciência do nosso papel como representantes do povo. Este Parlamento tem muita coisa séria para tratar, e eu creio que esta CPMI é um desvio de foco. E me desculpe a Relatora, porque sei que ela quer fazer o melhor trabalho possível, assim como o Presidente, mas eu não creio que este seja o papel principal deste Parlamento, com tanto problema acontecendo! Há o desvio de Parlamentares para tratarem de uma falsa acusação de que o Presidente e as pessoas que o apoiam nas redes estejam produzindo fake news. Isso não é verdade. Quem foi condenado por fake news, que eu saiba, foi o Haddad, por produzir fake news. E agora estão buscando motivos para se imputar ao Presidente Bolsonaro a mesma coisa.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Eu gostaria de ter o meu tempo respeitado aqui. Eu não estou mentindo, estou falando algo que é público e notório, é uma condenação judicial, não sou eu que estou falando.
(Intervenção fora do microfone.)
(Soa a campainha.)
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Não produzo fake news. Estou falando a minha opinião e gostaria que ela fosse respeitada. Depois você fala o que quiser e eu vou ouvir calada.
Presidente, eu tenho um respeito extremo a esta Casa, ao Congresso Nacional. Creio que está na hora de nós resgatarmos, inclusive, a imagem do Congresso perante a população, mas só faremos isso se respeitarmos aqueles que nos elegeram.
A liberdade de expressão, Presidente, é um dos valores mais caros, é uma das garantias mais importantes que nós temos. Inclusive, nós, como Parlamentares, temos a nossa imunidade parlamentar, que, às vezes, vejo sendo atacada aqui dentro, um querendo acusar o outro, tentando calar o colega. Não! A gente fala, discorda, mas, no final, é importante que a gente respeite a nossa garantia de liberdade de expressão. E o povo só tem a internet para isso.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o convidado, Deputado Frota.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Que bom que a Deputada falou em liberdade de expressão! Eu nunca neguei, em nenhum momento, que tenha feito parte da onda do Bolsonaro. Todos nós sabemos disso, e todos que foram eleitos, inclusive ela, também surfaram na onda do Bolsonaro. Então, falam isso, e parece que é um crime, e não o é. Todos surfaram na onda do Bolsonaro. Essa é a primeira resposta que eu gostaria de dar à Deputada.
Segundo, a Deputada fala aqui que eu sou a personificação da fake news. Eu também, Deputada, acho a senhora falsa, dissimulada, e acho a senhora também a personificação da fake news. Então, eu sou o rei, e a senhora é a rainha.
E eu acho que todos temos o direito de mudar. Eu acho que nós temos direito de mudar na nossa vida. Nós temos direito de fazer o contraditório, de não nos posicionarmos como talvez gostaríamos de nos posicionar, por muitas vezes.
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Eu nunca neguei absolutamente nada, nunca neguei meu passado. Todo mundo sabe o que eu fiz, o que eu já fiz e o que eu não fiz, enfim.
Então, eu acho que são duas visões completamente diferentes. Talvez, hoje a Deputada possa transitar de uma maneira melhor dentro do Palácio, ao lado do Jair Bolsonaro, e nem por isso eu fico impressionado ou me emociono com esse tipo de coisa.
Se eu sou a personificação, como ela falou, desta CPMI, vocês podem ter a certeza de que ela vai acabar bem, porque é uma das CPMIs mais importantes que nós vamos passar neste momento, nesses próximos dias, e, aconteça o que aconteça, nós já sabemos aqui e temos muitas coisas aqui que foram faladas, trazidas, enfim. Ninguém é bobo, ninguém está aqui como criança, ninguém começou a vida ontem. Todos nós sabemos por que estamos aqui, o que queremos e temos a liberdade de falar, temos a liberdade de nos expressar. Então, é só isso o que eu tenho a falar para a senhora.
Muito obrigado.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Pela ordem.) - Presidente, só quero registrar, porque, enfim, o PSL não aguenta ficar sem mentir: é mentira que o candidato à Presidência Haddad foi condenado por fake news. É quase uma metalinguagem fake news sendo ouvida aqui na CPMI da Fake News.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ. Pela ordem.) - Com licença, Presidente, só quero fazer uma contradita. É só para uma contradita!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Só um minutinho...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Presidente...
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Eu tenho seis fontes, e alguma dessas seis deve ser confiável: G1...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Presidente...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Que tal o TSE, Deputado?
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - ... Veja, Revista Fórum, que é ligada a vocês, Carta Capital, Conjur, que é neutro, e UOL.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Sr. Presidente, por favor, eu queria...
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - "TSE multa Haddad por propagada negativa contra Bolsonaro."
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Propaganda negativa é fake news?
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Ah! É true news!
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Propaganda negativa é divulgar uma coisa que não falava bem do candidato, Presidente.
Leia um pouquinho.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra a nobre Relatora.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, eu queria...
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - ... apenas levantar uma questão pela ordem...
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - É o festival da semântica aqui. Inversão semântica é uma festa.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - ... em função da possibilidade nossa de trabalho.
Nós já tivemos outras CPIs nesta Casa em que ouvimos depoimentos de mais de uma pessoa e foi possível realizá-la. Nós não temos a função de fazer uma censura da fala de nenhum dos Deputados ou Deputadas. Agora, eu quero pedir que nós possamos conduzir os trabalhos de maneira a que seja possível que participemos dos trabalhos da Casa.
Inclusive, eu vou encaminhar a V. Exa. uma solicitação: que seja encaminhada ao Presidente da Câmara dos Deputados e ao Presidente do Senado Federal uma liberação da presença em Plenário dos Deputados e Deputadas integrantes e presentes nas Comissões. No ritmo que nós vamos, se não chegarmos a um acordo de procedimento, de como conduzir os trabalhos, se nós os conduzirmos da forma com que os conduzimos hoje, nós vamos tomar falta todos os dias. Já se abriu a sessão do Senado, daqui a pouco abre-se a sessão da Câmara, e nós não terminamos ainda o processo de discussão. Diversas vezes, a discussão e o encaminhamento foram interrompidos por debates entre pessoas, entre Deputados.
Então, eu queria propor a V. Exa. que tomasse esse procedimento depois, porque senão vai ficar inviável a participação dos Deputados e das Deputadas e dos Senadores e das Senadoras aqui nas nossas reuniões.
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Na próxima semana, nós teremos só um ouvido novamente. Depois, vamos ter, na quarta-feira, uma audiência pública com quatro pessoas. Se for assim, nós não vamos avançar e chegar a tempo de terminar os trabalhos com aquelas pessoas que nós já aprovamos como possíveis depoentes aqui, inclusive uma série de empresas que precisarão depor, que foram convocadas para depor. Temos regras, portanto, para esse funcionamento.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Nobre Relatora, eu ouvi bem a sua fala e acho que V. Exa. tem razão, mas eu não posso cercear o direito de qualquer Parlamentar falar, pois é o que está no Regimento. Se V. Exa. conseguir com que o Presidente da Câmara Federal ou do Senado abone as faltas, ótimo. Agora, cercear, tirar o direito de as pessoas inscritas falarem, infelizmente, eu não vou poder atender, mesmo que vare até a madrugada.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Não, Sr. Presidente, eu não disse isso, pelo contrário. Eu disse que nós não temos nem o direito de cercear nem o direito de censurar. Agora, nós temos, como condutores do trabalho, a autoridade e a possibilidade de convocar os Líderes para propor um encaminhamento e acordo nos procedimentos desta CPMI e temos, sim, como organizadores do trabalho, a possibilidade de encaminhar num momento em que houver um debate que não seja apropriado ao encaminhamento daquilo que é o relatório.
Eu tenho o maior carinho por V. Exa. e estou dizendo isso para contribuir com o nosso trabalho.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Está tranquilo, tranquilo!
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Eu acho que V. Exa., como Presidente da Comissão, poderia negociar com os Presidentes das duas Casas, porque senão nós não teremos como funcionar. Vamos funcionar aqui com alguns poucos Deputados que tomarão falta efetivamente nos trabalhos da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k., Deputada, vamos tentar conversar com os Presidentes para ver se eles abonam a falta ou então reduzir o tempo das pessoas que vão inquirir os próximos depoentes.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É Claro!
Peço só 30 segundos.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Alexandre por 30 segundos.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu gostaria também de ressaltar aqui - e é importante para todos os membros desta Comissão especial - que nós temos que chamar aqui o Twitter, o WhatsApp, o Facebook, o Instagram, porque não é permitido esse tipo de coisa. Nós temos as nossas contas verificadas, temos as nossas fotos, as pessoas sabem quem somos e sabem com quem estão falando. E aí entra um jornalista de Harvard com uma foto de um maconheiro: "Sou jornalista sem diploma e maluco. E ninguém pode me prender". E aí ele fala o que ele quer sobre quem ele quer, da maneira que ele quer, e nós ficamos à mercê disso. Nós não podemos combater, porque... Com quem eu estou falando aqui? Quem está do outro lado ali? Ele sabe com quem está falando: com a Deputada Joice, com o Deputado Márcio Labre, com o Deputado Alexandre Frota. E a gente está falando com quem? Isso é uma covardia! Isso é uma covardia! E isso não significa querer regular as mídias, mas algo tem que ser feito, porque, até quando existe um ataque, seja ele de pedofilia ou mais agressivo, seja uma ameaça, o próprio Twitter, o próprio Facebook e o próprio Instagram se recusam a dizer quem é esse pilantra aqui. E isso está errado. Acho que nós devemos também chamar a atenção para isso.
Muito obrigado.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Sr. Presidente, só quero dar uma informação rapidamente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Rogério Correia, do PT, de Minas Gerais.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Pela ordem.) - Rapidamente, só quero dizer ao Deputado Alexandre Frota que todas as redes sociais mais relevantes estão convocadas, já com requerimento aprovado.
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ótimo! Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Rogério Correia.
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente.
Deputado Alexandre Frota, é claro que não vim aqui tecer loas a V. Exa. do ponto de vista das posições políticas!
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Nem eu esperava isso.
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Nós temos opiniões bastante diferentes, mas não é essa a discussão que está posta aqui.
Nesse sentido, eu quero me solidarizar com V. Exa. por causa daqueles que agora o consideram traíra, falso amigo...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Judas.
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - ... Judas, porque realmente é uma forma de desqualificar também o que V. Exa. está apontando de concreto. Portanto, eu vim aqui discutir no concreto.
Nesse sentido, solidarizo-me com V. Exa., assim como com o Delegado Waldir, com quem já tive grandes embates, e com a Deputada Joice Hasselmann, que está aqui também. Foram tratados como se agora fossem laranjas, ou seja, chupam o suco, depois querem jogar o bagaço fora e não levam em consideração tudo o que foi feito e o que agora que está também sendo feito.
Então, o sentido da minha vinda aqui - não sou membro da CPI - para escutá-lo é em respeito também a uma posição concreta que V. Exa. está colocando...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É claro!
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - ... e que sempre respeitei no passado e continuo respeitando.
A primeira questão que eu queria levantar para V. Exa. é essa.
A segunda questão é que fake news é algo sério, e há gente que a trata assim: "Deixe acontecer!". V. Exa. exemplificou bem. Então, põe-se um perfil falso, espalham-se milhões de falsidades contra quem se queira, e depois diz: "Deixe, que a rede resolve". Não é assim. É crime! Crime tem de ser tipificado, e as pessoas têm de ser punidas, porque, se for dessa forma, também valeria o "deixe que mate, que, depois, se resolve isso através das pessoas que queiram fazer a própria justiça com as mãos". Não é assim. Fake news é um crime que tem de ser regulamentado, e as pessoas têm de ser punidas.
Por isso, Senador Coronel, Deputada Lídice da Mata, eu desejo que esta CPI funcione muito bem no sentido de que fake news possa ser algo que as pessoas que a utilizam sejam punidas, para que as pessoas não sejam aplaudidas pelo uso de um malfeito que acaba prejudicando a sociedade como um todo. Então, o trabalho da CPI é muito importante nesse sentido.
Eu queria, entrando mais diretamente no assunto, fazer alguns questionamentos ao Deputado Alexandre Frota, se ele me permite, primeiro, em relação ao Queiroz, que é um assunto que, muitas vezes, envolve também mentiras, fake news. Eu perguntaria a V. Exa. se, alguma vez, o próprio Presidente da República ou seus filhos chegaram a solicitar a V. Exa. que pudesse, vamos dizer, usando uma palavra, um linguajar mais popular, refrescar-se com o Queiroz? Isso aconteceu alguma vez, em quais circunstâncias? E V. Exa. considera isso grave?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Refrescar-se?
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Refrescar com o Queiroz...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim. Não bater muito?
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Não denunciar, fazer com que o Queiroz não fosse investigado. Quero saber se o próprio Presidente chegou a pedir isso a V. Exa. ou se houve conversa desse tipo. Essa é uma pergunta que eu gostaria que V. Exa. anotasse.
Segundo, eu queria também fazer uma observação para que houvesse determinado cuidado, porque muitas pessoas que propagam fake news, pelo que pude ver, são também ameaçadoras. Ameaçam no sentido literal da palavra, e muitas se envolvem com milícias.
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Eu mesmo fiz uma crítica ao Presidente Bolsonaro durante o Carnaval, repercutindo algo que diziam dele, e o próprio filho dele, o Carluxo - eu tenho isso, é claro, salvo -, ameaçou-me de morte.
Então, eu diria a V. Exa.: tenha certo cuidado também com isso! É um ato de coragem poder colocar o dedo na ferida de quem está se utilizando dessas questões.
Assim, hoje, pedi também para que o próprio porteiro que fez essa questão, esse relato de que o motorista que participou do assassinato da Marielle esteve no tal condomínio, pudesse também ter certa garantia, para que ele fosse colocado em um programa de assistência para poder continuar contribuindo.
Eu perguntaria outra questão para V. Exa.
É claro que opiniões são uma coisa; fake news é outra. Defender que o Lula seja livre e que ele seja inocente não é fake news; é só uma defesa. Eu faço isso sempre. Essa é uma convicção que eu tenho, numa análise história. Então, longe disso ser fake news. Mas, por exemplo, mamadeira de piroca, que foi dito que existia. V. Exa. chegou a ver isso durante a campanha? Sabe de onde veio? Isso é nitidamente fake news, porque ninguém provou isso, mas isso foi disseminado aos milhões. Isso é fake news. É uma que eu perguntaria.
Há outra questão: a Presidenta Dilma como terrorista que teria, inclusive, matado pessoas, que teria, quando jovem, atirado nas pessoas. Isso é fake news, nunca foi provado e foi também disseminado aos milhões. V. Exa. presenciou isso?
V. Exa. foi agora atacado diversas vezes também, como já colocou aí.
Quanto à Deputada Joice Hasselmann, eu vi, outro dia, um ataque generalizado a ela por robôs. Isso é fake news.
Então, eu queria que V. Exa. detalhasse isso. Por exemplo, "Adélio filiado ao PT", "o PT é quem mandou matar Bolsonaro", é evidente que isso é fake news, isso é óbvio. E as pessoas vão colocando... São milhões de robôs, como V. Exa. mostrou aí. V. Exa. teve conhecimento disso?
Há outra questão: "Haddad potencializava e legalizava pedofilia, defendia a legalização da pedofilia". Evidentemente, isso é fake news. Isso foi difundido enormemente.
Foi mostrada a Manuela com a camiseta "Jesus é travesti", e depois se viu que a camiseta que ela usava não tinha nada a ver com isso e que nem ela pensa isso. Isso foi divulgado aos milhões por robôs como esses que V. Exa. colocou.
Outra dizia: "Urnas eletrônicas foram entregues para a Venezuela, que vai fraudar as eleições". Espalharam isso aos montes. Isso é fake news, Deputados e Deputadas. Não se pode dizer "deixe a rede resolver". Não! Isso é crime!
Eu estou citando, evidentemente, o que atingiu a esquerda, mesmo porque, pelo dado que nós temos do The Guardian, que fez uma apuração sobre isso, 42% das mensagens difundidas pela direita durante as eleições eram falsas e, pela esquerda, 3%. Foi um dado colocado em uma pesquisa científica feita pelo The Guardian. É claro que estou colocando fake news que eu vi que atingiram a campanha da esquerda. Mas é fake news. Não estou dizendo que não existiu do outro lado, mas isso tem de ser, evidentemente, banido, fiscalizado, e tem que ser apurado. Isso não pode ser normalizado, para as pessoas chegarem aqui e dizer: "Não, esta CPI não vale nada. Que as pessoas se decidam na rede!". Essas me parecem palavras de quem usa fake news, quer continuar usando e tem medo de que, caso a CPI vá para frente, ela própria possa ser atingida pela fake news.
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Então, eu vejo disso Deputados falarem, o Carluxo falar, o embaixador... Desculpe-me, o ex-futuro embaixador! Aliás, ele estava nervoso hoje, hem?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Estava.
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Ofendeu V. Exa. e depois saiu, não quis escutar. Ele anda nervoso assim, e temos que saber por que o nervo está tão grande. O pai dele, ontem, às 3h30 da manhã, estava respondendo na internet, fazendo live às 3h30 da madrugada! As coisas estão difíceis!
Mas o problema, Presidente Coronel, é que, com tudo isso, com fake news, o Brasil está à deriva. Nós ficamos tendo de tratar desses assuntos sérios, porque o Brasil precisa chegar ao eixo. Os problemas dos brasileiros são problemas concretos de desemprego, da miséria, que se está agravando, e se ficam criando também falsos debates e fake news que alimentam o ódio na sociedade. E, ao alimentar o ódio, não se põe a mão para resolver os problemas; escondem-se os problemas que vão ser resolvidos. Então, ficam aí aprovando o fim da previdência, da aposentadoria, e, enquanto isso, o Presidente vai atacando em outras frentes.
Hoje, por exemplo, na Europa, ele disse que foi... Eu não tenho a palavra correta aqui, mas isso está, inclusive, em vídeo. Disse que ele foi um... Não foi bem incentivador; tenho de olhar a palavra ali. Mas disse que ele incentivou a questão do fogo na Floresta Amazônica, que isso era normal. Está aí!
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Fora do microfone.) - Potencializou.
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Potencializou. Imagina o Presidente falar: "Eu potencializei...". Vai todo mundo discutir se o Presidente potencializou o fogo na Amazônia. Essas questões não ajudam o Brasil.
Por exemplo, disseram: "O óleo é venezuelano". Bem, pode até ser que o óleo seja venezuelano, mas não se vai resolver isso no Nordeste. Eu mesmo estou com férias... Eu sempre passo férias no Nordeste. Agora, minha esposa perguntou: "Nós vamos para o Nordeste?". Eu fico pensando no coitado do povo nordestino. Isso precisa ser resolvido! Isso precisa ser resolvido, e não ficar espalhando ódio, como se, caso o óleo seja da Venezuela, não se precisa resolver. "Azar do povo, porque estou fazendo a guerra ideológica, estou disseminando ódio!"
Então, fake news tem a ver com isso, com disseminação de mentiras, disseminação de ódio, divisão da sociedade. Isso não ajuda o Brasil.
Deputado Alexandre Frota, são essas as perguntas que eu faria a V. Exa.
Havia ainda mais uma pergunta que eu também anotei aqui em relação a essas questões que V. Exa. já colocou sobre fake news. V. Exa. colocou que isso existe até hoje e que está ligado, inclusive, ao próprio Palácio do Presidente, onde ele está. V. Exa. sabe se há envolvimento de dinheiro público nisso? Seria ainda mais grave existir dinheiro público para propagar fake news.
A Deputada está dizendo que já foi colocado esse assunto, mas eu tive de estar em outra Comissão. As que eu repeti, se V. Exa. puder responder, bem, senão, depois vou pegar o resumo da reunião.
Essas são as questões que eu queria levantar para V. Exa. E quero parabenizá-lo por estar aqui se dispondo a tratar do assunto fake news, doa ele a quem doer.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É claro!
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - Eu acho que é importante.
Obrigado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Muito obrigado, Deputado.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Deputado...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pois não.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Depois, no finalzinho, V. Exa. me concede 30 segundos do seu tempinho?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O Presidente é ele?
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Não, do seu tempo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Do meu tempo?
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Do seu tempo.
Eu prometo que é... É só para não roubar nada de ninguém. Eu só quero fazer um comentário, no final ou no começo. São só 30 segundos.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Quer fazer já?
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Pode ser?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Pode ser.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vou cortar do seu tempo, Deputado, e passo para ele.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não há problema nenhum.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Eu queria só fazer um esclarecimento.
Semana que vem, vou ser membro aqui. Não haver mais contradita, não. Hoje, não!
É o seguinte: o art. 5º da Constituição já resguarda a questão da liberdade de expressão, vedado o anonimato.
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Eu acho que toda essa questão, essa troca de acusações, se isso for esmiuçado, os números vão aparecer, quem está errado, quem está certo. Há erro dos dois lados, nós sabemos disso. E concordo com a Bia quando ela diz que o Estado não tem que se meter nisso.
Agora, a identificação de quem está fazendo qualquer tipo de propagação na internet, nas redes sociais, isso já devia ter sido resolvido há muito tempo. Essa coisa de o camarada chegar lá, cadastrar-se e não ter identidade, isso sim, deveria estar sendo resolvido, porque o anonimato é que está produzindo tudo isso. Esta Casa consegue resolver isso, esta Casa pode resolver isso. Então, vou deixar essa mensagem aí.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Muito bem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Muito bem, Deputado!
Passo a palavra ao Deputado Frota antes do último inscrito.
Anuncio aos senhores e às senhoras que há mais um orador inscrito para encerrar os trabalhos da tarde noite de hoje.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu vou ser rápido aqui.
O Deputado Rogério falou em relação ao vídeo que surgiu, o do leão com as hienas, com falta de respeito por completo com diversas instituições, a OAB, o STF, o próprio Partido do Presidente. E o STF ligou, até onde a gente sabe, para o Presidente, e ele se desculpou e depois tuitou com normalidade - não lembro agora as palavras, mas eu as tenho -, como se fosse... "Foi desnecessário, me desculpem, vou fazer uma matéria." Isso está lá no Twitter dele. Matéria onde? Como ele vai fazer matéria? Matéria de quê, sobre o quê? Foi um vídeo extremamente grotesco, nós sabemos disso.
Relacionado ao Queiroz, eu acho que aqui nós temos que continuar andando na fake news. Já falei aqui sobre a questão do Queiroz hoje. Quando indaguei no Plenário e disse que gostaria da prisão do Queiroz, eu fui extremamente hostilizado, criticado. O próprio Presidente me ligou, a própria Deputada que está aqui também posteriormente me encontrou e falou comigo, a Deputada Bia Kicis: "Olha, o Bolsonaro 'está de bode' de você". As palavras foram assim. E o próprio Flávio Bolsonaro, que me encontrou e me abraçou, falou: "Papai está chateado contigo. Você não cala a boca". E, quando eu fui posteriormente ao Palácio - a Dona Bia estava lá também -, ele me segurou pelo braço, colocou a mão no rosto, e ele fala: "Fecha essa matraca, porra. Eu quero continuar o casamento com você". A gente tem o vídeo.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Fora do microfone.) - Eu não estava lá.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ah, não, você não estava ali na hora, mas você estava atrás, assim, passando.
Mas, enfim, então, foi isso.
Relacionado a fake news, eu vi de ambas as partes. Vi tanto do PT, da esquerda, massacrando, "as urnas são fraudadas", como também vi do outro lado, também, foi aquela guerra de fake news, e foi aí que as coisas afloraram nessa campanha. Foi uma campanha em que houve fake news para todos os lados. Nisso a gente tem que ser verdadeiro e concordar com isso aqui.
Eu acho que foi isso que o senhor me perguntou.
Eu só queria mostrar, porque como o senhor não estava aqui antes, como funciona o processo aqui. As pessoas já viram, a maioria, mas eu quero recolocar aqui.
Então, esta é Margareth Jogaib. Olhe o texto dela: "Urgente! Flagrante nas eleições da Argentina". Um seguidor. Milton Rieger: o mesmo texto, quatro seguidores. Reginaldo Miguel: o mesmo texto, oito seguidores. E todos quase que na mesma hora. Marcos Pontes - que não é o Ministro -: sete seguidores. o mesmo texto.
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Ora, se isso não é disparo de bot, é o quê? Baixou o Chico Xavier em todo mundo, e todo mundo ao mesmo tempo ali tuitou isso? Não. Aqui está uma prova. Aqui tem uma prova de que existe isso.
A outra questão é do Sr. Allan dos Santos, do Terça Livre.
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Para interpelar.) - Deputado, só em relação a essa questão que V. Exa. citou. Eu citei algumas: mamadeira de piroca, etc. Esse que V. Exa...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim. Ouvi todos. Ouvi todos.
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Para interpelar.) - Funcionava dessa forma também?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Foi uma fake news que veio da direita, essa mamadeira de piroca, assim como também veio da esquerda a questão de urna fraudada e tudo, essa coisa toda.
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG. Para interpelar.) - Mas esse caso da mamadeira de piroca funciona dessa forma, com esses bots?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Acredito que sim, porque foi tão replicado aquilo... Porque existem os publicadores e existem os replicadores. São publicadores e replicadores. Aqui nós temos o Allan dos Santos falando: "Deixei de seguir o Alexandre Garcia", por causa de um áudio ou uma coisa assim. E aí a Natuza Nery, que é da GloboNews desmente... O Igor Gadelha... Olha só: "Site do Terça Livre atribui falsamente a jornalista do Estadão declaração sobre a intenção de arruinar Flávio Bolsonaro" e o Governo Bolsonaro.
Na verdade, o Presidente Bolsonaro vê inimigo em todos os lados que ele olha. Se não tem confusão, ele arruma a confusão. E ele vive de um processo que o próprio Octavio...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluindo, nobre Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - ... Octavio Guedes, da GloboNews... É Guedes, não é? Não é Mendes, é Guedes. Octavio Guedes. Ele fala: ele sofre de uma coisa chamada filhotismo. Filhotismo é: mexeu com filho, virou o tempo.
O SR. ROGÉRIO CORREIA (PT - MG) - E sofre mesmo então. Sofre mesmo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - E aí começa: mexe no Coaf, mexe na Polícia Federal, mexe na Receita Federal, em proteção do filho. Isso chama-se filhotismo. Esse nome foi dado pelo brilhante jornalista Octavio Guedes.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra, para encerrar a participação de todos os Parlamentares, ao Deputado Alencar Santana, do Estado de São Paulo, pelo PT.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente.
Quero cumprimentar aqui a todos, em especial o Deputado Alexandre Frota, que se colocou à disposição de vir à CPI, e parabenizá-lo também por essa iniciativa. No momento que a gente vive, alguns atacando as instituições, eu diria que esse gesto é importante para preservar a democracia brasileira.
Eu vou tentar ser breve e queria fazer algumas perguntas bem objetivas.
Deputado Alexandre Frota, você apresentou um esquema de funcionamento desse grupo, de fake news. Há quanto tempo isso funciona? Você sabe dizer mais ou menos há quanto tempo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Olha, isso já deve funcionar há um bom tempo. Eu vim tomar conhecimento disso a partir do momento em que iniciou a transição do Governo, do Temer para o Bolsonaro. A partir daquele momento ali, eu comecei a sentir uma pressão diferenciada nas redes sociais. Pessoas e grupos que até aquele momento enalteciam você, apoiavam você... A partir do momento em que o Presidente Jair Bolsonaro chega à Presidência, muitas coisas começam a mudar. Muitas coisas começam a mudar. E aí, não sei se é o sistema, a pressão, se a cadeira ficou muito grande para ele, se são pessoas que pressionaram, como foi o entendimento, mas uma coisa eu carrego comigo. Ele sempre colocou e sempre falou, passou banner para que a gente pudesse postar: "Soldado ferido em guerra que eu luto não fica para trás". Muitos ficaram. Muitos ficaram.
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O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Quem postou esse banner?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - O Bolsonaro postou e nós postamos também. É algo mais ou menos assim, "soldado ferido numa luta ou numa guerra minha não fica para trás". E ele deixou muitos para trás. Então, ali na transição, eu já percebi...
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Ele postou isso onde, Facebook, Twitter, "zap"?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Facebook, Twitter e tudo. Nós temos, inclusive, aí. Então ali eu já comecei a perceber isso.
E as pessoas acham que o fato de eu estar aqui hoje... Muitas pessoas, eu sei que muita gente não, mas tem algumas pessoas que acham que "ah, está aqui porque está magoado ou porque quer sacanear". Não; nós estamos aqui trabalhando em cima da verdade. Quando você tem seu filho atacado, sua família atacada, quando você é ameaçado, como eu mostrei aqui nos posts, quando nós somos atacados, somos violentados nas redes sociais, algo começa a estar errado, principalmente quando isso vem da própria direita radical, a direita xiita, a direita visceral, comandada por aquele senhor, um maluco que mora na Virgínia, e que inclusive opera, da Virgínia... Eu acho que esta Comissão deveria trazer aqui o Sr. Olavo de Carvalho, que é um dos mentores dessa vagabundagem toda a que nós estamos assistindo, que não traz nenhum bem para a democracia dos País.
Vocês assistiram aqui como eles agem. O Eduardo Bolsonaro, o embaixador, entrou aqui, só faltou pular no meu pescoço, agrediu, inclusive, falou da Deputada Joice aqui, e depois não ficou para ouvir, levantou-se e foi embora com os seguranças dele.
Mas o Olavo de Carvalho... É um apelo que eu faço ao Presidente, à Relatora e a todos aqui, que enviem para a Virgínia e que tragam esse cara, porque lá fora ele ataca o Deputado, a Deputada, o Senador, a Senadora, o Ministro, o Presidente, o Vice-Presidente, ele ataca todo mundo, mas fica lá. Isso é uma maneira covarde. E eu não vejo o Presidente pegar o telefone, ligar e falar: "Cale sua boca, porque você está atrapalhando meu Governo". Não; pega uma medalha, medalha Rio Branco, não sei quê, e manda o Flávio Bolsonaro levar uma medalha para ele, ou seja, o cara ataca todas as instituições - vamos falar o português claro aqui -, chama o Vice-Presidente de merda, chama o Exército Brasileiro de bosta, que não vale absolutamente nada, e o Presidente da República, que é da classe do Exército, pega uma medalha e dá para o cara! Como pode isso?
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O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - Isso porque é patriota, hein?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso porque é patriota, e isso porque foi criado dentro do Exército.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Pela ordem.) - Pela ordem, Sr. Presidente, só uma informação. Acabei de saber da assessoria, Deputado, que o Deputado Paulo Ramos, do PDT, apresentou um requerimento de convocação de Olavo de Carvalho.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Essa estrutura funcionou durante a campanha?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Olha, eu sou sincero a lhe falar que durante a campanha eu vi fake news dos dois lados. Se tinha esse esquema, e eu acredito até que tenha, e eu acho que a gente vai conseguir chegar lá, eu não posso falar, porque eu estava dedicado, primeiro, a minha campanha. Eu fiz 35 mil quilômetros de carro, foram mais de 60, 70 cidades, fui a algumas cidades, fui a muitas cidades com o próprio Presidente, mas eu não tinha parado para falar... Tanto é que existe uma frase... E eu fui fuzilado nas redes sociais, porque só depois, ali na transição, é que surge - surge para mim, você pode até falar para mim "mas você foi ingênuo", tudo bem - surge para mim a figura desse cara chamado Olavo de Carvalho.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Mas o método que você percebeu, a partir desse momento, com o anterior, era idêntico, das notícias falsas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Sim, mas a partir desse momento, na transição, eu começo a ver o processo de fritura, o processo de armação, a negociação de cargos. Foi a partir dali, de dezembro.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - O.k., tudo bem. Estou perguntando o seguinte: a estrutura que você percebeu nesse período era a mesma de notícias falsas veiculadas, memes de "zap", notícias no Twitter...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - É, o que eu respondi aqui é que, a partir de dezembro, da transição, eu vejo muito mais forte isso porque paro para dar atenção, porque começo a ser atacado.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - É muita gente que faz isso? Que tem um grupo grande?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Ah, é um grupo enorme. A gente mostrou hoje aqui um vídeo, inclusive, do próprio Presidente, mostrando a quantidade de WhatsApp, grupos e comunidades que...
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - E todas essas pessoas apoiaram o Bolsonaro na campanha?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - É, acredito que sim, não é? Ele se vangloriava mostrando isso.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Elas estavam diretamente na campanha também?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu não posso lhe falar se elas estavam diretamente na campanha, mas elas tinham o número do Presidente, porque elas trabalhavam no WhatsApp.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Você participou de algum grupo de "zap", por exemplo, ou algum outro, alguma página fechada onde você recebia também - isso durante a campanha - esse tipo de notícia?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu nunca gostei de participar de grupo, então todas as vezes que me colocavam em grupo, eu saía, mas obviamente que existiam muitos grupos que vinham com banners, com memes, com recados, uma série de coisas. Existiam esses grupos sim, mas eu não participava desses grupos porque eu nunca gostei de participar desses grupos, e os grupos principais, que eu acho que é onde eles atuavam, eles me deixavam fora, entendeu?
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Esse vídeo de ontem, por exemplo, do leão e da hiena, onde há um ataque frontal às instituições, o Presidente postou, como você mesmo disse...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - ... depois foi lá, retirou pedindo desculpas, assim como ele já fez em alguns outros casos anteriormente. Ele tinha conhecimento claro da criação daquele vídeo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Eu não sei. Eu não falo com Bolsonaro tem muito tempo, então, assim...
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Mas no método, o funcionamento desse grupo...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não sei, não posso lhe falar. Isso eu não posso lhe falar porque esse vídeo pegou todo mundo de surpresa, inclusive a mim. Quando eu vi, achei um absurdo. Não posso lhe falar. Foi criado por alguém muito próximo a ele, porque foi postado na conta presidencial, na conta oficial do Presidente, e só ele e o Carlos Bolsonaro têm a senha, até onde eu sei.
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Então, o Carlos Bolsonaro declarou aqui - eu até mostrei aqui -, declarou agora à tarde, ou ontem à tarde, que quem postou foi o pai, não foi ele, inclusive dando margem para o Filipe G. Martins, que é o secretário internacional lá do Bolsonaro, se posicionar contra o Bolsonaro! Porque o Bolsonaro pediu desculpas por ter postado, assumiu a bronca para ele, e o Filipe G. Martins interferiu e soltou um tuíte dizendo que as instituições estavam se vendo naquele vídeo etc. e tal., o que é um absurdo, é um crime também isso, porque é um funcionário que trabalha no Governo enaltecendo e viabilizando uma coisa que o Presidente tinha acabado de tirar.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Você disse que participou de vários eventos de campanha com o Presidente...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Muitos.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - ... fez viagens, não é?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - Em algum momento houve comentários sobre alguma notícia falsa propagada, fake news, onde as pessoas estavam, de certa maneira, comemorando isso?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não, eu nunca vi isso.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - Você nunca pegou?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Você está dizendo também...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - E, se pegasse, falava aqui agora.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - ... que há ali um sistema de funcionamento, que há um grupo que cria...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - ... outro que compartilha.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Isso.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - Agora, quem é o comando principal, ou seja, do que vai ser criado? Quem decide o que vai ser criado e qual vai ser o conteúdo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Acho que são muitas pessoas. Acho que o Allan dos Santos é um, acho que o Carlos Bolsonaro é outro, acho que os três que trabalham na Presidência - o Tercio, o Matheus e o outro Mateus - são outros também que fazem, inclusive credenciados.
E, aí, para vocês entenderem, é o seguinte: eles preparam, eles atacam - o Olavo de Carvalho muitas vezes ataca primeiro, depois eles vêm com um processo de fritura -; aí tem a propagação orgânica, mas também tem as que eles já trabalham com eles. Então, isso começa a se alastrar de uma maneira que você fica sem entender, é covarde a ação.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP. Para interpelar.) - Além deles existe algum comando político superior a essas pessoas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Comando político?
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - É, alguma figura política que decida, além do Carlos por exemplo?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Não, não. Agora, a gente não pode deixar aqui de falar mais uma vez da brilhante matéria que o Felipe Moura Brasil fez na Crusoé, onde ele elenca os nomes de todos aqueles que atuam, e principalmente vêm de São Paulo, da Alesp. Então, tenho aqui: Stefanny Papaiano; Douglas Garcia, Deputado Estadual; Leonardo Vieira; Gil Diniz, que é o Carteiro Reaça. E vários outros. Isso aqui não sou eu que estou falando, está numa lista muito bem feita e pesquisada... André Petros Junior; Jhonatan da Silva Valêncio Costa; Wellington da Silva Santos... Do mesmo gabinete, tudo aqui do mesmo gabinete. Tem uma parte em São Paulo muito forte, que se tornou esse ativista virtual que faz esses ataques.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Para concluir, Deputado.
O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA (PT - SP) - Não, obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - V. Exa. quer fazer alguma consideração, Deputado?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim, rapidamente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Trinta segundos está bom?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para expor.) - Está ótimo!
Eu gostaria, extremamente, de agradecer a todos vocês que participaram, agradecer à Mesa, aos Deputados e Senadores e Senadoras, e falar que eu estou à disposição desta Casa e desta Comissão. Fiz questão de me tornar também membro dela - pedi isso ao meu Partido, o PSDB -, para que, nas próximas sessões, a gente possa colocar e trazer aqui sempre a verdade.
Agradeço a todos vocês. Muito obrigado. Contem comigo!
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Esperem aí, Deputados, Deputadas, Senadores! Temos ainda aqui... Vamos encerrar os trabalhos, calma!
A Senadora Lídice vai fazer um encaminhamento.
Eu sei que todos nós estamos cansados, são seis horas aqui sentados, mas são apenas mais cinco minutos.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - É um encaminhamento rápido.
Nosso Presidente vai anunciar as próximas audiências, e eu queria dizer que acho, diferentemente do que muitos disseram aqui, que foi uma audiência muito produtiva. Independentemente dos discursos políticos, de ataques ao depoente ou convidado, nós seguimos aqui à risca o que falou o Deputado Marcelo Ramos quando disse qual seria o roteiro de nossa investigação. Isso tudo eu perguntei ao Deputado Alexandre Frota.
Por exemplo: "Havia ação coordenada de notícias falsas?". Ele respondeu "sim".
"Continua a existir ação coordenada de notícias falsas?"
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sim.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - "Sim".
"Houve pagamento?". Ele disse: "Acredito que sim, porém não tenho comprovação, mas imagino que as pessoas não trabalhem gratuitamente".
"Conhece os empresários que pagam?". Ele disse que não, mas elencou que uma vez ouviu o nome de três empresários e que, coincidentemente, um deles está também na matéria da Crusoé. Portanto, isso confirma um caminho, dá uma referência de que o que a Crusoé falou é possível que seja verdade.
"Houve prestação de contas, ou seja, essas despesas estavam na prestação de contas do Presidente?". Ele não sabe dizer. Disse que não sabia.
"A casa de Paulo Marinho entrou na prestação de contas do Presidente?". Ele disse que não sabia dizer, mas nós temos a prestação de contas do Presidente e poderemos verificar se está ou não está.
Portanto, nosso roteiro não foi afastado.
Eu queria reafirmar que nós estamos seguindo o roteiro para o qual esta CPMI foi convocada: foi convocada para investigar a existência de fake news nas eleições de 2018, a existência de fake news como ameaça à democracia.
E eu quero dizer, Presidente, que recebi recentemente, esta semana, um conjunto de cards, fotografias de membros do Supremo Tribunal. Em cada um, há uma acusação muito grave. Lembro-me bem da do Ministro Celso de Mello: vinha a sua foto e, escrito bem pequeninho, "defende" e, grande, "a pedofilia". Trata-se de fake news grave que atenta contra a imagem de todos os membros do Supremo Tribunal Federal. Como é que isso não é uma ameaça à democracia?
É para isso que nós estamos com esta CPMI, porque é atual e porque todos os países do mundo estão reconhecendo que essa prática nas redes sociais ameaça as instituições democráticas. Então, não é possível dizer que esta CPMI existe para acabar com a liberdade de expressão. Ela existe para investigar esse tipo de ataque à democracia. E ele é tão sério que, há poucos momentos, uma hora atrás, o Ministro Toffoli, ao sair de um local, teve seu carro cercado por pessoas que batiam no sentido de arrebentar o carro e gritavam: "Hiena do Supremo Tribunal! Hiena do Supremo Tribunal!".
Então, é isso que está sendo investigado por esta CPMI.
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E eu quero dizer, Presidente, que o senhor está de parabéns por ter aceitado a tarefa difícil, porém indispensável, de presidir esta Comissão.
Nós estamos seguindo claramente o roteiro proposto por esta Casa. Esta CPMI não foi proposta por uma pessoa só, ela tem mais de 170 assinaturas da Câmara dos Deputados e tem mais de um terço do Senado Federal, como é exigido pelo Regimento da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Senhores e senhoras, na próxima terça-feira, dia 5, teremos aqui a oitiva do Sr. Allan dos Santos, como convocado. E teremos, na quarta-feira, dia 6, plataformas de checagem: a Sra. Adriele Britto, representante da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação; o Sr. Edgard Matsuki, responsável pelo portal Boatos.org; o Sr. Sérgio Lüdtke, representante do portal Comprova; o Sr. Gilmar Henrique Lopes, responsável pelo portal E-farsas. São requerimentos de autoria do Deputado Leonardo. E o requerimento de convocação do Sr. Allan dos Santos foi de autoria do Deputado Rui Falcão, de São Paulo.
Eu queria aproveitar, Srs. Senadores, Sras. Senadoras e Deputados, para fazer também aqui formalmente, ou informalmente, o convite à Deputada Joice para marcar o dia que ele deseja, para colocarmos na agenda, já que foi aprovado o seu requerimento.
Antes, porém, eu queria fazer aqui uma ressalva a respeito do seguinte. O Presidente ontem falou que renovação de concessões de televisão, se não estiver tudo direitinho, ele, com uma canetada só, vai cancelar ou não vai renovar. Eu quero deixar bem claro que a última palavra não é do Presidente da República que está de plantão: a última palavra é do Congresso Nacional pela renovação, ou não, de concessões de rádio e televisão. Então, para ficar bem claro que o poder final está na mão do Congresso Nacional.
Quero também aqui, para concluir, dizer que esta CPMI visa proteger as instituições - não me canso de falar -, as famílias, fortalecer a democracia, porque não podemos conviver com esse câncer que está assolando o povo brasileiro.
Quero aqui também colocar em votação a Ata da 7ª Reunião, solicitando a dispensa de sua leitura.
Os Srs. Parlamentares que aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada.
Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos e convido-os para a próxima reunião, que se realizará no próximo dia 5/11, às 13h.
Declaro encerrada a presente sessão.
Que Deus acompanhe todos nós!
(Iniciada às 13 horas e 20 minutos, a reunião é encerrada às 18 horas e 46 minutos.)