05/11/2019 - 9ª - Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - Fake News

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Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Invocando a proteção de Deus e havendo número regimental, declaro aberta a 9ª Reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada pelo Requerimento do Congresso Nacional nº 11, de 2019, para investigar os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público; a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018; a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre agentes públicos; e o aliciamento e a orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.
A presente reunião destina-se à oitiva decorrente do Requerimento nº 98/2019, CPMI Fake News.
Esclareço que o requerimento de convocação do Sr. Allan dos Santos a comparecer na condição de investigado... Passo à leitura da fundamentação do requerimento...
Antes, porém, eu gostaria que o cerimonial fizesse o encaminhamento do depoente para participar já da nossa reunião. (Pausa.)
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Repetindo: esclareço que o requerimento de convocação do Sr. Allan dos Santos é para comparecer na condição de investigado.
Passo à leitura da fundamentação do requerimento.
O Sr. Allan dos Santos é um dos fundadores do blogue Terça Livre, um dos mais conhecidos propagadores de fake news na internet. A atuação dos redatores de conteúdo dessa página na internet foi questionada desde a sua fundação, em 2014, por conta de inúmeras notícias falsas veiculadas por essa página.
Repetindo que estou lendo o requerimento do Deputado Rui Falcão.
Também ficou conhecido por atuar durante a campanha eleitoral de 2018 próximo ao, então, candidato Bolsonaro e seus filhos, segundo notícias da imprensa, tendo como principal característica a prática da divulgação de notícias falsas e usando extrema hostilidade para seus adversários, incluindo políticos e jornalistas. De acordo com várias notícias, ele está morando em uma mansão localizada numa área nobre de Brasília, utilizada como sede da milícia virtual comandada por Allan dos Santos. Desta forma, os motivos para a sua convocação permitem deduzir claramente a sua condição de investigado do depoente nesta Comissão.
Considerando o tempo decorrido da última oitiva, esta Presidência informa que na reunião de hoje o uso da palavra se dará da seguinte forma: titulares, 14 minutos, juntando o tempo de perguntas e respostas; suplentes, sete minutos, da mesma forma; e não membros, cinco minutos.
Antes, porém, na reunião anterior, houve algumas pessoas que exacerbaram nas suas condutas. Esperamos que na reunião de hoje a paz reine, que a verdade seja esclarecida, que a gente conduza com total maestria e que a sociedade brasileira que está nos ouvindo, escutando, nos assistindo pelo YouTube, pelas redes de televisão, pelos canais privados, possa ver que esta CPI é um CPI que visa, com certeza, manter o pilar da democracia e, além do mais, manter as famílias blindadas de perfis falsos que estão assolando este Brasil afora.
Concedo a palavra...
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - ... à Relatora Lídice da Mata para começar a sua inquirição.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, Senador Humberto Costa.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Pela ordem.) - Eu queria, Sr. Presidente, antes de mais nada, aqui me solidarizar com o Senador Randolfe Rodrigues, que foi vítima de uma ação de estímulo à atuação de milícias digitais no seu Estado, por intermédio do Deputado Marco Feliciano. Literalmente, o Deputado gravou um áudio, incitando outro Deputado do Estado do Amapá a promover o espancamento digital do Senador Randolfe Rodrigues.
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Eu quero aqui, publicamente, me solidarizar com ele e dizer que vou também subscrever o pedido que ele fará, seja de convite, seja de convocação, de acordo com o que a Constituição e o Regimento permitem, para que o Deputado Marco Feliciano aqui venha também dar o seu depoimento por essa incitação e outras mais.
Outra questão que eu gostaria de perguntar a V. Exa. é se nós já temos alguma resposta do Supremo Tribunal Federal do pedido de compartilhamento do inquérito que ora corre no Supremo Tribunal Federal e que avalia notícias falsas que foram dirigidas contra integrantes do Supremo Tribunal Federal. Pelo que consta, já há investigações avançadas sobre isso.
E, por último, Sr. Presidente, eu também pergunto em relação à indicação por parte do Ministério Público e da Polícia Federal de representantes que possam acompanhar os trabalhos desta Comissão. Aliás, isso é muito relevante até porque muitos de nós aqui que integramos a Comissão já estamos sendo objeto desses espancamentos digitais, e é fundamental que nós possamos ter aqui os mecanismos, as orientações para que, de imediato, identifiquemos os produtores, os geradores desse tipo de atividade criminosa.
Agradeço a V. Exa. se puder me responder.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pois não, nobre Senador.
Questão de ordem, Deputado.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Para questão de ordem.) - Nobre Presidente, Senador Angelo Coronel, Deputada Lídice da Mata, da mesma forma como o Senador Humberto Costa, eu gostaria de me solidarizar com o Presidente Jair Bolsonaro, que foi vítima de uma fake news orquestrada pela Rede Globo, da família Marinho, na semana passada, através de um jornalismo porco, sórdido, "sujismundo", motivo pelo qual eu apresentei a esta Comissão um requerimento de convocação do Sr. William Bonner, bem como da família Marinho, os três irmãos proprietários dessa emissora, que também têm que estar aqui nesta Comissão para esclarecer à sociedade brasileira os motivos pelos quais praticaram uma fake news estrondosa contra o Presidente Jair Bolsonaro, recentemente, na semana passada. Então, espero a seriedade de todos os membros desta Comissão para que aprovem o nosso requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Respondendo à questão de ordem do Senador Humberto: Senador, até então a Polícia Federal não se manifestou a respeito do envio do agente solicitado. E também eu quero aqui, em público, solicitar à Polícia Federal mais celeridade no envio dos inquéritos que nós solicitamos para que a CPMI pudesse ter a liberdade de analisar. Até então, a Polícia Federal também não os enviou. Eu espero que a Polícia Federal, que é tão célere nas suas ações, também não demore muito para entregar o solicitado.
Concedo a palavra à Relatora, Deputada Lídice da Mata.
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A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, assessores e demais membros que acompanham esta CPMI, o convocado, que me parece vir acompanhado de uma advogada, a CPMI tem como objetivo investigar a fake news e as suas consequências no ataque à democracia brasileira, como ela funcionou nas eleições de 2018, como ela transforma a vida das pessoas e da sociedade negativamente, destruindo reputações através do cyberbullying e também no ataque a personalidades da cultura, do entretenimento em nosso País, bem como os crimes praticados contra a população vulnerável, especialmente crianças e adolescentes através das redes.
Nós já tivemos audiências públicas - a primeira delas, com o intuito de debater o conceito de fake news, com a participação de especialistas da área jurídica e da comunicação. Tivemos também uma audiência pública específica a respeito das diversas formas de ataques à sociedade brasileira, especialmente a campanhas pró-suicídio, com a participação de entidades vinculadas a essa discussão e especialmente de especialistas das redes sociais que apresentaram aqui as suas observações a respeito de como deve funcionar a nossa investigação e até a proteção de dados das pessoas que terminam vítimas dessas ações de pessoas ou empresas. Na última semana, nós tivemos mais duas audiências públicas: esta a que me referi, dos especialistas, e outra audiência de um convidado, uma audiência pública com o Deputado Alexandre Frota. E, hoje, Sr. Presidente, nós temos uma oitiva de um depoente que foi convocado por esta Comissão.
O convidado pode se negar ou aceitar vir falar nesta Comissão. No entanto, alguém que é convocado não pode se negar à participação. E essa é uma diferença básica. Precisa, portanto, geralmente, estar dentro de um contexto de alguém ou que apresentará um testemunho, como se em um júri estivesse, ou como parte na investigação.
O Presidente leu aqui as justificativas que foram feitas para a convocação do Sr. Allan dos Santos, jornalista do blogue Terça Livre, que tem uma série de acusações de prática de fake news. Eu quero exatamente destacar cada uma dessas acusações, para que ele possa se pronunciar, esclarecer a sua posição diante destas denúncias.
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O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Acusações de quê?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Algumas acusações de processos.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Mas quem fez?
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Fora do microfone.) - De fake news.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Ah! Você está falando do requerimento de convocação. O requerimento de convocação é de autoria do Deputado Rui Falcão, aprovado pela Comissão; hoje é um requerimento da Comissão.
Primeiro, nessa lista de fake news que tiveram como origem os canais ligados ao Terça Livre, se inclui, por exemplo, a falsa venda de reserva indígena para uma empresa estrangeira, uma empresa irlandesa inclusive. Saiu: "Terras indígenas em Rondônia não foram vendidas a empresa irlandesa". Saiu através da empresa de checagem com prova, e demonstra que não é verdadeira essa afirmação. "A onda de desinformação sobre índios inclui falsa venda de reserva para empresa irlandesa." Aí já é uma matéria do blogue do Estadão, que apresenta essa afirmação. E são largas matérias em que se faz acusação de fake news que foram divulgadas pelo jornalista da Terça Livre, pelo blogue.
O senhor, em sua opinião... Aí eu vou ler cada uma, fica melhor para a gente adiantar.
Há também uma outra matéria que é "A falsa ligação de uma quadrilha na Bahia a Fernando Haddad". Outra matéria: "Não há evidências de que ação de quadrilha na Bahia seja ligada a Haddad", saiu no blogue. "Estadão Verifica vai checar fatos e desmontar boatos", que é uma empresa, vinculada ao grupo O Estado de S.Paulo, de checagem. Amanhã nós vamos ouvir aqui o depoimento das empresas de checagem.
Houve a falsa notícia de que o jornalista Glenn teria sofrido um infarto por consumo excessivo de cocaína. Também aqui o Estadão Verifica, Checagem de fatos e desmonte de boatos: "Onda de boatos sobre Glenn Greenwald agora tem até suposto infarto", e se dedica a fazer justamente o esclarecimento da notícia falsa.
Houve a notícia falsa de que pedófilos estariam pedindo para serem aceitos por comunidade LGBT, que também foi desmentida. Em uma matéria, além do Terça Livre, da página oficial do Deputado Federal Victório Galli, que apagou post posteriormente, este conteúdo também foi compartilhado nas páginas do Facebook, Canal da Direita, Direita Potiguar, Direita Paraíba, Mães pelo Escola sem Partido, Garota de Direita, Operação Pró-Bolsonaro 2018, Bolsonaro 2018, Voto Impresso, Jair Messias Bolsonaro - O mito dos mitos, como identificou busca pela ferramenta CrowdTangle. Confira detalhes abaixo do que foi verificado.
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Outra notícia considerada notícia fraudulenta ou falsa: atribuição de declarações falsas à repórter Constança Rezende, do jornal Estado de S.Paulo. Ainda sobre o caso Constança Rezende, o site francês Mediapart teria sido a fonte da informação sobre as declarações da repórter que o Terça Livre distorceu. Ocorre que o Mediapart, em seu perfil no Twitter, publicou a informação na qual se solidariza com Constança Rezende. Além disso, o Mediapart afirmou que as informações publicadas no clube de Mediapart , que serviram de base para o Terça Livre, são falsas. Por que o Terça Livre optou por não publicar qualquer retratação em relação a esse caso, mesmo sabendo que as informações do Mediapart nas quais se baseou haviam sido desmentidas pelo próprio Mediapart?
Aqui também matéria relacionando esses fatos.
Finalmente, uma última matéria, a falsa afirmação de que o músico britânico Roger Waters, fundador do Pink Floyd, estaria envolvido em um esquema de corrupção do PT. Também temos aqui matéria relacionada com esses fatos e que foram desmentidos exatamente por empresas de checagem.
Gostaria, portanto, de passar às perguntas.
Há alguma questão? (Pausa.)
Alguém falou aí ao lado.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Eu tenho uma questão de ordem.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Eu ainda não terminei, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A Relatora ainda está com a palavra, Deputado.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Eu apenas arrolei...
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Desculpe-me. Estou ansioso...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - É. A ansiedade de V. Exa. é sempre bem-vinda.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA. Fora do microfone.) - V. Exa. vai fazer as perguntas ainda.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Vou fazer as perguntas agora.
1 - Em sua opinião, o que leva o site Terça Livre a publicar um volume tão grande de informações inverídicas? Qual é a posição que o senhor defende frente à checagem desses fatos como informações inverídicas?
2 - O senhor foi recentemente condenado em processo que tramita no Tribunal de Justiça de São Paulo a conceder direito de resposta ao Instituto Alana, organização sem fins lucrativos que promove o direito e o desenvolvimento integral da criança. Essa condenação ocorreu porque o senhor, em 12 e 29 de setembro de 2017, publicou notícias consideradas falsas, ofensivas e caluniosas, além de xingamentos contra o instituto, seus fundadores e membros. O senhor poderia relatar a esta CPMI os conteúdos ofensivos que integravam tais vídeos? Poderia nos explicar com base em que informações elaborou seus pronunciamentos?
3 - Ainda em relação a essa condenação. O Tribunal de Justiça de São Paulo, em sua sentença, afirma que o senhor utilizou dizeres chulos e resvalou para a zona proibida da calúnia, da difamação ou injúria. Essa descrição feita pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em muito lembra a definição da prática do assassinato de reputação, que se utiliza largamente de notícias inverídicas para o atingimento dos seus fins. Nesse caso, qual era o objetivo do senhor? Era difamar o Instituto Alana? Por que o senhor adotou essa postura?
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Sr. Presidente, eu vou fazer essas primeiras três perguntas. Após a resposta dele, eu continuarei com mais perguntas.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k., Deputada.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, o Deputado Felipe, que solicitou primeiro.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Para questão de ordem.) - Sr. Presidente, é uma questão de ordem. Quando a Relatora falava no início, eu fiz questão de falar fora dos microfones: quem fazia as denúncias? Daí foi colocado que essas denúncias foram postas através do requerimento de autoria do Deputado Rui Falcão, e aprovado esse requerimento por esta Comissão. A Relatora disse nesse momento que tinha vários processos. No atual presente da fala dela... No atual momento, ela só disse sobre um processo.
Então, é importante deixar claro que parcela dessas denúncias que foram colocadas pela eminente Relatora Lídice da Mata foi trazida pelo Deputado Rui Falcão.
Só para deixar isso registrado.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Presidente, só para...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, essa era sua questão de ordem? O depoente está aqui ao nosso lado, e eu tenho certeza de que ele tem total capacidade de responder a todos os questionamentos de qualquer Sr. Deputado ou Sra. Deputada.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Sr. Presidente, só uma contradita aqui...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Questão de ordem, Deputado Marco Feliciano.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Além disso, Sr. Presidente, eu afirmei que não terminei ainda. Apenas falei sobre um processo...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - No primeiro tempo das perguntas, a Relatora tem total liberdade e o tempo que ela bem desejar.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Pela ordem.) - Sr. Presidente, momentos antes de eu chegar aqui, eu fui citado pelo nobre Senador Humberto Costa e eu gostaria de saber se V. Exa. me concederia oportunidade de poder me defender aqui.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - V. Exa. já está com a palavra.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Posso?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Foi citado... A quem é citado aqui por qualquer colega vou dar a palavra.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Para explicação pessoal.) - Muito obrigado.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, amigos que aqui estão, a fala do Deputado Humberto Costa se deu por conta de uma desavença entre este Deputado e um outro Senador, que é o Senador Randolfe, que infelizmente não se encontra aqui...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Acabou? Onde está? (Pausa.)
Tudo bom, Senador?
O Senador Randolfe protocolou um requerimento, se não me falha a memória, pedindo uma oitiva minha aqui na CPI.
Eu não sei como vou poder ajudar aqui na CPI, porque eu nunca espalhei fake news nem notícia falsa. Contudo, com respeito ao senhor e ao colegiado, eu me coloco à disposição para ser ouvido pelos colegas quando desejarem me ouvir, porque quem não deve nada teme.
Mas o que me espanta, Sr. Presidente, Srs. Deputados, é que o Senador Randolfe protocolou isso apenas uns dias depois de eu ter discutido com ele nas redes. Ou seja, ele protocola isso um dia depois que eu discuto com ele nas redes, e, pior, ao fazer requerimento ele não colocou que esse foi o motivo.
Vejam bem, Sr. Presidente e caros colegas, o Senador Randolfe simplesmente quer instrumentalizar esta Comissão, instrumentalizar os colegadas, como meio de vingança pessoal contra mim, querendo me atingir. Então, isso é muito estranho. Deixo essa palavra aqui ao Senador Randolfe, que está ali atrás me ouvindo.
Ele se refere a um áudio, inclusive, que vazou; um áudio que eu mandei para um amigo meu lá do Estado do Amapá, que... Tudo começou por causa deste tuíte aqui. O Senador Randolfe tuíta dizendo que representará contra o Presidente Jair Bolsonaro por crime de obstrução à Justiça, e eu escrevi para ele: Esse crime não existe no Código Penal - no brasileiro, não; isso existe no código penal americano. Se ousar fazer, eu representarei contra ele na PGR por crime de comunicação falsa, por assim dizer.
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Em momento nenhum, eu atingi o Senador de maneira pessoal. Isso é sempre muito respeitoso. Não há nenhuma briga pessoal. Nós inclusive conversamos sempre quando estamos pelos corredores ou mesmo em Plenário.
Após isso, o Senador respondeu para mim de maneira ofensiva, como faz parte da esquerda. Todas as pessoas que se opõem a eles tentam humilhar, denegrir, destruir. E eu já estou acostumado com isso, porque eu sou do embate desde 2013.
Então, a meu ver, Sr. Presidente, no áudio que vazou, que é o motivo de tudo isso, eu estou fazendo política. Eu não incitei a ira, não incitei o ódio. Espancamento, na nossa linguagem, é para você pegar pesado com a pessoa, não é? E me questionaram: "Mas o senhor é pastor." Se quiserem falar com o pastor, vão à minha igreja. Lá na igreja, nós vamos falar o sermão sobre Cristo. Isto aqui é política. Desde que o mundo é mundo, arregimentam-se pessoas para lutar a sua causa. Foi apenas isso que eu fiz. Se eu quisesse cometer algum tipo de crime, eu teria comprado a militância, ou teria usado, como dizem aqui nesta Comissão, robôs. No áudio, eu pedi a um pastor amigo meu e disse: "Olhe, peça para que o nosso pessoal se contraponha na questão das ideias, um espancamento de ideias". E nada mais que isso.
Pois bem, para encerrar aqui esta pequena fala, Sr. Presidente, o que não é normal é que o Senador apresente requerimento claro com desvio de finalidade, pois ele não quer aqui elucidar com o requerimento, ele quer apenas que esta CPI, como meio de intimidação, atinja este Deputado que aqui está, que já se colocou à disposição, independentemente de qualquer coisa, está bom?
Inclusive, Presidente, eu estou protocolando este ofício aqui que está na minha mão - que devo entregar para o senhor daqui a pouco, assim que terminar minha fala - e, neste ofício que dirijo a V. Exa., eu oficializo que estou à disposição da CPMI e também estou solicitando o requerimento do Senador Randolfe, que seja remetido para as consultorias jurídicas da Câmara e do Senado, para um exame prévio de legalidade. Explico por quê. Como disse, no meu entender, o Senador Randolfe usou o requerimento com desvio de finalidade, atuando em causa própria em um processo administrativo, o que é vedado pela Lei 9.784, que proíbe isso no seu art. 18.
Talvez, por isso mesmo, o Senador Randolfe não tenha citado, no requerimento, que a briga dele era por conta de uma discussão nossa aqui, nas mídias sociais. A voz do povo está digitalizada, Sr. Presidente. Quando um Senador de esquerda tenta fazer isso, com esse tipo de intimidação, ele está dizendo que eu não posso pedir ao meu público, eu não posso pedir àqueles que pensam como eu se manifestarem? Ora!
Termino aqui, Sr. Presidente. Obrigado pela sua paciência.
Enfim, há uma clara violação do princípio constitucional da impessoalidade em um requerimento com claro desvio de finalidade. Para mim, o Senador Randolfe, nessa histeria de tentar me atingir a qualquer custo, cometeu ato de improbidade administrativa no desvio da finalidade. Talvez seja do Ministério Público isso investigar.
E para encerrar, mais ainda, Sr. Presidente, agora sobre fake news, o Senador entende bem. O Senador colocou um vídeo na internet, que teve uma repercussão internacional, acusando cinquenta garimpeiros, lá no Estado do Amapá, de terem matado o cacique de uma aldeia. Isso provocou um colapso internacional. O Presidente Jair Bolsonaro e o Governo Bolsonaro foram espancados literalmente por toda a esquerda, até que ele não contava com algo inusitado também: as aldeias indígenas, quando enterram um índio, não aceitam que se faça exumação de corpos; mas, por infelicidade, ou por sorte do destino, a aldeia autorizou a exumação do corpo do cacique e então foi averiguado que o cacique morreu afogado.
A fake news é dada por esse Senador. E esse Senador me acusa aqui de fake news. Não fiz fake news. Estou à disposição de V. Exa., estou à disposição aqui do Colegiado. Respeito esse Colegiado, mas não vão me intimidar.
E disse mais: se o Senador Randolfe continuar com essa história de atacar o Presidente Jair Bolsonaro usando mecanismos estranhos, vou, sim, contra ele na PGR protocolar, porque esse tipo de ação não é aceito aqui nesta Casa.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Rui Falcão, que foi citado.
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O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela ordem.) - Sr. Presidente, art. 14...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Depois, o Senador Randolfe Rodrigues, que foi citado.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Pela ordem.) - Não, eu não quero tomar mais tempo aqui, há uma tentativa de esvaziamento. Eu não vou nem responder o Deputado Filipe Martins, que não me citou ofensivamente - Filipe Barros.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - É que as ligações são tão próximas que a gente acaba se confundindo. Tudo junto. Mas não foi uma citação ofensiva, então, eu falarei na minha vez.
Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Senador Randolfe Rodrigues, que foi citado pelo Deputado Marcos Feliciano.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para explicação pessoal.) - Várias vezes inclusive, Presidente.
Mas, enfim, Presidente, para julgamento da Comissão, o senhor me permita.
(Procede-se reprodução de mídia do celular.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente, espancar não pode ser uma linguagem, primeiro, cristã. Eu sou cristão. O Cristo que eu conheci ensinou a dar a outra face. O Cristo que eu conheci foi espancado, foi torturado e morreu sob espancamento.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Pela ordem.) - E usou inclusive o chicote, quando foi preciso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Senador Randolfe.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para explicação pessoal.) - Então, o Cristo que eu conheci ensinou a linguagem do amor, da paz. Então, não é uma linguagem cristã, não digo nem de alguém que se proclama emissário do Cristo. Eu digo que não é uma linguagem cristã.
Segundo, é isto que esta CPMI está discutindo: a linguagem do ódio, que também não pode ser uma linguagem da política. A política é a mais humana de todas as ciências e ela não foi construída para haver agressão de uns para com os outros. No debate político, um pedir a representação contra o Presidente da República, outro pedir representação ou divergir de um Senador da República ou de um Deputado Federal, o debate político entre Governo e oposição aqui, por mais duro que venha a ocorrer... As palavras duras fazem parte da política, as linguagens do linchamento, do espancamento... Linchamento, espancamento, dar uma lição? Essas são palavras utilizadas na criminalidade. São palavras que são utilizadas no dia a dia do crime. São criminosos que dizem: "Tem que dar uma lição naquele dali, tem que espancar aquele outro".
O Deputado fala de um fato sobre o qual ele não tem conhecimento. Ele poderia conhecer o povo Wajãpi lá do Amapá e saber as ameaças que eles estão sofrendo...
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Pela ordem.) - Conheço, já estive lá várias vezes, Senador.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - E ele não sabe que esse procedimento...
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Mais uma vez prometendo fake news aqui...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Por favor, Deputado.
O Senador não o interrompeu. Mantenho a palavra com ele.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para explicação pessoal.) - O Deputado está muito nervoso. Ele tem estado muito nervoso desde o último domingo. Então, vou pedir um pouco de tranquilidade para ele.
Mas, enfim, em relação ao povo Wajãpi, basta ir lá e saber das ameaças que eles estão sofrendo, que eles estão sofrendo principalmente nos tempos atuais. Mas não vou me reportar a isso. Eu vou me reportar que é objeto desta Comissão, Sr. Presidente, Sra. Relatora, também investigar as linguagens do ódio, porque as linguagens do ódio têm sido disseminadas nas redes sociais, têm sido propagandeadas para aniquilar adversários e para aniquilar todos aqueles que se oponham - e é o que esta CPI está investigando - a este Governo. Não só aniquilar adversários, aniquilar personalidades públicas, aniquilar aqueles que ousam, em algum momento, divergir - foi o que aconteceu, por exemplo, com o caso do Deputado Alexandre Frota -, enfim, aniquilar o divergente. Isso não é da democracia, isso não é da política, isso não é da política!
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Então, Presidente, esta CPMI também tem um objeto que é investigar a linguagem do ódio por uma razão: ela é contra democracia, ela é contra a política. Espancar o outro, agredir o outro, dar uma lição ao outro, essas não são palavras da política, essas não são palavras cristãs, essas são palavras que povoam o espaço da criminalidade. E só cabe ao Ministério Público, à Polícia e à Comissão Parlamentar de Inquérito investigar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k.
Srs. Parlamentares...
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Pela ordem.) - Sr. Presidente, quero falar como Vice-Líder do Governo.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - É o Regimento.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vou conceder a palavra a V. Exa.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela ordem.) - Presidente, permita-me, eu depois vou acabar pedindo como Líder da Rede.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu queria que os Srs. Parlamentares...
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Fique à vontade, é regimental.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu queria solicitar aos Srs. Parlamentares... O intuito nesta tarde desta reunião é ouvirmos aqui o Sr. Allan dos Santos. Ele já está até aqui reclamando que está demorando. Já tem uma hora e ele não foi ouvido em nada praticamente. Então, se for esse debate...
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - O Allan é gente boa.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - ... é melhor a reunião ser concluída e cada um vai para o Plenário da sua Casa, e chega lá para debater.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Pela ordem.) - Essa briga tem que ser resolvida em outro horário. Vamos aqui...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pois é. Vamos manter o foco.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela ordem.) - Presidente, permita-me uma proposta...
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Eu tenho outros compromissos...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu peço a compreensão dos senhores.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - ... uma proposta para conciliar, Presidente: vamos ouvir os depoentes, e, ao final, o senhor dá a palavra para quem quiser.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Pela ordem.) - Não, eu fiz o meu pedido, eu quero ser ouvido agora, porque eu tenho outros compromissos, Senador Randolfe.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É isso que eles querem.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - É regimental, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Na condição de Vice-Líder do Governo, porque o Líder não está presente, concedo a palavra ao Deputado Feliciano.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Pela Liderança.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito obrigado por o senhor ser um regimentalista ao pé da letra. É assim que funciona o Parlamento.
Sr. Presidente, a linguagem que eu usei é uma figura de linguagem, é uma metáfora. Só não entendem uma metáfora dois tipos de pessoas: ou um analfabeto funcional, que foi para escola e não aprendeu nada, ou seja, até aprendeu a ler, mas, quando lê, não entende o que lê; ou se usa de má-fé. Mas só pode usar de má-fé quem é uma múmia, só múmias usam de má-fé. E talvez a pessoa a quem eu enderecei essa palavra "múmia" saiba que crime de fato acontece quando o seu nome é dado na internet, por exemplo, ou por toda a imprensa, quando você recebe dinheiro da Odebrecht, e o seu nome aparece lá como "múmia".
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela ordem.) - Presidente, permita-me.
Isso não cabe, porque isso daí não existiu. Isso aí não existiu. Essa delação foi mais do que arquivada.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Sr. Presidente, eu estou falando., eu estou falando.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Senador Randolfe...
(Tumulto no recinto.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu darei a V. Exa. a direito de resposta...
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Mas eu não citei o nome de ninguém, Sr. Presidente. Eu falei "múmia". Há alguma múmia aqui dentro? Somente múmias podem pedir para se defender aqui.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Eu não gastei R$150 mil para mudar a arcada dentária.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - O senhor está vendo aí, Sr. Presidente?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Se é nesse nível...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Srs. Parlamentares, vamos ter calma, tranquilidade.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Daqui a pouco eu falo sobre isso.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O Parlamento quer tranquilidade e quer paz.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Pela Liderança.) - Mas vamos lá, vamos continuar a falar aqui.
Sr. Presidente, fake news é notícia falsa. Se o senhor pegar a rede de informação do nobre Senador que tanto falou de mim, o senhor vai ver inúmeras fake news ali. Eu citei a dos índios aqui. Ele falou, inclusive, que eu não conheço a questão dos índios. Pois bem, eu estive lá na aldeia, falei com pessoas da aldeia. As pessoas da aldeia me disseram que são usadas não uma, não duas, mas sempre como uma cortina de fumaça para trazer a atenção das mídias internacionais e sempre para atingir este Governo atual.
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É muito ruim, de fato, estarmos aqui, numa CPMI como esta, tratando de coisas que não fazem parte dela. Eu vejo pessoas sendo convocadas para falar de assuntos que, a meu ver, são desconexos. A CPMI acaba perdendo até a sua legitimidade.
Só para deixar aqui bem claro: eu não cometi crime algum em nenhum dos fatos aqui acusados... Inclusive, falaram aqui agora, Deputado Filipe, sobre dentes, que eu fiz um tratamento dentário. Fiz um tratamento como direito, direito adquirido por nós que somos Parlamentares. Inclusive, o Senador que me citou tem direito também. Se alguém vai dizer que é imoral, para mim, não é imoral; imoral é a população brasileira não ter condições de se tratar. Isso, sim, é imoral, mas, enquanto nós temos... Há pessoas aqui dentro, Senador, já que o senhor citou isso... Nós podíamos aqui fazer uma CPI sobre o plano dentário da Câmara. Há um Senador aqui que gastou R$1,2 milhão em conta de hospital. É um direito adquirido. Então, não vamos ser hipócritas e usar essas coisas. Eu estou falando de coisas sérias, estou falando de gente que se locupletou de dinheiro...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Conclua, Deputado.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Eu tenho cinco minutos, faltam três ainda minutos, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - É porque ele marcou o tempo errado aqui.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Não, marcou errado, não... Quem marcou errado?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Foi. Na hora em que V. Exa. começou a falar, eu solicitei para ele marcar e...
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Desculpe. Quanto tempo eu tenho ainda?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Fale, conclua.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Pela Liderança.) - Sr. Presidente, obrigado, muito obrigado.
Eu só quero dizer aqui, mais uma vez, que eu não tenho meu nome arrolado em nenhum tipo de processo por desvio público, Deputado Eduardo Bolsonaro. Meus posicionamentos são posicionamentos políticos. Eu não tenho nada pessoal contra o Senador nem contra nenhum Parlamentar aqui. Como eu disse, são posicionamentos políticos.
O que não pode ser feito é se instrumentalizar esta CPMI para atingir um companheiro, só porque a pessoa foi... Ela perdeu o jogo. Ao perder um jogo político, usa esse tipo de instrumento para poder intimidar a gente. Isso não vai acontecer. Não vou aceitar esse tipo de intimidação.
Estou aqui, como eu disse, à disposição. Caso V. Exa., Presidente, resolva me convocar para cá, eu estarei à disposição. Todavia, espero que o senhor atente aí para a carta que eu lhe enviei para que seja analisado dentro dos parâmetros jurídicos.
À Senadora Lídice da Mata, meus parabéns por ser tão coerente e tranquila como Relatora desta CPMI.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Presidente...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu quero esclarecer ao Deputado Marco Feliciano que esta Presidência não convoca ninguém. Eu coloco para votar, e o Plenário da Comissão é que decide.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Sr. Presidente, eu gostaria que a...
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Muito bem. Uma vez sendo convocado, o Colégio assim aceitando, estarei aqui.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, Deputado Frota.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente, pela Liderança...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Pela ordem.) - Eu gostaria que a Relatora falasse novamente, porque agora já houve tudo...
(Soa a campainha.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Fora do microfone.) - Presidente, pela Liderança...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela Liderança da Rede, Senador Randolfe Rodrigues.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela Liderança.) - Presidente, em um minuto, falarei, é bem breve.
É só para deixar bem claro: é má-fé, no mínimo, isso! Eu não respondo a um processo! Um! Ao contrário de outros! Não respondo a um! O dito agressor esqueceu-se de um detalhe simples: o Ministério Público Federal e a Procuradoria-Geral da República, em ato contínuo, arquivou uma falsa delação que tinha ocorrido nesse sentido. Isso é fake news! Isso é notícia falsa! Agora, gastar R$150 mil para colocar dente de diamante não é notícia falsa, não!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu solicito à nossa Relatora que...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Que repita as perguntas, por gentileza.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - ... faça as perguntas novamente, porque o nosso depoente aqui já está preocupado e com razão... É tanto assunto que ele termina...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Pela ordem.) - A senhora poderia repetir, por gentileza?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Vou repetir, Sr. Presidente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - E começar agora.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Vou voltar.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Inclusive, eu tinha oferecido ao Marco Feliciano uma permuta, para não ter esse problema...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra a Relatora, Deputada Lídice da Mata.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, eu vou retornar...
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O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - De fato, o senhor ofereceu quando já havia sido feito...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - ... à citação de notícias que foram consideradas...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada, só um instantinho. Eu gostaria que V. Exa., em vez de fazer três perguntas, fizesse uma e o depoente respondesse. Depois, faça outra, porque talvez o confunda.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - É isso aí.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Melhor.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Querem que eu retorne às notícias falsas?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Por favor.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Não. Só às perguntas.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Rapidamente. A falsa venda de reserva indígena para uma empresa irlandesa...
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Não, aqui não é uma pergunta. Eu estou citando. A falsa ligação de uma quadrilha na Bahia a Fernando Haddad; a falsa notícia de que o jornalista Glenn havia sofrido um enfarto por consumo excessivo de cocaína; a falsa notícia de que pedófilos estavam pedindo para serem aceitos por comunidades LGBT; a atribuição de declarações falsas à repórter Constança Rezende; a falsa afirmação de que o músico britânico Roger Waters, fundador do Pink Floyd, estaria envolvido em um esquema de corrupção do PT.
Perguntas: em sua opinião, como o senhor vê o site Terça Livre? Qual é a motivação do site Terça Livre em publicar um volume tão grande de informações checadas e consideradas inverídicas?
Dois...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deixe-o responder primeiro.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Pois não. Está bem.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Boa tarde a todos os Srs. Deputados. Obrigado pela oportunidade de vir aqui esclarecer esses inúmeros ataques de notícias falsas feitas por empresas milionárias, que têm um volume e um alcance maior do que o meu.
Por exemplo, só sobre a questão das terras indígenas, primeiro que é uma decisão judicial. Está aqui no site do Estadão. Nós temos uma decisão judicial que foi noticiada. Se a checagem de fatos não percebeu que é uma decisão judicial, creio eu que não cabe a mim ter aqui um debate se as checagens de fatos são boas ou não, se são competentes ou não.
A senhora falou também - foram tantas que a senhora citou - de falsa ligação de quadrilha com Haddad. Pois bem, todos nós sabemos da crise intelectual que o Brasil vive hoje. A incapacidade das pessoas de ler e escrever é muito grande. O índice de analfabetismo funcional é elevadíssimo.
Eu perguntaria aos senhores sobre, por exemplo, esta matéria aqui do Catraca Livre, que diz "Dimenstein: carta da prisão mostra farsa de facada de Bolsonaro". É óbvio que quem sabe ler e escrever entende que não é o Dimenstein que está dizendo que a facada foi falsa. Ele está dizendo que foi uma carta que diz isso. E o jornalista tem a prerrogativa de poder noticiar isso aqui. Eu quero que o Dimenstein tenha a liberdade para publicar isso aqui. Só que não querem me dar a liberdade de publicar a opinião de outras pessoas. Se alguém quiser tratar da carta que o Dimenstein utilizou, que use o foro próprio para isso, competente para questionar o Dimenstein se a carta realmente prova ou não se facada que Jair Messias Bolsonaro recebeu é falsa ou verdadeira.
Só que nós estamos imersos num lamaçal de deserto de ideias de pessoas que não sabem ler nem escrever, e, quando nós noticiamos alguma coisa que alguém disse, querem atribuir isso ao portal. E isso é matar a imprensa.
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O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Pela ordem, Presidente.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu posso continuar?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Pela ordem.) - Pela ordem.
Com todo o respeito, Deputada Lídice da Mata - a senhora é Relatora -, ele não está respondendo a sua pergunta, ele está tergiversando.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Deixe-o concluir...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Ele não está respondendo.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Presidente... Presidente...
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Aí não dá, Presidente. Deixa-o terminar de falar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O depoente está fazendo um arrazoado para responder à pergunta dele. Isso é um direito que se dá a ele. Então, não vamos aqui colocar cabelo em casca de ovo.
Prossiga, Sr. Allan.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Fora do microfone.) - Muito bem, Presidente.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Pela ordem.) - Ele pode responder sim ou não. Ele pode exatamente dar o contexto e fazer o raciocínio. Eu peço que seja respeitado o depoente aqui.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Muito obrigado.
Ademais, eu estou aqui com a minha advogada exatamente para poder salvaguardar todas as prerrogativas constitucionais a que tenho direito.
Bem, sobre a questão do Glenn Greenwald que diz aí na matéria, todo jornalista tem a prerrogativa constitucional de sigilo de fonte e, como o Glenn Greenwald não está aqui para me perguntar ou não quis procurar em juízo para poder me processar sobre isso, creio que aqui não é o ambiente e nem o local próprio para responder a essa pergunta. Eu, como jornalista, noticiei o que minha fonte me disse. Se o Glenn Greenwald acha que há alguma mentira, então ele que use, não é, Sr. Rui Falcão? Acho que o senhor vai concordar comigo...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Eu não concordo com você.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Deixem-no falar.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, eu não posso usar da Constituição? O senhor concorda que eu não posso usar da Constituição?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Fora do microfone.) - Não para mentir, Presidente.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Deixem-no falar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A palavra está mantida com o depoente, Sr. Allan.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Fora do microfone.) - O Rui está muito nervoso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Estou não.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Muito bem.
Bem, o único que tem legitimidade a requerer esclarecimentos, inclusive em juízo, que tem tutela jurisdicional para isso, que pode ir a juízo, não o fez com relação à matéria de Glenn Greenwald.
Com relação a pedófilos estarem sendo aceitos na comunidade LGBT, cabe lembrar que para a comunidade LGBT não há um CNPJ, um CPF ou seja lá o que for; é um grupo, um grupo, assim como pessoas podem se dizer de esquerda, pessoas podem se dizer de direita. Há um debate se um grupo representa ou não aquela ideia. E há, sim, provas contundentes de grupos LGBT que, sim, querem aprovar a pedofilia. Isso está vastamente documentado não apenas no Brasil como no mundo.
O caso da Constança Rezende. Antes da Constança Rezende, o caso do Roger Waters é a mesma coisa. Ele é o único legítimo requerente, o único legítimo a requerer esclarecimento em juízo - em juízo - em relação à matéria.
No caso da Constança Rezende - repito -, é o problema de analfabetismo funcional presente hoje no Brasil. Eu tenho aqui comigo fé pública e não opinião subjetiva. Isso aqui é uma ata notarial, tanto da tradução como da transcrição juramentada das matérias tanto do blogueiro francês como do site americano. A única coisa que a minha jornalista Fernanda Sales fez foi publicar a matéria do blogueiro francês e a matéria do site americano. Cabe lembrar que foi citado que o Mediapart falou que a matéria era falsa. Bem, o Mediapart é uma plataforma, seria como se o Facebook quisesse responder sobre uma matéria publicada por alguém. É impossível que uma plataforma venha a dizer... É a opinião do dono da plataforma. Ele tem essa liberdade, ele tem essa prerrogativa constitucional, tanto na França como no Brasil, de dizer que ele concorda ou discorda de alguma matéria.
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Então, a Constança Rezende - repito, Constança Rezende - também é a única pessoa que tem a legitimidade para requerer qualquer explicação em douto juízo - há um juízo próprio para isso -, porque não há tribunal de exceção. Cabe lembrar isto aqui: não há um tribunal de exceção. No caso da Constança Rezende, que é este aqui, e no caso do Alana, cabe lembrar que a senhora citou um processo, ou melhor, no caso, a senhora não... Citou o Aos Fatos, Sra. Deputada? Quem foi que falou?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Aos Fatos...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ah, Aos Fatos!
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Aos Fatos. O senhor foi recentemente condenado em processo que tramita no Tribunal de Justiça...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Isso.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - ... de São Paulo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Isso! Então, o Aos Fatos citou um único processo que foi o de direito de resposta. Direito de resposta não é nenhuma condenação de fake news. Todos os outros processos eu venci, tanto o do instituto Alana, como o da associada do instituto Alana! Eu venci na esfera criminal, eu venci na esfera cível. A única coisa que ela ganhou foi o direito de resposta.
Vejam: estão querendo transformar... A empresa Aos Fatos está querendo fazer o seguinte: "Já que o Allan dos Santos foi condenado a dar direito de resposta, vamos omitir que o Allan dos Santos venceu na esfera criminal e na cível sobre todas as prerrogativas que a Aos Fatos está publicando". Isso é fake news dentro de uma Comissão que investiga fake news. Então, a Aos Fatos tem de ser chamada aqui para dar esclarecimentos, e não eu! Não sou eu que tenho de dar esclarecimentos, mas a Aos Fatos, a empresa a que foi dada credibilidade por esta CPMI. Ela enganou os senhores, omitindo um número três ou quatro vezes maior de processos, porque eu venci duas ações, três ações, quatro ações, e ela citou uma! É triste ver que a Aos Fatos está enganando os senhores no intuito de querer vencer essa terrível ação que existe no mundo hoje de notícias falsas, sobretudo de empresas bilionárias que têm o poder de disseminar essas notícias falsas contra um site pequeno como o meu.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - O senhor...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A última pergunta foi...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Não, ainda não fiz a última pergunta.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, a do Haddad, as matérias do Haddad.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Não, eu não perguntei, eu citei.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, sim! No caso, é essa matéria do Haddad. Na matéria do Haddad, da quadrilha ligada à Bahia, também foi a mesma situação dessa do Dimenstein. O jornalista precisa divulgar! Quem tem que responder sobre isso é quem está dando a informação. Se o jornalista tiver, toda hora, de quebrar o sigilo de fonte, como nós vamos balancear a democracia, senhores? Imagine que, só numa ditadura, é que, realmente, o jornalismo não pode ser exercido para haver checks and balances. O jornalismo precisa ser livre para poder emitir suas opiniões! E, se houver algum problema, que seja procurado no juízo competente, como aconteceu no caso da Campos Mello. A Campos Mello afirmou peremptoriamente que as empresas que usaram WhatsApp estavam absolutamente ligadas ao candidato à Presidência Jair Messias Bolsonaro e que aquilo era ilegal. Ela afirmou isso peremptoriamente. Foi uma opinião da Campos Mello, e não uma matéria jornalística. E, mesmo assim, o Presidente Bolsonaro foi absolvido. E isso não é fake news?
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A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Presidente...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Vejam: estão querendo calar a liberdade de expressão dos jornalistas. E essas empresas, como a Aos Fatos, estão fazendo isso, senhores.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, eu quero insistir.
O senhor afirmou que foi condenado a...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Direito de resposta.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - ... direito de resposta por causa da matéria "Quadrilha detida sacando 68 milhões para Haddad", publicada no Terça Livre.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A senhora pode ler a matéria ou não?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Não, eu apenas recebi aqui.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - É que só o título...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Mas, independentemente disso, quero voltar, por favor...
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Isso não pode, Sr. Presidente. Isso coloca em xeque o depoimento do convidado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu gostaria que o Deputado Rui, no seu momento, lesse as matérias, para não atrapalhar a Deputada Lídice da Mata.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Sr. Presidente, pela ordem.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Eu gostaria de voltar a perguntar ao senhor. O senhor reconhece que foi condenado ao direito de resposta por xingamento...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não foi por xingamento.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Publicou inverdades ofensivas, caluniosas...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, não, não! Desculpe, Sra. Deputada!
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Conteúdos ofensivos que integravam os vídeos que V. Sa...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Permita-me, Deputada...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Pois não.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Lembre-se... Aqui cabe lembrar o seguinte: a única condenação é de direito de resposta.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Direito de resposta a alguém que foi ofendido...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, tudo bem.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - ... e que se sente no direito de pedir a resposta.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Pelo que eu entendo da lei...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Mas o objeto não era...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Pela ordem.) - O objeto desta CPMI...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Espere aí! Espere aí! Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A Relatora está fazendo um bate-bola com o depoente!
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, quem está falando é a Relatora!
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Sim, mas...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Eu, como Relatora...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mantenho a palavra com a Relatora.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Tem que deixar a Relatora falar! Tem que deixar a Relatora falar!
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Como Relatora, tenho que ter a liberdade de questionar. Se a senhora não consegue entender isso...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Fora do microfone.) - Não faz parte do escopo...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Não estou fugindo de escopo nenhum...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Sr. Presidente...
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Não estou fugindo de escopo nenhum!
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Sr. Presidente, Sr. Presidente...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Vai começar a querer ganhar no grito!
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - O pessoal está querendo ganhar no grito, Sr. Presidente.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A palavra está mantida com a Sra. Relatora, a Deputada Lídice da Mata.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Assim não é possível!
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, vou continuar perguntando.
Esse foi o primeiro processo, o processo de solicitação de direito de resposta a alguém que, portanto, sentiu a necessidade de dar uma resposta por aquilo não corresponder à verdade.
Segundo, no processo do Delegado Rodrigo Morais, o senhor foi recentemente condenado a retirar matéria do seu site e a pagar indenização, a título de danos morais, ao Sr. Rodrigo Morais Fernandes, Delegado da Polícia Federal. A matéria tinha como título: "Bomba! Delegado do inquérito de Adélio trabalhou para o Governo do PT". Segundo decisão judicial, a matéria veiculada apresenta mais que um relato dos fatos, contendo sensacionalismo e juízo de valor. A decisão também afirma que a matéria tem cunho pejorativo e sensacionalista acerca da atuação profissional do servidor público.
O senhor concorda com a condenação que lhe foi imposta pelo Juiz Marcelo Pereira da Silva? Concorda que houve essa condenação?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Posso responder?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - É claro que pode responder!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o depoente.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Acho que a gente pode ficar com os ânimos mais acalmados, não é? Não precisa...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, essa história de toda vez que uma mulher fala...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Agora, eu posso falar ou não?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Espere aí! Quem está falando sou eu! Eu sou a Relatora.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Desculpe! Então, está bom, a senhora fala novamente.
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A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Pela ordem.) - Sr. Presidente, convocado vir aqui para dizer como os ânimos têm que estar é um pouco complicado, não é? Vamos combinar que assim não dá.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Calma, gente! Calma! Calma!
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Eu não aceito. Eu tenho muitos anos de vida pública.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não foi sobre a senhora que eu falei.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Calma!
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu não falei para a senhora. Eu falei para todo mundo.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra a Relatora.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Eu tenho muitos anos de vida pública e conheço bastante o Regimento da Casa para não permitir esse tipo de comentário.
Portanto, eu quero que o depoente me responda com o respeito devido, de forma também respeitosa ao Plenário, que é assim que é a condução nesta Comissão. Então, eu peço apenas que me responda se concorda que houve uma condenação imposta pelo Juiz Marcelo Pereira da Silva.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sra. Deputada, em primeiro lugar, o intuito não é ofender uma pessoa. Eu só estava querendo dizer que os ânimos estavam exaltados na Comissão, não com relação à senhora.
Em segundo lugar, a matéria não é minha. Está na minha empresa, está no meu portal. A matéria não é do Allan dos Santos, mas da empresa Terça Livre.
Em terceiro lugar, eu estou recorrendo dessa decisão pelo simples fato de não concordar. Se eu recorro da decisão, é porque eu não concordo.
Terceiro, o meu jornalista disse que o delegado... Esse aí é o delegado que investigou o caso do Adélio Bispo. Esse delegado que venceu em primeira instância trabalhou na gestão do PT, do Pimentel, em Minas Gerais. O único erro do meu jornalista foi não ter dito que era na gestão do PT. Ele disse "trabalhou para o PT". É uma maneira de se comunicar. Se, no caso, o delegado se sente ofendido, ele tem todo o direito de ir à Justiça. Agora, se nós formos aqui tratar de decisões judiciais, creio eu que esta CPMI não está voltada para esse mérito. Nós estamos aqui para discutir notícias falsas. Se o delegado trabalhou na gestão do PT, e nós noticiamos que ele trabalhou para o PT, no caso, indicando que ele trabalhou na gestão do PT, isso não é uma notícia falsa.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra a Relatora para a próxima pergunta.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, quem determina o que é afeito a essa investigação somos nós, não o depoente. O depoente apenas responde ao que lhe foi perguntado. Ele não tem que fazer um juízo de valor sobre esta CPMI. Sr. Deputado, por mais que o senhor deseje... O senhor pode, ele não.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Questão de ordem. Questão de ordem, Presidente.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Aqui não se trata de liberdade de expressão.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra a Deputada Lídice da Mata.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Pela ordem.) - Sr. Presidente, estão atrapalhando a Relatora. Eu quero falar faz tempo, estou na minha aqui, mas tem gente que não para de falar.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Eu não vou aceitar debate com os Srs. Deputados. Eu não vou aceitar debate com os Srs. Deputados. Faz parte da investigação que conduzo como Relatora.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Para questão de ordem.) - Questão de ordem.
O art. 5º da Constituição garante o direito à ampla defesa.
Questão de ordem, Presidente.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Quero perguntar...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Questão de ordem, Presidente.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Fora do microfone.) - Sr. Presidente... Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu gostaria, Deputada...
Questão de ordem para V. Exa.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Para questão de ordem.) - O art. 5º da Constituição garante a todo depoente tanto ficar calado quanto o direito à ampla defesa.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Ele pode ficar calado.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Para questão de ordem.) - Ele não pode sofrer limitação na resposta dele de dizer que ele não pode dizer em sua defesa que o que ele fez não é objeto desta CPMI. Então, quando ele afirma que foi condenado, mas não por notícia falsa, essa condenação foge ao escopo desta CPMI. Retirar-lhe o direito de afirmar isso em sua própria defesa é violar o direito à ampla defesa, com o que eu não posso concordar. Daí porque, na questão de ordem.
Solicito à nobre Relatora que respeite o direito do depoente à ampla defesa.
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra a Relatora.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Quero dizer à nobre Deputada que o que ela fez foi uma defesa do depoente. E essa defesa não cabe por uma simples razão: do que reclamei? Foi do que ele falou. Nós estamos aqui para investigar. Ele não está aqui para investigar; ele está sendo investigado. Há uma diferença básica na sua resposta. E nós, como investigadores, esta CPMI é que vai analisar se a resposta que ele deu corresponde ou não. Eu posso achar que ele tem responsabilidade por ser o dono do meio de comunicação que foi condenado por uma notícia falsa, ainda que possa recorrer. Isso pode constar e deve constar no meu relatório, como uma possibilidade de criação de uma notícia falsa que é distribuída de alguma forma. Cabe a mim, como Relatora, concluir isso ou não no relatório que V. Exas. vão ter a condição de apreciar ao final do nosso trabalho.
Portanto, trata-se de uma precipitação e uma necessidade de defesa que não têm nenhum sentido, porque ele tem o acompanhamento de uma advogada nesta sala que pode lhe apresentar uma defesa se considerar que houve algum rompimento de respeito àquilo que a lei permite.
Mas eu preciso continuar, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Prossiga, Deputada.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - E tenho o direito a fazer algumas outras perguntas, e perguntas que dizem respeito ao site, já que o site de sua propriedade está sendo acusado de divulgar uma notícia falsa ou outras notícias falsas.
O senhor... As receitas obtidas pelas pessoas jurídicas das quais o senhor é proprietário ou sócio foram devidamente declaradas à Receita Federal?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - O senhor, portanto, entregaria, se necessário, se fosse julgado necessário por esta CPMI - e isso eu perguntarei a diversos, não apenas ao senhor, para que não se transforme em algo que tenha a compreensão de que tenha qualquer caráter de pessoalidade -, o senhor entregaria o seu sigilo bancário e fiscal a esta CPMI para que pudesse ser aferida a regularidade fiscal das receitas obtidas por V. Sa. e por suas empresas?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Olha, minha advogada está me lembrando aqui que não é o objetivo da CPMI investigar a regularidade fiscal da minha empresa. Entretanto, porém, todavia, contudo, trago aqui aos senhores com toda a liberdade e alegria, sendo bem sincero para a senhora. Eu tenho orgulho de dizer que sou dono do maior portal conservador de notícias da América Latina e não recebo um centavo do Governo.
Aqui está o boleto da minha residência em meu nome. Aqui está a receita da minha empresa com todos os detalhes, que vocês podem olhar depois; a evolução da empresa, o crescimento da nossa empresa. Aqui está o boleto - e mais adiante eu vou mostrar o comprovante de pagamento - da minha casa, que eu aluguei, na qual funciona a residência e a empresa, porque é uma empresa pequena, então, não tenho como manter dois imóveis aqui, com o tamanho da empresa que nós temos, afinal de contas a gente não recebe dinheiro da Secom ou de ninguém. Então, tenho uma casa, onde moram dois funcionários comigo, que custa - a mansão, no valor que está aqui - R$6.600. E aqui também, como dito já anteriormente, isso é um extrato do meu cartão de crédito. Olha aqui, Frota, que legal. Isso aqui é o extrato do meu cartão de crédito, da Localiza, constando o pagamento do carro de luxo, como o nobre Deputado disse, que é o Corolla. Inclusive - não é nenhum deboche -, eu peço até ao Salim Mattar para me dar um desconto, porque ele já trabalha no Governo, eu defendo o Governo... Gostaria, sim, mesmo de ganhar um desconto, porque é um preço caro. Então, eu pago isso aqui. E aqui está o comprovante de pagamento da mansão de R$6.600 em Brasília, em meu nome.
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E, além disso, aqui há um relatório, que é feito tanto por voluntários quanto pela minha empresa contábil, a empresa que cuida da minha contabilidade, que mostra todos os produtos da minha empresa, todo o crescimento da minha empresa, a receita. E aqui eu não tenho nenhum problema, mesmo que não seja objeto da CMPI uma investigação fiscal. Aqui nós estamos para tratar... Eu só estou relembrando que não estamos aqui para tratar de um problema fiscal da minha empresa, mas de notícias falsas. Entretanto, estou aqui trazendo aos senhores todo o crescimento da minha empresa, que simplesmente conta com a verdade dos fatos e com a força das pessoas que me apoiam e que podem, inclusive, acessar e assinar os meus produtos em revistatercalivre.com.br, assim como cursos.tercalivre.com.br. (Palmas.)
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, eu...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Relatora... Sr. Allan - gente, vamos ter um pouquinho de calma -, V. Sa. afirma que não recebeu nenhum recurso público para manutenção do seu site.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Então, V. Exa. autoriza a quebra do seu sigilo bancário, fiscal e telefônico, seu e de sua empresa?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Sra. Secretária, é para constar isso em ata.
Volto a palavra à Relatora, Lídice da Mata.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Só para esclarecer, Sr. Presidente, a investigação da CPMI não é apenas se uma notícia é falsa ou não é falsa. O que se pretende é identificar os criadores de notícias falsas, os distribuidores de notícias falsas, como elas se dão, e os financiadores desse processo, que é um processo industrializado. Então, em nenhum momento, eu deixarei de fazer essa pergunta a qualquer um dos outros investigados que aqui vierem, assim como repetirei a pergunta a respeito do sigilo bancário. Não há nada de pessoal nessa pergunta, nem sequer o conhecia; portanto, não tenho nenhuma simpatia ou antipatia. O que faço é a minha tarefa de pergunta
Portanto, os que eventualmente se entusiasmam com essa possibilidade de estarem achando que a Relatora tem alguma posição pessoal, podem desarmar suas armaduras, porque não se trata aqui disso. Eu vou perguntar a todos que se sentarem aqui aquilo que considero que seja fundamental para alcançar o objetivo desta CPMI, que é identificar os produtores, grupos, pessoas ou empresas, de notícias falsas; os distribuidores, grupos, pessoas ou empresas; e os financiadores, grupos, pessoas ou empresas. É para isso que esta CPMI existe.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Sra. Relatora...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Está encerrada essa primeira fase das minhas perguntas.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Passo a palavra ao depoente, Sr. Allan.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu só gostaria de ter resguardado o meu direito constitucional de que quem acusa tem o ônus da prova. O site da transparência, graças, sobretudo, ao avanço do Governo Bolsonaro no âmbito digital, tem uma facilidade enorme de acesso. Eu acho que qualquer pessoa pode procurar o CNPJ da minha empresa, que está aqui, o meu nome... Inclusive, o CNPJ da empresa está na Receita Federal. Eu pago, inclusive, tantos impostos, Sra. Deputada, que eu pago até imposto sobre doação. O Brasil tem tanto imposto, que eu pago até imposto sobre doação. Então é fácil...
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A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora. Fora do microfone.) - O senhor e qualquer cidadão.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Posso só concluir, senhora? Desculpe.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mantenho a palavra com o depoente.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, assim, eu quero que se apresente o ônus da prova para quebra de sigilo, porque... Querem me acusar sem nenhuma prova?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Presidente, foi perguntado, e V. Exa. disse que "sim".
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Fora do microfone.) - Vamos seguir, que vai chegar lá.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Senhor depoente, Sr. Allan, eu eu fiz a pergunta a V. Sa. numa tranquilidade... Entendeu? E a CPMI...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu não tenho nenhum problema.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Retomo a palavra...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu só gostaria de que quem acusasse tivesse o ônus da prova.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A Senadora tem mais alguma pergunta? Podemos passar para o Plenário?
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Nesta primeira fase, não.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Então, passo agora para o Senador Alessandro Vieira. (Pausa.)
Ausente.
Passo agora para o Deputado Rui Falcão, autor do requerimento de convocação do Sr. Allan.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sra. Relatora, Srs. Deputados e Deputadas, Srs. Senadores e Senadoras, senhor depoente, Allan dos Santos...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pois não, Deputado.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor sabe que está aqui na condição de investigado, não é?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, senhor.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Eu vou fazer uma série de perguntas. Diferentemente do estágio anterior, o senhor disse que é jornalista, eu vou fazer sob a forma de pingue-pongue. Tudo bem?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, senhor.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor é jornalista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Tem diploma?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Precisa? O Lula, graças a Deus...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Só perguntei se tinha.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Porque o Lula me favoreceu bastante. Eu tenho muito a agradecê-lo, inclusive.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Responda o que foi perguntado. O senhor não tem diploma.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Mas eu estou respondendo o senhor - eu estou respondendo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O senhor não tem.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu estou respondendo.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O seu pingue-pongue está até interessante e rápido.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - É que ele não está obedecendo o pingue-pongue.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Rui Falcão.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Quem são os seus principais clientes?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Meus principais clientes? Então, são pessoas que assinam...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não. Os nomes das empresas ou das pessoas físicas.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, empresa não tem nenhuma.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Pessoa física?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, a lista é grande, porque eu tenho 628 mil...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor pode fornecer, então, a lista à CPMI, por favor. Não agora.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não tem como saber.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor não tem a lista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Quando quebrar? Não, mas nem no sigilo o senhor vai ter isso, porque, no YouTube, o senhor tem que ingressar com uma ação para o YouTube e pedir que o YouTube quebre o sigilo das pessoas.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Está bom, mas o senhor não fornece. Precisa entrar no YouTube.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, não é que eu não forneço; é que são 628 mil pessoas.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Isso.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu não sei quem vai ali e doa.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - O Deputado precisa conhecer modelos de negócios, que mudaram, as coisas mudaram. Existem novos modelos de negócios, o.k.? Só para o senhor ficar ciente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Segundo a informação do depoente, Deputado Rui, são seguidores.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Eu estou sendo interrompido aqui, Presidente.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - O senhor estava fazendo uma pergunta, e eu o estou ajudando.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Mas eu não preciso da sua ajuda.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Não ponha o dedo na minha cara! Não ponha o dedo na minha cara!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Srs. Deputados, queiram manter a calma.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Não ponha o dedo na minha cara!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter a calma.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - O senhor já tem idade.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter a calma.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - O senhor já tem idade, me respeite!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter a calma.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - É só não botar o dedo na minha cara.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter a calma.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Aqui, Presidente, ninguém tem medo de ninguém.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - O senhor pode ter certeza disso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Ninguém vai ganhar no grito aqui. O cara senta nas minhas costas e começa a me interromper.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Era o único lugar que tinha.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Rui.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Eu vou te ignorar a partir de agora.
A sua empresa foi contratada por algum gabinete parlamentar?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
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O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor disse que paga impostos sobre doações.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Quem são os doadores?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, são muitos.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Tem algum Parlamentar que faz doação.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, infelizmente.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Quais empresários fizeram doação?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Nenhum. Quer dizer, se a pessoa é empresária, eu não sei, Sr. Deputado.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, mas quantos doadores o senhor tem?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, é o que eu estou falando para o senhor: só no Apoia.se, são mais de 400, 500. Tem aqui no relatório. São várias pessoas. Eu uso várias...
O senhor me permite explicar um pouco só como funciona?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Pode explicar.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Muito bem, existe uma plataforma...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Doação - eu estou perguntando de doação.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Doação! Existe uma plataforma chamada Apoia.se. É "Apoia ponto se". No apoia.se/tercalivre, qualquer pessoa pode fazer doação. Eu não tenho como saber quem está fazendo a doação lá. Ali, eu recebo doação. Eu recebo doação no PayPal, eu recebo doação pelo Super Chat, que é uma ferramenta de quando as pessoas estão ao vivo...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Sim, eu sei o que é.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - ... e elas vão lá. Por exemplo, agora mesmo, o Terça Livre está fazendo a transmissão ao vivo, eu estou recebendo dinheiro pelo Super Chat.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Quanto o senhor recebe de doação? O valor das suas doações? Valor mensal?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - No YouTube? No YouTube, um terço da...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, o valor - valor.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, eu vou falar para o senhor. Um terço do que eu recebo no YouTube é referente à monetização; dois terços são das pessoas que se tornam membros do canal: ela clica em "tornar-se membro", ela paga R$7,90; 30% ficam com o YouTube, 70% ficam comigo. Desses, são 1.600.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Sim.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - No Super Chat, é variável. Por exemplo, agora mesmo, eu estou ao vivo, tem várias pessoas. Inclusive, eu peço que as pessoas doem lá.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - A média mensal de doações.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A média mensal: US$5 mil.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Cinco mil dólares é a média mensal.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, senhor. Isso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Com esses US$5 mil, o senhor faz frente a todas as despesas da sua empresa?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, porque eu tenho outras fontes de receita.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Quais são?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Está aqui. Eu vou mostrar para o senhor. O senhor quer dar uma olhadinha?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, não. Eu quero que o senhor disponibilize...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, eu vou falar...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - ... o seu sigilo bancário e fiscal.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Mas eu já falei que vou disponibilizar.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, não.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Já autorizou.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor mostrou isso; não é o sigilo bancário e fiscal.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O senhor não lembrou? Eu falei.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor vai assinar a declaração aqui, disponibilizando.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, já disse.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Consta em ata, Deputado.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, mas é bom ter a declaração dele.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu posso só explicar, para que as pessoas que estão em casa não fiquem confusas, só esperando o relatório? O senhor me permite?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu não posso dizer? Ele está me perguntando...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O Deputado Rui está satisfeito com as respostas?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Estou satisfeito.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Então, vou passar a palavra para outro Deputado.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Não, não. Com essa resposta; eu não acabei ainda.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Não? Então...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não é defesa, questão de defesa ou não. O Rui perguntou, e está satisfeito com a resposta.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Foi feito um acordo de pingue-pongue.
O senhor foi visto...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Prossiga.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Quando ele vê que o Allan vai responder o que ele não quer, ele para a pergunta.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Claro, é o meu direito.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - O tribunal de inquisição é que define até quando a gente pode responder.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Como o depoente também pode responder.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Ele não tem direito a defesa, não; só tem direito a ser acusado. Não tem direito de se defender, não.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Começou o embaixador do escárnio.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Calma, gente, não vamos fugir do tema.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Sr. Allan dos Santos...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado Rui.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, senhor.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - ... o senhor está com um crachá. É crachá de jornalista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, é um crachá de acesso à Câmara.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Quem deu esse crachá de acesso ao senhor?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A Câmara.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Quem?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A Câmara. Você faz o requerimento.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - A quem o senhor requereu?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Hã?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - A quem o senhor requereu o crachá?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, você faz sozinho. Eu, Allan dos Santos, fiz um requerimento para ter acesso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, mas a quem o senhor dirigiu o requerimento?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu não lembro o nome do local lá, mas era aquela salinha que fica ali, no Anexo IV.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - É crachá...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Isso, Secretaria-Geral da Mesa.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - É crachá de jornalista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, aqui, ó: crachá de acesso.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Embora o senhor seja jornalista, não tem crachá de jornalista.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, porque eu ainda estou tentando pedir o crachá de acesso de jornalista.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele não é jornalista.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Esse crachá... Pelo que me informaram, Sr. Allan dos Santos, a um crachá que não é de jornalista, só funcionários da Casa têm acesso.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - É, sim.
Então, o senhor requisitou à Secretaria-Geral da Mesa?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Eu vou verificar em que condições esse crachá lhe foi... Não é de nenhum Parlamentar?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Aqui, ó...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - De nenhum Parlamentar?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, não, não.
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mais alguma pergunta, Deputado?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Tenho mais, está aqui.
O senhor participou da campanha de Jair Bolsonaro?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O que o senhor compreende como participar?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Se o senhor participou da campanha, o senhor entendeu a minha pergunta.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, porque eu acho que todo mundo participou de todas as campanhas eleitorais como eleitor.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Em que condição o senhor participou então? O senhor participou ou não?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Como eleitor?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não. Participou ou não, depois eu pergunto em que condição.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, mas é isso que eu quero com o senhor entender...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, o senhor não está me perguntando; eu é que pergunto para o senhor.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, mas é que eu quero entender o que o senhor está perguntando.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Eu quero saber se o senhor participou da campanha. O senhor não sabe?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, é isso que eu estou falando.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Pergunta para o advogado.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Se o senhor não define o que é participar, como é que eu vou dizer? Participar o quê?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor apoiou a campanha?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O senhor quer perguntar se eu recebi dinheiro?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, não.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - É isso que eu quero saber.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor está se defendendo sem acusação.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - É isso que eu quero entender, porque eu trabalhei de graça. Eu vim de graça.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor trabalhou então na campanha?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não. Trabalhei como jornalista.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O senhor não é jornalista, como é que trabalhou como jornalista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Peraí. Para quem eu tenho que responder aqui?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Para mim. Eu estou perguntando.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Quem está com a pergunta é o Deputado Rui Falcão. O senhor deve se dirigir ao Deputado Rui Falcão.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor participou como jornalista da campanha de Jair Bolsonaro? Como jornalista, a sua empresa ou o senhor?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Como jornalista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Voluntariamente?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não recebeu nada pela campanha?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Absolutamente nada.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Nem a sua empresa?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Nem a minha empresa.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - E nesse período em que o senhor trabalhava voluntariamente, o senhor tinha outra atividade para se manter?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Quando eu criei a minha empresa, em 2014, eu criei a minha empresa, porque os comunistas estavam querendo criar os sovietes no Brasil, e o Cunha conseguiu romper com esse projeto. Então, eu resolvi criar a empresa para poder...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Mas eu quero saber...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu posso responder?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Eu quero saber, voltando à pergunta: o senhor trabalhou então voluntariamente e, enquanto trabalhava voluntariamente, a sua empresa estava funcionando?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu vou romper com o pingue-pongue. O senhor pergunta, eu respondo.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, o senhor responde como quiser. Se o senhor não quiser responder... Aliás, o senhor tem muita dificuldade...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, eu quero responder. Só não quero ser interrompido.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, o senhor quer tergiversar, é diferente.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Exatamente.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Isso é uma interpretação subjetiva do senhor, Sr. Deputado.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor é jornalista, o senhor sabe muito bem o que é tergiversar.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele não é jornalista.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Se o senhor é.
O senhor prestava serviços fisicamente, estava em algum lugar, em algum comitê, como jornalista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Vai fazendo as perguntas que eu respondo.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Não, não. É essa aí que estou perguntando.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Mas o senhor vai deixar eu responder, Sr. Deputado?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Eu estou perguntando, pode responder.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O senhor vai manter a ideia do pingue-pongue?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Sim. Acabei de perguntar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Então, pode responder agora. Quando ele vai responder, o senhor não interrompe, senão não tem sentido...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - É que, quando ele começa a fugir da resposta, eu me dou por satisfeito. Então, estou perguntando em qual local ele trabalhava como jornalista, algum comitê, alguma residência ligada à campanha? Estou perguntando.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, eu simplesmente fui um apoiador do Presidente Jair Messias Bolsonaro, voluntário, por acreditar nas propostas que o Presidente traz de vencer o comunismo, as Farc e todo o trabalho revolucionário e de defesa de guerrilha armada no Brasil. Acreditando nisso, eu dispus todo o meu trabalho jornalístico na defesa do conservadorismo, o que faço desde 2014, antes de o Presidente Bolsonaro ser o atual Presidente. Eu simplesmente mantive o que sempre fiz, acreditando que o Brasil não pode permitir que guerrilhas armadas queiram ferir a democracia brasileira.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - E onde o senhor fazia isso?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Hã?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Onde o senhor fazia esse trabalho todo de combate ao comunismo, às Farc...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Na internet.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Na internet. Na sua casa?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor tinha alguma relação com o pessoal da campanha, algum chefe, algum coordenador?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Relação de quê?
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O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Com alguém da campanha, quem cuidava da divulgação das ideias do Bolsonaro, dos comitês. O senhor fazia isso sozinho, não se relacionava com ninguém?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, sozinho não. Eu, o Italo Lorenzon, Rodolpho Loreto, Fernanda Sales, Ricardo Roveran, são as pessoas da minha equipe. Sozinho eu não faço não. Eu não sou nada sem a minha equipe no Terça Livre.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Essa equipe trabalhava onde?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Cada um na sua casa, trabalho remoto.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Em rede. Está bom.
O senhor trabalhava na produção e disseminação de conteúdo?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Disseminação de conteúdo? Jornalista produz notícia, Sr. Rui Falcão.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Sim, conteúdo, notícia, mesmo falsa, tem conteúdo.
O senhor não é jornalista?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Srs. Deputados, vamos manter a calma. O Deputado Falcão está com a palavra.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor pode depois...
Essas pessoas que o senhor citou tinham algum vínculo com a campanha? Algum vínculo profissional ou eram todos voluntários?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, eu tenho os meus funcionários, da minha empresa.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Essas pessoas também fizeram trabalho voluntário?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, eles são meus funcionários, trabalham para mim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Sim, mas o senhor disse que trabalhou como voluntário na campanha de Bolsonaro?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Claro, na campanha do Bolsonaro eu trabalhei como voluntário.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Os outros não?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Desde quando o dono de uma empresa pode obrigar que as pessoas trabalhem para ela naquilo que ela acredita na democracia?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Mas então a sua empresa recebia da campanha?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sr. Rui Falcão, olha só... O senhor está confundindo uma coisa. Quando as Farc se solidarizaram com o Lula, e o Lula, por exemplo, que financiou as Farc, fez todo o trabalho...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Presidente, Presidente, eu não vou... Isso aqui não tem a ver.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Garanta a palavra, Presidente.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Qual é o problema, Senador?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter a calma, Srs. Parlamentares.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ele está desviando o assunto, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu gostaria que V. Exas. e o depoente se detivessem ao assunto da CPMI.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - O depoente não é obrigado a falar a verdade para não se incriminar. Quando não mente, tergiversa, além de divulgar fake news, é um jornalista fake. É isso que nós estamos vendo aqui.
Eu vou fazer...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Eu estou vendo um depoente sendo inquirido, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A senhora não está com a palavra, Deputada.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Inquirido, Presidente. Ele tem que responder, ele tem que responder.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Quem está com a palavra é o Deputado e o depoente, não são os outros Parlamentares.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Eu vou fazer as últimas perguntas.
No ano passado, consta que o senhor viajou de Porto Alegre a Curitiba...
(Soa a campainha.)
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - ... para dar palestra num encontro conservador. Consta que quem pagou a passagem foi o PSL. Foi?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, a passagem, sim.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - O senhor é um prestador de serviço do PSL?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Além dessa despesa, o partido fez outros pagamentos ao senhor?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A passagem e...
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Outros pagamentos além da passagem pela palestra.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, não, não. Infelizmente, eu sou muito burro, eu dou palestra de graça.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Está bom.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Diferente do Lula, né? O Lula ganhava muito dinheiro. Eu tinha que aprender com ele, eu tinha que aprender com o Lula.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O Deputado Rui Falcão com a palavra.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Respeita o que, cara, não respeita, e quer respeito. Isso é uma piada, cara. Não respeita e quer respeito. Se quer ser respeitado, você respeita primeiro. Educação funciona assim. A minha mãe me educou assim, a sua educou?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Rui.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Eu vou fazer a última pergunta, para não prosseguir essa estratégia de provocação inútil do depoente fake, que é o seguinte.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Sr. Presidente, o STF já falou que nenhum depoente pode ser...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, o depoente vai fazer uso da palavra e vai fazer a defesa dele. Então, não vamos...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Presidente, questão de ordem, o tempo, Presidente. Qual é o tempo, Presidente? Só para a gente saber aqui quanto tempo cada um vai ter para falar.
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O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - A advogada não pode dirigir aí, não.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Sr. Deputado Rui Falcão, eu gostaria que V. Exa. se ativesse às perguntas sobre o tema.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - É a última pergunta. Que outros serviços o senhor presta ao Presidente da República e ao PSL?
Vou fazer a pergunta de novo, para ele prestar atenção.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o depoente.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Ele não ouviu a minha última pergunta.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Então repita, Deputado.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Para interpelar.) - Que outro serviço o senhor presta ao Presidente da República e ao PSL? E repito a pergunta, se o senhor vai mesmo assinar a cessão do rompimento do seu sigilo bancário, fiscal e telemático.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Fora do microfone.) - Da empresa também.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Primeiro, eu não presto nenhum serviço ao Presidente da República. Eu, como brasileiro, sirvo ao País, ao Brasil, e não a um partido político. O meu canal não serve como uma extensão partidária como o partido a que o senhor pertence fez, comprovadamente. Isso eu não estou falando dele. Eu estou falando de fatos.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Você é o investigado, não eu.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eu tenho direito à palavra.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Mas não me acusar. Ele está dizendo que o meu partido...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Senhor depoente Allan, gostaria que V. Exa. mantivesse a calma e a tranquilidade e não dirigisse palavras desabonadoras aos Parlamentares, porque o papel aqui é dos Parlamentares.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Mas eu desabonei o Parlamentar. Estou falando do Partido dele.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mas é o partido dele, ele faz parte do partido.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos dar sequência. O Deputado Rui concluiu?
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Concluí. Sim.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Próximo orador. A próxima oradora é a Deputada Luizianne Lins, PT do Ceará.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Presidente, vou falar aqui também como jornalista diplomada - na verdade, doutoranda em jornalismo -, porque se falou aqui que está faltando inteligência no Brasil. Eu acabei de ver aqui, e gostaria até de compartilhar com os demais membros aqui da CPMI.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Presidente, só o tempo.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Eu estou falando, Deputada! Por gentileza!
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Só para marcar o tempo, para a gente botar ordem aqui.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Por gentileza, por gentileza!
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Secretaria da Mesa, por favor, atenção aqui na marcação do tempo dos oradores.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Se vai marcar o tempo de quem pergunta, eu gostaria também que marcasse o tempo das respostas.
Eu vou ler aqui o que a Veja publicou, um perfil do depoente Allan dos Santos, em janeiro, quando Bolsonaro assumiu a Presidência. Veja, de forma interessante, como foi descrito: ex-seminarista e ex-professor de "ingrês"...
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - "Ingrês"?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - É "ingrês", igual ao embaixador, que fala também "ingrês".
Ex-seminarista e professor de "ingrês"...
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Sr. Presidente, eu falo inglês com "l", não é com "r", não.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Sr. Presidente, desconte meu tempo.
O SR. ANGELO CORONEL (PSD - BA) - A palavra está com a Deputada, todo mundo vai ter o direito de falar à vontade.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Exatamente, exatamente!
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - É fake news, é fake news! Meu negócio é hambúrguer, não é "ingrês" não!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mantenho com a palavra a Deputada Luizianne.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - É exatamente! Exatamente!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu não vejo aqui, pelo menos à minha frente...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Eu queria que parasse o meu tempo.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - ... nenhum professor de português ou de inglês. Todo mundo comete um lapso, é normal. Com a palavra, a Deputada.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - E eu falo inglês e espanhol, coisa que nosso embaixador não faz.
Gostaria de dizer:
Ex-seminarista e ex-professor de inglês, Allan dos Santos [...] transformou-se num herói virtual para os bolsonaristas mais hostis à imprensa profissional. O fundador do canal Terça Livre, com 570.000 inscritos, não vai dormir sem antes comprar briga com algum jornalista nas redes sociais. Para Bolsonaro, só elogios. Como recompensa, fez até uma entrevista exclusiva (e amistosa) na casa do presidente no Rio. Allan emula o estilo, a compulsão pelo cigarro e os palavrões do filósofo [que não é filósofo, como também o nosso depoente não é jornalista] Olavo de Carvalho, de quem é discípulo.
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É essa brilhante inteligência mundial chamada Olavo de Carvalho.
Com isso, eu gostaria de saber, em primeiro lugar, se o seu canal livre é a sua principal...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - É pingue-pongue, Deputada, ou vai direto?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Não, eu vou fazer as perguntas aqui e ele vai respondendo. A primeira pergunta seria a seguinte: o senhor tem o Terça Livre como a sua principal receita financeira?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - O senhor disse que não há servidores públicos prestando serviços para o site Terça Livre, mas eu gostaria de saber se a jornalista Fernanda Salles Andrade, que é jornalista do Terça Livre, já foi ou é assessora do Deputado Estadual do PSL de Minas Gerais Bruno Engler?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Desculpe, o nome da senhora?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Luizianne.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Luizianne, a jornalista Fernanda Salles trabalha no horário comercial para o Deputado Bruno Engler. Aos finais de semana e fora do horário comercial, ela trabalha como freelancer no Terça Livre.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Bom, eu gostaria que aqui constasse que há uma jornalista que é remunerada pelo Terça Livre.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Freelancer.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Ela é freelancer?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A senhora sabe como funciona o trabalho?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Claro, eu sou jornalista.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, ótimo. Desculpe.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Gostaria que constasse, e inclusive eu queria solicitar a V. Exa. exatamente o MTb da jornalista, inclusive constando que ela é freelancer do seu canal livre nas horas vagas, e ela é assessora parlamentar nas horas comerciais, porque foi dito que não havia essa relação...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Em nenhum momento eu disse isso.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Eu gostaria de concluir.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada, só um apartezinho. Quero falar para V. Exa. e para todos os Parlamentares que tudo for falado aqui está gravado e vai constar em ata automaticamente.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Sim, o.k.
Gostaria de fazer outra pergunta, que seria o seguinte: qual a relação do Sr. Olavo de Carvalho com o Terça Livre? Ele participa do processo de escolha das pautas?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Infelizmente, não. Gostaria muito que o Prof. Olavo pudesse ajudar no jornalismo, mas nós trabalhamos independentemente e não temos nenhuma ligação com o Prof. Olavo de Carvalho, a não ser as aulas que nós aprendemos com ele, como por exemplo, para expor que o Porto de Mariel era utilizado para troca de armas nucleares entre Brasil e Cuba, como consta na matéria Veja que a senhora citou aí agora, e essa é uma das razões pela qual a nossa empresa cresce tanto.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Ele inclusive ensina que a Terra é plana. Também eu sei, eu conheço.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ele não ensina isso, não.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Ensina que a Terra é plana. Ele é terraplanista. E inclusive, para o senhor que é ex-seminarista, a verborragia dele realmente é uma coisa impressionante. Eu gostaria de perguntar: você reconhece...
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - E qual o problema se for plana?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Não estou falando com o senhor, por favor!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos ter calma, gente! Vamos ter calma!
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Qual o problema? Não vai mudar nada para mim, se for plana ou redonda, não muda nada.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos ter calma!
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - O senhor presta algum serviço à República brasileira?
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - A senhora não presta serviço. Só presta o melhor para a senhora.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Pare de me encher o saco, por favor. O senhor veio...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Dê sequência, Deputada.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Vim para trabalhar.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Sr. Presidente, eu queria que descontasse meu tempo, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu lhe darei o tempo necessário para V. Exa.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Eu acho que Parlamentar que quer aqui só tumultuar vai lá para a plateia, fica lá gritando, berrando, levantando cartaz.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Eu vim para trabalhar, senhora.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Vai para lá. Vai lá, vai lá! Não fica aqui perturbando o trabalho dos outros, não.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Só que quando insulta a minha inteligência eu tenho que reagir.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Deveria estar prestando serviço ao Brasil, e não estar aqui perturbando uma CPMI séria que está começando, inclusive, a ver do deboche... Porque quero deixar muito claro: quem vem aqui com arrogância, com prepotência, achando que está dançando em cima da inteligência dos outros, está complicado.
R
E é nisso que eu pergunto o seguinte para o senhor: foi dito aqui... Quando o Deputado Alexandre Frota, que pode ter sido induzido ao erro, apresentou uma fala do Sr. Olavo de Carvalho, nesse perfil OlavoOpressor, que não é o perfil oficial, aqui um monte de gente caiu em cima dele reclamando e falando, etc. e tal. No entanto, pelas informações que nós recebemos aqui, o Sr. Allan dos Santos tem reproduzido, em vários momentos, o OlavoOpressor. Por exemplo, Olavo de Carvalho, OlavoOpressor, que se sabe que não é página oficial, diz o seguinte: "O Lobostinha quer me ver na CPMI da Fake News. Será que ele imagina mesmo que a putada congressista é louca o bastante para me dar esse megafone?". Ou ainda, continua: "Repito: 'Unidade da direita' é apoiar o [...] Bolsonaro. O resto é carreirismo [...] [político]".
Eu gostaria de perguntar: o senhor acha, já que o OlavoOOpressor não é o perfil oficial de Olavo e foi tão condenado aqui no caso do Deputado Alexandre Frota... Eu gostaria de saber por que o senhor reproduz o OlavoOpressor. É por que o senhor detém o domínio desse perfil?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Antes de mais nada, quando a senhora disse "arrogante, dançando na inteligência das pessoas", a senhora se referia a mim?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Claro que não.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Obrigado.
Em segundo lugar, eu não tenho nenhuma informação sobre contas do Twitter a não ser terca_livre, @terca_livre, que é do Terça Livre, e a conta allantercalivre, @allantercalivre no Twitter. Essas são as duas únicas contas do Twitter de que eu posso fornecer informações para senhora.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Você reconhece que a empresa Canal TI Produção de Vídeos...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - TL.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - ... TL Produção de Vídeos e Cursos Ltda. é de sua propriedade?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Absolutamente. Foi assim que eu assinei no dia que eu coloquei...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - No e-mail aparece joao@jbbpar.com.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - É, mas...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Vou finalizar. O quadro societário compreende Allan Lopes dos Santos, Italo Lorenzon Neto, Paulo Henrique Gonçalves de Araújo. Eu gostaria de saber quem é o Sr. Paulo Henrique Gonçalves de Araújo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ele trabalhou um tempo conosco. O Paulo Henrique foi quem profissionalizou a nossa empresa. Nós éramos muito amadores, fazíamos apenas hangouts no YouTube. A minha formação é de Filosofia e Teologia e, até que a nossa empresa tivesse um profissionalismo com relação a criar um curso, criar uma receita, viver apenas disso, foi mérito do Paulo. O Paulo foi quem profissionalizou toda a nossa empresa, chegou a ser o CEO por um tempo. E hoje, devido a inúmeros motivos pessoais, ele não trabalha mais conosco, mas está ainda como um dos sócios da empresa.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Mas, no caso, o Sr. João... Desculpe, no e-mail joao@jbbpar.com, esse João refere-se a quem?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A um voluntário que estava fazendo o cadastro para a gente porque não sabia como fazer o processo.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Entramos no site da JBB Par e encontramos várias empresas no portfólio: V2V, Giraffas, Deliverypay, Argus Control, Win, Clube da Entrega, etc., mas não encontramos o Terça Livre TV. Que relação, afinal de contas, há da jbbpar.com, que, inclusive, aparece o e-mail do responsável que não sabia digitar e digitou... Que relação é essa já que não aparece, no caso, a empresa de V. Exa., Terça Livre TV, no rol do site da JBB Par?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu gostaria que estivesse. Imagina ser patrocinado pelo Giraffas?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Eu não queria que o senhor...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, eu gostaria.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - E qual é a relação da JBB Par com a empresa de V. Exa.?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não. Com a empresa, nenhuma.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - V. Exa. disse que esse e-mail...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, eu disse que uma pessoa...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - O João...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Isso, uma pessoa, não uma empresa. Ele é um voluntário que nos ajudou a procurar a melhor empresa de... Como é o nome? Não, não, não. Contabilidade. Era para procurar a melhor empresa de contabilidade.
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A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - É esse aqui, não é? É esse mesmo, João Bernardo Barbosa?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - É um grande fã do Terça Livre.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Então, ele emprestou o e-mail para criar o e-mail para V. Exa., porque V. Exa. não sabia criar o e-mail?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não. Não é criar o e-mail. Eu não disse isso. Eu não tenho o conhecimento até hoje, não sei como fazer. Todo o trabalho de contabilidade, de ajudar... Ele falou assim: "Não, você procura a empresa tal que você faz isso aqui". E aí nós procuramos uma empresa de contabilidade no Rio Grande do Sul.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Veja bem, Sr. Allan, comecei perguntando se a empresa Canal TL Produção de Vídeos e Cursos era de sua propriedade e V. Exa. afirmou que sim.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ela é da minha propriedade.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - No e-mail de responsável da empresa aparece joão@jbbpar.com.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - No cadastro. Foi no cadastro.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Como é que não tem nada a ver com a jbbpar.com se é onde aparece o e-mail?
Sra. Relatora, eu...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu já respondi.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Não respondeu. Sr. Presidente, eu queria constar...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Respondo de novo, então?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - ... que essa resposta não foi atendida. Não foi atendida.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada, eu gostaria também de esclarecer que, caso o depoente não queira responder, ele não é obrigado.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Não, claro, mas não pode ficar aqui mentindo. Ele não pode mentir.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Então, está tudo bem, mas aí nós vamos investigar. Se pode mentir, o.k. Pode mentir. Vamos garantir o direito da mentira dele e depois nós vamos investigar.
Continuando aqui, eu quero que conste, Sr. Presidente, nobre Relatora, que a jbbpar.com... E eu gostaria que fosse convocado o Sr. João. Eu quero que seja convocado para esta CPMI o Sr. João Bernardo Barbosa, já que ele emprestou gentilmente o nome da empresa dele para constituir o e-mail que se relaciona diretamente com a empresa Canal TL Produção de Vídeos e Cursos Ltda., de que o depoente afirmou que é proprietário.
Com relação ainda, para finalizar... Com relação ainda à questão relativa... Eu não sei se o senhor sabe, mas se atribui ao senhor um dos mentores de todas as milícias virtuais bolsonaristas. Eu gostaria de saber se o senhor que, inclusive, não quer guerrilha armada no Brasil, participa ativamente da militância digital bolsonarista, defendendo o porte de armas que será votado na Câmara Federal hoje, por exemplo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Por uma questão de precisão, a senhora disse militância ou milícia?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Militância.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Militância, obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA. Fora do microfone.) - Você foi imprecisa, ele queria que você dissesse...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, não, não, não é isso. É que...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - ... que nós estamos investigando. Eu jamais faria uma acusação...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Exato. Exatamente, é isso que eu quero saber.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - ... porque existe a hipótese. A CPMI, até o final, vai provar isso.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A senhora pode só...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o depoente.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A senhora pode só repetir a pergunta de maneira objetiva, desculpa.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Bom, primeira pergunta: o senhor faz parte da militância bolsonarista digital, o.k.?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O que é fazer parte da militância? Eu não entendi. É apoiar o Presidente?
(Soa a campainha.)
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Não, é a pessoa militar. Como a pessoa milita na rua, a gente milita também no computador. O senhor faz parte dessa militância?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu apoio o Presidente Bolsonaro. Isso significa que eu sou...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - O senhor é proativo no âmbito, no mundo digital, o senhor é proativo na militância bolsonarista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu apoio o Presidente da República.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - O senhor milita na área digital?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Mas o que é militar na área digital?
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A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Militar é o que o senhor faz!
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Apoiar o Presidente da República. Qual é a distinção aqui? Porque eu apoio o Presidente da República. Que mais informação a senhora quer?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Sim. Quero saber se o senhor se sente militante digital pró-Bolsonaro, inclusive com várias coisas que a Relatora citou aí, em que o senhor é citado e que foram provadas que não eram verídicas. Quero saber o seguinte: o senhor milita, o senhor digita, o senhor participa do mundo virtual, fomenta Terça Livre, etc. e tal, como militância digital bolsonarista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu apoio o Presidente da República e apoio também o fim do Estatuto do Desarmamento.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Para interpelar.) - Pois não. Segunda coisa.
O senhor, então, é favorável ao porte de armas, tal qual está sendo proposto pelo Presidente da República?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu sou favorável ao fim do Estatuto do Desarmamento.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - O.k.
Sr. Presidente, estou satisfeita. Gostaria apenas de fazer constar o pedido, a solicitação de convocação do Sr. João Bernardo Barbosa, que, inclusive, consta no e-mail da empresa...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - V. Exa. apresente por escrito para colocar...
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Pois não, assim farei.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu vou passar a palavra, na condição de Líder, ao Senador Eduardo Gomes.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Sr. Presidente, só antes do Senador, uma questão de ordem sincera.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Antes, porém, o depoente quer passar aqui o número do MTb da pessoa citada.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, o MTb da jornalista Fernanda Salles - um grande beijo para a Fernandinha - é MTb 19.654, de Minas Gerais. Esse é o registro da nossa jornalista formada.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k.
Com a palavra o Senador Eduardo Gomes.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Pela ordem.) - Trinta segundos.
A TV Senado está transmitindo aqui e colocou embaixo: "O blogue Terça Livre é um dos mais conhecidos propagadores de fake news da internet". Se possível, solicitar para a TV Senado não fazer esse tipo de coisa; no máximo, acusado, suspeito, enfim. Quero fazer esse apelo à TV Senado, porque... Os argumentos eu vou deixar para depois.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Senador Eduardo Gomes.
O SR. EDUARDO GOMES (MDB - TO. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, primeiro quero reforçar essa solicitação, porque isso aí é uma interpretação editorial. Na qualidade de convocado, o Sr. Allan dos Santos responde aos questionamentos, mas é preciso fazer isso, sem antecipação de julgamento ou qualquer outro tipo de providência, principalmente pela isenção. Tenho certeza de que a TV Senado vai corrigir imediatamente esse rodapé.
Sr. Presidente, eu queria fazer rapidamente duas colocações, uma de ordem administrativa e importante, porque V. Exa. tem dado espaço aí para todas as solicitações e o bom andamento desta CPMI, que eu tenho certeza de que vai encontrar o seu caminho, já que nós vivemos hoje no Brasil - eu vou acunhar um termo aqui sobre o qual eu acho que vamos ter que nos debruçar - uma espécie de criptopolítica. Tudo o que está sendo dito sobre fake news vai ter que ser minerado, atestado, conversado, porque é a nova plataforma da má política, que vem desde o meu xará Eduardo Gomes, com a primeira fake news de que se tem conhecimento, dos marmiteiros, depois passando pelo que aconteceu com o próprio ex-Presidente Lula, com o próprio Ciro Gomes, com Marina Silva - quem não se lembra do trabalho que foi feito com relação à candidata à Presidenta Marina Silva - e tantas outras oportunidades em que na política nós sofremos com a questão das notícias falsas, seja na internet, seja um a um deste País.
Então, Presidente, eu queria pedir duas atenções especiais a V. Exa., inclusive com a participação da Relatora, para que nós tivéssemos condição de reunir os Líderes ou os membros da CPMI que tiverem disponibilidade para conversarmos, Sr. Presidente, sobre a agenda, o agendamento dos convocados e dos convidados. Há uma dúvida com relação a isso até porque a CPI, no momento mais difícil, no momento de mais discussão aqui na CPMI, nós tivemos aí uma espécie de roleta-russa, quando convocamos quem não tinha absolutamente nada a ver com fake news e convidamos gente, inclusive, condenada por prática de fake news. Então, esse é um problema de origem que a gente pode discutir para o bem da CPMI. E eu queria pedir a V. Exa. que pudesse fazer essa reunião para que nós tivéssemos condição de analisar o tempo e participar também com a anuência de V. Exa. da escala da convocação para esses depoimentos. Bem como, Sr. Presidente, discutir outras coisas inerentes à CPI, mas principalmente - aí eu faço uma análise sobre o dia de hoje, muito preocupado com o que não só eu estou ouvindo, mas todos estão ouvindo aqui - o clima de escombro que se instala na CPMI quando a gente discute a campanha passada e perde tempo de discutir a próxima campanha. Eu tenho percebido aqui, na tocada aqui das coisas da CPMI, que nós estamos discutindo o jornalista que não é jornalista, o filósofo que não é filósofo... Só falta dizer que o Bolsonaro não é Presidente! Ele é Presidente da República.
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Então, eu queria deixar essa contribuição e fazer aqui ao nosso depoente uma pergunta surpreendente, uma pergunta que eu acho espetacular. Eu queria perguntar a V. Exa. se, com a experiência de ter na sua empresa esse número muito grande de seguidores, de ter participado do debate político e democrático no País, se é possível V. Sa. dar alguma contribuição a esta CPMI, analisando o que nós temos que ter de terreno para a próxima eleição, para discutir a próxima fake news, porque eu sei que isso com que V. Sa. pode contribuir para esta CPMI pode mudar um pouco as visões de todos aqueles que estão aqui discutindo. Não há um Parlamentar aqui, de qualquer partido, que não tenha se preocupado com a questão da fake news, que não tenha se preocupado com aquilo que eu estou chamando de criptopolítica, quando todo político sai de casa hoje esperando o post de cada dia, o post nosso de cada dia.
Então, se é possível, Sr. Presidente, propor aqui nesta CPI um pouco de política pura, um pouco de política de responsabilidade para a próxima eleição, já que é previsível que as atitudes aqui investigativas não vão ser diferentes das que estão ocorrendo em todos os TREs do País, sob vigilância de todos os ministérios públicos do País e inclusive com reparações. E aí eu quero fazer só uma observação. Quando V. Sa. foi questionado na questão de direito de resposta, eu não sei se o senhor tem lá 10, 15, 20 mil, não vai ser diferente a nenhuma empresa de publicidade, de jornalismo deste País, que tem, por lei, a obrigação de dar direito de resposta quando se equivoca. E aí a gente precisa de uma questão propositiva nesta CPMI para entender o que é equívoco, o que é má-fé, o que é crime e o que é informação distorcida.
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Então, Sr. Presidente, agradecendo a V. Exa. esse tempo, eu queria pedir realmente que V. Exa. concedesse aos Líderes desta Comissão a proposta de calendário dos convites e que V. Exa. principalmente nos dissesse com certa antecedência se é possível ainda fazermos uma reunião administrativa, já que alguns há requerimentos a serem apresentados. Eu queria pedir isso a V. Exa.
Muito obrigado.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Boa ideia!
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Sr. Presidente, uma pequena questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Questão de ordem, Deputado.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ. Para questão de ordem.) - Eu não sei se o Senador que me antecedeu interpelou o depoente, fez alguma indagação ao depoente...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ele fez uma pergunta.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - ... porque eu recebi aqui uma orientação - e falo como Líder do PDT - de que, pelo item 6 das normas de funcionamento da CPI, é assegurado ao Líder da bancada partidária ou bloco parlamentar usar da palavra na reunião para comunicação urgente de interesse partidário, não podendo, todavia, na condição, interpelar o depoente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA. Para responder questão de ordem.) - Com certeza, V. Exa. tem razão.
O SR. EDUARDO GOMES (MDB - TO) - Sr. Presidente, questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA. Para responder questão de ordem.) - Fica prejudicada a pergunta do Senador Eduardo Gomes.
O SR. EDUARDO GOMES (MDB - TO) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Quanto à questão da reunião administrativa, vamos começar.
O SR. EDUARDO GOMES (MDB - TO. Pela ordem.) - Questão de ordem.
Eu quis, Sr. Presidente, economizar tempo da CPMI. Eu podia me inscrever pelos dois. Então, peço a minha inscrição para inquirir o depoente logo depois.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Está o.k.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Há o livro... A ficha de inscrição.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra ao Senador Humberto Costa, PT, Pernambuco.
O SR. EDUARDO GOMES (MDB - TO. Pela ordem.) - Sr. Presidente... Por favor, Sr. Presidente, questão de ordem.
Só para informar-lhe que, além de Líder do Governo no Congresso, eu também sou membro titular desta Comissão.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É que tem que se inscrever, como todos se inscreveram.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Já está na lista. Já coloquei lá.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela ordem.) - Sr. Presidente, a propósito, V. Exa. poderia declinar a relação dos inscritos?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Solicito à Secretaria da Mesa para atualizar a ordem das inscrições para evitar problema de tempo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - V. Exa. poderia...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra, Senador Humberto...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela ordem.) - Presidente, V. Exa. poderia declinar os próximos inscritos?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Até então, Senador Humberto Costa, Deputado Filipe Barros, Senadora Soraya Thronicke, Deputada Caroline de Toni, Deputado Marco Feliciano, Senador Randolfe Rodrigues, Senador Eduardo Gomes.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Agradeço a V. Exa.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Titulares até então.
O SR. PEDRO LUPION (DEM - PR. Pela ordem.) - E os suplentes?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A lista de suplentes a Secretaria vai me fornecer aqui.
Os suplentes serão após os titulares.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Senador Humberto Costa.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, Sras. Parlamentares, em primeiro lugar, eu acho que nós que somos integrantes do Congresso Nacional temos que aqui valorizar, respeitar e exigir respeito à CPI, porque ela é um instrumento previsto na Constituição, tem todos os poderes de investigação que qualquer outra autoridade investigativa tem, e, como tal, os Parlamentares e os que aqui vêm para depor têm que ter absoluto e total respeito por isso.
Obviamente, a CPI investiga para elaborar recomendações, para encaminhar o resultado das investigações para os órgãos, efetivamente, poderem levar a quem de direito, no caso, o Poder Judiciário. Portanto, aqui não é tribunal de exceção. Isto aqui é uma previsão constitucional e tem que ser respeitada. Primeira questão.
Segunda questão. Eu também sou jornalista. Sou médico, sou jornalista diplomado, e uma das coisas, senhor depoente, que nós aprendemos quando discutimos - uma das primeiras coisas - a ética jornalística é garantir que, sempre que nós formos dar uma informação ou algo que possa ser contraditório, possamos ouvir as duas partes. Essa é a primeira coisa. E a outra, que talvez seja até mais importante, é a obrigação de o jornalista checar a informação que recebeu.
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Portanto, não pode um blogue ou o que quer que seja que tenha um alcance ou um jornal ou uma televisão publicar, por exemplo, que alguém sofreu um infarte, foi internado, porque faz uso de cocaína. Ora, se isso não é checado, se não se vai até a pessoa ou até quem quer que seja que tenha essa informação, isso na verdade se trata de uma notícia falsa; da mesma forma, quando se diz que um candidato a Presidente da República recebeu R$83 milhões de uma quadrilha, de um grupo pertencente a uma organização criminosa. E mais: nesse caso, era a coisa mais fácil do mundo checar. Esse caso apareceu na televisão; as polícias do Rio, de São Paulo e de Minas Gerais investigaram. Portanto, não checar a informação que se recebe, divulgar de primeira, é uma atitude irresponsável e criminosa. E não adianta vir aqui para dizer: "Não; quem foi atingido que recorra para a Justiça!". Não! Isso não é jornalismo. Isso não é jornalismo; isso é linchamento, isso é derrubada de reputações, é desmoralização das pessoas.
E eu fico aqui atônito de ver Parlamentares que são do Governo preocupados em vir aqui para dar suporte a coisas como essa. O que o Governo tem a temer para Deputados ou Senadores virem aqui para respaldar o depoimento de S. Sa. que aí está? Nós devíamos estar aqui, até para que esse debate não aconteça mais no futuro, para destrinchar o que aconteceu no passado. Aliás, isso continua acontecendo. Continua acontecendo; são os mesmos que atacaram o Presidente do Senado, o Presidente da Câmara, o Supremo Tribunal Federal, o Presidente da Comissão, nós integrantes da Comissão. Não pensem os que estão vindo aqui que estão livres de serem linchados. Está aí o Deputado Alexandre Frota, que era santificado nessas redes sociais e, agora, porque mudou de posição, é destroçado, como muitos de nós somos também.
Então, nós temos que ter aqui a preocupação de chegar à verdade. Quantos de nós aqui vão ser candidatos no ano que vem a Prefeito? Quantos serão candidatos a Governador, mais à frente, nos seus Estados? Estarão sujeitos, se nós não desmontarmos essa máquina, estarão sujeitos a sofrerem o que vários sofreram nessa eleição.
Ora, dizer: "Setor LGBT admite pedofilia". E aqui vir dizer: "Olha, são grupos, 'não sei quê'...". Não; tinha que nominar. E mais: isso é crime! Defender a pedofilia é crime. Se há qualquer grupo que seja de qualquer segmento, LGBT ou não, ou que diabo for, tem que ser incriminado por isso. E um jornalista e um site, ao invés de divulgar essa informação, deveria fazer o jornalismo investigativo e mostrar para o Brasil quem são esses que defendem a pedofilia.
Então, está claro que S. Sa. não respondeu às perguntas. Não respondeu, tergiversou o tempo inteiro. E aqui não foi o Deputado Rui Falcão que relatou no seu ofício simplesmente as fake news. Estão aí. Estão ditas. Então, Sra. Relatora, eu quero sugerir a V. Exa. que considere de fato que o cidadão que aí está não respondeu efetivamente ao que foi perguntado.
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A outra questão que eu levanto, que aqui ele também tergiversou. Ele disse: "Não, mas o Presidente Bolsonaro foi inocentado das acusações de que foram utilizadas as redes sociais para isso". O WhatsApp, não faz 15 dias, denunciou ao Brasil que a rede WhatsApp foi utilizada para impulsionamento de ideias e de defesa da candidatura do Presidente da República. Então, o jornalista deveria estar bem informado sobre essa questão.
Mas eu quero, inclusive, agregar, perguntando a V. Exa. se abre mão do sigilo também das suas redes sociais: das suas redes sociais, do seu WhatsApp, do seu Facebook, do seu Twitter e também de Telegram, o que tiver, queremos saber. V. Exa. não abriu mão do sigilo bancário da sua empresa. Vejam, não abriu mão!
O dono da empresa Giraffas foi a pessoa que deu o seu nome para abrir um e-mail para a empresa que estava sendo formada, que é a empresa dele. Por que é que ele não abriu o sigilo bancário da empresa dele? Abra! É tão bom, que a gente fica com uma transparência absoluta! E a gente tem que ir atrás de quem financiou também. Não venham dizer que aqui vai se fazer devassa fiscal. Não é isso, não! O que a gente quer saber é quem financiou esse tipo de ação, esse tipo de ação que foi e continua a fazer.
Eu quero perguntar ao senhor, portanto, e aí o senhor responde na sua hora: qual é o histórico de internação por uso de drogas que o Terça Livre tem do Sr. Glenn Greenwald? Em quais hospitais ele foi internado. E V. Exa. divulgou no seu site essa matéria. E V. Exa. é o responsável. Se foi algum outro jornalista, V. Exa. diga aqui e peça para a Justiça investigar. Onde foi que o Glenn foi internado por overdose de cocaína? Quantas vezes V. Exa. divulgou essa questão?
Outra questão que eu quero perguntar, e eu quero fazer um pingue-pongue com V. Sa. Eu pergunto: o senhor conhece o Sr. Tercio Arnaud Tomaz? Sim ou não?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor. Fora do microfone.) - Conheço.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Que relação mantém com ele?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Relação, em que sentido? Se eu conheço ele ou falo com ele?
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Qual a sua relação pessoal, profissional, política?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ah, profissional. Profissional. Profissional.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Pois não?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sou jornalista.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - O senhor é amigo dele?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Amigo, não, porque ele nunca foi na minha casa. Eu sou jornalista...
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Mas convive...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - ... e falo com ele.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Com que frequência...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não. Convivo, não!
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Espera aí!
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, convivo, não! O senhor está botando palavras na minha boca.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Estou perguntando. Estou perguntando.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, o senhor está colocando palavras na minha boca.
(Manifestação da plateia.)
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Estou perguntando. O senhor responda.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O senhor colocou palavras na minha boca.
Ele colocou palavras na minha boca, Senador.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Srs. Parlamentares, vamos manter a calma!
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ele está botando palavras na minha boca.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - O senhor é que está botando palavras na minha boca!
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Eu lhe perguntei, eu não afirmei.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Palavra com o Senador Humberto Costa.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Que intimidação?
Eu pergunto: com que frequência e por quais mecanismos o senhor conversa com o Sr. Tercio? É WhatsApp, é outro aplicativo? Qual?
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O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Essa matéria aqui. De acordo com a matéria que diz que o senhor foi condenado por fake news, eu me resguardo no direito de ficar calado.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - O senhor conhece...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O senhor foi condenado por fake news.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - O senhor conhece o Sr. José Matheus Sales Gomes?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Repito, pelo fato do senhor ter sido condenado por fake news, eu me resguardo no direito de ficar calado.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Sr. Presidente, o que é isso?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Direito dele.
(Tumulto no recinto.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O depoente tem o direito de ficar calado.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - Onde eu fui condenado por fake news? Onde?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Essa matéria aqui.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Foi o sanguessuga.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Justiça pune Humberto Costa por fake news contra Mendonça. Só estou lendo a matéria.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Ele continua.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Eu gostaria que o depoente focasse na resposta sem precisar...
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Ele continua.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - ... atingir nenhum Parlamentar.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Eu entendo que ele não quer responder a relação dele com o chamado gabinete do ódio, que é o Sr. Tercio Arnaud, o Sr. José Matheus Sales Gomes e o Sr. Mateus Matos Diniz. Entendo que ele se recusou a responder esta questão e, ainda, certamente, para não se incriminar, mas ainda não respondeu se abre o sigilo das suas redes sociais.
E aqui eu quero repetir, com toda a serenidade, não pensem os que estão aqui e que vieram dar uma retaguarda para o depoimento do Sr. Allan dos Santos, S. Sa., que estão livres de serem vítimas desse tipo de prática. Reflitam, pensem e lembrem: amanhã poderão ser vítimas desse tipo de coisa. Ou nós vamos aqui ir até as últimas consequências para esclarecer e encaminhar soluções jurídicas, políticas para acabar com isso ou isso vai acabar com a política no Brasil.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Só para acrescentar rapidinho, não vou criticar nada, não. Não vou fazer...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Senador...
Não, rapidinho, só vou responder a essa...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ. Pela ordem.) - Só 30 segundos. Tolerância, chuchu, por favor, vamos lá. Senador, eu sofro diariamente alguns linchamentos quando me posiciono, até a minha militância de direita me bate e me bate forte. E não é robô, não.
Então, vou dizer para o senhor o seguinte, o paradigma mudou. A realidade hoje na internet é assim, os nervos estão à flor da pele, todas as militâncias, todo mundo xinga, todo mundo bate, só que, para sobreviver hoje na política, lidando com rede social, tem que ter o couro duro, não pode ficar choramingando. Essa é a realidade!
Eu apanho, e nem por isso saio por aí dizendo que tem milícia me batendo.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Fora do microfone.) - Eu não estou choramingando não.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos evitar o debate paralelo, Srs. Deputados.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Trinta segundos, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Srs. Parlamentares, vamos evitar o debate paralelo.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Trinta segundos. O Parlamentar teve trinta segundos.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, Deputado David.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Pela ordem.) - Primeiro, eu gostaria que o depoente falasse, porque é o meu marido em questão sobre fake news. Eu vou aguardar a minha vez para poder fazer a inscrição.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Ele pediu pela ordem.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - E, segundo, estou inscrito. Estou com os 30 segundos de tolerância, por favor. Respeitem o Parlamentar, me respeitem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, Deputado David.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - E, com isso, Presidente, eu acho que é muito complicado, porque eu também sofro todo o tempo com essa militância virtual e a gente tem milhares de prints iguais em redes sociais com a mesma fala e com perfis diferentes que entraram recentemente. E, aqui, a gente tem um Parlamentar que falou sobre essa milícia, que foi escutado aqui dentro desta CPMI. Então, existe, existe e a gente está aqui para obter respostas pela democracia, não porque a gente quer uma disputa entre isso, é porque a democracia fica mais enfraquecida...
(Soa a campainha.)
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... quando a gente tem Parlamentares e pessoas como essa que colocam essas fake news para frente.
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o depoente para responder uma das perguntas do Senador Humberto que ficou sem resposta.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Qual é a pergunta até agora, porque eu não estou entendendo se é ...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - É a pergunta sobre o...
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para interpelar.) - É a estratégia... Eu quero saber onde foi que ele checou essa informação de que o Glenn Greenwald havia sido internado por overdose de cocaína. E falou várias vezes. Onde?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A pegunta é dos dois. Certo?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Respondo para os dois?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Não, você vai responder para o Senador Humberto Costa.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O.k.
Então, Glenn Greenwald - estou repetindo, porque já falei anteriormente - é o único legitimado a requerer esclarecimentos, inclusive, em juízo e tem tutela jurisdicional para isso.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Questão de ordem, Presidente.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Na verdade, eu sou casado com ele e posso requerer, como Parlamentar eleito aqui... Isso é contra a honra...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Presidente, questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, já liberei a palavra para V. Exa. Neste momento, infelizmente, não posso lhe conceder a palavra.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Presidente, questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Próximo orador inscrito, para inquirir, pela ordem, Deputada Bonavides.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Pela ordem.) - Presidente, o depoente acabou de afirmar que o Sr. Glenn seria o único legitimado a fazer essa pergunta. Eu acho que convém ao senhor, Presidente, explicar para ele que ele está numa Comissão de Inquérito. É prerrogativa de uma Comissão de Inquérito fazer essas perguntas. Ou ele responde, ou ele ...
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Ele já falou que só vai responder em juízo essa pergunta.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Eu estou falando e não lhe passei a palavra.
Presidente, eu estou retomando o pela ordem, não cabe a ele escolher o que vai perguntar, a não ser que esteja fazendo uso do seu direito constitucional ao silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Exato.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Então, eu quero saber, no caso do ser. Glenn Greenwald, ele está fazendo o uso do direito ao silêncio para não se incriminar, é isso?
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Já respondeu. Falou que só responde em juízo.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Daqui a pouco será a senhora, Deputada. Fique tranquila.
O depoente quer complementar a sua resposta a respeito da internação?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, a reposta já foi dada.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O depoente acusa aqui que a resposta foi dada. Cabe à CPMI tomar suas providências legais, regimentais.
Concedo a palavra ao Deputado Filipe Barros.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Para interpelar.) - Achei que eu não fosse chegar, Presidente.
Eminente Presidente, Senador Angelo Coronel; Relatora, Deputada Lídice da Mata; meu amigo Allan dos Santos...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Pois é, Frota, devotado Deputado. (Risos.)
Até a Deputada Luizianne é minha amiga. Sentou aqui do meu lado semana passada.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Mas aqui é uma casa de amigos, de companheiros e companheiras. Aqui não é a casa da beligerância, vamos ter paciência.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É uma casa de amigos, exatamente, é isso mesmo.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - A amizade vai salvar o mundo.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Srs. Parlamentares, Deputados e Deputadas, Senadores e Senadoras, a eminente Relatora, no começo de sua fala, trouxe como premissa algumas matérias que ela própria intitulou como fake news e citou isso na sua fala inicial. Por exemplo, a questão da venda das terras indígenas, que foi uma notícia veiculada pelo portal Terça Livre; aliás, eu só me informo através do Terça Livre. Não me informo através da Rede Globo, Brasil 247, o Diário do Centro do Mundo, etc. Não me informo através deles, não. Essa matéria, Sr. Presidente, o título, confesso, até poderia ser de fato o impreciso. Mas, na notícia, se os Parlamentares tivessem a preocupação e tivessem o trabalho de ler a notícia, falava-se exatamente do que se tratava, que era a venda de créditos de carbono, e não da reserva em si. E a matéria tratava exatamente sobre esse fato.
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E aqui é importante a gente fazer uma diferenciação, porque nem tudo que está impreciso ou que está incompleto é falso. O jornalista, seja o Allan dos Santos, seja o jornalista da Globo, seja o jornalista da Record, do Estadão, da Folha de S. Paulo, é um ser humano e pode, por vezes, cometer falhas. O que quero dizer aqui é que nem tudo o que é impreciso ou incompleto é fake news.
Uma segunda notícia que a eminente Relatora trouxe na premissa de seu raciocínio é sobre a quadrilha detida sacando R$68 milhões para o Haddad. Quem fez essa denúncia não foi o portal Terça Livre, quem fez essa denúncia foi um Vereador local, que trouxe isso à tona. O portal Terça Livre apenas e tão somente deu voz a essa denúncia que o Vereador local estava fazendo. Como, por exemplo, a matéria do Dimenstein que o próprio depoente citou no começo do seu raciocínio. Não era o Dimenstein falando que a facada era fake, era uma carta. Aliás, quem disse que a facada foi fake foi o Deputado Zarattini, nesta Comissão. Nesta Comissão, o Deputado Zarattini, do PT, disse, na segunda reunião, que a facada de Bolsonaro era fake. Então, não foi o Terça Livre que comentou sobre a questão dessa quadrilha detida sacando dinheiro para Haddad.
Aliás, falando em dinheiro para o Haddad, em quadrilha etc., não me impressionaria, Allan dos Santos, se essa notícia fosse verdade. Porque convém a gente lembrar aqui a íntima relação do Partido dos Trabalhadores com o PCC. São diálogos cabulosos.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT - PE) - Sr. Presidente...
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Estou no meu momento de fala e estou construindo o meu raciocínio.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT - PE) - Nós vamos processar V. Exa.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Processa, processa. Aliás, gostaria de saber se o apelido Drácula é verdade ou fake news.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A palavra é mantida ao Deputado Filipe Barros.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT - PE) - V. Exa. não tem conhecimento de nada.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É verdade ou é fake news o apelido Drácula.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT - PE) - É fake news.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Ah, é fake news?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT - PE) - Eu já fui absolvido dessa denúncia caluniosa.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É Vampirão, então?
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT - PE) - Já fui absolvido.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É Vampiro.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT - PE) - Vampirão pode ser V. Exa.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É Vampiro, então!
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É sanguessuga. Entendi. Vampirão.
(Soa a campainha.)
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Voltando ao raciocínio, não me impressionaria se essa notícia fosse verídica, porque grampearam um líder do PCC. O líder do PCC afirmava que, nos governos passados, tinha diálogos cabulosos com o PT. Não é o Filipe que está falando; é o traficante, o criminoso do PCC. Foi grampeado, foi pego no grampo. Não me impressionaria também, porque o próprio Palocci - o Palocci foi Ministro do Governo de vocês, Senador Humberto Costa -, na delação premiada dele, disse, Relatora Lídice da Mata, que o PT usava o PCC para lavar dinheiro. Vão negar? Está lá na delação do Palocci.
Agora a última. O Instituto Anjos da Liberdade está sendo denunciado, porque recebeu, supostamente, dinheiro do PCC para atuar junto com o Partido dos Trabalhadores na defesa do PCC no STF. Agora o Instituto Anjos da Liberdade, Presidente, Senador Angelo Coronel, entrou com o impeachment do Bolsonaro. Então, veja quem é favorável ao impeachment do Bolsonaro! É o PCC, o Anjos da Liberdade, o PT, que têm uma relação, diálogos cabulosos.
Eminente Relatora, aqui eu percebo, na minha visão, Deputada Lídice da Mata, uma falha de V. Exa., porque, ao que me parece, confia 100% na idoneidade dos checadores de notícias e confia na idoneidade 100% da grande mídia. Amanhã, nós estaremos em audiência pública com os checadores de notícias. Então, vou guardar esses questionamentos sobre eles para amanhã. Mas eu fiz questão de pontuar isso aqui, porque, atrás do checadores de notícias, também há seres humanos capazes de gerar e muitas vezes errar intencionalmente.
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E não é possível a gente confiar, minha amiga Deputada Luizianne, que faz comentários nos meus ouvidos enquanto eu falo no microfone, não é possível a gente confiar na grande mídia, ainda mais depois da maior fake news divulgada pela grande mídia essa semana, através da Rede Globo, Globolixo, da suposta relação, enfim, construíram as fake news todas para tentar incriminar o Bolsonaro na morte da Vereadora Marielle Franco.
Não é possível a gente não partir também da premissa nesta CPI, Presidente, de que por várias vezes a grande mídia também atua como principal divulgadora de fake news. E eu trouxe vários, vários, vários exemplos aqui que eu gostaria, inclusive, de posteriormente protocolar junto à Relatora desta Comissão, para que a gente também investigue a relação da grande mídia com a divulgação de fake news. Não só da grande mídia, mas de mídias ligadas aos governos anteriores, ou, por exemplo, o MST, que divulgou aqui notícias falsas.
Da Veja aqui: "Bolsonaro sugere metralhar a Rocinha para resolver guerra". Isso foi uma fake news divulgada na campanha e até hoje não se conseguiu comprovar a veracidade da notícia veiculada através, salvo engano, da Veja. Trouxe outras notícias aqui. Bolsonaro... Brasil 247, o PT entende muito do Brasil 247. "Bolsonaro foi a hotel mais luxuoso do mundo com dinheiro público", falando sobre a viagem agora à Ásia. Mentira, foi desmentido.
Então, há inúmeras matérias aqui, da UOL, inclusive, outra fake news divulgada no período eleitoral: "Mulher diz ter sido marcada com canivete por apoiadores de Bolsonaro no Rio Grande do Sul", e está lá a suástica nazista. Depois, a polícia foi descobrir que ela se automutilou. A mídia divulgou que ela tinha sido marcada por apoiadores de Bolsonaro. Depois que a polícia fez o laudo, Eduardo Bolsonaro, não houve uma nota da imprensa, não houve uma nota!
Então, esta CPI, Sr. Presidente, e, se me permite, eu vou protocolar posteriormente esse material com a Relatora, também tem que investigar a grande mídia. É por isso que eu fiz requerimento para convocar a família Marinho, da Globo, junto do Sr. William Bonner. O pessoal do PT não quer convocar os globais lacradores, o Caetano Veloso, o Gagliasso? Trouxe todo mundo para esta Comissão. Vamos convocar o William Bonner e a família Marinho também para explicar a relação da Rede Globo com fake news.
O Senador Humberto Costa, acabei já respondendo, mas ele disse que é muito importante. Ele fez um questionamento durante a fala, Deputada Bia: "Quem aqui vai disputar a eleição ano que vem?", palavras do Senador Humberto Costa. Perguntou isso na sua fala. Esse é o objetivo desta CPI. Sabe por que, Sr. Presidente? Hoje a mídia social traz a população para dentro do Congresso Nacional 24 horas por dia. Hoje a população sabe exatamente tudo o que a gente faz e o que a gente deixou de fazer aqui dentro. E está certo. Nós somos pagos pela população e temos que responder aos nossos eleitores e à população dos nossos respectivos Estados.
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Só que há um porém. Com as mídias sociais, hoje, o Deputado ou o Senador, desculpem a palavra, mas o Deputado ou o Senador que faz cagada, quando chega ao aeroporto, há gente esperando lá para se manifestar. Hoje, na hora em que petista sai na rua, o pessoal joga dinheiro. Na hora em que petista chega ao aeroporto, está o pessoal lá, cobrando. E não é só petista, não, mas principalmente.
Hoje a população sabe o que acontece aqui dentro e sabe o que aconteceu no passado. É essa a preocupação de muitos aqui dentro, porque vão disputar a eleição do ano que vem e, aí, Deputado Eduardo Bolsonaro, na hora em que chegar a eleição municipal do ano que vem, a população vai relembrar os fatos que ocorreram nos anos passados, vai relembrar o apelido de muitos nas planilhas da Odebrecht... Vai lembrar, e vão perder a eleição. Então, é essa a preocupação de muitos que estão aqui neste Plenário hoje.
Hoje, Sr. Presidente, já para a gente finalizar, milícia virtual virou desculpa esfarrapada para político que desagrada o seu eleitorado e tem que arranjar uma desculpa. É isso que eu estou vendo acontecer. Deputado ou Senador se elege com uma plataforma, no meio da caminhada política descumpre essa plataforma. É óbvio, Deputado Cabo Junio Amaral, que o eleitor dele vai se decepcionar, vai cobrá-lo nas mídias sociais. Só que, daí, qual é a desculpa que arranjam? "Não, eu sou vítima de milícias virtuais". É esse o argumento que muitos têm utilizado, mas não querem ver a realidade. A realidade é esta: foram eleitos com uma plataforma, descumpriram, o eleitor cobra e agora se fazem de vítima, se escondem atrás dessa justificativa esfarrapada de que existe milícia virtual.
Agora, Sr. Presidente, mudando um pouco de assunto antes de finalizar, o meu amigo Deputado Marco Feliciano - talvez, depois de Bolsonaro, Marco Feliciano tenha sido uma das principais vítimas de fake news, principalmente no período em que assumiu a Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados -, Sr. Presidente, ele fez uma denúncia grave. O Senador Randolfe, recentemente, nas suas mídias sociais, fez uma denúncia sobre a morte de um indígena, cacique. Depois isso foi desmentido, e a mídia obviamente não noticiou que o fato narrado pelo Senador foi desmentido. Então, eu já estou anunciando que iremos convocar o Senador Randolfe Rodrigues para que possa explicar para a sociedade brasileira a fake news que ele divulgou nas suas mídias sociais, porque foi divulgada na mídia social. Se esta Comissão, o objetivo dela é investigar a mídia social, nada mais justo do que também ouvirmos o Senador Randolfe Rodrigues como investigado desta CPI. Vamos fazer esse requerimento.
Então, Sr. Presidente, agora, sim, para finalizar, já que falta um minuto, o requerimento, Allan dos Santos, que deu origem à sua convocação, de autoria do Deputado Rui Falcão, traz aqui um parágrafo falando sobre V. Exa., sobre o senhor, falando sobre o blogue Terça Livre: "um dos mais conhecidos propagadores de fake news da internet", blá, blá, blá, blá... Continua aqui. Certamente chegou até você esse requerimento, porque V. Exa. foi convocado, mas, em nenhum momento do requerimento, ao contrário do que a eminente Relatora disse no começo, este requerimento tratava sobre processos judiciais.
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Então, olha só, Sr. Presidente, como funciona: no requerimento, o Deputado Rui Falcão coloca aquilo em que ele acredita, aquilo que ele acha. Então, ele acha que o Allan dos Santos é divulgador de fake news, ele coloca o requerimento. Esse requerimento é aprovado e, aí, a eminente Relatora parte da premissa de que tudo isso que foi narrado pelo requerimento é verídico, acrescenta processos judiciais que nada têm a ver com fake news... Porque você ser processado por direito de resposta ou ser processado por calúnia não tem nada a ver com fake news. Você pode ter xingado uma pessoa, a pessoa não gostou, ela vai te processar por calúnia. Isso é fake news? O fato narrado na notícia é fake news? Não é.
Então, a eminente Relatora, por quem tenho um apreço muito grande, parte de premissas equivocadas, enviesadas, com o único objetivo de aparelhar esta Comissão para os fins eleitorais, como o próprio Senador Humberto Costa disse, para o ano que vem. Querem livrar a pele de muitos aqui dentro, porque, se dependerem da voz das ruas, não se elegem nem mais para síndico de prédio.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Presidente, eu fui citado.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Sr. Presidente, pelo art. 14...
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Eu fui citado.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Art. 14 e tempo de liderança...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Zarattini, que foi citado no início.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Art. 14 e tempo e liderança.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Um momento, Senador.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Sr. Presidente, o Deputado que me citou, o Deputado que falou anteriormente, ele vem aqui, ao invés de contribuir para a investigação das fake news, vem aqui criar confusão. É PCC, é Farc, o escambau. Ele vem aqui criar confusão. Ele está aqui com um único objetivo: obstruir esta CPI, impedir que ela funcione. Esse é o objetivo dele. E isso a gente tem que repudiar, porque nós não vamos avançar um milímetro se nós não fizermos a investigação para o bem do Brasil.
Ele diz aqui que... Reclamou tanto de fake news, mas não é. E não ajudou em absolutamente nada. Por que ele não ajudou a esclarecer as relações do Sr. Allan dos Santos com o Sr. Tercio Arnaud, com o Sr. José Matheus, com o Sr. Mateus Matos Diniz, que é o chamado gabinete do ódio? Por que ele não ajudou a fazer isso? Por que ele não ajudou a resolver esse problema, a fazer esse esclarecimento? É evidente: a posição do Deputado, assim como a do depoente, é não esclarecer absolutamente nada aqui hoje, é obstruir a CPI, por quê? Porque tem medo da verdade, tem medo de que esta CPI avance. Mas ela vai avançar com muita tranquilidade.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Você é divulgador de fake news, rapaz.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - O senhor disse ou não disse que é fake a facada do Bolsonaro? Disse ou não disse?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Por que se disse a gente convoca...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Peço aos Parlamentares: vamos deixar as paralelas.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Quero saber aqui se o Deputado vai querer bater boca comigo, porque senão nós vamos bater boca para valer. Porque o senhor aqui é provocador...
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Eu vou te convocar... Eu vou te convocar...
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - É provocador...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Srs. Parlamentares...
(Tumulto no recinto.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Srs. Parlamentares, Srs. Parlamentares...
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Vamos te convocar...
(Soa a campainha.)
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - É macho para falar fora do microfone, mas não...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Tem todo o apoio.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Senador Humberto, que foi citado pelo Deputado Filipe.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Sr. Presidente, nós fazemos parte de um Parlamento. Nós fazemos parte de um Poder da República. Nós somos a representação do povo brasileiro. Temos que nos portar e nos comportar de acordo com o que é o povo brasileiro. O povo brasileiro não é isso, não é ódio, não é essa virulência que está sendo colocada aqui, e muito menos a divulgação de mentiras.
Sem querer, o Deputado que me antecedeu me dá uma oportunidade de falar aqui para todas as redes sociais, de poder desfazer uma informação falsa que foi dada aqui. Eu não respondo a nenhum processo na Justiça.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Não respondo!
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Os processos...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Srs. Parlamentares...
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Vá ver.
(Soa a campainha.)
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O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Não respondo. Os processos em que eu fui...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Me respeite! Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Senador Humberto Costa.
Por favor, Srs. Deputados.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Quanto aos processos de que fui acusado, Sr. Presidente, eu fui absolvido, a pedido...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Não é possível!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Senador Humberto Costa.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Fui absolvido a pedido do Ministério Público e pela unanimidade dos Desembargadores do Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Até hoje ainda falam disso aí, mas isso já foi julgado e definido. Depois fui acusado... Inventaram até histórica de Drácula em uma delação da Odebrecht, que não tem meu nome; tem o nome Drácula lá. E o Supremo Tribunal Federal arquivou esse processo por falta absoluta de provas ou de qualquer consistência.
Então, quero esclarecer o Parlamentar que me antecedeu, para que ele não continue a divulgar informações que não são verdadeiras. E que ele tenha o devido respeito parlamentar que eu lhe tenho.
A outra coisa, Sr. Presidente, é que eu não estou aqui falando somente de campanha. Primeiro, porque essa avaliação política de que uma parte vai ser destroçada e de que a outra vai se dar bem, com o Brasil do jeito que está, com essas forças que estão no poder, que são também acusadas de tantas e tantas coisas absurdas, que não vêm ao caso desta CPI, mas o povo brasileiro sabe...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Não é apenas por isso. É por causa do cidadão comum, é por causa de gente que já foi assassinada por conta da divulgação de informações falsas.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Celso Daniel?
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - É por pessoas...
Não é possível! Isso é papel de uma pessoa que veio aqui para ser ouvida?
O senhor respeite, por favor!
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Sr. Depoente, por favor. V. Exa. não foi inquirido; não poderia usar da palavra. Desculpe-me, mas aqui existe uma norma.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Então, não é apenas o problema eleitoral. Estou apenas chamando a atenção das pessoas que estão e que estão vindo cumprir um papel que é contra elas próprias.
Mas estou falando das pessoas que morrem, estou falando das pessoas que são incentivadas a se suicidarem, estou falando de artistas, de escritores, de pessoas que são destruídas na internet por notícias falsas. O objetivo desta CPI é extremamente importante e, portanto, não cabe esse tipo de colocação que foi feita aqui. Há cada vez mais e mais notícias falsas. Ainda na semana foi dito aqui que...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluindo, Senador.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - ... essa notícia de que tinha relação do PT com as Farc, já foi dito aqui...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Presidente, o tempo de resposta é cinco minutos só e não está sendo computado.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Pela Liderança.) - Eu peço meu tempo de Líder. Eu tenho cinco minutos como Líder.
Como também são falsas essas outras colocações de PCC, do que quer que seja. Onde há um processo...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Presidente, é Líder ou precisa de delegação? Porque não está sendo computado o tempo de direito de resposta. Presidente. Eu sou a próxima a falar, eu tenho de ir para a CCJ também.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada Caroline, ele não está falando, porque... Ele foi citado por alguém. E agora ele está no tempo de Líder.
Com a palavra o Senador Humberto Costa.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Marque o tempo, então, Presidente.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Marque o tempo aí.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Estou marcando aqui também no celular. Não se preocupe não.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - Está bom.
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O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - O que acontece hoje no Brasil é a destruição de reputações, é a destruição de famílias, é a destruição de carreiras profissionais. É uma prática que nunca aconteceu no nosso País! A política do brasil hoje está contaminada por esse tipo de ação, e não é uma ação apenas contra o PT...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Presidente, o tempo por gentileza.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE) - São os mesmos que agiram contra o Supremo Tribunal Federal, contra o Congresso Nacional... É isso que está em jogo aqui.
Portanto, saiba o ilustríssimo Deputado que me antecedeu que irá responder concretamente pelas coisas sem correspondência com a realidade que disse aqui.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Marco Feliciano, que foi citado.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Muito obrigado.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Gente, isto aqui não é ringue, não é local de brigas, é local de debate. Vamos manter a calma!
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Sr. Presidente, eu quero aqui agradecer as considerações e palavras ditas pelo Deputado Filipe Barros, pela maneira como ele aqui acabou saindo em minha defesa.
E ele me fez lembrar aqui de um momento muito difícil na minha vida. De fato, eu sei o que é fake news e conheço seu efeito maléfico. Há Deputados aqui que atuaram comigo em outros mandatos, como, por exemplo, o Deputado Molon, o Deputado Henrique Fontana e o Deputado Zarattini, que devem se lembrar do que eu passei em 2013. A minha família foi espancada, eu fui espancado literalmente dentro de avião - há vídeos na internet -, em shopping centers. Apanhei, Sr. Presidente, na carne. Não foram palavras de retórica, apanhei mesmo. Tive que tirar uma filha da universidade, porque os professores de esquerda começaram a perseguir a minha filha. Minhas duas filhas mais novas, na época uma tinha 10 e a outra tinha 11, tiveram que passar por tratamento psicológico por pelo menos um ano, porque as duas, dentro de um carro comigo, sofreram ataque de um grupo de um movimento que não quero citar aqui; subiram em cima do meu carro pelados, esfregaram as genitálias na cara das minhas filhas. Eu desafio aqui alguém a perguntar para mim se eu processei alguém. É que eu sou um homem da vida pública. A pessoa que não aguenta pancadaria não entra nessa briga. Eu sei que é ruim, eu sei que é duro...
Por exemplo, querem ver, eu tenho aqui na minha frente o Frota, que hoje é um grande amigo meu. O Frota lembra o que ele fez comigo. Ele gravou um videozinho e falou que eu era namorado dele. Olha que desgraça!
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - É sério! O Frota lembra disso.
Um dia ele me entrevistou num programa de TV e falou assim: "Feliciano, você não me processou por quê?" Eu falei: "Porque eu entendi, Frota, que era uma brincadeira de mau gosto, mas era uma brincadeira."
Eu acho que o espírito público tem que passar por isso. Se ficarmos lavando roupa suja aqui toda hora, instrumentalizando a Comissão, como está sendo feito... O senhor sabe que, no início da Comissão, eu fui citado - o senhor já tem uma nota de convocação deste Parlamentar -, porque eu estava num debate com outro Parlamentar. O que é que tem a ver o que eu fazia com ele com o objetivo desta Comissão? Então, a Comissão simplesmente está perdendo seu rumo. Então, queria pedir aos Deputados um pouquinho mais de sensatez, aos Senadores, um pouquinho mais de sensatez, senão o Brasil, de fato, não vai caminhar nunca, Sr. Presidente.
Então, quero aqui só deixar estas palavras, agradecer ao Filipe. Acredito que ele vá entrar com um pedido de convocação do Senador Randolfe. Olhe só, é desnecessário. O Randolfe pede a minha convocação, o pessoal pede a convocação dele. Vamos perder tempo com isso. Então, nós temos que transformar esta Comissão em algo benéfico para o Brasil.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada Caroline de Toni. (Pausa.)
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Fora do microfone.) - Só um pouquinho...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Sei que V. Exa. estava ansiosa para fazer uso do microfone. Chegou o seu momento!
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A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Boa tarde, Presidente! Boa tarde, Allan dos Santos.
O Prof. Olavo de Carvalho sempre disse que no momento em que aparecesse um candidato à Presidência que fosse de direita e conservador ele seria vitorioso. Novamente, como sempre, o Prof. Olavo tem razão.
Todas as pesquisas atestam que o povo brasileiro é majoritariamente conservador, mas, olhem, que curioso: mesmo assim nós não temos um jornal, uma revista, uma rádio ou uma TV abertamente de direita e conservadora.
Hoje o povo brasileiro conseguiu romper esse bloqueio através das redes sociais. O cidadão consegue ouvir e ser ouvido e quem não quer perder o monopólio da informação teme esse fenômeno. O Sr. Allan dos Santos é um, dentre tantos, que faz parte dessa mudança na maneira como o brasileiro se informa, informa os outros e se informa. Hoje ele é proprietário do site Terça Livre e é também influenciador digital.
Agora, é muito engraçado, porque, quando alguém é de esquerda, é considerado influenciador digital, agora, quando é de direita, é considerado miliciano digital que estimula ataques. Eu quero aqui repudiar o uso do termo "miliciano" contra o Sr. Allan e contra todas as pessoas de direita que têm exercido democraticamente o direito à liberdade de expressão nas redes para começar a minha fala.
O que esta CPMI quer é calar a voz do povo. O mundo evoluiu, e hoje não é mais necessário fazer megamanifestações nas ruas. Qualquer pessoa pode se reunir digitalmente para discutir ideias, pensamento ou marcar reuniões. É um direito assegurado na Constituição, como também é assegurado o direito do livre pensamento. E dentre essas discussões digitais, não existe impedimento para que as pessoas externem as suas ideias ou vontades. É como se fosse uma reunião física de um partido, igreja, clube, só que é de uma forma mais ágil e barata.
A grande celeuma é que houve uma quebra no monopólio da informação. Hoje as grandes corporações de mídia não conseguem impor a manutenção da dita verdade e com isso o estamento burocrático entrou em pânico.
Então, tudo que a gente vê aqui hoje é o que a gente vem falando em todas as reuniões desta CPI. A oposição não aceita o resultado de 57 milhões de brasileiros que votaram no Jair Messias Bolsonaro. Estão aqui tentando fazer um terceiro turno, um tribunal de exceção. Estão querendo pegar pessoas que são de direita só porque são de direita e estão tendo o direito de falar o que pensam livremente nas redes. É óbvio que aqui, nesta CPI, vão tentar criminalizar, vão tentar perseguir, por quê? Porque não estão gostando da quebra da hegemonia esquerdista que até então vinha no Brasil.
Agora que comecei essa introdução, quero agradecer e parabenizar o Allan dos Santos pelo trabalho que vem realizando há anos no canal Terça Livre, informando.
Estamos aqui, Allan, para assegurar o direito à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa e de pensamento. Então, quem nos critica está querendo cercear essa liberdade.
Gostaria de perguntar ao Sr. Allan dos Santos se o senhor acha que esta CPMI está afetando a liberdade de imprensa na qualidade de jornalista.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Muito bem.
Exma. Deputada, veja, há uma matéria do Lauro Jardim em O Globo onde ele diz: "Bolsonaro rumo a Nova York com o seu blogueiro de estimação". Vejam que aqui não há animus informandi, há uma mentira com deboche. E ao fim da matéria a atualização: "O blogue errou e pede desculpas a Allan dos Santos e aos leitores. Quem está viajando em comitiva do Presidente para Nova York é um fotógrafo que é o homônimo do blogueiro". Comparem o alcance que o tercalivre.com.br tem com o globo.com. Isso aqui não é jornalismo. Entretanto, eu não vejo outra maneira de combater o Globo se não fazendo jornalismo e não querendo calar o Lauro Jardim.
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O que aqui eu estou vendo, infelizmente, com algumas induções, perguntas que ficam induzindo respostas, é que querem calar a liberdade de expressão e querem proibir ou coibir ou condicionar a liberdade de associação de pessoas, que está prevista na Constituição.
Se não há pagamento, não há como provar nenhum tipo de pagamento, por que chamar de milícia? Se é ofensa, por que não recorrer aos tribunais?
Até agora, não ficou claro para mim o que é fake news, Sra. Deputada. O que é fake news? É a calúnia? Não. Calúnia já está prevista por lei.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC) - Nós não temos sequer um conceito de consenso e consenso jurídico e sequer a criminalização.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Exato.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Mas o que se faz aqui é tentar criminalizar algo sobre o que sequer se tem o consenso acerca do conceito, para ver como está o negócio.
Então, gostaria de insistir nesta pergunta: o que seria, então, o jornalismo verdadeiro, Sr. Allan? Já que, muitas vezes, a gente vê matérias em blogues tendenciosas, como essa que o senhor acabou de demonstrar?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Bem, cabe lembrar que o jornalismo verdadeiro não é partidário. O que isso significa? O que o Lauro Jardim está fazendo, nessa matéria de O Globo, é óbvio que é fofoca. E nem fofoca é. É uma mentira grave. Isso aqui eu considero fake news.
Os jornalistas de esquerda, como bem disse o ex-Ministro que hoje está enjaulado, que é o Lula... Ele escreveu o livro Jornalistas e Revolucionários, onde ele celebra e comemora a participação de pequenos jornais, como O Pasquim e tantos outros jornais, inclusive ligados a partidos políticos, dentro do processo da democracia, segundo a visão do ex-Ministro.
Existe o jornalismo de esquerda? Existe. E ele tem de ter a liberdade. Existe jornalismo de direita? Ele quer existir, mas está sendo calado.
O jornalista tem de ter a liberdade de expor o que ele pensa, o que ele acredita, dentro dos limites da lei. E a lei é tão favorável ao jornalista, entendendo a necessidade da participação do jornalista dentro da República, que ela lhe confere o sigilo de fonte, para exatamente colaborar com a própria polícia, em caso de investigação, porque certos criminosos conseguiram cooptar de tal maneira a burocracia do Estado que nem mesmo a polícia pode encontrar alguma prova dele.
É necessário haver o papel do jornalista.
O que querem fazer hoje não é descrever o que é o jornalismo verdadeiro. Eles querem proibir qualquer atividade jornalística que não seja como a do Lauro Jardim. Essa atividade do Lauro Jardim não está sendo criticada aqui por ninguém, e me assusta dizer que Lauro Jardim mente, querendo zombar de mim, que sou um pai de família.
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Meu filho é pequenininho ainda, os dois filhinhos que eu tenho. Agora, imagina se ele tivesse idade para ler assim: "Blogueiro de estimação!", uma mentira.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Allan, inclusive, o senhor teve seu endereço divulgado pelo Parlamentar aqui, que já admitiu...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Desculpe interrompê-la, dentro de uma investigação de ameaça de morte...
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Isso, é isso que eu quero falar.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - De mim, da minha esposa e de meus filhos.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - O senhor teve o seu endereço divulgado pelo Parlamentar aqui presente, colocando em risco a sua integridade física e da sua família.
É verdade que o senhor se mudou para Brasília justamente porque foi ameaçado de morte?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Aqui está o boletim de ocorrência. Eu morava no Rio Grande do Sul, em Bento Gonçalves; depois, me mudei para Monte Belo do Sul. E fui ameaçado, diante do susto de ver que eu não tenho acesso à legítima defesa.
Sra. Deputada, a senhora perguntou se eu sou favorável ao fim do Estatuto Desarmamento. Eu me vi na pior situação possível: olhar para o seu filhinho de dois anos de idade, a sua esposa dentro de casa, e você receber um e-mail com todas as informações de CPF, identidade, endereço, endereço da minha irmã...
Então, eu recebi essa ameaça de morte. Diante dessa situação, eu não tinha nada para me defender. Sabe o que é nada? Absolutamente nada, absolutamente nada. Eu me vi nessa situação de desespero e telefonei para amigos e perguntei onde eu poderia ficar.
Eles falaram para mim: "Vem para Brasília que aqui é seguro, aqui é um lugar visível. Aqui tem visibilidade. Se acontecer alguma coisa com seu filhinho, com a sua esposa ou com você, isso vai ganhar notoriedade, vai inibir a ação de quem está ameaçando.
Eu vim para cá por isso. E nesse processo que ainda estou... A Polícia Civil do DF conseguiu quebrar... Conseguiu do governo suíço a quebra do e-mail. Só que quem está me ameaçando de morte conseguiu guardar o e-mail - na verdade, o acesso ao e-mail - pelo IP de uma empresa americana. Agora, é esperar ver se a empresa americana vai ser obrigada pelas leis americanas a conceder a quebra desse sigilo. Até lá, eu não sei como está a minha esposa nesse exato momento.
Eu sou obrigado a ter um aplicativo, onde eu fico vendo a câmera da minha casa para saber se meu filhinho de dois anos de idade pode ficar tranquilo enquanto eu venho aqui só fazer jornalismo. É muito duro isso, porque, desculpe-me, os senhores têm direito a uma escolta armada...
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT - PE. Fora do microfone.) - Não é verdade.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O senhor tem direito.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - É verdade, eu tenho. É verdade.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Os senhores têm direito a uma escolta armada. Sabe do que eu tenho direito? A rezar e pedir a Deus para que nada aconteça.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Allan, é o seguinte: Eu gostaria de perguntar e eu gostaria que respondesse de forma objetiva, porque eu tenho mais alguns questionamentos e o meu tempo já está acabando.
O senhor sente que a grande imprensa já causou... Perdão, o senhor sente que o crescimento das mídias Independentes, como é o Terça Livre, é uma ameaça à mídia tradicional?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eu não digo uma ameaça à mídia tradicional, mas uma ameaça ao monopólio da mídia tradicional.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - O senhor poderia relatar casos em que ficou sabendo, enquanto jornalista, de blogues de esquerda que foram financiados pelo governo passado?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu tenho registrado isso.
Quando você acessa youtube.com./tercalivre, que é o nosso o nosso portal, o nosso canal de YouTube - que, inclusive, tomou um strike hoje de um cartunista de esquerda. Ou seja, eu vou ficar proibido de fazer transmissões ao vivo até fevereiro, mas eu vou ingressar com uma ação na Justiça para isso -, lá você pede... Bota no Google, no YouTube... Perdão, no próprio YouTube os vídeos mais vistos. O terceiro vídeo mais visto do Terça Livre é um flagrante delito de um grupo de esquerda, fazendo campanha para o Haddad com formulário, pagamento, dia de pagamento. Esse vídeo está no meu computador, porque eles retiraram do ar.
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A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Com todo respeito à Relatora, no início ela quis acusar o senhor de fake news, porque o senhor teria sido condenado - o que está em recurso, não é?, o senhor explicou - por não ter dado direito de resposta. Vários jornais, todos os dias, muitas vezes se esquecem de dar o direito de resposta, etc. Isso significaria dizer que todos os jornais fazem fake news, porque não dão direito de resposta? Sentir-se ofendido ou ganhar direito de resposta é motivo para condenar como um todo o jornalismo? Gostaria que o senhor se pronunciasse sobre isso, até porque parece que essa foi a única acusação que haveria, não é? Porque todas as outras foram derrubadas aqui pela sua fala.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim. É um desvio de mérito aqui, porque querem dizer que é fake news você perder uma ação de direito de resposta. Se fosse assim, seria impossível um jornal de grande circulação, por exemplo, fazer várias matérias em várias cidades do Brasil inteiro, e não dá tempo, às vezes, de conceder o direito de resposta, e pode ser condenado por isso.
A SRA. CAROLINE DE TONI (PSL - SC. Para interpelar.) - Gostaria que você comentasse, com relação à eleição passada, quanto a fake news principais que o Presidente Bolsonaro sofreu no processo eleitoral. Vocês devem ter noticiado várias, não é? Porque ele, sim...
Quem foi condenado por propagação de conteúdo negativo, já falei aqui, foi o Haddad. Impulsionou R$88 mil e foi condenado a pagar uma multa para a Justiça Eleitoral, de R$174 mil. E dentre esses vários conteúdos, havia lá notícias contra o Presidente. Gostaria que você relatasse algumas notícias que quem, sim, sofreu fake news durante a eleição passada foi o Presidente Jair Messias Bolsonaro.
E com isso, eu encerro aqui a minha fala.
Muito obrigada.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Bem, são várias, não é? A da suástica, já mencionada. Ela foi citada aqui. Nós tivemos a questão do WhatsApp, Bolsonaro querendo fuzilar a Rocinha, Bolsonaro odeia negros, Bolsonaro odeia gays, Bolsonaro quer o cerceamento e quer calar a imprensa.
Inclusive a Abraji, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, que é financiada pelo multibilionário George Soros, emitiu uma nota contra Jair Messias Bolsonaro, dizendo que, ao não querer usar o dinheiro público para pagar o jornal, no caso da Secom etc., ele estaria atentando ao jornalismo brasileiro. Essa fake news é tão grave, que até hoje a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo nunca emitiu uma única nota à proposta do PT de controlar a imprensa.
Isso, vejam, essa é a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Deveria ser a última instância, entre os jornalistas, para obter subsídio e poder alcançar então a investigação daquilo que é o papel do jornalista. A Abraji, repito, financiada pela Fundação Ford e pelo multibilionário George Soros... Lembrando que a Abraji está na nossa revista que foi lançada hoje, revistatercalivre.com.br, em 2014 e 2015, a Abraji tinha 180, eu não lembro agora, pouco mais de 100 mil de orçamento anual; no ano seguinte, com a ajuda do George Soros, a Abraji teve à sua disposição quase R$1 milhão e não fez nenhuma nota.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluindo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo não emitiu nenhuma nota sobre essa fake news.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O próximo inscrito aqui é o Deputado Marco Feliciano, mas me parece que ele antecipou, não foi? Então passo a palavra ao Deputado Éder Mauro, do PSD, do Pará, já que o Senador Randolfe está ausente, o Deputado Eduardo Gama está ausente, e o Deputado Marco Feliciano não quis fazer uso da palavra neste momento.
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Ainda estão inscritos aqui os Srs. Celso Russomanno, os suplentes Alexandre Frota, Natália Bonavides, Paulo Ramos, Eduardo Bolsonaro, Pedro Lupion, Jean Paul Prates, Davis Miranda, Coronel Tadeu e Carlos Zarattini.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Esses são os membros?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Estes são os inscritos até então.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Fora do microfone.) - Eu estou inscrita na lista de não membros.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - À Secretaria da Mesa é só passar o nome que eles me mandam na hora aqui.
Aqui, quem quiser falar terá todo o espaço possível. (Pausa.)
Com a palavra o Deputado Éder.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA. Para interpelar.) - Obrigado, Sr. Presidente.
Embora eu tenha chegado atrasado, eu já quero aqui parabenizar o Sr. Allan dos Santos por todos os seus posicionamentos. Eu tive conhecimento de seus posicionamentos através do celular, e não era fake news. E fiz questão vir aqui, mesmo chegando atrasado e tendo algumas falas já sido proferidas por várias pessoas... Para falar a verdade, eu nem iria me posicionar hoje, Sr. Presidente, mas, quando eu vejo uma CPMI, descaradamente, mais uma vez, se direcionando de uma forma ideológica e parcial, eu já fico assim pensando em como será o relatório desta CPMI, de que forma ele irá terminar.
Aí, eu ouço pessoas no debate, com todo o respeito - e aqui não sou eu quem está falando, mas a mídia... Se você entrar no Google, você vai ver em todas as mídias aqui Senador dizer que não respondeu a nenhum processo, a nenhum inquérito judicial.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Fora do microfone.) - Não respondo.
O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD - PA) - Aí é brincadeira!
Pelo pouco que puxei... E não sou eu quem está falando, Senador. O Estadão: " Exclusivo: Humberto Costa, o Drácula, recebeu propina com o conhecimento de Temer, Dilma e Graça, diz o delator". E por aí vai na questão da Petrobras, eleições de 2010 e tudo mais.
Minha gente, eu acho que o que está acontecendo é que a esquerda não suporta ver um governo tirando do desemprego, dos quase 15 milhões de desempregados que a esquerda deixou neste País, e já hoje reduzindo para um pouco mais de 12 milhões com menos de um ano de governo.
A esquerda não suporta ver escolas, inclusive aqui em Brasília, fazendo a eleição, dentro das escolas, com as crianças e os adolescentes, para que seja lá empregado o modelo de escola cívico-militar. Isso, para eles, é o mesmo que meter um dedo na ferida. "Meu Deus do céu, vamos perder a nossa direção de formar os 'esquerdopatazinhos'!" Isso está acabando.
Então, para eles, está sendo um absurdo ter de perder tudo isso. Eles não suportam ver o Governo, por exemplo, anunciar, como eu vi ainda há pouco um Ministro fazer, R$400 bilhões para Estados e Municípios de forma direta. Isso quando os Governos passados, em vez de investir R$400 bilhões nos Estados e Municípios, investiram quase R$1 trilhão roubando este País e colocando dentro dos seus apartamentos, dentro das suas fazendas - e olha que no meu Estado há muita fazenda, principalmente no sul do Pará, onde eu gostaria que a Polícia Federal e que a Procuradoria pudessem investigar os laranjas que lá estão, porque dizem que pertencem ao filho de um ex-Presidente. E olha que são muitas cabeças de gado, muitas cabeças de gado.
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Então, minha gente, quando a esquerda aqui nesta CPI — que esta CPI, eu digo, parece uma CPI fake, paraguaia, porque na verdade ela só tem um objetivo aqui, tentar desqualificar ou atingir o Senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro.
Aí eu não posso, Sr. Presidente, ver pessoas, aqui nesta CPI, fazer pronunciamentos como se fossem pessoas de bem, embora ainda investidos em cargos políticos, como se fossem pessoas que não causaram nenhum mal a este País, como se fossem pessoas que não deixaram, com as roubalheiras que fizeram literalmente aos cofres públicos, utilizando as nossas estatais, deixando crianças nas escolas, como no meu Estado, em um dos Municípios, comendo chibé, que é farinha com água, porque o dinheiro está lá na fazenda do político bandido; que deixaram milhares de pessoas, como ainda hoje este Governo tenta resolver, jogadas nos corredores dos hospitais sem nenhum atendimento básico porque o dinheiro está nos paraísos fiscais. E aí, cinicamente, o cara vem nesta CPI aqui dizer que é santo e que quer crucificar um Presidente que está mudando este País? Isso, enquanto eu estiver aqui como titular, a não ser que me tirem, eu não vou deixar - eu não vou deixar. Então, minha gente, nós brasileiros estamos lá na rua, e não adianta as Globo da vida... Porque o que agora resolve este País são as redes sociais, e não é com fake news. Como disse ainda há pouco uma Deputada, o povo acompanha diretamente o que está acontecendo na Câmara, no Congresso como um todo e inclusive aqui Sr. Presidente, inclusive aqui.
Então não adianta ninguém vir com carinha aqui de Drácula, ou seja lá do que for, dizer que isso e aquilo, e que está tudo errado, que fake news foi o pessoal do Bolsonaro que disparou, quando todo mundo sabe, e eu vivi a campanha, como ainda há pouco o Alan falou, falaram que o Bolsonaro não gostava de homossexual, que não gostava de negro, que não gostava de mulher, e por aí vai. E ele, sem sair da casa dele, teve que suportar tudo isso. E vocês, "esquerdalhas" comunistas, tiveram que engolir, porque o povo foi para a rua e elegeu alguém porque não aguentava mais o que vocês fizeram com este País. Ou vocês ainda têm a cara lambida de achar que o povo lá fora é burro? Não é não. O povo sabe muito bem o que está acontecendo neste País. Vocês não terão vez, o povo está acompanhando, o povo sabe o que está acontecendo. A esquerda neste País é uma esquerda falida e morta. Por isso que quando estão discutindo a questão da prisão em segunda instância, e eu já falei isso lá na CCJ, eu me dirigi à esquerda e disse: "Soltem o Lula de vocês, porque senão vocês vão soltar um monte de bandidos junto, estupradores, latrocidas e tudo mais. E não são os pequenos não, porque o ladrão comum não tem dinheiro para chegar nem na primeira instância, imagine na segunda! Soltem o Lula, porque o Lula já está morto!"
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Ou vocês acham que ele, preso ou solto, vai fazer diferença? Não faz diferença não. Traz esse bandido para a rua, que é para o povo fazer com ele o que faz com muitos políticos quando entram em avião. E não é só político. Há muitos e muitos outros em que o povo está de olho. Então, esqueçam. Vocês podem fazer o que quiserem nesta CPI, mas nós vamos estar aqui, nós vamos estar aqui, e vocês vão ter que engolir essa situação.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Senador Humberto Costa, que foi citado pelo Deputado Éder Mauro.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - Presidente, tempo da Liderança, cinco minutos, na sequência do Senador, pode ser?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Qual partido?
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ) - PSL.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pois não, depois dele, então, Deputado.
O SR. HUMBERTO COSTA (PT - PE. Para explicação pessoal.) - Sr. Presidente, pela última vez, eu quero aqui reafirmar o que disse. Eu fui inocentado. A pedido do Ministério Público Federal, fui inocentado, por unanimidade do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, de um processo que foi movido contra mim. Fui citado de forma ilegal por delatores da empresa Odebrecht. Fui investigado - investigação não é condenação nem é denúncia -, fui investigado, e o Supremo Tribunal Federal determinou o arquivamento desse inquérito. Portanto, quando digo aqui que não sou processado, não fui condenado... E a condenação a que o depoente se referiu aqui foi uma condenação de processo de Justiça Eleitoral. Ele está dizendo que foi condenação de fake news porque eu disse que, entre outros, o ex-Deputado Mendonça Filho e o ex-Deputado Bruno Araújo eram da turma de Temer. E não eram? Não eram ambos ministros? Foi por isso que eu fui condenado pelo que ele está chamando de fake news. Qual era o problema? Foram ministros. Eram do time de Temer, como outros foram também. Então, eu não vou mais me pronunciar sobre isso.
Acho que o objetivo de alguns que estão aqui é tumultuar esta CPMI para que ela não vá para lugar nenhum e as pessoas que praticam hoje no Brasil essas ações de fake news permaneçam na impunidade.
Obrigado.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Pela ordem.) - Eu estava na ordem dos inscritos. Lamentavelmente, como V. Exa. sabe, nós temos várias Comissões funcionando ao mesmo tempo, e eu tive que ir para uma das Comissões. Gostaria só que V. Exa. garantisse a minha pergunta na ordem.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Agradeço a V. Exa.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Márcio, pela Liderança do PSL.
O SR. MÁRCIO LABRE (PSL - RJ. Pela Liderança.) - Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde ao depoente. Boa tarde, Relatora Lídice. Boa tarde, Allan dos Santos e todos os colegas presentes. Eu tinha me programado para fazer uma fala de 15 minutos, mas, infelizmente, tivemos um problema técnico e não deu tempo de encaixar a minha inscrição como membro. Então, vou usar os cinco minutos de Liderança.
Bom, cinco minutos é muito pouco tempo, mas eu vou tentar dar dois testemunhos importantes que provam, que desmoronam essa tese de que a gente está num ambiente de milícias.
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A primeira é a minha própria história. Eu gastei R$23 mil na minha campanha, tive quase 47 mil votos. Deixo à disposição desta CPI qualquer levantamento ou auditoria das minhas redes sociais para verificar que eu não tive gasto de impulsionamento. Aliás, esse foi relevante, eu achei 300 paus no Facebook, alguma coisa assim. Ganhei a eleição com esse negocinho aqui, falando olho no olho. Tudo orgânico. Allan dos Santos acompanhou a gente durante um tempo. Eu apresentei programa no Terça Livre, depois eu saí para fazer minha campanha.
Então, isso é um exemplo de que tudo que foi construído nesse período das eleições de 2018... Houve uma quebra de paradigma, e isso é o calcanhar de Aquiles de muitos que, no Rio de Janeiro e em São Paulo, muitos especialistas em política, coordenadores, estrategistas botaram bronca e me disseram: "Rede social não ganha eleição". Eu disse: "Vocês vão quebrar a cara". E quando aconteceu o que aconteceu, muitos desses, que ainda estão aqui em Brasília, não baixam a crista, não param de empinar o peito e continuam achando que estão entendendo, mas não estão entendendo.
A realidade é que as redes sociais trouxeram um novo conceito de relação entre a sociedade e os políticos, e a dificuldade e a resistência de entender isso e de não saber lidar com isso estão provocando, obviamente por outras questões, esse clima, essa tentativa de travar as redes sociais, principalmente porque o campo conservador foi o campo mais bem-sucedido, obviamente porque é uma tendência natural. Como a gente já tem os diálogos circulando no campo progressista em toda a mídia, até pela formação dos jornalistas nos últimos 20 anos, as redes sociais acabaram sendo uma válvula de escape dos diálogos conservadores.
Então, a gente chegou a um ponto que a gente acabou sendo dono do território, e é evidente que com isso você acaba trazendo efeitos colaterais. É óbvio que no pacote vem o que é bom e vem o que não é bom também, mas o que é bom e o que não é bom estão dos dois lados. Já foi citada aqui pelo Deputado Filipe Barros, já foi citado pelo depoente, já foi citado por várias pessoas uma infinidade de fake news do lado de lá. E aí a gente vai ter que entrar de novo nesse conceito que continua sendo um conceito que não há consenso porque fake news, na prática, é uma palavra sofisticada para dar o nome de fofoca, boato, sátira, pegadinha, coisa que sempre existiu e isso nunca botou ninguém na cadeia. E eu sinto um cheiro muito ruim, uma tentativa de transformar este País num Estado policialesco para prender quem conta fake news. A sociedade sempre conseguiu se livrar disso. Quando não existia nem internet, a vizinha fofoqueira, que contava mentira e ninguém acreditava, depois de um tempo ela não era levada sério. Ninguém leva a sério fofoqueiro. Então, as fake news, por si só, em qualquer instrumento de divulgação, vão se perdendo ao longo do tempo. Então, a gente não precisa botar ninguém na cadeia nem caminhar para esse lado, nem intimidar.
Um outro exemplo, rapidamente, é o Sr. Nelson Barbudo. Nelson Barbudo foi um fenômeno de massa. Ele conseguiu hoje, eu acredito que já chegasse a quase cinco milhões de seguidores antes das eleições, também fazendo vídeo e dando a opinião dele humilde lá, do interior do Mato Grosso. Eu quero que alguém aqui prove que o Sr. Nelson Barbudo montou milícia. Eu quero que alguém aqui prove que eu ganhei uma eleição com milícia, que eu ganhei a eleição com robô. O fato de poder acontecer uma ou outra situação isoladamente não pode ser tratado como o todo.
A falta de Platão, Allan dos Santos, faz as pessoas julgarem o todo pela parte. Isso é um problema. Muita gente aqui empina o peito para dizer que tem cultura, mas não leu o básico, porque, se entendesse esse conceito, não estaria dando esse tratamento equivocado, tentando criminalizar e construir neste País um Estado policialesco, que é irreversível.
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As redes sociais refletem uma sociedade que tem seus percentuais de gente neurótica, de gente criminosa, de gente agressiva, de gente mentirosa, de gente bandida. O que está na rede social é reflexo do que está na sociedade. Tentar fazer essa brincadeira de gato e rato, de papa-léguas, não vai acabar bem. Todo mundo vai sair perdendo.
Inclusive eu lancei... Para terminar, Sr. Presidente. Eu sou mais um exemplo de como a gente pode lidar com isso. Eu fiz uma enquete nas minhas redes e eu mesmo fui espancado por ter sido confundido num posicionamento que eu falei. Levantei aqui, na semana passada...
Então, o negócio é o seguinte: vão botar identificação para todo mundo? Vão acabar com o anonimato? Vamos seguir o art. 5º da Constituição e aí resolvemos. Todo mundo vai sair perdendo, porque, no final das contas, todo mundo prefere ter o direito de poder, em determinadas situações, acusar ou denunciar e não ser, num primeiro momento, identificado e, aí, sim, num segundo momento, numa questão judicial, ser identificado.
Então, finalizando, se a gente quiser levar a sério essa questão de resolver o problema, vai identificar todo mundo, só que eu tenho certeza - eu tenho certeza absoluta - de que, no campo conservador, no campo da direita, que hoje domina o território das discussões nas redes sociais, a gente sai perdendo muito pouco, porque os neuróticos ali existem também. Mas eu garanto que, considerando o histórico recente, o massacre que foi feito com Marina Silva em 2014 já foi um balão de ensaio de como se tenta destruir reputações. Especialistas nisso podem ter certeza de que não são seguidores do Jair, não, porque essa turma chegou agora. Tem gente fazendo isso há dez anos, e isso, sim, é muito bem pago e muito bem documentado.
Então, se quiserem levar para esse confronto, eu acho que vai acabar ruim para todo mundo. Agora, se a gente quiser entender que as pessoas podem se autorregular, que a internet vai encontrar um caminho para encontrar sua pacificação, dando tempo ao tempo que o mercado se encarrega, a gente vai conseguir terminar essa história numa boa. E que cada um saiba lidar com o novo paradigma
Para ganhar uma eleição, como disse Felipe Barros, vai ter que saber lidar e dar satisfação para o seu eleitor diariamente, porque ele está em cima e as informações estão disponíveis. Não adianta ir por outro caminho, não adianta contar história. A rede social é uma realidade, e quem não souber lidar com isso vai ficar para trás. A vida evolui, e quem não quiser evoluir que fique onde está.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Senador Randolfe.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Presidente, somente duas perguntas ao depoente, porque boa parte das minhas perguntas já foram feitas pelos colegas que me antecederam.
Sr. Allan dos Santos, o senhor alguma vez viajou na aeronave presidencial com o Presidente Jair Bolsonaro ou em alguma aeronave das Força Aérea?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, mas gostaria. Se o Presidente puder me convidar, eu ficarei bem feliz.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Não há nenhuma situação...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Em nenhuma situação?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não. Não tenho essa moral ainda.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Nem na viagem para Israel? Nem na viagem para os Estados Unidos?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Também não, mas eu gostaria. Gostaria de deixar isso claro. (Risos.)
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Perfeitamente.
Eu acho que é importante a pergunta e é importante o esclarecimento, porque, obviamente, o depoente está sob juramento aqui. E, quanto à informação que recebemos, é importante termos o esclarecimento por parte dele.
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Como por juramento ele está, então, nós acreditamos que ele está aqui prestando a verdade, ele está dizendo a verdade, que, em nenhum momento, utilizou nenhuma aeronave da Forças Aérea Brasileira, em nenhum momento acompanhou o Presidente da República em nenhuma viagem. É importante esse esclarecimento ser feito.
Pois não, Sr. Allan.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Desculpe, acho que o senhor não estava aqui. O senhor chegou a ver essa matéria do Lauro Jardim, dizendo que eu viajaria para a ONU, ou não?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Não, eu tenho notícia da matéria, mas foi por isso que eu perguntei, para que o senhor esclarecesse, para lhe dar oportunidade de esclarecer.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Foi um homônimo, segundo o próprio Lauro Jardim, ele fala aqui: "O blog errou e pede desculpas ao Allan dos Santos e aos leitores, que quem está viajando na comitiva do Presidente para Nova York é o fotógrafo...".
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - É por isso que nós estamos lhe dando nessa CPMI a possibilidade de V. Sa., sob juramento, dizer claramente toda a verdade.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Então, V. Exa. está dizendo, sob juramento, toda a verdade de que nunca utilizou nenhuma aeronave da Forças Aérea Brasileira e que nunca viajou com o Presidente da República. Como é sob juramento, eu tomo isso como verdade. Eu vou duvidar da palavra de V. Sa.? De forma alguma. Mais adiante a gente saberá se é verdade. Eu acredito que seja.
A segunda pergunta - e encerro na segunda. O senhor tem alguma ligação com a família do Sr. Flavio - me desculpe se errar no nome - Morgenstern?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O que o senhor define como ligação?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Conhece, é amigo?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, conheci, sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - É amigo, tem ligação, tem relação?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, ele nunca esteve na minha casa e eu nunca estive na dele. A gente conversou bastante pelas redes sociais.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - O senhor me perguntou o que eu defino como relação. Eu lhe devolvo a pergunta. Qual é a relação que o senhor tem?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, é só conversar nas redes sociais, nada mais, e raramente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Chegaram a ter... Só nas redes sociais?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - V. Sa. e ele nunca se encontraram?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, já estive com ele, inclusive...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Ah, então não é só pelas redes sociais?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Redes sociais... V. Exa. já se encontrou com ele.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Encontrei com ele em eventos, em palestras, entrevistas.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Já se encontraram?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ele, Bernardo Küster e eu entrevistamos, o candidato, hoje Presidente da República, o Senhor Jair Messias Bolsonaro no Rio de Janeiro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Bom, então, me parece que V. Sa. tem uma relação um pouco além do que foi dito.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Como assim?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - V. Sa. diz que conhece.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Juntos entrevistaram o atual Presidente da República, que juntos não só têm contatos nas redes sociais, como já têm contatos físicos, têm diálogos, têm encontros entre V. Sa. e ele.
V. Exa. sabe que ele tem uma condenação?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, sei.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Por fake news?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Isso é que eu gostaria de entender aqui, me desculpem. Relacionado a mim o que o senhor tem a perguntar é sobre o quê? Desculpe.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Não, é sobre sua relação com ele.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Zero.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Não, V. Sa. explicou que tem uma relação com ele.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, eu não tenho relação... O3 que o senhor está dizendo com relação? Relação é o quê? É visita na casa da pessoa? Se eu janto com ele?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Sr. Allan, o senhor pode ficar tranquilo, é uma pergunta objetiva.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - É se tem relação?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não vai ser relação.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - V. Exa. começou dizendo que não tinha relação.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu conheço? Eu conheço. Pronto.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Depois de dizer que tem relação só nas redes sociais... Depois diz que tem nas redes sociais, que, além das redes sociais, tem contato pessoal. Depois disse que, além de redes sociais, tem contato pessoal e que entrevistou o Presidente da República. Então, é uma relação mais aprofundada, digamos assim.
Eu não preciso perguntar que tipo de relação...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A jornalista da Globo...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - ... porque V. Exa. acabou de me dizer qual é o tipo de relação.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O senhor me desculpa, só para entender melhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Pois não.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu estive no café da manhã com o Presidente e com jornalistas, e havia uma jornalista da Globo que também já esteve comigo em outras ocasiões.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - É me parece que é bem diferente, né?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - É isso que eu quero entender.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - No café da manhã. Não, no café da manhã, o Presidente da República parece que chama vários jornalistas. O seu site, dito por V. Sa. organizou uma entrevista com o Presidente da República e escolheu jornalistas, entre eles o Sr. Flávio.
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O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, não. Aí, não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Não?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O senhor está perguntando se nós organizamos isso?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Sim, houve uma entrevista com o atual Presidente da República.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, mas o senhor está perguntando se nós organizamos? Nós fomos convidados.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - Foram convidados pelo Presidente?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Isso. Exato.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP. Para interpelar.) - E o senhor estava junto com o Sr. Flavio nessa entrevista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (REDE - AP) - Pois bem. Essa relação que eu estou dizendo, eu pergunto se V. Sa. tem conhecimento de que ele tem uma condenação exatamente por fake news e por agressões a diferentes personalidades, entre elas Caetano Veloso, porque isso tem relação com o objeto da investigação futura desta CPMI.
Queria só constar na linha do... V. Sa. não precisa saber a linha do interrogatório, da investigação a que eu quero chegar. Nós temos autoridade de saber como conduzir a investigação e, a partir das conclusões de V. Sa., nós aqui encaminharemos as nossas conclusões. E eu me dou por satisfeito pelas duas respostas de V. Sa.: a primeira de que não usa, nunca usou aeronave da Força Aérea Brasileira, nunca viajou com o Presidente da República - sob juramento aqui V. Exa. disse isso -; e a segunda, em relação à ligação de V. Exa. com o Sr. Flavio.
De minha parte, Sr. Allan, Sr. Presidente, não tenho mais perguntas. Estou esclarecidíssimo.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o Deputado Celso Russomanno, do Estado de São Paulo, do Republicanos.
O SR. CELSO RUSSOMANNO (REPUBLICANOS - SP. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores e Deputados, nossa Relatora, Deputada Lídice da Mata, eu vou me ater aqui à questão de fake news. Antes de fazer a minha pergunta, Sr. Presidente, eu vou citar um caso pessoal aqui. E eu gostaria que o Sr. Allan me acompanhasse no que eu vou dizer.
Na eleição de 2012, eu, candidato a Prefeito de São Paulo, fui vítima de fake news, Sr. Presidente, e de fake news grave. Numa sexta-feira - no domingo era o último debate da TV Bandeirantes -, eu recebi um telefonema de um jornalista aqui do Correio Braziliense me perguntando se podia fazer uma entrevista. Eu disse que estava à disposição dele. E ele queria saber qual era a minha relação com o bicheiro Cachoeira. Eu disse para ele que eu não sabia do que ele estava falando, porque eu era de São Paulo, o Cachoeira era do Estado de Goiás. Sabia que existia uma CPI aqui e que nessa CPI estavam sendo apurados os crimes por ele praticados. Disse que nunca tinha tido uma relação nem de telefonema com ele. Nunca o encontrei pessoalmente, nunca fiz uma ligação, nunca mandei uma mensagem, não o conhecia. Conhecia-o única e exclusivamente pela televisão.
Ele disse para mim, Sr. Presidente, que ele tinha em mãos o Relatório de número 169, da Polícia Federal, que me citava como beneficiário de R$7 milhões, dos quais uma parte estava numa caixa postal da Caixa Econômica Federal e o resto do dinheiro estaria numa conta no México. Eu disse para ele: "Olha, me desculpe. Se o senhor tem essa informação, essa informação é falsa, isso é fake news e, se o senhor publicar, eu vou tomar as devidas providências em relação ao senhor".3
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Disse que meu sigilo financeiro, meu sigilo telefônico e meu sigilo bancário estavam à disposição dele e de qualquer outro jornalista, porque eu desconhecia totalmente do que ele falava. No dia seguinte, no sábado, foi publicada a matéria. Domingo era o debate, eu estava em primeiro lugar nas pesquisas para a Prefeitura de São Paulo. No dia seguinte, Deputada Lídice, todos os veículos de comunicação deste País, todos eles, reproduziram essa reportagem, dando como fonte o Correio Braziliense. Eu despenquei nas pesquisas, destruiu a minha eleição.
Eu entrei em contato com a CPI aqui, pedindo para que me desse acesso aos documentos, para que eu soubesse o que estava acontecendo. O Vital do Rêgo na época era o Presidente da CPI e disse para mim que daria acesso, mas ao documento específico, e eu não tinha como identificar, eu precisava levantar esse documento. Os técnicos que ajudavam na CPI desconheciam esse documento, e eu tive que entrar com mandado de segurança. Esse mandado de segurança me deu o direito de acesso aos documentos, eu tive que gastar R$17 mil para copiar tudo o que estava na CPI, depois digitalizar todo esse material, para tentar achar alguma coisa que citasse o meu nome dentro da CPI, o que não existia.
Depois de muito custo, eu pedi para que a equipe que me ajudava fizesse o levantamento a respeito do Relatório 169 da Polícia Federal, e aí nós encontramos o documento, Presidente: não tinha uma só linha a respeito do meu nome. Uma só linha a respeito do meu nome! Só que a minha campanha estava destruída, literalmente destruída. Eu saí de primeiro lugar nas pesquisas e fui para terceiro lugar. Acabaram com a minha campanha, acabaram com a minha eleição.
Entrei com uma ação na Justiça, que hoje está no Superior Tribunal de Justiça, e me preocupa muito a questão de fake news, para que seja discutido de fato esse tema aqui, e não que a gente aqui discuta ideologia de um lado ou de outro. O que nós temos aqui é que discutir qual será o nosso futuro, o que vai acontecer nas próximas eleições.
E é isso que eu gostaria de ouvir do Sr. Allan, com toda a experiência que ele tem: como é que o senhor vê a eleição de 2020? O que que pode acontecer e o que nós podemos efetivamente fazer nessa CPI para impedir que fatos como o que aconteceu comigo e aconteceu com outros candidatos possam voltar a acontecer e evitar, assim, que nomes de pessoas sejam destruídos? O meu nome foi destruído. Para que eu pudesse voltar a ter credibilidade, eu tive que pedir aos veículos de comunicação que publicassem a minha resposta, abrindo o meu sigilo bancário, financeiro e telefônico para qualquer cidadão brasileiro, a fim de que apurassem se eu ou alguém do meu gabinete, ou alguém que tivesse contato comigo, ou alguns dos meus familiares tivessem pelo menos feito uma ligação ou tivessem conversado com alguém da equipe do Sr. Cachoeira, assim como com ele propriamente dito.
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Então, nessas condições, Sr. Allan, ajude-nos aqui a crescer nesta CPI e a resolver os problemas que nós vamos enfrentar pela frente, porque aqui muitos serão candidatos ou apoiarão candidatos, até pelos seus partidos políticos. E nós temos que ter um norte aí para guiar esta CPI.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o depoente.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu confesso ao senhor, como sempre faço nos meus programas, que não posso responder aquilo que não sei. Esse é um problema hoje que eu vejo tão grave dentro da democracia.
Eu estudo muito textos como este aqui: A Estrutura, os Métodos e a Ação dos Partidos Comunistas. O Sr. Rui Falcão conhece bem. Terceira Internacional Comunista, 1921, em que ensina até como atuar de modo ilegal. Aqui diz: "A combinação do trabalho legal com o trabalho ilegal". Na minha cabeça, eu não sei como solucionar esse problema tendo o comunismo uma voz, um microfone tão livre como se nós tivéssemos a voz do nazismo sendo propagada. Eu não sei como a gente vai ter uma relação entre homens que exige a liberdade, exigem a confiança, sendo que existem correntes, como esta, o comunismo, e o nazismo, o fascismo, que não querem a liberdade. Querem cercear a opinião das pessoas e usam táticas que eles ensinam aqui. Isso que o senhor acabou de falar aqui está descrito nesse texto, nessa formação que se encontra no site marxists.org.
E como é que nós vamos encontrar uma solução quando uma parcela só quer andar na legalidade, e a outra opta pela legalidade e pela ilegalidade, de acordo com as circunstâncias, como está escrito aqui. Imaginem que se eu dissesse qualquer coisa assim: "Olhe, podemos criar institutos de formação, de trabalho e conscientização de jornalistas ou criar alguma ferramenta política que pudesse impedir que esse tipo de notícia fosse veiculada". Eu não tenho ideia de como resolver isso. Por quê? Nós queremos agir dentro da legalidade. Há um grupo que, junto com as Farc, seguindo Mao Tsé-Tung, seguindo Stalin, Lenin, sabe que existem momentos em que você tem que andar na legalidade e que existem outros momentos em que você tem que andar na ilegalidade. Aí você pode ter diálogo cabuloso, você pode construir porto em Mariel, você pode... Enfim, como é que... Entende que eu estou numa encruzilhada que eu não sei como responder essa pergunta tendo ainda pessoas que querem caminhar na ilegalidade voz dentro da democracia brasileira.
O SR. CELSO RUSSOMANNO (REPUBLICANOS - SP) - Talvez, Presidente, só para encerrar, o caminho seja a identificação de quem posta alguma coisa.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com certeza, Deputado.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, Deputado Rui Falcão.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Pela ordem.) - Nós não estamos discutindo aqui nem a Primeira, nem a Segunda, nem a Terceira, nem Quarta Internacional, tampouco o movimento propagado e organizado pelo Sr. Steve Bannon. Então, em outra ocasião, quando esse tema for pertinente, nós iremos discuti-lo.
Para informação do Sr. Allan dos Santos, não existe mais a Terceira Internacional. E se ele for ler o texto, talvez ele não fale tanta bobagem como acabou de falar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra à Deputada do Rio Grande do Norte, do PT, Natália Bonavides.
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Eu vou passar aqui a lista dos próximos oradores. Nós temos, depois da Deputada Natália, o Deputado Alexandre Frota. Depois vêm os Deputados Eduardo Bolsonaro e Pedro Lupion, o Senador Jean Paul Prates, os Deputados David Miranda, Coronel Tadeu e Carlos Zarattini. São os inscritos até então.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Não tem problema. Aqui fala todo mundo.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Presidente, pronto?
Obrigada, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Inclusive, Deputada, só um aparte. Queria parabenizar o Deputado Russomanno.
Deputado Russomanno, quero parabenizá-lo pelo seu pronunciamento. Realmente é isso o que nós temos que trabalhar. Nós temos que focar nisso: futuro.
Muito obrigado pela sua contribuição. Foi muito importante esta noite.
O SR. CELSO RUSSOMANNO (REPUBLICANOS - SP) - Essa história minha faz parte de um requerimento para ouvir o Correio Braziliense. Até hoje eu quero que eles me apresentem o documento que legitimou a matéria, e eles não fazem isso.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Natália Bonavides.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Obrigada presidente.
O depoente prefere ser chamado de Allan ou Allan?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Allan.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Obrigada.
Eu queria saber quando foi criado o seu site.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Estamos completando 5 anos no dia 18 de novembro. Foi em 2014.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - O senhor mencionou há pouco, em outra resposta, que, em algum momento, ele deixou de ser amador - segundo as palavras do senhor -, e passou a ser mais profissionalizado. Isso significaria que passou a ter uma equipe remunerada ou coisa do tipo?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - É. A profissionalização foi com relação à organização da empresa. Era um canal no YouTube, aí nós tivemos a estruturação de contratação de pessoas. Isso foi posterior, porque no início, veja... Eu tenho aqui o relatório, o primeiro relatório. O primeiro faturamento anual do Terça Livre, que foi em 2015, foi de R$ 3 mil. Anual.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Atualmente, quantas pessoas são remuneradas? Ou colaboradoras contratadas?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Creio que de 18 a 20.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Além da senhora Fernanda há outros colaboradores ou contratados que prestam serviço público? Ou servidores públicos? Ou assessores parlamentares? Ou assessores do Executivo?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, nenhum. A Fernanda, lembre-se, é freelancer.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Por isso usei, inclusive, a palavra colaborador e não só contratado. Somente ela.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Isso.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Em relação à sessão que nós tivemos aqui na semana passada, que inclusive contou com a participação do Deputado Frota, houve um debate sobre um chamado "gabinete do ódio", que seria integrado por Tercio, José Matheus e Mateus. O senhor chegou a mencionar já que os conhece. Eu queria saber se eles já foram ao imóvel do senhor. Eu não chamo de casa porque o senhor disse que tem um duplo caráter: é casa, mas também é local de trabalho. Eles já foram ao seu imóvel?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Isso tem alguma relação com a CPI?
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Sim. A jurisprudência do STF garante nossa liberdade de perguntar porque, nas nossas perguntas, está uma linha de raciocínio, dentro da investigação. Mas o senhor tem o direito de ficar em silêncio.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ah, sim...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Sim ao quê? Foram à sua casa?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ao direito de silêncio. Não quero ficar expondo a minha vida pessoal aqui não.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Certo.
O senhor mantém contato com um dos três? Ou dois dos três? Ou com os três? Com que frequência? Com Tercio, José Matheus e Mateus?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Olha, sou jornalista. Preciso ir ao Palácio do Planalto frequentemente, assim como aqui ao Congresso, para perguntar às pessoas. Encontro algumas vezes o Felipe, o Tercio ou qualquer outra pessoa, dentro do Palácio do Planalto, e depois vou embora, depois que colhi minhas informações pertinentes às matérias que eu quero fazer.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Os senhores chegam a combinar ações virtuais em conjunto?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Combinar ações virtuais em conjunto?
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Sim.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não. Com isso aí a senhora já está impondo que existe alguma organização. Não existe nenhuma.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Não, não. Combinar: hoje a pauta vai ser tal.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Não. Certo.
Em março...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Só repetindo...Desculpe-me. Sou jornalista. Vou lá, entrevisto e saio.
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A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Sim.
Exato.
Agenda 7, como chamam.
Pois bem, continuando, em março o senhor fez um vídeo em que exibia a imagem de uma postagem do Twitter de um perfil @constancarezend e, também, na mesma época, publicou um print que também seria dessa conta @constancaarezend, em que o senhor atribuía esse perfil à jornalista Constança Rezende, mas, na verdade, o perfil não era da jornalista Constança Rezende.
O senhor tinha ciência de que estava divulgando um perfil que não era da jornalista, mas estava atribuindo que era dela?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A senhora há de convir comigo que não é prerrogativa do jornalista impecabilidade.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Não, estou perguntando se o senhor tinha ciência.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Então, se quem noticiou isso falasse que imediatamente... Eu tinha falado no vídeo que depois a gente descobriu um outro perfil dela, porque ela não tinha perfil verificado até então. Ela não tinha.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Então, o senhor reconhece...
O senhor chegou a se corrigir? A se retratar depois nas suas redes?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Certo.
Mas, no caso, na mesma...
Já no dia o senhor publicou uma postagem dela, que diria - dela não, do perfil falso - que o perfil oficial foi derrubado por denúncias fake e que, abre aspas, "os bolso burros estão colocando o Estadão mentindo, mas não foi isso que aconteceu". Isso que era o que estava no post que o senhor replicou, portanto, sabendo ali que não era o perfil oficial dela.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu soube depois.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Soube depois e se retificou?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ela não tinha...
Quando você não tem um perfil verificado...
Até hoje, por exemplo, o Twitter não me permite.
O Instagram já me deu, o Facebook já me deu, então, não tem como eu saber qual deles...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Então, o senhor chega a reconhecer que, naquela época, divulgou de forma errada?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Até o Frota usou o perfil que não era por causa da falta de verificação.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Sei.
Em relação ao Sr. Glenn, o senhor admite hoje também, como acabou de fazer em relação à jornalista Sra. Constança, que não era verdade a informação divulgada pelo senhor de que ele teria sido internado por overdose de cocaína? O senhor reconhece hoje que essa informação foi mentirosa?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Já respondi sobre essa pergunta e me mantenho no direito de permanecer calado.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Ah, o senhor fica em silêncio em relação a essa pergunta. Certo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Já respondi.
Não, eu invoco o sigilo da fonte.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Não, eu entendi que é o silêncio.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Mas só que ela não é o Glenn, aqui não é nenhum tribunal para que tivesse...
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Não sou o Glenn, mas esta é uma Comissão de Inquérito. Então, ou o senhor responde ou o senhor invoca o silêncio - e foi o que o senhor fez agora.
Ainda sobre o caso da jornalista Constança que nós estávamos comentando há pouco, nós sabemos que ela foi quem deu o furo, como vocês usam na linguagem jornalística, sobre o Queiroz, sobre a possível existência de um esquema de rachadinha no gabinete do filho do Presidente e, segundo as agências de checagem...
(Soa a campainha.)
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - ... em vários jornais, as notícias que o senhor deu no seu site em relação à ela foram falsas. Inclusive uma parte disso o senhor mesmo acaba de admitir.
Por que tanto empenho em desacreditar essa jornalista que havia falado do Queiroz? O senhor conhece o Fabrício Queiroz?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Não conhece?
Nem pessoalmente e nem virtualmente?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - A sua empresa ou algum dos seus colaboradores ou algum dos seus contratados chegou a receber repasses financeiros do Sr. Fabrício Queiroz?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - Foi o senhor que criou o perfil @constancarezend? Que fez as postagens falsas?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - O senhor sabe quem criou? Mesmo que tenha vindo a descobrir depois?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN. Para interpelar.) - E como o senhor teve acesso a esse perfil, que depois o senhor verificou que não era verdadeiro? O senhor achou no Twitter? Alguém te repassou, te deu a dica para postar?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, ela conseguiu depois o perfil verificado.
Até, então, tinham duas contas com o nome dela, e um deles ela utilizava. Só que eu não sabia...
Tinham três, um ela conseguiu a verificação e dois não eram dela. E aí, ali naquele momento, achei que ela estava postando naquele perfil que eu citei. Depois eu percebi que não e me corrigi ao vivo, inclusive.
A SRA. NATÁLIA BONAVIDES (PT - RN) - Certo.
E como o meu tempo se encerra, eu estou satisfeita, Presidente.
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E queria, enfim, comentar diante de tanto debate que a gente tem feito aqui, que realmente deve ser muito frustrante para essa parcela da extrema direita que hoje tenta veementemente obstruir os trabalhos desta Comissão saber que o trabalho que nós estamos fazendo aqui tem um objetivo muito claro, muito específico, definido. E deve ser muito frustrante realmente saber que a eleição do ano passado não teria sido ganha por eles se não fosse um esquema como esse de notícias falsas e se não fosse a prisão política do Presidente Lula.
Eu entendo a frustração e quero dizer que esta Comissão tem sido tão didática, tão pedagógica, que vários dos Parlamentares do PSL ao longo das sessões passadas mentiam dizendo que o Haddad havia sido condenado por fake news. E hoje eu fiquei muito feliz de ver uma Deputada deles se corrigindo, falando corretamente o que aconteceu.
Então, realmente, que bom que esta Comissão tem tido resultados.
Obrigada, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Anuncio a palavra do Deputado Alexandre Frota, PSDB de São Paulo.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Boa tarde a todos, Presidente. Eu estou ouvindo aqui o Sr. Allan falar. Eu ouvi que aqui ele quer ser jornalista nos direitos, mas não nos deveres. Quase não tem respondido sobre as questões mais importantes. Direito dele. Fica no silêncio.
Já falou que não é jornalista, mas é jornalista, se apresenta como tal. Hoje nós sabemos que não precisa de um diploma para ser jornalista. Não tem o MTb. Agora, quem foi o Parlamentar que autorizou ou que lhe cedeu o crachá com o qual o senhor anda aqui dentro? O senhor pode passar o nome desse Parlamentar?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, não teve nenhum.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Não teve um Parlamentar que lhe deu esse crachá? O senhor não pediu a nenhum Parlamentar? Está bom.
O senhor é o jornalista, como o senhor se apresenta, responsável pelo Terça Livre? É o senhor?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - O.k. O senhor fala aqui que não se responsabiliza pelo que escreve e, muitas vezes, os citados que corram atrás. O senhor falou que o senhor coloca as manchetes e que os citados depois corram atrás, quando dá voz à responsabilidade.
O senhor muitas vezes me pareceu aqui se fazer de vítima do que o senhor mesmo prega. Vi aqui em algum momento que senhor jogou a culpa num funcionário seu. "Ah, isso foi um funcionário meu que escreveu, não fui eu". O senhor tem vários apoiadores, lista de doadores, inclusive, não tem? Doadores oficiais? O senhor poderia passar o CPF e o nome desses doadores para a gente? Não?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não porque o Apoia.se não exige nenhum desses dados, né? Doação, né?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - É? E aí tem como comprovar quanto que entra de dinheiro? Tem?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim. É público. O Apoia.se coloca lá: apoia.se/tercalivre.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Boa divulgação.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, para o senhor poder acessar.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - É que eu sei que o senhor faz uma boa divulgação.
Eu gostaria de pedir a esta CPMI que o YouTube apresentasse os rendimentos desse canal oficialmente, já que nós temos aqui... O YouTube vai vir aqui muito em breve. Então, não tem doação, não tem declaração dos doadores?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - De qual plataforma?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Em imposto de renda, nada disso? O senhor não teve?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - De qual plataforma?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Qualquer uma delas. O senhor não falou aí que tem os doadores?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Tem o Apoia.se.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Então! E aí tem como comprovar? Tem algum imposto sobre isso ou não?
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O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim. Nós pagamos imposto sobre doação.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Perfeito.
Numa semana em que o Carlos Bolsonaro virou perito, o Embaixador citou o AI-5, o Queiroz reapareceu, o filho do Presidente disse aqui nesta CPI que acha um absurdo filme pornô, mas o pai, num vídeo, disse que gostaria de continuar transando comigo... Eu não entendo a relação dessa família nesse sentido, mas tudo bem. Falam tanto do meus pornôs, mas tem horas que eu vejo que a putaria está aqui.
Eu vi o senhor aqui falando muito, o senhor é o rei de voluntários, faz algumas fofocas, é uma espécie de Sônia Abrão digital, jornalista não diplomado - agora jornalista também não precisa de diploma. Já foi patrocinado pelo PSL? O senhor já foi alguma vez patrocinado pelo PSL?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Só um minuto, porque insulto não está previsto aqui.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Tá! O senhor já foi patrocinado?
Eu gostaria que ele respondesse aqui. Eu gostaria que ele respondesse aqui se ele já foi...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado, o depoente está aqui reclamando do insulto que V. Exa. fez a ele.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Perfeito.
Eu quero saber se ele já foi patrocinado alguma vez pelo PSL. Ele foi patrocinado pelo PSL?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Uma vez que fui insultado, para todas as suas perguntas a resposta será esta: me guardo no direito de permanecer calado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Bom, aluno do faraó, Olavo de Carvalho, dissipador de notícias falsas, ataques e humilhações, porque é o que ele tem feito, muitas vezes na internet, não quer responder agora, recebedor de doações virtuais e, pelos seus últimos vídeos que eu vi - eu até trouxe o vídeo aqui, mas nem vou mostrar - o senhor me parece o filósofo da punheta.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Foi o que ele falou no vídeo. Ele falou e divulgou isso.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Não. Ele falou e divulgou isso. Eu aqui tenho o direito de falar.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos manter a ética aqui, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Eu estou falando exatamente... Está aqui, ele divulgou isso. Ele divulgou isso promovendo inclusive ataques pessoais fortes e humilhantes a adversários. Eu não estou aqui inventando nada. Não estou inventando nada. Não estou inventando nada.
Então, eu gostaria de fazer a seguinte pergunta... Ele já disse que não vai responder, mas eu faço questão de mostrar. Aqui o canal TL Produção de Vídeos é seu, está aqui, ele falou que é dele.
(Soa a campainha.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Está aqui. E aí tem um e-mail do joao@jbbpar.com, que ele também já confirmou ser desse João Bernardo Barbosa. Está aqui, um milionário. Parece-me que hoje também reside em Miami. Está aqui o e-mail do milionário de Miami, que é dono dessas holdings todas aqui: Giraffas, Argus Control, e mais uma série que a nobre Deputada aqui já mostrou. Como ele não vai responder às perguntas, eu só vou mostrar. Eu ia perguntar se ele... Porque eu vejo ele tuitando, retuitando e marcando essas contas aqui, ou seja, ele apoia o que essas contas falam.
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E essas contas que eu vou mostrar aqui agora, todas elas são contas que assassinam reputações, que humilham as pessoas, que agridem as pessoas verbalmente. Todas! Sem exceção! Todas! Sem exceção! E ele retuíta, ele marca as pessoas, ele conversa com essas pessoas. Eu tenho aqui. Então, como o senhor não vai responder, eu vou mostrar: Brasileirinhos - o senhor conhece? O senhor conhece, eu sei que o senhor conhece; Loen - o senhor conhece?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu conheço e indico Brasileirinhos. É excelente o canal.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Ah, está bom. E eu indico Brasileirinhas. (Risos.)
Amandaverso, William De Lucca. Conhece "William De Lucca"? Não?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Mandy M? Esse aqui eu vou só ler um pedaço...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Divulga a galera aí... Mostra...
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - O resto, se você quiser, você pode falar.
Mister Romani; Imperador; Fernando Melo, do Comunicação & Política - já vi várias vezes falando com você o Fernando Melo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Hoje foi meu motorista voluntário aí.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Loen22; Movimento Direita Boteco...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Esse eu não conheço, não. Deixe eu seguir. Qual é a arroba?
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Siga ele aí.
Chouchou; Bebi Dois Copos de Licor; Left Dex.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Esse é o rei, esse é o cara.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Esse é o rei, esse é o rei, esse é o cara. Esse é um dos que estão no Top 10.
Mas como assim?; Catarse.... O Lilo também está no Top 10?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Lilo é o cara, Lilo é...
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Estado Hiramico; Click Time; Leitadas do Loen; Aqui já foi... Essas são...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Conclua, Deputado.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Essas são algumas contas que eu vejo de pessoas que trabalham contra aqueles que falam o contraditório, que afirmam coisas com que elas não concordem.
A única pergunta que eu tenho para fazer para ele... Já que ele não vai responder a nenhuma, vamos ver se esta aqui ele responde: em relação ao vídeo falso das Farc, que foi compartilhado nas redes sociais, você confirma ter feito o compartilhamento? Você postou: "Farc declara-se em defesa de Lula e ameaça o Bolsonaro". E aí era fake news, era um vídeo falso...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ainda não foi comprovado se o vídeo é falso, mas eu tirei por precaução, por prudência.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP. Para interpelar.) - Então, é isso que o senhor tem para falar desse vídeo?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim.
O SR. ALEXANDRE FROTA (PSDB - SP) - Ótimo.
Para mim, está ótimo.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Anuncio a palavra do Deputado do PSL, de São Paulo, Eduardo Bolsonaro.
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O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Sr. Presidente, quanto tempo eu tenho?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Cinco minutos.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - Cinco?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Não, sete minutos, porque V. Exa. é suplente.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Sr. Presidente, perfeito.
Se nós fizermos uma análise macro, Sr. Presidente, a gente vai ver aqui, por exemplo, que a esquerda domina as universidades. Nós vemos aí a quantidade de pessoas que foram agredidas só por estar com a camisa do Bolsonaro no ano passado. Um deles, na Universidade Federal do Ceará. Houve o caso da UnB, do garoto que só estava com a bandeira da monarquia: literalmente, caiu na porrada na universidade com o pessoal do paz e amor.
Os jornais, a maioria esmagadora deles, digo aqui dos grandes jornais, são críticos, para ser eufemista, do Governo Bolsonaro. Também têm um viés de esquerda.
Do cinema nem se fala. O cinema... O PT, via Lei Rouanet, comprou todos os artistas. Hoje em dia, quem puder assistir aí no YouTube, verá os perrengues que o Josias Teófilo passa apenas por tentar encampar um vídeo sobre Olavo de Carvalho ou qualquer de suas obras em uma universidade ou indicações para festivais, e não consegue.
Dos sindicatos nem se fala. O domínio da esquerda é completo. Não existe sequer uma notícia, de que eu tenha conhecimento pelo menos, de um sindicato que tenha um viés de direita, um viés conservador.
Dos movimentos sociais, cito aqui o movimento feminista. A gente lembra os protestos, inclusive com uma mulher defecando numa foto de Jair Bolsonaro em praça pública. Uma professora, lamentavelmente do meu Estado de São Paulo, fazendo esse tipo de ação, enquanto que, quando o Lula fala: "As mulheres de grelo duro", nenhuma feminista fala nada. O movimento negro também, inclusive. Esse ano, junto com o Príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança, Deputado Federal, fizemos uma sessão solene para celebrar o fim da escravidão, uma homenagem à Princesa Isabel, e fomos interrompidos, no meio, por um movimento negro que chegou junto com Parlamentares de esquerda.
Só que só há um flanco que a esquerda não domina. Que flanco é esse? É a internet. É por isso, Allan, que a gente tem aqui 62 mil assassinatos por ano. No ano passado, diversos órgãos noticiando recorde de estupros contra mulheres. Nós temos oficialmente - ou tínhamos - 13 milhões de desempregados. Mas o que está dominando os debates? Fake news. O problema são os...? Memes. É inacreditável que o povo se preste a pagar os nossos salários para discutir esse tipo de tema.
Então, Sr. Presidente, nesse sentido, eu venho aqui dizer, até parafraseando os Brasileirinhos - de que o Frota disse que não gosta... Eu adoro, inclusive indico Brasileirinhos. Eles fazem que... Diante desse tipo de embate, a gente deve, na verdade, é fazer memes. E eu sou favorável a que se mantenha o anonimato. Sabe por que, Sr. Presidente? Se nós não tivermos o anonimato, outras pessoas serão intimidadas com essa atitude como a de trazer o Allan aqui. O Allan não veio aqui para prestar esclarecimentos e para melhorar, desfazer fake news, não. O Allan veio aqui como uma maneira de intimidar todos aqueles que apoiam Bolsonaro. Eu não tenho a mínima sombra de dúvida com relação a isso. É como os próprios Brasileirinhos falam, os caras estão te dando porra, aí ficam lá: "Mostra a cara, mostra a cara". É o mesmo que dizer: tira o colete a prova e balas, porque eu quero dar um tiro no meio de você.
Ficam perguntando aqui: "Allan, você tem contato com tal pessoa? Allan, você tem contato com aquela pessoa?". Por quê? Porque aí amanhã eles vão vir aqui e vão chamar todo mundo. O apetite deles é tão grande que eles estão querendo chamar todo mundo que assinou o Apoia.se aqui para o Terça Livre.
E essa estratégia, Sr. Presidente, não se resume aqui ao meio político, não. Se nós olharmos a grande imprensa, por exemplo, nada tira da minha cabeça a Folha de S.Paulo; fez o GPS ideológico da Folha um mapeamento do Twitter, para saber quem é que está na extrema direita, na extrema esquerda e no centro.
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Balela, Sr. Presidente! Isso é um código passado para que essas pessoas sejam perseguidas. O Estadão não ficou para trás. O Estadão fez a lista jacobina da rede bolsonarista. A que ponto chega a nossa imprensa! E olha só quem é que faz o fact-checking, quem faz a checagem para dizer o que é verdade ou não no Facebook: sabe quem é? O Estadão, que tem um contrato com o Facebook para fazer esse fact-checking.
Sr. Presidente, eu gostaria de afirmar aqui, prezada Relatora Lídice da Mata, que eu entendo até como legítimo o anseio de alguns Deputados aqui, mas a gente não pode se deixar levar por isso e colocar uma pessoa para controlar a internet, porque hoje pode até ser que eu goste dessa pessoa, se ela for indicada pelo Governo Bolsonaro, pode ser que eu goste dessa pessoa.
Vamos fazer um exercício mental aqui: será que o pessoal da esquerda gostaria de que a pessoa que controlasse o que é verdade fosse o Carlos Bolsonaro? Os senhores provavelmente vão dar até risada disso - e natural. Assim como eu não vou querer uma pessoa, qualquer que seja ela, do PT para fazer esse tipo do controle. A melhor pessoa para fazer esse controle é o próprio cidadão.
Vou exemplificar. Muito se falou aqui da questão de fake news da suástica. Inicialmente a notícia era de que pessoas que apoiavam Bolsonaro pegaram com uma faca, seguraram uma pessoa que era contra o Bolsonaro e desenharam uma suástica nazista no corpo dessa pessoa. Saiu a notícia. Até a Manuela d'Ávila, candidata à Vice na chapa do Haddad, compartilhou essa notícia. Perfeito. Depois veio uma perícia da Polícia Civil identificando que aquilo dali era mentira, que foi a própria pessoa que se fez aqueles cortes. Eu não quero que a Manuela d'Ávila perca a liberdade dela para falar esse tipo de baboseira. Agora, tem que ser permitido que o Terça Livre, por exemplo, venha e coloque isso em público, porque a depender da Folha, do Estadão e de O Globo não se vai mostrar. Conseguem perceber como é que não pode sequer haver um contra? A gente está falando da Globo, da...
(Soa a campainha.)
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP) - ... Folha, do Estadão contra o Terça Livre. Não pode haver um contra. E vale aqui apenas sempre fazer um parêntese, que eu sempre abro, nunca generalizar; existem bom jornalistas dentro do Estadão, dentro da Globo, da GloboNews. Eu nunca generalizo.
Seguindo adiante: linchamento. Alguém falou, acho que foi até o Marco Feliciano, que quem quiser entrar na vida pública tem que ter o couro duro, porque é difícil aguentar mesmo. O Feliciano citou o caso da Comissão de Direitos Humanos. Eu lembro do vídeo do avião, do pessoal no avião dando tapa na cabeça dele, outras cuspindo. Eu lembro, porque acompanhava a vida dele, dos problemas que as filhas deles tiveram dentro das universidades. Isso daí é tratado até com certa normalidade. O problema é o Allan, o problema é fake news.
Mais recentemente a IstoÉ fez uma matéria dizendo que eu paguei a minha lua de mel com fundo partidário, e soltam isso. Eu quero colocar alguém para censurar a IstoÉ? Não, mas eu quero ter o direito de falar que isso daí é uma reportagem lixo, que isso daí é um vagabundo, que está se acobertando atrás do sigilo da fonte, para poder soltar esse tipo de coisa. No mesmo momento, o que eu fiz? Printei a tela do meu celular, do Internet Banking do Banco do Brasil, e botei as faturas do meu cartão de crédito - paguei em nove parcelas ainda o bendito voo. Ainda faltam duas parcelas para terminar o voo da lua de mel.
E para além disso, Sr. Presidente, vou demorar não, a revista Época. Uma pessoa, dito jornalista, se passou por alguém precisando de auxílio, de ajuda, contratou os serviços da minha esposa, que é psicóloga e coaching, fez cinco sessões. Ao final, falou para ela: "Olha, eu sou jornalista. Você quer falar alguma coisa, por que eu vou publicar amanhã todas as conversas que nós tivemos?"
R
Isso é jornalismo, Sr. Presidente? Eu nunca vi o Terça Livre fazer isso, nunca. Talvez tenha se equivocado em alguma matéria, como qualquer um de nós aqui já pode ter feito ou provavelmente fez sem querer. Não são eles que estão sentados aqui nesta posição como se fosse banco dos réus. Então é esse esclarecimento que nós temos que ter, e a melhor pessoa para saber o que é certo e o que é errado é o próprio leitor.
Por exemplo, Carta Capital, Brasil 247, eu nem leio direito, porque eu sei que ali é um viés de esquerda profundo. O problema é a Globo, é o Estadão, é a Folha, que não se dizem nem de direita nem de esquerda e ficam soltando esse tipo de coisa para dar porrada no Governo Bolsonaro com ares de isenção, mas têm todo o direito deles. Não cabe a nós aqui fazer uma lei para censurar.
Então eu pergunto aqui ao Sr. Allan, diante deste cenário, se o senhor se sente perseguido por ter mostrado o seu pensamento e as ideias em que acredita.
Segunda pergunta: o senhor já foi vítima de fake news por parte dos militantes de esquerda que discordam da sua opinião?
E para finalizar, agradecendo, Sr. Presidente, a benevolência de V. Exa., o senhor tem conhecimento de financiamento realizado pela Secom com alguns blogues à época dos Governos Dilma e Lula?
Havia influência no debate público à democracia?
Eu pergunto isso até porque o Brasil Paralelo fez uma matéria demonstrando a blogosfera e indo neste sentido, dizendo como era feito esse tipo de financiamento. E a imprensa, Allan, pode ficar tranquilo, eles estão desesperados, a grande imprensa, porque eles ainda não sabem como migrar para a internet. Você pega perfis, por exemplo, do Joaquin Teixeira, que anteontem teve a 15ª derrubada do Twitter, e faço questão de falar que hoje o perfil dele no Twitter é joacateixeira; você olha o Reinaldo de Azevedo, o cara não tem nem uma dezena de retuítes ou de curtidas depois de uma hora de postado o que ele quiser. Você vai no Joaquin Teixeira é um show, é uma montanha de retuítes. Então, eles ficam perdidos nisso, não sabem como fazer. Aí faz GPS, faz fact checking, chama aqui o Terça Livre para esta CPI.
É o que eu tinha a considerar, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Com a palavra o depoente.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - A pergunta era se eu já fui vítima. Então, eu mostrei aqui a matéria do Lauro Jardim, que era uma mentira. Há tantas outras, como a própria matéria do Estadão dizendo que eu estou divulgando fake news, quando eu tenho uma transcrição e tradução juramentada, ou seja, fé pública, e o Estadão tem nada mais nada menos do que uma opinião subjetiva. Entre uma opinião subjetiva e fé pública, eu fico com a fé pública.
A segunda pergunta...
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Se o senhor já foi vítima de fake news por parte dos militantes de esquerda que discordam da sua opinião.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, inclusive militantes...
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Verdade, esqueci de perguntar aqui, porque não tinha notado: conta para a gente um pouquinho daquela história, tinha fake news dizendo que eu pagava o aluguel da sua casa? Poderia comentar um pouco sobre isso, por favor?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, exatamente isso que eu ia mencionar agora.
Eu tenho aqui o comprovante do pagamento do aluguel da minha casa, feito com o meu dinheiro, dinheiro que faço vendendo os meus cursos no cursos.tercalivre.com.br e a nossa revista.tercalivre.com.br. Tudo que eu faço com a minha empresa eu pago com a minha conta. Parlamentares, jornalistas, músicos, artistas falaram que eu tinha minha casa sendo paga por você, coisa mais bizarra do mundo.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Isso foi motivo até de piada na minha casa, Sr. Presidente. A minha esposa chegou em casa me cobrando: "Que negócio é esse? Está pagando aluguel dos outros e aqui em casa está faltando?"
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Estou sendo interrompido, Sr. Presidente.
(Intervenção fora do microfone.)
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O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então, eu fui vítima dessas mentiras, inclusive de manipulação, de cortar trechos de vídeos, sem contar todo o... Deixar o desenrolar da narrativa, como essa daqui, em que a pornografia pode ser prejudicial ao cérebro, que tanta gente gosta de usar contra mim. Isso aqui é uma matéria de O Globo mostrando como a pornografia pode fazer mal ao cérebro, e os Deputados que não gostam de mim ficam citando isso em trechos de vídeos curtos, sempre me atacando.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Para concluir, depoente, o.k.?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Ah, sim, me sinto perseguido sim. Sem dúvida.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado David Miranda, PSOL, do Rio de Janeiro.
O SR. EDUARDO BOLSONARO (PSL - SP. Para interpelar.) - Sr. Presidente, eu só queria fazer a última pergunta, sobre a Secom, se ele tem conhecimento da Secom financiar blogues à época dos Governos Dilma e Lula, se havia influência no debate público, na democracia.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, tenho. Inclusive, consegui as provas disso, o vídeo que comprova essa narrativa. Você tem a própria transparência do Governo mostrando que era pago. Acho que era o Paulo Pimenta - não me lembro agora - na época quem pagava os blogues e sites, e hoje pensam que nós estaríamos praticando o mesmo modus operandi deles.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k.
Agora o Deputado David Miranda; depois temos o Coronel Tadeu; em seguida, o Deputado Carlos Zarattini; depois a Deputada Bia Kicis; depois o Deputado Márcio, que está ausente, já falou; Otoni de Paula também está ausente; Deputado Junio Amaral está presente; e, por último, o Deputado Henrique Fontana, que está presente.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Sr. Presidente, peço também a minha inscrição.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Então, vamos ouvir agora o Deputado David Miranda, do PSOL, do Rio de Janeiro.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Peço também a minha inscrição.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Presidente, só vou aguardar o depoente voltar.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP. Pela ordem.) - Posso fazer só uma pergunta enquanto você aguarda?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Por gentileza.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Sr. Presidente, o senhor vai aceitar mais inscrições ou vai encerrar?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Encerrar.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - Encerrar.
Esses aí são os últimos?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - É, aqui é a última lista dos não membros.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODEMOS - SP) - O.k. Ninguém mais vai falar depois desses, não é?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Não. Vamos encerrar os trabalhos. (Pausa.)
Com a palavra o Deputado David.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - O depoente ainda não está na Mesa, Presidente. Eu gostaria que ele estivesse para poder responder as perguntas. (Pausa.)
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE. Pela ordem.) - Sr. Presidente, só para ajudar no adiantamento aqui dos trabalhos.
Como o Deputado David Miranda vai aguardar o depoente, eu queria que V. Exa. passasse para alguém que não quer, que não necessita, que não faz questão que ele esteja, para a gente ir adiantando. Porque, às vezes...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O Deputado David se opõe? Então, o Capitão...
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - No caso, o depoente já vai voltar agora e eu gostaria de utilizar a minha palavra.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Não, o seu tempo fica preservado.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - Porque ele vai continuar aqui... Ele já está voltando. Já voltou.
Boa tarde, senhores.
É muito bom que a gente continue fazendo os trabalhos aqui na CPMI. Eu acho que têm sido trabalhos muito produtivos, desde a forma de chamar grupos para especificar companhias.
Eu queria, primeiramente, falar diretamente com a Mesa, com o Presidente, com a Relatora, que têm feito um grande trabalho aqui.
Agora eu já começo diretamente enviando as minhas perguntas ao Allan dos Santos.
O senhor afirmou que não recebeu nenhum dinheiro público, contra as acusações do Deputado Alexandre Frota. Confirma que não recebeu nenhum dinheiro desse Governo?
R
Outra pergunta. O Deputado Alexandre Frota detalhou pontos do que disse nesta CPMI. Em seu depoimento sobre as redes de fake news, em entrevista ao UOL, no dia 2 de novembro, ele disse:
Eles escolheram o alvo. Geralmente, ou o Allan dos Santos ou o Olavo de Carvalho dão a dica, a primeira pancada, a primeira postagem. Isso depois tem de passar pelos criadores. Além disso, existe uma ala orgânica iludida, que acha que é esse o caminho. E tem também os credenciados, remunerados e abrigados na Alesp, na Alerj, na Câmara dos Deputados e até no Senado.
Com base nisso, o senhor confirma que encabeça uma rede de fake news para beneficiar o Governo?
Dois: o senhor tem contato com Olavo de Carvalho? Sabe se ele dissemina fake news? Tem algum trabalho coordenado com ele?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado David, será que V. Exa. poderia ir perguntando e ele respondendo? É que, se não, ele vai ter que responder uma segunda, uma terceira e uma quarta pergunta, e V. Exa. perderá tempo.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Perfeito. Podemos fazer isso sim. Sem problema.
Então, vamos lá: o senhor confirma encabeçar uma rede de fake news para beneficiar o Governo Bolsonaro?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, isso é fake news.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - O.k. O senhor tem contato com Olavo de Carvalho? Sabe se ele dissemina fake news? Tem algum trabalho coordenado com ele?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Tem três perguntas aí, Deputado.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - Se o senhor tem contato com Olavo de Carvalho... É uma pergunta completa.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Entendi.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - Se tem contato com ele, se sabe se ele dissemina fake news, e se tem algum trabalho coordenado com ele. É uma pergunta simples.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Uma coisa é conhecer, outra coisa é saber se ele faz algo, ou se ele faz outra coisa. Eu o conheço, mas é mentira que ele faz qualquer outra coisa.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - Tudo bem.
O que a gente vê nas redes sociais é que normalmente tem os grupos que fazem e existe uma replicação de todas essas fakes news por V. Sa., pelo Olavo de Carvalho e muitas outras figuras públicas, que não precisam ser citadas só porque V. Sa. está aqui.
O senhor recebe alguma orientação para publicação de conteúdo de Carlos Bolsonaro? Há também alguma ação coordenada com ele?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - O senhor sabe se há algum gabinete parlamentar envolvido com fake news? Pode citar algum?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Eu não tenho nenhuma informação sobre isso.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - Perfeito.
O senhor tem algum perfil em qualquer rede social que não seja identificado no seu nome? Se sim, quais seriam?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - @terca_livre. É o único a que eu tenho acesso e que não é o meu nome.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - Perfeito.
Seguindo nessa pergunta, eu queria saber se o senhor tem noção de que foi utilizado o e-mail do Terça Livre indicado como administrador da conta do Instagram do Pavão Misterioso; e como Elvira Lopes dos Santos, aniversariante do dia 7/7/1983, e o CPF - eu só vou falar o final para a gente não expor aqui - 807-23, o endereço de e-mail alternativo allandossantos@gmail.com. Um dos números de telefone...
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - O senhor pode só repetir o e-mail de novo?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - allan.santos.br@gmail.com.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - allan.santos.br?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - É, @gmail.com.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Esse não é o meu e-mail.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - O.k. E o tercalivre@gmail.com?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Esse é o meu e-mail.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - O.k. Esse é colocado como admin do Instagram com o perfil Pavão Misterioso.
Essas informações... Você pode informar se a D. Elvira Lopes dos Santos, que é a aniversariante do dia 17/07/1983, tem alguma relação com você?
R
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Está bom.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Elvira o quê?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Elvira Lopes dos Santos.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Cara, nego está usando o nome da minha mãe. O nome da minha mãe é Elvia.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - É Elvia. Desculpa, é Elvia. Elvira...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Tá.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Então, Elvia...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - É o nome da minha mãe, mas...
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... dos Santos e o aniversariante...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ele está dando a minha data de nascimento.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Entendi.
Então, estão utilizando o nome da sua mãe e...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - E a minha data de nascimento.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... a sua data de nascimento.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - E os números de telefone... Se você me permitir, eu posso falar os telefones que eu tenho aqui?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Pode?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Está bom.
É o 011 992729150 e o outro 21 968217533.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Nenhum desses números são meus.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Tá.
Pode confirmar que você não tem nenhum envolvimento com essas contas do Pavão Misterioso, que disseminaram fake news sobre Parlamentares eleitos aqui, sobre o meu marido, que faz um trabalho no The Intercept? Você pode afirmar, dentro de uma CPMI, que você não tem nenhuma relação com o Pavão Misterioso?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não tenho nenhuma relação.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Saber eu soube. Eu noticiei, mas eu não tenho nenhuma relação.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - O senhor, então, dentro das bases de informações do Pavão Misterioso, o que foi amplamente...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Divulgado.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... divulgado pelas suas redes sociais e também pelo site Terça Livre, não fez nenhum trabalho...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Nós noticiamos. Divulgar é uma outra coisa, não é?
(Soa a campainha.)
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - O senhor divulgou....
O SR. ALLAN DOS SANTOS - É, porque a tonalidade aqui...
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - E noticiar também, com notícias, sim. Noticiar...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, mas é que eu só quero me ater aos termos: nós noticiamos.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Noticiaram.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Pegaram um material não devidamente... E só republicaram esse material, disseminando fake news, que o são comprovadamente hoje em dia.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ninguém comprovou até agora. Eu tenho conversado com tantas autoridades e, até agora, ninguém disse para mim que tem comprovação. Eu, como jornalista, tenho que checar a fonte. E viro para as autoridades e falo assim: essas informações aqui são falsas? "Não, ainda está sob investigação." Então, eu divulguei a investigação.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - A realidade é que não existe nenhuma investigação, pelas acusações que foram feitas...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O senhor acabou de falar para mim que foi comprovado! Então, como é que foi comprovado sem investigação?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Foi comprovado que aquelas ali são fake news.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então, para ser comprovado que são fake news, houve uma investigação!
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Prévia.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então, foram essas perguntas que eu fiz para as autoridades e elas me disseram que não havia ainda investigação completa.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Quais instituições que V. Sa. fez?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sigilo de fonte, sou jornalista.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Isso é sigilo de fonte?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - As instituições? Você vai sempre utilizar isso?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, pessoas que estão nas instituições.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Pessoas que estão nas instituições. Você não foi procurar nenhuma determinação que foi feita pela Justiça?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Você utilizou a fonte só para poder falar isso e tudo bem?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sigilo de fonte.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Sigilo de fonte. Perfeito.
O senhor tem reconhecimento de alguma atuação importante na campanha presidencial próxima ao então candidato Bolsonaro e seus filhos? Sua postura é sempre bastante hostil, inclusive em relação à imprensa, mesmo o senhor sendo jornalista. Durante a campanha, o senhor foi o mentor ou ajudou a disseminar fake news?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O senhor está afirmando que eu não sou jornalista?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - O senhor é jornalista, eu afirmei.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ah tá.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Porque o senhor está sempre atacando jornalistas, a liberdade de imprensa. Então, eu gostaria de saber dessa postura...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Mas o senhor está afirmando que eu não sou jornalista.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Estou afirmando que você é jornalista.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ah tá, que eu sou jornalista.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Que você é jornalista.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ah tá, obrigado.
O senhor está perguntando o que exatamente?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - No Brasil, não se precisa hoje de diploma para ser jornalista. Eu não tenho diploma e também sou jornalista.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Qual é a pergunta?
R
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - O senhor tem reconhecimento... Teve atuação importante na campanha presidencial, próximo ao candidato Bolsonaro e seus filhos? Sua postura é sempre bastante hostil, inclusive em relação à imprensa, mesmo o senhor sendo jornalista. Durante a campanha, o senhor foi mentor ou ajudou a disseminar fake news?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Se me permite, o senhor faz três, quatro afirmações na sua pergunta.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Eu faço afirmações...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, eu quero só... Porque, senão, induz a resposta, se me permite.
Bem, se eu tive grande atuação. Eu não considero uma grande atuação, até mesmo pelo tamanho do meu canal. Não tem como ter uma grande atuação com o tamanho das minhas redes sociais.
Ausência de dinheiro para poder viajar. O máximo que eu fiz foi gravar vídeos no YouTube. Então, eu acho que não é uma grande atuação.
E, segundo, o senhor disse que eu tenho uma postura hostil. O senhor sabe qual é o primeiro maior vídeo do canal Terça Livre? É um elogio ao editorial do Estadão, é o vídeo mais assistido em nosso canal: 1,8 milhão de visualizações.
Há de se reconhecer aqui - creio que todos nós, independentemente de ser de esquerda ou de direita -, precisamos entender, que há um objeto que deveria ser investigado na CPMI da Fake News que impede o crescimento tanto de mídia de esquerda como de mídia de direita, que é o BV, que foi legalizado em 2010, que faz com que a Globo seja a única e maior empresa do Brasil. Então, a minha crítica não é hostil à imprensa como algo abstrato.
Aristóteles ensina o seguinte: a palavra "cão" não morde. Então, quando você exprime o que está acontecendo, quando você expõe um monopólio, como o da Rede Globo hoje, que impede o crescimento de qualquer outra mídia por causa do BV, e isso nunca foi investigado no Brasil. É esse tipo de crítica que eu faço, Sr. Deputado.
Saiu um livro em inglês do Ken Bensinger que mostra... A Globo é citada quatro vezes nesse livro, que é o Red Card. Fala do envolvimento da Globo com corrupção de Olimpíadas, Copa do Mundo, BV etc. E a minha crítica é: por que a Abraji, que é a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, não investiga o BV da Globo? Aí, eu vou lá e critico a Abraji! Quando a Abraji reconheceu que a ameaça de morte feita à Fernanda Salles e a mim foi ruim, eu agradeci à Abraji, inclusive converso com o Guilherme Amado, que é o editor da Época, mas eu critico a Abraji por não investigar.
Então, a minha crítica é: o que está acontecendo com o jornalismo brasileiro, em que nós estamos deixando os oligopólios e os monopólios tomarem conta de tudo, enquanto uma empresa que fatura cem mil por mês, como a minha, é investigada para ver se recebe dinheiro do Governo? Sendo que o Governo injeta dinheiro nas outras empresas, que são multibilionárias, e não na minha.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Eu tenho até concordância em determinados pontos, mas os pontos que o senhor divergiu...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Vamos pegar os grandes...
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... são ataques a jornalistas que estão simplesmente fazendo o trabalho, que são ataques diretos que V. Sa. faz.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Emissão de opinião. Liberdade de opinião.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Sim. O.k.
O senhor conhece Marquinhos, da empresa de publicidade M4, citado como mentor da campanha do Bolsonaro por Alexandre Frota?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Tem alguma relação formal ou informal de trabalho com ele?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Sabe se a empresa fez disparos de WhatsApp para a campanha de Bolsonaro?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não tenho a mínima ideia.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - No dia 2 de novembro, o senhor falou em seu Twitter, da CPMI da Fake News: "O PT e a Globo serão descartados na primeira oportunidade". O que está em jogo é a proximidade do Brasil com os Estados Unidos, que é uma ameaça ao Brics, Rússia, China...
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O SR. ALLAN DOS SANTOS - Brics?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Brics. Rússia e China querem impor a mesma lei que usam em seus países, a internet soberana, em nome da segurança cibernética.
O senhor poderia explicar melhor essa declaração? Quer dizer que nós estamos a serviço da China? Está nos acusando de algo?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O sujeito da frase é?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Você.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não, não, o sujeito da frase que eu escrevi.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Você, nós, do Brasil.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não, não.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Na CPMI da Fake News, PT e Globo serão descartados na primeira oportunidade.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim. Então, o que eu estou dizendo? Descartar a Globo, que, junto com o PT... Porque a lei do BV foi criada ainda na época do regime militar. Depois, ela foi legalizada para empresas privadas, e não apenas públicas, sob a gestão Lula, em 2010.
Eu - é a minha opinião aí - gostaria muito de que vocês dissessem que minha opinião está equivocada e colocassem aqui, então, a Globo, para poder ser investigada sobre o BV, porque, se a Globo não for chamada, a minha opinião está certa. Se a Globo for ter que dar explicações sobre o BV, e todas as pessoas começarem a entender por que ela consegue ter 90% do dinheiro que é dado para as agências de publicidade, sendo que nenhuma outra TV pode competir com ela, aí esse tuíte que o senhor acabou de ler vai estar dizendo assim: "O Allan errou e o Allan não entende nada de política". Agora, se a Globo não for chamada aqui, na condição de ré, como eu estou aqui hoje - aliás, depoente, não é? -, e não tiver que dar explicações do dinheiro que ela investiu e conseguiu... Segundo o livro Red Card, ela teve que pagar 15, 150... Agora o dado eu não vou lembrar, porque o livro... Eu preciso consultar aqui, mas, no livro, ela pagou propina.
Se a Globo não tiver que dar essas explicações aqui, Sr. Deputado, eu estou certo. Se ela tiver que vir, sentar aqui e dar as explicações, eu estou errado.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Senhor depoente, acho que, em determinado ponto, eu tenho convergência com você. Eu acho que nós devemos chamar a Globo...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Chega de monopólios! Chega de monopólios!
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Chega ao ponto de a gente...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Para concluir, Deputado.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... ter que chamar a Globo aqui, com certeza. Acho que será um próximo ponto que eu posso estar conversando com outros Parlamentares, porque eu acho que a gente precisa ter uma resposta sobre essa situação, sim.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Se me permite, só uma coisa: a TVT, que é a TV dos Trabalhadores, é pequena. A única coisa que eu quero fazer é ter também a minha tevezinha. A TVT tem concessão; eu não tenho. Mas por que ninguém pode crescer no Brasil? Sabe, eu acho que nisso nós podemos concordar aqui e colocar a Globo para dar explicações.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - O Deputado Alexandre Frota afirmou que houve uma ação...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluindo, Deputado.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Para concluir.
O Deputado Alexandre Frota afirmou que houve uma ação coordenada para atacar o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o Presidente do Senado, Davi, e os Ministros do Supremo Tribunal. O senhor considera que participou disso de alguma forma? Publicou notícias falsas? Replicou essas notícias? Soube a respeito antecipadamente?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Replicar qual notícia falsa?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Esses ataques diretos ao Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao do Senado, Davi, e ao Supremo Tribunal Federal.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Atacar... A palavra "cão" não morde. É de crítica que o senhor está falando?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - A disseminação de fake news e ataques direcionados...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então, qual fake news?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... como milícia militar.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Mas qual notícia específica que foi falsa comprovadamente que eu divulguei sobre eles?
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Tenho que pegar depois para poder te mostrar.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Está bom. Muito obrigado.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Só a última, para poder finalizar, Presidente, que diz respeito ao que você postou como matéria, que o meu marido estaria internado por ser usuário de cocaína e ter tido um ataque cardíaco.
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No mesmo dia, eu postei um vídeo mostrando meu marido do meu lado, na cama, e o senhor não desmentiu, só fez uma matéria logo após isso. Eu, como Parlamentar, casado com Glenn Greenwald, tenho a responsabilidade aqui, por honra ao meu companheiro e marido, porque a Constituição protege a gente, de fazer a pergunta ao senhor: se o senhor pegou a fonte sobre isso e por que disseminar fake news sem entrar em contato, primeiro, com o acusado - você o acusou de utilizar drogas -, desconstituindo a moral pública do meu marido e jornalista, que, nessa época, fazia publicações demonstrando uma grande gama de documentos que mostravam exatamente a posição do Ministro Sergio Moro, exatamente na mesma época em que as replicações de fake news vinham do Pavão Misterioso.
A gente vai entrar com um inquérito para poder investigar a fundo por que o seu login e o nome da sua mãe são utilizados juntamente com esses números. A gente vai levantar isso na Justiça para poder saber o seu envolvimento. Se o senhor não sabe do Pavão Misterioso, a gente vai saber na Justiça. E, se foi mentido aqui pelo senhor, a gente vai se ver na Justiça.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - Pode responder sobre o Glenn agora?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Sim, claro.
Se é fake news, então a gente se vê na Justiça de novo, porque o senhor tem que comprovar isso.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - A gente comprovou. Na mesma hora...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não. Na Justiça, na Justiça.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Na mesma hora...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Comprove na Justiça.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... eu fiz um vídeo com meu marido.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O senhor comprove na Justiça.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Eu fiz um vídeo com meu marido, do meu lado...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Com um cateter no braço.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... mostrando que o senhor estava lá...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - E depois teve que publicar que foi cateter, à tarde.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - ... fazendo uma mentira...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Na Justiça, Deputado.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Na Justiça? É isso que você quer?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, claro.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Só simplesmente na Justiça?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - A gente já sabe como está a Justiça neste País, mas a gente vai para a Justiça, sim, contra você.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - O.k. Vamos passar a palavra para o próximo orador...
Eu vou pedir desculpa ao Coronel Tadeu, porque o Deputado Túlio Gadêlha é titular da Comissão...
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ. Para interpelar.) - Só uma última pergunta.
Eu só gostaria de saber se a advogada que senta do seu lado aí está sendo paga com honorários do senhor.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Então, concedo a palavra ao Deputado Coronel Tadeu, do PSL, de São Paulo.
O SR. DAVID MIRANDA (PSOL - RJ) - Pode responder?
O SR. CORONEL TADEU (PSL - SP) - Sr. Presidente, obrigado.
Deputado Túlio, se quiser falar na frente, não há problema.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Sem problemas, Coronel. Por favor.
O SR. CORONEL TADEU (PSL - SP. Para interpelar.) - Eu vou procurar ser rápido.
Sr. Presidente, eu espero que esta CPI, primeiro, atinja os seus objetivos, tamanho é o palanque político que nós estamos vendo. Isso, de certa forma, me decepciona, porque nós não estamos aqui para ver insultos, para ver ofensas. Alguns comportamentos realmente me decepcionam. Pena que o Deputado Alexandre Frota não está aqui, mas até os verbetes que ele utilizou eu ia solicitar ao senhor relevar ou, se for o caso, até tirar realmente dos apontamentos da CPI, porque isso não leva absolutamente a nada. Eu acredito que todos aqui têm um nível intelectual razoável - não vou dizer alto, mas razoável - para estar aqui ocupando a função de Deputado Federal. Por certo, alguns comportamentos me decepcionam muito, porque, primeiro, esta é uma CPI e não uma campanha política. Isso aqui foi feito para apurar algum fato errado - no caso, fake news - e apurar também quem são os culpados.
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Por isso, nós fizemos vários requerimentos e estamos dando início a inúmeras audiências, justamente para questionar essas pessoas. E questionar, eu gosto de ressaltar, com extrema educação, que é o mínimo que um Deputado deveria fazer, mas alguns querem sair desse limite prudencial e só faltam colocar uma melancia no pescoço e sair pulando em cima das mesas, o que me envergonha, porque uso um distintivo da Câmara dos Deputados no paletó e me orgulho dele, mas parece que algumas pessoas não dão valor à importância desse broche.
Então, faço este chamado a todos os Deputados pela falta de decência, às vezes, até de decoro, com o ambiente, com a Casa, com os colegas, e me sinto ofendido de verdade. Eu não conheço a pessoa que foi convidada hoje, Sr. Allan Santos, só conhecia pela imprensa, pelas mídias, mas é uma pessoa que veio voluntariamente, penso eu, e que deveria ser respeitada. Então, sou contrário aos insultos que ele recebeu e me solidarizo.
Sr. Allan Santos, eu digo ao senhor que o silêncio é ouro e muitas vezes é a resposta. E vou coadunar com o senhor: o senhor está absolutamente certo em permanecer em silêncio. Não se pode dar palanque... Não vou usar aqui um termo pejorativo, mas, para determinadas pessoas, o silêncio é a melhor coisa.
Nós temos visto realmente uma produção enorme de fake news, espalhadas por todos os lados. E eu tenho acompanhado que realmente a nossa imprensa, principalmente a grande imprensa, é detentora de um lado, realmente ela gosta de estar de um lado apenas, que era o lado que pagava a ela ou a remunerava de forma bastante apropriada e, com o novo Governo, isso não mais aconteceu. Nós sabemos exatamente que as verbas de comunicação foram enxugadas, que elas estão sendo distribuídas agora de forma justa, e há uma revolta de alguns órgãos de imprensa que realmente se sentiram, digamos assim, ofendidos por não receberem mais o que vinham recebendo, e isso tem provocado uma guerra.
Eu espero que, da CPI, saia realmente uma solução razoável para que esses órgãos de imprensa sejam colocados devidamente no seu lugar, porque, até onde eu sei, essas empresas obtêm concessão. Concessão é uma permissão, pode não ser um ato jurídico frágil, mas acaba. E, na hora em que acabar, não chore. Tem que ter um comportamento responsável, principalmente com a informação que transmite à população brasileira, e muitas dessas informações alcançam milhões de pessoas.
Eu vejo realmente muita irresponsabilidade hoje. Não quero ser o julgador, apenas estou emitindo minha opinião em determinados fatos em que realmente ocorrem verdadeiros abusos. E abuso para mim, até onde eu sei, precisa ser punido, e com exemplo, para servir de exemplo para muitos outros.
Feito isso, Sr. Allan dos Santos, eu gostaria que o senhor me respondesse quatro perguntas.
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Primeiro: você tem alguma equipe sua, pessoal, que dispara ou propaga fake news? Sim ou não?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. CORONEL TADEU (PSL - SP) - Alguma vez o senhor pessoalmente propagou fake news?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. CORONEL TADEU (PSL - SP) - Qual é a missão institucional... Agora não vai ficar no sim ou não, eu gostaria que o senhor falasse. Qual é a missão institucional, já que o senhor tem um canal de YouTube e, pequeno ou não, ele alcança pessoas... Eu gostaria que o senhor explanasse qual é a missão institucional, qual é o seu objetivo em ter esse canal do YouTube.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O interesse maior, que eu quase não conto, é para maior honra e glória de Deus e da sua mãe Maria Santíssima. Isso eu quase não falo, mas é um dos objetivos, e por isso a rosácea do Terça Livre é a rosácea que está na entrada da Catedral de Notre Dame. Esse é um dos objetivos.
(Soa a campainha.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O segundo objetivo que eu tenho é tentar resgatar, mesmo que... Uma coisa que eu aprendi, Sr. Deputado, é que mesmo não sendo excelente como outros, como, por exemplo, Alexandre Garcia, Augusto Nunes, Guzzo, Fiuza, Ana Paula do Vôlei, mesmo não tendo a excelência desses jornalistas, eu sei que, mesmo com um trabalho pequeno, humilde e simples que eu posso oferecer, eu acredito que isso vá trazer algum benefício para o País. É que existe uma ausência de jornalismo no Brasil hoje, de um debate sério e honesto no jornalismo. Fala-se muito na palavra "isento", como se o jornalista isento não pudesse escolher uma posição política, quando, na verdade, nos Estados Unidos isso fica bem claro: Fox News, CNN. Confunde-se muito isso com uma dependência partidária... Também é válido, o jornalista pode ser jornalista do partido, inclusive os senhores têm jornalistas contratados dentro dos próprios partidos, mas o que está em jogo é que querem simplesmente calar qualquer chama, uma fagulha que esteja nascendo. Qualquer fagulha que apareça eles querem apagar com receio, com medo de alguma coisa. Eu não sei qual é o medo dessa gente de ver um jornal como o nosso alcançando tantas pessoas.
Eu pude contratar, pela primeira vez, um jornalista com CRM, que foi a Fernanda Salles, na época... Depois ela passou a trabalhar e ficou como freelancer. Foi a primeira vez que eu tive dinheiro para poder contratar uma jornalista. Até então eu trabalhava com voluntários, com pessoas que escreviam artigos. E aí você fica assim, puxa... E a responsabilidade minha que eu tenho com esse alcance, com as pessoas que estão escrevendo artigos?
O senhor pergunta para mim o que que eu penso com esse trabalho. Não é mudar o jornalismo brasileiro, eu não quero mudar o jornalismo brasileiro. Eu só quero que qualquer jornalista seja livre para emitir sua opinião e não tenha nenhuma polícia como a SS nazista querendo bater na porta dele para perguntar quem está pagando o aluguel do carro dele, sem nenhum crime sendo comprovado. É só isso que eu quero.
O SR. CORONEL TADEU (PSL - SP) - Penúltima pergunta, Sr. Allan Santos: o senhor já teve alguma vez algum perfil falso e se utilizou desse perfil para propagar notícias falsas?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. CORONEL TADEU (PSL - SP) - E a última pergunta, que, para mim, é a mais importante: o senhor alguma vez, neste ano de 2019, recebeu algum recurso oficial do Governo para prestar qualquer serviço?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. CORONEL TADEU (PSL - SP) - Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Passo a palavra ao Deputado do PT de São Paulo, Carlos Zarattini.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Fora do microfone.) - Pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pela ordem, Deputado Rui Falcão.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP. Pela ordem.) - Em favor do depoente: foi citada aqui uma pessoa como sendo uma daquelas que supostamente veicula fake news e que teria alguma relação com o depoente. Eu acabo de receber aqui um tuíte, uma mensagem de Whatsapp de uma das pessoas citadas, William de Lucca, que diz: "Citado entre uma miríade de perfis de extrema direita que assassina reputações e que teria relações com o Allan Santos, do Terça Livre. Que sandice! Meu nome não pode ser citado no nome dessa gente fake não."
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Mas eu não citei o nome dele.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Não, não. O Alexandre Frota disse que essa pessoa estaria ligada ao senhor.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Pois é.
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - E ele está aqui agora esclarecendo que não tem nada a ver com a direita, nem tem nenhuma relação com o senhor.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Ou seja, mais uma fake news do Frota!
O SR. RUI FALCÃO (PT - SP) - Nesse caso, sim. Nesse especificamente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputado Carlos Zarattini, pelo tempo de sete minutos.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP. Para interpelar.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Quero cumprimentar os Deputados, cumprimentar o depoente, e fazer algumas perguntas.
O senhor declarou aqui em uma de suas respostas que trabalhou voluntariamente na campanha presidencial de Jair Bolsonaro. O senhor confirma? Foi voluntário o seu trabalho?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Perdão, o senhor pode perguntar novamente?
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O senhor trabalhou voluntariamente na campanha de Jair Bolsonaro?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Olha, é a mesma maneira que foi feita por outros Deputados aqui... Trabalhar na campanha em que sentido? Como cidadão querendo que ele fosse eleito?
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Trabalhar na campanha significa estar prestando serviços à campanha...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, nenhum serviço, zero.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - ... ajudar a campanha, militar na campanha.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE. Fora do microfone.) - Defender as ideias...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Defender ideia é uma coisa, trabalhar na campanha é outra.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE. Fora do microfone.) - Defender e difundir...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Defender e difundir ideias, sim. Na própria descrição do portal Terça Livre, está bem claro que nós defendemos os conservadores e lutamos contra todos...
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Eu estou falando de campanha.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, então, eu estou esclarecendo, porque na campanha só tinha um...
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O senhor fez campanha para Jair Bolsonaro?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não. Campanha, não. Eu apoiei como cidadão e jornalista. É isso que eu estou achando estranho aqui. Tem palavras que estão querendo ser induzidas a mim, aqui.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Eu estou perguntando para o senhor! Eu não fui verificar...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eu não estou falando do senhor. Não estou falando do senhor. Estou falando das outras perguntas.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Eu estou perguntando ao senhor se o senhor fez campanha, ou seja, o senhor divulgou ideias, o número...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Defendi o Presidente Bolsonaro.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Sim. Pediu voto?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, sim, pedi.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Foi declarado o seu trabalho voluntário na campanha de Jair Bolsonaro?
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Fora do microfone.) - Cinquenta e sete milhões de brasileiros fizeram campanha.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Não, 57 milhões votaram. Estou perguntando... O senhor divulgou ideias. Eu estou perguntando se foi declarado. Não foi?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Olha só, se fosse declarado... Se foi declarado, teria que ter um acordo entre ele e eu, certo?
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Isso.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Concorda comigo?
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Concordo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então, isso não existia.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Não foi declarado?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Está o.k.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Veja bem, não é que não foi declarado. O que eu estou dizendo aqui agora é que não havia nenhum acordo entre ele e eu.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Não havia nenhum acordo?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Exato.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Entre a campanha... Não necessariamente ele, entre a campanha...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, entre qualquer pessoa que estivesse na equipe dele.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Militantes do PT também declaram?
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Declaram, declaram.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, eu não sei. Eu só estou dizendo que era uma decisão absolutamente pessoal.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Isso é lei. Pessoa que trabalha na campanha...
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Ele não trabalhou na campanha.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Eu estou esclarecendo. Estou perguntando. Posso perguntar?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Deputada, V. Exa. terá a sua vez. A palavra está com o Deputado Zarattini.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Eu queria saber também sobre essa questão da credencial. O senhor veio diretamente à Câmara dos Deputados, ao departamento que fornece os crachás, a Secretaria-Geral da Mesa, e conseguiu isso diretamente?
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O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, eu pedi ajuda a um amigo meu que já trabalha aqui, ele foi me ensinando como fazer o pedido.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O senhor se credenciou como jornalista?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não. Esta aqui é para ter acesso a... Quando você sempre está vindo aqui... É diferente este aqui. Quando você está sempre vindo aqui no Congresso, você apresenta um documento...
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Não houve indicação de nenhum Deputado?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Nenhum Deputado avalizou a sua entrada permanente aqui?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O.k. Nenhum, né?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não, não.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Está o.k. O senhor citou aqui que tem uma relação com o Planalto, com os Srs. Tércio Arnaud, José Matheus e Mateus Matos Diniz.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eu não afirmei que tenho relação com eles, senhores. Desculpe.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Relação. O senhor disse que vai várias vezes lá.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Isso, eu disse que eu tenho um contato profissional com eles.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - E tem informações, tem um contato profissional.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eu não sei nem onde eles moram para ter relação.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O.k. Minha pergunta é a seguinte: quantas vezes por semana o senhor vai ao Palácio do Planalto?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Bem, eu estava vindo aqui para o Congresso e Palácio do Planalto pelo menos às terças e quartas, mas eu parei de vir porque eu estava tentando colaborar, tentando esclarecer alguns Deputados, tudo isso de graça - igual a um imbecil mesmo, essa é a verdade -, e eu cansei. Aí eu não estou vindo mais, estou ficando em casa e estou continuando com as minhas matérias porque, das pessoas que eu ajudei, várias delas hoje ficam falando mal de mim pelas costas e...
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Mas no Palácio do Planalto?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, aqui no Congresso.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Não, estou falando do Palácio do Planalto.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Era lá e cá. Eu ia para lá e vinha para cá.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Mas a minha pergunta é em relação ao Palácio do Planalto.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ah, sim. Então, uma vez por semana.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Uma vez por semana...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Isso, uma ou duas vezes por semana.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - ... o senhor vai lá?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Certo. E isso o senhor faz só pessoalmente, contato pessoal ou...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Contato pessoal não, contato profissional.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Sim, mas pessoal que eu quero dizer é pessoalmente...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Contato físico?
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - ... ou o senhor faz via telefone, ou o senhor faz via Whatsapp e de outras formas também?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, é presencialmente.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Presencialmente?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Isso, eu vou lá e anoto os relatos, matérias, furos.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Certo. Então, eles fornecem ao senhor informações?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eles quem?
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Essas três pessoas com quem o senhor tem contato...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não, não.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - ... uma ou duas vezes por semana.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não eles. Várias pessoas que estão ali no Palácio do Planalto me conhecem. Várias, inclusive o Presidente da República.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Certo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - E ele me passou uma das últimas matérias da última vez que eu estive lá.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Certo, mas essas três também?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, também. Era isso que eu queria que o senhor dissesse.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O.k.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Obrigado.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O.k.
Outra pergunta aqui: o Sr. Paulo Henrique Araújo...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Coitado do Paulo, não tem nada a ver.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - ... é sócio de uma das suas empresas?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, é sócio. O Paulo nem trabalha mais com a gente. Tadinho do Paulo. Ele nem trabalha mais com a gente. O pai está doente...
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Não trabalha, mas ainda é sócio?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, ainda está na sociedade.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - E ele é do PSL?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O Paulo? Não sei. Não sei da vida do Paulo, da filiação partidária dele. Não sei, sinceramente.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Apesar de ser seu sócio, o senhor não tem conhecimento?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ué, eu não quero saber da filiação partidária de uma pessoa se eu quero fazer business com ela. O senhor faz isso?
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Não, mas...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então, eu também não!
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Eventualmente posso saber, porque quando a gente tem uma relação de ser sócio, normalmente a gente quer ter conhecimento de quem é.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eu quero conhecer pessoas que querem fazer dinheiro, não se ela é filiada ao partido X, Y ou Z.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Ótimo. Nessa questão de fazer dinheiro, o senhor citou aqui que o seu site, o seu blogue, é financiado por um sistema chamado apoio...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não. Eu disse que uma das receitas...
Pega a minha bolsa aí, por favor?
Se me permite, eu gostaria de mostrar, inclusive, a participação de cada fonte de receita. Uma das fontes de receita é a doação via Apoia.se, Superchat ou membro no Youtube. Eu tenho cursos. Eu tenho curso de latim, história do Brasil, filosofia tomista, literatura, inglês, francês, espanhol. Eu tenho esses cursos no Terça Livre Escola, é 9,90 por mês. E eu tenho o Terça Livre Academia, que é aula de retórica, teoria do Estado, filosofia do Direito - esse curso custa 49,90 -, e a revista digital on-line, que é 9,90. Na revista, eu tenho 5 mil assinaturas; no curso da academia, eu tenho 300; no curso do Terça Livre Escola, eu tenho 6 mil, 7 mil alunos. Isso aí explica facilmente o meu faturamento. Eu tenho 9,6% da minha receita que vem do Apoia.se; visualizações de Super Chat, 13,8%. Terça Livre Cursos, que engloba Terça Livre Escola e Terça Livre Academia, 40,2%; revista Terça Livre, 31,2%; doações outras, que, no caso, é PayPal ou alguém que chega lá...
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O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O quê?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - É paypal.com.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Sim, sim.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - E outras doações, 2,9%.
Isso aqui é fonte de receita do Terça Livre, ou seja, eu copiei o Sílvio Santos, só vendo aquilo que é meu mesmo.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, US$5 mil por mês é isso aqui, são os 13,8%. Nós estamos bem, Rui.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Sr. Allan, só uma pergunta: quantos CNPJs dessas empresas?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, é uma empresa só.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - É uma empresa só? Só um CNPJ?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - É.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Não é seu nome, pessoa física?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não. Aqui, olha: Canal TL Produções.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O senhor... Posso continuar?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, sim.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O senhor nos informou que teria de 18 a 20 empregados.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - De 18 a 20...
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Colaboradores?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, fornecedores de serviço.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - O senhor pode fornecer à CPI a relação desses fornecedores, colaboradores?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, claro, sem nenhum problema.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Pode ser? O senhor pode encaminhar à CPI?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, sem nenhum problema.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Sr. Presidente, então, registre, por favor, que a gente solicita o nome das pessoas colaboradoras.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - São pessoas que oferecem serviço para o Terça Livre.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Por fim, essa casa onde funciona a sua empresa é apontada como bunker do gabinete do ódio e da milícia digital. Por que o senhor acha que surgiu essa informação?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Insanidade? Não, o senhor perguntou por que eu acho. Porque, imagina... Veja, qualquer pessoa que estudasse estratégia... Há um texto - inclusive, eu gostaria até de conversar contigo depois -, Estratégia e Tática da Revolução Russa...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ah, perdão, com o senhor. Perdão. Perdão. Eu queria conversar com o senhor sobre isso depois.
Estratégia e Tática da Revolução Russa... Stalin fala muito do êxito tático momentâneo, que pode ser funesto ao todo da estratégia. Alguém que fizesse a estratégia de usar uma casa no Lago Sul, em Brasília, para reunir o que seria uma milícia digital, tão próximo, tão visível, com câmera de segurança, que fizesse tudo isso... Você sabe, tentar criar ali um esquema...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O Dirceu cometeu, não é?
Não era no dele que estava o nome da casa alugada lá, do israelense?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não era?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Para concluir, Sr. Deputado.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Ele está terminando aqui. Ele enveredou na explicação de Stalin...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então, eu acho uma loucura. Eu acho uma loucura eles fazerem assim...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Lá, então, não existe nenhum gabinete? Nenhum bunker, nenhum gabinete?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Perdão, perdão, desculpa. É que o Rui estava falando.
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O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Então, o senhor não tem nada a ver com essa atividade que foi divulgada pela revista Crusoé?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então: não só não tenho nada a ver, como desconheço essa tal atividade. Porque, assim, eu poderia muito bem afirmar que eu tenho relação com algo, sendo esse algo real. Como não há nada real, a não ser que seja crime, por exemplo, a livre associação de pessoas... E isso não é milícia. Milícia é um conceito em que está implicado pagamento e recebimento de ordens ou de dinheiro. A livre associação de pessoas não pode ser criminalizada. Então, eu desconheço a existência de uma milícia, a não ser a Militia Christi - quem é católico sabe. E dessa, sim, eu me orgulho de fazer parte, que é a Milícia dos Santos Anjos de Deus, que lutam contra o inferno. E a livre associação de pessoas... Agora, se não há uma milícia... Quando alguém me pergunta: "Você tem um envolvimento com essa milícia?" Alguém me prove primeiro que a milícia existe. Na hora em que alguém provar que a milícia existe, eu vou dizer se eu tenho relacionamento ou não.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Mas aqui nós não estamos discutindo milícia propriamente.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não, mas é a matéria da...
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Estamos discutindo aqui divulgação de fake news.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O senhor falou da matéria da Crusoé, e a matéria diz isso.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Eles usaram esse nome "milícia".
O SR. ALLAN DOS SANTOS - É, vergonhosamente.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluiu, Deputado?
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Só para concluir - o Rui está me sugerindo uma pergunta boa. Esse seu amigo que orientou o senhor a como conseguir esse crachá trabalha em qual gabinete aqui na Câmara?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eu não sei, sinceramente.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, eu não sei mesmo. Não, sério.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, é conhecido. Eu falei assim: poxa, eu preciso... Assim, eu ando com mochila, com câmera e o suporte da câmera. Então, toda vez eu tinha que ficar passando no raio-X e eu gosto de fumar muito - estou aqui desesperado, porque vocês estão me prendendo, eu preciso sair para dar uma fumadinha. Então, eu ficava toda hora tendo que sair, raio-X, fumar, raio-X, fumar, raio-X. Às vezes, eu pedia para algum Deputado me colocar para dentro, porque aí não precisa passar no raio-X.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - São vários, há vários Deputados que gostam de mim aqui.
E aí eu falei assim: tem como conseguir pelo menos aquele crachá, para dizer que eu tenho um documento, que eu estou aqui, que eu moro aqui, que tenho documento e posso ficar entrando na Câmara? Pode. Aí agora eu tenho crachá para fumar. Era isso que eu queria, só isso.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT - SP) - Está bom. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Sr. Allan, o senhor fala que esse crachá o senhor conseguiu via um amigo para ter acesso como cidadão.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Isso.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - É porque no verso do seu crachá está escrito "Terça Livre".
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Terça Livre, a minha empresa.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Sr. Presidente, só para esclarecer. De fato, a gente já teve acesso ao requerimento em que ele faz a solicitação. Na verdade, ele tem o requerimento, está aqui nas minhas mãos. No requerimento da solicitação, é colocado: "Requer a credencial de acesso à Casa para acompanhar e elaborar matérias informativas sobre as propostas legislativas da Casa". No caso, pediu de várias pessoas: Allan Lopes dos Santos, Bruno Rodrigues Batiet, Priscila Neves e Rafael Fontana. Então, assim, foi solicitado...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Para os nossos jornalistas.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Profissionalmente no caso, como uma pessoa que iria cobrir, fazer uma cobertura.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Mas não como imprensa, porque a imprensa teria acesso, por exemplo, ao Plenário, não é?
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - Via sua empresa. É isso que eu estou querendo dizer. Mas a imprensa só tem acesso com a permissão do Presidente. Não tem geral, não. Fica ali na parte de cima. A não ser quando há uma exceção. Eu estou só tentando esclarecer aqui, que a gente está rodando em círculo em relação a essa questão de que um Deputado ou um Senador que teria autorizado. Não existe isso. Ele se dirigiu diretamente à 3ª Secretaria da Mesa.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Muito obrigado.
A SRA. LUIZIANNE LINS (PT - CE) - E ele pede para acompanhar para elaborar matérias informativas sobre as propostas da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Aqui estamos quase chegando ao encerramento. Estão faltando a Deputada Bia Kicis, o Deputado Otoni de Paula e o Deputado Túlio Gadêlha para encerrar.
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Então, concedo a palavra à Deputada do Distrito Federal do PSL, Bia Kicis.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF. Para interpelar.) - Muito obrigada, Presidente.
Allan dos Santos, eu queria dizer que eu já estive no seu lugar. Em 2016, eu fui convocada pelo então Deputado Jean Wyllys para ser ouvida, para prestar depoimento na CPI dos Crimes Cibernéticos. Olhe que coisa grave! Crime cibernético... Eu quase morri do coração quando eu soube, porque eu, uma procuradora, uma advogada, era Corregedora da Procuradoria... E eu soube, pelo gabinete da Procuradora-Geral, que eu estava convocada para depor como investigada na CPI dos Crimes Cibernéticos. Crime cibernético? Eu fui até investigar o que seria, o conceito. Eu vi que era caso de, por exemplo, pessoas que invadem as contas bancárias de alguém utilizando as redes; redes de pedofilia; pessoas que fazem tráfico de órgãos, sequestro, tráfico, utilizando as redes; ou também quando invadem - aconteceu recentemente - celular de juiz, de ministro do Supremo, de procurador. Isso é crime cibernético. Pedofilia eu já citei.
Eu era uma cidadã, uma mãe, uma cidadã advogada, que gravava meus videozinhos para explicar para as pessoas que ideologia de gênero não é uma ciência, que estavam doutrinando as nossas crianças nas escolas, querendo obrigar meninos e meninas a usarem o mesmo banheiro e ensinar que menino não nasce menino e que menina não nasce menina, que existia todo esse enredo da esquerda mundial, internacional. E eu falava também do Foro de São Paulo e de vários projetos que corriam nesta Casa, como tentativa de censura, de calar as pessoas. Eu falava sobre isso nos meus vídeos caseiros. Só que eu tinha um alcance que chegava ao Brasil inteiro, e isso começou a mobilizar as pessoas a irem às câmaras municipais para pedirem escola sem partido; irem às escolas dizer que não aceitavam que os professores doutrinassem seus filhos e ensinassem ideologia de gênero.
Então, o Jean Wyllys me convocou, mas, graças a um Deputado que está aqui, o Marco Feliciano, essa convocação foi transformada em convite, e à doce Mariana Carvalho, que era a Presidente da CPI, eu me senti segura para ir como convidada. E lá eu aproveitei o palanque para discorrer sobre o Foro de São Paulo; e poder falar até sobre o Olavo de Carvalho; e poder falar sobre os projetos, como desarmamento da população e tantos outros; fraudes, urna eletrônica sem voto impresso, que só existe no Brasil, essa porcaria, essa tranqueira... Só existe no Brasil um TSE que jura que o nosso sistema é o mais seguro do mundo, e ele é considerado inconstitucional em todos os países desenvolvidos. E eu, como cidadã, não sou obrigada a aceitar.
Então, hoje, Allan, estou no lugar em que estava o Marco Feliciano, o Eduardo Bolsonaro e o Jair Bolsonaro, que foram lá me apoiar, assim como várias pessoas, como a Dênia e outras que estão aqui, a Claudia Castro e tantos outros ativistas que lotaram o Plenário. E eu saí de lá aplaudida, como você vai sair daqui hoje, porque eu consegui falar para uma Deputada do PCdoB que pedia para o Presidente da CPI - viu, Presidente, olhe a gravidade! - que meus vídeos fossem retirados das redes porque meus vídeos ofendiam as mulheres... E eu defendo as mulheres!
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E, então, eu disse para ela, quando ela disse que tinha muito orgulho de ser do PCdoB, eu disse que ela tinha direito...
(Soa a campainha.)
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - ... de sentir orgulho de ser do PCdoB, mas eu tinha direito de saber que as minhas palavras ofendiam quem fosse do PCdoB.
Então, Allan, o que eu quero lhe dizer é que esta CPMI, quando ela invade o nosso direito de livre expressão e quer calar a população... Isso não é de hoje, isso vem lá de trás. Eu estive no Panamá e, junto com outros Deputados do Parlatino, eu soube que o tema principal ali era como regular as redes. O que está acontecendo aqui... Pode até não ser a intenção da Relatora ou do Presidente, mas a intenção por trás desta CPMI é calar as redes e perseguir Jair Bolsonaro, dizer que este homem, que foi quem mais sofreu fake news, se elegeu graças à fake news. Nós ouvimos outro dia, houve um Parlamentar que falou isso em Londres. Essa história está correndo nas redes, mas, ainda assim, eu quero que as redes sejam livres porque as pessoas saberão, as pessoas saberão discernir o que é mentira e o que é verdade.
E sei também que o TSE já tentou colocar questão de calar as redes por causa de eleições. Falsidade, boato em eleições sempre houve, nós já ouvimos aqui o Deputado que contou a história dele. Eu já soube de uma candidata à Prefeita, uma vez... Às vésperas das eleições falaram que ela era abortista, e ela perdeu as eleições. Então, isso tem que ser tratado e tem que ser coibido, sim, mas sem gerar censura, sem tentar perseguir as pessoas.
Eu tenho dito, tenho repetido que nós não vamos às redes... E eu quero dizer que aqui não há ninguém de extrema-direita, não! Não há nenhum nazista aqui, não há ninguém de extrema-direita... Se bem que nazismo até é de esquerda, era o Partido Socialista Alemão. E também não há fascismo. Aqui não há ninguém que ache que o Estado tem que dominar as nossas vidas para sermos de extrema-direita. Nós somos é a favor do cidadão, da liberdade. Que extrema-direita? Isso é falácia! Isso é fake news que ficam plantando para que as pessoas me chamem de extrema-direita. Não somos de extrema-direita; nós somos pessoas direitas. Somos pessoas de centro-direita, direita, cada um um pouquinho. Claro que existem pessoas de centro-direita, mas não somos de extrema-direita ou não somos nós. Nós somos cidadãos, pessoas normais, que queremos viver as nossas vidas sem atrapalhar ninguém. Só que nós temos que nos defender daqueles que nos atacam, daqueles que querem roubar a nossa liberdade, daqueles que nos impedem de termos direito à legítima defesa, daqueles que querem roubar nossa propriedade, que querem sequestrar nossos filhos, a mente dos nossos filhos. Então, nós somos obrigados a nos defender.
E parabéns pelo trabalho do Terça Livre, Allan, que é um trabalho maravilhoso, do qual eu sou uma das assinantes. Aliás, eu quero lhe pedir que não divulgue, que volte atrás da sua decisão de divulgar, de quebrar o sigilo seu bancário e tudo o mais, porque todos os assinantes que estão lá contribuindo, pagando, terão o seu sigilo também fiscal quebrado. Então, eu não acho correto você fazer isso. Se não houver um pedido do Ministério Público, uma decisão judicial, não o faça! Resguarde os seus assinantes! Resguarde o sigilo dos seus assinantes! Eu sou um deles, eu estou me declarando, mas cada um tem o direito de se declarar ou não. E temo, sim, por um estado policialesco. Como disse aqui o meu colega Márcio Labre, a internet tem que ser livre.
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Então, esta CPMI, se quer cuidar de coisa que realmente precisa... Vamos cuidar da deep web, vamos cuidar dessas campanhas sórdidas que fazem com as crianças para que elas se automutilem, para que cometam suicídio. Vamos tratar disso, vamos cuidar dos vulneráveis, porque aqui não tem ninguém vulnerável, não.
Então, Deputada, se houver esse objeto na CPMI, eu serei a primeira a aplaudir, mas eu não quero uma CPMI que, na verdade, tenha por objeto um objeto escuso, que é voltar nas eleições e querer dizer que o Presidente Bolsonaro se elegeu por conta de fake news. Como eu tenho repetido: para você derrotar o PT, basta dizer a verdade; não é preciso contar uma mentira, é só contar a verdade.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concluindo, Deputada.
A SRA. BIA KICIS (PSL - DF) - Concluindo, então, eu quero, mais uma vez, pedir ao Allan que reflita e volte atrás nessa sua decisão de abrir o seu sigilo, porque esse sigilo não será só o seu; é o sigilo daquelas pessoas que contribuem para você e podem preferir ficar no anonimato, porque a Constituição não proíbe o anonimato para isso, ela proíbe o anonimato para você fazer denúncias e coisas... E ainda há ressalvas: você tem um Disque Denúncia, você pode ser anônimo. Agora, para que uma investigação seja levada adiante é que a pessoa precisa se apresentar, ter rosto.
Outro dia, uma pessoa que usa um perfil com pseudônimo no Twitter me perguntou, mandou uma mensagem: "Será que eu não vou poder mais usar o meu pseudônimo?" Eu falei: "Pode, sim, fica tranquila, porque você, para usar esse pseudônimo e ter sua conta, teve que dar para o Twitter o seu e-mail, o seu nome, a sua identidade. Então, isso não é anonimato, não é. Você está protegida". Todo escritor usa: a gente tinha Sérgio Porto... Sempre se usou anonimato, escritor pode usar. Então, as pessoas podem usar esse tipo de anonimato, que é legítimo, é legal, nas redes. O que a pessoa não pode é ser uma pessoa que usa um perfil falso para prejudicar alguém, mas, para isso, não precisa se CPMI, basta a Justiça, a polícia.
Então, muito obrigada, Presidente, pelo tempo, agradeço. Parabéns mais uma vez Allan!
Pessoal, quem estiver assistindo, assine o Terça Livre, vale a pena!
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Concedo a palavra ao Deputado do Rio de Janeiro do PSC Otoni de Paula pelo tempo de cinco minutos.
O SR. OTONI DE PAULA (PSC - RJ. Para interpelar.) - Sr. Presidente, Senador Angelo Coronel, nobre Deputada Lídice da Mata, querido Allan dos Santos e Dra. Dênia, brasileiros e brasileiras que estão assistindo atenciosamente e atentamente esta nossa CPMI, eu queria dizer que eu estive no gabinete do ódio e conheci a milícia digital. Portanto, se ninguém lá esteve, eu estive e forneço a data, dia e hora, em que entrei naquele local.
O interessante é que eu entrei a convite. Pensei que eu iria encontrar luzes apagadas, algumas pessoas armadas, pensei que eu fosse ser revistado. Não achei que esse gabinete do ódio e da milícia digital fosse num endereço tão óbvio e que ficasse às claras, onde ele fica. Ao chegar lá, eu encontrei um lugar simples, com uma estrutura de comunicação simples e com uma internet caindo toda hora.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Fora do microfone.) - Sim, verdade.
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O SR. OTONI DE PAULA (PSC - RJ) - Essa foi a estrutura que eu encontrei. E eu não tive como, e não tenho como aqui, olhar para esse sujeito, esse cidadão brasileiro chamado Allan dos Santos, e dizer: "Cara, tu és o cara!". É que, com aquela estrutura que eu vi ali, você conseguiu, neste País, juntamente com milhares de outros cidadãos brasileiros, promover a maior revolução da história deste País nesses últimos anos. Eu o parabenizo pela sua coragem, eu o parabenizo pelas suas falas aqui, pautadas na verdade. É impressionante! É impressionante como nenhuma pergunta o apequenou, o intimidou.
O apóstolo São Paulo, de quem nós somos admiradores, disse: "Nada podemos contra a verdade, a não ser pela própria verdade". Ao ponto de aqueles que hoje poderiam estar, e estão aqui, numa condição de oposição admitirem que você não falou mentiras quando estava sendo questionado, que você poderia ter inventado ou estaria ocultando o nome de quem lhe deu esse crachá... Aliás, foi uma postura digna demais da nobre Senadora, que esclareceu isso, e eu quero parabenizá-la pelo seu caráter, pela sua postura e pela sua dignidade.
Bem, sempre houve fake news, Sr. Presidente, Sra. Relatora. Todos nós sabemos disso. O que me preocupa e o que nos deve preocupar não são fake news feitas nas redes sociais, às vezes de um amadorismo extremo, mas são aquelas promovidas pelos órgãos oficiais de imprensa. Portanto, se esta CPMI não chamar os grandes conglomerados da comunicação brasileira aqui, ficará...
(Soa a campainha.)
O SR. OTONI DE PAULA (PSC - RJ) - ... claro que este Congresso, que esta CPMI se apequenou diante de possíveis retaliações que poderá sofrer caso sejam convocados ou sejam convidados representantes desses grandes conglomerados de comunicação. Esses, sim, devem estar aqui. Esses, sim, devem ser convocados, porque suas fake news são oficiais, e eles ganham dinheiro com fake news que eles produzem, e as produzem todos os dias. E, tenho que admitir, produzem tanto contra o Governo quanto contra o PT, o PCdoB. Portanto, nós não podemos, em hipótese nenhuma, Sr. Presidente, nos apequenar nesta CPMI.
Parabéns a V. Exa. pela condução dos trabalhos. Parabéns à Deputada Lídice da Mata, que eu tenho convicção de que fará um relatório republicano, como já se espera pela sua história política, e que todos aqui estejamos pautados pela verdade.
Obrigado.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Presidente, apenas um pedido para V. Exa.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Pois não, Deputado.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Nós tivemos já uma votação nominal no Plenário da Câmara. Então, se possível, eu gostaria de que V. Exa., no momento seguinte, informasse à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara que nós estamos aqui em reunião, para que não haja efeito administrativo.
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O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Tranquilo.
Concedo a palavra ao último orador inscrito, para encerrarmos pela tarde/noite de hoje, o Deputado Túlio Gadêlha, do Estado de Pernambuco, do PDT.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE. Para interpelar.) - Obrigado, Presidente. Obrigado, Relatora Lídice.
Primeiramente, gostaria de parabenizar a presença do Sr. Allan dos Santos.
É muito importante, Allan, a gente estar falando sobre esse tema que tanto aflige, tanto perturba e tanto preocupa o povo brasileiro, que é a disseminação de notícias falsas, e, de fato, isso tem causado um dano à nossa sociedade absurdo. Seja qual for o jornalista, seja qual for o meio de comunicação, a presença dele nesta Comissão é muito importante. Portanto, inicio parabenizando-o pela sua presença aqui hoje.
Eu não conhecia o seu canal, Allan - permita-me chamá-lo assim. Tive até curiosidade de acessar um vídeo no YouTube, e acessei esse que talvez tenha sido o vídeo mais recente, chamado de "As hienas defensoras da ditadura". Esse é o título do vídeo que está publicado na rede do YouTube e que foi produzido ali pelo canal Terça Livre, conforme consta no próprio canal do YouTube. E me deparei com uma surpresa: uma propaganda institucional do Governo Federal que foi colocada nesse vídeo, e não é uma propaganda promovida pelo YouTube, é uma propaganda inserida dentro do vídeo. E me preocupei porque, nessa propaganda, o Governo Federal também defende o pacote anticrime. Eu não sabia nem que o Governo Federal patrocinava campanha publicitária para defender uma posição, e não um programa ou uma ação que venha sendo desempenhada pelo Governo. Nesse contexto, o vídeo fala, a propaganda do Governo Federal dentro do vídeo fala: "É por isso que o Governo Federal está propondo medidas que garantem que a pessoa cumpra pena logo após a condenação pelo Tribunal do Júri".
Aí eu queria perguntar, Allan, primeiro: vocês ganham, recebem algum tipo de remuneração por fazer propaganda do Governo Federal dentro do canal de vocês?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, a gente faz de graça mesmo.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - A propaganda então é feita...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não é propaganda. Eu coloco o vídeo que estava no Twitter, não é? Eu acho que era do Ministério da Justiça. O vídeo que estava lá e que depois o TCU parece que... Foi o TCU, não é? O TCU disse que não poderia veicular nos órgãos de TV e rádio, mas não proibiu a veiculação na internet. Então, eu, de graça, coloquei lá.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE. Para interpelar.) - Certo, certo.
Quem foi a pessoa que produziu esse vídeo? Foi você mesmo?
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Para depor.) - Não, não.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Não, qual foi a pessoa que produziu o vídeo dentro do canal Terça Livre?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Espere aí. De qual vídeo o senhor está falando?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Desse vídeo que fala sobre as hienas defensoras da ditadura.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então é esse vídeo, não o vídeo do pacote?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Não.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ah, tá.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Estou falando... É um vídeo só na verdade. Você está falando de uma coisa e de outra, mas é um vídeo só.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - É que tem cortes, não é? Ali a gente coloca...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Mas é um material só, é uma publicação só.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ah, está o.k.
Olha, eu preciso ver aqui agora, rapidinho, porque eu não lembro quem estava apresentando. Nós temos vários apresentadores, eu sou um deles.
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O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Certo. Então, deixe-me lhe perguntar uma coisa...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - As hienas... O título?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Certo. Até para não consumir o tempo dessa...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não... Eu só vou pegar aqui para responder à sua pergunta: "As hienas que defendem ditaduras".
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Perfeito. Foi gravado muito recentemente, não é? Até...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim, sim.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - ... me preocupo com a memória de V. Exa.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, é porque todo dia...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Entrevistou por uma hora e 45 minutos a pessoa que estava ao seu lado e não recorda o nome dela.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Hã?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Uma hora e 45 minutos o vídeo durou, e V. Exa. não recorda a pessoa que estava ao seu lado?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, estou sendo bem sincero, porque eu tenho... Imagine, eu trabalho todos os dias dez da manhã, todos os dias oito da noite. Algumas vezes eu intercalo isso com outras pessoas que apresentam, porque é um volume enorme. É de segunda a sexta.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Eu imagino, sem dúvida. Tudo bem, então vamos dar prosseguimento para uma outra linha de raciocínio.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Está o.k.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - V. Exa. está utilizando aí um blazer. Abaixo do blazer é uma camisa, me parece, da Seleção, escrito "Meu partido é o Brasil", correto?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Isso. Sim.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Essa camisa, essa frase escrita em sua camisa, é uma posição pessoal sua ou uma posição do canal Terça Livre?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Olha, sim... não... não.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Não, mas ele está aqui representando o canal Terça Livre. Eu queria saber...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não... Exato, é isso que eu queria... Isso ficou confuso durante todo o dia. Porque, por exemplo, teve um Deputado que disse que...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Mas é uma pergunta simples, Allan.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, mas é que é simplesmente...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Eu só queria saber se isso é uma posição sua ou é do canal. É uma pergunta muito simples.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - É porque o tempo todo aqui eu estou sendo colocado em uma situação assim: é sua ou é do canal? Aí, quando eu respondo, eu sofro ofensa, falam: "Olha, você está fazendo corpo mole..."
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Não, eu não vou ofender V. Exa.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não. Não o senhor. Não o senhor.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Eu serei muito educado, pode ficar muito tranquilo...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - ... com relação a isso.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Mas eu quero saber...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - E sou o último orador também, ou seja, esse risco...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Mas o senhor compreende que a minha prudência aqui agora...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - ... V. Exa. não corre aqui.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Agora, V. Exa. não concorda que a minha prudência aqui agora precisa ser máxima, diante de tudo que já passei aqui até hoje, até agora?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Sem dúvida. Sem dúvida.
Eu sei que a prudência é máxima, mas a minha preocupação é com o tempo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Está bom, vamos lá.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Não, só te pergunto com relação à camisa: se essa posição é sua ou é do seu canal.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Bem, empresa... Eu acho que CNPJ não pode ter sentimento e decisões, não é? Essa decisão é minha.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Não, mas como é o canal que difunde material de conteúdo de linhas ideológicas, pode ter uma posição. Ou não?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, não. Isso está declarado no nosso portal.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Certo.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Nós somos abertamente conservadores.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Certo. Então essa posição "Meu partido é o Brasil" é uma posição pessoal sua e não é do seu canal.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eu não sei como é que um CNPJ pode ter...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Mas é uma pergunta simples!
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, o canal é conservador. Eu estou respondendo de maneira simples. Pronto: o canal é conservador.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Não, mas não é a pergunta que eu lhe fiz, não é?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então qual foi a pergunta que você fez?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Se essa camisa que V. Exa. está usando, com essa frase "Meu partido é o Brasil", é uma posição pessoal sua ou é do seu canal.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Eu já respondi duas vezes. É uma opinião...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Sua?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - É uma posição pessoal minha.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Então não é do seu canal.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Mas, meu Jesus..
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Não?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Mas como é que CNPJ pode ter posição? Ele é conservador, e aí?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Certo. É que V. Exa. está aqui representando um CNPJ. Está aqui representando o Terça Livre, não está?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ainda agora o senhor falou o contrário: que eu estava aqui como Allan dos Santos, e não o CNPJ do Terça Livre.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Não, seu nome é Allan. Ô, Allan, a pergunta é muito simples.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Pessoa física. Eu estou aqui em nome da pessoa física.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Da pessoa física.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A colocação é que foi a pessoa física do Allan dos Santos.
O SR. ALLAN DOS SANTOS (Como Relator.) - Até gostaria de saber disso antes, no início, porque...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Perfeito.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Porque foi questionado aqui...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Quanto às 20 pessoas que estão hoje lotadas, empregadas, como funcionários ou colaboradores, como V. Exa. preferir chamar, na sua empresa. Eu queria que o senhor explicasse o que cada uma faz desses, nomes que citarei aqui.
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O SR. ALLAN DOS SANTOS - O.k.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Ítalo Lorenzon.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - É um analista político.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Rodolpho Loreto.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ele não está mais no canal, mas ele também é analista político.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Leonardo Faccioni,
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Nossa! Com esse aí já não temos mais contato desde 2015, eu acho. Ele também escrevia e era analista, comentarista político, melhor dizendo.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Barbara Tonelli.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Também não, desde que ela entrou para o MBL.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Mas essas pessoas já tiveram participação, todas elas...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Elas já colaboraram com o Terça Livre como voluntárias.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Certo.
Guilherme Galvão.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Guilherme? Há mais um nome aí ou não?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Guilherme Galvão.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, nem me recordo.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Entre os 20, ele não faz parte da equipe?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Não, nem esses aí que o senhor acabou de citar. Só o Ítalo.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Só o Ítalo. Falando do Ítalo, então. Você sabe que o Ítalo é filiado ao PSL.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - E ele não é só um membro filiado, ele é um dirigente partidário, assumiu a presidência do PSL na cidade de Rio Claro.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Aqui eu acho que eu tenho que responder por mim, por ele eu não sei. É como eu disse anteriormente: se eu tenho um sócio que é filiado a um partido político... Não cabe a mim ficar vasculhando a vida das pessoas. Eu fiquei sabendo por uma matéria que o ...
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Eu só pergunto, Allan... Eu pergunto porque V. Sa. veio aqui convocado para esta audiência para responder as nossas perguntas muito por ser um dos idealizadores, um dos fundadores do Canal Terça Livre.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - E V. Sa. sentou diante de todos nós aqui com a camisa "Meu Partido é o Brasil".
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - E a sua empresa possui pessoas que são filiadas a vários partidos.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sim.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Portanto, nos dá a entender que V. Sa. está querendo nos vender uma imagem errada de quem realmente...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - O senhor conhece alguma empresa que não tenha ninguém filiado a algum partido político?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Eu não estou falando de ser filiado ou não a um partido. Só estou dizendo que o Ítalo Lorenzon é filiado ao PSL; o Leonardo Faccioni é filiado ao PP; o Guilherme Galvão é filiado ao Partido Novo. E V. Sa. faz parte de um canal de comunicação que alega não ter linha política partidária nenhuma. É só para que as coisas fiquem bem claras aqui: essas pessoas que estão hoje colaborando, produzindo conteúdo, têm lado e têm partido político.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Presidente, a Comissão é para investigar fake news ou para discutir a filiação partidária dos funcionários do Allan dos Santos?
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Eu queria só pedir respeito para a gente continuar esse diálogo importante.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Sr. Deputado, se o senhor me permite, há uma coisa que eu não estou entendendo.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - É que esta Comissão, Presidente, é uma Comissão que vem combater fake news e, na minha opinião, na minha humilde opinião, a camisa do depoente já é fake news em si, já é fake news em si, porque ele está aqui representando um canal que tem lado na política. Portanto, não é problema nenhum, só peço que seja franco com as palavras, com os posicionamentos, porque esta é uma Comissão para se debater fake news.
Por isso, eu queria lhe perguntar seguinte. Esse faturamento, todo o faturamento, os R$100 mil por mês, vem de diversas fontes. Essas fontes são majoritariamente advindas de contribuição ou de venda de material, curso?
O SR. ALLAN DOS SANTOS - A maior parte dela é curso e revista.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Cursos e revistas.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Isso!
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Certo. Você se compromete a divulgar... E eu até respeito, inclusive, a posição da Deputada Bia Kicis no sentido de que não divulgue as pessoas que são cadastradas, esses nomes, para não expor essas pessoas. Existe a possibilidade de você divulgar as contribuições sem os devidos nomes. Você tem esse compromisso assumido de divulgar toda essa planilha de custos, de recebimentos?
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O SR. ALLAN DOS SANTOS - Então, inclusive a conselho da própria Deputada Beatriz Kicis, eu realmente não vou permitir o sigilo, a não ao Ministério Público, à Justiça etc.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Pode pedir à vontade.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Bem, senhores...
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Só um minuto. Aqui tem, eu trouxe... É que V. Exa. chegou depois...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - A palavra está com o Deputado Gadêlha.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Aqui tem um relatório...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Um momentinho, depoente. O Deputado está com a palavra ainda.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Ah, desculpe-me.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Pode continuar, então.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Obrigado.
É que trouxe todo o relatório, detalhado, da empresa para quem quisesse ver, com todo o crescimento da empresa, o quanto ela recebe, quanto custa, quanto se paga de imposto, o quanto ela fez, em janeiro, de vendas. Aqui há todo um monitoramento que nós fazemos, de cursos e revista. Aqui está a performance de cada curso, o quanto nós estamos perdendo ou ganhando, o lucro, a análise de saldo de novas assinaturas da revista - inclusive, tivemos uma queda no mês passado. Aqui é do YouTube, toda a monetização, o crescimento, como ele foi feito. Aqui estão todos os dados, estatísticas do próprio site. Trouxe todas essas informações. Agora, aquilo que for realmente - a conselho da Deputada Beatriz Kicis - exigido pela Justiça e pelo Ministério Público, sim, terei o prazer de fornecer. Fora isso, não.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - Perfeito.
Allan, agradeço sua presença aqui, mais uma vez, por nos responder a essas perguntas.
O SR. ALLAN DOS SANTOS - Obrigado pela paciência.
O SR. TÚLIO GADÊLHA (PDT - PE) - O que é isso! Agradeço toda a contribuição da CPMI da Fake News.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Passo a palavra para a Relatora, Deputada Lídice da Mata.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, reiteramos o nosso pedido a todos os Deputados...
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Um momentinho, Deputada.
Solicito à Secretaria da Comissão que elabore um ofício para comunicar à Mesa, tanto do Senado quanto da Câmara, que a reunião se estendeu e que, por isso, os Deputados e Deputadas, Senadores e Senadoras não puderam comparecer às sessões no dia de hoje - e dos dias seguintes, se por acaso o horário adentrar na Ordem do Dia.
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA. Como Relatora.) - Sr. Presidente, é importante... A nossa, Presidente, é diferente, porque há outros que passaram por aqui e já foram. Nós continuamos. Então, há uma diferença: não basta ser membro, mas que esteja presente.
Queria só, Presidente, rechaçar aqui algumas colocações. Peço até a Filipe que fique porque algumas questões colocadas deixaram em dúvida a atitude da Comissão.
Quero ler aqui o art. 148 do nosso Regimento Interno, o que se diz sobre as CPIs, as CPMIs no caso.
No exercício das suas atribuições, a Comissão Parlamentar de Inquérito terá poderes de investigação próprios de autoridades judiciais, facultada a realização de diligências que julgar necessárias, podendo convocar ministros de Estado, tomar o depoimento de qualquer autoridade, inquirir testemunhas sob compromisso, ouvir indiciados, requisitar de órgão público informações ou documentos de qualquer natureza, bem como requerer ao Tribunal de Contas da União realização de inspeção e auditorias que entender necessárias. [Aí vem o §1º etc.]
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Portanto, o caráter de atribuição judicial a esta CPI Mista está claro, Filipe, e, mais - eu estou me dirigindo a você porque você, em determinado momento, falou algumas coisas; Bia também, mas infelizmente ela não está aqui neste momento -, quanto ao que não está regulado no Regimento de procedimento da Comissão, se recorre ao Código Penal, se recorre ao Código Penal.
No art. 187, o Código Penal fala sobre o interrogatório: "O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos [que o acusam]". Por isso, nenhuma pergunta aqui a respeito de finanças do depoente e que diga respeito a questões de sua vida pessoal podem ser consideradas estranhas à inquirição da CPMI.
Quanto à segunda parte, que fala sobre os fatos: é sobre os fatos em que ele, eventualmente, possa estar sendo investigado. E, aí sim, vem a discussão do processo, que eu não reconheço como também estranho à CPMI por uma questão objetiva. A CPMI trata de investigar a existência de fake news; dentro das fake news, como elas são produzidas, como elas são distribuídas, como elas são financiadas. Todas essas perguntas, de alguma maneira, foram feitas ao depoente.
Quando se trata, portanto, de estabelecer se ele respondeu a um inquérito por notícia, por acusação falsa... E aqui está comprovado o inquérito, o processo do Delegado Rodrigo Morais, em que ele foi, inclusive, condenado por danos morais. Isso pode ser, portanto, uma referência à existência na sua empresa, no seu blogue, de uma incidência de notícias falsas.
É óbvio que eu não vou esperar que alguém chegue aqui e diga que faz fake news, por isso nem perguntei a ele sobre isso - alguns outros perguntaram -, porque eu imagino que quem está aqui depondo não vai criar uma prova cabal contra si mesmo, a não ser que estivesse em uma situação muito especial.
Portanto, eu estou insistindo nessa tese na defesa desta CPMI, que mais uma vez foi duramente atacada, Presidente, por diversos dos Srs. Deputados ou Deputadas aqui presentes. Chegou-se até a usar uma expressão: "Essa CPI descarada".
Essa CPMI teve a assinatura regimental de Deputados e Senadores. Então, que eu saiba, com o intuito muito claro, definido em quatro pontos. Alguns aqui contestam o que é a ação da CPMI e alguns insistem em considerar, em caracterizar a CPMI como apenas uma fofoca ou um boato. Não é isso, não é isso que é a CPMI! Essa fofoca, esse boato... Poder-se-ia voltar atrás e dizer que desde o tempo de Cristo havia boatos e fofocas. Óbvio que sim!
Não há essa ingenuidade nas fake news. Fake news, a sua caracterização, o seu conceito, tudo isso parte do princípio da existência do dolo, parte do princípio da criação de uma notícia falsa com o objetivo de prejudicar. E ela contém, portanto, uma intenção maligna e deve, portanto, ser combatida - e assim é reconhecida na Justiça brasileira!
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Então, nós não estamos aqui usando o erário, o dinheiro do cidadão, para uma investigação que não tenha fim. Não é apenas uma fofoca. Eu mesma disse ao Deputado Feliciano que diria aqui da minha solidariedade ao que ele passou, claramente, porque não acho que nós possamos admitir o que foi dito aqui como prática.
Quem é da política tem que ter couro duro. Portanto, tem que aceitar indignidades, tem que aceitar crimes e incorporar isso à sua vida, porque, na hora em que você incorpora isso como uma coisa natural e naturaliza o mal, o malefício, o crime, você se permite também praticá-lo, e nós não estamos aqui para isso. Não reconheço o espaço da política como o espaço da barbárie. A barbárie é outra coisa.
Nós estamos aqui, V. Exa. pensando de forma profundamente diferente em relação a mim, mas estamos nos respeitando porque este espaço tem uma mesma origem, o voto popular. E estamos aqui representando segmentos da população diferentes, que pensam como nós, como eu ou como V. Exa. V. Exa. é um Deputado jovem, e eu, uma Deputada que já tem uma vida pública longa.
E quero deixar claro que, se há alguém que pode se comportar com, digamos assim - não acredito em isenção -, um distanciamento em relação às grandes redes de comunicação, sou eu, que tive profunda perseguição na minha administração de uma rede de comunicação. Mas isso não me faz achar que agora nós devamos sair condenando e criando regras de definição e até ameaçando concessões das grandes redes, porque isso me cheira muito também a práticas autoritárias.
Claro que defendo a liberdade nas redes, obviamente. Só que isso é um debate que está estabelecido aqui. O Deputado Russomanno, que sofreu e foi terrivelmente prejudicado, no entanto, defende que não haja anonimato na rede.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR) - Eu posso...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Outros defendem que haja anonimato na rede. Isso é uma polêmica. Não é fato, para que nós possamos nos ofender aqui nem nos atacar.
Eu vou finalizar...
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - Eu não vou falar não, senão vai...
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Espere aí...
Há uma diferença - todos nós sabemos e precisamos assumir isso com muita franqueza - muito grande entre o pensamento político, entre, inclusive, o crime de ódio, que muitas vezes é disseminado na rede e que, ainda assim, não se constitui fake news... Há uma diferença entre uma coisa e outra, e nós haveremos de ter condição de tratá-las diferentemente, embora ambas sejam reprováveis - mas elas são diferentes.
A Deputada falou aqui há pouco que o nazismo era de esquerda. Ora, os fatos históricos... Está aí história de todo lado... Apenas porque usava o termo "socialista"...
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O PSL é Partido Social Liberal.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. LÍDICE DA MATA (PSB - BA) - Sim, mas o social não dá direito a ninguém de achar que, por ter o nome "social", pudesse, eventualmente, estar relacionado a alguma ideia socialista, até porque, se há algo...
Eu não vou nem estabelecer essa polêmica, mas isso, a repetição dessa notícia é algo reprovável, porque ela é condenada por todos, pelo governo alemão, pela sociedade alemã, que, em tese, poderia nem defender... Poderia até defender alguma ideia como essa.
Os chamados esquerdistas foram dizimados no nazismo, além da população de diversos... Além dos homossexuais, além dos judeus... Os comunistas, já coloquei esquerdistas... Naquele tempo, já existiam diversas correntes comunistas, ou socialistas, algumas comunistas, outras socialistas.
Então, eu acho que é insistir numa retórica que, em vez de encontrar os pontos de encontro na investigação, mais produzem esse sentimento de que as pessoas olham para a CPMI e dizem: "Ah, não vai chegar a lugar nenhum, porque só tem um atacando o outro". Eu gostaria de que nós pudéssemos caminhar no sentido de estabelecer um roteiro mesmo, para que as investigações possam acontecer. E há investigação de todos os lados. Ninguém disse aqui que só será investigada uma campanha. Tem gente que foi apresentada de todos os lados. Eu não tenho dúvida de que aconteceram fake news antes de 2018, em outras eleições, e não foram apenas do partido do Presidente da República. Agora, não é possível, em nome disso, dizer-se que não se pode investigar a campanha do Presidente da República ou a campanha de seu adversário ou que esta CPMI só existe para atacar o Presidente da República. Isso é simplório demais. Eu acho primário demais para tirar o nosso tempo aqui.
Portanto, eu quero apenas voltar a dizer... Insisti em fazer esta fala, Presidente, porque muitos disseram que nós estávamos indo além do poder que nós temos, extrapolando nossas atribuições, e, como nós vamos ter diversas outras investigações, nós não podemos dar o direito... O nosso depoente aqui, por diversas vezes, inclusive foi além, disse coisas num ataque de Deputados, e não paramos a CPMI. É preciso entender que essa investigação tem muita gente aqui que quer parar. Tem muita gente que não quer a CPMI. Tem muita gente que não quer que caracterizemos o crime de fake news. Nós, no entanto - o Presidente desta Comissão, eu, como Relatora, e creio que todos que estamos aqui -, devemos ter o dever de colocá-la adiante e fazer alcançar os seus objetivos. Por isso é que eu reafirmo que nós não saímos um milímetro daquilo que os Regimentos da Câmara e do Senado nos colocam como missão e que atuamos dentro da sustentação desse comportamento que o Código Penal nos permite.
Ele, o depoente, tinha o direito de chegar aqui e fazer como na CPMI do Cachoeira, em que diversos chegaram aqui e disseram simplesmente: "Não falarei em nome da minha própria defesa". E ficamos aqui horas ouvindo as pessoas chegarem e dizerem que não iriam falar. Ele falou algumas coisas; em outras, desviou e, em outras, respondeu que não iria falar. Exerceu o seu direito, mas nós cumprimos aquilo que o Regimento Interno da Casa nos permite.
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Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Um momentinho por favor.
Amanhã nós teremos mais uma reunião, às 13 horas, com os convidados e convocados seguintes: Adriele Britto, representante da Federação das Associações das Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional); Edgard Matsuki, representante do portal Boatos.org; Sérgio Boeck Lüdtke, representante do portal Comprova; Gilmar Henrique Lopes, representante do portal e-farsas.com.
Na próxima terça-feira já está convidada, com presença confirmada, a Deputada Joice Cristina Hasselmann, também às 13 horas.
O SR. FILIPE BARROS (PSL - PR. Fora do microfone.) - E a Gleisi?
O SR. PRESIDENTE (Angelo Coronel. PSD - BA) - Vamos chamar também.
Eu queria informar aos senhores e às senhoras que esta CPMI, como foi dito e repetido, foi requerida pelo Democratas. Eu fui eleito aqui praticamente pela unanimidade dos partidos, de situação e de oposição.
E queria também fazer aqui uma ressalva: toda a classe política está sujeita a todo tipo de matéria, seja ela positiva ou negativa, por parte da imprensa, mas nós temos que ter uma imprensa livre, independente, porque a imprensa, com certeza, é um vetor da democracia brasileira. Eu sei que, quando as pessoas são atingidas, reclamam, mas nós temos que preservar a imprensa brasileira, ela tem um papel muito importante para manter a nossa democracia.
Neste momento coloco em votação a Ata da 8ª Reunião, solicitando a dispensa de sua leitura.
Os Srs. Parlamentares que aprovam, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
A ata está aprovada.
Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos e os convido para a próxima reunião, amanhã às 13 horas.
Vão com Deus, que é ele que nos guia.
Um abraço.
Boa noite! (Pausa.)
Quero aproveitar a oportunidade e agradecer a presença também do nosso depoente, que agiu com total postura.
(Iniciada às 13 horas e 13 minutos, a reunião é encerrada às 18 horas e 45 minutos.)