05/03/2020 - 1ª - Grupo Parlamentar Brasil - Países Árabes

Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - Bom dia a todas as senhoras e aos senhores. Sejam muito bem-vindos.
Senado Federal, Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes, 1ª Reunião de 2020, em 5 de março de 2020, quinta-feira, às 8h57min, no Plenário 7, da Ala Senador Alexandre Costa, do Senado Federal, damos início aos nossos trabalhos.
Abertura.
Invocando a proteção de Deus, declaro aberta a 1ª Reunião de 2020 do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes, cuja pauta destina-se a:
1 - adesão de membros, eleição e posse da Comissão Executiva e do Conselho Consultivo do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes; e
2 - deliberação do Regulamento Interno.
Composição da Mesa.
Compõe a Mesa Diretiva o proponente desta reunião, S. Exa. o Senador Jean Paul Prates; S. Exa. a Sra. Deputada Angela Amin; o Decano do Conselho de Embaixadores de Países Árabes, S. Exa. o Sr. Embaixador Ibrahim Alzeben; e este que vos fala, o Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Senador Nelsinho Trad.
Registro a presença das seguintes autoridades... Já passou e registrou sua presença no painel, deve estar chegando, o Senador Esperidião Amin; Sr. Ali Hussein El Zoghbi, Vice-Presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil; Sr. Tamer Mansour, Secretário-Geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira; Sr. Mohamed Charanek, Diretor Jurídico da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil; e Sr. Delduque Martins, Diretor de Projetos e Relações Institucionais da Fambras Halal.
Item 1:
Adesão de membros, eleição e posse da Comissão Executiva e do Conselho Consultivo.
Comunico que, até o momento, 31 Senadores e 9 Deputados já aderiram ao Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes, nos termos do art. 2º da Resolução do Senado Federal 37, de 2019. Os termos de adesão continuarão disponíveis com a Secretaria e no site do Senado para aqueles Senadores e Deputados que desejarem aderir.
Coloco em deliberação a composição da Comissão Executiva e do Conselho Consultivo do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes.
Comissão Executiva:
Presidente: Senador Jean Paul Prates; 1ª Vice-Presidente: Deputada Angela Amin; 1º Secretário: Senador Weverton Rocha.
Conselho Consultivo:
Presidente: Deputado Arnaldo Jardim; Vice-Presidente: Senador Paulo Rocha.
Em discussão a composição. (Pausa.)
Não havendo quem queira discuti-la, coloco em votação a composição.
Os Srs. Deputados e Senadores que aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Declaro aprovada.
Parabenizo o Senador Jean Paul Prates e a Deputada Angela Amin pela instituição aos cargos de Presidente e Vice-Presidente.
Uma salva de palmas. (Palmas.)
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Passamos ao item 2 da pauta:
Deliberação do regulamento interno do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes.
Submeto à deliberação o Regulamento Interno.
Em discussão. (Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, coloco em votação.
Os Srs. Deputados e Senadores que aprovam o estatuto permaneçam como se encontram (Pausa.)
Aprovado.
Fala dos convidados e Parlamentares.
Passo a palavra ao decano do Conselho de Embaixadores de Países Árabes, S. Exa. o Embaixador Ibrahim Alzeben.
O SR. IBRAHIM MOHAMED KHALIL ALZEBEN (Para discursar.) - Bom dia, Sr. Presidente.
Ao iniciar minhas palavras, quero agradecer a Deus por estar nesta Casa do povo e num momento histórico, que vê o nascimento do grupo parlamentar árabe e brasileiro, que inicia com 31 Senadores e 9 Deputados e que, seguramente, está aberto para mais representantes de todos aqueles que zelamos pelos bons interesses e pelas boas relações entre os países árabes e o Brasil.
Para nós, é um momento histórico. Quero, em nome do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil, felicitar o Sr. Presidente, o Senador Jean Paul Prates, e a Sra. Vice-Presidente, Angela Amin, e agradecer esta iniciativa, Sr. Presidente Nelsinho Trad, para iniciar este importantíssimo trabalho, que abre as portas necessárias para abrir canais de entendimento, de cooperação.
O que une o mundo árabe com Brasil é muito: são séculos de cooperação, de presença árabe, e um futuro promissor entre duas nações, eu diria, dois continentes, o continente árabe e o continente brasileiro.
Em nome do Conselho dos Embaixadores Árabes, além de felicitarmos, expressamos nosso compromisso com o grupo parlamentar, para pavimentar todos os caminhos necessários para maior cooperação e maior entendimento. Nosso compromisso e nossas felicitações.
O que une Brasil com o mundo árabe é uma história, uma comunidade e interesses mútuos, pelos quais vamos seguir trabalhando. Estou aqui para expressar nosso compromisso e nossas felicitações.
Muito obrigado e bom dia. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - Agradecemos ao decano do Conselho de Embaixadores de Países Árabes, nosso amigo, o Embaixador Ibrahim Alzeben.
Passo a palavra agora ao Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes, Senador Jean Paul Prates. Antes, porém, pergunto à nobre Deputada Angela Amin se ela gostaria de fazer uso da palavra.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - Então, vamos... Até por uma questão de elegância, as mulheres têm precedência.
Com a palavra a Deputada Angela Amin.
A SRA. ANGELA AMIN (PP - SC. Para discursar.) - De hierarquia, porque o Presidente fala por último. Eu gostaria de, em primeiro lugar, agradecer ao Senador Jean a confiança de nos colocar como secretária do processo, Vice-Presidente, e dizer que é um momento importante do Congresso Nacional nessa relação dos países árabes, que têm uma história de relacionamento e, principalmente, a forma como o brasileiro abriga os imigrantes. Eu entendo que essa é a grande diferença do Brasil, comparando com vários outros países: a facilidade de convivência com as diferentes etnias que aqui realmente se instalaram.
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O Estado de Santa Catarina tem uma história de convivência e de participação. Começa pela família da qual participo, à qual eu agreguei a convivência. A minha origem é alemã e, sem alguma dificuldade, houve a possibilidade do casamento, do relacionamento com toda a família. Esse é o espírito do brasileiro ao receber a família árabe.
O Esperidião é a primeira geração. É muito raro, nesta casa, sendo primeira geração de pai e mãe estrangeiros - a mãe é italiana, e o pai é libanês.
Eu já tive a oportunidade de visitar o Líbano, visitar a cidade onde ele nasceu. Foi um momento, para ele, bastante emocionante.
Entendo que esse relacionamento é de fundamental importância para o Brasil, para o mundo árabe, mas principalmente nós ganhamos, como cidadãos.
Muito obrigada pela oportunidade e pela confiança. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - Passo, neste instante, após ouvir a Deputada Angela Amin, a palavra ao Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes, o Senador Jean Paul Prates.
O SR. JEAN PAUL PRATES (PT - RN. Para discursar.) - Obrigado, Sr. Presidente Nelson Trad.
É um grande prazer, uma honra para nós, e agradecendo a abertura desse espaço hoje, ainda antes da vinda do Ministro. É um dia bastante ocupado para a Comissão, mas evidentemente por uma boa causa.
Com os horários controlados, vamos aqui então celebrar e instalar este grupo parlamentar de grande importância, Vice-Presidente Angela, Sr. Decano Ibrahim, aqui nos visitando e nos dando a honra da sua presença, representando o Conselho de Embaixadores de Países Árabes no Brasil, esse grupo que justamente reúne todos os países árabes.
Eu queria começar agradecendo aos colegas e às colegas pela deferência, pela confiança, pela honra dessa missão, e também aos colegas que aceitaram esse valoroso encargo, comigo, de conduzir os trabalhos, as atividades desse grupo.
Também quero agradecer os amigos da Fambras Halal, que estão aqui conosco; da Câmara de Comércio Árabe Brasil; agradecer especificamente, também, ao Secretário-Geral do consórcio Nordeste, Senador Nelsinho, que nos ajudou apresentando várias pessoas aqui mesmo de Brasília, que têm grande atividade nessa área, inclusive a própria Fambras, Secretário Carlos Gabas, ex-Ministro da Previdência; também aos juristas Eugênio Aragão e Ângelo Ferraro, por nos ajudar também na condução desses trabalhos já na origem; e, obviamente, à equipe do meu gabinete.
Deputado Arnaldo também está chegando, Arnaldo Calil. Muito bem.
Aos nossos assessores, aos gabinetes dos demais Senadores e Senadoras também, que fizeram parte desse momento inicial, desse trabalho...
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Eu queria fazer uma digressão rápida sobre as nossas origens e relações aqui, porque já se vão aí 150 anos para mais, Deputado Arnaldo, com o histórico de firmes relações com os países árabes, entre brasileiros e árabes.
Em viagens que fez ao Oriente Médio, nos anos 1871 e 1876, o Imperador D. Pedro II convidou populações árabes a auxiliarem no processo de povoamento do Território brasileiro. E aí começaram as primeiras imigrações, fugindo, em muitos casos, de guerras em seus países de origem.
Esses árabes vieram para o Brasil e se adaptaram rapidamente à vida e à cultura brasileiras. Os imigrantes do final do século 19 e início do século 20 encontraram um País em que já podiam identificar traços da cultura que deixaram para trás.
Graças à presença árabe na Península Ibérica, a chamada Al-Andalus, existem, segundo especialistas, mais de 3 mil verbetes dicionarizados de origem árabe na língua portuguesa. Açúcar, por exemplo, vem de as-sukkar, que significa areia branca. Há um doce, em Goiás, aparentemente mais típico do interior de Goiás, que é o alfenim, al-fanid, mas é um bolo de amêndoas, inclusive um doce árabe, e outros tantos. O arroz que nós comemos todos os dias é um nome árabe, ar-ruzz; suffa, sofá, todo mundo senta no sofá em casa - palavra árabe. Os nossos açougues vêm do as-suq: mercado. Enfim... Até papagaio, pessoal, que o pessoal acha que é uma palavra indígena, vem de babagai: papagaio.
Não sei se as minhas pronúncias estão muito corretas, mas, enfim... O almoxarife - o mais conhecido -, o almanaque, todas as palavras com "al".
Enfim, ao longo dos anos, os árabes e seus descendentes se entremearam tão bem com a cultura brasileira, que uma das obras primas da literatura nacional tem justamente um árabe como um dos personagens principais. Jorge Amado ambientou, na Ilhéus dos anos 1920, a história de Gabriela, que conquistou o amor do árabe Nacib e desafiou os costumes da época.
Nacib, inclusive, na novela, era chamado a apelidado de turco, indevidamente. Essa também é uma história bem conhecida, mas que não custa lembrar. Essas pessoas não eram turcas. Elas tinham passaporte turco, porque, na época, os países Síria, Líbano, estavam ali sob o jugo turco-otomano. Então, todo mundo: "O turco Nagib, o turco Habib, o turco...". Na verdade, são árabes.
Mas, enfim, isso é a questão dos grupos étnicos, que nós vamos também trabalhar muito, Embaixador, nessa pauta de diferenciação e de visibilidade desses grupos, sem detrimento de nenhum deles, mas trabalhando nessa harmonia entre árabes, turcos, curdos, persas, judeus, enfim, toda essa miscelânea que faz parte da rica cultura do Oriente Médio e que se esparramou pelo Norte da África, pelo Sudeste Asiático, por toda parte.
Aqui mesmo, no Congresso Nacional, quem contempla uma das marcas visuais mais fortes rapidamente identificáveis na Casa, que é o painel do Athos Bulcão, ali no Salão Verde, está diante justamente de uma leitura brasiliense do azulejo, que também é um legado árabe importante às nossas artes, ao nosso cotidiano, também através da Península Ibérica.
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Azulejo não é português; azulejo é árabe.
O Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes é composto de Senadores e Deputados Federais e tem como objetivo incentivar e desenvolver ainda mais as relações entre os Poderes Legislativos que representam os povos dessas nações. Ampliar as relações comerciais com esses 22 países é uma meta a ser perseguida por nós.
Por enquanto, temos os países seguintes: Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Catar, Comores, Djibouti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Omã, Palestina, Somália, Sudão, Síria e Tunísia.
No final de janeiro, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira divulgou um balanço das relações comerciais entre o Brasil e os países da Liga Árabe. O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial dos países árabes, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Então, China, Estados Unidos, Brasil.
Só para vocês terem uma ideia, somente no ano passado, o bloco comprou mais de US$12,2 bilhões em produtos brasileiros, uma alta de 6,3% em relação a 2018, apesar dos pesares. Hoje são mais de 16 milhões de pessoas da comunidade árabe no Brasil também - é bom que se diga.
Então, aumentar as trocas culturais e comerciais em geral, com os países árabes, significa mais empregos e oportunidades para brasileiros e árabes, além de permitir que continuemos aprofundando os nossos laços culturais de amizades de mais de 200 anos aí, que tornaram árabes e brasileiros povos tão próximos.
Portanto, Sr. Presidente, espero que consigamos - senhor eminente decano também - logo definir uma pauta de trabalho. Essa pauta, conforme costumo trabalhar, será bem objetiva, eficaz, produtiva, para que essas relações entre o Grupo Países Árabes e o Brasil...
Vamos também estabelecer um ritmo de trabalho guiado por tarefas e metas e, num terceiro capítulo, divulgar ampla e regularmente os resultados dos nossos trabalhos.
Portanto, vamos aos trabalhos.
Um grande shukran a todos e a todas, e eu agradeço, de fato e de coração, toda a ajuda que recebi para essa formação.
Agora vamos trabalhar.
Obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - Antes de encerrar os nossos trabalhos, eu gostaria aqui de fazer uma consideração, até para respeitar o horário que nós planejamos.
Primeiramente, quero parabenizar a iniciativa tanto do Senador Jean Paul quanto da Deputada Angela, que promoveram, após sentirem a necessidade, a organização desse Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes e dizer que não é fácil botar 31 Senadores - você quase botou aqui uma maioria simples, quase uma PEC; É um quórum qualificadíssimo...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - É verdade.
E nove Deputados. Ou seja: são 40 Parlamentares que hoje fazem parte.
Isso demonstra tudo aquilo que foi falado nos discursos que ora foram proferidos, que o nosso relacionamento já advém de uma raiz muito mais forte do que qualquer posição que um ou outro possa vir a ter ou a tomar.
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Os governos passam - isso é da democracia -, o Congresso fica; os Parlamentares também se renovam, mas a essência sempre permanece. E nós, brasileiros, temos - e isso ninguém vai mudar, caro Deputado Arnaldo Jardim, que nos honra com a sua presença - um DNA - e DNA é algo com que a gente já nasce, ele está dentro da nossa genética -, que é o DNA "pacífico". O Brasil tem esse DNA e nunca vai deixar de ter.
O SR. JEAN PAUL PRATES (PT - RN) - É amigo.
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - Amigo, de amizade, de acolher, de pôr para dentro, muito característico e similar também ao dos países árabes, que sempre nos recebem muito bem, com carinho e atenção.
Então, aqui uniu-se o útil ao agradável. Eu tenho a convicção de que muitos desdobramentos positivos para o nosso País hão de aparecer a partir do momento em que se estabelece esse Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes.
Dessa forma, em nome do Embaixador Ibrahim Alzeben, decano do Conselho de Embaixadores de Países Árabes, a quem conheço há muitos anos... Ele já foi me visitar lá na Prefeitura de Campo Grande, quando eu era Prefeito de Campo Grande, se eu não me engano em 2010 - ou seja, há 10 anos. Passou por você, Alexandre, que era o Secretário lá, já esteve lá com o Vereador Jamal Mohamed Salem, que é um amigo em comum...
Então, eu fico muito feliz em poder saudar a todos e dizer que estamos prontos para receber as demandas e promover a paz, o trabalho e o desenvolvimento de ambos os países.
Muito obrigado.
Antes de encerrar os nossos trabalhos, proponho a dispensa da leitura e a aprovação da ata da presente reunião, que será composta pelas notas taquigráficas, pela lista de presença e pelo Regimento Interno aprovado... Desculpem-me: Regulamento Interno aprovado.
Os Srs. Senadores e Deputados que aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada.
Antes de encerrar, pergunto ao Deputado Arnaldo Jardim se gostaria de fazer alguma consideração.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - Chegou o nosso Professor Espiridião Amin.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ARNALDO JARDIM (CIDADANIA - SP) - O decano dos Senadores.
(Intervenção fora do microfone.) (Risos.)
O SR. IBRAHIM MOHAMED KHALIL ALZEBEN (Fora do microfone.) - Salamaleico.
O SR. ARNALDO JARDIM (CIDADANIA - SP. Para discursar.) - Caro Presidente Nelsinho Trad, é uma alegria muito grande poder estar aqui, integrando este grupo, neste momento tão especial aqui, que consolida e reafirma aquilo que tem sido uma tradição do Brasil e do Congresso Nacional, que é buscar relações pacíficas, relações produtivas com países irmãos, como são os países e a comunidade árabe.
Quero cumprimentar muito o nosso querido Senador Jean Paul Prates pela iniciativa. Temos certeza de que ele imprimirá aqui um ritmo de trabalho muito adequado àqueles que são os objetivos aqui desta Comissão.
Cumprimentando a querida Angela Amin, nossa Vice-Presidente, quero dizer que ela bem representa a Câmara dos Deputados nesta Diretoria e assegurar que, ao lado dela, estaremos buscando compor, com o Senado, todas as iniciativas, Senador Esperidião Amin.
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Ibrahim, caro amigo, decano do nosso corpo de embaixadores, representantes... Saúdo a todos aqui, agradeço muito a expressiva presença aqui.
As questões foram muito bem fundamentadas aqui por todas as falas que foram ditas. Eu só quero complementar aquilo que é uma marca importante da nossa tradição.
Meus avós, que vieram de Homs, na Síria, vieram, como tantos milhões de árabes que vieram aqui para o Brasil, para poder se integrar ao País. Isso é algo que nos orgulha de uma forma muito efetiva, porque os árabes vieram com essa disposição.
Aquele que foi o quadro descrito pelo Senador Jean Paul, reafirmado pelo Senador Nelsinho Trad, de uma comunidade que veio e passou a se incorporar à comunidade brasileira, é um traço nosso, da afetividade de virmos para podermos nos constituir.
Os árabes se consideram cidadãos brasileiros, e eu sei que os árabes acolhem os brasileiros como cidadãos árabes, cada um de nós que lá vai, cada um de nós que estabelece relações de natureza comercial, de natureza política ou de natureza cultural.
A cultura do Brasil está impregnada pela cultura árabe. Nós temos um orgulho muito grande disso. Que esse grupo de trabalho possa reafirmar esses laços e esses compromissos.
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - Muito obrigado, Deputado Arnaldo Jardim.
Bom, já foi aprovado o Regulamento Interno...
Senador Esperidião Amin, V. Exa. gostaria de dar uma mensagem?
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Muito brevemente.
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS. Fala da Presidência.) - Pois não.
O SR. JEAN PAUL PRATES (PT - RN) - Em árabe.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC. Para discursar.) - Eu queria saudar o Deputado Arnaldo Calil ...
O SR. ARNALDO JARDIM (CIDADANIA - SP) - Calil. É. Já o saudei assim também.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Eu estava indagando como é que é jardim em árabe.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ARNALDO JARDIM (CIDADANIA - SP) - Jardim.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - E kafer?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Pomar?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Bom, mas eu queria só...
Kafer sarum quer dizer o quê?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Não, é de uma laranjinha...
É a cidade onde meu pai nasceu.
O SR. IBRAHIM MOHAMED KHALIL ALZEBEN - Kafer é uma pequena cidade, um povoado...
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Pequena?
Farka, kafer sarum...
Mas sarum?
É uma espécie de laranjinha. Uma pequena laranja.
Mas eu queria só traduzir, em poucas palavras, a minha satisfação por poder, ainda que tardiamente, chegar aqui. Tinha outros compromissos, mas não podia faltar a este.
Quero cumprimentar o nosso Embaixador Ibrahim, cumprimentar o Senador Nelsinho Trad, que tem sido um parceiro nessas iniciativas, um homem lúcido para conduzir esse tipo de procedimento, que tem que ser, no Brasil cosmopolita, sem preconceito, traduzindo o caráter da nossa Nação.
Jean Paul Prates que tem sido um grande companheiro...
Fico muito feliz por ver minha companheira de vida participando deste grupo parlamentar.
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E não posso deixar de trazer a minha contribuição.
Eu não entendi se foram seus pais...
O SR. ARNALDO JARDIM (CIDADANIA - SP. Fora do microfone.) - Meus avós.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP - SC) - Eu acho que sou um dos poucos aqui que é filho de imigrantes por parte de pai e por parte de mãe. Ou seja, eu tenho a obrigação de ter uma compreensão diferenciada para todo esse drama mundial, que é o refugiado, é o exilado, é o migrante, enfim. Ninguém migra porque está contente onde está. Migra porque não está contente onde está.
Eu visitei Homs com o Chinaglia e com o Melles em janeiro de 2018. Tenho aqui três fotos para te mostrar, depois, do mercado sendo reconstruído e de um prédio derrubado, com três lajes empilhadas - com mina na rua ainda. Uma viagem extraordinária para mim.
Então, a gente sabe o que está acontecendo lá. Um pouco a gente sabe - não sabe tudo. E sabe quem é que influencia para que isso aconteça. Ninguém é ingênuo.
Então, eu acho que é muito importante a criação desse grupo. Sem dúvida alguma, a participação de descendentes de árabes no Brasil mostra isso.
Quando o meu pai assumiu - na condição de estrangeiro, mas naturalizado - o mandato de Vereador em Florianópolis, eu não sei quem foi que o ensinou... Porque não fui eu. Eu tinha dez anos de idade. Ele fez a seguinte declaração... Ele também era o único estrangeiro na roda. Havia dois descendentes de grego... A colônia grega, em Florianópolis, é muito forte. Foi o primeiro lugar do Brasil que recebeu gregos. Foi Florianópolis, em 1895. Capitão Savas.
Tivemos um governador descendente de gregos. Os adversários diziam que ele tinha nascido na Grécia. Teve que provar que nasceu em Paranaguá.
Mas ele disse a seguinte frase, que eu acho que resume o que eu quero aqui dizer: "Só meu sangue é estrangeiro [claro, ele nasceu no Líbano, veio para cá com 13 anos de idade]; tenho alma de brasileiro e coração de catarinense".
Eu acho que esse é o espírito do nosso migrante: ele vem para ser assimilado e também para assimilar - e também para contribuir. É nesse sentido que eu quero participar desse grupo, sob a liderança do Senador Jean Paul Prates. E, se lhe faltar algum argumento, certamente a Vice-Presidente complementará, de maneira satisfatória, essa ausência.
E quero dar parabéns a todos pela iniciativa, cumprimentando também os que vieram prestigiar o momento.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Nelsinho Trad. PSD - MS) - Com a fala do Senador Esperidião Amin, tendo os Srs. Senadores e Deputados aprovado o Regulamento Interno, bem como a ata da presente reunião, de acordo com as notas taquigráficas, nada mais havendo a tratar...
Antes de encerrar a primeira reunião de 2020 do Grupo Parlamentar Brasil Países Árabes, eu gostaria de estender o convite a todos os presentes: no dia 18, às 18h30, no Salão Negro do Senado, haverá a celebração desta instalação do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes, com a confirmação de mais de 20 embaixadores. Então, estão todos convidados.
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Declaro encerrada a primeira reunião de 2020, convidando-os para fazer uma foto oficial aqui defronte.
(Iniciada às 8 horas e 56 minutos, a reunião é encerrada às 9 horas e 28 minutos.)